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Dialnet ArtesDeCordel 4846204 PDF
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no contemporâneo
Rosilene Alves de Melo
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A historiografia do cordel tem alguns momentos importantes que merecem menção. No final
do século XIX, momento inaugural da constituição do campo, a chamada “poesia popular”
foi objeto de investigação de Celso de Magalhães no conjunto de artigos publicados no jornal
O Trabalho, em 1873, sob o título “A poesia popular brasileira” e nos artigos de Silvio Romero,
publicados em 1879 nos Estudos sobre a poesia popular do Brasil (1977). Em 1929 a publicação
de Cantadores e poetas populares, por Francisco das Chagas Batista (1997), proprietário da
Livraria Popular Editora, adiciona um novo acontecimento ao campo de estudos, uma vez
que o autor conciliava as funções de autor de folhetos e de editor. Trata-se, portanto, de
uma obra em que a autorrepresentação do poeta enquanto “poeta popular” se configura
na escrita de uma outra modalidade de livro e de escritura, diferente do cordel. Nos anos
1920 têm início os estudos de Leonardo Mota: Cantadores, 1921; Violeiros do norte, 1925; Sertão
alegre, 1928; No tempo de Lampião, 1930. Com a publicação de Vaqueiros e cantadores, em 1939,
verifica-se um aprofundamento dos estudos no campo da “poesia popular” e o prestígio
que esses estudos passam a ter com a criação da Comissão Nacional de Folclore, em 1947. As
pesquisas sobre a cantoria e o cordel se institucionalizam. A criação do Centro de Pesquisas,
na Casa de Rui Barbosa, conferem aos estudos sobre o cordel um lugar institucional
específico. Com a formação do acervo de cordel, além do próprio prestígio institucional da
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Casa de Rui Barbosa, ocorre um fortalecimento das pesquisas em torno da poética impressa.
No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, os estudos sobre o cordel ganham estatuto
acadêmico e temos, então, um conjunto de dissertações e teses, produzidas em disciplinas
distintas – linguística, literatura, semiótica, antropologia, história, sociologia –, que se
opõem à tradição folclórica dos estudos inspirados nas pesquisas de Câmara Cascudo. Data
dessa fase os trabalhos de William Almeida (1979), Ruth Brito Lemos Terra (1983) e Candace
Slater (1984). Desde então há uma constante produção acadêmica que se sobrepôs tanto aos
intelectuais do Movimento Folclórico Brasileiro quanto à produção da Casa de Rui Barbosa
como “lugar de fala” no campo de estudos sobre a poética, a cantoria e o cordel (Carvalho,
1998; Galvão, 2000; Lima, 2000; Stinghen, 2000; Oliveira, 2002; Oliveira, 2002; Grillo, 2005;
Nemes, 2005; Silva, 2007; Grangeiro, 2007; Santos, 2009).
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Referências bibliográficas
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Resumo/Abstract
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