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Einleitung
Die Exposition der Frage nach dem Sinn von Sein
Erstes Kapitel
Notwendigkeit, Struktur und Vorrang der Seinsfrage
§1. Die Notwendigkeit einer ausdrücklichen Wiederholung der Frage nach dem
Sein.
1. É colocado claramente um esquecimento do ser como diagnóstico do tempo a
partir de Heidegger da sua própria época. Além disso, a questão, como ele o prova
trazendo Platão e Aristóteles, não é nenhuma banalidade. Heidegger reconduz essa
questão enquanto uma questão temática de uma real investigação aos esforços de
filósofos como Platão e Aristóteles. No entanto, esse mesmo empreendimento,
segundo ele, ao longo da tradição sofreu várias distorções e remodelagens de tal
modo a hoje em dia estar “trivializado”.
2. Heidegger diz que no próprio solo da pergunta grega sobre o ser se formou um
“dogma”. Qual é esse dogma? Que a pergunta do ser é supérflua. Por quê? 1. Porque
o conceito de ser é o mais geral e o mais vazio. Por ser o mais geral,2. ele resiste a toda
tentativa de definição e, além disso, 3. não necessita de uma definição já que cada um
o entende constantemente. De tal modo, a partir desse dogma, diz Heidegger que o
que era uma questão que inquietava o antigo filosofar se transformou numa
obviedade (Selbstverständlichkeit). “Für das Dogma über das Sein hat sich der
Verborgenheitscharakter des Seins des Seienden und der Entbergungscharakter des
Denkens verhüllt”.(p28vh)
3. Heidegger diz de saída que não irá discutir detalhadamente os preconceitos que
rondam a questão do ser, pois estes não são poucos já que tem seu começo na própria
ontologia antiga mesma. No entanto, isso só poderá ser demonstrado na medida em
que se tiver disponível como fio condutor a resposta da questão do sentido de ser em
geral. Por isso, o que se irá discutir dos preconceitos terá como objetivo uma
discussão dos preconceitos somente na medida em que se puder mostrar sua
necessidade.
4. “Das ‘Sein’ ist der ‘allgemeinste’ Begriff.” O conceito de ser é o mais geral. No
entanto, diz Heidegger, “a generalidade do ser não é a mesma da do gênero, na
medida em que o ente se articula conceitualmente segundo gênero e espécie. Ser não
é o mais geral por se a região máxima de delimitação do ente. “Die ‘Allgemeinheit’
des Seins ‘übersteigt’ alle gattungsmässige Allgemeinheit”. A essa universalidade,
generalidade específica do conceito de Ser Aristóteles reconheceu como Unidade da
Analogia e a Idade Média como sendo o ser um transcendens. “Die Einheit dieses
transzendental ‘Allgemeinen’ gegenüber der Mannigfaltigkeit der sachhaltigen
obersten Gattungsbegriffe hat schon Aristóteles als die Einheit der Analogie erkannt”.
No entanto, Heidegger o acusa de não ter apreendido com clareza a unidade desse
contexto categorial. E, apesar de ter discutido bastante, o medievo também não
obteve logro em clarear esse conceito de ser. Por último, a questão chega a Hegel,
onde o problema já é de vez, segundo Heidegger, abandonado (aus der Hand gibt);
pois o ser, lá, é colocado no fundamento da sua Logik como “unbestimmte
Unmittelbare” Hegel, de alguma forma, já abandonou a questão, no entanto,
mantendo-se ainda no solo da ontologia antiga. Assim, conclui Heidegger “Wenn
man demnach sagt: ‘Sein’ ist der allgemeinste Begriff, so kann das nicht heissen, er
ist der klarste und aller weiteren Erörterung unbedürftig. Der Begriff des ‘Seins’ ist
vielmehr der dunkelste.”
Ón (Participio Presente de Einai).
Ens ( Participio Presente do infinitivo E sse).
“Das ens bedeutet wie das ón das Seiende in der Bedeutung von Sein, und zwar der
Seiendheit”. “Aristóteles und Thomas verwenden in den gegebenen Zitaten ón und
ens in der Bedeutung des Seins des art- und gattungsmässig gegliederten Seienden”.
Von Herrmann comenta o caráter específico do Ser. Comenta que o próprio
Aristóteles já visualizou conceitualmente a diferença entre uma apreensão do ente e
uma apreensão do ser. Um ente se articula conceitualmente, segundo Aristóteles, em
Gênero e Espécie. No entanto, isso faz parecer que a frase, do próprio Aristóteles,
que declara ser o conceito de ser o mais geral, poderia nos levar a pensar que Ser, na
verdade, é a região máxima do ente, o gênero máximo. Mas o próprio Aristóteles
recusa essa visão e consegue, vendo a diferença ontológica que existe entre o Ser e o
Ente, determina o primeiro como Unidade da Analogia.
“Die Einheit des Seiend bzw. des Seins in den vielfältigen Weisen des Seins zeight
sich, wenn wir beachten, dass wir bei der Verschiedenheit etwa des Wahrseins, des
Wirklickseins oder des Wasseins und des Wiebeschaffenseins dennoch ein Selbiges
meinen. In den verschiedenen Bedeutungen des Seins liegt eine gewisse einheitliche
Bedeutung. Diese ist in den vielfältigen Weisen des Seins ein gewisses Gemeinsames
und in diesem Sinne eine Allgemeinheit, die Allgemeinheit des Seins, die in den
vielfältigen Weisen des Seins (des Seiend) liegt.”
“Hier stellt sich nun die Frage, welchen Charakter dieses Gemeinsame des selben Seins in
allen Bedeutungen des Seins hat?” Uma comunidade tal como a de gênero e espécie?
Ou uma específica, diversa? p35
“Hat das Gemeinsame des Seiend in den vielfältigen Bedeutungen des Seiend den
Charakter einer Gattung, der obersten Gattung?”
Já que a unidade pertence a universilidade, poderia se perguntar se os diferentes
significados comuns do ente, o mesmo e o indeterminado ente é a unidade do gênero
mais alto. Nesse caso poderia se ganhar o conceito de gênero do ser a partir do
caminho de uma extração dos diferentes sentidos do ser. No entanto, diz Von
Herrmann, esse caminho é rejeitado por Aristóteles. Antes, porém, de falar que o
conceito de ser não tem o caráter de gênero que é observado nos entes, i.e., a relação
que estes têm de gênero com suas espécies, é preciso esclarecer que tipo de relação é
essa que é notada nos ente.
“Eine Gattung ist dasjenige Allgemeine und Gemeinsame, das sich durch bestimmte
hinzukommende Unterschiede in Arten gliedern lässt”. Exemplo: Ser vivo é gênero das
seguintes espécies: Plantas, Animais e Humanos. No entanto, se o conceito de
gênero já guardasse as diferenças específicas presentes nos diferentes tipos de entes
que podem ser reunidos naquele gênero, este já não mais seria um gênero de
diferentes espécies. “Der Sachgehalt der Gattung notwendig frei ist vom Sachgehalt
der artbildenden Unterschiede” A partir disso, o Von Herrmann avalia se se pode
pensar o ser desta maneira. Ele nota, com isso, que o Ser não pode ser gênero de
espécies. Pois, se formos pensar o Ser como um gênero, ele teria que não incluir as
diferenças específicas das diferentes espécies que conteriam o gênero. Mas quando
observamos que o “como é constituído (Wiebeschaffensein)” e o “Que é(Wassein)”
ambos já são e no conceito de ser já está inserido isso, vemos que a relação que
guardam entre si gênero e espécie não consegue apreender a unidade do signficado
de ser frente a multiplicidade de suas significações. No entanto, diz ele, “Doch dieser
Beweis des nichtgattungsmässigen Charakter der Allgemeinheit und Einheit des
Seins sagt nur, welchen Charakter die Allgemeinheit und Einheit des Seins nicht
hat”. Ou seja, até agora foi dito apenas o que essa unidade do ser não é.
5. Fünfte Absatz. “Der Begriff ‘Sein’ ist undefinierbar. Dies schloss man aus seiner
höchsten Allgemeinheit”
Para Heidegger, na medida em que a definição se faz por gênero próximo e diferença
específica, o ser, em sua máxima universalidade, generalidade, é indefinível. Mas isso
não quer dizer que o Ser seja algo inapreensível. Diz muito mais que o modo de
apreensão conceitual utilizado nos entes é incapaz de apreender o ser. Isso só quer
dizer que o Ser não é nada de ente e que exige uma abordagem que lhe seja adequada,
específica. “Die Einsicht in die Undefinierbarkeit des Seins befreit das Denken nicht von
der Aufgabe, es zu bestimmen, sondern fordert es vielmehr auf, nach einem weg Ausschau zu
halten, auf dem nach dem Sein als solchem in seinem Sichunterscheiden vom Seienden
gefragt werden, auf dem das Sein als Sein diesseits der Definition bestimmt werden kann.”
6. “Das ‘Sein ist der selbsverständliche Begriff.” Todo mundo entende o que ser
sem nenhuma explicação, no entanto, carecemos do sentido de ser. Para Heidegger
isso quer dizer que um enigma a priori está se inserindo a cada vez que fazemos uso
dele na medida em que não sabemos qual seu sentido. “Dass wir je schon in einem
Seinsverständnis leben un der Sinn von Sein zugleich in Dunkel gehüllt ist, beweist die
grundsätzliche Notwendigkeit, die Frage nach dem Sinn von ‘Sein’ zu wiederholen”.
