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VOTO- E M E N T A
2. ”.
3. A recorrente busca a reforma da sentença, aduzindo, em síntese,
que o contrato fora validamente celebrado entre as partes, que a acionante teve
ciência prévia acerca da contratação do seguro, inexistindo qualquer ato ilícito, que
não há que se falar em danos morais na hipótese, requerendo por fim a
improcedência dos pedidos.
4. A despeito das alegações da acionada acerca da regularidade da
contratação do seguro que vinha sendo cobrado , a mesma não faz prova da
existência da relação jurídica, como lhe incumbia fazer, nos termos do art.373 do
CPC, tendo o magistrado sentenciante julgado corretamente ao reconhecer a
prática abusiva, em virtude da inexistência de nenhuma prova nos autos acerca da
contratação, não sendo suficiente para tanto a mera juntada de telas sistêmicas,
que não podem servir de meio de prova contra o consumidor.
5. Diante da inexistência de provas acerca da relação jurídica, ainda que se
trate de contrato de duração continuada, mister que haja a restituição simples dos
valores que foram indevidamente cobrados a tal título, e cujo pagamento seja
comprovado nos autos,
6. Quanto à restituição dos valores pagos e descontados indevidamente, em que
pese o reconhecimento da prática abusiva, tenho que não se aplica à hipótese o
parágrafo único do art. 42 do CDC, sendo caso de restituição simples , ante a
ausência de demonstração da má fé por parte da empresa demandada.
7. No que tange aos danos morais, de igual modo, entendo que não há nos
autos provas acerca da lesão a direitos subjetivos, mas tão somente a cobrança
indevida por seguro não contratado, que apesar de ser reconhecida como prática
abusiva, é insuficiente, de per si, para embasar um édito condenatório a título de
danos morais. Não restara comprovados nos autos os elementos ensejadores do
dano moral. Não consta a negativação do nome da parte autora no cadastros de
proteção ao crédito, e nem há provas acerca de constrangimentos sofridos ou de
ulteriores conseqüências danosas á parte autora.
ACÓRDÃO
2. Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia,
MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE –Presidente e Relatora , ISABELA
SANTOS LAGO e ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte
decisão : RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. UNÂNIME, de
acordo com a ata do julgamento. Sem custas processuais e honorários
advocatícios, pelo êxito da parte no recurso.