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UNIVERSIDADE VILA VELHA – UVV

ANA LUÍSA AMARAL

ANDRESSA LUDTKE

CAROLINE NOBRE

JULIANA CANAL

KÁRITA NUNES

MÁRCIO GALVÃO

ARQUITETURA /CIDADE FLUTUANTE E ARQUITURA


SUBAQUÁTICA (WATER SCRAPER)

VILA VELHA

2014
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ANA LUÍSA AMARAL

ANDRESSA LUTDKE

CAROLINE NOBRE

JULIANA CANAL

KÁRITA NUNES

MÁRCIO GALVÃO

ARQUITETURA/CIDADE FLUTUANTE E
ARQUITETURA SUBAQUÁTICA (WATER SCRAPER)

Trabalho de redação apresentado à


disciplina de Cidade, Segurança e Saúde,
dirigida pela professora Ana Paula
Rabello Lyra, na Universidade Vila Velha.

VILA VELHA

2014
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RESUMO

Através de pesquisas, leituras e principalmente ao decorrer de vivências do dia a


dia, constata-se que existe uma degradação do meio ambiente muito grande nos
últimos tempos, que vem principalmente como resultado de um uso da natureza
desleal feito pelos humanos ao longo da história. Por esse motivo, ocorre um
fenômeno chamado de aquecimento global que aumenta a probabilidade de
catástrofes como terremotos, erupções vulcânicas, furacões numa frequência
assustadora. Inclusive o derretimento das geleiras. O derretimento das geleiras é um
assunto de suma importância, pois muda drasticamente o meio ambiente, não só
onde ocorre o derretimento, mas atinge o planeta como um todo. À medida em que
as geleiras derretem, o nível do mar aumenta invadindo regiões secas habitadas.
Motivados também pelo adensamento de construções terrestres, surgem novas
formas de arquitetura: a flutuante e a subaquática.

Palavras-chave: aquecimento global, natureza, sustentabilidade, arquitetura.


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LISTA DE FOTOGRAFIAS

Fotografia 1- Comunidade Pina em Recife, PE, sobre palafitas no


mangue..........................................................................................................Página 9
Fotografia 2- Comunidade ribeirinha na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no
Amazonas. ....................................................................................................Página 10
Fotografia 3- Projeto 3D NOAH.....................................................................Página 11
Fotografia 4- Projeto 3D NOAH.....................................................................Página 12
Fotografia 5- Projeto 3D Trilobis....................................................................Página 14
Fotografia 6- Projeto 3D Trilobis....................................................................Página 14
Fotografia 7- Casa barco na Holanda............................................................Página 17
Fotografia 8- Projeto casa barco na Holanda................................................Página 18
Fotografia 9- Interior do restaurante Ithaa.....................................................Página 19
Fotografia 10- Projeto do restaurante Ithaa...................................................Página 19
Fotografia 11- Projeto de uma Lilypad...........................................................Página 20
Fotografia 12: Projeto do SkyScraper............................................................Página 22
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................5
2. DESENVOLVIMENTO.......................................................................................6
2.1. DEFINIÇÃO............................................................................................6
2.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS................................................................7
2.3. UTOPIA OU REALIDADE.......................................................................8
2.3.1. Comunidades Ribeirinhas..............................................................8
2.3.2. NOAH..............................................................................................10
2.3.3. Trilobis............................................................................................12
2.3.4. Casa barco contemporânea.........................................................15
2.3.5. Restaurante Ithaa..........................................................................18
2.3.6. Lilypad............................................................................................20
2.3.7. SkyScraper.....................................................................................21
2.4. CRÍTICAS – PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS.......................22
3. CONCLUSÃO..................................................................................................24
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................25
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1. INTRODUÇÃO

A vida humana depende fundamentalmente da natureza para manter-se. Ao longo


das gerações e séculos passados, o homem movido por suas necessidades, usou a
natureza de forma agressiva para diversos fins. Em tempos hodiernos, nota-se que
há um exagero nesse uso iniciado principalmente com a ascensão da indústria e o
alto grau de consumismo agravante em todos os continentes da terra. Tudo o que é
produzido, precisa de matéria prima que vem do meio ambiente, contudo, não há
uma doação mútua do homem versus natureza, trazendo assim consequências
terríveis para a biosfera. E a consequência mais avassaladora que é o aquecimento
global, proveniente da grande liberação de gases do efeito estufa. A partir desse
momento, o homem tem buscado soluções como forma de amenizar e retrocedera
velocidade com que esse efeito se difunde.