7. Heidegger atenta para o procedimento duvidoso de apelar para evidências, coisas
óbvias, pois “Die geheimen Urteile der gemeinen Vernunft, ausdrückliches Thema
der Analytik werden und bleiben soll”
8. Discutidos os três preconceitos, vemos que não somente à questão falta uma
resposta, mas a própria pergunta está obscura (dunkel) e sem direção (richtungslos).
Portanto “Die Seinsfrage wiederholen besagt daher: erst einmal die Fragestellung
zureichend ausarbeiten”.
§2. Die formale Struktur der Frage nach dem Sein
1. A pergunta pelo sentido de ser deve ser colocada. Para Heidegger, esta é a
pergunta fundamental e, por isso merece uma clareza adequada ao estatuto que ela
desempenha nessa obra. Assim, nesse parágrafo será discutido 1. o que pertence a
uma pergunta para 2. poder tornar visível o caráter distinto desse questionamento.
2.1 Toda questionar é um buscar. E esse buscar retira sua direção prévia daquilo que
se busca. Questionar é um buscar ciente naquilo que o ente é e como ele é. A busca
ciente pode se tornar uma Investigação quando ela determina de maneira libertadora
o que é questionado.
Todo questionamento tem seu questionado. E todo questionar é questionar acerca
de... , um questionar sobre… Assim, pertence também ao questionar um “interrogar
acerca de…” . No questionar investigador e especificamente teorético, diz Heidegger,
o questionado terá que ser determinado e apreendido conceitualmente. Assim, no
questionado pertence o Perguntado, aquilo em que o questionar atinge seu objetivo.
“Das Fragen selbst hat als Verhalten eines Seienden, des Fragers, einen eigenen Charakter
des Seins”. Passagem importante na medida em que determina o questionar como
comportamento de um ente e, por conseguinte, carregando o ser desse ente que
pergunta. Heidegger também coloca a existência de dois tipos de questionar o
“simples questionar” ou a “colocação explícita da pergunta”; para ele é esta última
que será escolhida e a especificidade desse tipo de questionamento é que todos os
caracters constitutivos do questionar serão tornados transparentes.
--
“Das erste formale Strukturmoment einer jeden Frage ist nunmehr im Blick auf die
positiv-wissenschaftlichen Fragen gewonnen: jedes Fragen ist als Fragen-nach in
sich abzielend auf sein “Gefragtes”. Das Gefragte ist das intentionale Korrelat des
intentional verfassten Fragens”
“Um aber nach etwas fragen zu können, muss ich bei etwas anfragen. ...Der
Botaniker fragt z.B. bei einem bestimmten Landschaftsgebiet an, ob in ihm eine
bestimmte Pflanzenart wächst.. … Das, wobei der Wissenschaftler anfragt, wenn er
nach etwas fragt, ist als formales Strukturmoment das ‘Befragte’”.
3. Absatz
Heidegger diz que, se formos colocar a questão do sentido de ser, então conosco está
a necessidade de colocar, percorrer e discutir a questão do sentido de ser quanto a
seus momentos constitutivos/estruturais.
4.Absatz
Como foi dito, enquanto busca a questão do ser tem que retirar seu fio condutor
prévio, sua direção prévia daquilo de que busca. Por isso “Der Sinn von Sein muss uns
daher schon in gewisser Weise verfügbar sein”. Mas já foi falado que nos movemos
sempre em uma compreensão de ser, então ele está disponível. Então é dessa
compreensão mediana em que nos movemos que surge, cresce a pergunta pelo
sentido de ser e a tendência para seu conceito. Heidegger coloca essa direção prévia
no fato da precompreensão de ser que todos nós temos “Wir kennen nicht einmal den
Horizont, aus dem her wir den Sinn fassen und fixieren sollten. Dieses durchsnittliche und
vage Seinsverständnis ist ein Faktum”
VH- “Das ‘immer schon’ bedeutet dasselbe wie ‘vorgängig’ und nennt das Apriori. Das
unausdrückliche Seinsverständnis, in welchem wir uns apriori bewegen, ermöglicht unser
Verhalten zu Seiendem”.
1
Buscar / Fragen - Questionar / e
Suchen = rkennende Suchen - busca ciente / Untersuchen -
uestionar / Befragtes - Interrogado / Erfragtes - Perguntado.
investigar / Gefragtes - Q
“Das unausdrückliche Seinsverständnis ist durchschnittlich, weil alle Unterschiede im Sein
eingeebnet sind; es ist vage, weil es hinsichtlich der Unterschiede und der Bedeutung
unbestimmt und unbegriffen ist.”
5. Heidegger diz que essa compreensão implícita, vaga e mediana de ser é um fato,
um fenômeno positivo que só poderá ser esclarecido quando for conquistado o
conceito de ser que servirá como seu fio condutor. Aí será demonstrado que tipo de
encobrimento, escurecimento, velamento repousa nessa compreensão vaga e
mediana de ser que nos constitui. Aqui já se tem o fio condutor de onde a busca
retira a direção do que busca: a compreensão vaga e mediana de ser.
6. Esse encobrimento que pertence a compreensão vaga e mediana de ser pode ser
reforçado mais ainda por teorias e doutrinas tradicionais, de tal modo que essas
teorias podem ser o motivo de permanência do encobrimento dessa compreensão de
ser. Ou seja, as teorias tradicionais interpretam ser, nos legam um conceito, nos
legam o que ele é, no entanto, só como aparência e, por isso, fornecem o fio condutor
mas um fio condutor que sempre nos mantém longe.
7. O questionado da questão do ser é o Ser. O ser é aquilo que 1. Determina o ente
enquanto ente e 2. “O em vista do que” o ente em qualquer discussão já está sendo
compreendido. Heidegger aqui também coloca o primeiro passo para se
compreender a problemática, a saber, não compreender o ser como um ente. E,
justamente por não ser nenhum ente, exige uma maneira de demonstração distinta
da que é usada nos entes. Portanto, o perguntado, o sentido de ser, deve ser apreendido
de modo contrário a apreensão conceitual própria a dos entes.
“Das ‘Gefragte’ in der Fundamentalfrage ist das ‘Sein’. Aber es soll ja nicht nur
überhaupt und allgemein nach dem Sein gefragt werden, sondern unter der Hinsicht
seines Sinnes”.p59 Ou seja, a perspectiva em virtude da qual o questionado será
perguntado determinará o sentido da investigação. “In der Fundamentalfrage ist der
Sinn von Sein die Hinsicht, in der nach dem Sein gefragt wird. Das Sein ist das
Gefragte, sein ‘Sinn’ ist das eigentlich ‘Erfragte’”.
Em seguida o Von Herrmann comenta duas indicações que Heidegger dá acerca da
relação do Ser, que é sempre ser de um ente, com o próprio ente: “Der Bezug des Seins
zum Seienden wird formal angezeigt als ein Bestimmen. Sein steht zum Seienden in einem
Bezug des Bestimmens, das Seiende steht zum Sein in einem Bezug des Bestimmtwerdens als
Seiendes.”
8. Na medida em que o ser constitui o questionado e ser sempre se diz de um ente,
quem será perguntado será o próprio ente. “Dieses wird gleichsam auf sein Sein hin
abgefragt”. Mas uma vez é reclamado o asseguramento do modo de acesso para que
o ente apareça, em seu ser, tal como ele é e se mostra em si mesmo e a partir de si mesmo.
“Die Seinsfrage verlangt im Hinblick auf ihr Befragtes die Gewinnung und vorherige
Sicherung der rechten Zugangsart zum Seienden”.
No entanto, qual ente será esse, dado que se diz ente de tudo que se diz? “An
Welchem Seienden soll der Sinn von Sein abgelesen werden, von welchem Seienden soll die
Erschliessung des Seins ihren Ausgang nehmen?”. Será, diz ele, que algum ente tem um
primado de abertura ao ser?
pag 70 von herrmann
Uma discussão a respeito do fenômeno fundamental da abertura (Erschlossenheit2)
suscitada pela nota de Heidegger que pertence ao contexto da mudança do plano de
reflexão da obra de Ser e Tempo. “Das Verstehen sowohl wie die Verst¨ndlichkeit
haben ihr Wesen in und aus dem, was Heidegger die Erschlossenheit nennt”. A
compreensão, no entanto, tem o caráter de realização da existência. Esta, a
existência, é o distinto ser do dasein frente aos diversos entes e possui uma triplíce
estrutura (drei konstitutive Strukturen): 1. Geworfenheit (Lançado), 2. Entwurf (Projeto) e
3. das besorgende Sein beim Seiende (ser ocupado junto aos entes). “Als
geworfen-entworfene Erschlossenheit von Sein als Verstehenshorizont auf und lässt für den
besorgenden Umgang mit Seiendem dieses aus dem horizontal erschlossenen Sein allerst als
das Seiende begegnen.”
