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Sein und Zeit 

 
Einleitung 
Die Exposition der Frage nach dem Sinn von Sein 
Erstes Kapitel 
Notwendigkeit, Struktur und Vorrang der Seinsfrage 
 
§1.  Die  Notwendigkeit  einer  ausdrücklichen  Wiederholung  der  Frage  nach  dem 
Sein. 
1.  ​É  colocado  claramente  um  esquecimento  do  ser  como  diagnóstico  do  tempo  a 
partir  de  Heidegger  da  sua  própria  época.  Além  disso,  a  questão,  como  ele  o  prova 
trazendo  Platão  e  Aristóteles,  não  é  nenhuma  banalidade.  Heidegger  reconduz  essa 
questão  ​enquanto  uma  questão  temática  de  uma  real  investigação  aos  esforços  de 
filósofos  como  Platão  e  Aristóteles.  No  entanto,  esse  mesmo  empreendimento, 
segundo  ele,  ao  longo  da  tradição  sofreu  várias  distorções  e  remodelagens  de  tal 
modo a hoje em dia estar “trivializado”.  
 
2.  ​Heidegger  diz  que  no  próprio  solo  da  pergunta  grega  sobre  o  ser  se  formou  um 
“dogma”.  Qual  é  esse  dogma?  Que  a  pergunta  do  ser é supérflua. Por quê? 1. Porque 
o conceito de ser é o mais ​geral ​e o mais ​vazio. ​Por ser o mais geral,2. ele resiste a toda 
tentativa  de  definição e, além disso, 3. não necessita de uma definição já que cada um 
o  entende  constantemente.  De  tal  modo,  a  partir  desse  dogma,  diz  Heidegger  que  o 
que  era  uma  questão  que  inquietava  o  antigo  filosofar  se  transformou  numa 
obviedade  (Selbstverständlichkeit).  “Für  das  Dogma  über  das  Sein  hat  sich  der 
Verborgenheitscharakter  des  Seins  des  Seienden  und  der  Entbergungscharakter  des 
Denkens verhüllt”.(p28vh) 
 
3.  ​Heidegger  diz  de  saída  que  não  irá  discutir  detalhadamente  os  preconceitos  que 
rondam  a questão do ser, pois estes não são poucos já que tem seu começo na própria 
ontologia  antiga  mesma.  No  entanto,  isso  só  poderá  ser  demonstrado  na  medida  em 
que  se  tiver  disponível  como  fio  condutor a resposta da questão do sentido de ser em 
geral.  Por  isso,  o  que  se  irá  discutir  dos  preconceitos  terá  como  objetivo  uma 
discussão  dos  preconceitos  somente  na  medida  em  que  se  puder  mostrar  sua 
necessidade. 
 
4.  “Das  ‘Sein’  ist  der  ‘allgemeinste’  Begriff.”  O  conceito  de  ser  é  o  mais  geral.  No 
entanto,  diz  Heidegger,  “a  generalidade  do  ser  não  é  a  mesma  da  do  gênero,  na 
medida  em  que  o  ente  se articula conceitualmente segundo gênero e espécie. Ser não 
é  o  mais  geral  por  se  a  região  máxima  de  delimitação  do  ente.  “Die  ‘Allgemeinheit’ 
des  Seins  ‘​übersteigt​’  alle  gattungsmässige  Allgemeinheit”.  A  essa  universalidade, 
generalidade  específica  do  conceito  de  Ser  ​Aristóteles  reconheceu  como  ​Unidade  da 
Analogia  ​e  a  Idade  Média  como  sendo  o  ser  um  ​transcendens.  “Die  Einheit  dieses 
transzendental  ‘Allgemeinen’  gegenüber  der  Mannigfaltigkeit  der  sachhaltigen 
obersten  Gattungsbegriffe  hat  schon  ​Aristóteles  ​als  die  ​Einheit  der  Analogie  ​erkannt”. 
No  entanto,  Heidegger  o  acusa  de  não  ter  apreendido  com  clareza  a  unidade  desse 
contexto  categorial.  E,  apesar  de  ter  discutido  bastante,  o  medievo  também  não 
obteve  logro  em  clarear  esse  conceito  de  ser.  Por  último,  a  questão  chega  a  Hegel, 
onde  o  problema  já  é  de  vez,  segundo  Heidegger,  abandonado  (aus  der  Hand  gibt); 
pois  o  ser,  lá,  é  colocado  no  fundamento  da  sua  ​Logik  ​como  “unbestimmte 
Unmittelbare”  Hegel,  de  alguma  forma,  já  abandonou  a  questão,  no  entanto, 
mantendo-se  ainda  no  solo  da  ontologia  antiga.  Assim,  conclui  Heidegger  “Wenn 
man  demnach  sagt:  ‘Sein’  ist  der  allgemeinste  Begriff,  so  kann  das  nicht  heissen,  er 
ist  der  klarste  und  aller  weiteren  Erörterung  unbedürftig.  ​Der  Begriff des ‘Seins’ ist 
vielmehr der dunkelste.​” 
 
Ón​ (Participio Presente de ​Einai​).  
Ens (​ Participio Presente do infinitivo E ​ sse​).  
“Das  ​ens  ​bedeutet  wie  das  ​ón  das  Seiende  in  der  Bedeutung  von  Sein,  und  zwar  der 
Seiendheit”.  “Aristóteles  und  Thomas  verwenden  in  den  gegebenen  Zitaten  ​ón  und 
ens​ in der Bedeutung des Seins des art- und gattungsmässig gegliederten Seienden”.  
Von  Herrmann  comenta  o  caráter  específico  do  Ser.  Comenta  que  o  próprio 
Aristóteles  já  visualizou  conceitualmente  a  diferença  entre  uma  apreensão  do  ente e 
uma  apreensão  do  ser.  Um ente se articula conceitualmente, segundo Aristóteles, em 
Gênero  e  Espécie.  No  entanto,  isso  faz  parecer  que  a  frase,  do  próprio  Aristóteles, 
que  declara  ser  o  conceito  de  ser  o  mais  geral,  poderia nos levar a pensar que Ser, na 
verdade,  é  a  região  máxima  do  ente,  o  gênero  máximo.  Mas  o  próprio  Aristóteles 
recusa  essa  visão  e  consegue,  vendo  a  diferença  ontológica  que  existe  entre o Ser e o 
Ente, determina o primeiro como Unidade da Analogia. 
“Die  Einheit  des  Seiend  bzw.  des  Seins  in  den  vielfältigen  Weisen  des  Seins  zeight 
sich,  wenn  wir  beachten,  dass  wir  bei  der  Verschiedenheit  etwa  des  Wahrseins,  des 
Wirklickseins  oder  des  Wasseins  und  des  Wiebeschaffenseins  dennoch  ein  Selbiges 
meinen.  In  den  verschiedenen  Bedeutungen  des  Seins liegt eine gewisse einheitliche 
Bedeutung.  Diese  ist  in den vielfältigen Weisen des Seins ein gewisses Gemeinsames 
und  in  diesem  Sinne  eine  Allgemeinheit,  die  Allgemeinheit  des  Seins,  die  in  den 
vielfältigen Weisen des Seins (des Seiend) liegt.” 
“Hier  stellt  sich  nun  die  Frage,  welchen  Charakter  dieses  Gemeinsame  des  selben  Seins  in 
allen  Bedeutungen  des  Seins  hat?”  Uma  comunidade  tal  como  a  de  gênero  e  espécie? 
Ou uma específica, diversa? p35 
“Hat  das  Gemeinsame  des  Seiend  in  den  vielfältigen  Bedeutungen  des  Seiend  den 
Charakter einer Gattung, der obersten Gattung?” 
Já  que  a  unidade  pertence  a  universilidade,  poderia  se  perguntar  se  os  diferentes 
significados  comuns  do  ente,  o mesmo e o indeterminado ente é a unidade do gênero 
mais  alto.  Nesse  caso  poderia  se  ganhar  o  conceito  de  gênero  do  ser  a  partir  do 
caminho  de  uma  extração  dos  diferentes  sentidos  do  ser.  No  entanto,  diz  Von 
Herrmann,  esse  caminho  é  rejeitado  por  Aristóteles.  Antes,  porém,  de  falar  que  o 
conceito  de  ser  não  tem  o  caráter  de  gênero  que é observado nos entes, i.e., a relação 
que  estes  têm  de  gênero  com  suas espécies, é preciso esclarecer que tipo de relação é 
essa que é notada nos ente.  
“​Eine  Gattung  ist  dasjenige  Allgemeine  und  Gemeinsame,  das  sich  durch  bestimmte 
hinzukommende  Unterschiede  in  Arten  gliedern  lässt”​.  Exemplo:  Ser  vivo  é  gênero  das 
seguintes  espécies:  Plantas,  Animais  e  Humanos.  No  entanto,  se  o  conceito  de 
gênero  já  guardasse  as  diferenças  específicas  presentes  nos  diferentes  tipos de entes 
que  podem  ser  reunidos  naquele  gênero,  este  já  não  mais  seria  um  gênero  de 
diferentes  espécies.  “Der  Sachgehalt  der  Gattung  notwendig  frei  ist  vom  Sachgehalt 
der  artbildenden  Unterschiede”  A  partir  disso,  o  Von  Herrmann  avalia  se  se  pode 
pensar  o  ser  desta  maneira.  Ele  nota,  com  isso,  que  o  Ser  não  pode  ser  gênero  de 
espécies.  Pois,  se  formos  pensar  o  Ser  como  um  gênero,  ele  teria  que  não  incluir  as 
diferenças  específicas  das  diferentes  espécies  que  conteriam  o  gênero.  Mas  quando 
observamos  que  o  “como  é  constituído  (Wiebeschaffensein)”  e  o  “Que  é(Wassein)” 
ambos  já  são  e  no  conceito  de  ser  já  está  inserido  isso,  vemos  que  a  relação  que 
guardam  entre  si  gênero  e  espécie  não  consegue  apreender  a  unidade  do  signficado 
de  ser  frente a multiplicidade de suas significações. No entanto, diz ele, “Doch dieser 
Beweis  des  nichtgattungsmässigen  Charakter  der  Allgemeinheit  und  Einheit  des 
Seins  sagt  nur,  welchen  Charakter  die  Allgemeinheit  und  Einheit  des  Seins  nicht 
hat”. Ou seja, até agora foi dito apenas o que essa unidade do ser não é. 
 
5.  Fünfte  Absatz. ​“Der Begriff ‘Sein’ ist undefinierbar. Dies schloss man aus seiner 
höchsten Allgemeinheit” 
Para  Heidegger,  na  medida  em que a definição se faz por gênero próximo e diferença 
específica,  o ser, em sua máxima universalidade, generalidade, é indefinível. Mas isso 
não  quer  dizer  que  o  Ser  seja  algo  inapreensível.  Diz  muito  mais  que  o  modo  de 
apreensão  conceitual  utilizado  nos  entes  é  incapaz  de  apreender  o  ser.  Isso  só  quer 
dizer que o Ser não é nada de ente e que exige uma abordagem que lhe seja adequada, 
específica.  “​Die  Einsicht  in  die  Undefinierbarkeit  des  Seins  befreit  das  Denken  nicht  von 
der  Aufgabe,  es zu bestimmen, sondern fordert es vielmehr auf, nach einem weg Ausschau zu 
halten,  auf  dem  nach  dem  Sein  als  solchem  in  seinem  Sichunterscheiden  vom  Seienden 
gefragt werden, auf dem das Sein als Sein diesseits der Definition bestimmt werden kann.” 
 