Previsões catastróficas são confirmadas por cientistas que pesquisam sobre o


aquecimento global, as mídias sempre falam sobre o assunto, alertando que a
humanidade terá que enfrentar a elevação do nível do mar e consequentemente a
inundação de diversas cidades costeiras.

Através dessas afirmações, muitas soluções vêm propondo a construção de vilas


flutuantes, com sistemas computadorizados, capazes de controlar da produção de
energia à dessalinização da água.

Através da arquitetura, pode-se perceber um movimento que se inicia como forma a


buscar alternativas que aperfeiçoem essa realidade. Encontra-se hoje nas grandes
cidades um adensamento considerável, causando assim o encarecimento do m². E
muitas vezes, a falta dele para suprir a demanda de pessoas que surgem a todo
instante. Mesmo com a grande verticalização notada nesses centros, ainda faltam
moradias. Como forma a viabilizar outros meios que substituam os prédios, muita
arquitetos tem idealizado outras formas de arquitetura, chamadas de sustentável. A
alternativa inédita é povoar o mar com arquitetura flutuante e arquitetura
subaquática.
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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. DEFINIÇÃO

Atualmente dissemina-se nos meios midiáticos o foco em arquitetura sustentável e


bioclimática voltadas para o ambiente terrestre. Entretanto não é possível afirmar
que a necessidade do planeta no futuro será mesmo nesta área. As consequências
da realidade devido ao descuido para com o meio ambiente estão se tornando cada
vez mais eminentes. Em relevância a esta realidade alguns arquitetos planejam
formas de habitações permanentes e temporárias sob e sobre oceanos, rios e lagos.
É constante o crescimento das correntes de pensamento que abordam que cidades
flutuantes são a solução para muitos dos problemas enfrentados atualmente, com o
aumento dos níveis dos oceanos, da temperatura da Terra e a escassez dos
recursos naturais. Sua principal necessidade de implantação se deve ao fato que
haveria necessidade de abrigar a população das áreas que fossem inundadas.

Para atender a necessidade do local e ainda manter as características da vida na


água, surgem projetos de moradias complexos, designs contemporâneos e muitas
vezes autossustentáveis, sua implantação abrange uma área onde os habitantes
poderão morar, e exercer suas atividades do dia a dia, sem a necessidade de
ocorrer deslocamento para fora da cidade. Arquitetura subaquática tem como
característica, a construção ser submersa possibilitando a visualização interna do
mar, presente hoje principalmente em restaurantes, hotéis e residências próprias.
Seu foco na construção está na parte estética deste tipo de arquitetura.

Outra medida estudada seria a implantação do Water Scraper, uma implantação


marítima onde possibilita a sobrevivência da população no seu interior, ou seja,
trabalhar, jogar, descansar, sem ser necessária a deslocação do local. Tornou-se
uma solução, para alguns, do nosso futuro ecologicamente desolador.
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2.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS

Já existem alguns exemplos de cidades flutuantes, como na cidade de Veneza onde


boa parte das edificações flutua, dividindo o cenário com construções terrestres.

Há vários projetos para o futuro de cidades totalmente flutuantes, esses projetos


começaram a serem desenvolvidos devido à preocupação como o derretimento das
geleiras que acontece por conta do aquecimento global.

Tais projetos têm como proposta principal abrigar grande número de pessoas, pois
como consequência do derretimento das geleiras, boa parte de espaços terrestres
serão alagados, faltando terra firme para toda a população mundial.

Todos estes projetos demonstram grande preocupação com o meio ambiente, sendo
autossustentáveis, tendo energia fotovoltaica que nada mais é que placas situadas
no telhado da edificação que colhem a energia solar. A energia coletada é
convertida em energia elétrica num transformador que será fixado em alguma parte
do edifício. Há também canalização de água de chuva com um sistema de filtragem.
A água é recolhida através de calhas, que guiam diretamente para o filtro, onde há
possibilidade de ser tratada também. Logo depois, ficam armazenadas em tonéis e
tendo um sistema de bombeamento, a água pode ser direcionada para a caixa
d’água e servir para descarga de sanitários, etc. Outro fator importante que está
presente nessas edificações é o tratamento de esgoto, já que a preocupação é
sustentável e despejar os dejetos na água fará com que polua. Alguns projetos não
incluem automóveis e outros teriam carro movido à bateria.