9. Heidegger diz que já que a pergunta do ser será realizada em sua total
transparência, ela exige uma explicação do modo de visualização do ser, da sua
compreensão, da apreensão conceitual de seu sentido, a preparação da possibilidade
da escolha correta do ente exemplar e a elaboração correta do tipo de acesso genuíno
a esse ente. Todas estas exigências na verdade são jeitos de ser do ente que existe,
isto quer dizer que, “Ausarbeitung der Seinsfrage besagt demnach:
Durchsichtigmachen eines Seienden - des fragenden - in seinem Sein… Die
ausdrückliche und durchsichtige Fragestellung nach dem Sinn von Sein verlangt eine
vorgängige angemessene Explikation eines Seienden (Dasein) hinsichtlich seines
Seins”.
“Die Seinsfrage kann nur in voller Durchsichtigkeit ihrer selbst ausgearbeitet werden, wenn
dafür das die Seinsfrage fragende Seiende selbst in seinem Sein durchsichtig gemacht wird”.
10. “Die drei letzten Absätze des §2 setzen sich mit einem Einwand auseinander,
der sich gegen den jetzt gewonnenen Ansatz und Ausgang der Seinsfrage richtet.
(...) Der Einwand bemerkt, dass die angekündigte Vorgehensweise den Charakter
eines Kreisganges hat”.
A objeção do círculo consiste, segundo o parágrafo gramatical, no seguinte. Foi dito
que o ser-aí é determinado por uma compreensão vaga e mediana de ser, isto é, ele é
constituído por uma compreensão de que não é nunca colocada de modo temático de
tal modo a dispormos de um conceito de ser. No entanto, a questão do ser pega seu
fio condutor justamente dessa compreensão vaga e mediana de ser e, a partir disso,
torna tema de uma investigação essa compreensão vaga e mediana de ser. O
questionar, apreender conceitualmente, visualizar, garantir o modo de acesso, trazer
conceitualmente o sentido de ser, no entanto, são modos de ser do ser-aí. Assim, a
configuração da questão do ser assume uma tal configuração que, para que possamos
apreender conceitualmente o sentido de ser em geral, primeiro precisamos apreender
conceitualmente o ser desse ente que compreende e conceitua o ser. No entanto, para
que façamos isso, utilizamos já de antemão o conceito de ser. Mas isso é justamente
o que estamos querendo procurar! A resposta de Heidegger quanto a essa objeção é a
seguinte “Formale Einwände, wie die im Bezirk der Prinzipenforschung jederzeit leicht
anzuführende Argumentation auf den Zirkel im Beweis, sind bei Erwägungen über konkrete
2
die Erschliessung = a abertura, o descobrimento. erschliessen =
abrir. erschlossen = aberto.
Erschlossenheit = estado de aberto, estar-aberto, aberturidade(?)
aufschliessen = abrir. die Aufschliessung =
abertura
Wege des Untersuchens immer steril. Für das Sachverständnis tragen sie nichts aus und
hemmen das Vordringen in das Feld der Untersuchung”.
Von Herrmann comenta: “Der Argumentation in diesem streng logischen Sinne steht die
phänomenologische Sacherschliessung (‘Sachverständnis’) gegenüber, die sich nicht von
logischen Argumenten, sondern von den sichzeigenden Sachen leiten lässt.”
11. Outra resposta. Toda vez que determinamos o ente, usamos o ser dizendo o que
tal ente é. No entanto, tiramos essa compreensão de ser da compreensão vaga e
mediana de ser que nos constitui e não de um conceito do sentido de ser como algo
disponível. Caso não pudessemos usar essa compreensão não-conceitual de ser,
nenhuma ontologia até agora teria existido. (“Wäre dem nicht so, dann könnte es
ontologische Erkenntnis geben, deren faktischen Bestand man wohl nicht leugnen
wird”). E, por fim, diz ele “Ein ‘Zirkel im Beweis’ kann in der Fragestellung nach
dem Sinn des Seins überhaupt nicht liegen, weil es in der Beantwortung der Frage
nicht um eine ableitende Begründung, sondern um aufweisende Grund-Freilegung
geht”.
Von Herrmann comenta: “Denn die Antwort auf die Frage nach dem Sinn von Sein
überhaupt wird gar nicht auf dem Wege einer aus Grundsätzen ‘ableitenden
Begründung’, sondern auf dem Wege der ‘aufweisenden Grund-Freilegung gesucht.
Mit der ableitenden Begründung ist die logische Methode innerhalb der
Prinzipienforschung gemeint. Die aufweisende Grund-Freilegung ist demgegenüber
die Kennzeichnung der phänomenologischen Methode. ‘Aufweisende
Grund-Freilegung’ heisst: das Dasein in seinem Sein so bestimmen, dass dieses sich
zeigt als der Grund, auf dem und aus dem der gesuchte Sinn von Sein überhaupt zum
Aufweis gebracht werden kann”
12.
§3. Der ontologische Vorrang der Seinsfrage
1. Heidegger diz que após desenvolver a estrutura formal da questão do ser,
evidenciou-se que essa questão necessita de uma série de considerações
fundamentais, a saber, o ente a ser escolhido, o acesso a esse ente e o
desenvolvimento dos existenciais desse ente. No entanto, a questão só terá
legitimada sua honra quando se delimitar suficientemente sua função (Funktion), seu
propósito (Absicht) e seus motivos (Motive)
2. Heidegger destaca que até agora a questão o ser foi desenvolvida e colocada como
necessitada de uma recolocação devido a dignidade de sua proveniência e a falta de uma
resposta adequada ou até mesmo de uma colocação suficiente da questão. No entanto,
ainda se pode perguntar, diz Heidegger: “wozu diese Frage dienen soll”. Para
Heidegger, essa pergunta, em relação a filosofia é a pergunta mais principial e
concreta. (“Die prinzipiellste, weil die grundsätzlichste, die konkreteste, weil alle sonstigen
konkreten philosophischen und wissenschaftlichen Fragen und Antworten ermöglichend.”)
Von Herrmann nos fornece um resumo do que será tratado nesse parágrafo:
“Diese These soll sich im §3 dadurch bewahrheiten, dass gezeigt wird, wie positive
Wissenschaften ihre eigene Grundlegung nur begrenzt durch ihre eigene
Grundlagenforschung erfahren, wie eine echte Grundlegung nur durch die
Philosophie als Ontologie, und zwar als regionale Ontologie erfolgen kann, wie aber
die regionalen Ontologien nur dann die positiven Wissenschaften in echter Weise
grundlegen können, wenn sie ihrerseits durch die Frage nach dem Sinn von Sein ihre
Grundlegung erhalten. Im §3 geht es also darum, die sachlich-wissenschaftliche
Auszeichnung (Vorrang) der Seinsfrage darzutun”
3. Ser é sempre ser dos entes. O todo dos entes pode ser campo para liberação e
definição em determinados âmbito de objetos. Para Heidegger, as ciências positivas
fazem o primeiro levantamento e fixação desses âmbito de objetos, no entanto, “naiv
und roh”. Por quê? Porque a elaboração desse âmbito de objetos já é precedida pela
experiência précientífica que já articula os entes em determinados âmbitos de
objetos. (“Die Ausarbeitung des Gebietes in seinen Grundstrukturen ist in gewisser
Weise schon geleistet durch die vorwissenschaftliche Erfarung und Auslegung des
Seinsbezirkes, in dem das Sachgebiet selbst begrenzt wird.”). Assim, na verdade, o
que realiza a primeira delimitação dos entes em âmbitos de objetos é a
précompreensão que já articula o todo dos entes segundo determinados setores de
ser já articulados e daí a ciência só faz trabalhar em cima disso sem se perguntar de
onde veio essa précompreensão.
“Damit ist angedeutet, dass jene Freilegung und Umgrezung der seienden
Sachgebiete nicht allein und nicht primär die Aufgabe der positiven Wissenschaften
selbst ist”.
“Die wissenschaftliche Hebung und Umgrezung der Sachgebiete beginnt nicht beim
Punkte Null, sondern greift selbst auf diese Vorarbeit der vorwissenschaftlichen
Erfahrung und Auslegung zurück”
Grundstrukturen = Strukturen der Grundverfassung des Jeweiligen Sachgebietes =
Jeweilige Seinsverfassung eines Sachgebietes -> Grundbegriffen einer Wissenschaft
erfasst
6. “Grundbegriffe sind die Bestimmungen, in denen das allen thematischen
Gegenständen einer Wissenschaft zugrundeliegende Sachgebiet zum vorgängigen
und alle positive Untersuchung führenden Verständnis kommt”.
“Conceitos fundamentais são determinações em que o âmbito de objetos, que
serve de base a todos os objetos temáticos de uma ciência, é compreendido
previamente de modo a guiar todas as pesquisas positivas”
No entanto, a legitimação e fundamentação desses conceitos são resultados de uma
correspondente investigação desse âmbito de objetos. “Na medida em que esse
âmbito é conquistado do setor do ente, isso significa que tal antecipamento e
pesquisa dos conceitos fundamentais nada mais é do que uma interpretação do ente
em sua constituição fundamental de ser.” Para Heidegger, o que se dá é o seguinte. A
ciência tematiza os objetos e o classifica em determinado âmbito de objetos criando
conceitos fundamentais que guiarão todas as pesquisas positivas e isso nada mais é
do que interpretar o ente na constituição fundamental de seu ser, tarefa da ontologia.
“Solche Forschung muss den positiven Wissenschaften vorauslaufen”.