6.  “Das  ‘Sein  ist  der  selbsverständliche  Begriff.”  Todo  mundo  entende  o  que  ser 
sem  nenhuma  explicação,  no  entanto,  carecemos  do  sentido  de  ser.  Para  Heidegger 
isso  quer  dizer  que  um  enigma  a  priori  está  se  inserindo  a  cada vez que fazemos uso 
dele  na  medida  em  que  não  sabemos  qual  seu  sentido.  “​Dass  wir  je  schon  in  einem 
Seinsverständnis  leben  un  der  Sinn  von  Sein  zugleich  in  Dunkel  gehüllt  ist,  beweist  die 
grundsätzliche Notwendigkeit, die Frage nach dem Sinn von ‘Sein’ zu wiederholen​”. 
 
7.  ​Heidegger  atenta  para  o  procedimento  duvidoso  de  apelar  para  evidências,  coisas 
óbvias,  pois  “Die  geheimen  Urteile  der  gemeinen  Vernunft,  ausdrückliches  Thema 
der Analytik werden und bleiben soll” 
 
8.  ​Discutidos  os  três  preconceitos,  vemos  que  não  somente  à  questão  falta  uma 
resposta,  mas  a  própria  pergunta  está  obscura  (dunkel)  e  sem  direção  (richtungslos). 
Portanto  “Die  Seinsfrage  wiederholen  besagt  daher:  erst  einmal  die  Fragestellung 
zureichend ausarbeiten”. 
 
 
§2. Die formale Struktur der Frage nach dem Sein 
 
1.  ​A  pergunta  pelo  sentido  de  ser  ​deve  ​ser  colocada.  Para  Heidegger,  esta  é  a 
pergunta  fundamental  e,  por  isso  merece  uma  clareza  adequada  ao  estatuto  que  ela 
desempenha  nessa  obra.  Assim,  nesse  parágrafo  será  discutido  1.  o  que  pertence  a 
uma pergunta para 2. poder tornar visível o caráter distinto desse questionamento. 
2.1  ​Toda  questionar  é  um  buscar.  E  esse  buscar  retira  sua  direção prévia daquilo que 
se  busca.  Questionar  é  um  buscar  ciente  naquilo  ​que  ​o  ente  é  e  ​como  ​ele  é.  A  busca 
ciente  pode  se  tornar  uma Investigação quando ela determina de maneira libertadora 
o que é questionado. 
Todo  questionamento  tem  seu  ​questionado.  ​E  todo  questionar  é  questionar  acerca 
de...  ,  um  questionar  sobre…  Assim,  pertence  também  ao  questionar  um  “interrogar 
acerca  de…”  .  No  questionar  investigador e especificamente teorético, diz Heidegger, 
o  questionado  terá  que  ser  determinado  e  apreendido  conceitualmente.  Assim,  no 
questionado pertence o Perguntado, aquilo em que o questionar atinge seu objetivo. 
“​Das  Fragen  selbst  hat  als  Verhalten  eines  Seienden,  des  Fragers,  einen  eigenen  Charakter 
des  Seins”​.  Passagem  importante  na  medida  em  que  determina  o  questionar  como 
comportamento  ​de  um  ente  e,  por  conseguinte,  carregando  o  ser  desse  ente  que 
pergunta.  Heidegger  também  coloca  a  existência  de  dois  tipos  de  questionar  o 
“simples  questionar”  ou  a  “colocação  explícita  da  pergunta”;  para  ele  é  esta  última 
que  será  escolhida  e  a  especificidade  desse  tipo  de  questionamento  é  que  todos  os 
caracters constitutivos do questionar serão tornados transparentes. 
-- 
 
“Das  erste  formale  Strukturmoment  einer  jeden  Frage  ist  nunmehr  im  Blick  auf  die 
positiv-wissenschaftlichen  Fragen  gewonnen:  jedes  Fragen  ist  als  Fragen-nach  in 
sich  abzielend  auf  sein  “Gefragtes”.  Das  Gefragte  ist  das  intentionale  Korrelat  des 
intentional verfassten Fragens” 
“Um  aber  nach  etwas  fragen  zu  können,  muss  ich  bei  etwas  anfragen.  ...Der 
Botaniker  fragt  z.B.  bei  einem  bestimmten  Landschaftsgebiet  an,  ob  in  ihm  eine 
bestimmte  Pflanzenart  wächst..  …  Das,  wobei  der  Wissenschaftler  anfragt,  wenn  er 
nach etwas fragt, ist als formales Strukturmoment das ‘Befragte’”.  
 
3. Absatz  
Heidegger  diz  que,  se  formos  colocar a questão do sentido de ser, então conosco está 
a  necessidade  de  colocar,  percorrer  e  discutir  a  questão  do  sentido  de  ser  quanto  a 
seus momentos constitutivos/estruturais. 
 
4.Absatz 
 
Como  foi  dito,  enquanto  busca  a  questão  do  ser  tem  que  retirar  seu  fio  condutor 
prévio,  sua  direção  prévia  daquilo  de  que  busca.  Por  isso  “​Der  Sinn  von  Sein  muss  uns 
daher  schon  in  gewisser  Weise  verfügbar  sein”​.  Mas  já  foi  falado  que  nos  movemos 
sempre  em  uma  compreensão  de  ser,  então  ele  está  disponível.  Então  é  dessa 
compreensão  mediana  em  que  nos  movemos  que  surge,  cresce  a  pergunta  pelo 
sentido  de  ser  e  a  tendência  para  seu  conceito.  Heidegger  coloca  essa direção prévia 
no  fato  da  precompreensão  de  ser  que  todos  nós  temos  ​“Wir  kennen  nicht  einmal  den 
Horizont,  aus  dem  her  wir  den  Sinn  fassen  und  fixieren  sollten.  Dieses  durchsnittliche  und 
vage Seinsverständnis ist ein Faktum” 
VH-  “​Das  ‘immer  schon’  bedeutet  dasselbe  wie  ‘vorgängig’  und  nennt  das  Apriori.  Das 
unausdrückliche  Seinsverständnis,  in  welchem  wir  uns  apriori  bewegen,  ermöglicht  unser 
Verhalten zu Seiendem”​. 

1
​ Buscar / ​Fragen - ​Questionar / e
​Suchen = ​ rkennende Suchen - ​busca ciente / ​Untersuchen -​
​ uestionar / ​Befragtes -​ Interrogado / ​Erfragtes ​- Perguntado.
investigar / ​Gefragtes - Q
“​Das  unausdrückliche  Seinsverständnis  ist  durchschnittlich,  weil  alle  Unterschiede  im  Sein 
eingeebnet  sind;  es  ist  vage,  weil  es  hinsichtlich  der  Unterschiede  und  der  Bedeutung 
unbestimmt und unbegriffen ist.” 
 
5.  Heidegger  diz  que  essa  compreensão  implícita,  vaga  e  mediana  de  ser  é  um  fato, 
um  fenômeno  positivo  que  só  poderá  ser  esclarecido  quando  for  conquistado  o 
conceito  de  ser  que  servirá  como  seu  fio  condutor.  Aí  será  demonstrado  que  tipo  de 
encobrimento,  escurecimento,  velamento  repousa  nessa  compreensão  vaga  e 
mediana  de  ser  que  nos  constitui.  Aqui  já  se  tem  o  fio  condutor  de  onde  a  busca 
retira a direção do que busca: a compreensão vaga e mediana de ser. 
 
6.  ​Esse  encobrimento  que  pertence  a  compreensão  vaga  e  mediana  de  ser  pode  ser 
reforçado  mais  ainda  por  teorias  e  doutrinas  tradicionais,  de  tal  modo  que  essas 
teorias  podem  ser  o  motivo  de  permanência  do  encobrimento  dessa compreensão de 
ser.  Ou  seja,  as  teorias  tradicionais  interpretam  ser,  nos  legam  um  conceito,  nos 
legam  o  que  ele  é, no entanto, só como aparência e, por isso, fornecem o fio condutor 
mas um fio condutor que sempre nos mantém longe. 
 
7.  ​O  ​questionado  ​da  questão  do  ser  é  o  ​Ser.  ​O  ser  é  aquilo  que  1.  Determina  o  ente 
enquanto  ente  e  2.  “O  em  vista  do  que”  o  ente  em  qualquer  discussão  já  está  sendo 
compreendido.  Heidegger  aqui  também  coloca  o  primeiro  passo  para  se 
compreender  a  problemática,  a  saber,  não  compreender  o  ser  como  um  ente.  E, 
justamente  por  não  ser  nenhum  ente,  exige  uma  maneira  de  demonstração  distinta 
da  que  é  usada  nos  entes.  Portanto, o ​perguntado​, ​o sentido de ser​, deve ser apreendido 
de modo contrário a apreensão conceitual própria a dos entes. 
“Das  ‘Gefragte’  in  der  Fundamentalfrage  ist  das  ‘Sein’.  Aber  es  soll  ja  nicht  nur 
überhaupt  und  allgemein  nach  dem  Sein  gefragt werden, sondern unter der Hinsicht 
seines  Sinnes”.p59  Ou  seja,  a  perspectiva  em  virtude  da  qual  o  questionado  será 
perguntado  determinará  o  sentido  da  investigação.  “In  der  Fundamentalfrage ist der 
Sinn  von  Sein  die  Hinsicht,  in  der  nach  dem  Sein  gefragt  wird.  Das  Sein  ist  das 
Gefragte, sein ‘Sinn’ ist das eigentlich ‘Erfragte’”. 
Em  seguida  o  Von  Herrmann  comenta  duas  indicações  que  Heidegger  dá  acerca  da 
relação  do  Ser,  que  é  sempre  ser  de  um ente, com o próprio ente: “​Der Bezug des Seins 
zum  Seienden  wird  formal  angezeigt  als  ein  Bestimmen.  Sein  steht  zum  Seienden  in  einem 
Bezug  des  Bestimmens,  das  Seiende  steht  zum Sein in einem Bezug des Bestimmtwerdens als 
Seiendes.” 
 
 
8.  ​Na  medida  em  que  o  ser  constitui  o  questionado  e  ser  sempre  se  diz  de  um  ente, 
quem  será  ​perguntado  será  o  próprio  ente.  “Dieses  wird  gleichsam  auf  sein  Sein  hin 
abgefragt”.  Mas  uma  vez  é  reclamado  o  asseguramento  do  modo de acesso para que 
o  ente  apareça,  ​em  seu  ser,  ​tal  como ele é e se mostra ​em si mesmo e ​a partir de si mesmo. 
“Die  Seinsfrage  verlangt  im Hinblick auf ihr Befragtes die Gewinnung und vorherige 
Sicherung der rechten Zugangsart zum Seienden”.  
No  entanto,  qual  ente  será  esse,  dado  que  se  diz  ente  de  tudo  que  se  diz?  “​An 
Welchem  Seienden  soll  der  Sinn  von  Sein  abgelesen  werden,  von  welchem  Seienden  soll  die 
Erschliessung  des  Seins  ihren  Ausgang  nehmen?​”.  Será,  diz  ele,  que  algum  ente  tem  um 
primado de abertura ao ser? 
pag 70 von herrmann 
Uma  discussão  a  respeito  do  fenômeno  fundamental  da  abertura  (​Erschlossenheit2) 
suscitada  pela  nota  de  Heidegger  que  pertence  ao  contexto  da  mudança  do  plano  de 
reflexão  da  obra  de  Ser  e  Tempo.  “Das  Verstehen  sowohl  wie  die  Verst¨ndlichkeit 
haben  ihr  Wesen  in  und  aus  dem,  was  Heidegger  die  Erschlossenheit  nennt”.  A 
compreensão,  no  entanto,  tem  o  caráter  de  realização  da  existência.  Esta,  a 
existência,  é  o  distinto  ser  do  dasein  frente  aos  diversos  entes  e  possui  uma  triplíce 
estrutura  (​drei  konstitutive  Strukturen​):  1.  ​Geworfenheit  ​(Lançado),  2.  ​Entwurf  ​(Projeto) e 
3.  ​das  besorgende  Sein  beim  Seiende  ​(ser  ocupado  junto  aos  entes).  “​Als 
geworfen-entworfene  Erschlossenheit  von  Sein  als  Verstehenshorizont  auf  und  lässt  für  den 
besorgenden  Umgang  mit  Seiendem  dieses  aus  dem  horizontal  erschlossenen  Sein  allerst als 
das Seiende begegnen.​” 
 
9.  ​Heidegger  diz  que  já  que  a  pergunta  do  ser  será  realizada  em  sua  total 
transparência,  ela  exige  uma  explicação  do  modo  de  visualização  do  ser,  da  sua 
compreensão,  da  apreensão  conceitual  de  seu  sentido,  a  preparação  da possibilidade 
da  escolha  correta  do  ente exemplar e a elaboração correta do tipo de acesso genuíno 
a  esse  ente.  Todas  estas  exigências  na  verdade  são  jeitos  de  ser  do  ente  que  existe, 
isto  quer  dizer  que,  “Ausarbeitung  der  Seinsfrage  besagt  demnach: 
Durchsichtigmachen  eines  Seienden  -  des  fragenden  -  in  seinem  Sein…  Die 
ausdrückliche und durchsichtige Fragestellung nach dem Sinn von Sein verlangt eine 
vorgängige  angemessene  Explikation  eines  Seienden  (Dasein)  hinsichtlich  seines 
Seins”. 
  “​Die  Seinsfrage  kann  nur  in  voller  Durchsichtigkeit  ihrer  selbst ausgearbeitet werden, wenn 
dafür das die Seinsfrage fragende Seiende selbst in seinem Sein durchsichtig gemacht wird”​. 
 
