Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ud Vii - Ásia
Ud Vii - Ásia
As atuais projeções para o Século XXI, mais propriamente para a sua primeira
metade, situam a região da Ásia-Pacífico como o grande foco de crescimento
mundial. Com efeito, a emergência da China como grande potência econômica
parece provocar o deslocamento do núcleo geoestratégico mundial. Destarte o
protagonismo do poder terrestre no século XXI talvez venha do império do meio, da
Índia, do Japão e dos Tigres Asiáticos. Por isso, alavancando o crescimento de toda
a região do pacífico, China experimenta uma sensível transformação de sua
amplidão geográfica em riquezas econômicas e projeta sua hegemonia construindo
infraestruturas de integração regional por toda a Ásia, inclusive disputando com
russos e americanos a influência sobre os recursos petrolíferos da Ásia Central e do
Oriente Médio. Para o geopolítico brasileiro Leonel Almeida Mello (1999), a rápida
ascensão econômica chinesa a transforma no novo Estado-Pivô da Eurásia.
Passaremos agora a apresentar o processo de inserção do continente
asiático no sistema capitalista contemporâneo, enfocando os principais centros de
poder na região. Um aspecto comum entre os países asiáticos foi o forte controle do
Estado na ordem econômica e nas políticas de investimento, num passado recente.
Esse domínio estatal, sobre as redes de empresas privadas, determinava onde e
como deveriam ser aplicados os recursos, garantindo o processo de transição das
economias em fase de industrialização. O extraordinário crescimento econômico e a
modernização desses países não foram possíveis sem uma transformação
econômica e social, em um contexto de controle econômico e de repressão política e
ideológica (CASTELLS, 1999). Passaremos agora a ver mais detalhadamente
alguns casos.
O Japão emerge no cenário internacional na segunda metade do século XIX.
A Revolução Meiji (1868) restaurou o poder imperial no Japão, retirando dos xoguns
o poder feudal que exerciam. Podemos citar que esse período representou de
grande mudança no
Japão:
2
seleto grupo, já composto pela Rússia, China, Índia e Paquistão, tem sido analisada
de formas distintas na comunidade internacional. Enquanto para o Ocidente e para
os países vizinhos esta corrida evidencia a ascensão da rivalidade e da
desconfiança entre os Estados asiáticos, para o governo coreano representa a
capacitação e modernização militar, como forma de dissuadir coletivamente
possíveis ingerências contra sua soberania (PINTO, 2008).
1
Sua finalidade principal é a cooperação para a segurança (em especial, quanto a terrorismo, separatismo e
extremismo), embora também trate de temas de cooperação nas esferas política, econômica, comercial, técnico-científica,
cultural e educacional.
15
2
Grandes reservas de petróleo e gás natural; proximidade com os territórios do Afeganistão, do Irã, da Rússia e da
China; região que viabiliza a ligação terrestre entre a Europa e a Ásia (“A Rota da Seda” de Marco Pólo), inclusive por uma
rede de oleodutos.
16
Figura: www.veja.com.br
Fonte:
Almanaqu
e Abril
2011.
A
maior
parte da
18
região da Crimeia habitada por moradores falantes de russo tem grande importância
política e estratégica tanto para a Rússia como para a Ucrânia. Além disso, a
esquadra russa no Mar Negro tem sua base histórica na cidade de Sevastopol. Após
a Ucrânia ter se tornado independente, um contrato foi elaborado para que a frota
continuasse a operar daquela região. Com efeito, em 2010, este contrato foi
estendido para 2024 em troca de suprimentos mais baratos de gás russo para a
Ucrânia.
Figura
:
www.v
eja.co
m.br
As
divisões na Ucrânia remontam a episódios muito anteriores à crise atual. O país tem
estado dividido entre leste e oeste desde o colapso da União Soviética em 1991 – e
a separação se reflete também na cultura e na língua. O russo é falado abertamente
em partes do leste e do sul. Em algumas áreas, incluindo a península da Crimeia,
ele é o idioma mais usado. Em regiões ocidentais - próximas à Europa - o ucraniano
é a língua principal e muitas pessoas se identificam com a Europa central. Essa
divisão normalmente se reflete nas eleições do país. As áreas com grandes
proporções de falantes de russo são aquelas nas quais Yanukovych foi mais votado
em 2010.
19
internacional iniciou um bloqueio financeiro à ANP, que gerou uma grave crise nos
territórios palestinos.
O que se percebe é que os acordos entre os governos de Israel e Palestina
não garantem que as facções armadas das duas organizações deixarão de
enfrentar-se para consolidar seus territórios, nem soluciona a questão do
reconhecimento de Israel por parte dos palestinos. Os radicais, especialmente
aqueles ligados a organizações terroristas, certamente continuarão seus esforços
para impedir qualquer avanço em direção a uma solução negociada.
A situação transcende as fronteiras da Palestina e de Israel. Transcende,
inclusive, para o campo da política de Estado e do fundamentalismo religioso. A
partir da guerra no Líbano, formou-se uma coalizão de países politicamente
moderados, que inclui o Egito, a Arábia Saudita, a Jordânia e o Paquistão, opondo-
se ao que foi identificado como o eixo fundamentalista, integrado pelo Irã, Síria,
Afeganistão e Iraque. Ao mesmo tempo, a rivalidade religiosa potencializa os
conflitos, posto que, enquanto a maioria da população muçulmana é sunita em
quase todos os países, no Irã e no Iraque essa maioria é xiita. Complica, ainda, o
fato de que o alinhamento político ou religioso dos grupos que controlam o governo
não é o mesmo daquele alinhamento da maioria da população.
De forma semelhante, tais rivalidades se projetam nos grupos que dominam a
política na Palestina e no Líbano: enquanto grupos fundamentalistas como o Fatah e
o Hamas são sunitas, o Hezbolah é xiita.
Ainda assim estes países possuem suas próprias agendas. O Egito encontra-
se envolvido em questões como a manutenção da estabilidade regional, diante da
guerra aberta entre a Síria e o Irã contra Israel, e na sua própria disputa com o Irã
pela liderança no mundo árabe.
Para os israelenses, o Egito representa cada vez mais um dilema estratégico;
apesar de uma paz que já dura vinte e seis anos, o recente abandono da fronteira de
Gaza por parte das tropas israelenses deixou seu controle em mãos egípcias, o que
tem gerado um significativo aumento da capacidade dos grupos terroristas em Gaza
de se armar.
E Israel, por temor de uma deterioração das relações com Egito, tem tolerado
o tráfico de armas através da fronteira. Mas não há dúvida alguma que no momento
22
4. O SUDESTE ASIÁTICO
mão de obra menos qualificada que a encontrada nos quatro Tigres originais, porém,
muito mais barata.
Milhares de pequenas empresas surgiram para produzirem mercadorias sob
encomenda, criadas e planejadas em outros países do mundo. A China, por
exemplo, para fugir das salva guardas da indústria brasileira tem “etiquetado” seus
calçados no Vietnã e Malásia.
24
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
GENTÉ, Régis. A grande disputa pela Ásia Central. In: Le Monde Diplomatique.
Disponível em: http://diplo.uol.com.br/2007-07,a1606. Acesso: 18 de outubro de
2009.
PINTO, Paulo Antonio Pereira. China: a ascensão pacífica da Ásia Oriental. Rev.
bras. polít. int. [online]. 2005, v. 48, n. 2. p.70-85. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v48n2/a04v48n2. pdf.> Acesso em: 10 fev. 2009.