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SOLDAGEM DE MANUTENÇÃO E REPARO

DE COMPONENTES FUNDIDOS

Profº Sandro Jardim


CURRÍCULO RESUMIDO

Inspetor de Processos de Soldagem Fabricação de Vasos de Pressão na Schulz S/A


Professor FBTS (Fundação Brasileira de Tecnologia de Soldagem)
Consultor InfoSolda
Tecnólogo em Soldagem pela Fatec -SP
ESTRUTURA DO TEMA

COMPARATIVO ENTRE SOLDAGEM DE PRODUÇÃO E MANUTENÇÃO


CONSUMIVEIS
CUSTOS
SELEÇÃO DOS PROCESSOS DE SOLDAGEM
MECANISMOS DE DESGASTES
METALURGIA
TIPOS DE REVESTIMENTO
PROCEDIMENTO PARA SOLDAGEM DO FERRO FUNDIDO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
PRODUÇÃO X MANUTENÇÃO

A Soldagem pode ser divida em duas grandes áreas:

Soldagem de Produção

Soldagem de Manutenção
PRODUÇÃO X MANUTENÇÃO

Na Produção o MB e MA são
identificados e seguem normas
conhecidas e estão normalmente
em boas condições.

Na Manutenção, na maioria das


vezes, não temos uma identificação
clara, o material se apresenta
fadigado, contaminado e desgastado.
Vídeo: Identificação de materiais
PRODUÇÃO X MANUTENÇÃO

Produção se pode Na manutenção usa-se


escolher o que esta disponível
Em manutenção o
Produção as juntas estão
aparecimento de trincas e
determinadas, busca-se
defeitos são aleatórios, as
posições mais adequadas,
posições indeterminadas,
pode se utilizar tratamentos
os tratamentos e END
térmicos, disponibilidade
nem sempre estão
de meios de inspeção,
disponíveis, peça na
tempos e tolerâncias
medida e a urgência no
determinados.
reparo.
PRODUÇÃO X MANUTENÇÃO

Soldador
Na produção possuem habilidade manual, há
repetibilidade das condições com procedimentos
definidos e qualificados.

Em Manutenção há uma necessidade de habilidade


manual, conhecimentos mecânicos e metalúrgicos, não
há procedimentos disponíveis e a
multi-funcionabilidade é exigida.
PRODUÇÃO X MANUTENÇÃO

Na manutenção podemos atuar de 4 formas:


1. Trocando peças gastas por peças novas;

2. Recuperando peças gastas prolongando a


sua vida útil;
3. Revestindo preventivamente partes e peças
antes de serem colocadas em trabalho;

4. Quando possível recuperar as mesmas


prolongando a vida útil.
PRODUÇÃO X MANUTENÇÃO

Metal de adição na Produção Manutenção há necessidade


é normalizado, fácil de de adaptações, técnicas
encontrar e obedece uma especiais e depende da
especificação. aplicação.

Problemas
Em manutenção as
Em Produção a possíveis
preocupação é com a descontinuidades internas
união da junta. e externas diante das
condições adversas.
CONSUMÍVEIS

O consumível pode se apresentar de varias formas:

Varetas
(trefilado ou fundidos)

Gases
Fitas
Tubulares

Arames sólidos
Pós
Grãos
CONSUMÍVEIS

As especificações dos
consumíveis são elaboradas
por especialistas de diversas
áreas de atuação. Para
entender como são divididas
estas especificações levamos
em conta:

Processo de soldagem empregado


Composição química do metal de solda
Forma de metal de solda
CONSUMÍVEIS

Forma do consumível
SG – Gás de Proteção (Shield Gás)

E – Eletrodo Revestido – (Electrode)

ER – Eletrodo ou Vareta – (Electrode or Rod)

B – Varetas para Brasagem – (Brasing)

F – Fluxo – (Flux)

R – Varetas para soldagem a Oxigás (Rod)


CONSUMÍVEIS

Normas AWS
Gases de proteção A5.32
Eletrodo revestido A5.1 – A5.5 – A5.4.
Varetas para Oxigás A5.2
Arames e Varetas para aço ao carbono A5.18
Arames, Fita e Varetas para inoxidável A5.9
Fluxos e Arames para Arco Submerso para aço
carbono A5.17
Arame tubulares A5.20 – A5.22 – A5.29
CUSTO DA PEÇA NOVA