10.  “Die  drei  letzten  Absätze  des  §2  setzen  sich  mit einem Einwand auseinander, 
der  sich  gegen  den  jetzt  gewonnenen  Ansatz  und Ausgang der Seinsfrage richtet. 
(...)  Der  Einwand  bemerkt,  dass  die  angekündigte  Vorgehensweise  den  Charakter 
eines Kreisganges hat”. 
A  objeção  do  círculo  consiste,  segundo  o  parágrafo  gramatical,  no seguinte. Foi dito 
que  o  ser-aí  é  determinado  por  uma  compreensão  ​vaga  ​e  ​mediana  ​de  ser,  isto  é,  ele é 
constituído  por  uma  compreensão  de  que não é nunca colocada de modo temático de 
tal  modo  a  dispormos  de  um  conceito  de  ser.  No  entanto,  a  questão  do  ser  pega  seu 
fio  condutor  justamente  dessa  compreensão  vaga  e  mediana  de  ser  e,  a  partir  disso, 
torna  tema  de  uma  investigação  essa  compreensão  vaga  e  mediana  de  ser.  O 
questionar,  apreender  conceitualmente,  visualizar,  garantir  o  modo  de  acesso, trazer 
conceitualmente  o  sentido  de  ser,  no  entanto,  são  modos  de  ser  do  ser-aí.  Assim,  a 
configuração  da  questão  do ser assume uma tal configuração que, para que possamos 
apreender  conceitualmente o sentido de ser em geral, primeiro precisamos apreender 
conceitualmente  o ser desse ente que compreende e conceitua o ser. No entanto, para 
que  façamos  isso,  utilizamos  já  de  antemão  o  conceito  de  ser.  Mas isso é justamente 
o  que  estamos  querendo procurar! A resposta de Heidegger quanto a essa objeção é a 
seguinte  “​Formale  Einwände,  wie  die  im  Bezirk  der  Prinzipenforschung  jederzeit  leicht 
anzuführende  Argumentation  auf  den  Zirkel  im  Beweis,  sind  bei Erwägungen über konkrete 

2
​die Erschliessung​ = a abertura, o descobrimento. ​erschliessen =
​ abrir. ​erschlossen ​= aberto.
Erschlossenheit =​ estado de aberto, estar-aberto, aberturidade(?)
aufschliessen ​= abrir. die ​Aufschliessung =
​ abertura
Wege  des  Untersuchens  immer  steril.  Für  das  Sachverständnis  tragen  sie  nichts  aus  und 
hemmen das Vordringen in das Feld der Untersuchung”. 
 
Von  Herrmann  comenta:  “​Der  Argumentation  in  diesem  streng  logischen  Sinne  steht  die 
phänomenologische  Sacherschliessung  (‘Sachverständnis’)  gegenüber,  die  sich  nicht  von 
logischen Argumenten, sondern von den sichzeigenden Sachen leiten lässt.” 
 
11.  ​Outra  resposta.  Toda  vez  que  determinamos  o  ente,  usamos  o  ser  dizendo  o  que 
tal  ente  é.  No  entanto,  tiramos  essa  compreensão  de  ser  da  compreensão  vaga  e 
mediana  de  ser  que  nos  constitui  e  não  de  um  conceito  do  sentido  de  ser  como  algo 
disponível.  Caso  não  pudessemos  usar  essa  compreensão  não-conceitual  de  ser, 
nenhuma  ontologia  até  agora  teria  existido.  (“Wäre  dem  nicht  so,  dann  könnte  es 
ontologische  Erkenntnis  geben,  deren  faktischen  Bestand  man  wohl  nicht  leugnen 
wird”).  E,  por  fim,  diz  ele  “Ein  ‘Zirkel  im  Beweis’  kann  in  der  Fragestellung  nach 
dem  Sinn  des  Seins  überhaupt  nicht  liegen,  weil  es  in  der  Beantwortung  der  Frage 
nicht  um  eine  ableitende  Begründung,  sondern  um  aufweisende  Grund-Freilegung 
geht”. 
 
Von  Herrmann  comenta:  “Denn  die  Antwort  auf  die  Frage  nach  dem  Sinn  von  Sein 
überhaupt  wird  gar  nicht  auf  dem  Wege  einer  aus  Grundsätzen  ‘ableitenden 
Begründung’,  sondern  auf  dem  Wege  der  ‘aufweisenden  Grund-Freilegung  gesucht. 
Mit  der  ableitenden  Begründung  ist  die  logische  Methode  innerhalb  der 
Prinzipienforschung  gemeint.  Die  aufweisende  Grund-Freilegung  ist demgegenüber 
die  Kennzeichnung  der  phänomenologischen  Methode.  ‘Aufweisende 
Grund-Freilegung’  heisst:  das  Dasein  in  seinem  Sein  so  bestimmen,  dass  dieses sich 
zeigt  als  der  Grund, auf dem und aus dem der gesuchte Sinn von Sein überhaupt zum 
Aufweis gebracht werden kann” 
 
12. 
 
 
§3. Der ontologische Vorrang der Seinsfrage 
 
1.  ​Heidegger  diz  que  após  desenvolver  a  estrutura  formal  da  questão  do  ser, 
evidenciou-se  que  essa  questão  necessita  de  uma  série  de  considerações 
fundamentais,  a  saber,  o  ente  a  ser  escolhido,  o  acesso  a  esse  ente  e  o 
desenvolvimento  dos  existenciais  desse  ente.  No  entanto,  a  questão  só  terá 
legitimada  sua  honra  quando  se  delimitar  suficientemente  sua  função (​Funktion​), seu 
propósito (​Absicht​) e seus motivos (​Motive​) 
2.  ​Heidegger  destaca  que  até  agora  a  questão  o  ser foi desenvolvida e colocada como 
necessitada  de  uma  recolocação devido a ​dignidade de sua proveniência ​e ​a falta de uma 
resposta  adequada  ou  até  mesmo  de  uma  ​colocação  suficiente  da  questão​.  No  entanto, 
ainda  se  pode  perguntar,  diz  Heidegger:  “wozu  diese  Frage  dienen  soll”.  Para 
Heidegger,  essa  pergunta,  em  relação  a  filosofia  é  a  pergunta  mais  principial  e 
concreta.  (“​Die  prinzipiellste,  weil  die  grundsätzlichste,  die  konkreteste,  weil  alle  sonstigen 
konkreten philosophischen und wissenschaftlichen Fragen und Antworten ermöglichend.”​) 
 
Von Herrmann nos fornece um resumo do que será tratado nesse parágrafo: 
 
“Diese  These  soll  sich  im  §3  dadurch  bewahrheiten,  dass  gezeigt  wird,  wie  positive 
Wissenschaften  ihre  eigene  Grundlegung  nur  begrenzt  durch  ihre  eigene 
Grundlagenforschung  erfahren,  wie  eine  echte  Grundlegung  nur  durch  die 
Philosophie  als  Ontologie,  und  zwar  als  regionale Ontologie erfolgen kann, wie aber 
die  regionalen  Ontologien  nur  dann  die  positiven  Wissenschaften  in  echter  Weise 
grundlegen  können,  wenn sie ihrerseits durch die Frage nach dem Sinn von Sein ihre 
Grundlegung  erhalten.  Im  §3  geht  es  also  darum,  die  sachlich-wissenschaftliche 
Auszeichnung (Vorrang) der Seinsfrage darzutun” 
 
3.  ​Ser  é  sempre  ser  dos  entes.  O  todo  dos  entes  pode  ser  campo  para  liberação  e 
definição  em  determinados  âmbito  de  objetos.  Para Heidegger, as ciências positivas 
fazem  o  primeiro  levantamento  e  fixação  desses âmbito de objetos, no entanto, “naiv 
und  roh”.  Por  quê?  Porque  a  elaboração  desse  âmbito  de  objetos  já  é  precedida  pela 
experiência  précientífica  que  já  articula  os  entes  em  determinados  âmbitos  de 
objetos.  (“Die  Ausarbeitung  des  Gebietes  in  seinen  Grundstrukturen  ist  in  gewisser 
Weise  schon  geleistet  durch  die  vorwissenschaftliche  Erfarung  und  Auslegung  des 
Seinsbezirkes,  in  dem  das  Sachgebiet  selbst  begrenzt  wird.”).  Assim,  na  verdade,  o 
que  realiza  a  primeira  delimitação  dos  entes  em  âmbitos  de  objetos  é  a 
précompreensão  que  já  articula  o  todo  dos  entes  segundo  determinados  setores  de 
ser  já  articulados  e  daí  a  ciência  só  faz  trabalhar  em  cima  disso  sem  se perguntar de 
onde veio essa précompreensão.  
“Damit  ist  angedeutet,  dass  jene  Freilegung  und  Umgrezung  der  seienden 
Sachgebiete  nicht  allein  und  nicht  primär  die  Aufgabe der positiven Wissenschaften 
selbst ist”. 
“Die  wissenschaftliche  Hebung  und  Umgrezung  der Sachgebiete beginnt nicht beim 
Punkte  Null,  sondern  greift  selbst  auf  diese  Vorarbeit  der  vorwissenschaftlichen 
Erfahrung und Auslegung zurück” 

 
Grundstrukturen  =  Strukturen  der  Grundverfassung  des  Jeweiligen  Sachgebietes  = 
Jeweilige  Seinsverfassung  eines  Sachgebietes  ->  Grundbegriffen  einer  Wissenschaft 
erfasst 
6.  “Grundbegriffe  sind  die  Bestimmungen,  in  denen  das  allen  thematischen 
Gegenständen  einer  Wissenschaft zugrundeliegende Sachgebiet zum vorgängigen 
und alle positive Untersuchung führenden Verständnis kommt”.  
 
“Conceitos  fundamentais  são  determinações  em  que  o  âmbito  de  objetos,  que 
serve  de  base  a  todos  os  objetos  temáticos  de  uma  ciência,  é  compreendido 
previamente de modo a guiar todas as pesquisas positivas” 
 
No  entanto,  a  legitimação  e  fundamentação  desses  conceitos  são  resultados  de  uma 
correspondente  investigação  desse  âmbito  de  objetos.  “Na  medida  em  que  esse 
âmbito  é  conquistado  do  setor  do  ente,  isso  significa  que  tal  antecipamento  e 
pesquisa  dos  conceitos  fundamentais  nada  mais  é  do  que  uma  interpretação  do  ente 
em  sua  constituição  fundamental de ser.” Para Heidegger, o que se dá é o seguinte. A 
ciência  tematiza  os  objetos  e  o  classifica  em  determinado  âmbito  de objetos criando 
conceitos  fundamentais  que  guiarão  todas  as  pesquisas  positivas  e  isso  nada  mais  é 
do  que  interpretar o ente na constituição fundamental de seu ser, tarefa da ontologia. 
“​Solche Forschung muss den positiven Wissenschaften vorauslaufen”​. 
 
