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TÉCNICO EM

SEGURANÇA DO
TRABALHO
Volume 2
Técnico em
Segurança
do Trabalho
Ciência e Tecnologia
de Produção e seus
Processos

Processos de Perícia,
Auditoria e Fiscalização
em Segurança do
Trabalho

Volume 2
Técnico em
Segurança do
Trabalho
Ciência e Tecnologia
de Produção e seus
Processos

Processos de Perícia,
Auditoria e Fiscalização
em Segurança do Trabalho

Volume 2

Material de
Apoio do
Estudante
Créditos

Técnico em Segurança do Trabalho © Senac Rio, 2013

Direitos desta edição reservados ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial –


Administração Regional do Rio de Janeiro.

Vedada, nos termos da lei, a reprodução total ou parcial deste livro.

SISTEMA FECOMÉRCIO-RJ

Senac Rio

Presidência do Conselho Regional: Orlando Diniz


Diretoria Geral do Senac Rio: Julio Pedro

Diretoria de Produtos Educacionais


Diretoria: Eduardo Diniz

Gerência Corporativa de Grupo de Produtos de Saúde e Beleza


Gerência: Ana Paula Alfredo

Gerência de Produto Segurança e Meio Ambiente


Gerência: Marcelo Pereira Barbosa

Módulo 3: Ciência e Tecnologia de Produção e seus Processos


Tecnologia e Processos Industriais
Validação Técnica: José Antônio Cirillo
Conteúdo: Fábio Bezzoco

Segurança na Construção Civil


Validação Técnica: José Antônio Cirillo
Conteúdo: Gustavo Ornilo dos Santos Silva

Segurança em Instalações Elétricas


Validação Técnica: José Antônio Cirillo
Conteúdo: Carlos Eduardo Ribeiro Fontella Pereira

Segurança na Área de Petróleo e Gás


Validação Técnica: Ana Cláudia Sena do Santos
José Antônio Cirillo
Conteúdo: Gustavo Ornilo dos Santos Silva

Elaboração de um Relatório de Análise de Segurança de um Processo Produtivo


Validação Técnica: José Antônio Cirillo
Conteúdo: Fábio Bezzoco

Módulo 4: Processos de Perícia, Auditoria e Fiscalização em Segurança do Trabalho


Organização e Normas do Trabalho
Validação Técnica: Ana Cláudia Sena do Santos
José Antônio Cirillo
Conteúdo: Leclerc Victor Caetano

Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho


Validação Técnica: José Antônio Cirillo
Conteúdo: Benedita Creusa de Jesus Rosa
Prevenção e Controle de Perdas
Validação Técnica: Ana Cláudia Sena do Santos
Conteúdo: Cleuber Galante Souza

Ação Integradora: Elaboração de Relatório-resposta a uma Fiscalização (Real ou


Simulada) do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE
Validação Técnica: Ana Cláudia Sena do Santos
Conteúdo: Cleuber Galante Souza

Gerência Corporativa de Educação


Gerência: Wilma B. A. Freitas

Gerência de Desenvolvimento Metodológico


Gerência: Maria Teresa Moraes Nori
Validação Pedagógica: Elizabeth Batista de Souza
Lázaro Santos

Diretoria de Operações Comerciais


Diretoria: Marcelo Loureiro

Gerência Corporativa de Publicação


Gerência: Manuel Vieira

Gerência de Mídias Educacionais


Gerência: Manuel Vieira
Coordenação de Produção: Miriely Casotto
Coordenação Pedagógica: Marina Mendonça
Desenho Instrucional: Francine de Souza
Juliana Garcia
Revisão Técnica: Juliana Garcia
Copidesque: Isis Pinto
Jander de Melo M. Araújo
Taís Cavalcanti
Projeto Gráfico: Aline Coelho
Filipe Moura
Iconografia: Clarisse Paiva
Nathalia Dias
Diagramação: Mônica Vaz
Ilustração: Clarisse Paiva
Gabi Aoyagi
Impressão: Vix Comercial Ltda.

1ª edição: abril 2013


2ª edição: xxxxx 2014

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
T253
vol.2

Técnico em segurança do trabalho, volume 2 : ciência e tecnologia de produção e seus processos :


processos de perícia, auditoria e fiscalização em segurança do trabalho / Senac Rio. – Rio de Janeiro
: Ed. Senac Rio de Janeiro, 2012.
286 p. : il. ; 28 cm

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7756-220-6

1. Técnicos em segurança do trabalho – Manuais, guias etc. 2. Segurança do trabalho –Orientação


profissional. 3. Segurança do trabalho – Manuais, guias etc. 4. Higiene do trabalho – Manuais, guias
etc. 5. Serviços de saúde ocupacional – Administração. I. Senac Rio.

12-8788. CDD: 363.11


CDU: 331.4
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Bem-vindo!
O técnico em segurança do trabalho está habilitado a orientar e a coordenar
os sistemas de segurança de trabalho investigando riscos e causas de
acidentes, e analisando esquemas de prevenção com o intuito de reduzir,
para níveis mínimos, ou eliminar, se possível, os riscos de acidentes no
trabalho.

Esse profissional deve participar da elaboração e de implementação de


políticas de segurança do trabalho, entre outras funções, como: informar
ao empregador e aos trabalhadores sobre os riscos presentes no ambiente
de trabalho e promover campanhas e outros eventos de divulgação das
normas de segurança e saúde no ambiente laboral, além do estudo dos
dados estatísticos sobre acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.

Esperamos que este material o ajude durante o curso e que o estimule


ao contínuo aperfeiçoamento profissional – necessário para acompanhar as
novas tendências de mercado.

Bom estudo!
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

Estrutura do Material de Apoio do Estudante

Para que você tenha o máximo de aproveitamento, o volume 2 contém os módulos 3 e 4,


onde serão estudadas as Unidades Curriculares apresentadas a seguir.

Tecnologia e Processos
Industriais

Segurança na Construção Civil

Módulo 3 – Ciência e Unidades Segurança nas Instalações


Tecnologia de Produção Curriculares Elétricas
e seus Processos

Segurança na Área de
Petróleo e Gás

Ação Integradora: Elaboração


de um Relatório de Análise
Técnico em Segurança
de Segurança de um Processo
do Trabalho
Produtivo

Organização do Trabalho e
Segurança

Legislação Aplicada à
Módulo 4 – Processos Segurança do Trabalho
de Perícia, Auditoria Unidades
e Fiscalização em Curriculares
Segurança do Trabalho Prevenção e Controle de
Perdas

Ação Integradora:
Elaboração de Relatório-
resposta a uma Fiscalização
(Real ou Simulada) do
Ministério do
Trabalho e Emprego – MTE

7
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

Módulo 4: Processos de Perícia, Auditoria e


Fiscalização em Segurança do Trabalho
Organização do Trabalho e Segurança 169
1. Matriz de Treinamento 171

2. Lista de Verificação 172

3. Planta Baixa – Matriz 173

4. Laudo Pericial 174

5. Conceitos de Planejamento e de Melhoria Contínua 176

6. Planejamento: Etapa Fundamental de qualquer Projeto 178

7. SGI na Construção Civil 179

Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 180


1. Organização Internacional do Trabalho 183

2. Trabalho Escravo 185

3. Segurança e Saúde no Trabalho/Relação das


Convenções da OIT 186

4. Princípio da legalidade e Estado Democrático de Direito 187

5. Modalidades de Culpa 188

6. Código Penal Brasileiro – Artigo 129 189

13
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

7. LEI nº 8.213, de 24 de Julho de 1991 – Artigo 11 191

8. LEI nº 8.213, de 24 de Julho de 1991 – Artigo 19 193

9. LEI nº 8.213, de 24 de Julho de 1991 – Artigo 20 194

10. LEI nº 8.213, de 24 de Julho de 1991 –


Artigos 21, 22 e 23 195

11. LEI nº 8.213, de 24 de Julho de 1991 –


Artigos 86 e 118 197

12. Portaria MTB n° 3.214, de 08 de junho de 1978 198

13. Adicional de Insalubridade 200

14. Portaria n° 3.275, de setembro de 1989 201

15. Parecer Técnico 203

16. Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP 205

Prevenção e Controle de Perdas 233


1. Procedimentos para a Redução e a Controle em
Perdas e Danos ao Patrimônio, ao Ambiente
e às Pessoas 236

2. A Pirâmide de Segurança 237

3. Modelo Causal de Perdas 239

4. Teoria dos Dominós 241

5. Análise Preliminar de Riscos 244

6. Impactos da Mineração 247

14
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

7. Segurança Sistêmica 249

8. Análise Preliminar de Perigos 252

9. Técnica HAZOP 256

10. Aplicabilidade do HAZOP 258

11. Análise Comparativa APP e HAZOP 263

12. FAP – Fator Acidentário de Prevenção 264

13. FMEA (Failure Model and Effect Analysis) 266

14. Aplicação da AAF e o Quadro de Símbolos 270

15. Novas Concepções para a Compreensão dos Acidentes 272

16. Planilha WHAT – IF (WI)/Checklist 277

17. Riscos dos Sistemas de Refrigeração 278

18. Reportagem 279

19. Estudo de Caso 280

Ação Integradora:
Elaboração de Relatório-resposta a uma
Fiscalização (Real ou Simulada) do Ministério
do Trabalho e Emprego – MTE 281
1. Conto do Tratorão 283

2. Verificação de Segurança 284

3. Notificação para Apresentação de Documentos


e Informações (NAD) 285

15
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

Processos de Perícia,
Auditoria e Fiscalização
Módulo 4 em Segurança do
Trabalho

Organização do Trabalho e
Segurança

Legislação Aplicada à
Segurança do Trabalho

Prevenção e Controle de
Perdas

Ação Integradora:
Elaboração de Relatório-resposta
a uma Fiscalização (Real ou
Simulada) do Ministério do
Trabalho e Emprego – MTE

169
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

Organização do Trabalho e
Segurança
ESTA UNIDADE CURRICULAR CONTÉM sete ANEXOS. VEJA-OS A SEGUIR.

1. Matriz de treinamento
2. Lista de Verificação
3. Planta baixa – matriz
4. Laudo pericial
5. Conceitos de planejamento e de melhoria contínua
6. Planejamento: etapa fundamental de qualquer projeto
7. SGI na construção civil

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

1 – Matriz de Treinamento

CURSO JUSTIFICATIVA MÉTODO LOCAL PARTICIPANTE QUANDO


(o quê) (por quê) (como) (onde) (quem) (data e horário)

171
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

2 – Lista de verificação

DADOS DA INSPEÇÃO
a) Local b) Data

c) Inspetor(es) d) Acompanhantes

e) Responsável pelo local f) Ramal

g) Característica do local

h) Referências técnicas (além das NRs) i) Nº funcionários lotados na área

DESCRIÇÃO NR/ITEM SIM NÃO COMENTÁRIOS

172
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

3 – Planta baixa – Matriz

__
Projeto SOHO (Small Office / Home Office)
Planta Baixa - Matriz

173
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

4 – Laudo Pericial*
Laudo pericial é o resultado da perícia expresso em conclusões escritas e fundamentadas, onde serão
apontados os fatos, circunstâncias, princípios e parecer sobre a matéria submetida a exame do especialista.
Assim, um laudo pericial judicial deve ser claro, objetivo, fundamentado e conclusivo, capaz de convencer
o juiz.

Na falta de disposições legais ou contratuais, a decisão do juiz pode recorrer à jurisprudência, à analogia, à
equidade e a outros princípios e normas gerais do Direito – principalmente do Direito do Trabalho – e, ainda,
de acordo com os usos e costumes, ao Direito Comparado (art. 8º da CLT).

O perito, diante das leis e normas que determinam a avaliação qualitativa do agente, deverá recorrer aos
princípios e às normas da Higiene Industrial e da Segurança e Medicina do Trabalho para caracterizar a
insalubridade.

Um laudo de insalubridade deve avaliar quatro aspectos importantes:

• Presença de agente nocivo (físico, químico, biológico);

• Constatação, por laudo técnico, se o trabalhador está exposto ao agente;

• Medidas de proteção coletiva ou individual que são capazes de neutralizar a exposição ao agente acima
do LT.

• Evidências objetivas de controle por parte do empregador em relação a treinamento, qualificação, higie-
nização e inspeção quanto ao uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI).

A avaliação ambiental nas demandas judiciais de adicionais de risco apresenta as seguintes premissas:

• O direito do empregado ao adicional de risco independe de ter sofrido danos pessoais. Ou seja, independe
de apresentar sequelas de acidentes ou de doenças do trabalho. A perícia judicial trata da caracterização
de uma situação de trabalho em condição insalubre, baseando-se nos critérios técnicos legais;

• A caracterização da condição insalubre restringe-se às situações definidas pela NR-15, não prevalecendo
conceitos genéricos e subjetivos de risco, pois não foi intenção do legislador englobar todos os riscos de
acidentes ou à saúde para garantir o adicional de risco;

• A perícia técnica de insalubridade não deve ser feita em cima de princípios subjetivos de inspeções de
segurança.

Lembrando que...

NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES item 15.4.1.1: Cabe à autoridade regional competente em


matéria de segurança e saúde do trabalhador, comprovada a insalubridade por laudo técnico de engenheiro
de Segurança do Trabalho ou médico do trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional devido aos empre-
gados expostos à insalubridade quando impraticável sua eliminação ou neutralização.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

4 – Laudo Pericial (continuação)


NR-28 – FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES item 28.1.5: Poderão ainda os agentes da inspeção do trabalho lavrar
auto de infração pelo descumprimento dos preceitos legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do
trabalhador, à vista de laudo técnico emitido por engenheiro de Segurança do Trabalho ou médico do trabalho,
devidamente habilitado.

O artigo 195 da CLT apresenta que: a caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade,


segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou
Engenheiro do Trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 - CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO.

2 - Legislação comentada: NR-15 – Atividades e Operações Insalubres/Serviço Social da Indústria – SESI. De-
partamento Regional da Bahia. Salvador, 2008.-32 p.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

5 – Conceitos de Planejamento e de Melhoria Contínua


5.1 – Planejamento

Qual é a visão? Objetivo

Avaliação
Onde estamos agora?

Aonde queremos chegar? Benefícios

Como chegaremos lá? Implementação

Como podemos checar se


Métricas
chegamos?

Aperfeiçoamento
Como mantemos?

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

5 – Conceitos de Planejamento e de Melhoria Contínua


(continuação)
5.2 – Melhoria contínua

Figura 1: Modelo de um sistema de gestão de qualidade baseado em processo.

MELHORIA CONTÍNUA DO SGQ

RESPONSABILIDADE
DA DIREÇÃO

RESPONSABILIDADE
CLIENTE DA DIREÇÃO
CLIENTE
MEDIÇÃO, ANÁLISE
E MELHORIA

REALIZAÇÃO DO
PRODUTO PRODUTO
REQUISITOS ENTRADA SAÍDA SATISFAÇÃO

Atividades que agregam valor Fluxo de informação

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

6 – Planejamento: etapa fundamental de qualquer projeto*


Autor: Patricia Liz

Através do bom planejamento, o empresário pode prever riscos e antecipar ações para o sucesso da emprei-
tada.

Planejamento é o trabalho de preparação para qualquer empreendimento, no qual se estabelecem os ob-


jetivos, etapas, prazos e meios para a concretização. É o processo de organização de informações e dados
importantes, fundamental tanto para manter a empresa funcionando, quanto para atingir metas. Apesar de
não representar garantia de sucesso, um bom planejamento otimiza as chances e colabora para a diminuição
dos riscos, que são efetivamente calculados.

O planejamento pode ser operacional, para acompanhar o dia a dia da empresa, ou para obter recursos. Neste
último caso, será necessário o detalhamento de vários itens, conforme a necessidade do investidor.

Um planejamento mostra como o empresário pode aproveitar uma grande oportunidade. Mostra também
como otimizar os recursos disponíveis, pois, quando se planeja, pode-se visualizar cada parte da empresa. Ao
mesmo tempo, o planejamento permite ver a empresa como um todo, o que ajuda a desenvolver métodos e
estratégias eficientes para o crescimento.

Algumas dicas para elaborar o planejamento:

- Seja objetivo e tenha clareza ao descrever as informações, tomando cuidado para não omitir detalhes im-
portantes.

- Tenha um foco claro de atuação. Se o planejamento for para a compra de um bem ou busca de recurso
externo, você precisará definir claramente qual o retorno dentro da empresa. Não basta uma visão geral; é
preciso explicar em que aquele bem ou capital irá contribuir para a ampliação do negócio.

- Projete suas vendas com base no mercado, e não na produção. Não adianta apenas analisar o quanto você
pode oferecer; é preciso dimensionar a produção conforme a demanda.

- Não chute os números! Ao elaborar o seu plano, projete os custos e as receitas com base no histórico que a
empresa apresenta ou nos dados levantados em pesquisa, sem inventar valores.

- Avalie os riscos percebidos no planejamento e já elabore estratégias para essas situações, mostrando pre-
paração e atenção ao mercado.

LIZ, Patrícia. Planejamento: etapa fundamental de qualquer projeto

Fonte: <http://www.sebrae.com.br/atender/momento/quero-melhorar-minha-empresa//integra_
bia?ident_unico=1121>.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

7 – SGI na Construção Civil*

O Sistema de Gestão Integrada (SGI – qualidade, segurança, meio ambiente e responsabilidade


social) tem sido adotado pelas empresas do setor da construção civil com o propósito de garantir a
redução de riscos de acidentes e de oferecer vantagens competitivas e econômicas, visando a obter
benefícios como a melhoria na qualidade de seus produtos e serviços, e, consequentemente, sua
imagem perante o mercado.

Por exemplo, a construtora “ARMENGUE”, que adotou o SGI:

Inicialmente, a construtora desejava certificar-se e, então, articulou um planejamento para sua or-
ganização, dando o “pontapé inicial” por meio de um acompanhamento semanal das máquinas, das
manutenções, entre outras exigências, que foram observadas pontualmente em cada área, e regis-
trando suas respectivas respostas quanto à utilização de ferramentas gerenciais que promovessem
a sua mudança e o seu crescimento sustentável.

A implementação do SGI, por meio do estímulo da satisfação e a motivação da força de trabalho,


teve que lidar com o paradigma resistência às mudanças Com a nova gestão centrada no envolvi-
mento da alta direção da empresa, “exemplo pela liderança”, a resistência foi enfraquecendo e este
obstáculo sendo superado.