As arquiteturas subaquáticas, apesar de terem muitos projetos não realizados e até


mesmo utópicos, existem algumas construídas que geralmente são feitos de acrílico
com a mesma técnica usada para a construção de aquários mais utilizado de forma
contraria. Não são feitas como foco na sustentabilidade, mas tem grande
preocupação em afetar o meio ambiente. Essas construções como são raras no
mundo, e inéditas, acabam sendo em geral pontos de visitação para turistas e
curiosos.
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2.3. UTOPIA OU REALIDADE

2.3.1. Comunidades Ribeirinhas

A arquitetura flutuante é uma realidade no Brasil. Em Manaus, as comunidades


ribeirinhas vivem em casas que ficam sobre as águas do rio amazonas. Mas esse
tipo de arquitetura é visto em várias cidades brasileiras onde existem pântanos ou
rios. Algumas casas são construídas sobre toras de madeira, e outras que ficam às
margens fazem o uso de palafitas para dar suporte à construção. O uso das palafitas
é mais comum, principalmente pelo fato de que elas têm a função de evitar que as
casas sejam arrastadas pela correnteza dos rios.

“É uma casa com perninhas, principalmente para crianças, que a


descrevem assim. Porque é onde o caboclo vive em paz com a subida e a
descida da água ou do rio.” Inácio Maciel, artista plástico.

As palafitas são basicamente estacas de madeira e dependendo das regiões, as


construções sobre palafitas podem empregar o uso de barro e ser confeccionadas
em palha, madeira e ramos trançados no piso de modo aceitar um revestimento
de argila, possibilitando desta forma o uso do fogo em seu interior. Com uma
plataforma em sua base montada sobre caibros e estacas evitavam-se as
inundações. Os materiais usados são as palmeiras: ubuçu, açaí e babaçu fornecem
a palha (folha) para o açoalho e a cobertura, assim como os estipes (caule) são
utilizados nas vigas, ripas e paredes. As madeiras mais utilizadas são o angelim
(árvore de grande porte com madeira de fácil manuseio) e a maçaranduba (também
de grande porte, porém de difícil manuseio).

É importante ressaltar que são edificações vernaculares, todavia, o que deveria ser
ecológico e sustentável, acaba não tendo tanto sentido por conta da falta de
infraestrutura que a população tem. Não há rede de esgoto – nem fossas, usa-se o
rio e o mato das encostas para despejar dejetos humanos e o mesmo rio fornece
água para beber, cozinhar e tomar banho, não tem água encanada – e muito menos
tratada -, a maioria das vezes. A arquitetura flutuante, sem planejamento, causa a
mesma desordem, tendo uma paisagem urbana comprometida, assim como o bem-
estar.
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A cidade é algo mais do que o somatório de seus habitantes: é uma unidade


geradora de um excedente e bem-estar e de facilidades que leva a maioria
das pessoas a preferirem – independentemente de outras razões – a viver
em comunidade a viverem isoladas (CULLEN, 1983).

O exemplo dessa imagem urbana comprometida tem-se o Igarapé de São


Raimundo, região de Manaus, que ao contrário de chamar atenção para sua
paisagem exuberante, abriga o acúmulo de lixos nos rios, poluindo não só visual,
como ecologicamente a região.

Existem também projetos que visam melhorar essa situação vivida pelas
comunidades ribeirinhas. Que apesar de conviverem com suntuosos hotéis e
restaurantes turísticos, são em sua maioria carentes de infraestrutura adequada. É
necessária, uma reforma que vise realmente, a permacultura, com a arquitetura
vernacular, usando materiais nativos, interagindo com a natureza e não a
degradando, trazendo soluções que valorizem a cultura local, que sejam
ambientalmente sustentáveis e viáveis financeiramente.

Fotografia 1: Comunidade Pina em Recife, PE, sobre palafitas no mangue. Fonte:


<http://reporterbrasil.org.br/trabalhoinfantil/criancas-catam-sururu-que-abastece-quiosques-e-
restaurantes-do-recife/>
10

Fotografia 2: Comunidade ribeirinha na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas. Fonte:


<http://www.1000dias.com/rodrigo/visitas-as-comunidades/>.