Segundo a interpretação de Von Herrmann. Heidegger está dizendo que as ciências
positivas tematizam cada uma um objeto que já foi interpretado pela compreensão
précientífica em âmbito de objetos. Esses âmbito de objetos vêm a compreensão e
guiam uma ciência particular através da formação de conceitos fundamentais que são
elaborados por meio de uma volta a compreensão que temos daqueles objetos. No
entanto, há algo que precede essa formação dos conceitos fundamentais e que é
condição de possibilidade da formação de conceitos fundamentais, a saber, a
interpretação précientífica da constituição de ser do ente que é feita através dessa
pré compreensão que é um fato.
7. No entanto, para que tenhamos clareza dessa compreensão de ser prévia que abre
e define um âmbito de objetos, é necessário ter um fio condutor. Para Heidegger, o
questionar ontológico é mais originário que as questões das ciências positivas. No
entanto, qualquer ontologie que se coloque a tarefa de fazer uma genealogia dos
tipos possíveis de ser e não esclareça o qual é o sentido de ser, permanecerá ingênua
e crua.
§ 4. Der ontische Vorrang der Seinsfrage
1. Heidegger aqui está tratando do primado ôntico da pergunta pelo ser. Ele começa
dando uma definição da ciência haurida de Husserl. Para este, a ciência é “das Ganze
eines Begründungzusammenhanges wahrer Sätze”. No entanto, a crítica de
Heidegger é a seguinte 1. essa definição não é completa (vollständig), 2. nem alcança a
ciência no seu sentido. Ciência, na verdade, é um comportamento do homem e, posto
isso, tem o mesmo modo de ser desse ente que é o homem. E, além disso, a ciência
não é, dentre os modos de ser, jeitos de ser, maneiras de ser desse ente que
apreendemos como Dasein, o mais próximo. É, na verdade, sempre uma
ultrapassagem da maneira em que o ser-aí de início e na maioria das vezes se
encontra.
“Wenn die Wissenschaft überhaupt als Verhaltung des Daseins bestimmt werden soll als
eine Seinsart des Seins des Daseins, dann sucht eine solche Bestimmung nicht den logischen,
sondern den phänomenologisch-existenzialen Wissenschaftsbegriff. Dieser heisst existenzial,
weil das Sein des Daseins Existenz genannt werden wird. Phänomenologisch ist der
existenziale Begriff, weil die Methode in dieser existenzialen Bestimmung die
phänomenologische ist”.
2. “D
ie vorgreifende Erörterung der Auszeichnung des Daseins beginnt im zweiten Absatz
so, dass in vier aufeinanderfolgenden und ineinandergreifenden Sätzen die formale Struktur
des Seins des Daseins sichtbar gemacht wird. Das so strukturierte Sein wird dann im vierten
Absatz als Existenz bezeichnet”.
“Das Dasein ist ein Seiendes, das nicht nur unter anderem Seienden vorkommt” - O
que essa sentença está querendo dizer é que o ser-aí não é como um ente entre outros
que ocorre. Ele possui uma distinção, um caráter distinto frente a esses outros entes
que impossibilita que ele seja contado como um ente entre outros. O que logo na
frase seguinte será evidenciado.
“Es ist vielmehr dadurch ontisch ausgezeichnet, dass es diesem Seienden in seinem
Sein um dieses Sein selbst geht.” - Ou seja, a distinção ôntica do Dasein que faz com
que ele não possa ser contado como um ente ao lado de outros é ser de tal forma que
a esse ente o seu ser lhe concerne na medida em que é. Ou em outras palavras, este
ente é de tal maneira que sendo, sempre tem o próprio ser em jogo. Von Herrmann
explica esse “gehen um” através do caráter de tarefa que o ser do Dasein é
constituído: “Die Wendung ‘es geht mir um etwas’ kennen wir aus der natürlichen, der
gewöhnlichen Sprache. Geht es mir um eine bestimmte Angelegenheit, die ich verfolge, dann
lasse ich sie mir anlegen sein, dann kümmere ich mich um sie, trage ich für sie Sorge. Das,
worum es mir geht, ist eine Aufgabe, um dere Erledigung ich bemüht bin. Heisst es nun in
der ersten positiven Kennzeichnung der Grundstruktur des Seins des Dasein: ich bin so, dass
es mir in meinem Sein um mein Sein geht, dann ist nicht dieses oder jenes, sondern mein
eigenes Sein die von mir zu vollbringende Aufgabe. Mein eigenes Sein ist so verfasst, dass ich
mich um es selbst bekümmere, dass ich Sorge trage für es. Das Sein des Daseins, das ich
selbst bin, ist als dieser Aufgabe-Charakter verfasst nich es so, dass ich bin, wirklich bin, un
dass es mir ausserdem auch noch um mein eigenes Sein geht, vielmehr besteht meine
eigentümliche Wirklichkeitsweise allein darin, dass es mir in meinem um dieses selbst geht”.
“Zu dieser Seinsverfassung des Daseins gehört aber dann, dass es in seinem Sein zu
diesem Sein ein Seinsverhältnis hat”. Não somente lhe concerne o seu ser como
sendo seu, mas a relação que tem como esse próprio ser seu na medida em que o
realiza, o perfaz como tarefa a cada vez que é, explícita ou implicitamente, sempre
guarda uma relação de ser com seu próprio ser.
“Und dies wiederum besagt: Dasein versteht sich in irgendeiner Weise und
Ausdrücklichkeit in seinem Sein.” - Ou seja, na medida em que esse ente é
onticamente distinto de outros por ter, na medida em que é, seu próprio ser em jogo
e, nessa não indiferença que constitui o ser-aí para com seu ser guardar uma relação
de ser com o seu próprio ser, faz com que Heidegger diga que de alguma maneira e
com algum grau de explicitude o ser-aí se compreende em seu ser, guarda uma
compreensão de si.
“Dass mit und durch sein Sein dieses ihm selbst erschlossen ist” - O ser-aí que tem o
seu próprio ser em jogo na medida em que é sendo a relação de ser com o próprio ser
pertence a ele que ele é com e através do seu ser este ser aberto a si mesmo.
“Pertence ao ser-aí que ele é aberto com e através do seu ser a si mesmo. Von
Herrmann liga o “com” (mit) com o estado de lançado na abertura do ser que todo
ser-aí é enquanto é. E com o “através” (durch) ele liga o modo de ser projetivo
constitutivo do dasein. Vejamos uma explicação dele
“Die Perfekt-Passiv-Bedeutung in “Geworfenheit” besagt ontologisch, dass das
Geworfenwerden eine ‘Bewegung’ im Sein ist, die solange geschieht, wie das Dasein ‘ist’. Als
solche geschieht sie so, dass sie dem aufschliessenden Verhalten des Dasein immer schon
voraufgeht. Die Präsens-Aktiv-Bedeutung des ‘Entwerfens’ besagt ontologisch, dass sich das
Dasein als je schon in der Wurfbewegung der Geworfenheit faktisch erschlossen
entwerfend-aufschliessend zu seinem Sein verhält. Das Entwerfen oder auch Sichentwerfen
des Daseins als eine fundamentale Weise, in der es sich in seinem Sein zu seinem Sein
verhält, muss ganz aus der Erschlossenheit, d.h. hier als ein Erschliessen und Aufschliessen,
gedacht werden. Die erste positive Bestimmung des Seins des Daseins aufgreifend, können
wir nun sagen: dem Dasein geht es im geworfenen Aufgeschlossensein seines Seins um das
entwerfende Aufschliessen seines Seins. Die Wurfbewegungen in der Geworfenheit und im
Entwerfen konstituieren in ihrem Gleischursprünglichkeitsgefüge die Erschlossenheit des
Seins des Daseins.’”.
“Seinsvertändnis ist selbst eine Seinsbestimmtheit des Daseins” - Compreender ser é
uma determinação de ser do dasein. Por isso a conclusão: “Die ontische Auszeichnung
des Daseins liegt darin, dass es ontologisch ist”.
pag 108 von herrmann
3. Quando o Heidegger falou, no entanto, que o ser-aí é ontológico, ele quis dizer
não no sentido de fazer uma ontologia explícita, oq uestionamento ontológico.
Assim, ele preserva o nome ontológico para oq uestionamento explícito do sentido de
ser em geral e para o ser-ontológico do Dasein a terminologia préontológico. Que
significa “seiend in der Weise eines Verstehens von Sein”.
4. “Das Sein selbst, zu dem das Dasein sich so oder so verhalten kann und immer
irgendwie verhält, nennen wir Existenz.” - Esse ser com o qual o ser-aí sempre se
relaciona dessa ou daquela maneira é a existência. Von Herrmann comenta sobre
isso “Daher muss nun betont werden, dass Existenz dasjenige Sein ist, zu dem sich
das Dasein als dem seinigen verhält. (...) Das Dasein ist in seinem Sein so verfasst,
dass es sich in ihm zu ihm selbst verhält, und zwar so, dass es ihm in seinem Sein um
dieses selbst geht. Und das besagt: es versteht sich in seinem Sein. Und das
wiederum heisst: dem Dasein ist mit seinem Geworfensein und durch sein
Entwerfendsein sein Sein erschlossen. In der geworfenen Erschlossenheit seines
Sein geht es dem Dasein in der Weise seines entwerfenden Aufschliessens um die
Erschlossenheits seines Seins”.