O investimento em SGI envolveu a contratação de consultorias especializadas e de um representan-


te da direção, salas de treinamento, logística deslocamento de equipe, cursos técnicos, entre outros.

Foi criado, na Construtora “ARMENGUE”, um núcleo educacional. As mudanças ocorridas na empre-


sa a influenciaram numa nova cultura e na renovação de sua imagem, resultando na obtenção da
tão almejada certificação por meio de uma política bem estruturada, com base no empenho da alta
administração, que foi o exemplo para todos os colaboradores.

Texto adaptado por Ana Claudia Sena de CUNHA, Aline. Construção e negócios. São Paulo: Magazine, 2007.

* O Senac Rio se reservou ao direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado
pelos possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus
autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

Processos de Perícia,
Auditoria e Fiscalização
Módulo 4 em Segurança do
Trabalho

Organização do Trabalho e
Segurança

Legislação Aplicada à
Segurança do Trabalho

Prevenção e Controle de
Perdas

Ação Integradora:
Elaboração de Relatório-resposta
a uma Fiscalização (Real ou
Simulada) do Ministério do
Trabalho e Emprego – MTE

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

Legislação Aplicada à
Segurança do Trabalho
ESTA UNIDADE CURRICULAR CONTÉM 16 ANEXOS. VEJA-OS A SEGUIR.

1. Organização Internacional do Trabalho

2. Trabalho escravo

3. Segurança e saúde no trabalho/Relação das convenções da OIT

4. Princípio da Legalidade e Estado Democrático de Direito

5. Modalidades de culpa

6. Código Penal brasileiro – artigo 129

7. LEI nº 8.213, de 24 de julho de 1991 – Artigo 11

8. LEI nº 8.213, de 24 de julho de 1991 – Artigo 19

181
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

9. LEI nº 8.213, de 24 de julho de 1991 – Artigo 20

10. LEI nº 8.213, de 24 de julho de 1991 – Artigos 21, 22 e 23

11. LEI nº 8.213, de 24 de julho de 1991 – Artigos 86 e 118

12. Portaria MTB n° 3.214, de 08 de junho de 1978

13. Adicional de insalubridade

14. Portaria n° 3.275, de setembro de 1989

15. Parecer técnico

16. Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP

182
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

1 – Organização Internacional do Trabalho*

Em 1926, no início do século passado, a Convenção relativa à Escravidão priorizava a adoção de


medidas úteis para evitar que o trabalho forçado ou obrigatório produzisse condições análogas
à escravidão. Corroborando suas disposições, advieram a Convenção sobre o Trabalho Forçado,
de 1930, e a Convenção Suplementar relativa à Abolição da Escravidão, de 1956; esta última
visou à abolição completa da escravidão por dívidas e da servidão. Finalmente, a 40ª sessão da
Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotou, no dia 25 de junho, a
Convenção sobre Abolição do Trabalho Forçado, que impôs aos Estados-membros o compromis-
so de envidar esforços institucionais no sentido de suprimir o trabalho forçado ou obrigatório
e a ele não recorrer, seja como forma de medida de coerção ou de educação política ou como
sanção contra opiniões e ideologias, seja como método de mobilização e utilização de mão de
obra para o desenvolvimento econômico, seja como medida de trabalho, seja como punição por
participação em greves, ou seja, ainda, como medida de discriminação racial, social, nacional ou
religiosa. Bem mais recentemente, a Declaração da Organização Internacional do Trabalho sobre
os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho (de 18 jun. 1998) declarou, em seu artigo 2º,
que todos os membros da OIT têm o compromisso de respeitar, promover e tornar realidade, de
boa fé e em conformidade com a Constituição da Organização, os princípios relativos aos direitos
fundamentais que são objeto dessas convenções, dentre os quais a eliminação de todas as formas
de trabalho forçado ou obrigatório.

À vista desse quadro, não há que se negar que o Estado brasileiro, signatário da maior parte des-
sas convenções, tem um compromisso internacional com o combate e com a abolição do trabalho
forçado ou obrigatório e, muito especialmente, do trabalho em condição análogo a de escravos
(manifestação mais grave daquele fenômeno, que configura o crime capitulado no artigo 149
do Código Penal brasileiro). E esse compromisso obviamente não se cinge à União, uma vez que
também os Estados, os Municípios e o Distrito Federal compõem a República Federativa do Brasil
(artigo 18, caput, da CRFB).

RESUMO – CONVENÇÃO 29

O trabalho forçado (1930): dispõe sobre a eliminação do trabalho forçado ou obrigatório em todas
as suas formas. Admitem-se algumas exceções, tais como o serviço militar, o trabalho penitenci-
ário adequadamente supervisionado e o trabalho obrigatório em situações de emergência, como
guerras, incêndios, terremotos etc.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

183
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

1 – Organização Internacional do Trabalho* (continuação)

RESUMO – CONVENÇÃO 105

Abolição do trabalho forçado (1957): proíbe o uso de toda forma de trabalho forçado ou obrigató-
rio como meio de coerção ou de educação política; como castigo por expressão de opiniões políti-
cas ou ideológicas; a mobilização de mão de obra; como medida disciplinar no trabalho, punição
por participação em greves ou como medida de discriminação.

O trabalho forçado ou obrigatório não é um problema recente. Remonta aos primórdios das ci-
vilizações humanas – e, em sua versão contemporânea (após a condenação universal às formas
históricas de escravidão), tampouco é uma questão deste século.

184
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

2 – Trabalho Escravo*
O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco denunciou à Justiça Federal quatro responsá-
veis pela Usina União Indústria, situada na Fazenda Bonfim, no município de Primavera. Ilvo Mon-
teiro de Meirelles, Carlos Henrique Alves, José Alexandre de Meirelles e Jair Furtado de Meirelles
Neto são acusados de submeter trabalhadores ligados às atividades de corte, carregamento e
transporte da cana-de-açúcar da usina, à condições degradantes de trabalho, bem como a jorna-
das exaustivas.

O caso está sob responsabilidade dos procuradores da República Paulo Roberto Olegário de Sousa,
Leandro Bastos Nunes e Anderson Góis dos Santos. Em caso de condenação, cada um dos denun-
ciados poderá ser penalizado com até oito anos de prisão e pagamento de multa.

O crime foi descoberto em fevereiro do ano passado, durante fiscalização do grupo móvel nacional
de combate ao trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego. De acordo com a denúncia,
dentre as condutas delituosas identificadas destacam-se o não pagamento de horas extras, a não
concessão de descanso semanal e a exigência de jornadas exaustivas, de até 24 horas consecu-
tivas.

O grupo de fiscalização verificou que a ausência de repouso semanal se estendia por toda safra, o
que corresponde a aproximadamente oito meses de trabalho. O pagamento pelo trabalho noturno
era feito em valor menor do que o previsto em lei.

Outras irregularidades encontradas foram o não fornecimento de água potável e de alimentação


para os lavradores, ausência de instalações sanitárias, bem como a não efetuação de exame mé-
dico admissional e de exames periódicos anuais.

Também não havia no local material de primeiros socorros. Depoimentos de cortadores de cana
revelam que, quando alguém se feria no trabalho, era preciso conseguir carona até o posto de
saúde ou hospital mais próximo.

Os denunciados são acusados ainda de não disponibilizar ferramentas de trabalho, como enxadas,
e equipamentos de proteção individual, como luvas e botas. O próprio empregado era obrigado a
arcar com o custo dessas ferramentas e equipamentos.

Disponível em: <http://pe360graus.globo.com/noticias/cidades/>. Acesso em: 21 dez. 2010.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

185
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

3 – Segurança e Saúde no Trabalho/Relação das Convenções


da OIT

Número: CRITÉRIOS

115 Proteção contra radiações.

127 Peso máximo (transporte manual de carga).

136 Proteção contra os riscos de intoxicação ocupacional pelo benzeno.

139 Prevenção e controle de riscos profissionais causados por substâncias ou agentes cancerígenos.

148 Contaminação do ar, ruído e vibrações.

152 Segurança e higiene nos trabalhos portuários.

155 Segurança e saúde dos trabalhadores.

161 Serviços de saúde do trabalho.

170 Segurança na utilização de produtos químicos no trabalho.

Prevenção de acidentes industriais maiores (Anexo: Recomendação nº 181 sobre a prevenção de


174
acidentes maiores).

Direito do Trabalho

29 Convenção sobre o Trabalho Forçado, 1930.

81 Inspeção do trabalho.

103 Convenio sobre la protección de la maternidad (revisado), 1952. (em espanhol)

105 Convenção sobre a Abolição do Trabalho Forçado, 1957.

111 Convenção sobre a Discriminação (Emprego e Profissão), 1958.

132 Convenção sobre Férias Remuneradas (revista), 1970.

138 Convenção sobre a Idade Mínima, 1973.

147 Convenção sobre a Marinha Mercante (Normas Mínimas), 1976.

154 Convenio sobre la negociación colectiva, 1981. (em espanhol)

182 Convenção sobre as piores formas de trabalho infantil, 1999.

182 Convenio sobre las peores formas de trabajo infantil, 1999. (em espanhol)

Disponível em: <http://www.trabalhoseguro.com/OIT/OITconvencoes.htm>. Acesso em: 12 nov. 2010.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

4 – Princípio da Legalidade e Estado Democrático de Direito*


Princípio da Legalidade – História. No Brasil, todas as Constituições, exceto a Carta de 1937, adotaram o princípio
da Legalidade. A atual Constituição repete o texto das de 1891, 1934, 1946, 1967, e, em uma análise aprofun-
dada pode-se notar que entre a Carta Política de 1824 à de 1988, só há uma diferença; que a primeira afirmava
“nenhum cidadão podia ser obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude da lei”, quando as demais
se referem a “ninguém” em seus textos. Então, por conta desta mudança na forma de expressão pelo legislador,
foi estendida aos estrangeiros a Legalidade.

O princípio da Legalidade na carta atual vem elencado logo no art. 5°, II.

Princípio da Legalidade – Conceito

Para poder falar em princípio de Legalidade, torna-se desde logo necessário entender o que significa a submis-
são e o respeito à lei, e que esta lei deve provir de uma das espécies normativas devidamente elaboradas de
acordo com as regras de processo legislativo constitucional, e emanadas de órgãos de representação popular
(Congresso Nacional, Assembleias Legislativas...), ou por atos equiparados tais como Leis Delegadas ou Medidas
Provisórias. Sempre, no entanto, respeitando os limites e requisitos impostos pela legislação.

O inciso II do art. 5° da Constituição visa, fundamentalmente, combater o poder arbitrário do Estado; ali está
expressa o princípio da Legalidade, que é base fundamental do Estado Democrático de Direito . É imposto que
somente a lei pode criar obrigações para o indivíduo, uma vez que ela é expressão legítima da nação.

É importante que não se confunda legalidade com legitimidade. Esta, segundo Otávio Piva, não se traduz em um
conceito puramente jurídico, mas sim numa visão de cunho político-ideológico. Desta forma, podemos encontrar
uma norma que obedece o princípio de legalidade, mas que, no âmbito político jurídico, não atende às necessi-
dades ou expectativas da sociedade.

No entanto, pode-se afirmar que o Sistema Jurídico Brasileiro não prevê o controle da legitimidade das normas,
mas tão somente o da legalidade.

A principal diferença do princípio da legalidade para os particulares e para a administração pública está no fato
de que aqueles podem fazer tudo que a lei não proíba, já a administração pública só pode fazer o que a lei de-
termine ou autorize. Desta forma, para que a administração possa atuar, não basta a inexistência de proibição
legal, é necessária a existência de determinação ou autorização da atuação administrativa na lei.

O princípio da legalidade administrativa tem, portanto, para o administrador público, um conteúdo muito mais
restritivo do que a legalidade geral aplicável à conduta dos particulares. Já para o administrado o princípio da
legalidade representa uma garantia constitucional, porque isso lhe assegura que a atuação da administração
estará limitada ao que dispuser a lei.

RODRIGUES, Luiz Fernando. Princípio da legalidade.

Fonte: <http://www.jurisway.org.br>. Acesso em: 12 de nov. de 2010.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

5 – Modalidades de Culpa
CULPA IN ELIGENDO: quando provém da falta de cautela ou providência na escolha de preposto ou pessoa a
quem é dada a responsabilidade para a execução de um ato ou serviço. Caracteriza-se, exemplificativamente,
o fato de admitir ou de manter o preponente a seu serviço, o trabalhador não legalmente habilitado ou sem as
competência requeridas, ou seja, a má escolha do representante ou preposto.

Ex.: responsabilidade do superintendente pelo encarregado de obras que descumpre normas de segurança.

CULPA IN VIGILANDO: é a que origina da inexistência de fiscalização por parte do empregador sobre a ação labo-
ral de seus empregados ou Preposto.

Ex.: responsabilidade do líder, encarregado, ou mestre de obra, por acidente causado por seu funcionário, por
falta de fiscalização.

CULPA IN COMITENDO: é a que o indivíduo pratica ato positivo (doloso ou culposo), na forma de imprudência.

Ex.: excesso de velocidade.

CULPA IN OMITENDO: é a que tem como fonte de abstenção, o descuido ou a negligência.

Ex.: responsabilidade decorrente da não proibição do início da construção de uma valeta ou fundação, não ha-
vendo matérias para escoramento.

CULPA IN CUSTODIENDO: Ë a que emana da falta de cautela ou atenção, cautela ou precaução de gente a respeito
de algo que se encontra sob a sua responsabilidade e cuidados e atenção.

Ex.: Rresponsabilidade civil do proprietário de um veículo que o empresta para um terceiro, que causa acidente.

Outras Modalidades de Culpa

IMPRUDÊNCIA: é a forma de culpa que consiste na falta involuntária de observância de medidas de precaução,
prevenção e segurança de consequências previsíveis, que se faziam necessárias no momento para evitar o mal
ou a infração da lei. É chamado também de culpa em agendo.

Ex.: transporte de passageiros ou trabalhadores em carrocerias de caminhão ou tratores.

IMPERÍCIA: diz-se da falta de aptidão especial, habilidade ou experiência no exercício de determinada função,
profissão ou ofício. É um dos elementos de responsabilidade civil e do crime culposo.

Ex.: erro médico; avaliação inadequada dos riscos de uma atividade.

NEGLIGÊNCIA: é a omissão voluntária, consciente de cuidado, falta ou demora em prevenir ou obstar um dano.

Ex.: responsabilidade do proprietário do veículo, que não toma as precauções necessárias para o bom funciona-
mento do mesmo, como a não verificação dos freios, condição dos pneus e direção.

Texto adaptado por Jose Cirillo.

Fonte – Autor: Valério Saavedra, em 28/04/2005 – Reeditado em 03/03/2009 – Código do texto: T13569. Esta
obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que
seja dado crédito ao autor original (Souza, Marcus Valério Saavedra Guimarães de). Você não pode fazer uso
comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.
br/textosjuridicos/13569>.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

6 – Código Penal Brasileiro – Artigo 129*


O Capítulo II do Código Penal Brasileiro assim define o crime de lesão corporal:

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal de natureza grave

§ 1º Se resulta em:

I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;

II - perigo de vida;

III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;

IV - aceleração de parto:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

Em que pese o código penal brasileiro não mencionar lesão de natureza gravíssima nem leve, tradicionalmente
no Direito usa-se como lesões corporais gravíssimas aquelas que têm maior potencial lesivo e que, portanto
implicam penalidades mais severas. (Mas não há descrição destas situacoes como gravíssimas no código penal).

Lesão corporal de natureza gravíssima.

§ 2° Se resulta em:

I - incapacidade permanente para o trabalho;

II - enfermidade incuravel;

III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

IV - deformidade permanente;

V - aborto:

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Lesão corporal seguida de morte

§ 3° Se resulta em morte, e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o
risco de produzi-lo:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Diminuição de pena

§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.

Substituição da pena

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

6 – Código Penal Brasileiro – Artigo 129 (continuação)


§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa:

I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;

II - se as lesões são recíprocas.

Lesão corporal culposa

§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)

Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Aumento de pena

§ 7° No caso de lesão culposa, aumenta-se a pena de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses do art. 121, §
4°(§ 4° No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de
regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura
diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60
(sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003).

§ 8º Aplica-se igualmente à lesão culposa o disposto no § 5º do artigo 121 (§ 5º - Na hipótese de homicídio


culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de
forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária). (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977). (Reda-
ção dada pela Lei nº 8.069, de 1990).

Violência doméstica

§ 9° Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006).

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006).

§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo,
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004).

§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pes-
soa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006).

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

7 – LEI Nº 8.213, de 24 de julho de 1991 – Artigo 11*


Art. 11. São seguradas obrigatórias da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:

I - como empregados:

a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subor-
dinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;

b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta
serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acrés-
cimo extraordinário de serviços de outras empresas;

c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucur-
sal ou agência de empresa nacional no exterior;

d) aquele que presta serviço no Brasil à missão diplomática ou à repartição consular de carreira estrangeira e
a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não brasileiro sem
residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respec-
tiva missão diplomática ou repartição consular;

e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais
dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma
da legislação vigente do país do domicílio;

f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa
domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional;

II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito
residencial desta, em atividades sem fins lucrativos;

III - como empresário: o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado, o membro de
conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria e o sócio cotista que
participe da gestão ou receba remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural;

IV - como trabalhador autônomo:

a) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem
relação de emprego;

b) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos
ou não;

V - como equiparado a trabalhador autônomo, além dos casos previstos em legislação específica:

a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, pesqueira ou de extração de
minerais, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de
empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

7 – LEI Nº 8.213, de 24 de julho de 1991 – Artigo 11 (continuação)


b) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem
religiosa, este quando por ela mantido, salvo se filiado obrigatoriamente à Previdência Social em razão de
outra atividade ou a outro sistema previdenciário, militar ou civil, ainda que na condição de inativo;

c) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando


coberto por sistema próprio de Previdência Social;

d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro
efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por sistema de previdência social do
país do domicílio;

VI - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza
urbana ou rural definidos no Regulamento;

VII - como segurado especial: o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro, o pescador
artesanal e o assemelhado, que exerçam suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar,
ainda que com o auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos
maiores de 14 (quatorze) anos ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo
familiar respectivo.

§ 1º Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é
indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a
utilização de empregados.

§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime.