2.3.2. NOAH

O furacão que devastou a cidade de New Orlean em 2009 impulsionou a


necessidade de projetos como o NOAH – New Orleans Arcology Habitat é um
inovador bairro-conceito para o local, que poderia abrigar até 40 mil pessoas, com
residenciais, sistema de ensino, comércio, hotéis, cassinos, estacionamento e
ligação com o sistema de tráfego da cidade norte-americana. O NOAH possui
metragem total de 30 milhões de metros quadrados, e escolheu as margens do Rio
Mississipi como sua devida localização. A escolha do local pode ser entendida
devido a acontecimentos passados. Tanto estruturais quanto psicológicos, advindos
da enchente que devastou a cidade. Além disso, Nova Orleans recebe muita água
ao longo do ano, seja dos rios, seja das chuvas e tempestades. A cidade está ao
nível do mar, o que torna as soluções mais difíceis. E o solo de Nova Orleans é
arenoso e argiloso. A solução proposta para superar esses desafios é a de
justamente aproveitar estas situações, com a introdução de uma plataforma flutuante
urbana. Sua base flutuante e estrutura de parede aberta destinam-se a permitir que
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ventos severos possam soprar em vigor através da estrutura em qualquer direção


com o mínimo de interferência. O sistema de fundação do NOAH é duplo. A primeira
parte do sistema cria uma “bacia” cheia d’água, dentro do qual a plataforma irá
flutuar. Na segunda estrutura, um casco com multi-cavidades fincadas ao solo
funciona como base sólida da superestrutura. Outra vantagem é que NOAH
supostamente vai eliminar a necessidade de carros dentro da estrutura urbana,
devido o uso de vias elétricas internas verticais e horizontais, ligações de
transportes, sendo assim a criação de uma comunidade para pedestres. Além disso,
todo o funcionamento proposto para o NOAH será altamente eco-sustentável, com
turbinas eólicas, recuperação de água potável com sistemas de armazenamento,
vidros passivos, jardim de aquecimento entre outras coisas. Um projeto futurista que
revolucionaria todo o funcionamento da cidade, criando um moderno espaço de
convívio e habitação dentro da tradicional New Orleans, que tanto sofreu nos últimos
tempos.

Fotografia 3: Projeto 3D NOAH. Fonte: <http://www.herancacultural.com/blog/2012/04/noah-new-


orleans-arcology-habitat/>.
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Fotografia 4: Projeto 3D, NOAH. Fonte: <http://www.herancacultural.com/blog/2012/04/noah-new-


orleans-arcology-habitat/>.

2.3.3. Trilobis 65

O TRILOBIS 65 foi concebido pelo Giancarlo Zema Design Group em 2001 em


Vancouver no Canadá e não é o único nem o mais interessante projeto do famoso
criador, com um vasto e imaginativo currículo nesta área. No fundo o conceito é
bastante simples: uma forma oval de 20 metros de comprimento dividida em quatro
níveis unidos por uma escada em caracol central. O nível inferior é uma grande
bolha de vidro que permite a observação subaquática e os níveis seguintes contêm
as zonas de dormir, refeições, convívio e comando e feitas para a utilização de seis
pessoas.
Muito se especula sobre as possíveis habitações do futuro. Arquitetos, engenheiros,
designers e outros criadores multiplicam-se em propostas. É curioso verificar que
quase todas se orientam para o ambiente e a sustentabilidade e que as mais
ousadas e mais interessantes têm com base os oceanos. O TRILOBIS 65 é uma
dessas propostas e, embora promissora, não está ao alcance de todas as bolsas. É
um projeto de quatro milhões de dólares, e cuja forma se baseia numa trilobite pré-
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histórica. No entanto, nada possui de pré-histórico, pois está equipada com as mais
modernas soluções tecnológicas, especialmente no que toca à autonomia e
produção de energia, assegurada por sistemas amigos do ambiente. Em 3,0 metros
abaixo do nível do mar, completamente submerso, há o globo observação
subaquática, na parte alta de acrílico resistente, abriga seis lugares sentados,
relacionados com computadores e software especial que permite que os habitantes
para personalizar a iluminação exterior e em tempo real para obter informações
sobre o leito do mar e os peixes abaixo. O casco do Trilobis é feito de aço e a
superestrutura de alumínio, o que significa que são 80 % reciclável. Isso é muito
importante do ponto de vista ambiental. As janelas de vidro são eletroquímicas, em
outras palavras, eles mudam sua opacidade, graças a um sistema eletroquímico
sofisticado. Isto pode ser feito manualmente ou automaticamente de acordo com a
forma como a luz está fora. Os painéis fotovoltaicos no topo capturam e armazenam
a energia solar necessária para os instrumentos no interior. Os motores elétricos são
movidos por células de combustível de hidrogênio que só produzem água potável
como material de resíduos, por meio de um processo eletroquímico.