Segundo  a  interpretação  de  Von  Herrmann.  Heidegger  está  dizendo  que  as  ciências 
positivas  tematizam  cada  uma  um  objeto  que  já  foi  interpretado  pela  compreensão 
précientífica  em  âmbito  de  objetos.  Esses  âmbito  de  objetos  vêm  a  compreensão  e 
guiam uma ciência particular através da formação de conceitos fundamentais que são 
elaborados  por  meio  de  uma  volta  a  compreensão  que  temos  daqueles  objetos.  No 
entanto,  há  algo  que  precede  essa  formação  dos  conceitos  fundamentais  e  que  é 
condição  de  possibilidade  da  formação  de  conceitos  fundamentais,  a  saber,  a 
interpretação  précientífica  da  constituição  de  ser  do  ente  que  é  feita  através  dessa 
pré compreensão que é um fato. 
 
7.  ​No  entanto,  para  que  tenhamos  clareza  dessa  compreensão  de  ser  prévia que abre 
e  define  um  âmbito  de  objetos,  é  necessário  ter  um  fio  condutor.  Para  Heidegger,  o 
questionar  ontológico  é  mais  originário  que  as  questões  das  ciências  positivas.  No 
entanto,  qualquer  ontologie  que  se  coloque  a  tarefa  de  fazer  uma  genealogia  dos 
tipos  possíveis  de  ser  e  não  esclareça  o  qual  é o sentido de ser, permanecerá ingênua 
e crua. 
 
 
   
§ 4. Der ontische Vorrang der Seinsfrage 
 
1.  ​Heidegger  aqui  está  tratando  do  primado  ôntico  da  pergunta pelo ser. Ele começa 
dando  uma  definição  da ciência haurida de Husserl. Para este, a ciência é “das Ganze 
eines  Begründungzusammenhanges  wahrer  Sätze”.  No  entanto,  a  crítica  de 
Heidegger  é  a seguinte 1. essa definição não é ​completa (vollständig), 2. nem alcança a 
ciência  no  seu sentido. Ciência, na verdade, é um comportamento do homem e, posto 
isso,  tem  o  mesmo  modo  de  ser  desse  ente  que  é  o  homem.  E,  além  disso,  a  ciência 
não  é,  dentre  os  modos  de  ser,  jeitos  de  ser,  maneiras  de  ser  desse  ente  que 
apreendemos  como  Dasein,  o  mais  próximo.  É,  na  verdade,  sempre  uma 
ultrapassagem  da  maneira  em  que  o  ser-aí  de  início  e  na  maioria  das  vezes  se 
encontra. 
“​Wenn  die  Wissenschaft  überhaupt  als  Verhaltung  des  Daseins  bestimmt  werden  soll  als 
eine  Seinsart  des  Seins  des  Daseins, dann sucht eine solche Bestimmung nicht den logischen, 
sondern  den  phänomenologisch-existenzialen  Wissenschaftsbegriff.  Dieser heisst existenzial, 
weil  das  Sein  des  Daseins  Existenz  genannt  werden  wird.  Phänomenologisch  ist  der 
existenziale  Begriff,  weil  die  Methode  in  dieser  existenzialen  Bestimmung  die 
phänomenologische ist​”. 
 
2.  ​“D
​ ie  vorgreifende  Erörterung  der  Auszeichnung  des  Daseins  beginnt  im  zweiten  Absatz 
so,  dass  in  vier  aufeinanderfolgenden  und  ineinandergreifenden  Sätzen die formale Struktur 
des  Seins  des  Daseins  sichtbar  gemacht  wird.  Das  so  strukturierte  Sein wird dann im vierten 
Absatz als Existenz bezeichnet​”.  
 
“Das  Dasein  ist  ein  Seiendes,  das  nicht  nur  unter  anderem  Seienden  vorkommt”  - O 
que essa sentença está querendo dizer é que o ser-aí não é como um ente entre outros 
que  ocorre.  Ele  possui  uma  distinção,  um  caráter  distinto  frente  a esses outros entes 
que  impossibilita  que  ele  seja  contado  como  um  ente  entre  outros.  O  que  logo  na 
frase seguinte será evidenciado. 
 
“Es  ist  vielmehr  dadurch  ontisch  ausgezeichnet,  dass  es  diesem  Seienden  in  seinem 
Sein  um  dieses  Sein  selbst  geht.”  -  Ou seja, a distinção ôntica do Dasein que faz com 
que  ele  não  possa  ser  contado  como  um  ente  ao lado de outros é ser de tal forma que 
a  esse  ente  o  seu  ser  lhe  concerne  na  medida  em  que  é.  Ou  em  outras  palavras,  este 
ente  é  de  tal  maneira  que  sendo,  sempre  tem  o  próprio  ser  em  jogo.  Von  Herrmann 
explica  esse  “gehen  um”  através  do  caráter  de  tarefa  que  o  ser  do  Dasein  é 
constituído:  “​Die  Wendung  ‘es  geht  mir  um  etwas’  kennen  wir  aus  der  natürlichen,  der 
gewöhnlichen  Sprache.  Geht  es  mir um eine bestimmte Angelegenheit, die ich verfolge, dann 
lasse  ich  sie  mir  anlegen  sein,  dann  kümmere  ich  mich  um  sie,  trage  ich  für  sie  Sorge.  Das, 
worum  es  mir  geht,  ist  eine  Aufgabe,  um  dere  Erledigung  ich  bemüht  bin.  Heisst  es  nun  in 
der  ersten  positiven  Kennzeichnung  der  Grundstruktur  des  Seins des Dasein: ich bin so, dass 
es  mir  in  meinem  Sein  um  mein  Sein  geht,  dann  ist  nicht  dieses  oder  jenes,  sondern  mein 
eigenes  Sein  die von mir zu vollbringende Aufgabe. Mein eigenes Sein ist so verfasst, dass ich 
mich  um  es  selbst  bekümmere,  dass  ich  Sorge  trage  für  es.  Das  Sein  des  Daseins,  das  ich 
selbst  bin,  ist  als  dieser  Aufgabe-Charakter  verfasst  nich  es  so,  dass  ich  bin,  wirklich bin, un 
dass  es  mir  ausserdem  auch  noch  um  mein  eigenes  Sein  geht,  vielmehr  besteht  meine 
eigentümliche Wirklichkeitsweise allein darin, dass es mir in meinem um dieses selbst geht”. 
 
“Zu  dieser  Seinsverfassung  des  Daseins  gehört  aber  dann,  dass  es  in  seinem  Sein  zu 
diesem  Sein  ein  Seinsverhältnis  hat”.  Não  somente  lhe  concerne  o  seu  ser  como 
sendo  seu,  mas  a  relação  que  tem  como  esse  próprio  ser  seu  na  medida  em  que  o 
realiza,  o  perfaz  como  tarefa  a  cada  vez  que  é,  explícita  ou  implicitamente,  sempre 
guarda uma relação de ser com seu próprio ser.  
 
“Und  dies  wiederum  besagt:  Dasein  versteht  sich  in  irgendeiner  Weise  und 
Ausdrücklichkeit  in  seinem  Sein.”  -  Ou  seja,  na  medida  em  que  esse  ente  é 
onticamente  distinto  de  outros  por  ter,  na  medida  em  que  é, seu próprio ser em jogo 
e,  nessa  não  indiferença  que  constitui  o  ser-aí  para  com  seu ser guardar uma relação 
de  ser  com  o  seu  próprio  ser,  faz  com  que  Heidegger  diga  que  de  alguma  maneira  e 
com  algum  grau  de  explicitude  o  ser-aí  se  compreende  em  seu  ser,  guarda  uma 
compreensão de si. 
“Dass  ​mit und ​durch ​sein Sein dieses ihm selbst erschlossen ist” - O ser-aí que tem o 
seu  próprio  ser  em  jogo na medida em que é sendo a relação de ser com o próprio ser 
pertence  a  ele  que  ele  é  com  e  através  do  seu  ser  este  ser  aberto  a  si  mesmo. 
“Pertence  ao  ser-aí  que  ele  é  aberto  ​com  ​e  ​através  ​do  seu  ser  a  si  mesmo.  Von 
Herrmann  liga  o  “com”  (mit)  com  o  estado  de  lançado  na  abertura  do  ser  que  todo 
ser-aí  é  enquanto  é.  E  com  o  “através”  (durch)  ele  liga  o  modo  de  ser  projetivo 
constitutivo do dasein. Vejamos uma explicação dele 
“​Die  Perfekt-Passiv-Bedeutung  in  “Geworfenheit”  besagt  ontologisch,  dass  das 
Geworfenwerden  eine  ‘Bewegung’  im  Sein  ist,  die solange geschieht, wie das Dasein ‘ist’. Als 
solche  geschieht  sie  so,  dass  sie  dem  aufschliessenden  Verhalten  des  Dasein  immer  schon 
voraufgeht.  Die  Präsens-Aktiv-Bedeutung  des  ‘Entwerfens’  besagt  ontologisch,  dass sich das 
Dasein  als  je  schon  in  der  Wurfbewegung  der  Geworfenheit  faktisch  erschlossen 
entwerfend-aufschliessend  zu  seinem  Sein  verhält.  Das  Entwerfen  oder  auch  Sichentwerfen 
des  Daseins  als  eine  fundamentale  Weise,  in  der  es  sich  in  seinem  Sein  zu  seinem  Sein 
verhält,  muss  ganz  aus  der  Erschlossenheit,  d.h.  hier  als  ein  Erschliessen  und  Aufschliessen, 
gedacht  werden.  Die  erste  positive  Bestimmung  des  Seins  des  Daseins  aufgreifend,  können 
wir  nun  sagen:  dem  Dasein  geht  es  im  geworfenen  Aufgeschlossensein  seines  Seins  um  das 
entwerfende  Aufschliessen  seines  Seins.  Die  Wurfbewegungen  in  der  Geworfenheit  und  im 
Entwerfen  konstituieren  in  ihrem  Gleischursprünglichkeitsgefüge  die  Erschlossenheit  des 
Seins des Daseins.’”​. 
 
“Seinsvertändnis  ist  selbst eine Seinsbestimmtheit des Daseins” - Compreender ser é 
uma  determinação  de  ser  do  dasein.  Por  isso  a  conclusão:  “​Die  ontische Auszeichnung 
des Daseins liegt darin, dass es ontologisch ist​”. 
 
pag 108 von herrmann 
 
3.  ​Quando  o  Heidegger  falou,  no  entanto,  que  o  ser-aí  é  ontológico,  ele  quis  dizer 
não  no  sentido  de  fazer  uma  ontologia  explícita,  oq  uestionamento  ontológico. 
Assim,  ele  preserva  o  nome  ​ontológico  para oq uestionamento explícito do sentido de 
ser  em  geral  e  para  o  ​ser-ontológico  do  Dasein  ​a  terminologia  ​préontológico​.  Que 
significa “seiend in der Weise eines Verstehens von Sein”. 
 