Fonte: BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social
e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm>. Acesso
em: 16 fev. 2012.

192
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

8 – LEI Nº 8.213, de 24 de julho de 1991 – Artigo 19*


Art. 19. Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exer-
cício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade
para o trabalho.

§ 1º A empresa é responsável pela adoção e pelo uso das medidas coletivas e individuais de proteção e se-
gurança da saúde do trabalhador.

§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança
e higiene do trabalho.

§ 3º É dever de a empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do


produto a manipular.

§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará, e os sindicatos e entidades representativas


de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Re-
gulamento.

Fonte: BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência So-
cial e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm>.
Acesso em: 16 fev. 2012.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

9 – LEI Nº 8.213, de 24 de julho de 1991 – Artigo 20*


Art. 20. Consideram-se acidente de trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:

I. doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previ-
dência Social;

II. doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em
que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;

b) a inerente a grupo etário;

c) a que não produza incapacidade laborativa;

d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo compro-
vação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste
artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a
Previdência Social deve considerá-la acidente de trabalho.

Fonte: BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência So-
cial e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm>.
Acesso em: 16 fev. 2012.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

10 – LEI Nº 8.213, de 24 de julho de 1991 – Artigos 21, 22 e 23*


Art. 21. Equiparam-se também ao acidente de trabalho, para efeitos desta Lei:

I. o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para
a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija
atenção médica para a sua recuperação;

II. o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

III. a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;

IV. o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos
para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive
veículo de propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de lo-
comoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades
fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente de trabalho a lesão que, resultante de acidente
de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior.

Art. 22. A empresa deverá comunicar o acidente de trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil
seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa
variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas
reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

10 – LEI Nº 8.213, de 24 de julho de 1991 – Artigos 21, 22 e 23


(Continuação)
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem
como o sindicato a que corresponda a sua categoria.

§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus depen-
dentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não preva-
lecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.

§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumpri-
mento do disposto neste artigo.

§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência


Social, das multas previstas neste artigo.

Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da
incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia
em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.

Fonte: BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência So-
cial e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm>.
Acesso em: 16 fev. 2012.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

11 – LEI Nº 8.213, de 24 de julho de 1991 – Artigos 86 e 118*


DO AUXÍLIO-ACIDENTE

Art. 86. O auxílio-acidente será concedido ao segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes de
acidente de trabalho, resultar sequela que implique:

I. redução da capacidade laborativa que exija maior esforço ou necessidade de adaptação para exercer a mesma
atividade, independentemente de reabilitação profissional;

II. redução da capacidade laborativa que impeça, por si só, o desempenho da atividade que exercia à época do
acidente, porém não o de outra, do mesmo nível de complexidade, após reabilitação profissional; ou

III. redução da capacidade laborativa que impeça, por si só, o desempenho da atividade que exercia à época do
acidente, porém não o de outra, de nível inferior de complexidade, após reabilitação profissional.

§ 1º O auxílio-acidente, mensal e vitalício corresponderá respectivamente, às situações previstas nos incisos I, II


e III deste artigo, a 30% (trinta por cento), 40% (quarenta por cento) ou 60% (sessenta por cento) do salário-
-de-contribuição do segurado vigente no dia do acidente, não podendo ser inferior a esse percentual do seu
salário-de-benefício.

§ 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, independente-


mente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado.

§ 3º O recebimento de salário ou concessão de outro benefício não prejudicará a continuidade do recebimento


do auxílio-acidente.

§ 4º Quando o segurado falecer em gozo do auxílio-acidente, a metade do valor deste será incorporada ao valor
da pensão se a morte não resultar do acidente do trabalho.

§ 5º Se o acidentado em gozo do auxílio-acidente falecer em consequência de outro acidente, o valor do auxílio-


-acidente será somado ao da pensão, não podendo a soma ultrapassar o limite máximo previsto no § 2º do art.
29 desta Lei.

Art. 118. O segurado que sofre acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manu-
tenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independente-
mente de percepção de auxílio-acidente.

Parágrafo único. O segurado reabilitado poderá ter remuneração menor do que a da época do acidente, desde
que compensada pelo valor do auxílio-acidente, referido no § 1º do art. 86 desta Lei.

Fonte: BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social
e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm>. Acesso
em: 16 fev. 2012.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

12 – PORTARIA MTB Nº 3.214, DE 08 DE JUNHO DE 1978*


O Ministro de Estado do Trabalho, no uso de suas atribuições legais, considerando o disposto no art. 200, da
consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, resolve:

Art. 1º - Aprovar as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Traba-
lho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho:

Aprova as Normas Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da


Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do
Trabalho.

Este texto não substitui a publicação original.

NORMAS REGULAMENTADORAS

NR-1 – Disposições Gerais

NR-2 – Inspeção Prévia

NR-3 – Embargo e Interdição

NR-4 – Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT

NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA

NR-6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI

NR-7 – Exames Médicos

NR-8 – Edificações

NR-9 – Riscos Ambientais

NR-10 – Instalações e Serviços de Eletricidade

NR-11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

NR-12 – Máquinas e Equipamentos

NR-13 – Vasos Sob Pressão

NR-14 – Fornos

NR-15 – Atividades e Operações Insalubre

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

12 – PORTARIA MTB Nº 3.214, DE 08 DE JUNHO DE 1978 (Continuação)


NR-16 – Atividades e Operações Perigosas

NR-17 – Ergonomia

NR-18 – Obras de Construção, Demolição, e Reparos

NR-19 – Explosivos

NR-20 – Combustíveis Líquidos e Inflamáveis

NR-21 – Trabalhos a Céu Aberto

NR-22 – Trabalhos Subterrâneos

NR-23 – Proteção Contra Incêndios

NR-24 – Condições Sanitárias dos Locais de Trabalho

NR-25 – Resíduos Industriais

NR-26 – Sinalização de Segurança

NR-27 – Registro de Profissionais

NR-28 – Fiscalização e Penalidades

NR-29 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

NR-30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

NR-31 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura,


Exploração Florestal e Aquicultura.

NR-32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde

NR-33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

Disponível em: <http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/63/mte/1978/3214.htm>.Acesso em: 21


dez. 2010.

199
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

13 – Adicional de Insalubridade*
O que são atividades insalubres?

Atividades insalubres são aquelas que expõem os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos
limites legais permitidos. Juridicamente, a insalubridade somente é reconhecida quando a atividade ou
operação passa a ser incluída em relação baixada pelo Ministério do Trabalho.

Qual a consequência do exercício de trabalho em condições de insalubridade, acima dos limites de


tolerância estabelecidos pelo MT, sobre o salário do empregado?

O empregado receberá, além do salário normal, um adicional correspondente à insalubridade, calculado


em 40%, 20% ou 10% sobre o salário-mínimo da região, conforme o grau de insalubridade.

O que são atividades perigosas?

A lei considera atividades ou operações perigosas todas aquelas que, pela natureza ou métodos de traba-
lho, coloquem o trabalhador em contato permanente com explosivos, eletricidade, materiais ionizantes,
substâncias radioativas ou materiais inflamáveis, em condições de risco acentuado.

Qual a percentagem correspondente ao adicional de periculosidade?

Para inflamáveis e explosivos: 30% sobre o salário básico, excluídas gratificações, prêmios e participação
nos lucros;

Para eletricidade, de 30% sobre o salário recebido, no caso de permanência habitual em área de risco,
desde que a exposição não seja eventual.

É possível ao empregado receber simultaneamente adicionais de insalubridade e periculosidade?

Não. A lei permite somente o pagamento de um dos dois, à escolha do empregado.

Como é feita a caracterização da insalubridade e da periculosidade?

A caracterização é feita por meio de perícia, a cargo do médico ou de engenheiro do trabalho, segundo as
normas do MTE.

Fonte: < http://www.portal.mte.gov.br/ouvidoria/atividade-insalubre-e-perigosa.htm >. Acesso em: 12 de


nov. 2010.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

14 – PORTARIA Nº 3.275, DE SETEMBRO DE 1989*


A MINISTRA DE ESTADO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições, considerando o disposto no art. 6º do
Decreto 92.530, de 09.04.86, que delega competência ao Ministério do Trabalho para definir as atividades
do Técnico de Segurança do Trabalho. RESOLVE:

Art. 1º As atividades do Técnico de Segurança do Trabalho são as seguintes:

I – informar o empregador, através de parecer técnico, sobre os riscos existentes nos ambientes de trabalho,
bem como as medidas de eliminas e neutralizar;

II – informar os trabalhadores sobre os riscos da sua atividade, bem como as medidas de eliminação e
neutralização, controlar, identificar e analisar.

III – Analisar o métodos e os processo de trabalho e identificar os fatores de risco de acidentes do trabalho,
doenças profissionais e do trabalhador, propondo sua eliminação ou seu controle;

IV – executar os procedimentos de segurança e higiene do trabalho e avaliar os resultados alcançados,


adequando-os as estratégias utilizadas de maneira a integrar o processo prevencionista em uma planifica-
ção, beneficiando o trabalhador;

V – executar programas de prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho nos


ambientes de trabalho com a participação dos trabalhadores, acompanhando e avaliando seus resultados,
bem como sugerindo constante atualização dos mesmos e estabelecendo procedimentos a serem seguidos.

VI – promover debates, encontros, campanhas, seminários, palestras, reuniões, treinamentos e utilizar ou-
tros recursos de ordem didática e pedagógica com o objetivo de divulgar as normas de segurança e higie-
ne do trabalho, assuntos técnicos, administrativos e prevencionista, visando evitar acidentes de trabalho,
doenças profissionais e do trabalho;

VII – executar as normas de segurança referentes a projetos de construção, ampliação, reforma, arranjos
físicos e de fluxos, com vistas à observância das medidas de segurança e higiene do trabalho, inclusive por
terceiros;

VIII – encaminhar aos setores e áreas competentes normas, regulamentos, documentação, dados estatísti-
cos, resultados de análise e avaliações, materiais de apoio técnico, educacional e outros de divulgação para
conhecimento e autodesenvolvimento do trabalhador;

IX – indicar, solicitar e inspecionar equipamentos de proteção contra incêndio, recursos audiovisuais e di-
dáticos e outros materiais considerados indispensáveis, de acordo com a legislação vigente, dentro das
qualidades e especificações técnicas recomendadas, avaliando seu desempenho;

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

14 – PORTARIA Nº 3.275, DE SETEMBRO DE 1989 (continuação)


X – cooperar com as atividades do meio ambiente, orientando quanto ao tratamento e destinação dos resí-
duos industriais, incentivando e conscientizando o trabalhador da sua importância para a vida;

XI – orientar as atividades desenvolvidas por empresas contratadas, quanto aos procedimentos de segu-
rança e higiene do trabalho previstos na legislação ou constantes em contratos de prestação de serviços;

XII – executar as atividades ligadas à segurança e higiene do trabalho utilizando métodos e técnicas cien-
tíficas, observando dispositivos legais e institucionais que objetivem a eliminação, controle ou redução
permanente dos riscos de acidentes do trabalho e a melhoria das condições do ambiente, para preservar a
integridade física e mental dos trabalhadores;

XIII – levantar e estudar os dados estatísticos de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho,
calcular a frequência e a gravidade destes para ajustes das ações prevencionistas, normas , regulamentos
e outros dispositivos de ordem técnica, que permitam a proteção coletiva e individual;

XIV – articular-se e colaborar com os setores responsáveis pelos recursos humanos, fornecendo-lhes resul-
tados de levantamentos técnicos de riscos das áreas e atividades para subsidiar a adoção de medidas de
prevenção a nível de pessoal;

XV – informar os trabalhadores e o empregador sobre as atividades insalubre, perigosas e penosas existen-


tes na empresa, seus riscos específicos, bem como medidas e alternativas de eliminação ou neutralização
dos mesmos;

XVI – avaliar as condições ambientais de trabalho e emitir parecer técnico que subside o planejamento e a
organização do trabalho de forma segura para o trabalhador;

XVII – articular-se e colaborar com os órgãos e entidades ligadas à prevenção de acidentes do trabalho,
doenças profissionais e do trabalho;

XVIII – participar de seminários, treinamentos, congressos curso visando ao intercâmbio e ao aperfeiçoa-


mento profissional.

Art. 2º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de Segurança e Medicina
do Trabalho.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

202
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

15 – PARECER TÉCNICO*
Autor(a): Benedita Creusa de Jesus Rosa – Conteudista do Senac Rio.

Fundamentação Legal: lei 6514/77 e Portaria 3.214/78 – Norma Regulamentadora NR 5

Empresa: Pedro Ferroso Metalúrgica Ltda.

CNPJ – 33.213.200/0001-28

CNAE – 28.32-0

GR – 4

GRUPO:

No de empregados: 200

Objetivo do parecer: esclarecer com fundamentos nesta NR as adequações de constituição de CIPA.

Item 5.1 – A Comissão Interna de Acidentes – CIPA – tem como objetivo a prevenção de acidentes e doen-
ças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação
da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

Item 5.2 – Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas
privadas, públicas, sociedades e economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições be-
neficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores
como empregados.

Item 5.11 – O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os representantes
dos empregados escolherão entre os titulares o Vice-Presente.

5.6.4 – Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa designará um responsável pelo
cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados,
através de negociação coletiva.

5.32 – A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes antes da
CIPA.

Conclusão:

• Em conformidade com os itens da NR-5 acima citados, na íntegra, esta empresa deverá constituir a CIPA;

• O Presidente da CIPA deverá ser indicado pelo empregador, e o vice-presidente, escolhido pelos titulares
e suplentes;

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

203
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

15 – PARECER TÉCNICO (continuação)


• Esta empresa enquadra-se no quadro I desta NR, portanto, esta deverá ser dimensionada para definir o nú-
mero de representantes dos empregados e de representantes do empregador.

• Após todo procedimento, a empresa deverá treinar todos os componentes da CIPA.

Obs.: este parecer tem validade de 30 dias por motivo de possíveis mudanças na legislação.

A implantação desta NR, não exclui as responsabilidades das outras NRs, hoje contando com 34 NRs, que serão
implantadas de acordo com a necessidade da empresa, levando em consideração o ramo de atividade.

TST – Responsável pelo parecer

204
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP*


Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é um formulário com campos a serem preenchidos com todas as
informações relativas ao empregado, como, por exemplo, a atividade que exerce, o agente nocivo ao qual
é exposto, a intensidade e a concentração do agente, exames médicos clínicos, além de dados referentes
à empresa.

O formulário deve ser preenchido pelas empresas que exercem atividades que exponham seus empregados
a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integri-
dade física (origem da concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição). Além
disso, todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, de acordo com
Norma Regulamentadora nº 9 da Portaria nº 3.214/78 do MTE, também devem preencher o PPP.

O PPP deve ser preenchido para a comprovação da efetiva exposição dos empregados a agentes nocivos,
para o conhecimento de todos os ambientes e para o controle da saúde ocupacional de todos os trabalha-
dores.

Nota:

É necessário o preenchimento do PPP, pelas empresas, para todos os empregados. De acordo com a Ins-
trução Normativa/INSS/DC nº 99 de 05/12/2003, após a implantação do PPP em meio magnético, pela
Previdência Social, esse documento será exigido para todos os segurados, independentemente do ramo de
atividade da empresa e da exposição a agentes nocivos.

A comprovação da efetiva exposição a agentes nocivos será feita mediante formulário próprio do INSS, o
Perfil Profissiográfico Previdenciário, que será preenchido pela empresa ou seu preposto com base em Lau-
do Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) expedido por médico do trabalho ou engenheiro
de segurança do trabalho, para fins de comprovação da exposição a agentes nocivos prejudiciais à saúde
ou à integridade física.

As cooperativas de produção, em que seus cooperados no exercício das atividades sejam expostos a condi-
ções especiais, deverão elaborar o PPP dos cooperados conforme a Instrução Normativa/INSS/DC nº 087,
de 27 de março de 2003. O PPP das cooperativas de trabalho serão elaborados com base nas informações
fornecidas pela empresa contratante.

A apresentação do LTCAT será exigida para os períodos de atividade exercida sob condições especiais ape-
nas a partir de 14 de outubro de 1996, exceto no caso do agente nocivo ruído, que exige apresentação de
laudo para todos os períodos declarados.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


Quando houver o desligamento do empregado, a empresa é obrigada a fornecer uma cópia autêntica do
PPP ao trabalhador, sob pena de multa, caso não o faça.

Observação:

De acordo com a Instrução Normativa/INSS/DC nº 99, de 05/12/2003, a partir de 1º de janeiro de 2004


a comprovação do exercício de atividade especial será feita pelo PPP, emitido pela empresa com base em
laudo técnico de condições ambientais de trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de
segurança. O PPP contemplará, inclusive, informações pertinentes aos formulários acima, os quais deixarão
de ter eficácia.

A empresa (ou equiparada à empresa) deverá elaborar PPP de forma individualizada para seus empre-
gados, trabalhadores avulsos e cooperados expostos a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou
associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão de
aposentadoria especial. E ainda, para fins de concessão de benefícios por incapacidade, a partir de 1º de
janeiro de 2004, a Perícia Médica do INSS poderá solicitar o PPP à empresa, com vistas à fundamentação
do reconhecimento técnico do nexo causal e para avaliação de potencial laborativo, objetivando o processo
de reabilitação profissional.

A exigência da apresentação do LTCAT será dispensada a partir de 1º de janeiro de 2004, data da vigência
do PPP, devendo, entretanto, permanecer na empresa à disposição da Previdência Social.

Entretanto, para períodos laborados até 31 de dezembro de 2003, será aceito o DIRBEN-8030 (antigo SB-40,
DISES-BE 5235, DSS-8030), desde que emitido até essa data.

Quando o PPP for apresentado contemplando períodos laborados até 31 de dezembro de 2003, não é ne-
cessária a apresentação do DIRBEN-8030 (antigo SB-40, DISES-BE 5235, DSS-8030).

Fonte: <http://www1.previdencia.gov.br/pg_secundarias/paginas_perfis/perfil_Empregador_10_07.asp>.

206
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


O que é e para que serve o LTCAT?

