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2014 45
Introdução
Abaixo, são indicados alguns destes editais de interface com projetos envolvendo
coleções biológicas:
Exatamente por isso, a comunidade científica precisa estar atenta e exigir sua manutenção
e salvaguarda pelas instituições, principalmente quando há alguma forma de registro,
catálogo, ou banco de dados disponível. Para tanto, existe amparo legal que trata o material
biológico como patrimônio científico e cultural. O artigo 216 da Constituição Federal
define:
“Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto ... nos quais se incluem... III - as
criações científicas, artísticas e tecnológicas... §1º - O Poder Público, com a colaboração
da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de
inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de
acautelamento e preservação”.
No caso de gestores, ou representantes legais de uma instituição que
negligenciarem, ou ameaçarem alienar acervos dessa natureza, há a seguinte implicação no
Código Penal (artigo 165):
“Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade
competente em virtude de valor artístico, científico, arqueológico ou histórico”),
que prevê pena de detenção de seis meses a dois anos, além de multa.
No Ministério da Saúde, através da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), as coleções
biológicas atuam na pesquisa básica, experimentação biológica, prospecção
biotecnológica, produção de insumos e bioprodutos de aplicação em saúde pública. No
conjunto, os biotérios, biotecas, centros de experimentação animal e as coleções biológicas
representam os acervos biológicos institucionais (Aranda & Maia-Herzog, 2011).
No caso da específico da Fiocruz, por ser uma instituição de saúde pública e uma
das principais detentoras de coleções microbiológicas e zoológicas de importância médica
no Brasil, é estratégico que se consiga integrar as informações destes acervos, muitos dos
quais se encontram em laboratórios, que já pertencem a rede de serviços de referência do
Ministério da Saúde, prestando valioso serviço na identificação de vetores e isolamento e
detecção de agentes etiológicos em amostras clínicas, hospitalares, ou ambientais. Os
recursos necessários para se promover essa integração, em termos de estruturação de
bancos digitais e ferramentas de automação de dados são mínimos, se comparados ao custo
de se perder a oportunidade em gerar soluções para a saúde, a partir de informações que já
estão disponíveis na instituição.
As coleções biológicas de importância médica possuem ainda um potencial
biotecnológico em franca exploração, relacionado desde a produção de fármacos e vacinas,
a kits de diagnóstico rápido de doenças, dentre outros bioprodutos em saúde.
Literatura Citada
Aranda, A. T. & Herzog, M. M., Curadoria Integrada à gestão de Coleções Zoológicas: A
Coleção de Simulídeos do IOC como estudo de caso. In: Aranda, Arion Tulio,
Herzog, Marilza Maia & Thiengo, Silvana Carvalho (Org.) I Seminário sobre
Gestão e Curadoria de Coleções Zoológicas da Fiocruz, 2011, Rio de Janeiro.
Corbã Artes Gráficas LTDA, v. 1. p. 22-24. 2011.
Elith, J., graham, C. H. et al., Novel methods improve prediction of species distributions
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Lewinsohn, T. M., Prado, P. I., Biodiversidade brasileira: síntese do estado atual do
conhecimento. São Paulo:Editora Contexto, 2002.
Papavero, N. (Org.). Fundamentos práticos de taxonomia zoológica: coleções, bibliografia,
nomenclatura. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista. 1994.
Simons, J. E. & Saba, Y. M., Cuidado, manejo y conservación de las colecciones
biológicas, Universidad Nacional de Colombia, 288pp. 2005.