Das was das Dasein kann, ist sein eigenes Sein als Seinsverhältnis.
5. VH “Die vorläufige Erhellung der Auszeichnung des Daseins setzt sich im fünften
Absatz durch die erstmalige Einführung des Begriffes der Existenz-Möglichkeit fort.
Retomando os outros parágrafos, em que é da constituição de ser do ser-aí que ele
tenha uma compreensão de ser e isso envolve ter uma relação de ser com seu próprio
ser sempre dessa ou daquela maneira de maneira a poder ser dito que seu ser lhe é
aberto, i.e., ele está lançado na sua abertura de maneira a abrir de maneira projetiva
essas possibilidades e, nisso, compreendendo-se a partir dessas possibilidades.
Heidegger fala o seguinte “Das Dasein versteht sich selbst immer aus seiner
Existenz, einer Möglichkeit seiner selbst, es selbst oder nicht es selbst zu sein”. I.e, o
Dasein já sempre se compreendeu na sua relação de ser com o ser com que se
relaciona, a saber, a sua própria existência que é sua. Essas possibilidades da
existências serão compreendidas sobretudo em duas propriedade e impropriedade.
Em qual delas se está, isso só se deixa decidir a partir do Dasein mesmo, é um
assunto existenciário. “Die Frage der Existenz ist immer nur durch das Existieren
selbst ins Reine zu bringen.” Esse tipo de compreensão que é tecido somente pelo
processo de realização do ser do ser-aí que tem o “caráter de tarefa” é definida por
Heidegger de existenciária. E carece de transparência teórica dos existenciais que
estão envolvidos, i.e., das estruturas ontológicas. Esta última, a pesquisa existencial,
em diferença da existenciária, é denominada por Heidegger de existencial, que busca
uma compreensão existencial, a saber, “objetiva a discussão do que constitui a
existência”. O conjunto das estruturas ontológicas que caracterizam o ser-aí é a
existencialidade, cuja analítica se dá por meio de uma compreensão existencial. E, na
própria constituição de ser do Dasein, como já foi descrita no parágrafo gramatical
de número dois já foi desenhada a possibilidade de um empreendimento desse
caráter. “Die Aufgabe einer existenzialen Analytik des Daseins ist hinsichtlich ihrer
Möglichkeit und Notwendigkeit in der ontischen Verfassung des Daseins
vorgezeichnet.”
“Weil diese Möglichkeiten solche des Seins, der Existenz des Daseins sind, heissen sie auch
Existenzmöglichkeiten oder existenzielle Möglichkeiten”
Sobre a diferenciação entre possibilidades possibilidades existenciais e modos de ser
si mesmo: “Wie aber versteht sich das Dasein immer aus einer Möglichkeit seiner selbst? So,
dass es in dieser Möglichkeit entweder ‘es selbst’ oder ‘nicht es selbst ist’. So gilt es erst
einmal zu scheiden zwischen den Existenz-Möglichkeiten und den beiden Grundweisen
(Grundmodi) des Selbstseins und des Nicht selbstseins. Auch diese sind Möglichkeiten des
Daseins, Möglichkeiten seines Seins, aber Grundmöglichkeiten, in denen es sich aus seiner
Existenz, aus seinen Existenz-Möglichkeiten versteht. Als diese Grundmöglichkeiten sind sie
zwei Grundweisen, in denen das Dasein sein seinsverstehendes Seinsverhältnis vollziehen
kann.”
“Das Selbstsein meines Selbst, die Weise meines Selbstseins, bestimmt sich aus der
Vollzugsweise mienes seinvertehenden Seinsverhältnisses, bestimmt sich daraus, wie ich die
geworfenen Möglichkeiten entwerfend aufschliesse.”
“Das existenzielle Existenzverständnis führt den Existenzvollzug des Daseins. Das
existenziale Existenzverständnis führt die theoretische Analytik der Existenz hinsichtlich
deren Strukturen”.
“Die existenziale Analytik ist die ausdrückliche Selbstauslegung des Daseins, das sich
unausdrücklich immer schon existenziell versteht. Aufgrund dieses
vorontologisch-existenziellen Seinsverständnisses ist die existenzial-ontologisch Analytik
auch notwendig, nämlich für die Ausarbeitung der Seinsfrage. Wenn die Seinsfrage nach
dem fragt, was die Existenz in ihrem Vollzug schon vortheoretisch versteht, dann muss die
Seinsfrage als existenziale Analytik des existenziellen Seinsverständnisses einsetzen”.
…
Comentário de Von Herrmann do parágrafo gramatical 5.
Distinção entre existenziellen Möglichkeitsbegriff e logischen und den ontologischen
Möglichkeitsbegriff.
Logischen Möglichkeitsbegriff - “Eine Sache ist logisch möglich, wenn sie
widerspruchfrei gedacht werden kann”
Ontologischen Möglichkeitsbegriff - “Möglichkeit als Seinsmodalität besagt:
Möglichkeit in bezug auf Wirklichtkeit.” A isso Von Herrmann contrapõe que “Der
existenzielle Möglichkeitsbegriff meint auch eine Seinsmöglichkeit, jedoch nicht
wie die Seinsmodalität der Möglichkeit eine Modalität von Sein als Vorhandensein,
nämlich mögliches Wirklichsein, sondern Möglichkeit in der Seinsart von Existenz.”
“Innerhalb der existenziellen Möglichkeit gibt es nur den Unterschied zwischen
erschliessbarer und erschlossener Möglichkeit”
Existenziellen Möglichkeiten - “Die existenzielle Möglichkeiten sind Möglichkeiten,
in denen dem Dasein mit seinem geworfenen Sein und durch sein entwerfendes Sein
dieses ihm selbst erschlossen ist.”
7. “Es ist ferner die Einsicht, dass das existenzielle Seins- als Existenz-Vertändnis, weil es als
Sein-in-der-Welt verfasst ist, gleichursprünglich das Verstehen von Welt und das Verstehen
des Seins des nichtdaseinsmässigen Seienden einschliesst. Mit anderen Worten, es ist die
Einsicht, dass das Seinsverständnis als Seinsbestimmtheit des Daseins ein dreifach gefügter
Zusammenhang von Existenz-Verständnis, Welt-Verständnis und Verständnis des Seins des
nichtexistierenden (nichtdaseinsmassigen) Seienden ist”
“Das Dasein Kann sich in der wissenschaftlichen Verhaltung nur deshalb forschend
zu Seiendem verhalten, weil es vor dieser möglichen Verhaltung und fur diese
wesenhaft als ein Sein-in-einer-Welt (und als ein Sein bei dem vorwissenschaftlich
begegnenden Seienden) existiert”
“Nun ist es an der Zeit, den Terminus “Sein-in-einer-Welt” in seiner
existnzial-ontologischen Bedeutung zu erläutern.”
Welt bedeutet hier nicht das All des Seienden, nicht selbst etwas Seiendes, sondern
einen Charakter des Seins. Welt unterscheidet sich wie Sein und mit ihm vom
Seienden und auch vom All des Seienden.
Das Existenz-Verständnis des Daseins als das Existenzielle Verstehen des eigenen
Seins hält sich in der Erschlossenheit. Dem Dasein ist mit seinem Sein und durch
sein Sein dieses ihm selbst aufgeschlossen. Diese Erschlossenheit ist nun, wie sich
jetzt zeigt, als Erschlossenheit des eigenen Seins auch Erschlossenheit von Welt.
Was aber ist Welt? “Welt ist die seinsmässige Ganzheit von Sinnbezügen
(Bedeutsamkeit), die in ihrer Ganzheit so etwas wie eine Welt konstituieren.
Wie aber ist die Welt als Bedeutsamkeit mit der Existenz erschlossen? “So, dass zu jeder
Existenzmöglichkeit eine konkrete Sinnbezugs-Ganzheit gehört. Jede
Existenzmöglichkeit ist deshalb eine Möglichkeit des In-der-Welt-seins. In diesem
ontologisch-existenzialen Terminus ist die Einheit von Existenz- und
Welt-Verständnis gedacht. Kein Existenz-Verständnis ohne Welt-Verständnis und
umgekehrt.”
“Das existierende Seiende in seinem Sein für es selbst so erschlossen, dass es darin
offensteht für die Erschlossenheit von Welt. In seinem Für-es-selbst-erschlossensein
ist es nicht in sich gekehrt und auf sich als Selbstpunkt bezogen, sondern
‘ausser-sich verstehend aufgeschlossen in die horizontal erschlossene Welt. Dieses
wesenhafte Ausser-sich-sein (als Gegensatz zum Insichverkapseltsein) des
existierenden Selbst nennt Heidegger den ekstatischen Charakter der Existenz und
des Selbst. Selbsthaft-ekstatisch ist das existierende Seiende in den existenzialen
Weisen seiner Existenz, also in seiner Geworfenheit und in seinem Entwerfen,
erschlossen. Allein, das Ekstatische der Existenz hätte keinen Sinn, wenn es nicht
ein Wohin des Ausser-sich-seins gäbe. Das, wohin das existierende Seiende in seiner
ekstatischen Existenz erstreckt ist, ist die horizontal erschlossene Welt und das
horizontal erschlossene Sein des Seienden, zu dem sich das Dasein verhält. Diese
‘Dimension’ der Erschlossenheit können wir zur Unterscheidung von jener
selbsthaft-ekstatischen die horizontale Erschlossenheit nennen. Die volle
Erschlossenheit des In-der-Welt-seins kann damit als
selbsthaft-ekstatisch-horizontale Erschlossenheit bezeichnet werden”.