Custo da recuperação/revestimento;
Custo de montagem e desmontagem;
Custo de estoque de peças sobressalentes;
Custo de parada de equipamento.
CUSTO

Do Equipamento
De Execução
De material

Custo =
SELEÇÃO DOS PROCESSOS DE SOLDAGEM OU
METALIZAÇÃO

Características físicas das peças


Propriedades do Revestimento
Propriedades metalúrgicas do metal de Base
Forma e composição das ligas de revestimento
Habilidade do soldador
MIG / MAG / ARAME TUBULAR

Vídeo:Modo de transferência
ARAME TUBULAR
ELETRODO REVESTIDO
ARCO SUBMERSO
ARCO SUBMERSO
TIG
OXIGÁS
COMPARATIVO ENTRE PROCESSOS
OXIGÁS
MECANISMOS DE DESGASTE

Abrasão

Adesão
Erosão
Fadiga Supercial

Corrosão
MECANISMOS DE DESGASTE

DESGASTE POR ABRASÃO

Ocorre quando partículas duras deslizam pela


superfície do material ou são forçadas contra a
uma superfície metálica no qual estão em
movimento, provocando por deslocamento ou
amassamento a retirada ou remoção do material.
MECANISMOS DE DESGASTE

Desgaste
por Abrasão
MECANISMOS DE DESGASTE

DESGASTE ADESIVO

Duas superfícies macroscópicas podem estar


devidamente polidas, mas se observarmos em escala
microscópica ou atômica perceberemos picos e vales
que conhecemos como rugosidade.
Um pressão em condições normais de operação vão
agir até as tensões de escoamento e deformar
plasticamente estas asperezas provocando um
aumento da área de contato até a estabilização da
carga aplicada.
MECANISMOS DE DESGASTE

Desgaste
ADESIVO
MECANISMOS DE DESGASTE

DESGASTE POR EROSÃO

Erosão por Abrasão – colisão de partículas


solidas ou liquidas carregadas por um fluido
contra uma superfície metálica.

Erosão por Cavitação – ocorre quando um liquido


é submetido a mudanças rápidas de pressão
ocasionando a formação de bolhas gás ou
vapor nas região de menor pressão.
MECANISMOS DE DESGASTE

DESGASTE POR IMPACTO

Provocado por choque ou cargas aplicadas


perpendicularmente sobre a superfície metálica.
A incidência da colisão das partículas pode ser
de 0 a 90 . Quando em pequenos ângulos
teremos a ocorrência de erosão abrasiva e em
ângulos próximos de 90 impacto.
MECANISMOS DE DESGASTE

DESGASTE POR CORROSÃO

Remoção de material ou degradação das


propriedades de um metal pela interação química
ou eletroquímica com o meio em que se está
inserido.

Em meio aquoso
Oxidação
Em meios orgânicos
Em metais líquidos
TIPOS DE REVESTIMENTO

Para desgaste por abrasão é recomendado os


carbonetos de tungstênio ou cromo;
Para abrasão e impacto combinados Revestimento a
base de Cobalto e Tungstênio
Para revestimentos resistentes a corrosão os aços
inoxidáveis ou Bronze.
TÉCNICAS ESPECIAIS
TÉCNICAS ESPECIAIS
TÉCNICAS ESPECIAIS
TÉCNICAS ESPECIAIS
METALURGIA DA SOLDAGEM
METALURGIA DA SOLDAGEM
METALURGIA DA SOLDAGEM
METALURGIA DA SOLDAGEM
DIFUSÃO