Antes da Instrução Normativa 99, de 05 de dezembro de 2003, o Laudo Técnico de Condições de Ambiente
de Trabalho (LTCAT) era tido como matéria-prima fundamental indispensável para elaboração do PPP. Hoje,
de acordo com a referida Instrução Normativa, o PPP deve se basear, não no LTCAT, mas principalmente no
seu substituto, o PPRA (Programa de Prevenção de Risco Ambientais) e no PCMSO (Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional). A elaboração do LTCAT, portanto, NÃO É OBRIGATÓRIA desde 1o de janeiro de
2004, como infelizmente, tem sido divulgado por muitas empresas de medicina do trabalho. A elaboração
do LTCAT pelo empregador é facultativa.

A Instrução Normativa 99, bem como toda a legislação pertinente a esse informativo, pode ser lida, na
íntegra, no site: <http://www.previdencia.gov.br/buscaGeral.php>.

O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é um documento histórico-laboral que contém várias informa-
ções relativas às atividades do trabalhador na empresa - dados administrativos e resultado de monitoração
biológica e ambiental. É um documento apresentado em formulário instituído pelo Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS), que contém informações detalhadas sobre as atividades do trabalhador, exposição a
agentes nocivos à saúde e outras informações de caráter administrativo.

O primeiro modelo do formulário foi apresentado no Anexo XV da Instrução Normativa nº 84 do INSS, de


17/12/2002. Esse modelo foi aprimorado e sua versão final pode ser obtida no sítio da Previdência, no
Anexo XV da IN n° 99/2003.

No entanto, convém esclarecer o seguinte, na Lei Federal no 8.213, de 24 jul. 1991 em seu § 1° do art. 58
consta o seguinte: Art. 58. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de
agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física considerados para fins de concessão da aposentadoria
especial de que trata o artigo anterior será definida pelo Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 9.528,
de1997),<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9528.htm#art58>.

* * § 1º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formu-
lário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido pela empresa ou seu
preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalhoexpedido por médico do trabalho
ou engenheiro de segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista. (Redação dada pela Lei nº
9.732, de 11.12.98, <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9732.htm#art58%C2%A71>.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)

INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/DC Nº 99 – DE 5 DE DEZEMBRO DE 2003 – DOU DE 10/12/2003 – Revogado

Revogada pela INSTRUÇÃO NORMATIVA/Nº 118/INSS/DC, DE 14 DE ABRIL DE 2005 – DOU DE


18/4/2005

Alterada pela INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/DC nº 111 INSS/DC, DE 30/09/2004 – DOU DE 20/10/2004)

Estabelece critérios a serem adotados pelas áreas de Benefícios e da Receita Previdenciária.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:

Lei nº 8.212, de 24/07/1991;

Lei nº 8.213, de 24/07/1991;

Lei nº 10.741, de 1º/10/2003;

Medida Provisória nº 138, de 19/11/2003;

Decreto nº 3.048, de 6/05/1999;

Decreto nº 4.827, de 3/09/2003;

Decreto nº 4.882, de 18/11/2003;

Portaria MPS nº 1.635, de 25/11/2003.

A DIRETORIA COLEGIADA DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSS, em Reunião Extraordinária


realizada no dia 5 de dezembro de 2003, no uso da competência conferida pelo Decreto nº 4.688,
de 7 de maio de 2003,

Considerando o disposto nas Leis nº 8.212 e nº 8.213, ambas de 24 de julho de 1991;

Considerando o preceituado no Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto nº 3.048,
de 6 de maio de 1999;

Considerando a necessidade de estabelecer rotinas tendentes a agilizar e a uniformizar a análise dos pro-
cessos de reconhecimento, manutenção e revisão de direitos dos beneficiários da Previdência Social, para
melhor aplicação das normas jurídicas pertinentes, com observância dos princípios estabelecidos no artigo
37 da Constituição Federal-CF,

208
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)

RESOLVE:

Art. 1º A Instrução Normativa nº 095 INSS/DC, de 7 de outubro de 2003, passa a vigorar com as seguintes
alterações:

Art. 60. .................................................................................................................

§ 3º O trabalhador rural para fazer jus à aposentadoria com redução de idade (60 anos se homem, 55 se
mulher), deverá comprovar a idade mínima e a carência exigida, sendo que para verificação do direito de-
verão ser analisadas, exclusivamente, as contribuições efetuadas em razão do exercício da atividade rural
e para fins de cálculo da Renda Mensal Inicial–RMI, constituirão os seus salários-de-contribuição todas as
contribuições à Previdência Social, exigidas 180 (cento e oitenta) contribuições ou caso esteja enquadrado
na situação a seguir descrita, o número de contribuições especificado na tabela do artigo 142 da Lei nº
8.213/91:

c) completou a carência necessária a partir de 11/91, de acordo com a tabela constante do artigo 142 da
Lei nº 8.213/91, considerando o disposto no parágrafo 3º do artigo 26 do RPS.

Art. 127. ......................................................................................................................

§ 1º. Para subsidiar o fornecimento da declaração por parte dos sindicatos de que trata o inciso IV do artigo
124, poderão ser aceitos, entre outros, os seguintes documentos, desde que neles conste a profissão ou
qualquer outro dado que evidencie o exercício da atividade rurícola e seja contemporâneo ao fato nele
declarado, sem exigir que se refira ao período a ser comprovado, observado o disposto no artigo 130 desta
Instrução Normativa:

....................................................................................................................................

§ 3º Quando o sindicato emitir declaração com base em provas exclusivamente testemunhais, deverá ser
observado o disposto nos artigos 129 e 130 desta Instrução Normativa.

Subseção IV

Do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP)

Art. 146. O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) constitui-se em um documento histórico-laboral do


trabalhador que reúne, entre outras informações, dados administrativos, registros ambientais e resultados
de monitoração biológica, durante todo o período em que este exerceu suas atividades.

209
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


Art. 147. O PPP tem como finalidade:

I - comprovar as condições para habilitação de benefícios e serviços previdenciários, em especial, o bene-


fício de que trata a Subseção V desta Seção;

II - prover o trabalhador de meios de prova produzidos pelo empregador perante a Previdência Social, a
outros órgãos públicos e aos sindicatos, de forma a garantir todo direito decorrente da relação de trabalho,
seja ele individual, ou difuso e coletivo;

III – prover a empresa de meios de prova produzidos em tempo real, de modo a organizar e a individualizar
as informações contidas em seus diversos setores ao longo dos anos, possibilitando que a empresa evite
ações judiciais indevidas relativas a seus trabalhadores;

IV - possibilitar aos administradores públicos e privados acesso a bases de informações fidedignas, como
fonte primária de informação estatística, para desenvolvimento de vigilância sanitária e epidemiológica,
bem como definição de políticas em saúde coletiva.

Art. 148. A partir de 1º de janeiro de 2004, a empresa ou equiparada à empresa deverá elaborar PPP, con-
forme Anexo XV, de forma individualizada para seus empregados, trabalhadores avulsos e cooperados, que
laborem expostos a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à
saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão de aposentadoria especial, ainda que
não presentes os requisitos para a concessão desse benefício, seja pela eficácia dos equipamentos de pro-
teção, coletivos ou individuais, seja por não se caracterizar a permanência.

§ 1º A exigência do PPP referida no caput, em relação aos agentes químicos e ao agente físico ruído, fica
condicionada ao alcance dos níveis de ação de que trata o subitem 9.3.6, da Norma Regulamentadora-NR
nº 09, do Ministério do Trabalho e Emprego-MTE, e aos demais agentes, à simples presença no ambiente
de trabalho.

§ 2º Após a implantação do PPP em meio magnético pela Previdência Social, este documento será exigido
para todos os segurados, independentemente do ramo de atividade da empresa e da exposição a agentes
nocivos, e deverá abranger também informações relativas aos fatores de riscos ergonômicos e mecânicos.

§ 3º A empresa ou equiparada à empresa deve elaborar, manter atualizado o PPP para os segurados refe-
ridos no caput, bem como fornecer a estes, quando da rescisão do contrato de trabalho ou da desfiliação
da cooperativa, sindicato ou Órgão Gestor de Mão de Obra-OGMO, conforme o caso, cópia autêntica desse
documento.

§ 4º O PPP deverá ser emitido pela empresa empregadora, no caso de empregado; pela cooperativa de
trabalho ou de produção, no caso de cooperado filiado; pelo OGMO, no caso de trabalhador avulso portuário
e pelo sindicato da categoria, no caso de trabalhador avulso não portuário.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


§ 5º O sindicato de categoria ou OGMO estão autorizados a emitir o PPP, bem como o formulário que ele
substitui, nos termos do parágrafo 14, somente para trabalhadores avulsos a eles vinculados.

§ 6º O PPP deverá ser emitido com base nas demais demonstrações ambientais de que trata o artigo 152.

§ 7º O PPP deverá ser atualizado sempre que houver alteração que implique mudança das informações
contidas nas suas seções, com a atualização feita pelo menos uma vez ao ano, quando permanecerem
inalteradas suas informações.

§ 8º O PPP será impresso nas seguintes situações:

I - por ocasião da rescisão do contrato de trabalho ou da desfiliação da cooperativa, sindicato ou OGMO, em


duas vias, com fornecimento de uma das vias para o trabalhador, mediante recibo;

II - para fins de requerimento de reconhecimento de períodos laborados em condições especiais;

III - para fins de análise de benefícios por incapacidade, a partir de 1º de janeiro de 2004, quando solicitado
pelo INSS;

IV - para simples conferência por parte do trabalhador, pelo menos uma vez ao ano, quando da avaliação
global anual do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais-PPRA, até que seja implantado o PPP em
meio magnético pela Previdência Social;

V - quando solicitado pelas autoridades competentes.

§ 9º O PPP deverá ser assinado por representante legal da empresa, com poderes específicos outorgados
por procuração, contendo a indicação dos responsáveis técnicos legalmente habilitados, por período, pelos
registros ambientais e resultados de monitoração biológica.

§ 10. A comprovação da entrega do PPP, na rescisão de contrato de trabalho ou da desfiliação da coopera-


tiva, sindicato ou OGMO, poderá ser feita no próprio instrumento de rescisão ou de desfiliação, bem como
em recibo à parte.

§ 11. O PPP e a comprovação de entrega ao trabalhador, na rescisão de contrato de trabalho ou da desfilia-


ção da cooperativa, sindicato ou OGMO, deverão ser mantidos na empresa por vinte anos.

§ 12. A prestação de informações falsas no PPP constitui crime de falsidade ideológica, nos termos do
artigo 297 do Código Penal.

§ 13. As informações constantes no PPP são de caráter privativo do trabalhador, constituindo crime nos
termos da Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995, práticas discriminatórias decorrentes de sua exigibilidade
por outrem, bem como de sua divulgação para terceiros, ressalvado quando exigida pelos órgãos públicos
competentes.

211
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


§ 14. O PPP substitui o formulário para comprovação da efetiva exposição dos segurados aos agentes
nocivos para fins de requerimento da aposentadoria especial, a partir de 1º de janeiro de 2004, conforme
determinado pelo parágrafo 2º do artigo 68 do RPS, alterado pelo Decreto nº 4.032, de 2001.

Subseção V

Da Aposentadoria Especial Dos Conceitos Gerais

Art. 149. O trabalho exercido em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física,
com exposição a agentes nocivos de modo permanente, não ocasional nem intermitente, está tutelado
pela Previdência Social mediante concessão da aposentadoria especial, constituindo-se em fato gerador
de contribuição previdenciária para custeio deste benefício.

Art. 150. São consideradas condições especiais que prejudicam a saúde ou a integridade física, conforme
definido no Anexo IV do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, a exposição a agen-
tes nocivos químicos, físicos ou biológicos ou a exposição à associação desses agentes, em concentração
ou intensidade e tempo de exposição que ultrapasse os limites de tolerância ou que, dependendo do
agente, torne a simples exposição em condição especial prejudicial à saúde.

§ 1º Os agentes nocivos não arrolados no Anexo IV do RPS não serão considerados para fins de concessão
da aposentadoria especial.

§ 2º As atividades constantes no Anexo IV do RPS são exemplificativas, salvo para os agentes biológicos.

Art. 151. O núcleo da hipótese de incidência tributária, objeto do direito à aposentadoria especial, é
composto de:

I – nocividade, que no ambiente de trabalho é entendida como situação combinada ou não de substân-
cias, energias e demais fatores de riscos reconhecidos, capazes de trazer ou ocasionar danos à saúde ou
à integridade física do trabalhador;

II – permanência, assim entendida como o trabalho não ocasional nem intermitente, durante quinze,
vinte ou vinte cinco anos, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado
ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço, em decorrência da
subordinação jurídica a qual se submete.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


§ 1º Para a apuração do disposto no inciso I, há que se considerar se o agente nocivo é:

I) apenas qualitativo, sendo a nocividade presumida e independente de mensuração, constatada pela simples
presença do agente no ambiente de trabalho, conforme constante nos Anexos 6, 13, 13-A e 14 da Norma Re-
gulamentadora nº 15 (NR 15) do Ministério do Trabalho e Emprego-MTE e no Anexo IV do RPS, para os agentes
iodo e níquel;

II) quantitativo, sendo a nocividade considerada pela ultrapassagem dos limites de tolerância ou doses, dispos-
tos nos Anexos 1, 2, 3, 5, 8, 11 e 12 da NR-15 do MTE, por meio da mensuração da intensidade ou da concen-
tração, consideradas no tempo efetivo da exposição no ambiente de trabalho.

§ 2º O agente constante no Anexo 9 da NR-15 do MTE, poderá ser considerado nocivo, mediante laudo de ins-
peção do ambiente de trabalho, baseado em investigação acurada sobre o caso concreto.

§ 3º Quanto ao disposto no inciso II, não quebra a permanência o exercício de função de supervisão, controle ou
comando em geral ou outra atividade equivalente, desde que seja exclusivamente em ambientes de trabalho
cuja nocividade tenha sido constatada.

Art. 152. As condições de trabalho, que dão ou não direito à aposentadoria especial, deverão ser comprovadas
pelas demonstrações ambientais, que fazem parte das obrigações acessórias dispostas na legislação previden-
ciária e trabalhista.

Parágrafo Único. As demonstrações ambientais de que trata o caput, constituem-se, entre outros, nos seguintes
documentos:

I - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA;

II - Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR;

III - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – PCMAT;

IV - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO;

V - Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT;

VI - Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP;

VII - Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT.

Art. 153. As informações constantes do Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS serão observadas para
fins do reconhecimento do direito à aposentadoria especial, nos termos do artigo 19 e parágrafo 2º do artigo
68, ambos do RPS.

§ 1º Fica assegurado ao INSS a contraprova das informações referidas no caput no caso de dúvida justificada,
promovendo de ofício a alteração no CNIS, desde que comprovada mediante o devido processo administrativo.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


§ 2º As demonstrações ambientais de que trata o artigo 152 deverão embasar o preenchimento da GFIP
e do formulário para requerimento da aposentadoria especial, nos termos dos parágrafos 2º e 7º do
artigo 68, do RPS.

§ 3º Presumem-se verdadeiras as informações prestadas pela empresa na GFIP, para a concessão ou não
da aposentadoria especial, constituindo crime a prestação de informações falsas neste documento.

§ 4º A empresa deverá apresentar, sempre que solicitadas pelo INSS, as demonstrações ambientais de
que trata o artigo 152, para fins de verificação das informações.

Da Habilitação ao Benefício

Art. 154. A partir de 29 de abril de 1995, data da publicação da Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995,
o trabalhador que estiver exposto, de modo permanente, não ocasional nem intermitente, a condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos,
terá direito à concessão de aposentadoria especial nos termos do artigo 57 da Lei nº 8.213, de 1991,
observada a carência exigida.

Art. 155. Para instrução do requerimento da aposentadoria especial, deverão ser apresentados os se-
guintes documentos:

I - para períodos laborados de 5 de setembro de 1960 até 28 de abril de 1995, será exigido do segurado
o formulário para requerimento da aposentadoria especial e a Carteira Profissional-CP ou a Carteira de
Trabalho e Previdência Social – CTPS, bem como LTCAT, obrigatoriamente para o agente físico ruído;

II - para períodos laborados entre 29 de abril de 1995 a 13 de outubro de 1996, será exigido do segurado
formulário para requerimento da aposentadoria especial, bem como LTCAT ou demais demonstrações
ambientais, obrigatoriamente para o agente físico ruído;

III - para períodos laborados entre 14 de outubro de 1996 a 31 de dezembro de 2003, será exigido do
segurado formulário para requerimento da aposentadoria especial, bem como LTCAT ou demais demons-
trações ambientais, qualquer que seja o agente nocivo;

IV - para períodos laborados a partir de 1º de janeiro de 2004, o único documento exigido do segurado
será o formulário para requerimento deste benefício.

§ 1º Quando for apresentado o documento que trata o parágrafo 14, do artigo 148 desta Instrução No-
mativa, contemplando também os períodos laborados até 31 de dezembro de 2003, serão dispensados
os demais documentos referidos neste artigo.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


§ 2º Poderão ser aceitos, em substituição ao LTCAT, ou ainda de forma complementar a este, os seguintes
documentos:

I - laudos técnico-periciais emitidos por determinação da Justiça do Trabalho, em ações trabalhistas,


acordos ou dissídios coletivos;

II - laudos emitidos pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUN-
DACENTRO);

III - laudos emitidos pelo MTE ou, ainda, pelas DRT;

IV - laudos individuais acompanhados de:

a) autorização escrita da empresa para efetuar o levantamento, quando o responsável técnico não for
seu empregado;

b) cópia do documento de habilitação profissional do engenheiro de segurança do trabalho ou médico do


trabalho, indicando sua especialidade;

c) nome e identificação do acompanhante da empresa, quando o responsável técnico não for seu em-
pregado;

d) data e local da realização da perícia.

V - os programas PPRA, PGR, PCMAT e PCMSO, de que trata o artigo 152.

§ 3º Para o disposto no parágrafo anterior, não será aceito:

I - laudo elaborado por solicitação do próprio segurado;

II - laudo relativo à atividade diversa, salvo quando efetuada no mesmo setor;

III - laudo relativo a equipamento ou setor similar;

IV - laudo realizado em localidade diversa daquela em que houve o exercício da atividade;

V - laudo de empresa diversa.