4.  ​“Das  Sein  selbst,  zu  dem  das  Dasein  sich  so  oder  so  verhalten  kann  und  immer 
irgendwie  verhält,  nennen  wir  Existenz.”  -  Esse  ser  com  o  qual  o  ser-aí  sempre  se 
relaciona  dessa  ou  daquela  maneira  é  a  existência.  Von  Herrmann  comenta  sobre 
isso  “Daher  muss  nun  betont  werden,  dass  Existenz  dasjenige  Sein  ist,  zu  dem  sich 
das  Dasein  als  dem  seinigen  verhält.  (...)  Das  Dasein  ist  in  seinem  Sein  so  verfasst, 
dass  es  sich in ihm zu ihm selbst verhält, und zwar so, dass es ihm in seinem Sein um 
dieses  selbst  geht.  Und  das  besagt:  es  versteht  sich  in  seinem  Sein.  Und  das 
wiederum  heisst:  dem  Dasein  ist  mit  seinem  Geworfensein  und  durch  sein 
Entwerfendsein  sein  Sein  erschlossen.  In  der  geworfenen  Erschlossenheit  seines 
Sein  geht  es  dem  Dasein  in  der  Weise  seines  entwerfenden  Aufschliessens  um  die 
Erschlossenheits seines Seins”. 
Das was das Dasein kann, ist sein eigenes Sein als Seinsverhältnis. 
 
5.  ​VH  “Die  vorläufige  Erhellung der Auszeichnung des Daseins setzt sich im fünften 
Absatz durch die erstmalige Einführung des Begriffes der ​Existenz-Möglichkeit​ fort. 
Retomando  os  outros  parágrafos,  em  que  é  da  constituição  de  ser  do  ser-aí  que  ele 
tenha  uma  compreensão  de  ser  e isso envolve ter uma relação de ser com seu próprio 
ser  sempre  dessa  ou  daquela  maneira  de  maneira  a  poder  ser  dito  que  seu  ser  lhe  é 
aberto,  i.e.,  ele  está  lançado  na  sua  abertura  de  maneira  a  abrir  de  maneira projetiva 
essas  possibilidades  e,  nisso,  compreendendo-se  a  partir  dessas  possibilidades. 
Heidegger  fala  o  seguinte  “Das  Dasein  versteht  sich  selbst  immer  aus  seiner 
Existenz,  einer  Möglichkeit  seiner selbst, es selbst oder nicht es selbst zu sein”. I.e, o 
Dasein  já  sempre  se  compreendeu  na  sua  relação  de  ser  com  o  ser  com  que  se 
relaciona,  a  saber,  a  sua  própria  existência  que  é  sua.  Essas  possibilidades  da 
existências  serão  compreendidas  sobretudo  em  duas  propriedade  e  impropriedade. 
Em  qual  delas  se  está,  isso  só  se  deixa  decidir  a  partir  do  Dasein  mesmo,  é  um 
assunto  existenciário.  “Die  Frage  der  Existenz  ist  immer  nur  durch  das  Existieren 
selbst  ins  Reine  zu  bringen.”  Esse  tipo  de  compreensão  que  é  tecido  somente  pelo 
processo  de  realização  do  ser  do  ser-aí  que  tem  o  “caráter  de  tarefa”  é  definida  por 
Heidegger  de  ​existenciária​.  E  carece  de  transparência  teórica  dos  existenciais  que 
estão  envolvidos,  i.e.,  das  estruturas  ontológicas.  Esta  última,  a  pesquisa  existencial, 
em  diferença  da  existenciária,  é denominada por Heidegger de existencial, que busca 
uma  compreensão  existencial,  a  saber,  “objetiva  a  discussão  do  que  constitui  a 
existência”.  O  conjunto  das  estruturas  ontológicas  que  caracterizam  o  ser-aí  é  a 
existencialidade,  cuja  analítica  se dá por meio de uma compreensão existencial. E, na 
própria  constituição  de  ser  do  Dasein,  como  já  foi  descrita  no  parágrafo  gramatical 
de  número  dois  já  foi  desenhada  a  possibilidade  de  um  empreendimento  desse 
caráter.  “Die  Aufgabe  einer  existenzialen  Analytik  des  Daseins  ist  hinsichtlich ihrer 
Möglichkeit  und  Notwendigkeit  in  der  ontischen  Verfassung  des  Daseins 
vorgezeichnet.” 
 
“​Weil  diese  Möglichkeiten  solche  des  Seins,  der  Existenz  des  Daseins  sind,  heissen  sie  auch 
Existenzmöglichkeiten oder existenzielle Möglichkeiten” 
Sobre  a  diferenciação  entre  possibilidades  possibilidades existenciais e modos de ser 
si mesmo: “​Wie aber versteht sich das Dasein immer aus einer Möglichkeit seiner selbst? So, 
dass  es  in  dieser  Möglichkeit  entweder  ‘es  selbst’  oder  ‘nicht  es  selbst  ist’.  So  gilt  es  erst 
einmal  zu  scheiden  zwischen  den  Existenz-Möglichkeiten  und  den  beiden  Grundweisen 
(Grundmodi)  des  Selbstseins  und  des  Nicht  selbstseins.  Auch  diese  sind  Möglichkeiten  des 
Daseins,  Möglichkeiten  seines  Seins,  aber  Grundmöglichkeiten,  in  denen  es  sich  aus  seiner 
Existenz,  aus  seinen  Existenz-Möglichkeiten  versteht.  Als  diese Grundmöglichkeiten sind sie 
zwei  Grundweisen,  in  denen  das  Dasein  sein  seinsverstehendes  Seinsverhältnis  vollziehen 
kann.” 
 
“Das  Selbstsein  meines  Selbst,  die  Weise  meines  Selbstseins,  bestimmt  sich  aus  der 
Vollzugsweise  mienes  seinvertehenden  Seinsverhältnisses,  bestimmt  sich  daraus,  wie  ich  die 
geworfenen Möglichkeiten entwerfend aufschliesse.” 
 
“​Das  existenzielle  Existenzverständnis  führt  den  Existenzvollzug  des  Daseins.  Das 
existenziale  Existenzverständnis  führt  die  theoretische  Analytik  der  Existenz  hinsichtlich 
deren Strukturen”​. 
 
“​Die  existenziale  Analytik  ist  die  ausdrückliche  Selbstauslegung  des  Daseins,  das  sich 
unausdrücklich  immer  schon  existenziell  versteht.  Aufgrund  dieses 
vorontologisch-existenziellen  Seinsverständnisses  ist  die  existenzial-ontologisch  Analytik 
auch  notwendig,  nämlich  für  die  Ausarbeitung  der  Seinsfrage.  Wenn  die  Seinsfrage  nach 
dem  fragt,  was  die  Existenz  in  ihrem  Vollzug  schon  vortheoretisch  versteht,  dann  muss  die 
Seinsfrage als existenziale Analytik des existenziellen Seinsverständnisses einsetzen”. 
 
… 
 
Comentário de Von Herrmann do parágrafo gramatical 5. 
 
Distinção  entre  ​existenziellen  Möglichkeitsbegriff  e  ​logischen  und  den  ontologischen 
Möglichkeitsbegriff​.  
Logischen  Möglichkeitsbegriff  -  “Eine  Sache  ist  logisch  möglich,  wenn  sie 
widerspruchfrei gedacht werden kann” 
Ontologischen  Möglichkeitsbegriff  -  “Möglichkeit  als  Seinsmodalität  besagt: 
Möglichkeit  in  bezug  auf  Wirklichtkeit.”  A  isso  Von  Herrmann  contrapõe  que  “Der 
existenzielle  Möglichkeitsbegriff  meint  auch  eine  Seinsmöglichkeit,  jedoch  nicht 
wie  die  Seinsmodalität  der  Möglichkeit  eine  Modalität  von  Sein  als  Vorhandensein, 
nämlich mögliches Wirklichsein, sondern Möglichkeit in der Seinsart von Existenz.” 
“Innerhalb  der  existenziellen  Möglichkeit  gibt  es  nur  den  Unterschied  zwischen 
erschliessbarer und erschlossener Möglichkeit” 
Existenziellen  Möglichkeiten  - “Die existenzielle Möglichkeiten sind Möglichkeiten, 
in  denen  dem  Dasein  mit  seinem geworfenen Sein und durch sein entwerfendes Sein 
dieses ihm selbst erschlossen ist.” 
 
7.  “​Es  ist ferner die Einsicht, dass das existenzielle Seins- als Existenz-Vertändnis, weil es als 
Sein-in-der-Welt  verfasst  ist,  gleichursprünglich  das  Verstehen  von  Welt  und  das  Verstehen 
des  Seins  des  nichtdaseinsmässigen  Seienden  einschliesst.  Mit  anderen  Worten,  es  ist  die 
Einsicht,  dass  das  Seinsverständnis  als  Seinsbestimmtheit  des  Daseins  ein  dreifach  gefügter 
Zusammenhang  von  Existenz-Verständnis,  Welt-Verständnis  und  Verständnis  des  Seins des 
nichtexistierenden (nichtdaseinsmassigen) Seienden ist” 
 
“Das  Dasein  Kann  sich  in  der  wissenschaftlichen  Verhaltung  nur  deshalb forschend 
zu  Seiendem  verhalten,  weil  es  vor  dieser  möglichen  Verhaltung  und  fur  diese 
wesenhaft  als  ein  Sein-in-einer-Welt  (und  als  ein  Sein  bei  dem  vorwissenschaftlich 
begegnenden Seienden) existiert” 
 
“​Nun  ist  es  an  der  Zeit,  den  Terminus  “Sein-in-einer-Welt”  in  seiner 
existnzial-ontologischen Bedeutung zu erläutern.​” 
 
Welt  bedeutet  hier  nicht  das  All  des  Seienden,  nicht  selbst  etwas  Seiendes,  sondern 
einen  Charakter  des  Seins.  Welt  unterscheidet  sich  wie  Sein  und  mit  ihm  vom 
Seienden und auch vom All des Seienden. 
Das  Existenz-Verständnis  des  Daseins  als  das  Existenzielle  Verstehen  des  eigenen 
Seins  hält  sich  in  der  Erschlossenheit.  Dem  Dasein  ist  mit  seinem  Sein  und  durch 
sein  Sein  dieses  ihm  selbst  aufgeschlossen.  Diese  Erschlossenheit  ist  nun,  wie  sich 
jetzt zeigt, als Erschlossenheit des eigenen Seins auch Erschlossenheit von Welt. 
 
Was  aber  ist  Welt?  “Welt  ist  die  seinsmässige  Ganzheit  von  Sinnbezügen 
(Bedeutsamkeit), die in ihrer Ganzheit so etwas wie eine Welt konstituieren.  
Wie  aber  ist  die  Welt  als  Bedeutsamkeit  mit  der  Existenz  erschlossen?  “So,  dass  zu  jeder 
Existenzmöglichkeit  eine  konkrete  Sinnbezugs-Ganzheit  gehört.  Jede 
Existenzmöglichkeit  ist  deshalb  eine  Möglichkeit  des  In-der-Welt-seins.  In  diesem 
ontologisch-existenzialen  Terminus  ist  die  Einheit  von  Existenz-  und 
Welt-Verständnis  gedacht.  Kein  Existenz-Verständnis  ohne  Welt-Verständnis  und 
umgekehrt.” 
“Das  existierende  Seiende  in  seinem  Sein  für  es  selbst  so  erschlossen,  dass  es  darin 
offensteht  für  die  Erschlossenheit von Welt. In seinem Für-es-selbst-erschlossensein 
ist  es  nicht  in  sich  gekehrt  und  auf  sich  als  Selbstpunkt  bezogen,  sondern 
‘ausser-sich  verstehend  aufgeschlossen  in  die  horizontal  erschlossene  Welt.  Dieses 
wesenhafte  Ausser-sich-sein  (als  Gegensatz  zum  Insichverkapseltsein)  des 
existierenden  Selbst  nennt  Heidegger  den  ekstatischen  Charakter  der  Existenz  und 
des  Selbst.  Selbsthaft-ekstatisch  ist  das  existierende  Seiende  in  den  existenzialen 
Weisen  seiner  Existenz,  also  in  seiner  Geworfenheit  und  in  seinem  Entwerfen, 
erschlossen.  Allein,  das  Ekstatische  der  Existenz  hätte  keinen  Sinn,  wenn  es  nicht 
ein  Wohin  des  Ausser-sich-seins gäbe. Das, wohin das existierende Seiende in seiner 
ekstatischen  Existenz  erstreckt  ist,  ist  die  horizontal  erschlossene  Welt  und  das 
horizontal  erschlossene  Sein  des  Seienden,  zu  dem  sich  das  Dasein  verhält.  Diese 
‘Dimension’  der  Erschlossenheit  können  wir  zur  Unterscheidung  von  jener 
selbsthaft-ekstatischen  die  horizontale  Erschlossenheit  nennen.  Die  volle 
Erschlossenheit  des  In-der-Welt-seins  kann  damit  als 
selbsthaft-ekstatisch-horizontale Erschlossenheit bezeichnet werden”.  
 