“Da-sein heisst also existenzial-ontologisch, dass das existierende Seiende ‘ist in der
Weise, sein Da zu sein’. Das existierende Seiende, ist sein Da heisst, es existiert so,
dass mit seiner Existenz die ganzheitliche Erschlossenheit des In-der-Welt-seins
aufgeschlossen ist, und zwar als die Ganzheit von selbsthaft-ekstatisch-horizontaler
Erschlossenheit. Das ‘Da’ nennt also diese ganzheitliche, in sich dimensionierte
Erschlossenheit. Das existierende Seiende heisst ‘Da-sein’, weil in seinem Sein (-sein)
die Erschlossenheit im ganzen (Da-) aufgeschlossen ist”.
pag 134
8. A ontologia, a analítica existencial do Dasein é uma ontologia fundamental porque
é de onde todas as outras brotam, pois, dado que o ser-aí com e através do seu ser,
guarda uma compreensão de ser 1. da existência 2. do mundo e 3. dos entes que não
possuem o modo de ser do Dasein. Nesta última compreensão, o ser-aí já guarda uma
certa compreensão da constituição de ser dos objetos e, porisso, é no Dasein onde
toda ontologia possível pode ter começo. “Daher muss Fundamentalontologie, aus
der alle andern erst entspringen können, in der existenzialen Analytik des Daseins
gesucht werden.”
9. “ Das Dasein hat sonach einen mehrfachen Vorrang vor allem anderen Seienden.”
1. ontischer Vorrang. - “Ontisch kann dieser Vorrang genannt werden, weil das Dasein
als Seiendes vor dem anderen Seienden dadurch ausgezeichnet ist, dass es ‘in seinem
Sein durch Existenz bestimmt ist. Die Weise, wie das Dasein selbst ein Seiendes ist,
hebt sich von allem anderen Seienden dadurch ab, dass es ihm in seinem Sein um
sein Sein geht”.
2. ontologischen Vorrang. - “Der erste Vorrang schliesst als zweiten den
‘ontologischen Vorrang’ ein. Als bestimmt durch Existenz, ist es ‘an ihm selbst
‘ontologisch’. Die Anführungszeichen zeigen an, dass’ontologisch’ hier - wie im
zweiten und dritten Absatz - die primäre Bedeutung von
vor-ontologisch-seinverstehend’ hat. Das zum Existenzvolzug gehörende
vorontologische Seinsverständnis meint hier das existenzielle Sichverstehen in
seinem Sein.”
3. ontisch-ontologische Vorrang. - “Weil das Dasein existiert im
existenziell-ekstatischen Verstehen des horizontal erschlossenen Seins alles
nichtdaseinsmässigen Seienden, zu dem es sich besorgend verhalt, ist es in der
Einheit seines Existenz-Verständniss und seines Verständnisses des Seins vom
nichtexistierenden Seienden ‘die ontisch-ontologisch Bedigung der Möglichkeit aller
Ontologien”.
ZWEITES KAPITEL
DIE DOPPELAUFGABE IN DER AUSARBEITUNG DER SEINSFRAGE
DIE METHODE DER UNTERSUCHUNG UND IHR AUFRISS
Von Herrmann comenta qual o papel do segundo capítulo. A ele correspondem duas
tarefas para a elaboração da questão do ser. O §5 cujo título é “A analítica ontológica
do Dasein como liberação do horizonte para uma interpretação do sentido de ser em
geral” corresponde à primeira tarefa, que corresponde ao que tem no sumário
presente no §8 “Die Interpretation des Daseins auf die Zeitlichkeit und die
Explikation der Zeit als des transzendentalen Horizontes der Frage nach dem Sein”.
O Von Herrmann faz corresponder as seguintes coisas:
§5. “Die ontologische Analytik des Daseins als Freilegung des Horizontes für eine
Interpretation des Sinnes von Sein überhaupt”
Erste Teil - “Die Interpretation des Daseins auf die Zeitlichkeit und die Explikation
der Zeit als des transzendentalen Horizontes der Frage nach dem Sein”
“ontologische Analytik des Daseins” = “Interpretation des Daseins auf die
Zeitlichkeit”
“Freilegung des Horizontes für eine Interpretation des Sinnes von Sein überhaupt” =
“und die Explikation der Zeit als des transzendentalen Horizontes der Frage nach
dem Sein”.
Segundo ele, tanto a “ontologische Analytik des Daseins” como a “Interpretation des
Daseins auf die Zeitlichkeit” correspondem à primeira e segunda seção da primeira
parte. E tanto o “Freilegung des Horizontes für eine Interpretation des Sinnes von
Sein überhaupt” como o “Explikation der Zeit als des transzendentalen Horizontes
der Frage nach dem Sein” correspondem ao que seria tratado na terceira seção da
primeira parte, que não foi publicada.
Quanto a segunda tarefa, diz ele, “Die zweite zur Ausarbeitung der Seinsfrage
gehörende Aufgabe ist eine geschichtlich-kritische”. Ou seja, àquilo que será traçado
no §6.
§5. Die ontologische Analytik des Daseins als Freilegung des Horizontes für eine
Interpretation des Sinnes von Sein überhaupt
A tarefa do §5 é introduzir a primeira tarefa e suas duas subtarefas da questão do ser.
1. Introduzir a analítica do Dasein, o que será feito do parágrafo gramátical 1 ao 8,
que irá compreender a primeira e a segunda seção e será falado do perguntado
sentido de ser em geral como o tempo originário (parágrafo gramatical do 9 ao 14).
1 De acordo com os parágrafos anteriores, diz Heidegger, é necessário não só
estabelecer o ente que desempenhará o papel principal onde se deverá “ler o sentido
de ser”, mas também uma apropriação e asseguração do modo correto de acesso a
esse ente. Já se evidenciou, nos parágrafos anteriores, qual é o ente privilegiado, a
saber, o Dasein, dado que tem um primado triplo. Mas resta a questão que Heidegger
a coloca da seguinte maneira: “Aber wie soll dieses Seiende, das Dasein, zugänglich
und im verstehenden Auslegen gleichsam anvisiert werden?”“Das Dasein ist zwar
ontisch nicht nur nahe oder gar das nächste – wir sind es sogar je selbst. Trotzdem
oder gerade deshalb ist es ontologisch das Fernste”.
2 O que significa dizer que ontologicamente sermos o mais distante? E o que
significa o “gerade deshalb” um “justamente por isso”, “isso” que se refere ao fato de
eu sempre ser o ente a ser interpretado, o mais perto, eu mesmo sou esse ente e, no
entanto, “o mais distante”? I.e., por eu mesmo ser esse ente, sou ontologicamente o
mais distante? Qual a relação entre a proximidade ôntica, i.e., o fato de nós sempre
sermos a cada vez nosso próprio ser-aí e, no entanto, ontologicamente o mais
distante?
Achar que somos o mais perto ontico-ontologicamente signficia achar que somos,
não só um caráter de apreensibilidade imediata do próprio ente, mas também achar
que há uma doação prévia do seu próprio modo de ser.
Pertence ao modo de ser próprio de ser do ser-aí, i.e., à existência uma compreensão
de si mesmo e se manter já a cada vez em uma certa interpretabilidade de seu ser. No
entanto, aí é que se esconde o perigo de distorcer o acesso ao ser-aí, pois essa
compreensibilidade em que o ser-aí sempre tem de seu ser a cada vez e se mantém
nessa interpretação de seu ser não nasce de um questionamento ontológico explícito.
A essa interpretação que não é oriunda de um questionamento explícito do próprio
ser Heidegger da o nome de “vorontologische Seinsauslegung”, i.e., interpretação de
ser pré-ontológica, onde já foi distinguido terminologicamente que o ser ontológico
do Dasein deve ser compreendido como ser pré-ontológico e o termo ontológico
reservado para o questionamento explícito da questão do sentido de ser. Nas palavras
de Heidegger “Aber damit ist ganz und gar nicht gesagt, es könne diese nächste
vorontologische Seinsauslegung seiner selbst als angemessener Leitfaden
übernommen werden, gleich als ob dieses Seinsverständnis einer thematisch
ontologischen Besinnung auf die eigenste Seinsverfasung entspringen müsste.” Mas
se o Dasein sempre guarda uma compreensão e uma interpretação do seu próprio ser
e se mantém nela, por que a investigação ontológica não poderia se guiar por esse fio
condutor? Heidegger responde que há uma tendência, fundada no próprio modo de ser
do Dasein, a existência, a compreender seu ser a partir do ente que de início e na maioria
das vezes se relaciona e compreende e já sempre se compreendeu e interpretou a partir do
modo de ser desse ente. Palavra de Heidegger: “Das Dasein hat vielmehr gemäss einer
zu ihm gehörigen Seinsart die Tendenz, das eigene Sein aus dem Seienden her zu
versthen, zu dem es sich wesenhaft ständig und zunächst verhält, aus der Welt”. A
esse acontecimento Heidegger dá o nome de “Rückstrahlung des Weltverständnisses
auf die Daseinauslegung”.