§ 4º Na impossibilidade de apresentação de algum dos documentos obrigatórios mencionados neste arti-


go, o segurado poderá protocolizar junto ao INSS um processo de Justificação Administrativa-JA, conforme
estabelecido por capítulo próprio desta Instrução Normativa, observado:

I - a JA somente será permitida, no caso de empresa ou estabelecimento legalmente extintos, podendo


ser dispensada a apresentação do formulário para requerimento da aposentadoria especial;

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


II - para períodos anteriores a 28 de abril de 1995, a JA deverá ser instruída com base nas informações
constantes da CP ou da CTPS em que conste a função exercida, verificada a correlação entre a atividade
da empresa e a profissão do segurado, salvo nos casos de exposição a agentes nocivos passíveis de
avaliação quantitativa;

III - a partir de 28 de abril de 1995 e, em qualquer época, nos casos de exposição a agentes nocivos
passíveis de avaliação quantitativa, a JA deverá ser instruída, obrigatoriamente, com laudo de avaliação
ambiental, coletivo ou individual, nos termos dos parágrafos 2º e 3º.

§ 5º A empresa e o segurado deverão apresentar os originais ou cópias autênticas dos documentos pre-
vistos nesta Subseção.

Art. 156. Consideram-se formulários para requerimento da aposentadoria especial os antigos formulá-
rios SB-40, DISES BE 5235 e DSS-8030, bem como o atual formulário DIRBEN 8030, constante do Anexo
I, segundo seus períodos de vigência, considerando-se, para tanto, a data de emissão do documento.

§ 1º Os formulários de que trata o caput deixarão de ter eficácia para os períodos laborados a partir de
1º de janeiro de 2004, conforme disposto no parágrafo 14 do artigo 148.

§ 2º Mesmo após 1º/01/2004 serão aceitos os formulários referidos no caput, referentes a períodos
laborados até 31/12/2003 quando emitidos até esta data, observando as normas de regência vigentes
nas respectivas datas de emissão.

Art. 157. A partir de 29 de abril de 1995, a aposentadoria especial somente será concedida aos segura-
dos empregados, trabalhadores avulsos e, a partir de 13 de dezembro de 2002, data da publicação da
Medida Provisória-MP nº 83, de 12 de dezembro de 2002, também aos cooperados filiados à cooperativa
de trabalho ou de produção.

Parágrafo Único. Os demais segurados classificados como contribuinte individual não têm direito à apo-
sentadoria especial.

Art. 158. É considerado período de trabalho sob condições especiais, para fins desta Subseção, os perío-
dos de descanso determinados pela legislação trabalhista, inclusive férias, os de afastamento decorren-
tes de gozo de benefícios de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez acidentárias, bem como os
de percepção de salário-maternidade, desde que, à data do afastamento, o segurado estivesse exercen-
do atividade considerada especial.

Art. 159. O direito à concessão de aposentadoria especial aos quinze e aos vinte anos, constatada a no-
cividade e a permanência nos termos do artigo 151, aplica-se às seguintes situações:

I - quinze anos: trabalhos em mineração subterrânea, em frentes de produção, com exposição à associa-
ção de agentes físicos, químicos ou biológicos;

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


II - vinte anos:

a) trabalhos com exposição ao agente químico asbestos (amianto);

b) trabalhos em mineração subterrânea, afastados das frentes de produção, com exposição à associação
de agentes físicos, químicos ou biológicos.

Art. 160. O direito à aposentadoria especial não fica prejudicado na hipótese de exercício de atividade
em mais de um vínculo, com tempo de trabalho concomitante (comum e especial), desde que constatada
a nocividade do agente e a permanência em, pelo menos, um dos vínculos nos termos do artigo 151.

Art. 161. A redução de jornada de trabalho por acordo, convenção coletiva de trabalho ou sentença nor-
mativa não descaracteriza a atividade exercida em condições especiais.

Art. 162. Qualquer que seja a data do requerimento dos benefícios previstos no Regime Geral da Previ-
dência Social-RGPS, as atividades exercidas deverão ser analisadas, considerando no mínimo os elemen-
tos obrigatórios do artigo 155, conforme quadro abaixo:

Período Trabalhado Enquadramento

Quadro Anexo ao Decreto nº 53.831, de 1964. Anexos I e II do RBPS,


De 05/09/1960 a aprovado pelo Decreto nº 83.080, de 1979.
28/04/1995
Formulário; CP/CTPS; LTCAT, obrigatoriamente para o agente físico ruído

Código 1.0.0 do Quadro Anexo ao Decreto nº 53.831, de 1964. Anexo I do


De 29/04/1995 a RBPS, aprovado pelo Decreto nº 83.080, de 1979.
13/10/1996 Formulário; LTCAT ou demais Demonstrações Ambientais, obrigatoriamente
para o agente físico ruído.

Código 1.0.0 do Quadro Anexo ao Decreto nº 53.831, de 1964. Anexo I do


De 14/10/1996 a RBPS, aprovado pelo Decreto nº 83.080, de 1979.
05/03/1997 Formulário; LTCAT ou demais Demonstrações Ambientais, para todos os
agentes nocivos.

Anexo IV do RBPS, aprovado pelo Decreto nº 2.172, de 1997.


De 06/03/1997 a
31/12/1998 Formulário; LTCAT ou demais Demonstrações Ambientais, para todos os
agentes nocivos.

Anexo IV do RBPS, aprovado pelo Decreto nº 2.172, de 1997.


Formulário; LTCAT ou demais Demonstrações Ambientais, para todos os
De 01/01/1999 a agentes nocivos, que deverão ser confrontados com as informações relativas
05/05/1999 ao CNIS para homologação da contagem do tempo de serviço especial, nos
termos do art. 19 e § 2º do art. 68 do RPS, com redação dada pelo Decreto
nº 4.079, de 2002.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)

Período Trabalhado Enquadramento

Anexo IV do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999.


Formulário; LTCAT ou demais Demonstrações Ambientais, para todos os
De 06/05/1999 a agentes nocivos, que deverão ser confrontados com as informações relativas
31/12/2003 ao CNIS para homologação da contagem do tempo de serviço especial, nos
termos do art. 19 e § 2º do art. 68 do RPS, com redação dada pelo Decreto
nº 4.079, de 2002

Anexo IV do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999.


Formulário, que deverá ser confrontado com as informações relativas ao
A partir de
01/01/2004 CNIS para homologação da contagem do tempo de serviço especial, nos
termos do art. 19 e § 2º do art. 68 do RPS, com redação dada pelo Decreto
nº 4.079, de 2002.

§ 1º As alterações trazidas pelo Decreto nº 4.882, de 18 de novembro de 2003, não geram efeitos retro-
ativos em relação às alterações conceituais por ele introduzidas.

§ 2º Na hipótese de atividades concomitantes sob condições especiais, no mesmo ou em outro vínculo


empregatício, será considerada aquela que exigir menor tempo para a aposentadoria especial.

§ 3º Em caso de divergência entre o formulário e o CNIS ou entre estes e outros documentos ou evidên-
cias, o INSS deverá analisar a questão no processo administrativo, com adoção das medidas necessárias.

§ 4º Serão consideradas evidências, de que trata o parágrafo anterior, entre outros, os indicadores epi-
demiológicos dos benefícios previdenciários cuja etiologia esteja relacionada com os agentes nocivos.

§ 5º Reconhecido o tempo especial sem correspondência com as informações constantes em GFIP, a fis-
calização será acionada para levantamento dos débitos cabíveis.

Art. 163. Serão consideradas as atividades e os agentes arrolados em outros atos administrativos, decre-
tos ou leis previdenciárias que determinem o enquadramento por atividade para fins de concessão de
aposentadoria especial, exceto as circulares emitidas pelas então Regionais ou Superintendências Esta-
duais do INSS, que, de acordo com o Regimento Interno do INSS, não possuíam a competência necessária
para expedi-las, ficando expressamente vedada a sua utilização.

Art. 164. Deverão ser observados os seguintes critérios para o enquadramento do tempo de serviço como
especial nas categorias profissionais ou nas atividades abaixo relacionadas:

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


I - telefonista em qualquer tipo de estabelecimento:

a) o tempo de atividade de telefonista poderá ser enquadrado como especial no código 2.4.5 do quadro
anexo ao Decreto nº 53.831, de 25 de março de 1964, até 28 de abril de 1995;

b) se completados os vinte e cinco anos, exclusivamente na atividade de telefonista, até 13 de outubro


de 1996, poderá ser concedida a aposentadoria especial;

c) a partir de 14 de outubro de 1996, data da publicação da MP nº 1.523, de 11 de outubro de 1996, não


será permitido o enquadramento em função da denominação profissional de telefonista.

II - guarda, vigia ou vigilante até 28 de abril de 1995:

a) entende-se por guarda, vigia ou vigilante o empregado que tenha sido contratado para garantir a
segurança patrimonial, impedindo ou inibindo a ação criminosa em patrimônio das instituições finan-
ceiras e de outros estabelecimentos públicos ou privados, comerciais, industriais ou entidades sem
fins lucrativos, bem como pessoa contratada por empresa especializada em prestação de serviços de
segurança, vigilância e transporte de valores, para prestar serviço relativo a atividade de segurança
privada a pessoa e a residências;

b) a atividade do guarda, vigia ou vigilante na condição de contribuinte individual não será considerada
como especial;

c) em relação ao empregado em empresa prestadora de serviços de vigilância, além das outras infor-
mações necessárias à caracterização da atividade, deverá constar no formulário para requerimento
da aposentadoria especial os locais e empresas onde o segurado esteve desempenhando a atividade;

d) os empregados contratados por estabelecimentos financeiros ou por empresas especializadas em


prestação de serviços de vigilância ou de transporte de valores, deverão apresentar comprovante de
habilitação para o exercício da atividade a partir de 21 de junho de 1983, data de vigência da Lei nº
7.102, de 20 de junho de 1983;

e) os demais empregados deverão apresentar comprovante de habilitação a partir de 29 de março de


1994, data da publicação da Lei nº 8.863, de 28 de março de 1994.

III - professor: a partir da Emenda Constitucional nº 18, de 30 de junho de 1981, não é permitida a con-
versão do tempo de exercício de magistério para qualquer espécie de benefício, exceto se o segurado
implementou todas as condições até 29 de junho de 1981, considerando que a Emenda Constitucional
retirou esta categoria profissional do quadro anexo ao Decreto nº 53.831, de 1964, para incluí-la em
legislação especial e específica, que passou a ser regida por legislação própria;

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


IV – servente, auxiliar ou ajudante, de qualquer das atividades constantes dos quadros anexos ao De-
creto nº 53.831, de 1964, e ao Decreto nº 83.080, de 24 de janeiro de 1979, até 28 de abril de 1995:
o enquadramento será possível desde que o trabalho, nessas funções, seja exercido nas mesmas con-
dições e no mesmo ambiente em que trabalha o profissional a que presta serviços;

V – atividades, de modo permanente, com exposição aos agentes nocivos eletricidade, radiações não
ionizantes e umidade: o enquadramento somente será possível até 5 de março de 1997;

VI – atividades, de modo permanente, com exposição a agentes biológicos:

a) até 5 de março de 1997, o enquadramento poderá ser caracterizado, para trabalhadores expostos
ao contato com doentes ou materiais infecto-contagiantes, de assistência médica, odontológica,
hospitalar ou outras atividades afins, independentemente da atividade ter sido exercida em esta-
belecimentos de saúde;

b) a partir de 6 de março de 1997, tratando-se de estabelecimentos de saúde, somente serão enqua-


dradas as atividades exercidas em contato com pacientes portadores de doenças infecto-contagio-
sas ou com manuseio de materiais contaminados, no código 3.0.1 do Anexo IV do RBPS, aprovado
pelo Decreto nº 2.172, de 5 de março de 1997 ou do Anexo IV do RPS, aprovado pelo Decreto nº
3.048, de 1999;

c) as atividades de coleta, industrialização do lixo e trabalhos em galerias, fossas e tanques de esgoto,


de modo permanente, poderão ser enquadradas no código 3.0.1 do Anexo IV do RPS, aprovado pelo
Decreto nº 3.048, de 1999, mesmo que exercidas em períodos anteriores, desde que exista exposi-
ção a microorganismos e parasitas infecto-contagiosos vivos e suas toxinas;

Art. 165. O período em que o empregado esteve licenciado da atividade para exercer cargo de admi-
nistração ou de representação sindical, exercido até 28 de abril de 1995, será computado como tempo
de serviço especial, desde que, à data do afastamento, o segurado estivesse exercendo atividade
considerada especial.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)

Da Conversão do Tempo de Serviço

Art. 166. Somente será permitida a conversão de tempo especial em comum, sendo vedada a conver-
são de tempo comum em especial.

Art. 167. O tempo de trabalho exercido sob condições especiais prejudiciais à saúde ou à integridade
física do trabalhador, conforme a legislação vigente à época da prestação do serviço, será somado,
após a respectiva conversão, ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, qualquer que seja o
período trabalhado, com base no Decreto nº 4.827, de 3 de setembro de 2003, aplicando-se a seguinte
tabela de conversão, para efeito de concessão de qualquer benefício:

Tempo de
Atividade
Para 15 Para 20 Para 25 Para 30 Para 35
a ser
Convertido

De 15 anos 1,00 1,33 1,67 2,00 2,33

De 20 anos 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75

De 25 anos 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40

Art. 168. Para o segurado que houver exercido sucessivamente duas ou mais atividades sujeitas a
condições especiais prejudiciais à saúde ou à integridade física, sem completar em qualquer delas o
prazo mínimo exigido para a aposentadoria especial, os respectivos períodos serão somados, após a
conversão do tempo relativo às atividades não preponderantes, cabendo, dessa forma, a concessão da
aposentadoria especial com o tempo exigido para a atividade preponderante não convertida.

Parágrafo Único. Será considerada atividade preponderante aquela que, após a conversão para um
mesmo referencial, tenha maior número de anos.

Art. 169. Serão considerados, para fins de alternância entre períodos comum e especial, o tempo de
serviço militar, mandato eletivo, aprendizado profissional, tempo de atividade rural, contribuinte em
dobro ou facultativo, período de certidão de tempo de serviço público (contagem recíproca), benefício
por incapacidade previdenciário (intercalado).

221
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)

Dos Procedimentos Técnicos de Levantamento Ambiental

Art. 170. Os procedimentos técnicos de levantamento ambiental, ressalvada disposição em contrário,


deverão considerar:

I - a metodologia e os procedimentos de avaliação dos agentes nocivos estabelecidos pelas Normas de


Higiene Ocupacional – NHO da FUNDACENTRO;

II - os limites de tolerância estabelecidos pela NR 15 do MTE.

§ 1º Para o agente químico benzeno, também deverão ser observados a metodologia e os procedimen-
tos de avaliação, dispostos nas Instruções Normativas MTE/SSST nº 1 e 2, de 20 de dezembro de 1995.

§ 2º As metodologias e procedimentos de avaliação não contemplados pelas NHO da FUNDACENTRO


deverão estar definidos por órgão nacional ou internacional competente e a empresa deverá indicar
quais as metodologias e os procedimentos adotados nas demonstrações ambientais de que trata o
artigo 152.

§ 3º Para os agentes quantitativos que não possuam limites de tolerância estabelecidos pela NR 15 do
MTE, deverão ser utilizados os limites de tolerância da última edição da ACGIH ou aqueles que venham
a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios
técnicos-legais estabelecidos, nos termos da alínea “c”, item 9.3.5.1 da NR-9 do MTE.

§ 4º Deverão ser consideradas as normas referenciadas nesta Subseção, vigentes à época da avaliação
ambiental.

§ 5º As metodologias e os procedimentos de avaliação que foram alterados por esta Instrução Nor-
mativa somente serão exigidos para as avaliações realizadas a partir de 1º de janeiro de 2004, sendo
facultado à empresa a sua utilização antes desta data.

Art. 171. A exposição ocupacional a ruído dará ensejo à aposentadoria especial quando os níveis de
pressão sonora estiverem acima de oitenta dB (A), noventa dB (A) ou oitenta e cinco dB (A), conforme
o caso, observado o seguinte:

I - até 5 de março de 1997, será efetuado o enquadramento quando a exposição for superior a oitenta
dB(A), devendo ser anexado o histograma ou memória de cálculos;

II - a partir de 6 de março de 1997 e até 18 de novembro de 2003, será efetuado o enquadramento


quando a exposição for superior a noventa dB(A), devendo ser anexado o histograma ou memória de
cálculos;

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


III - a partir de 19 de novembro de 2003, será efetuado o enquadramento quando o NEN se situar
acima de oitenta e cinco dB (A) ou for ultrapassada a dose unitária, aplicando-se a NHO-01 da FUNDA-
CENTRO, que define as metodologias e os procedimentos de avaliação;

IV - será considerada a adoção de Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) que elimine ou neutralize a
nocividade, desde que asseguradas as condições de funcionamento do EPC ao longo do tempo, confor-
me especificação técnica do fabricante e respectivo plano de manutenção, estando essas devidamente
registradas pela empresa;

V - será considerada a adoção de Equipamento de Proteção Individual (EPI) que atenue a nocividade
aos limites de tolerância, desde que respeitado o disposto na NR 06 do MTE e assegurada e devida-
mente registrada pela empresa a observância:

a) da hierarquia estabelecida no item 9.3.5.4 da NR 09 do MTE (medidas de proteção coletiva, me-


didas de caráter administrativo ou de organização do trabalho e utilização de EPI, nesta ordem,
admitindo-se a utilização de EPI somente em situações de inviabilidade técnica, insuficiência ou
interinidade à implementação do EPC ou, ainda, em caráter complementar ou emergencial);

b) das condições de funcionamento e do uso ininterrupto do EPI ao longo do tempo, conforme especi-
ficação técnica do fabricante, ajustada às condições de campo;

c) do prazo de validade, conforme Certificado de Aprovação do MTE;

d) da periodicidade de troca definida pelos programas ambientais, comprovada mediante recibo assi-
nado pelo usuário em época própria;

e) da higienização.

Art. 172. A exposição ocupacional a temperaturas anormais, oriundas de fontes artificiais, dará ensejo
à aposentadoria especial quando:

I - para o agente físico calor, forem ultrapassados os limites de tolerância definidos no Anexo 3 da NR-15
do MTE ou NHO-06 da FUNDACENTRO;

II - para o agente físico frio, se for constatada a nocividade nos termos do Anexo 9 da NR-15, obser-
vado o disposto no artigo 253 da CLT.

Parágrafo Único. Considerando o disposto no item 2 do Quadro I do Anexo 3 da NR-15 do MTE e no arti-
go 253 da CLT, os períodos de descanso são considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais.