“Da-sein  heisst  also  existenzial-ontologisch,  dass  das  existierende Seiende ‘ist in der 
Weise,  sein  Da  zu  sein’.  Das  existierende  Seiende,  ist  sein  Da  heisst,  es  existiert  so, 
dass  mit  seiner  Existenz  die  ganzheitliche  Erschlossenheit  des  In-der-Welt-seins 
aufgeschlossen  ist,  und  zwar  als  die  Ganzheit  von  selbsthaft-ekstatisch-horizontaler 
Erschlossenheit.  Das  ‘Da’  nennt  also  diese  ganzheitliche,  in  sich  dimensionierte 
Erschlossenheit. Das existierende Seiende heisst ‘Da-sein’, weil in seinem Sein (-sein) 
die Erschlossenheit im ganzen (Da-) aufgeschlossen ist”.  
 
pag 134 
 
8.  ​A ontologia, a analítica existencial do Dasein é uma ontologia fundamental porque 
é  de  onde  todas  as  outras  brotam,  pois,  dado  que  o  ser-aí  com  e  através  do  seu  ser, 
guarda  uma  compreensão  de  ser  1.  da  existência  2.  do  mundo  e  3.  dos  entes  que não 
possuem  o modo de ser do Dasein. Nesta última compreensão, o ser-aí já guarda uma 
certa  compreensão  da  constituição  de  ser  dos  objetos  e,  porisso,  é  no  Dasein  onde 
toda  ontologia  possível  pode  ter  começo.  “Daher  muss  Fundamentalontologie,  aus 
der  alle  andern  erst  entspringen  können,  in  der  existenzialen  Analytik  des  Daseins 
gesucht werden.” 
9. “​ Das Dasein hat sonach einen mehrfachen Vorrang vor allem anderen Seienden.” 
1.  ​ontischer Vorrang. - “Ontisch kann dieser Vorrang genannt werden, weil das Dasein 
als  Seiendes  vor  dem anderen Seienden dadurch ausgezeichnet ist, dass es ‘in seinem 
Sein  durch  Existenz  bestimmt  ist.  Die  Weise,  wie  das  Dasein  selbst  ein  Seiendes ist, 
hebt  sich  von  allem  anderen  Seienden  dadurch  ab,  dass  es  ihm  in  seinem  Sein  um 
sein Sein geht”. 
2.  ​ontologischen  Vorrang​.  -  “Der  erste  Vorrang  schliesst  als  zweiten  den 
‘ontologischen  Vorrang’  ein.  Als  bestimmt  durch  Existenz,  ist  es  ‘an  ihm  selbst 
‘ontologisch’.  Die  Anführungszeichen  zeigen  an,  dass’ontologisch’  hier  -  wie  im 
zweiten  und  dritten  Absatz  -  die  primäre  Bedeutung  von 
vor-ontologisch-seinverstehend’  hat.  Das  zum  Existenzvolzug  gehörende 
vorontologische  Seinsverständnis  meint  hier  das  existenzielle  Sichverstehen  in 
seinem Sein.” 
3.  ​ontisch-ontologische  Vorrang.  ​-  “Weil  das  Dasein  existiert  im 
existenziell-ekstatischen  Verstehen  des  horizontal  erschlossenen  Seins  alles 
nichtdaseinsmässigen  Seienden,  zu  dem  es  sich  besorgend  verhalt,  ist  es  in  der 
Einheit  seines  Existenz-Verständniss  und  seines  Verständnisses  des  Seins  vom 
nichtexistierenden Seienden ‘die ontisch-ontologisch Bedigung der Möglichkeit aller 
Ontologien”. 
 
   
ZWEITES KAPITEL 
DIE DOPPELAUFGABE IN DER AUSARBEITUNG DER SEINSFRAGE 
DIE METHODE DER UNTERSUCHUNG UND IHR AUFRISS 
 
Von  Herrmann  comenta  qual  o  papel  do  segundo  capítulo. A ele correspondem duas 
tarefas  para  a  elaboração  da questão do ser. O §5 cujo título é “A analítica ontológica 
do  Dasein  como  liberação  do  horizonte  para  uma  interpretação do sentido de ser em 
geral”  corresponde  à  primeira  tarefa,  que  corresponde  ao  que  tem  no  sumário 
presente  no  §8  “Die  Interpretation  des  Daseins  auf  die  Zeitlichkeit  und  die 
Explikation  der  Zeit  als  des  transzendentalen  Horizontes  der  Frage  nach dem Sein”. 
O Von Herrmann faz corresponder as seguintes coisas: 
§5.  “Die  ontologische  Analytik  des  Daseins  als  Freilegung  des  Horizontes  für  eine 
Interpretation des Sinnes von Sein überhaupt” 
Erste  Teil  -  “Die  Interpretation  des  Daseins  auf  die  Zeitlichkeit  und  die Explikation 
der Zeit als des transzendentalen Horizontes der Frage nach dem Sein” 
 
“ontologische  Analytik  des  Daseins”  =  “Interpretation  des  Daseins  auf  die 
Zeitlichkeit” 
“Freilegung  des  Horizontes  für  eine  Interpretation des Sinnes von Sein überhaupt” = 
“und  die  Explikation  der  Zeit  als  des  transzendentalen  Horizontes  der  Frage  nach 
dem Sein”. 
 
Segundo  ele,  tanto  a “ontologische Analytik des Daseins” como a “Interpretation des 
Daseins  auf  die  Zeitlichkeit”  correspondem  à  primeira  e  segunda  seção  da  primeira 
parte.  E  tanto  o  “Freilegung  des  Horizontes  für  eine  Interpretation  des  Sinnes  von 
Sein  überhaupt”  como  o  “Explikation  der  Zeit  als  des  transzendentalen  Horizontes 
der  Frage  nach  dem  Sein”  correspondem  ao  que  seria  tratado  na  terceira  seção  da 
primeira parte, que não foi publicada. 
 
Quanto  a  segunda  tarefa,  diz  ele,  “Die  zweite  zur  Ausarbeitung  der  Seinsfrage 
gehörende  Aufgabe ist eine geschichtlich-kritische”. Ou seja, àquilo que será traçado 
no §6. 
 
§5. Die ontologische Analytik des Daseins als Freilegung des Horizontes für eine 
Interpretation des Sinnes von Sein überhaupt 
 
A  tarefa  do  §5  é introduzir a primeira tarefa e suas duas subtarefas da questão do ser. 
1.  Introduzir  a  analítica  do  Dasein,  o  que  será  feito  do  parágrafo  gramátical  1  ao  8, 
que  irá  compreender  a  primeira  e  a  segunda  seção  e  será  falado  do  perguntado 
sentido de ser em geral como o tempo originário (parágrafo gramatical do 9 ao 14). 
1  ​De  acordo  com  os  parágrafos  anteriores,  diz  Heidegger,  é  necessário  não  só 
estabelecer  o  ente  que  desempenhará  o  papel  principal  onde  se  deverá “ler o sentido 
de  ser”,  mas  também  uma  apropriação  e  asseguração  do  modo  correto  de  acesso  a 
esse  ente.  Já  se  evidenciou,  nos  parágrafos  anteriores,  qual  é  o  ente  privilegiado,  a 
saber,  o  Dasein, dado que tem um primado triplo. Mas resta a questão que Heidegger 
a  coloca  da  seguinte  maneira:  “Aber  wie  soll  dieses  Seiende,  das  Dasein,  zugänglich 
und  im  verstehenden  Auslegen  gleichsam  anvisiert  werden?”“Das  Dasein  ist  zwar 
ontisch  nicht  nur  nahe  oder  gar  das  nächste  –  wir  ​sind  ​es  sogar  je  selbst.  Trotzdem 
oder gerade deshalb ist es ontologisch das Fernste”. 
2  ​O  que  significa  dizer  que  ontologicamente  sermos  o  mais  distante?  E  o  que 
significa  o  “gerade  deshalb”  um “justamente por isso”, “isso” que se refere ao fato de 
eu  sempre  ser  o  ente  a  ser  interpretado,  o  mais  perto,  eu  mesmo  sou  esse  ente  e,  ​no 
entanto​,  “o  mais  distante”?  I.e.,  por  eu  mesmo  ser  esse  ente,  sou  ontologicamente  o 
mais  distante?  Qual  a  relação  entre  a  proximidade  ôntica,  i.e.,  o  fato  de  nós  sempre 
sermos  a  cada  vez  nosso  próprio  ser-aí  e,  ​no  entanto​,  ontologicamente  o  mais 
distante? 
Achar  que  somos  o  mais  perto  ontico-ontologicamente  signficia  achar  que  somos, 
não  só  um  caráter  de  apreensibilidade  imediata  do  próprio  ente,  mas  também  achar 
que há uma doação prévia do seu próprio modo de ser. 
Pertence  ao  modo  de  ser  próprio  de  ser  do  ser-aí, i.e., à existência uma compreensão 
de  si  mesmo  e se manter já a cada vez em uma certa interpretabilidade de seu ser. No 
entanto,  aí  é  que  se  esconde  o  perigo  de  distorcer  o  acesso  ao  ser-aí,  pois  essa 
compreensibilidade  em  que  o  ser-aí  sempre  tem  de  seu  ser  a  cada  vez  e  se  mantém 
nessa  interpretação  de  seu ser não nasce de um questionamento ontológico explícito. 
A  essa  interpretação  que  não  é  oriunda  de  um  questionamento  explícito  do  próprio 
ser  Heidegger  da  o  nome  de  “vorontologische  Seinsauslegung”, i.e., interpretação de 
ser  pré-ontológica,  onde  já  foi  distinguido  terminologicamente  que  o  ser  ontológico 
do  Dasein  deve  ser  compreendido  como  ser  pré-ontológico  e  o  termo  ontológico 
reservado  para o questionamento explícito da questão do sentido de ser. Nas palavras 
de  Heidegger  “Aber  damit  ist  ganz  und  gar  nicht  gesagt,  es  könne  diese  nächste 
vorontologische  Seinsauslegung  seiner  selbst  als  angemessener  Leitfaden 
übernommen  werden,  gleich  als  ob  dieses  Seinsverständnis  einer  thematisch 
ontologischen  Besinnung  auf  die  eigenste  Seinsverfasung  entspringen  müsste.”  Mas 
se  o  Dasein  sempre  guarda uma compreensão e uma interpretação do seu próprio ser 
e  se  mantém  nela,  por que a investigação ontológica não poderia se guiar por esse fio 
condutor?  Heidegger  responde  que  há  uma  tendência,  ​fundada no próprio modo de ser 
do  Dasein,  a  existência,  a  compreender  seu  ser  a  partir  do  ente  que  de  início  e  na  maioria 
das  vezes  se  relaciona  e  compreende  e  já  sempre  se  compreendeu  e  interpretou  a  partir  do 
modo  de  ser  desse  ente​.  Palavra  de  Heidegger:  “Das  Dasein  hat  vielmehr gemäss einer 
zu  ihm  gehörigen  Seinsart  die  Tendenz,  das  eigene  Sein  aus  ​dem  ​Seienden  her  zu 
versthen,  zu  dem  es  sich  wesenhaft  ständig  und  zunächst  verhält,  aus  der  Welt”.  A 
esse  acontecimento  Heidegger  dá  o nome de “Rückstrahlung des Weltverständnisses 
auf die Daseinauslegung”. 
 
