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A expressão “criminoso do colarinho branco” foi criada por Suthelland para definir um
tipo de criminoso que não era alcançado pelo sistema de justiça criminal e que
motivou sua investigação e a identificação de algumas características:
Ex: Colocar troca do silicone pra deduzir do IR (se não tá na conta do hospital, não pode),
é erro de tipo ou erro de proibição? Pro professor é erro de tipo.
6/8/2018 – Temas 5 e 6
O crime tributário é de conduta mista, uma parte de ação e uma parte de omissão. Ação
é a parte que ele preenche formulários com informações erradas, a omissão é quando
não paga o tributo.
O crime tributário do art. 1o é um delito material pois exige, além da conduta o resultado
supressão ou redução do tributo. O art. 2o, I, é a forma tentada do art. 1o. É a forma
incompleta.
Ocorre que o art. 2o inciso 1o, tem uma aplicação um pouco mais ampla do que ser
apenas a tentativa do art. 1o. Ele incide nas hipóteses em que o contribuinte já tendo
sonegado ou não pago um tributo, presta uma declaração falsa para se esquivar da
responsabilidade.
Ainda que você pode dizer que um é tentativa do outro quando temos uma situação
assim: o sujeito já não pagou e para tentar se livrar ele faz uma alteração societária e
transfere a empresa para um laranja, tentando fazer com que a receita não o encontre,
porque a empresa de fato não tem bens.
A súmula vinculante 24 diz que você só tem crime tributário se houver lançamento
definitivo. Será que eu posso então, punir a tentativa, sem a consumação (lançamento
definitivo)?
Ex. Thiago tentou sonegar 3 declarações falsas, mas a receita descobriu. Luiza conseguiu
sonegar. Na audiência Luiza mostra que já pagou, daí, extinta a punibilidade. A
existência de um regime legal de pagamento que faria que o crime consumado tivesse
um tratamento melhor do que a tentativa.
Ex: 3 vendas de veículos e 3 notas fiscais calçadas. Porém, a data do recolhimento é uma
só. Se uma conduta final reúne várias sonegações, o STJ entendeu que é possível
reconhecer um concurso formal.
Quando diversos fatos imponíveis são reunidos por uma única conduta destinada ao
recolhimento a jurisprudência admite a ocorrência de um concurso formal. Não se
confunda, porém, esta situação com a existência de regimes jurídicos tributários
especiais como do simples, que substituem diversos tributos por uma única obrigação,
normalmente com alíquota menor do que a ordinariamente praticada. Neste caso,
haverá um único delito para cada não recolhimento.
O crime de falso guarda relação com o estelionato e por essa razão o falso que serve de
meio a sonegação é absorvido por esta. Em que pese o falso posterior a sonegação não
se apresentar como meio para tal crime, o STJ tem entendido que tudo que ocorre antes
do lançamento definitivo é absorvido no crime tributário.
Se o falso ocorre no contrato social ele não é objeto de absorção pela sonegação pois
tem potencialidade para além da sonegação. HC 91542
Questões controvertidas:
As leis 9964/00 10684/03 e 11941/09 são todas as normas de caráter temporário e que
se relacionam aos débitos nelas indicados. Deste modo, o exame da questão passa a ser
sempre o alcance ou não da conduta por um desses programas especiais de
parcelamento.
O STF fazendo uma distinção equivocada, para o ministro Toffoli, nas hipóteses de
parcelamento, a disciplina a ser seguida é a do art. 83 da lei 9430/96 com as alterações
vigentes. Por outro lado, se o que temos é pagamento extintivo da punibilidade aplica-
se o art. 9o, pgf 2o, da lei 10684 (que deveria se abster a débitos vencidos até fevereiro
de 2003) que não estabelece limite temporais ao pagamento.
O STF tem posição firme no sentido de que é possível a existência de crime tributário
sobre rendas ilícitas.