Comentário de Von Herrmann ao parágrafo gramatical 2.
“Was besagt hier die Rede vom “Fernsten”?
Von Herrmann faz uma primeira diferenciação. Ele diz, retomando o §4, que o
Dasein é determinado pela existência, i.e., sua “essência” é ter uma relação de ser
com seu próprio ser dessa ou daquela maneira, mas sempre mantendo uma relação de
ser. Nisso, relacionando com seu ser, o Dasein adquire uma certa compreensão do
seu próprio ser. À compreensão da existência, Heidegger dá o nome de
“vorontologische Seinsverständnis” ou “Vollzugsverständnis” e diferencia da
“Ausgelegtheit des eigenen Seins”. Sobre esse último VH fala “Auch die
Ausgelegtheit des eigenen Seins ist ein Verständnis, aber eben das Verständnis des
eigenen Seins im Modus der Ausglegtheit”.
O que significa essa diferença?
ZWEITES KAPITEL
DIE DOPPELAUFGABE IN DER AUSARBEITUNG DER SEINSFRAGE
DIE METHODE DER UNTERSUCHUNG UND IHR AUFRISS
Von Herrmann comenta qual o papel do segundo capítulo. A ele correspondem duas
tarefas para a elaboração da questão do ser. O §5 cujo título é “A analítica ontológica
do Dasein como liberação do horizonte para uma interpretação do sentido de ser em
geral” corresponde à primeira tarefa, que corresponde ao que tem no sumário
presente no §8 “Die Interpretation des Daseins auf die Zeitlichkeit und die
Explikation der Zeit als des transzendentalen Horizontes der Frage nach dem Sein”.
O Von Herrmann faz corresponder as seguintes coisas:
§5. “Die ontologische Analytik des Daseins als Freilegung des Horizontes für eine
Interpretation des Sinnes von Sein überhaupt”
Erste Teil - “Die Interpretation des Daseins auf die Zeitlichkeit und die Explikation
der Zeit als des transzendentalen Horizontes der Frage nach dem Sein”
“ontologische Analytik des Daseins” = “Interpretation des Daseins auf die
Zeitlichkeit”
“Freilegung des Horizontes für eine Interpretation des Sinnes von Sein überhaupt” =
“und die Explikation der Zeit als des transzendentalen Horizontes der Frage nach
dem Sein”.
Segundo ele, tanto a “ontologische Analytik des Daseins” como a “Interpretation des
Daseins auf die Zeitlichkeit” correspondem à primeira e segunda seção da primeira
parte. E tanto o “Freilegung des Horizontes für eine Interpretation des Sinnes von
Sein überhaupt” como o “Explikation der Zeit als des transzendentalen Horizontes
der Frage nach dem Sein” correspondem ao que seria tratado na terceira seção da
primeira parte, que não foi publicada.
Quanto a segunda tarefa, diz ele, “Die zweite zur Ausarbeitung der Seinsfrage
gehörende Aufgabe ist eine geschichtlich-kritische”. Ou seja, àquilo que será traçado
no §6.
§5. Die ontologische Analytik des Daseins als Freilegung des Horizontes für eine
Interpretation des Sinnes von Sein überhaupt
A tarefa do §5 é introduzir a primeira tarefa e suas duas subtarefas da questão do ser.
1. Introduzir a analítica do Dasein, o que será feito do parágrafo gramátical 1 ao 8,
que irá compreender a primeira e a segunda seção e será falado do perguntado
sentido de ser em geral como o tempo originário (parágrafo gramatical do 9 ao 14).
1 De acordo com os parágrafos anteriores, diz Heidegger, é necessário não só
estabelecer o ente que desempenhará o papel principal onde se deverá “ler o sentido
de ser”, mas também uma apropriação e asseguração do modo correto de acesso a
esse ente. Já se evidenciou, nos parágrafos anteriores, qual é o ente privilegiado, a
saber, o Dasein, dado que tem um primado triplo. Mas resta a questão que Heidegger
a coloca da seguinte maneira: “Aber wie soll dieses Seiende, das Dasein, zugänglich
und im verstehenden Auslegen gleichsam anvisiert werden?”“Das Dasein ist zwar
ontisch nicht nur nahe oder gar das nächste – wir sind es sogar je selbst. Trotzdem
oder gerade deshalb ist es ontologisch das Fernste”.
2 O que significa dizer que ontologicamente sermos o mais distante? E o que
significa o “gerade deshalb” um “justamente por isso”, “isso” que se refere ao fato de
eu sempre ser o ente a ser interpretado, o mais perto, eu mesmo sou esse ente e, no
entanto, “o mais distante”? I.e., por eu mesmo ser esse ente, sou ontologicamente o
mais distante? Qual a relação entre a proximidade ôntica, i.e., o fato de nós sempre
sermos a cada vez nosso próprio ser-aí e, no entanto, ontologicamente o mais
distante?
Achar que somos o mais perto ontico-ontologicamente signficia achar que somos,
não só um caráter de apreensibilidade imediata do próprio ente, mas também achar
que há uma doação prévia do seu próprio modo de ser.
Pertence ao modo de ser próprio de ser do ser-aí, i.e., à existência uma compreensão
de si mesmo e se manter já a cada vez em uma certa interpretabilidade de seu ser. No
entanto, aí é que se esconde o perigo de distorcer o acesso ao ser-aí, pois essa
compreensibilidade em que o ser-aí sempre tem de seu ser a cada vez e se mantém
nessa interpretação de seu ser não nasce de um questionamento ontológico explícito.
A essa interpretação que não é oriunda de um questionamento explícito do próprio
ser Heidegger da o nome de “vorontologische Seinsauslegung”, i.e., interpretação de
ser pré-ontológica, onde já foi distinguido terminologicamente que o ser ontológico
do Dasein deve ser compreendido como ser pré-ontológico e o termo ontológico
reservado para o questionamento explícito da questão do sentido de ser. Nas palavras
de Heidegger “Aber damit ist ganz und gar nicht gesagt, es könne diese nächste
vorontologische Seinsauslegung seiner selbst als angemessener Leitfaden
übernommen werden, gleich als ob dieses Seinsverständnis einer thematisch
ontologischen Besinnung auf die eigenste Seinsverfasung entspringen müsste.” Mas
se o Dasein sempre guarda uma compreensão e uma interpretação do seu próprio ser
e se mantém nela, por que a investigação ontológica não poderia se guiar por esse fio
condutor? Heidegger responde que há uma tendência, fundada no próprio modo de
ser do Dasein, a existência, a compreender seu ser a partir do ente que de início e na
maioria das vezes se relaciona e compreende e já sempre se compreendeu e
interpretou a partir do modo de ser desse ente. Palavra de Heidegger: “Das Dasein
hat vielmehr gemäss einer zu ihm gehörigen Seinsart die Tendenz, das eigene Sein
aus dem Seienden her zu versthen, zu dem es sich wesenhaft ständig und zunächst
verhält, aus der Welt”. A esse acontecimento Heidegger dá o nome de
“Rückstrahlung des Weltverständnisses auf die Daseinauslegung”
3. Esse parágrafo é uma apreciação do que foi falado no parágrafo gramatical
anterior. Aqui é reafirmado que o primado ôntico-ontológico do Dasein é o motivo
para que sua constituição ontológica específica, i.e., os existenciais, permaneçam
encobertos (verdeckt).
Dasein ist ihm selbst ontisch “am nächsten”
Ontologisch am fernsten
Vorontologisch doch nicht fremd.
4. Ou seja, a dificuldade metodológica do empreendimento não se deve a 1. uma
configuração defeituosa das nossas possibilidades de conhecimento ou a 2. uma falha
simples e aparente remediável por uma adequada conceituação. Não é isso. Segundo
Heidegger, são dificuldades específicas (eigentümlichen Schwierigkeiten) que
consistem no modo de ser desse ente que está sendo tematizado e no comportamento
de tematização.
5.
6. P ARÁGRAFO GRAMATICAL 6 /// 1º LER HEIDEGGER E 2º LER VONH
Aqui nesse parágrafo é levantado o princípio que irá dirigir a investigação de modo a
extrair as estruturas existenciais do Dasein. Assim, ainda que a analítica seja
desenvolvida perseguindo a questão do sentido de ser em geral, antes se deverá
garantir, conquistar e assegurar o modo de acesso que irá guiar a correta análise do
Dasein. Negativamente se deve falar que não se deve imputar nenhuma categoria
ontológica ao Dasein (“Negativ gesprochen: es darf keine beliebige Idee von Sein und
Wirklichkeit, und sei sie noch so ‘selbstveständlich”, an dieses Seiende
konstruktiv-dogmatisch herangebracht, keine aus einer solchen Idee
vorgezeichneten Kategorien dürfen dem Dasein ontologisch unbesehen auf
gezwungen werden”.) Logo, o Dasein terá que ser analisado tal como se mostra em si
mesmo e por si mesmo, está será a maneira de interpretação e acesso a ele. Mas onde
encontramos o Dasein se mostrando em si mesmo e por si mesmo sem nenhuma
categoria projetada? No modo como ele se comporta de início e na maioria das
vezes(zunächst und zumeist), na cotidianidade mediana (durchschnittlichen
Alltäglichkeit). A partir da análise desse modo, o mais cotidiano e o mais genuíno de
se mostrar, serão extraídas estruturas pregnantes que acompanham o Dasein em todo
desenrolar da vida fática, essas serão as estruturas ontológicas.