“O principal objetivo deste projeto é permitir que todos e cada um a viver em


um ambiente fantástico, incomum em um autossuficiente habitat não
poluente. É ideal para viver em baías, atóis e parques marítimos. O principal
objetivo do projeto é permitir que qualquer pessoa a viver em um ambiente
único, através de um autossuficiente e não poluente celular habitação em
uníssono com os seus arredores do oceano.” (ZEMA, 2001)

Um aspecto muito interessante na concepção deste iate/habitação é a possibilidade


de se aglomerar com os seus semelhantes em torno de um embarcadouro adequado
formando, no fundo, pequenos "bairros" ou comunidades. Para isso o desenho da
popa tem uma forma semicircular que lhe permite encaixar-se no pontão redondo do
embarcadouro.
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Fotografia 5: Projeto 3D Trilobis. Fonte: <http://obviousmag.org/archives/2008/05/trilobis_65.html>

Fotografia 6: Projeto 3D Trilobis. Fonte: <http://obviousmag.org/archives/2008/05/trilobis_65.html>


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2.3.4. Casa Barco Contemporânea

As casas flutuantes ou anfíbias têm surgido ao redor do mundo como é exemplo das
casas flutuantes dos canais da Holanda, as casas-barco tradicionalmente servem de
refúgio a pessoas que não podem arcar com os custos da vida em terra. Depois da
Segunda Guerra Mundial, famílias de classe operária decidiram viver na água
porque havia falta de moradia em terra, e as velhas barcas usadas para navegação
nos canais estavam sendo vendidas a baixo preço porque a Holanda estava
renovando sua frota.

Ao longo de toda a sua história, os holandeses conviveram com esforços para se


proteger do mar e ampliar o seu território, construindo comportas e fazendo
aterros. Utilizaram moinhos de vento para bombear a água continuamente para
fora, e assim criaram espaços para novas cidades e até mesmo para pastagem de
seu gado bem como para a agricultura. Sem esses essas iniciativas de muito longo
prazo e sistemas, metade do território da Holanda estaria submerso. No momento
em que o mundo procura energia limpa e sustentável, a Holanda nos dá um grande
exemplo com o projeto sustentabilidade e casa barco. Economicamente, a Holanda
retira 65% do seu produto interno bruto (PIB), de regiões territoriais que estão abaixo
do nível do Mar, caracterizando um convívio diário com a água, o que faz dos
holandeses, possuidores do gerenciamento da água, adaptando-se a ela e não
lutando contra ela.

Existem mais de 10.000 barcos casa. E por volta de 2500 estão ancorados nos
canais ou arredores de Amsterdã. Há verdadeiros barcos, convertidos em barcos
casa. e casas flutuantes modernas, com fundações de materiais flutuantes como
betão. Os barcos são de propriedade privada e manter um barco em boas condições
é muito caro, algumas as mais simples, realmente se assemelham a barcos. Já
outros tipos são bem mais sofisticados, tendo um design super moderno como é o
exemplo do escritório +31 Architects.
É possível ver nos cortes dessa edificação, que uma parte da casa se encontra
embaixo do nível da água e a outra, acima. Isto não se deve a uma questão estética
ou algo parecido, e sim a uma questão estrutural para um melhor funcionamento da
construção. Para dar uma estabilidade a casa barco, é importante ter um volume
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mínimo de área construída abaixo da água. Este volume deve manter certa relação
entre o peso total da construção, para que possa suportar o peso total da casa.

"Todo corpo mergulhado num fluido em repouso sofre, por parte do fluido,
uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido
deslocado pelo corpo." (Siracusa, de Arquimedes).

