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A arquitetura tem como função abrigar o homem das adversidades do tempo e proporcionar proteção,
conforto e deixar a luz entrar para a escuridão dos espaços. Diferentes técnicas foram utilizadas ao longo da
história para poder executar estas funções e proporcionar estes efeitos. O vidro teve sua produção inicial
como elemento decorativo. Seu potencial foi descoberto e sendo valorizado e aperfeiçoado com o tempo.
Atualmente, é indispensável na construção civil. Material tão valorizado e com diferentes aplicações, hoje
em vários casos, tem seu uso de forma desenfreada, causando muitas vezes, problemas de superaquecimento
na edificação e na região externa onde se encontra proporcionando também, maior consumo de energia para
refrigeração interna dos ambientes. Este estudo analisa a história deste material, assim como seu uso na
atualidade e os cuidados que devem ser tomados com sua aplicação.
PALAVRAS-CHAVE: arquitetura, vidro, fachadas em vidro, raios solares, aquecimento excessivo.
THE ORIGIN OF GLASS AND ITS USE IN ARCHITECTURE
ABSTRACT
The architecture has the function to house the man from the adversities of weather and provide protection,
comfort and let the light get into the darkness of space. Different techniques have been used throughout
history to perform these functions and provide these effects. The glass had its initial production as a
decorative element. Its potential was discovered and being cherished and perfected over time. Currently, it is
essential in construction. Material so valued and with different applications, today in many cases, its use has
run rampant, causing often overheating problems in the construction and the outer region where also
providing greater energy consumption for cooling of indoor environments. This study examines the history
of this material, as well as its use in the present and care should be taken in its application.
PALAVRAS-CHAVE EM LÍNGUA ESTRANGEIRA: architecture, glass, glass facades, sunlight, excessive heating.
1. INTRODUÇÃO
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Docente do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Assis Gurgacz - FAG
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Discente do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Assis Gurgacz - FAG
Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2014 1
ISSN 1980-7406
indispensável para entrada de luz e circulação de ares nas edificações. Também traduz conforto e
visibilidade para o exterior, contudo, no momento de projetar, é de extrema importância verificar
fatores que não comprometam o meio correspondente ao seu uso.
Durante esta pesquisa, serão abordadas questões como o conhecimento da origem do
material; o surgimento do vidro na arquitetura e suas funções; características dos vidros utilizados
na construção civil; benefícios e adversidades causadas pelo uso inadequado; cuidados a serem
tomados na sua escolha e possíveis soluções para manter sua funcionalidade agregada à estética da
edificação.
Para embasamento teórico, autores como Richards (2006), Neufert (2011), Giovanni (1992),
Yazigi (2009), Azeredo (2004) e Nakamura (2014), são dispostos para refletir sobre esta pesquisa.
2. O VIDRO: Origem
The resultant surface has become the aura of the architecture, the building has
disappeared in the transparency of the façade. The architectural
conceptualization captures and idea – It is no longer a space or place, it is
purely ephemeral. […]material that both defined and encapsulated the
relationship between space, light and form – a material that captured the
physical properties of shelter, warmth and comfort, as well as providing a
potent symbol of the interface between spiritual light and well-being 3
(RICHARDS, 2006, p.11)
Desde os tempos das cavernas até as moradias atuais, a função da arquitetura sempre foi
abrigar o homem das adversidades do tempo e proporcionar proteção, conforto e deixar a luz entrar
para a escuridão dos espaços. Diferentes técnicas foram utilizadas ao longo da história da
arquitetura para poder executar estas funções e proporcionar estes efeitos. Desde pequenas aberturas
com a proteção de janelas feitas em madeira ou papel oleado, o homem visou técnicas para que seu
abrigo não se tornasse enclausurado. Com o passar dos anos, o vidro, material que antes apenas
criavam-se adornos, tornou-se indispensável para exercer as funções arquitetônicas.
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A superfície se tornou a aura da arquitetura, o prédio desapareceu na transparência da fachada. A
concepção da arquitetura captura uma ideia – não é mais um espaço ou um lugar, é puramente efêmero.