Art. 173. A exposição ocupacional a radiações ionizantes dará ensejo à aposentadoria especial quando
forem ultrapassados os limites de tolerância estabelecidos no Anexo 5 da NR-15 do MTE.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


Parágrafo Único. Quando se tratar de exposição aos raios X em serviços de radiologia, deverá ser obe-
decida a metodologia e os procedimentos de avaliação constantes na NHO-05 da FUNDACENTRO; para
os demais casos, aqueles constantes na Resolução CNEN - NE-3. 01.

Art. 174. A exposição ocupacional a vibrações localizadas ou de corpo inteiro dará ensejo à aposenta-
doria especial quando forem ultrapassados os limites de tolerância definidos pela Organização Inter-
nacional para Normalização – ISO, em suas Normas ISO nº 2.631 e ISO/DIS nº 5.349, respeitando-se as
metodologias e os procedimentos de avaliação que elas autorizam.

Art. 175. A exposição ocupacional a agentes químicos e a poeiras minerais constantes do Anexo IV do
RPS dará ensejo à aposentadoria especial, devendo considerar os limites de tolerância definidos nos
Anexos 11 e 12 da NR-15 do MTE, sendo avaliada segundo as metodologias e procedimentos adotados
pelas NHO-02, NHO-03, NHO-04 e NHO-07 da FUNDACENTRO.

Art. 176. A exposição ocupacional a agentes nocivos de natureza biológica infecto-contagiosa, cons-
tantes do Anexo IV do RPS dará ensejo à aposentadoria especial exclusivamente nas atividades pre-
vistas neste Anexo.

Parágrafo Único. Tratando-se de estabelecimentos de saúde, a aposentadoria especial ficará restrita aos
segurados que trabalhem de modo permanente com pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas,
segregados em áreas ou ambulatórios específicos, e aos que manuseiam exclusivamente materiais conta-
minados provenientes dessas áreas.

Da Evidenciação Técnica das Condições Ambientais do Trabalho

Art. 177. A partir da publicação desta IN, para as empresas obrigadas ao cumprimento das Normas
Regulamentadoras do MTE, nos termos do item 1.1 da NR-1 do MTE, o LTCAT será substituído pelos
programas de prevenção PPRA, PGR e PCMAT.

§ 1º As demais empresas poderão optar pela implementação dos programas referidos no caput, em
substituição ao LTCAT.

§ 2º Os documentos referidos no caput deverão ser atualizados pelo menos uma vez ao ano, quando
da avaliação global, ou sempre que ocorrer qualquer alteração no ambiente de trabalho ou em sua
organização, por força dos itens 9.2.1.1 da NR-9, 18.3.1.1 da NR-18 e da alínea “g” do item 22.3.7.1 e
do item 22.3.7.1.3, todas do MTE.

Art. 178. As empresas desobrigadas ao cumprimento das NR do MTE, nos termos do item 1.1 da NR-1
do MTE, que não fizeram opção pelo disposto no parágrafo 1º do artigo anterior, deverão elaborar LTCAT,
respeitada a seguinte estrutura:

I - reconhecimento dos fatores de riscos ambientais;

224
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


II - estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;

III - avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;

IV - especificação e implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;

V - monitoramento da exposição aos riscos;

VI - registro e divulgação dos dados;

VII - avaliação global do seu desenvolvimento, pelo menos uma vez ao ano ou sempre que ocorrer
qualquer alteração no ambiente de trabalho ou em sua organização, contemplando a realização dos
ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades.

§ 1º Para o cumprimento do inciso I, deve-se contemplar:

a) a identificação do fator de risco;

b) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras;

c) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de
trabalho;

d) a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos;

e) a caracterização das atividades e do tipo da exposição;

f) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento da saúde


decorrente do trabalho;

g) os possíveis danos à saúde, relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica;

h) a descrição das medidas de controle já existentes.

§ 2º Quando não forem identificados fatores de riscos do inciso I, o LTCAT poderá resumir-se aos incisos
I, VI e VII, declarando a ausência desses.

§ 3º O LTCAT deverá ser assinado por engenheiro de segurança do trabalho, com o respectivo número
da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) junto ao Conselho Regional de Engenharia e Arquite-
tura (CREA) ou por médico do trabalho, indicando os registros profissionais para ambos.

Art. 179. Considera-se o LTCAT atualizado aquele que corresponda às condições ambientais do período
a que se refere, observado o disposto no parágrafo 2º do artigo 177 e inciso VII do artigo 178.

225
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


Art. 180. São consideradas alterações no ambiente de trabalho ou em sua organização, entre outras,
aquelas decorrentes de:

I - mudança de layout;

II - substituição de máquinas ou de equipamentos;

III - adoção ou alteração de tecnologia de proteção coletiva;

IV - alcance dos níveis de ação estabelecidos no subitem 9.3.6 da NR-9, aprovadas pela Portaria nº
3.214, de 1978, do MTE, se aplicável;

V - extinção do pagamento do adicional de insalubridade.

Art. 181. Os documentos de que tratam os artigos 177 e 178, emitidos em data anterior ao exercício da
atividade do segurado, poderão ser aceitos para garantir direito relativo ao enquadramento de tempo
especial, após avaliação por parte do INSS.

Art. 182. Os documentos de que tratam os artigos 177 e 178, emitidos em data posterior ao exercício
da atividade do segurado, poderão ser aceitos para garantir direito relativo ao enquadramento de
tempo especial, após avaliação por parte do INSS.

Das Ações das APS

Art. 183. Caberá às Agências da Previdência Social-APS a análise dos requerimentos de benefícios e
dos pedidos de recurso e revisão, com inclusão de períodos de atividades exercidas em condições es-
peciais, para fins de conversão de tempo de contribuição ou concessão de aposentadoria especial, com
observação dos procedimentos a seguir:

I – verificar o cumprimento das exigências das normas previdenciárias vigentes, no formulário para
requerimento da aposentadoria especial e no LTCAT, quando exigido;

II – preencher o formulário “Despacho e Análise Administrativa da Atividade Especial” (DIRBEN-8247),


com obrigatoriedade da indicação das informações do CNIS sobre a exposição do segurado a agentes
nocivos, por período especial requerido;

III – encaminhar o formulário para requerimento da aposentadoria especial e o LTCAT, quando exigido,
ao Serviço ou à Seção de Gerenciamento de Benefícios por Incapacidade – GBENIN, para análise técni-
ca, somente para requerimento, revisão ou recurso relativo a enquadramento por exposição à agente
nocivo;

IV – promover o enquadramento, quando relativo à categoria profissional ou atividade, ainda que para
o período analisado conste também exposição à agente nocivo.

226
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


Parágrafo Único. Ressalta-se que, nos casos de períodos já reconhecidos como de atividade especial,
deverão ser respeitadas as orientações vigentes à época, sendo que a análise pela Perícia Médica dar-
-se-á nas situações em que houver períodos com agentes nocivos a serem enquadrados, por motivo
de requerimento de revisão ou mesmo de recurso.

Da Auditoria Fiscal e da Inspeção Médico Pericial do INSS

Art. 184. O Auditor Fiscal da Previdência Social – AFPS auditará a regularidade dos controles internos
das empresas relativos ao gerenciamento dos riscos ocupacionais, de modo a assegurar a correta cor-
respondência das informações declaradas no CNIS com a evidenciação técnica das condições ambien-
tais de trabalho, conforme disposto nos artigos 177 e 178.

Art. 185. O Médico Perito da Previdência Social-MPPS emitirá parecer técnico na avaliação dos bene-
fícios por incapacidade e realizará análise médico-pericial dos benefícios de aposentadoria especial,
proferindo despacho conclusivo no devido processo administrativo ou judicial que instrua concessão,
revisão ou recurso dos referidos benefícios, inclusive para fins de custeio.

§ 1º O MPPS poderá, sempre que julgar necessário, solicitar as demonstrações ambientais de que
trata o artigo 152 e outros documentos pertinentes à empresa responsável, bem como inspecionar o
ambiente de trabalho.

§ 2º O MPPS não poderá realizar avaliação médico-pericial nem analisar qualquer das demonstrações
ambientais de que trata o artigo 152, quando essas tiverem a sua participação, nos termos do artigo
120 do Código de Ética Médica e do artigo 12 da Resolução CFM nº 1.488, de 11 de fevereiro de 1998.

§ 3º Em caso de embaraço, inércia ou negativa por parte da empresa quanto a disponibilização ao


MPPS da documentação mencionada no caput, deverá o AFPS proceder à intimação cabível.

Art. 186. Em análise médico-pericial, inclusive a relativa a benefício por incapacidade, além das outras
providências cabíveis, o MPPS emitirá:

I – Representação Administrativa-RA ao Ministério Público do Trabalho – MPT competente e ao Serviço


de Segurança e Saúde do Trabalho – SSST da Delegacia Regional do Trabalho – DRT do MTE, sempre
que, em tese, ocorrer desrespeito às normas de segurança e saúde do trabalho que reduzem os riscos
inerentes ao trabalho ou às normas previdenciárias relativas aos documentos LTCAT, CAT, PPP e GFIP,
quando relacionadas ao gerenciamento dos riscos ocupacionais;

227
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


II - Representação Administrativa – RA, aos Conselhos Regionais das categorias profissionais, com cópia
para o MPT competente, sempre que a confrontação da documentação apresentada com os ambientes
de trabalho revelar indícios de irregularidades, fraudes ou imperícia dos responsáveis técnicos pelas
demonstrações ambientais de que trata o artigo 152;

III - Representação para Fins Penais – RFP, ao Ministério Público Federal ou Estadual competente, sem-
pre que as irregularidades previstas nesta Subseção ensejarem a ocorrência, em tese, de crime ou
contravenção penal;

IV - Informação Médico Pericial – IMP, à Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS na Gerência-
-Executiva a que está vinculado o MPPS, para fins de ajuizamento de ação regressiva contra os em-
pregadores ou subempregadores, quando identificar indícios de dolo ou culpa destes, em relação
aos acidentes ou às doenças ocupacionais, incluindo o gerenciamento ineficaz dos riscos ambientais,
ergonômicos e mecânicos ou outras irregularidades afins.

§ 1º As representações deste artigo deverão ser remetidas por intermédio do Serviço ou Seção de
Gerenciamento de Benefícios por Incapacidade.

§ 2º O Serviço ou Seção de Gerenciamento de Benefícios por Incapacidade deverá enviar cópia da


representação de que trata este artigo ao Serviço ou Seção de Fiscalização e à Procuradoria Federal
Especializada junto ao INSS, bem como remeter um comunicado, constante no Anexo XVIII, sobre sua
emissão para o sindicato da categoria do trabalhador.

§ 3º A Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS deverá emitir um comunicado, constante no


Anexo XVIII, para o sindicato da categoria do trabalhador para as ações regressivas decorrentes das IMP
de que trata o inciso IV deste artigo.

§ 4º A Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS deverá auxiliar e orientar a elaboração das
representações de que trata este artigo, sempre que solicitado.

Da Perda do Direito ao Benefício

Art. 187. A aposentadoria especial requerida e concedida a partir de 29 de abril de 1995, em virtude
da exposição do trabalhador a agentes nocivos, será automaticamente cancelada pelo INSS, se o bene-
ficiário permanecer ou retornar à atividade que enseje a concessão desse benefício, na mesma ou em
outra empresa, qualquer que seja a forma de prestação de serviço ou categoria de segurado.

§ 1º A cessação do benefício de que trata o caput ocorrerá da seguinte forma:

I - em 14 de dezembro de 1998, data publicação da Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998, para as


aposentadorias concedidas a partir de 29 de abril de 1995 até 13 de dezembro de 1998;

228
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


II – a partir da data do efetivo retorno ou da permanência, para as aposentadorias concedidas a partir
de 14 de dezembro de 1998.

§ 2º Os valores indevidamente recebidos deverão ser devolvidos ao INSS, na forma dos artigos 154 e
365 do RPS.

Das Disposições Finais Transitórias

Art. 188. Os pedidos de revisão protocolados até 7 de agosto de 2003, efetuados com fundamento nas
decisões proferidas na Ação Civil Pública-ACP nº 2000.71.00.030435-2 (liminar, sentença e acórdão
regional), pendentes de decisão final, devem ser analisados de acordo com os dispositivos constantes
nesta IN.

§ 1º Aplica-se o disposto no caput aos processos com decisões definitivas das Juntas de Recurso da
Previdência Social (JRPS) ou das Câmaras de Julgamento-CaJ, cujo acórdão não contemplou os critérios
da referida ACP.

§ 2º Não será permitida revisão para períodos de tempo especial reconhecidos e amparados pela le-
gislação vigente à época, em benefícios já concedidos, salvo se identificada irregularidade.

§ 3º A revisão prevista no caput não será objeto de reforma do benefício, se ocasionar prejuízo ao
segurado.

§ 4º A correção das parcelas decorrentes da revisão de que trata o caput deverá ocorrer:

I - a partir da data do pedido da revisão, se o segurado não tiver interposto recurso;

II - de acordo com as normas estabelecidas para esse caso, se o benefício estiver em fase de recurso.

§ 5º Para pedidos de revisão que tenham por objeto outro elemento diverso do abrangido pela ACP
referida no caput, deverão ser adotados os seguintes procedimentos:

I – promover a revisão somente no que tange ao objeto da ACP e a correção das parcelas nos termos
do disciplinado no caput;

II – após concluída a revisão referida no inciso anterior, deverá ser processada nova revisão relativa ao
objeto diverso, devendo a correção obedecer aos critérios disciplinados para esse procedimento.

§ 6º Ficam convalidados os atos praticados com base nas decisões referidas no caput, disciplinados nas
IN INSS/DC nº 42, de 22 de janeiro de 2001; nº 49, de 3 de maio de 2001; nº 57, de 10 de outubro de
2001; nº 78, de 16 de julho de 2002 e nº 84, de 17 de dezembro de 2002.

229
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


................................................................................................................................

Art. 410. Observado o disposto no artigo 400 desta Instrução Normativa, o titular do benefício poderá
solicitar transferência entre órgãos mantenedores, devendo, para tanto, formalizar pedido junto à APS
da nova localidade em que reside.

Parágrafo Único. Os benefícios poderão ser pagos mediante depósito bancário, em nome do beneficiá-
rio, observando que no caso de benefício pago por meio de conta e tendo o INSS tomado conhecimento
de fatos que levem à sua cessação, com data retroativa, a APS deverá proceder ao levantamento dos
valores creditados após a data da efetiva cessação e emitir GPS ao Órgão Pagador-OP.

.............................................. .................................................................................

Art. 432. Os prazos da decadência para requerimento de revisão, historicamente, são assim conside-
rados: a partir do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando
for o caso, ao do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito admi-
nistrativo.

PERÍODO FUNDAMENTAÇÃO LEGAL PRAZO

Até 27/06/1997 Não havia previsão legal sem prazo

MP nº 1523-9, de 1997, convertida


De 28/06/1997 a 22/10/1998 dez anos
na Lei nº 9.528, de 1997.

MP 1663-15, de 1998, convertida na


A partir de 23/10/1998 cinco anos
Lei nº 9.711, de 1998

MP nº 138, de 19/11/2003,
A partir de 20/11/2003 acrescenta o artigo 103-A a Lei nº Restabelece o prazo de dez anos
8.213/1991.

Art. 512. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou be-
neficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte
ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento
da decisão indeferitória definitiva, no âmbito administrativo, observando-se a seguinte série histórica:

I – até 27 de junho de 1997 não havia prazo decadencial para pedido de revisão de ato concessório
de benefício;

230
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


II – de 28 de junho de 1997 a 22 de outubro de 1998, período de vigência da MP nº 1.523-9, de 1997,
e reedições posteriores, convertida na Lei nº 9.528, de 1997, o segurado teve o prazo de dez anos para
requerer revisão do ato concessório ou indeferitório definitivo, no âmbito administrativo;

III – a partir de 23 de outubro de 1998, data da publicação da MP nº 1663-15, convertida na Lei nº


9.711, publicada em 21 de novembro de 1998, o prazo decadencial passou a ser de cinco anos;

IV – a partir de 10 de novembro de 2003, o prazo voltou a ser de dez anos, nos termos da MP nº
138/2003, conforme no caput deste artigo.

§ 1º Em se tratando de pedido de revisão de benefícios com decisão indeferitória definitiva no âmbito


administrativo, em que não houver a interposição de recursos, se apresentado no prazo de dez anos,
contados do dia em que o requerente tomou conhecimento da referida decisão, terá o seguinte tra-
tamento:

§ 2º Para os benefícios em manutenção em 23 de outubro de 1998 (data de publicação da Medida Pro-


visória nº 1.663-15), o prazo decadencial de dez anos para revisão (MP nº 138/2003) começa a contar
a partir de 1º de dezembro de 1998, não importando a data de sua concessão.

Art. 514. Em conformidade com o preceituado no artigo 103-A, da Lei nº 8.213/91, acrescido com a
edição da MP 138/2003, é vedado ao INSS cessar ou suspender o benefício, ou reduzir o seu valor, se
concedido ou revisto há mais de dez anos, salvo comprovada má-fé.

§ 1º Se comprovada má-fé, o benefício será cancelado, a qualquer tempo, nos termos do art. 179 do
RPS, subsistindo a obrigação do segurado de devolver as quantias pagas de uma só vez, conforme de-
terminado no parágrafo único do artigo 115, da Lei nº 8.213/91, e o parágrafo 2º do artigo 154 do RPS.

§ 2º Para os benefícios concedidos ou revistos até 19/11/1998, não se aplica o novo prazo decadencial
previsto no artigo 103-A, da Lei nº 8.213/91, acrescentado pela MP 138/2003, mas o disposto nos arti-
gos 53 e 54, da Lei nº 9.784/99, tendo decaído o direito do INSS de revê-los, salvo comprovada má-fé.

Art. 515. As revisões determinadas em dispositivos legais, ainda que decorridos mais de dez anos da
data em que deveriam ter sido pagas, devem ser processadas, observando-se a prescrição qüinqüenal.

619.......................................................................................................................

231
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP (continuação)


III - a partir de 1º de janeiro de 2004, a idade mínima para o idoso passa a ser de 65 (sessenta e cinco)
anos, conforme o artigo 34 da Lei nº 10.741/2003.

................................................

Art. 621..........................................................................................................

§ 1º O valor do benefício assistencial concedido a outros membros do mesmo grupo familiar passa a
integrar a renda para efeito de cálculo per capta do novo benefício requerido .