Quando o assunto são “casas flutuantes” pensamos em construções erguidas sobre


as águas que se assemelham muito as "palafitas" ou a alguma exótica residência
montada sobre o casco de algum barco, balsa ou tambores. Uma das coisas que
muitas pessoas não sabem é que essas casas barco são abastecidas de água,
energia, sistema de esgoto, telefonia, entre outros. Elas funcionam como uma casa
normal, e devem ser totalmente ligadas a todas as redes de abastecimento tem tudo
que uma casa normal tem: uma sala, cozinha, banheiro, quarto e, às vezes, até um
pequeno terraço. A única diferença é que os proprietários moram sobre a água e
veem de sua janela os outros barcos passeando pelo canal.

Porém muitas das antigas não são ligadas, os canos para lançam diretamente no
rio, a prefeitura esta com projetos para acabar com isso, porem essas mudanças
geram custos altos aos moradores e alguns não possuem condições financeiras
para mais esse gasto.

"A água é mais limpa do que parece", disse Monique Jacobs, funcionária da agência
municipal responsável pela água e pelos barcos. Os canais são purificados, ela
explica, por meio da abertura das comportas duas vezes por semana, e com maior
frequência no verão, o que remove os dejetos. "Os pequenos peixes estão de volta,
e também pássaros que se alimentam deles", disse. "No passado, a água era
horrível. Fedia no verão".

Há limpeza da água, apesar de sua cor amarronzada, turva. "Os canais são
purificados regularmente", disse Ron Van Heukelom, um vizinho que mora em terra
e nunca mergulhou nas águas do canal. A purificação da água é necessária porque,
embora a maioria das 2,8 mil casas-barco de Amsterdã disponha de água encanada,
eletricidade e aquecimento a gás, poucas delas dispõem de esgotos, e por isso seus
dejetos continuam sendo lançados aos canais. A falta de instalações sanitárias nas
casas-barco é seu segredinho sujo, e ele não é encarado com apreço por uma nova
geração de proprietários, muitos dos quais se instalaram nas casas-barco durante os
17

anos 60 e 70, na do “paz e amor”, e hoje encontram dificuldades para manter as


taxas em dia.

Uma das características de todas as casas barcos da Holanda são as amplas


janelas com vidros triplos que permitem a ventilação e clarear o ambiente interno,
dando mais luminosidade e minimizando o consumo de energia, além de permitir a
renovação do ar. A sustentabilidade e casa barco na Holanda são uma realidade,
principalmente por que os holandeses tem em suas metas para o futuro, em termos
de sustentabilidade, estimular pequenos proprietários de negócios e que gastam
muita energia, solicitar a visita de um técnico para orientar financiamento de projetos
de energia renovável e não poluente, com Etiqueta de Eficiência Energética.

A Holanda vem emergindo nas águas e dando exemplo de maturidade ecológica ao


resto do mundo, ainda possui outras características sustentáveis, como a água da
chuva, que é coletada e reaproveitada para a lavagem de banheiros e dos barcos.
Além disso, a estrutura possui uma bomba de calor, que torna o sistema de
aquecimento e arrefecimento mais eficiente. A mesma preocupação foi tida com a
escolha dos materiais, por peças que tivessem causando o menor impacto ambiental
possível.

Fotografia 7: Casa barco na Holanda. Fonte: <http://www.blogdaconstrucao.com.br/casa-


subaquatica/>.
18

Fotografia 8: Projeto de casa barco na Holanda. Fonte: < http://www.blogdaconstrucao.com.br/casa-


subaquatica/>

2.3.5. Restaurante Ithaa

O restaurante Ithaa pertence ao Hotel Conrad das Ilhas Maldivas, arquipélago situado
no Oceano Índico, sua inauguração se deu em abril de 2005, sendo o primeiro
restaurante submerso do mundo. O projeto de 5 milhões de dólares, feito pelo escritório
de arquitetura M.J. Murphy na Nova Zelândia, construído em Singapura e transportado
para a ilha.
A técnica utilizada para a construção do restaurante foi à mesma que se utilizada para a
construção de grandes aquários, mas a situação nesta situação é inversa, pois as
pessoas ficam cercadas, e a vida marinha, fica livre em seu hábitat natural. Tendo uma
estrutura cilíndrica, feita com acrílico, é um túnel de 5 metros de largura instalada sobre
estruturas de aço fixa com silicone, a pressão e a oscilação da maré foram levados em
consideração para tal construção.
Este restaurante é o único do mundo totalmente envidraçado, com visão panorâmica de
270 º, se encontra a 5 metros a baixo da superfície e é cercada por recifes de corais, sua
lotação máxima é de 14 pessoas. Esse resort de luxo vai além de um restaurante,
também tem uma suíte subaquática, onde o visitante se hospeda em meio a um
"caleidoscópio de vida marinha".
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Fotografia 9: Interior do restaurante Ithaa. Fonte:


