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Estamos nós aqui mais uma vez para tentar entender essa matéria.
Concordo que a sua compreensão não é das mais fáceis, mas vocês
terão que concordar comigo que a matéria é muito interessante.
Desde que você nasceu, você aprendeu que para se vender alguma
coisa, você deveria ter o bem, deveria entregá-lo após a venda e
receberia recursos. Ótimo, isso estava correto até este momento da sua
vida. Entretanto, daqui para frente isso não vale mais nada.
Essa verdade que você aprendeu não é uma verdade absoluta e você
deve quebrar toda essa linha de raciocínio e tentar aprender tudo
novamente. Se conseguir esquecer o que sabe de compra e venda, a
matéria, apesar de complexa, será de fácil compreensão. No entanto, se
não for capaz de esquecer tudo isto, não entenderá, absolutamente
nada de operações com derivativos.
1. DERIVATIVOS
Derivativos são contratos nos quais uma parte efetua uma compra e a
outra parte efetua uma venda de um determinado ativo, chamado de
ativo-subjacente, para liquidação futura por um preço previamente
fixado.
a) Contrato a termo;
b) Contrato Futuro;
c) Contrato de Opções; e
d) Swaps.
Será que no dia combinado o carro estará custando o valor que eles
combinaram? Será que no dia do vencimento do contrato, esse carro
estará custando os R$ 15.000,00? Não necessariamente. O carro poderá
estar custando R$ 16.000,00 ou R$ 14.000,00, dado que poderá haver
uma variação no preço de qualquer ativo ao longo do tempo. Mesmo
com o carro custando um valor diferente do combinado, os dois agentes
terão a obrigação de comprar/vender o ativo-subjacente pelo preço
previamente acordado, ou seja, R$ 15.000,00.
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Ativo-subjacente é o ativo que faz parte do contrato de derivativo, ou seja, é o ativo que está subjacente ao
contrato, como o próprio nome diz. Só existe um contrato derivativo se este contrato derivar de um ativo, por
isto derivativo. E ele tem que derivar de um ativo-subjacente.
Imagine que você decidiu que, após a sua prova, irá passar uma
semana de férias na Europa, para comemorar a nota que tirou em
Finanças. No entanto, você, hoje, tem um grande receio. Você tem
receio de que a taxa de câmbio suba muito e que isso impossibilite a
sua viagem. Dessa forma, você combina que vai comprar US$ 5.000,00
por uma taxa de R$ 2,004 e garante que a sua viagem não lhe custará
mais do que R$ 10.000,00. Agora, fazendo esse tipo de operação, você
deixou de correr o risco de câmbio e, não importa o rumo que a taxa
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É bastante comum que em contratos derivativos a liquidação ocorra apenas de forma financeira sem que haja
a alteração ou mudança de propriedade do ativo negociado.
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Observe que mesmo sem comprar o carro do Antônio, o contrato derivativo em questão deu à Bárbara a
condição de comprar um automóvel idêntico ao do Antônio.
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A cotação do câmbio no final de setembro de 2008 estava variando muito diariamente e girando torno de
1,90, ou seja, R$ 1,90 para cada dólar a ser adquirido.
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Deverá efetuar um pagamento de R$ 0,50 x US$ 5.000,00 = R$ 2.500,00 para a pessoa que vendeu a moeda
estrangeira a você por intermédio de um contrato derivativo. Com os R$ 7.500,00 que ainda lhe restam, seria
possível adquirir os US$ 5.000,00.
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Retorne à aula anterior e releia a operação de hedge, operação de proteção. A palavra hedge quer dizer
proteção.
Como eles não se conhecem, é razoável que optem por depositar uma
espécie de “caução” junto a uma pessoa que ambos conhecem e
confiam, como por exemplo, com a Daniela. Dessa forma, ambos, na
data da aquisição do contrato derivativo em questão, efetuam um
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Data do vencimento do contrato é a data firmada no derivativo para se cotar o ativo-subjacente no mercado e
comparar com o preço previamente acertado.
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Risco de crédito é o risco de você não receber aquilo que lhe é devido. Mais à frente vamos discutir de
forma pormenorizada cada tipo de risco que os integrantes do mercado financeiro podem incorrer.
2. CONTRATO A TERMO
Contratos a termo são contratos nos quais uma parte efetua uma
compra e a outra parte efetua uma venda de um determinado ativo,
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Na verdade, ela funciona como se fosse a Câmara de Compensação da Bolsa. A Câmara de Compensação é
o departamento ou uma empresa coligada à Bolsa que tem como objetivo fazer a liquidação física e a
liquidação financeira das negociações efetuadas dentro do ambiente de Bolsa.
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Não podemos nunca esquecer que as Sociedades Corretoras são solidárias com os seus clientes perante a
Bolsa. Logo, o não pagamento de um cliente faz com que a corretora seja responsabilizada por este
pagamento perante a Bolsa.
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A CETIP é uma empresa que efetua o registro de operações feitas no Balcão. Operações, ditas, cetipadas
não possuem garantia e, portanto, não há depósito de margem de garantia. Dessa forma, a CETIP não é, ao
contrário das operações cursadas em bolsa, contraparte central da operações nela registradas.
3. CONTRATO FUTURO
Contratos futuros são contratos nos quais uma parte efetua uma compra
e a outra parte efetua uma venda de um determinado ativo, chamado
de ativo-subjacente, para liquidação futura por um preço previamente
fixado.
Sendo assim, podemos verificar que o ajuste diário serve para liquidar
diariamente o contrato futuro, pagando ou recebendo a variação das
cotações ocorrida durante o último pregão. No entanto, o não
pagamento do ajuste, ou seja, o inadimplemento no pagamento do
ajuste diário irá ensejar a liquidação da totalidade ou parte das margens
de garantia para o seu cumprimento. Portanto, suponhamos que no
momento em que Antônio foi chamado pela corretora a pagar o ajuste
diário ele tinha um problema de fluxo de caixa e não conseguiu saldar
sua dívida. Nesta hora, a corretora deverá vender os ativos depositados
em garantia pelo Antônio para que consiga cumprir o compromisso.
Caso o valor arrecadado com a venda dos ativos não seja suficiente, a
corretora como solidária na operação deverá arcar com os prejuízos.
Isto nos mostra que, pelo fato de existir o ajuste diário nos contratos
futuros, o máximo de prejuízo que um agente pode gerar no mercado é
aquele provocado pela variação de preços de um único dia. Dessa
forma, o risco de crédito12 de um contrato futuro passa a ser baixo, pois
haverá acerto todos os dias.
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Risco de crédito é o risco que determinado agente incorre de não receber o seu pagamento. Ou seja, o risco
de crédito que um banco incorre é o de não receber de volta os recursos que foram emprestados por ele.
Resumindo, é o risco de “tomar um calote”.
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A volatilidade de um ativo é uma medição do grau de variação do mesmo ao longo do tempo. Se um ativo é
pouco volátil isso mostra que o mesmo não tem grandes variações em seu preço. Se o mesmo é mais volátil
ele apresenta uma variação muito maior em suas cotações.
Grande abraço a todos, boa semana e bons estudos pois a prova está
chegando e a autorização para o BACEN saindo.
César Frade