Comentário de Von Herrmann ao parágrafo gramatical 2. 
 
“Was besagt hier die Rede vom “Fernsten”? 
 
Von  Herrmann  faz  uma  primeira  diferenciação.  Ele  diz,  retomando  o  §4,  que  o 
Dasein  é  determinado  pela  existência,  i.e.,  sua  “essência”  é  ter  uma  relação  de  ser 
com seu próprio ser dessa ou daquela maneira, mas sempre mantendo uma relação de 
ser.  Nisso,  relacionando  com  seu  ser,  o  Dasein  adquire  uma  certa  compreensão  do 
seu  próprio  ser.  À  compreensão  da  existência,  Heidegger  dá  o  nome  de 
“vorontologische  Seinsverständnis”  ou  “Vollzugsverständnis”  e  diferencia  da 
“Ausgelegtheit  des  eigenen  Seins”.  Sobre  esse  último  VH  fala  “Auch  die 
Ausgelegtheit  des  eigenen  Seins  ist  ein  Verständnis,  aber  eben  das  Verständnis  des 
eigenen Seins im Modus der Ausglegtheit”. 
O que significa essa diferença? 
 
ZWEITES KAPITEL 
DIE DOPPELAUFGABE IN DER AUSARBEITUNG DER SEINSFRAGE 
DIE METHODE DER UNTERSUCHUNG UND IHR AUFRISS 
 
Von  Herrmann  comenta  qual  o  papel  do  segundo  capítulo. A ele correspondem duas 
tarefas  para  a  elaboração  da questão do ser. O §5 cujo título é “A analítica ontológica 
do  Dasein  como  liberação  do  horizonte  para  uma  interpretação do sentido de ser em 
geral”  corresponde  à  primeira  tarefa,  que  corresponde  ao  que  tem  no  sumário 
presente  no  §8  “Die  Interpretation  des  Daseins  auf  die  Zeitlichkeit  und  die 
Explikation  der  Zeit  als  des  transzendentalen  Horizontes  der  Frage  nach dem Sein”. 
O Von Herrmann faz corresponder as seguintes coisas: 
§5.  “Die  ontologische  Analytik  des  Daseins  als  Freilegung  des  Horizontes  für  eine 
Interpretation des Sinnes von Sein überhaupt” 
Erste  Teil  -  “Die  Interpretation  des  Daseins  auf  die  Zeitlichkeit  und  die Explikation 
der Zeit als des transzendentalen Horizontes der Frage nach dem Sein” 
 
“ontologische  Analytik  des  Daseins”  =  “Interpretation  des  Daseins  auf  die 
Zeitlichkeit” 
“Freilegung  des  Horizontes  für  eine  Interpretation des Sinnes von Sein überhaupt” = 
“und  die  Explikation  der  Zeit  als  des  transzendentalen  Horizontes  der  Frage  nach 
dem Sein”. 
 
Segundo  ele,  tanto  a “ontologische Analytik des Daseins” como a “Interpretation des 
Daseins  auf  die  Zeitlichkeit”  correspondem  à  primeira  e  segunda  seção  da  primeira 
parte.  E  tanto  o  “Freilegung  des  Horizontes  für  eine  Interpretation  des  Sinnes  von 
Sein  überhaupt”  como  o  “Explikation  der  Zeit  als  des  transzendentalen  Horizontes 
der  Frage  nach  dem  Sein”  correspondem  ao  que  seria  tratado  na  terceira  seção  da 
primeira parte, que não foi publicada. 
 
Quanto  a  segunda  tarefa,  diz  ele,  “Die  zweite  zur  Ausarbeitung  der  Seinsfrage 
gehörende  Aufgabe ist eine geschichtlich-kritische”. Ou seja, àquilo que será traçado 
no §6. 
 
§5.  Die  ontologische  Analytik  des  Daseins  als  Freilegung  des  Horizontes  für  eine 
Interpretation des Sinnes von Sein überhaupt 
 
A  tarefa  do  §5  é introduzir a primeira tarefa e suas duas subtarefas da questão do ser. 
1.  Introduzir  a  analítica  do  Dasein,  o  que  será  feito  do  parágrafo  gramátical  1  ao  8, 
que  irá  compreender  a  primeira  e  a  segunda  seção  e  será  falado  do  perguntado 
sentido de ser em geral como o tempo originário (parágrafo gramatical do 9 ao 14). 
1  De  acordo  com  os  parágrafos  anteriores,  diz  Heidegger,  é  necessário  não  só 
estabelecer  o  ente  que  desempenhará  o  papel  principal  onde  se  deverá “ler o sentido 
de  ser”,  mas  também  uma  apropriação  e  asseguração  do  modo  correto  de  acesso  a 
esse  ente.  Já  se  evidenciou,  nos  parágrafos  anteriores,  qual  é  o  ente  privilegiado,  a 
saber,  o  Dasein, dado que tem um primado triplo. Mas resta a questão que Heidegger 
a  coloca  da  seguinte  maneira:  “Aber  wie  soll  dieses  Seiende,  das  Dasein,  zugänglich 
und  im  verstehenden  Auslegen  gleichsam  anvisiert  werden?”“Das  Dasein  ist  zwar 
ontisch  nicht  nur  nahe  oder  gar  das  nächste  –  wir  sind  es  sogar  je  selbst.  Trotzdem 
oder gerade deshalb ist es ontologisch das Fernste”.  
2  O  que  significa  dizer  que  ontologicamente  sermos  o  mais  distante?  E  o  que 
significa  o  “gerade  deshalb”  um “justamente por isso”, “isso” que se refere ao fato de 
eu  sempre  ser  o  ente  a  ser  interpretado,  o  mais  perto,  eu  mesmo  sou  esse  ente  e,  no 
entanto,  “o  mais  distante”?  I.e.,  por  eu  mesmo  ser  esse  ente,  sou  ontologicamente  o 
mais  distante?  Qual  a  relação  entre  a  proximidade  ôntica,  i.e.,  o  fato  de  nós  sempre 
sermos  a  cada  vez  nosso  próprio  ser-aí  e,  no  entanto,  ontologicamente  o  mais 
distante? 
Achar  que  somos  o  mais  perto  ontico-ontologicamente  signficia  achar  que  somos, 
não  só  um  caráter  de  apreensibilidade  imediata  do  próprio  ente,  mas  também  achar 
que há uma doação prévia do seu próprio modo de ser. 
Pertence  ao  modo  de  ser  próprio  de  ser  do  ser-aí, i.e., à existência uma compreensão 
de  si  mesmo  e se manter já a cada vez em uma certa interpretabilidade de seu ser. No 
entanto,  aí  é  que  se  esconde  o  perigo  de  distorcer  o  acesso  ao  ser-aí,  pois  essa 
compreensibilidade  em  que  o  ser-aí  sempre  tem  de  seu  ser  a  cada  vez  e  se  mantém 
nessa  interpretação  de  seu ser não nasce de um questionamento ontológico explícito. 
A  essa  interpretação  que  não  é  oriunda  de  um  questionamento  explícito  do  próprio 
ser  Heidegger  da  o  nome  de  “vorontologische  Seinsauslegung”, i.e., interpretação de 
ser  pré-ontológica,  onde  já  foi  distinguido  terminologicamente  que  o  ser  ontológico 
do  Dasein  deve  ser  compreendido  como  ser  pré-ontológico  e  o  termo  ontológico 
reservado  para o questionamento explícito da questão do sentido de ser. Nas palavras 
de  Heidegger  “Aber  damit  ist  ganz  und  gar  nicht  gesagt,  es  könne  diese  nächste 
vorontologische  Seinsauslegung  seiner  selbst  als  angemessener  Leitfaden 
übernommen  werden,  gleich  als  ob  dieses  Seinsverständnis  einer  thematisch 
ontologischen  Besinnung  auf  die  eigenste  Seinsverfasung  entspringen  müsste.”  Mas 
se  o  Dasein  sempre  guarda uma compreensão e uma interpretação do seu próprio ser 
e  se  mantém  nela,  por que a investigação ontológica não poderia se guiar por esse fio 
condutor?  Heidegger  responde  que  há  uma  tendência,  fundada  no  próprio  modo  de 
ser  do  Dasein,  a  existência,  a  compreender  seu  ser  a partir do ente que de início e na 
maioria  das  vezes  se  relaciona  e  compreende  e  já  sempre  se  compreendeu  e 
interpretou  a  partir  do  modo  de  ser  desse  ente.  Palavra  de  Heidegger:  “Das  Dasein 
hat  vielmehr  gemäss  einer  zu  ihm  gehörigen  Seinsart  die  Tendenz,  das  eigene  Sein 
aus  dem  Seienden  her  zu  versthen,  zu  dem  es  sich  wesenhaft  ständig  und  zunächst 
verhält,  aus  der  Welt”.  A  esse  acontecimento  Heidegger  dá  o  nome  de 
“Rückstrahlung des Weltverständnisses auf die Daseinauslegung” 
 
3.  ​Esse  parágrafo  é  uma  apreciação  do  que  foi  falado  no  parágrafo  gramatical 
anterior.  Aqui  é  reafirmado  que  o  primado  ôntico-ontológico  do  Dasein  é  o  motivo 
para  que  sua  constituição  ontológica  específica,  i.e.,  os  existenciais,  permaneçam 
encobertos (​verdeckt​).  
Dasein ist ihm selbst ontisch “am nächsten” 
Ontologisch am fernsten 
Vorontologisch doch nicht fremd. 
4.  ​Ou  seja,  a  dificuldade  metodológica  do  empreendimento  não  se  deve  a  1.  uma 
configuração  defeituosa das nossas possibilidades de conhecimento ou a 2. uma falha 
simples  e  aparente  remediável  por  uma  adequada  conceituação.  Não  é isso. Segundo 
Heidegger,  são  dificuldades  específicas  (eigentümlichen  Schwierigkeiten)  que 
consistem  no modo de ser desse ente que está sendo tematizado e no comportamento 
de tematização. 
5.  
6. P​ ARÁGRAFO GRAMATICAL 6 /// 1º LER HEIDEGGER E 2º LER VONH 
 
Aqui  nesse  parágrafo  é levantado o princípio que irá dirigir a investigação de modo a 
extrair  as  estruturas  existenciais  do  Dasein.  Assim,  ainda  que  a  analítica  seja 
desenvolvida  perseguindo  a  questão  do  sentido  de  ser  em  geral,  antes  se  deverá 
garantir,  conquistar  e  assegurar  o  modo  de  acesso  que  irá  guiar  a  correta  análise  do 
Dasein.  Negativamente  se  deve  falar  que  não  se  deve  imputar  nenhuma  categoria 
ontológica ao Dasein (“Negativ gesprochen: es darf keine beliebige Idee von Sein und 
Wirklichkeit,  und  sei  sie  noch  so  ‘selbstveständlich”,  an  dieses  Seiende 
konstruktiv-dogmatisch  herangebracht,  keine  aus  einer  solchen  Idee 
vorgezeichneten  Kategorien  dürfen  dem  Dasein  ontologisch  unbesehen  auf 
gezwungen  werden”.)  Logo,  o  Dasein  terá que ser analisado tal como se mostra em si 
mesmo  e  por  si  mesmo, está será a maneira de interpretação e acesso a ele. Mas onde 
encontramos  o  Dasein  se  mostrando  em  si  mesmo  e  por  si  mesmo  sem  nenhuma 
categoria  projetada?  No  modo  como  ele  se  comporta  de  início  e  na  maioria  das 
vezes(zunächst  und  zumeist),  na  cotidianidade  mediana  (durchschnittlichen 
Alltäglichkeit).  A  partir  da  análise  desse  modo, o mais cotidiano e o mais genuíno de 
se mostrar, serão extraídas estruturas pregnantes que acompanham o Dasein em todo 
desenrolar da vida fática, essas serão as estruturas ontológicas. 
 