§ 2º A partir de 1º de janeiro de 2004, o benefício assistencial ao idoso (espécie 88), já concedido a


qualquer membro da família, não será computado para fins de cálculo da renda per capta do novo be-
nefício requerido da mesma espécie, conforme o artigo 34 da Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso).

.............................................. .................................................................................

Art. 2º Revogam-se os artigos 189 a 197 da Instrução Normativa nº 095/INSS/DC, de 7 de outubro de


2003.

Art. 3º Fica alterado o Anexo XV e instituído o Anexo XVIII.

Art. 4º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

TAITI INENAMI
Diretor-Presidente

JOÃO ERNESTO ARAGONÉS VIANNA


Procurador-Chefe da Procuradoria Especializada

JOÃO ÂNGELO LOURES


Diretor de Orçamento, Finanças e Logística

LÚCIA HELENA DE CARVALHO


Diretora de Recursos Humanos

CARLOS ROBERTO BISPO


Diretor da Receita Previdenciária

BENEDITO ADALBERTO BRUNCA


Diretor de Benefícios

ANEXO XV – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO – PPP

ANEXO XVIII – COMUNICADO

232
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

Processos de Perícia,
Auditoria e Fiscalização
Módulo 4 em Segurança do
Trabalho

Organização do Trabalho e
Segurança

Legislação Aplicada à
Segurança do Trabalho

Prevenção e Controle de
Perdas

Ação Integradora:
Elaboração de Relatório-resposta
a uma Fiscalização (Real ou
Simulada) do Ministério do
Trabalho e Emprego – MTE

233
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

Prevenção e Controle de Perdas

ESTA UNIDADE CURRICULAR CONTÉM 19 ANEXOS. VEJA-OS A SEGUIR.

1. Procedimentos para a redução e controle em perdas e danos ao patrimônio, ao ambiente e às


pessoas
2. A pirâmide de segurança
3. Modelo causal de perdas
4. Teoria dos dominós
5. Análise Preliminar de Riscos
6. Impactos da mineração
7. Segurança sistêmica
8. Análise Preliminar de Perigos

234
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

9. Técnica HAZOP
10. Aplicabilidade do HAZOP
11. Análise comparativa APP e HAZOP
12. FAP – Fator Acidentário de Prevenção
13. FMEA (Failure Model and Effect Analysis)
14. Aplicação da AAF e o quadro de símbolos
15. Novas concepções para a compreensão dos acidentes
16. Planilha WHAT-IF (WI)/Checklist
17. Riscos dos sistemas de refrigeração
18. Reportagem
19. Estudo de caso

235
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

1 – Procedimentos para a Redução e o Controle em Perdas e


Danos ao Patrimônio, ao Ambiente e às Pessoas*
A Falha de Natureza Humana

Acidentes de maior gravidade se caracterizam por contínuas falhas de avaliação, em seus processos primários
e no estudo investigativo sobre os incidentes. A participação do elemento humano no que chamamos causas
raízes, é fundamental para a compreensão do problema. Ratificando que um acidente é o somatório da resul-
tante de varias causas, logo, existe o somatório de erros humanos envolvidos. A aplicação de novos e modernos
processos tecnológicos na operação das unidades de fabricação objetiva reduzir a participação do elemento
humano diretamente no controle das operações de falhas, pois mesmo com o aprimoramento dos processos
são passíveis de falhas.

Técnicas de análise de riscos, como Árvore de Falhas (Fault Tree) e Análise de Modos de Falhas e Efeitos (FMEA),
têm auxiliado de forma incisiva na identificação de possíveis desvios nos processos industriais e também auxi-
liado na escolha de prevenções e proteções.

Caso de Chernobyl:

O ano de 1986, foi marcado pelo maior desastre nuclear até então registrado, no dia 26 de abril, por volta das
1h30, duas gigantescas explosões foram ouvidas na central nuclear de Chernobyl. A atmosfera foi impregnada
de fragmentos fundidos após a cúpula do reator, que pesava mais de 100t, ter sido arrancada com força das
explosões. A contaminação por radiação atingiu 110 km quadrados. O nº de mortos contabilizado passou de 30
no primeiro momento, e várias pessoas foram contaminadas pela radiação. O risco de câncer e outras patologias
ficaram evidenciados por toda a Ucrânia, e pelo Leste Europeu. Chernobyl é um acidente marcado por vários
fatores, contudo, a falha humana é o ponto de maior evidência nesse desastre.

As questões de maior evidência são:

- Procedimentos de segurança não observados e transgredidos de forma intencional, consciente, culposa, por
funcionários treinados e competentes.

- Tais falhas podem ocorrer em outros reatores espalhados nos Países de primeiro mundo.

- As respostas passam pela dinâmica da construção de uma central nuclear, que vai do antiprojeto ao projeto
final, e do plano do plano de contigência ao plano de emergência.

Texto adaptado por José Cirillo de: ALVES, Jose Luiz Lopes. “Procedimentos para a Redução e Controle em Perdas
e Danos ao Patrimônio, ao Ambiente e às Pessoas”. Disponível em: <www.apes.eng.br/riscos.htm>. Acesso em:
12 nov. 2010.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

236
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

2 – A Pirâmide de Segurança*
Com objetivo de estabelecer uma relação de proporcionalidade entre os diversos tipos de riscos e acidentes exis-
tentes na indústria, estudiosos buscam mensurar níveis de severidade. O trabalho mais expressivo e significativo
foi realizado por Frank E. Bird Jr. Nascido em 1921 e formado Bacharel em Ciências em 1949 nos Estados Unidos
da América. É um experiente profissional, direcionando sua carreira para atividades ligadas à saúde ocupacional,
ao controle de perdas e segurança patrimonial, tendo ocupado altos cargos de direção tanto no Governo quanto
na iniciativa privada. Em 1966, Bird publicou os resultados de suas pesquisas junto à Companhia Siderúrgica
Luckens Steel, com mais de 5000 trabalhadores, situada na Filadélfia, tendo analisado 90.000 acidentes ocorri-
dos na empresa durante os sete anos anteriores. Os resultados obtidos por Bird são apresentados na Figura 1,
a seguir:

FIGURA 1: Pirâmide resultante dos estudos de Bird – 1966

Em 1969, nasce o conceito do “Controle Total de Perdas”. Foi elaborado por Bird visando aos controles das perdas
por acidentes somadas a perdas evitáveis, criando assim a “Pirâmide de Frank Bird”, fundamentada em estatís-
ticas levantadas com dados extraídos de quase dois milhões de acidentes, de 297 empresas de diferentes seg-
mentos, envolvendo 1.750.000 empregados e mais de 3 bilhões de homens-hora trabalhadas (SHERIQUE,2006).
Nesta pirâmide, ele relacionou os acidentes nessas empresas, classificados de acordo com o nível de severidade,
bem como com a sua frequência de ocorrência, chegando aos números mostrados na Figura 2 seguinte:

FIGURA 2: Pirâmide resultante dos estudos de Bird - 1966

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

237
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

2 – A Pirâmide de Segurança (continuação)


Assim, pode-se estabelecer uma classificação para definir quatro tipos de eventos :

• Acidentes com lesões graves: são aqueles que levam à incapacidade do empregado e até à morte (Acidente
Sério);

• Acidentes com lesões leves: são aqueles que requerem um tratamento médico, podendo, inclusive, levar a um
trabalho restrito, temporariamente (Acidente Menor);

• Acidentes com danos à propriedade: são aqueles que causam uma perda material às instalações sem, contudo,
causar danos a pessoas (Acidente com Perda de Propriedade);

• Quase - acidente: são aqueles que não chegaram a causar danos, nem a pessoas e nem a propriedade, mas
tinham potencial para tal (Quase-Acidente).

Estes dados possibilitaram a análise estatística, registrando uma distribuição natural dos acidentes de acordo
com sua gravidade e o impacto geral na organização (danos físicos e materiais).

Com estes dados, pode-se verificar nas empresas estudadas:

• a ocorrência de um acidente sério foi precedida por dez acidentes menores;

• estes acidentes menores, por sua vez, foram precedidos por trinta acidentes com perda de propriedade de
qualquer tipo;

• os trinta acidentes, com perda de propriedade de qualquer tipo, foram precedidos, por sua vez de seiscentos
quase-acidentes, cujas causas podem ser as mais variadas, como condições inseguras, atos inseguros, sistema
de gerenciamento etc.

O objetivo deste estudo estatístico era verificar que as empresas capazes de identificar, previamente, os 600
casos de acidentes menores ou quase-acidentes, poderiam ter evitado os eventos mais significativos dos níveis
mais altos da pirâmide, incluindo o acidente sério.

O conceito de pirâmide de segurança permite que as empresas promovam uma cultura de segurança sólida,
através de um Sistema de Gerenciamento capaz de:

• capacitar as pessoas para identificar e trabalhar em condições inseguras existentes nas instalações;

• definir um inventário de comportamentos esperados, diretamente ligados a cada atividade específica dentro
do processo produtivo, aumentando-se a probabilidade de se evitar acidentes mais graves.

A definição de quase-acidente, de acordo com Frank Bird, é aquele evento não planejado que poderia ter cau-
sado um acidente, mas que, por razões diversas, não se materializa.

Desta forma, cada organização precisa analisar suas ocorrências e definir a sua própria pirâmide, que correspon-
da à proporção entre os diferentes tipos de acidentes ligados à sua realidade, através do comprometimento de
todos os níveis da organização e o foco no comportamento das pessoas, diretamente envolvidas no processo
industrial.

Texto adaptado por Ana Claudia Sena de: MACHADO, Maurizio Mendes. Análise da contribuição do programa de
Segurança Comportamental na prevenção de acidentes do trabalho: um estudo de caso numa empresa quími-
ca. 118f. Dissertação (Mestrado em Gestão Integrada em Saúde e Meio Ambiente) – Centro Universitário Senac
– Campus Santo Amaro, São Paulo, 2008.

238
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

3 – Modelo Causal de Perdas*


A ocorrência de um acidente ou incidente raramente é ocasionado apenas por um fator, mas sim por um con-
junto de eventos que acabam levando a uma perda.

O tipo e o grau dessas perdas variam de acordo com a gravidade de seus efeitos, que poderão ser insignificantes
ou catastróficos, gerando custos para a empresa.

Visando alcançar a menor quantidade possível de perdas, faz-se necessário conhecermos as causas que as ge-
ram, e, consequentemente, tentar evitá-las.

Usaremos, então, o Modelo Causal de Perdas abaixo para exemplificar a sequência em que um acidente ou
incidente pode acontecer.

Falta de controle

A falta de controle é o princípio da sequência de fatores causais que originam um acidente, que, dependendo
de sua gravidade, pode gerar poucas ou muitas perdas.

Por isso, o controle é uma das funções essenciais em uma administração efetiva, não importando o segmento
que ela tiver.

Um bom administrador deve utilizar sempre planejamento, organização, direção e controle de suas principais
funções.

Ele deve conhecer os padrões, planejar e organizar o trabalho, de modo a satisfazê-los e guiar seu grupo de
trabalho na satisfação e cumprimento desses padrões.

Avaliar seu próprio desempenho e o dos outros, avaliar os resultados e as necessidades e corrigir de forma cons-
trutiva o desempenho das mesmas.

As razões mais comuns para que ocorra a falta de controle são:

Um programa inadequado

É o desenvolvimento de um programa com quantidades insuficientes de atividades, que variam de acordo com
a extensão, a natureza e o segmento da empresa.

Padrões inadequados do programa

É a formulação dos padrões de maneira pouco específica, pouco clara e/ou nível pouco elevado, sem propor-
cionar às pessoas conhecerem o que é esperado delas, e nem permite uma medição significativa do grau de
cumprimento dos padrões.

Cumprimento inadequado dos padrões

É uma das origens da falta de controle, sendo uma das razões do fracasso no controle de perdas derivadas dos
acidentes.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

239
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

3 – Modelo Causal de Perdas (continuação)


Causas básicas

As causas básicas são o fato de ocorrerem os atos e as condições abaixo do padrão.

Também são chamadas de causas raízes, causas reais, causas indiretas, causas fundamentais ou de contribuição
de um acidente ou incidente.

Geralmente são bem evidentes, mas, para se ter um controle administrativo eficiente, faz-se necessário um
pouco mais de investigação sobre elas.

Com este conhecimento, pode-se explicar por que as pessoas cometem práticas abaixo dos padrões e por que
essas condições existem.

É importante considerarmos também duas categorias de causas imediatas, os fatores pessoais e os fatores de
trabalho (ambiente de trabalho), que são exemplificados a seguir:

Fatores pessoais:

• Capacidade física/fisiológica inadequada;

• Capacidade mental/psicológica inadequada;

• Tensão física/fisiológica;

• Tensão mental/psicológica;

• Falta de conhecimento;

• Falta de habilidade;

• Motivação deficiente.

Fatores de trabalho (ambiente de trabalho)

• Liderança e/ou supervisão inadequada;

• Engenharia inadequada;

• Compra inadequada;

• Manutenção inadequada;

• Ferramentas, equipamentos e materiais inadequados;

• Padrões de trabalho inadequados;

• Uso e desgaste;

• Abuso e maltrato.

Disponível em: <www.fundacentro.gov.br/.../6%20Acidentes%20de%20origem%20elétrica%2005102005.


ppt>. Acesso em: 09 dez. 2010.

240
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

4 – Teoria dos Dominós*


HEINRICH

A Teoria de Heinrich, referente ao campo da segurança do trabalho, mostra que o acidente e, consequente-
mente, a lesão são causados pelo fato de que o homem está operando um equipamento, ou manuseando uma
ferramenta; logo, todo acidente não ocorre por acaso, porque :

a) o homem não se encontra devidamente preparado e comete atos inseguros;

b) ou então existem condições inseguras que comprometem a segurança do trabalhador.

Portanto, os atos inseguros e as condições inseguras constituem o fator principal da causa dos acidentes.

Para demonstrar a ocorrência de acidentes e lesões, Heinrich imaginou o efeito dominó , a partir de cinco pedras
do jogo:

a) a primeira representando a personalidade; ao iniciar o trabalho em uma empresa, o trabalhador traz consigo
um conjunto de características positivas e negativas, de qualidades e defeitos, que constituem a sua persona-
lidade. Esta se formou através dos anos, por influência de fatores hereditários e do meio social e familiar em
que o indivíduo se desenvolveu. Algumas dessas características (irresponsabilidade, irrascibilidade, temerida-
de, teimosia etc.) podem se constituir em razões próximas para a prática de atos inseguros ou para a criação
de condições inseguras.

b) a segunda das falhas humanas, no exercício do trabalho: devido aos traços negativos de sua personalidade,
o homem seja qual for a sua posição hierárquica, pode cometer falhas no exercício do trabalho, do que resul-
tarão as causas de acidentes.

c) a terceira das causas de acidentes (atos e condições inseguras): estas englobam, como já vimos, as condições
inseguras e os atos inseguros.

d) a quarta, o acidente: sempre que existirem condições inseguras ou forem praticados atos inseguros, pode-se
esperar as suas consequências, ou seja, a ocorrência de um acidente.

e) a quinta, as lesões: toda vez que ocorre um acidente, corre-se o risco de que o trabalhador venha a sofrer
lesões, embora nem sempre os acidentes provoquem lesões.
CONDIÇÕES INSEGURAS
FALHAS HUMANAS

ATOS INSEGUROS
PERSONALIDADE

ACIDENTE

LESÃO

É necessário desenvolver uma ação para eliminar os traços negativos da personalidade, para não resultar em
falhas no comportamento do homem no trabalho que promovam atos inseguros e condições inseguras, os quais
terão como consequência o acidente e as lesões.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

241
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

4 – Teoria dos Dominós (continuação)


Assim tombando a pedra “personalidade”, ela ocasionará a queda, em sucessão a todas as demais, conforme
demonstra a figura abaixo.

IDADE

S
NA
MA
S S
RO RA

HU
GU GU

PERSONAL
SE SE
IN IN

AS
OS ES

LH
AT IÇÕ ENTE
ACID

FA
ND LESÃO
CO

Dada a dificuldade em modificar, na estrutura, a personalidade de toda força de trabalho, para evitar as falhas
humanas no trabalho, deve-se procurar eliminar as causas de acidentes. Devido à dificuldade em modificar a
personalidade do trabalhador, é mais viável atuar na eliminação das condições inseguras, iniciando pelo in-
vestimento da empresa na conscientização de Segurança e Saúde do trabalhador. Em seus administradores ou
supervisores, estes serão multiplicadores, que farão um trabalho de sensibilização com os operários. Neste tra-
balho de conscientização, os multiplicadores enfrentarão a resistência (trabalhadores teimosos, desobedientes,
temerários, irascíveis), mas estarão despertando a percepção de riscos para que não pratiquem atos inseguros.
FALHAS HUMANAS
PERSONALIDADE

ACIDENTE

LESÃO

ATOS INSEGUROS
CONDIÇÕES INSEGURAS

Eliminadas as causas de acidentes administradores, supervisores e da força de trabalho, cada um com a sua
personalidade, passíveis de cometer falhas no comportamento no trabalho, mas que através da conscientização,
não resultará em acidente e as lesões.

Texto adaptado por Ana Claudia Sena.

Fonte: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/26534/000757875.pdf?sequence=1>.

Obs.: As teorias de Heirich e Bird fazem parte do acervo histórico e de domínio público.

242
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

4 – Teoria dos Dominós (continuação)


Os estudos desenvolvidos por Heinrich, em 1931, por Frank Bird, em 1966, pela Insurance Company of North
América, em 1969, e John A. Flecher e Hugh M. Douglas, em 1970 (DE CICCO e FANTAZINNI, 1981), constataram
que os custos indiretos dos acidentes do trabalho eram muito maiores que os custos diretos, e que o número
de acidentes sem lesão eram muito maiores que os com lesão (Figura 2.1), levando à formulação de propostas
de abordagens direcionadas à prevenção de acidentes, controle de danos e controle total de perdas, por meio
de programas com base em análise técnica mais detalhada dos problemas e contemplando práticas adminis-
trativas, elementos de informação, a investigação, a análise e a revisão de processos, 29 procedimentos de
prevenção de lesões, danos a equipamentos, instalações e materiais,incêndios, contaminação do ar (DE CICCO e
FANTAZINNI, 1981).