7. A analítica existencial, diz Heidegger, permanece totalmente orientada para a
elaboração da questão do ser, isso significa que ela será desenvolvida somente na
medida em que atende a essa demanda (“Dadurch bestimmen sich ihre Grenzen”).
Apesar de a analítica existencial não se propor a uma antropologia filosófica, diz
Heidegger, ela fornece uma peça essencial para uma, i.e., um fundamento na base da
analítica existencial, na reinterpretação do ser do humano. Portanto, a analítica
existencial é incompleta (unvollständig). Também ela é, numa primeira aproximação,
provisória (vorläufig). Ela primeiro extrai o ser desse ser (o Dasein) sem lhe interpretar
o sentido de seu ser. É provisória porque, diz Heidegger, ela pretende liberar o
horizonte para uma interpretação do sentido de ser. Quando esse solo for
conquistado, a analítica irá se repetir em uma base ontológica mais alta e própria
(höheren und eigentlichen).
8. Será mostrado, diz Heidegger, como sentido do ser do Dasein a Zeitlichkeit. Essas
provas se deixam evidenciar por uma interpretação das estruturas provisórias que
foram extraídas da análise da cotidianidade na seção um. Essas estruturas, diz
Heidegger, serão evidenciadas como “Modi der Zeitlichkeit”. No entanto, a pergunta
colocada é a questão do sentido de ser em geral e não a questão do sentido de ser do
Dasein. Com a segunda seção não se acaba a investigação, mas sim, é fornecido o
solo para a resposta: a temporalidade como horizonte de toda compreensão de ser.
A temporalidade é o sentido de ser das três estruturas articuladas da cura.
“das Sich-vorweg im Vollzug des aufschliessenden Entwurfs hat seinen
existenzial-zeitlichen Sinn in einem Auf-sich-zukommen.”
“das Schon-sein-in, die Geworfenheit in die faktische Erschlossenheit des
In-der-Welt-seins, hat seinen existenzial-zeitlichen Sinn im Zurückkommen auf sein
faktisches Erschlossen-gewesen”
“das Sein beim innerweltlich begegnenden Seienden hat seinen
existenzial-zeitlichen Sinn im Gegenwärtigen”.
9. pahina 186
§6. Die Aufgabe einer Destruktion der Geschichte der Ontologie
Von Herrmann traça, antes de comentar, algumas considerações importantes sobre o
termo “Destruktion” para que compreendamos em que sentido a palavra está sendo
usada no título.
1. Destruição não deve ser compreendida no sentido de uma demolição à ruínas à um
nada negativo ( Zerstörung), mas sim num sentido positivo.
2. Literalmente se pode extrair da palavra de-struere, que significaria no alemão
ab-bauen (desmantelar) no sentido de retirar camadas de encobrimento para penetrar nos
fundamentos fundantes das primárias experiências ontológicas. “Das will sagen: Sofern
die philosophische Begrifflichkeit der neuzeitlichen Philosophie und des
Mittelalters auf die griechische Ontologie zurückgeht, soll die ‘Auflockerung’ und
‘Ablösung’ vollzogen werden als ein Abtragen (de-struere) des durch die neuzeitliche
und mittelalterliche Philosophie überlieferten und darin verdeckten Bestandes der
antiken Ontologie auf jene ursprünglichen ontologischen Erfarungen, in denen die
Griechen die ersten und für den Fortgang der Philosophie leitenden Bestimmungen
des Seins gewonnen haben.”
Nesse parágrafo se discute, diz von herrmann, há três unidades de pensamento
articuladas.
1. As condições de possibilidades para uma volta a pergunta do ser em sua história.
(historicidade do ser-aí)
2. Desenvolver uma visão panorâica sobre a o caminho histórico da ontologia.
3. desenvolve o esboço da construção da segunda parte de ser e tempo, a
desconstruçao da história da ontologia.
1. Heidegger começa o parágrafo com uma consideração sobre o caráter de
possibilidade do Dasein, cuja pesquisa é uma possibilidade ôntica. No entanto, como
já foi dito que o horizonte de toda compreensão de ser em geral, horizonte como
possibilitador, a historicidade do ente histórico, o Dasein, também é determinada
por ela. Historicidade é na verdade a constituição de ser do acontecimento do Dasein
enquanto tal. “Das Dasein ist je in seinem faktischen Sein, wie und ‘was’ es schon
war”. O Dasein é eu passado.
O que isso não quer dizer: 1. Não como algo que o influencia como uma coisa atrás
dele e que, 2. de vez em quando, exerce alguma influência.
Positivamente: 1. O ser-aí é seu passado na maneira do seu ser. 2. E isso acontece de
tal maneira que na medida em que é e se compreende, explícita ou inexplicitamente,
ele interpreta tradicionalmente a si mesmo. Essa interpretação de si mesmo que
ocorre continuamente a partir da tradição 1. abre suas possibilidades e a 2. regula.
O que faz o Heidegger dizer que nosso passado não atua de nós como algo que
influência nosso ser como algo, mas o acontecimento do Dasein e a interpretação
sobre a qual o ser-aí repousa seu ser, sempre acontece a partir do passado.
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Von Herrmann sobre o §6 primeiro parágrafo gramatical.
A pergunta pela história da ontologia é uma pesquisa histórico-ontológica. Uma
pesquisa é uma pesquisa científica. Pesquisa científica compreende ciência dos entes
e ciência do ser. Para as ciências do ente é reservado o título de ciências positivas. A
ciência do ser é a filosofia. A pergunta do Von Herrman é “Wie verhält sich
Wissenschaft bzw. Forschung, speziell historisch-ontologische Forschung, zum
Dasein und seiner Seinsverfassung?” Já foi dito que a pesquisa científica seja ela
histórico-ontológica, apenas ontológica ou positiva é uma maneira de ser do Dasein,
uma possibilidade ôntica de seu ser. A partir disso, essa possibilidade proveniente da
constituição da existência deve ser esclarecida a partir dessa constituição mesma. E
como o sentido de ser do Dasein é a temporalidade, a pesquisa, enquanto uma
posibilidade ôntica de ser da existência, deve ser esclarecida a partir do sentido do
seu próprio ser: temporalidade. “Damit ist schon gesagt: Die historisch-ontologische
Forschung, die zweite Aufgabe in der Ausarbeitung der Seinsfrage, hat ihre
unmittelbare ermöglichende Bedingung in der existenzial-ontologisch thematisierten
Geschichtlichkeit bzw. geschichtlichen Seinsart des Daseins, die ihrerseits in der
existenzial-ontologisch thematisierten Zeitlichkeit gründet.”
Para entender as palavras de Heidegger nesse primeiro parágrafo gramatical, von
herrmann acha imprescindível uma apreensão preliminar do capítulo cinco da
segunda seção. “Wie ist aber dann auf dem Grunde der sich zeitigenden Zeitlichkeit
eine solche Geschehensverfassung abzuheben, die den Sinn der Rede von der
Geschichtlichkeit des Daseins erfüllt?”
Lá é mostrado que esse acontecimento específico mostra uma relação para com o
passado existencial, o sido do Dasein. Lá é perguntado de onde o Dasein retira as
possibilidades nas quais ele se lança. Esse de onde, é respondido como o legado. O
Dasein herda possibilidades existenciais. “Das Dasein ‘übernimmt’ das Erbe, d.h. die
ererbten Existenzmöglichkeiten, sofern es als geworfenes auf sein
Erschlossen-gewesen zurückkommt”.
2. A historicidade do Dasein tem duas possibilidades: 1. permanecer encoberta ou 2.
ser descoberta e alvo de um cuidado. Enquanto a historicidade do Dasein, condição
de possibilidade para que haja história fatual, permanecer encoberta, é vedado ao
Dasein a possibilidade do questionamento histórico e a descoberta da própria
história.
3. A pesquisa científica histórica não necessariamente precisa levar em conta a
constituição histórica do Dasein, muito embora seja sua condição de possibilidade.
Ela procura tornar transparente a existência do Dasein na medida em que investiga a
proveniência das possibilidades nas quais ele se insere. Por outro lado, quando o
Daseins e coloca a pergunta pelo sentido da existencialidade, i.e., coloca a pergunta
pelo sentido de ser em geral e carrega consigo a compreensão de que é aberto de
maneira essencialmente determinado pela historicidade, é necessário colocar a
pergunta pelo ser como caracterizada pela historicidade. Assim, é preciso que a
pergunta pelo sentido de ser, possibilidade ôntica do Dasein, investigue sua própria
história para daí tirar sua instrução se apropriando positivamente do passado. “Die
Frage nach dem Sinn des Seins ist gemäss der ihr zugehörigen Vollzugsart, d. h. als
vorgängige Explikation des Daseins in seiner Zeitlichkeit und Geschichtlichkeit, von
ihr selbst dazu gebracht, sich als historische zu verstehen.”
4.
pag 22 / 223. paragf 6