7.  ​A  analítica  existencial,  diz  Heidegger,  permanece  totalmente  orientada  para  a 
elaboração  da  questão  do  ser,  isso  significa  que  ela  será  desenvolvida  somente  na 
medida  em  que  atende  a  essa  demanda  (“Dadurch  bestimmen  sich  ihre  Grenzen”). 
Apesar  de  a  analítica  existencial  não  se  propor  a  uma  antropologia  filosófica,  diz 
Heidegger,  ela  fornece  uma  peça  essencial  para  uma,  i.e., um fundamento na base da 
analítica  existencial,  na  reinterpretação  do  ser  do  humano.  Portanto,  a  analítica 
existencial  é  ​incompleta  (unvollständig).  Também  ela  é,  numa  primeira  aproximação, 
provisória  (​vorläufig​).  Ela  primeiro  extrai o ser desse ser (o ​Dasein​) sem lhe interpretar 
o  sentido  de  seu  ser.  É  provisória  porque,  diz  Heidegger,  ela  pretende  liberar  o 
horizonte  para  uma  interpretação  do  sentido  de  ser.  Quando  esse  solo  for 
conquistado,  a  analítica  irá  se  repetir  em  uma  base  ontológica  mais  alta  e  própria 
(​höheren und eigentlichen​). 
8.  ​Será  mostrado,  diz  Heidegger,  como  sentido do ser do Dasein a Zeitlichkeit. Essas 
provas  se  deixam  evidenciar  por  uma  interpretação  das  estruturas  provisórias  que 
foram  extraídas  da  análise  da  cotidianidade  na  seção  um.  Essas  estruturas,  diz 
Heidegger,  serão  evidenciadas  como “Modi der Zeitlichkeit”. No entanto, a pergunta 
colocada  é  a  questão  do  sentido  de  ser  em  geral  e  não  a questão do sentido de ser do 
Dasein.  Com  a  segunda  seção  não  se  acaba  a  investigação,  mas  sim,  é  fornecido  o 
solo para a resposta: a temporalidade como horizonte de toda compreensão de ser. 
A temporalidade é o sentido de ser das três estruturas articuladas da cura.  
“das  Sich-vorweg  im  Vollzug  des  aufschliessenden  Entwurfs  hat  seinen 
existenzial-zeitlichen Sinn in einem Auf-sich-zukommen.” 
“das  Schon-sein-in,  die  Geworfenheit  in  die  faktische  Erschlossenheit  des 
In-der-Welt-seins,  hat  seinen  existenzial-zeitlichen Sinn im Zurückkommen auf sein 
faktisches Erschlossen-gewesen” 
“das  Sein  beim  innerweltlich  begegnenden  Seienden  hat  seinen 
existenzial-zeitlichen Sinn im Gegenwärtigen”. 
9. ​ pahina 186 
 
   
§6. Die Aufgabe einer Destruktion der Geschichte der Ontologie 
 
 
Von  Herrmann  traça, antes de comentar, algumas considerações importantes sobre o 
termo  “Destruktion”  para  que  compreendamos  em  que  sentido  a  palavra  está  sendo 
usada no título. 
1.  Destruição  ​não  ​deve  ser  compreendida  no  sentido  de  uma  ​demolição  à  ruínas  à  um 
nada negativo (​ Zerstörung), mas sim num sentido ​positivo​. 
2.  Literalmente  se  pode  extrair  da  palavra  ​de-struere​,  que  significaria  no  alemão 
ab-bauen  (desmantelar)  no sentido de ​retirar camadas de encobrimento ​para penetrar nos 
fundamentos  fundantes  das  primárias  experiências  ontológicas.  “Das  will  sagen:  Sofern 
die  philosophische  Begrifflichkeit  der  neuzeitlichen  Philosophie  und  des 
Mittelalters  auf  die  griechische  Ontologie  zurückgeht,  soll  die  ‘Auflockerung’  und 
‘Ablösung’  vollzogen  werden  als  ein Abtragen (de-struere) des durch die neuzeitliche 
und  mittelalterliche  Philosophie  überlieferten  und  darin  verdeckten  Bestandes  der 
antiken  Ontologie  auf  jene  ursprünglichen  ontologischen  Erfarungen,  in  denen  die 
Griechen  die  ersten  und  für  den  Fortgang  der  Philosophie  leitenden  Bestimmungen 
des Seins gewonnen haben.” 
 
Nesse  parágrafo  se  discute,  diz  von  herrmann,  há  três  unidades  de  pensamento 
articuladas. 
1.  As  condições  de  possibilidades  para  uma  volta  a  pergunta  do  ser  em  sua  história. 
(historicidade do ser-aí) 
2. Desenvolver uma visão panorâica sobre a o caminho histórico da ontologia. 
3.  desenvolve  o  esboço  da  construção  da  segunda  parte  de  ser  e  tempo,  a 
desconstruçao da história da ontologia. 
 
1.  Heidegger  começa  o  parágrafo  com  uma  consideração  sobre  o  caráter  de 
possibilidade  do  Dasein,  cuja  pesquisa é uma possibilidade ôntica. No entanto, como 
já  foi  dito  que  o  horizonte  de  toda  compreensão  de  ser  em  geral,  horizonte  como 
possibilitador,  a  historicidade  do  ente  histórico,  o  Dasein,  também  é  determinada 
por  ela.  Historicidade  é na verdade a constituição de ser do acontecimento do Dasein 
enquanto  tal.  “Das  Dasein  ist  je  in  seinem  faktischen  Sein,  wie  und  ‘was’  es  schon 
war”. O Dasein é eu passado. 
O  que  isso  não  quer  dizer:  1.  Não  como  algo  que  o  influencia  como  uma  coisa  atrás 
dele e que, 2. de vez em quando, exerce alguma influência. 
Positivamente:  1.  O  ser-aí  é  seu  passado  na  maneira  do  seu ser. 2. E isso acontece de 
tal  maneira  que  na  medida  em  que  é  e  se compreende, explícita ou inexplicitamente, 
ele  interpreta  tradicionalmente  a  si  mesmo.  Essa  interpretação  de  si  mesmo  que 
ocorre continuamente a partir da tradição 1. abre suas possibilidades e a 2. regula. 
O  que  faz  o  Heidegger  dizer  que  nosso  passado  não  atua  de  nós  como  algo  que 
influência  nosso  ser  como  algo,  mas  o  acontecimento  do  Dasein  e  a  interpretação 
sobre a qual o ser-aí repousa seu ser, sempre acontece a partir do passado. 
 

 
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Von Herrmann sobre o §6 primeiro parágrafo gramatical. 
 
A  pergunta  pela  história  da  ontologia  é  uma  pesquisa  histórico-ontológica.  Uma 
pesquisa  é  uma pesquisa científica. Pesquisa científica compreende ciência dos entes 
e  ciência  do  ser.  Para  as  ciências  do  ente  é reservado o título de ciências positivas. A 
ciência  do  ser  é  a  filosofia.  A  pergunta  do  Von  Herrman  é  “Wie  verhält  sich 
Wissenschaft  bzw.  Forschung,  speziell  historisch-ontologische  Forschung,  zum 
Dasein  und  seiner  Seinsverfassung?”  Já  foi  dito  que  a  pesquisa  científica  seja  ela 
histórico-ontológica,  apenas  ontológica  ou  positiva  é  uma  maneira  de ser do Dasein, 
uma  possibilidade  ôntica  de seu ser. A partir disso, essa possibilidade proveniente da 
constituição da existência deve ser esclarecida a partir dessa constituição mesma. E 
como  o  sentido  de  ser  do  Dasein  é  a  temporalidade,  a  pesquisa,  enquanto  uma 
posibilidade  ôntica  de  ser  da  existência,  deve  ser  esclarecida  a  partir  do  sentido  do 
seu  próprio  ser:  temporalidade.  “Damit ist schon gesagt: Die historisch-ontologische 
Forschung,  die  zweite  Aufgabe  in  der  Ausarbeitung  der  Seinsfrage,  hat  ihre 
unmittelbare  ermöglichende  Bedingung  in  der  existenzial-ontologisch thematisierten 
Geschichtlichkeit  bzw.  geschichtlichen  Seinsart  des  Daseins,  die  ihrerseits  in  der 
existenzial-ontologisch thematisierten Zeitlichkeit gründet.” 
 
Para  entender  as  palavras  de  Heidegger  nesse  primeiro  parágrafo  gramatical,  von 
herrmann  acha  imprescindível  uma  apreensão  preliminar  do  capítulo  cinco  da 
segunda  seção.  “Wie  ist  aber  dann  auf  dem  Grunde  der sich zeitigenden Zeitlichkeit 
eine  solche  Geschehensverfassung  abzuheben,  die  den  Sinn  der  Rede  von  der 
Geschichtlichkeit des Daseins erfüllt?” 
 
Lá  é  mostrado  que  esse  acontecimento  específico  mostra  uma  relação  para  com  o 
passado  existencial,  o  sido  do  Dasein.  Lá  é  perguntado  de  onde  o  Dasein  retira  as 
possibilidades  nas  quais  ele  se  lança.  Esse  de  onde,  é  respondido  como  o  legado.  O 
Dasein  herda  possibilidades  existenciais.  “Das  Dasein ‘übernimmt’ das Erbe, d.h. die 
ererbten  Existenzmöglichkeiten,  sofern  es  als  geworfenes  auf  sein 
Erschlossen-​gewesen ​zurückkommt”. 
 
2.  ​A  historicidade  do  Dasein  tem  duas  possibilidades:  1.  permanecer encoberta ou 2. 
ser  descoberta  e  alvo  de  um  cuidado.  Enquanto  a  historicidade  do  Dasein,  condição 
de  possibilidade  para  que  haja  história  fatual,  permanecer  encoberta,  é  vedado  ao 
Dasein  a  possibilidade  do  questionamento  histórico  e  a  descoberta  da  própria 
história. 
 
3.  ​A  pesquisa  científica  histórica  não  necessariamente  precisa  levar  em  conta  a 
constituição  histórica  do  Dasein,  muito  embora  seja  sua  condição  de  possibilidade. 
Ela  procura  tornar  transparente  a existência do Dasein na medida em que investiga a 
proveniência  das  possibilidades  nas  quais  ele  se  insere.  Por  outro  lado,  quando  o 
Daseins  e  coloca  a  pergunta  pelo  sentido  da  existencialidade,  i.e.,  coloca  a  pergunta 
pelo  sentido  de  ser  em  geral  e  carrega  consigo  a  compreensão  de  que  é  aberto  de 
maneira  essencialmente  determinado  pela  historicidade,  é  necessário  colocar  a 
pergunta  pelo  ser  como  caracterizada  pela  historicidade.  Assim,  é  preciso  que  a 
pergunta  pelo  sentido  de  ser,  possibilidade  ôntica  do  Dasein,  investigue  sua  própria 
história  para  daí  tirar  sua  instrução  se  apropriando  positivamente  do  passado.  “Die 
Frage  nach  dem  Sinn  des  Seins  ist  gemäss  der  ihr  zugehörigen  Vollzugsart,  d.  h.  als 
vorgängige  Explikation  des Daseins in seiner Zeitlichkeit und Geschichtlichkeit, von 
ihr selbst dazu gebracht, sich als historische zu verstehen.” 
 
4.  
 
pag 22 / 223. paragf 6 

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