<http://recogedor.blogspot.com.br/2007/04/restaurante-ithaa-islas-maldives.html>.

Fotografia 10: Projeto do restaurante Ithaa. Fonte: <http://www.abadiadigital.com/ithaa-el-restaurante-


submarino/>.
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2.3.6 Lilypad

Lilypad é um modelo utópico de cidade flutuante. Consiste em uma estrutura feita


em fibras de poliéster, cobertos por uma camada de dióxido de titânio (TiO2). Com
formato inspirado na folha nervurada de Victória Lírios de Água, possui uma lagoa
artificial em seu centro, podendo ser “instalada” próxima ao continente ou em mar
aberto. Sua camada de TiO2 reage com os raios ultra violetas e absorve a poluição
atmosférica através do efeito fotocatalítico, assim como o concreto purificador de ar
e as pedras de pavimentação. Um completo conjunto de tecnologias voltadas à
energia renovável é encontrado nesta cidade flutuante, onde são aproveitadas a
energia solar, a energia eólica, das marés e da própria biomassa produzida por seus
habitantes. Para manutenção do lastro da cidade existe a lagoa artificial central,
totalmente imersa, abaixo do nível do mar. Três marinas e três montanhas que
rodeiam a lagoa artificial central são dedicadas ao trabalho, compras e
entretenimento. Já os jardins suspensos e as explorações aquícolas, estas últimas
localizadas abaixo do nível do mar, são utilizados para o cultivo de alimentos e
biomassa.

No entanto, habitar e manter uma cidade como esta seria altamente custoso do
ponto de vista financeiro. Como dito no início, trata-se de mais uma ideia de solução
para a ocupação do planeta, longe das grandes áreas adensadas no continente.

Fotografia 11: Projeto de uma Lilypad. Fonte: <http://aglomeradonews.com.br/arte-cultura/lilypad-


vivendo-sobre-as-aguas/>
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2.3.7. SkyScraper

O SkyScraper propõe a libertar do tecido urbano e funciona como embaixadores


autossuficientes no mar. Este é uma unidade flutuante autônoma do espaço
habitável sustentável, funcional e autônoma que irá funcionar, de forma coletiva,
como uma cidade flutuante. Ele é autossuficiente, uma vez que gera sua própria
energia através de ondas, vento, corrente e solar. E gera seu próprio alimento
através da agricultura, aquicultura e hidroponia. Ele carrega com a sua própria
pequena floresta em cima de costas e suporta lugares para usuários de viver e
trabalha em suas profundezas. Seus tentáculos bioluminescentes promovem a
coleta de energia através de seus movimentos cinéticos. O edifício em si é mantido
na vertical, utilizando um sistema de lastro e equilibrar tanques. Os tentáculos
também servem como elementos de equilíbrio, pois, na geração de seu poder, estão
em constante movimento com o ritmo da maré. Os controles de flutuação e de lastro
são colocados com as menores porções para criar a força contrária adequada para
manter o prédio em pé.

O programa é distribuído uniformemente, de acordo com a proximidade de qualquer


recurso externo exigido específico, ou seja, os geradores eólicos são colocados da
ilha jardim no terraço, o componente de criação de gado também é colocado lá, as
áreas de estar são colocadas logo abaixo do nível do mar, onde a luz natural é a
melhor. No fim, prevemos um futuro onde a terra como um recurso será escasso; é
apenas a progressão natural que nós criamos nossa própria. Aproximadamente 71%
da superfície da Terra é oceano, ainda mais se a mudança climática tem a sua
maneira, portanto, é apenas a progressão natural que vamos preencher os mares
algum.
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Fotografia 12: Projeto do SkyScraper. Fonte: <http://blog.daum.net/dsadsad87>

2.4. CRÍTICAS – PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS

Apesar de carregar o nome de sustentável, as arquiteturas aquáticas e flutuantes,


invadem o espaço marinho e lacustre, o que de certa forma causa um impacto no
meio ambiente. Por estar fixa num espaço específico, a implantação, por exemplo,
de um edifício subaquático, gera a necessidade de expulsar corais, a vegetação
aquática pode não resistir à mudança. Da vegetação são diversas espécies que
poderiam ser desestabilizadas, como as macrófitas.