Material que define e encapsula as relações entre espaços, luz e forma. Material que captura as
propriedades físicas do abrigo, o aconchego e o conforto, assim como providencia um potente símbolo da
interface entre luz espiritual e bem estar.
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Mediar a luz.
Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2014 3
ISSN 1980-7406
2.1. Tipos de vidros
Este material, com sua beleza e funcionalidade, permitiu um avanço em seu uso que,
atualmente, está sendo empregado de forma até mesmo desenfreada em estruturas arquitetônicas. A
preocupação em diminuir o consumo de energia nas edificações é um desafio atualmente. Ao
mesmo tempo em que edifícios recobertos por panos de vidro colaboram para a entrada de luz
natural na edificação, questões térmicas são comprometidas, do mesmo modo afirma Nakamura
(2007): “[...] as fachadas de vidro podem atingir temperaturas superficiais elevadas. Essa carga de
calor é irradiada e afeta quem fica próximo das fachadas”.
O vidro, utilizado como material arquitetônico, apresenta diferentes componentes em sua
fabricação, técnicas de aplicação e possibilita ser produzido em diferentes formas, criando diversos
efeitos. Entretanto, não é sempre que se emprega seu uso adequadamente. A escolha imprópria do
material ou um projeto mal elaborado, pode resultar em desconforto térmico - para quem se
apresenta dentro de uma edificação e até mesmo para pessoas que passam ao redor desta região – e
gastos excessivos ou desnecessários.
Costuma-se aplicar o vidro insulado ou refletivos – mais conhecido como espelhado – nas
fachadas. O insulado age de forma que evita o aquecimento demasiado e a entrada de ruídos, pois
sua dupla camada espaçada por ar colabora com essa eficiência. O refletivo age de forma adequada
para diminuir a incidência de raios solares para a parte interna da edificação, porém tem alta taxa de
reflexão luminosa. Ambos trabalham de maneira interessante, porém, é claro, não exercem a
mesma função que uma vedação opaca - incidência de raios solares vai continuar abrangente caso a
posição seja onde o sol permanece por maior parte do dia. É necessário verificar isso de acordo com
a região em que se encontra, pois há variações da posição solar no globo terrestre.
Conforme notícia na BBC News London (2013), o arranha-céu Walkie-Talkie – localizado na
cidade de Londres –, enquanto ainda em construção, já causou danos pela má projetualidade e
disposição dos vidros em uma de suas faces. Revestido de vidros refletivos, o sol incidente na
fachada fez os raios solares refletirem e atingirem pessoas e objetos na rua. Diferentes danos como
derretimento de carros e pequenos incêndios já ocorreram devido a forte concentração solar.
Tateoka & Senaga (S/D) sustentam a ideia de que fachadas em vidro devem ser pensadas
com critério, devido às seguintes razões: a luz que entra em um local cercado de vidro causa efeito
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cada fachada deve ser pensada de acordo com sua orientação, adotando os
sistemas de proteção externa que garantam o sombreamento, mas que permitam a
entrada da radiação solar difusa.[...] Além disso, é importante direcionar as janelas
que abrem para os ventos dominantes, de modo a tirar proveito da ventilação
natural (TATEOKA & SENAGA, S/D).
REFERENCIAS
AZEREDO, Hélio Alves. O edifício e seu acabamento. São Paulo, Blucher, 2004.
GIOVANNI, Mariacher. O vidro: os estilos na arte. São Paulo, Martins Fontes, 1992.
NAKAMURA, Juliana. Zona de conforto: soluções para prover conforto térmico às edificações
precisam se conciliar com o entorno e com a demanda por redução do consumo de energia.
Disponível em: <http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/162/artigo60713-7.aspx>.
Setembro, 2007. Acesso em fevereiro de 2014.
NEUFERT, Ernest. A arte de projetar em arquitetura. 17a ed. Barcelona: Editorial Gustavo Gili,
2011.
RICHARDS, Brent. New glass architecture. North America, Yale University Press, 2006.
YAZIGI, Walid. A técnica de edificar. 10ª Ed. São Paulo, PINI, 2009.