O aumento na temperatura de um metal ou liga


metálica no estado sólido, implica em uma maior
vibração dos átomos em torno da sua posição de
equilíbrio. Esta vibração proporciona a possibilidade de
uma movimentação atômica no estado sólido, a que se
chama de DIFUSÃO e esta será tanto maior quanto
maior for a temperatura.
Cada átomo, portanto, pode se deslocar de sua
posição inicial de equilibrio por meio de vários
mecanismos como, por exemplo, a troca de posição
com outro átomo.
Role of Hydrogen
DIFUSÃO
A difusão tem particular importância quando átomos de
elementos de liga são segregados em uma certa região de um
material que foi submetido, por exemplo, a resfriamento rápido.
Aquecendo-se o material a temperaturas adequadas haverá a
movimentação dos átomos segregados de forma a se
espalharem mais uniformemente ao longo da liga, permitindo
assim propriedades mais homogêneas. Um exemplo em que
isto ocorre é na soldagem de certo aços inoxidáveis
austeniticos. A temperatura alcançada na zona afetada
termicamente, por ocasião da soldagem, induz a formação de
um composto de carbono e cromo (Cr23C6). Isto impede que os
átomos de Cr fiquem em solução sólida na matriz de Fe,
deixando a zona afetada termicamente vulnerável à corrosão. A
difusão pode ser usada para compensar este problema. No
caso da junta soldada ser convenientemente aquecida, os
átomos de Cr retornam a posição no interior da grão.
NUCLEAÇÃO E CRESCIMENTO DE GRÃOS

No estado líquido os átomos que


constituem os metais não se
dispõem de forma ordenada, isto é,
não possuem estrutura cristalina
que é uma característica dos
metais no estado sólido

Quando um metal no estado líquido, em um processo de


resfriamento lento e contínuo, atinge a temperatura de
solidificação, algumas partículas sólidas, chamadas de
núcleos, começam a se formar. Como a temperatura continua
a ser diminuída, os núcleos formados crescem e novo núcleos
são formados. O crescimento de cada núcleo individualmente
gera partículas sólidas chamada de grãos. (próxima figura)
NUCLEAÇÃO E CRESCIMENTO DE GRÃOS
ENERGIA DE SOLDAGEM

O conceito de energia de soldagem é muito importante no estudo do


aspecto térmico da soldagem. Define-se a energia de soldagem como a
razão entre a quantidade de energia dispendida na soldagem e a
velocidade de avanço da poça de fusão. A velocidade de avanço exprime
o comprimento de solda executado em cada passe na unidade de tempo.
CICLO TÉRMICO E REPARTIÇÃO TÉRMICA

Considere um ponto da junta soldada, definido pela sua distância ao centro da


solda e pela sua posição em relação a espessura. O calor da operação de
soldagem provoca, neste ponto, variações de temperatura (próxima figura)
REPARTIÇÃO TÉRMICA

Analisando todos os pontos, é possível se obter as temperatura máximas


atingidas em função da distância ao centro da solda 0m = f(x) (figura abaixo).
Esta função é a repartição térmica para a reta considerada (no centro da
solda). Estabelecido o regime de soldagem, a repartição térmica mantém a sua
forma ao longo do cordão de solda
CONTROLE NA DILUIÇÃO

Provavelmente, a maior diferença entre a soldagem de


chanfros e deposição de revestimento é que
a diluição frequentemente neste ponto diz respeito ao
revestimento.

A Figura seguinte define que a porcentagem de diluição


é igual ao volume do metal de base fundido (B) dividido
pelo volume depositado mais o volume do metal de
base fundido (A + B) multiplicado por 100.
DILUIÇÃO
DILUIÇÃO
REVESTIMENTO

Existem 3 métodos para pavimentação:

Cladding

Amanteigamento

Revestimento duro
CLADDING

Soldagem de superfície com uma ou mais


camadas para proteger o metal base (por
exemplo, contra a corrosão).
AMANTEIGAMENTO

O desbaste pode ser feito para juntar materiais


com temperaturas diferentes de tratamento de
térmico.
REVESTIMENTOS DURO

Construção de uma superfície especial com


materiais de diferentes propriedades
mecânicas (por exemplo, valores de dureza
elevada) para a resistência ao desgaste.
PROCEDIMENTO PARA SOLDAGEM

DO

FERRO FUNDIDO

SFA 5.8
SFA 5.15
NBR 13 244
PROCEDIMENTO PARA SOLDAGEM

DO

FERRO FUNDIDO

Eletrodo revestido

Oxiacetileno
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Existe a necessidade de analisar os desgastes e


determinar os fatores mais importantes, para assim
elaborar produtos realmente diferentes dos
imitadores e serem sem dúvida mais eficientes.
Os Fatores Mais Importantes na Resistência ao
Desgastes

Baixo Aporte de Calor;


Dureza Superior;
Menor Diluição;
Menor Consumo de Metal de Adição.
Sandro Jardim

Sandro.jardim@schulz.com.br

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