“Chara rusbyana, alga macroscópica submersa associada a tufos calcários,


tem acúmulo de cálcio nos tecidos, o que a torna muito quebradiça ao
contato com remos ou pés, conquanto seja resistente à corrente fluvial.
Pontederia parviflora é uma das espécies mais tolerantes ao pisoteio e às
remadas, mas repetidas agressões terminam prejudicando-a, porque o
aerênquima se rompe e a planta enfraquece e definha. Além disso, a
inflorescência inverte-se para dentro da água após a floração, fase
vulnerável à passagem de barcos, pois o rompimento do eixo florífero
impediria a formação de sementes.” (VALI, 2000).
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Segundo o trecho acima, se essas espécies podem ser eliminadas apenas com as
remadas, provavelmente, são sensíveis também à presença de casas flutuantes ou
subaquáticas. Outro fator importante é que onde as casas estiverem localizadas, o
que estiver sob a água, não recebe luz solar, prejudicando o processo de
fotossíntese. Os organismos clorofilados (plantas, algas e certas bactérias) captam
a energia solar e a utilizam para a produção de elementos essenciais, portanto
o sol é a fonte primária de energia. Os animais não fazem fotossíntese, mas obtém
energia se alimentando de organismos produtores (fotossintetizantes) ou de
consumidores primários. Como é possível ignorar tal agressão ao meio ambiente?
Se for analisada, a questão de uma cidade flutuante deve-se levar em conta que o
impacto será agressivo à natureza e talvez não seja sustentável suficiente para
cobrir os danos que a construção causaria no espaço habitado. Analisar a área a ser
construída e fazer um planejamento correto a fim de assegurar que os pontos
positivos sejam maiores que os negativos são primordiais. Outro fator que não pode
ser ignorado é a conscientização dos habitantes, tendo em vista que a água é
facilmente contaminada e poluída, tudo o que é despejado nela se difunde
rapidamente e a limpeza é trabalhosa, muitas vezes impossível de ser feita, no caso
de rios e mares onde a água é corrente. Há essa questão a ser considerada, a da
poluição que os próprios moradores podem evitar que seja feita e os arquitetos e
engenheiros tenham responsabilidade para efetuar o projeto apenas tendo toda a
infraestrutura para que não haja indesejáveis resultados para a humanidade.
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3. CONCLUSÃO

Através da leitura sobre os motivos que ocasionaram a evolução da prática da


arquitetura flutuante e subaquática no mundo e também pesquisas sobre seus
principais projetos utópicos e os que se encontram já realizados, nota-se que é uma
alternativa válida quanto à falta de espaços terrestres para serem habitados, além
disso, têm preocupação em estar de acordo com as novas tecnologias de energias
limpas, reaproveitamento de água e outros materiais que seriam descartados, tendo
assim, uma edificação autossustentável, que consome o que produz
independentemente.
Analisando de forma crítica as propostas - primordialmente ditas sustentáveis,
conclui-se que as formas e técnicas utilizadas para a execução deste projeto, e os
acessórios que agregam o todo, que são em sua essência, sustentáveis, não são
capazes de solucionar, nem mesmo de minimizar o impacto ambiental que o mundo
sofre em tempos hodiernos. Seria uma alternativa de moradia, pela falta de espaços
vazios e não algo que na prática seria eficiente no combate ao aquecimento global.
Todos os artifícios utilizados, como energia solar, reutilização e tratamento da água,
entre outros, são bons, porém acabam sendo anulados pelo impacto que essas
edificações causam no ambiente aquático. Ou seja, não se avança no quesito
explorado – de sustentabilidade -, acaba sendo igual o prisma exploração x doação,
numa esfera de homem e natureza, quando o ideal para o tema em questão, seria
de maior doação por parte do ser humano.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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