Figura abaixo: Pirâmide de Acidentes da Insurance Company of North América (DE CICCO e FANTAZINNI, 1981)

Acidente com lesão grave


1

10 Acidente com lesão leve

30 Acidente com danos à propriedade

600 Acidente sem lesão ou danos

Ao aplicar as técnicas da Segurança de Sistemas, a partir de 1972, Willie Hammer ampliou os conceitos do Con-
trole Total de Perdas, propondo uma abordagem de previsão de eventos na identificação e nos tratamentos de
riscos, em contraposição à abordagem reativa até então vigente. Ao alertar para a necessidade de tratamento
técnico aos problemas técnicos, sem desconsiderar a importância das medidas administrativas, Hammer contri-
buiu para a melhor compreensão dos chamados erros humanos que, na maioria dos casos, eram decorrentes de
projetos inadequados ou deficientes (SOUZA, 1995).

SILVA, Wolney Cardoso da. Gestão de risco nas organizações de base tecnológica. 118 f. Dissertação (Mestrado
em Farmácia) – Universidade Católica de Goiás, Universidade Estadual de Goiás, Centro Universitário de Anápolis,
Goiás, 2008. Disponível em: <:http://tede.biblioteca.ucg.br/tde_arquivos/20/TDE-2009-09-28T154703Z-641/
Publico/Wolney%20Cardoso%20da%20Silva.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2012.

243
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

5 – Análise Preliminar de riscos


5.1 – Categorias de Severidade de Ocorrência dos Cenários:

I. Desprezível – a falha não irá resultar numa degradação maior do sistema, nem irá produzir danos
funcionais ou lesões, ou contribuir com um risco ao sistema.

II. Marginal (ou Limítrofe) – a falha irá degradar o sistema numa certa extensão, porém sem envolver
danos maiores ou lesões, podendo ser compensada adequadamente.

III. Crítica – a falha irá degradar o sistema causado lesões, danos substanciais ou risco inaceitável, ne-
cessitando de ações corretivas imediatas.

IV. Catastrófica – a falha irá produzir severa degradação do sistema, resultando em perda total, lesões
ou morte.

5.2 – Matriz de Frequência x Severidade

244
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

5 – Análise Preliminar de riscos (continuação)

5.3 – Quadros de Categorias de Frequências de Ocorrência dos Cenários

CATEGORIA DENOMINAÇÃO DESCRIÇÃO

Conceitualmente possível, mas extrema-


A EXTREMAMENTE REMOTA mente improvável ocorrer durante a vida útil
do processo/instalação.

Não esperado ocorrer durante a vida útil do


B REMOTA
processo/instalação.

Pouco provável ocorrer durante a vida útil do


C IMPROVÁVEL
processo/instalação.

Esperado ocorrer até uma vez durante a vida


D PROVÁVEL
útil do processo/instalação.

Esperado ocorrer várias vezes durante a vida


E FREQUENTE
útil do processo/instalação.

5.4 – Quadro de Legenda da Matriz Frequência x Severidade

SEVERIDADE FREQUÊNCIA RISCO

I DesprezÍvel A Extremamente remota 1 Desprezível

II Marginal B Remota 2 Menor

III Crítica C Improvável 3 Moderado

IV Catastrófica D Provável 4 Sério

E Frequente 5 Crítico

245
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

5 – Análise Preliminar de riscos (continuação)


5.5 – Modelo de APR

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS – APR

IDENTIFICAÇÃO:

DESCRIÇÃO DO MEDIDAS
CLASSE DO
CAUSA EFEITO CATEGORIA CORRETIVAS OU
RISCO RISCO
PREVENTIVAS

Fonte: Todos os itens referentes à APR são de domínio público e as classificações básicas podem ser
encontradas em todas as literaturas cujo assunto seja gerenciamento de riscos; uma delas é: <http://
www.abebro.org.br/biblioteca/ENEGEP1000_A0521.PDF>. Acesso em: 16 de fev. de 2011.

246
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

6 – Impactos da Mineração*

1. Quais são os impactos da mineração no meio ambiente?

A mineração é, sem sombra de dúvida, a atividade humana capaz de gerar os impactos mais sérios sobre o
meio ambiente. Inicialmente, a mineração afeta a cobertura vegetal, ainda que em graus variados. Minas a
céu aberto levam, evidentemente, à supressão completa da cobertura vegetal na área a ser minerada, para
que se tenha acesso ao minério. A vegetação também é impactada com a questão dos “rejeitos”, nome dos
subprodutos da escavação que não interessam à empresa mineradora e que por ela são descartados. Conside-
rando que o objetivo da empresa é livrar-se dos rejeitos da forma o menos custosa possível, via de regra isso
significa a criação de uma área de descarte adjacente à área de lavra, sacrificando ainda mais a vegetação
existente no entorno da mina. Os sistemas de transporte do minério extraído também podem levar a novos
impactos sobre a vegetação, com a construção de estradas, minerodutos e portos. Além disso, geração de
ruídos e de vibrações, bem como o lançamento de poeira na atmosfera, são outros impactos quase inevitáveis
da mineração. O ciclo extração/processamento/transporte implica atividades que envolvem o desmonte de
grandes volumes de rocha, com explosões, moagem e atividades de carga e descarga de material. Assim, as
minas e seu entorno sofrem com uma piora na qualidade do ar, enfrentando ainda vibrações e ruídos muitas
vezes permanentes, pois é usual que a operação desse tipo de atividade se dê ao longo das 24 horas do dia,
e 7 dias por semana. Os impactos da mineração também afetam a fauna: com a destruição da cobertura ve-
getal, com as modificações na quantidade e na qualidade da água disponível, e com os ruídos e vibrações, a
fauna tende a morrer ou pelo menos a fugir da região da mina, quando for possível.

Finalmente, a atividade mineral interfere de forma bastante negativa na paisagem, com a supressão da co-
bertura vegetal, a escavação de buracos com dimensões muitas vezes gigantescas – 500 metros de raio é um
número usual – e a criação de pilhas de rejeitos, também de grandes dimensões.

2. Quais são os impactos da mineração sobre a água?

A atividade mineral também leva a sérios impactos sobre as águas na região em que ela se desenvolve, tanto
pela usual presença de lençóis de água no subsolo a ser perfurado ou removido quanto pela necessidade de
água no processamento e transporte do minério. Com a retirada do subsolo, o lençol deixa de existir ou é pelo
menos modificado; com a utilização da água no processamento e transporte do minério esta é devolvida para
a natureza em condições piores do que no momento da sua retirada. Desta forma, em relação à água, são
usuais modificações relativas à disponibilidade e também à qualidade.

Há ainda o problema das barragens erguidas para a contenção de rejeitos. Estas barragens têm apresentado,
nos últimos anos, problemas de rompimento, causando acidentes com graves consequências.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

247
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

6 – Impactos da Mineração

Em relação aos impactos de uma mineração sobre a água, um excelente exemplo está na mina de Capão
Xavier, em Nova Lima (MG). Este projeto é desenvolvido pela mineradora MBR em uma região de importantes
mananciais de abastecimento, e tem sido objeto de questionamentos de toda ordem, inclusive por uma
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Fonte: <http://revistadasaguas.pgr.mpf.gov.br/edicoes-da-revista/edicao-11/materias/impacto-da-minera-
cao-na-agua>. Acesso em: 16 de fev. de 2011.

248
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

7 – Segurança sistêmica*

Como uma tentativa de reestruturação da engenharia de segurança e da complexidade dos processos de


produção, a segurança sistêmica compreende as concepções de gerenciamento de segurança, que almejam a
redução dos riscos de acidentes ou falhas a um mínimo possível, a ser atingido por intermédio do detalhado
estudo, planejamento e projeto dos sistemas de produção, reforçando a confiabilidade dos mesmos

Quanto aos acidentes, as abordagens sistêmicas consideram a pluricausalidade do evento acidental, ou seja,
este é entendido como o resultado do efeito conjugado de uma série de fatores causais, situados em distân-
cias funcionais distintas em relação ao evento terminal e com influências variáveis segundo a situação .

As principais técnicas de investigação e análise de riscos de acidentes, com reconhecida aplicação em indús-
trias químicas de processo, são:

1 - Análise de árvore de falhas

Consiste em um modelo gráfico que representa as várias combinações de falhas de equipamentos e erros
humanos que podem resultar em um acidente. A construção da árvore parte do evento topo (acidente) e,
através de ramificações ligadas por chaves lógicas booleanas e/ou, chega às causas-raízes. O estabelecimento
de probabilidades de ocorrência para cada uma das falhas permite a quantificação da probabilidade de ocor-
rência do evento-topo para cada uma das cadeias de falhas.

2 - Análise de árvore de eventos

Técnica que pode ser aplicada quando uma cadeia de eventos deve ocorrer para que um acidente ocorra. O
evento inicial e a subsequente cadeia de falhas do sistema – que determinam a severidade do acidente –
representam a sequência do acidente. Semelhantemente ao método da árvore de falhas, uma árvore é con-
struída através de ramificações ligadas por chaves lógicas booleanas e/ou, tendo como ponto de partida um
evento inicial selecionado. O uso deste diagrama permite quantificar as frequências das sequências acidentais
individuais. As árvores de eventos e de falhas são maneiras complementares de modelagem de processos de
risco, com a primeira se desenvolvendo no sentido das consequências (indutiva), e a segunda no sentido das
causas da ocorrência de um evento (dedutiva).

À parte a utilidade da aplicação dos métodos de árvore de falhas e eventos, problemas são intrínsecos à sua
própria conformação.

i) A formalização em árvore sugere que todas as possíveis sequências causa-efeito são opções e-ou. Os pro-
cessos reais são muito mais complexos, sendo que muitos desvios significativos e cadeias de proliferação do
sistema ocorrem devido a falhas parciais;

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

7 – Segurança sistêmica (continuação)

ii) A existência de falhas de modos ou causas comuns. Estas falhas podem afetar as probabilidades de vários
ramos da árvore, destruindo o pressuposto-chave de independência, que é necessário para que se possam
integrar múltiplas probabilidades nas estimativas de risco globais; quando efetivamente presentes em várias
seqüuências diferentes, os modos comuns de falhas podem introduzir grandes aumentos nos riscos. Prob-
lemas relacionados à inadequação 14 de manutenção são exemplos de eventos que podem gerar falhas
paralelas em vários subsistemas, mudando significativamente os riscos globais, de maneira não facilmente
capturada em análises de árvore de eventos.

3 - Método de árvore de causas

Método qualitativo desenvolvido pela empresa francesa do setor químico Rhône-Poulenc, que compartilha
os princípios de métodos como o da árvore de falhas, sendo porém simplificado, buscando ser de mais fácil
aplicação (CCPS-AICE, 1992). Um diagrama lógico é construído relacionando um evento (resultado) aos diver-
sos fatores causais diretamente necessários para sua ocorrência. Um dos conceitos básicos do método é o de
variação, “entendida como mudança ocorrida em relação ao funcionamento habitual do sistema, considerada
indispensável à ocorrência do acidente” (Binder & Almeida, 1997: 751). Assim como acontece com a árvore
de falhas, o uso deste método possibilita a explicitação de fatores organizacionais e de gerenciamento rela-
cionados ao acidente.

É interessante observar a diferença existente entre o modelo defendido por Binder & Almeida (1997) no artigo
citado e a apropriação do método pelo movimento sindical constante, por exemplo, da cartilha “Construindo a
Árvore de Causas”, produzida pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas e pelo
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Material Plástico e nas Indústrias da Produção de Laminados
Plásticos de São Paulo (1993). Diferenças aparecem, por exemplo, quanto ao aspecto da representação gráfica
(sendo o constante da cartilha mais simples) e à formalização das categorias de fatores causais, presente no
artigo e ausente da cartilha sindical. Esta comparação permite perceber que, paralelamente às possibilidades
democráticas trazidas pelo método, devem ser consideradas questões importantes para a sua eficiente aplica-
ção, como as necessidades de treinamento e reciclagens dos usuários, a disponibilidade de tempo e recursos
para a investigação do acidente e para a construção da árvore e a dimensão social e política associada à
implementação das ações de prevenção pelas empresas.

4 - Técnica de investigação de incidentes orientada aos sistemas e causas múltiplas

O método é uma adaptação da análise de árvore de falhas com uso simplificado de símbolos. O evento-topo
da árvore é uma lesão, um dano ou uma emissão ambiental. Os eventos de segundo nível já se encontram
sugeridos por uma árvore genérica base. O encadeamento de 15 eventos é feito a partir deste segundo nível.
Esta técnica permite estabelecer causas relacionadas ao sistema de gerenciamento.

250
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

7 – Segurança sistêmica (continuação)

5 - Método da anatomia de acidentes

O método combina os approaches dedutivo e indutivo. O encadeamento dos acidentes é representado por
uma árvore, utilizando como base uma árvore genérica. Os conceitos de fluxo de energia e barreira são cen-
trais para este método. São considerados acidentes os eventos para os quais uma barreira é inadequada ou
falha em bloquear a ação de um fluxo não intencionado de energia. Esta técnica também permite estabelecer
causas relacionadas ao sistema de gerenciamento.

6 - HAZOP (Hazard and Operability Studies)

Técnica desenvolvida para identificar e avaliar riscos ambientais e à segurança e problemas de operação
que, embora não perigosos, possam comprometer a capacidade da planta de atingir a produtividade espe-
rada. Uma equipe, através de um brainstorm sistemático, identifica os problemas resultantes de desvios nas
variáveis do processo que podem levar a consequências indesejáveis. O resultado do método é apresentado
na forma de um quadro que contém as causas, efeitos e medidas preventivas (salvaguardas) para os diversos
desvios em cada nó, seção ou subsistema do processo estudado.

Esta técnica, assim como as demais apresentadas, operacionaliza-se (ou deveria se operacionalizar) com a
participação de pessoas com experiência na operação e manutenção das unidades produtivas analisadas.

A partir das características dos instrumentos apresentados, a utilização das técnicas desenvolvidas pela segu-
rança sistêmica permite a identificação potencial de fatores causais de acidentes relacionados ao gerencia-
mento da produção e à organização do trabalho. Entretanto, a aplicação deste ferramental pelos serviços de
segurança estabelecidos dentro das empresas parece-nos ainda bastante enviesada e reducionista. Por um
lado, reforça-se a atuação nos componentes técnicos mais diretos e, por outro, ocorre uma supervalorização
dos fatores humanos, especificamente limitando-os aos “erros” cometidos pelos trabalhadores na linha de
frente da operação.

Fonte: SOUZA, Carlos Augusto Vaz de. Análise de acidentes de trabalho em indústrias de processo contínuo
– estudo de caso na refinaria de Duque de Caxias, RJ. (Mestrado em Saúde do Trabalho ) – FioCruz, Rio de
Janeiro, 2000. Disponível em: < http://teses.icict.fiocruz.br/pdf/souzacavm.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2012.

251
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

8 – Análise Preliminar de Perigos*

8.1

Análise Preliminar de Perigos

Unidade: Subsistema: Data: Revisão:

Modo de Categoria Categoria/ Categoria/ Recomendações/


Perigo Causa Efeitos Cenário
detecção Frequência Severidade Risco Observações

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

252
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

8 – Análise Preliminar de Perigos (continuação)

8.2

Quadro 1 – Informações necessárias para a realização da APP


- Dados demográficos
Região
- Dados Climatológicos

- Premissas de projeto

- Especificações técnicas de projeto

Instalações - Especificações de equipamento

- Layout da instalação

- Descrição dos principais sistemas de proteção e segurança

- Propriedades físicas e químicas

Substâncias - Características de inflamabilidade

- Características de toxicidade

Quadro 2 – Composição recomendável de uma equipe de APP


Função Perfil/Atividades

Pessoa responsável pelo evento que deverá:

- Definir a equipe

- Reunir informações atualizadas, tais como: fluxogramas de engenharia,


Coordenador especificações técnicas do projeto etc;

- Distribuir material para a equipe;

- Programar as reuniões;

- Encaminhar aos responsáveis as sugestões e modificações oriundas da APP.

Pessoa conhecedora da metodologia, sendo responsável por:

- Explicar a metodologia a ser empregada aos demais participantes;


Líder
- Conduzir as reuniões e definir o ritmo de andamento das mesmas;

- Cobrar dos participantes pendências de reuniões anteriores.

Pessoas que estarão ou não ligadas ao evento, mas que detêm informações
Especialista
sobre o sistema a ser analisado ou experiência adquirida em sistemas similares.

Pessoa que tenha poder de síntese para fazer anotações, preenchendo as


Relator
colunas da planilha da APP de forma clara e objetiva.

253
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

8 – Análise Preliminar de Perigos (continuação)

Quadro 3 – Categorias de frequências de ocorrência dos cenários


Faixa de Frequência
Categoria Denominação Descrição
(anual)

EXTREMAMENTE Conceitualmente possível, mas extremamente improvável


A f < 10 -4
REMOTA ocorrer durante a vida útil do processo/instalação.

Não esperado ocorrer durante a vida útil do processo/


B REMOTA 10 -4< f < 10 -3
instalação.

Pouco provável ocorrer durante a vida útil do processo/


C IMPROVÁVEL 10 -3< f < 10 -2
instalação.

Esperado ocorrer até uma vez durante a vida útil do


D PROVÁVEL 10 -2< f < 10 -1
processo/instalação.

Esperado ocorrer várias vezes durante a vida útil do


E FREQUENTE f > 10 -1
processo/instalação.

Quadro 5 – Categorias de severidade dos perigos identificados


Categoria Denominação Descrição

- Sem danos ou danos insignificantes aos equipamentos, à propriedade e/ou ao meio


ambiente;
I DESPREZÍVEL - Não ocorrem lesões/ mortes de funcionários, de terceiros (não funcionários) e/
ou pessoas (indústrias e comunidade); o máximo que pode ocorrer são casos de
primeiros socorros ou tratamento médico menor;

- Danos leves aos equipamentos, à propriedade e/ou ao meio ambiente; os danos


materiais são controláveis e/ou de baixo custo de reparo;
II MARGINAL
- Lesões leves em empregados, prestadores de serviço ou em membros da
comunidade;

- Danos severos aos equipamentos, à propriedade e/ou ao meio ambiente;

- Lesões de gravidade moderada em empregados, prestadores de serviço ou em


III CRÍTICA
membros da comunidade (probabilidade remota de morte);

- Exige ações corretivas imediatas para evitar seu desdobramento em catástrofe;

- Danos irreparáveis aos equipamentos, à propriedade e/ ou ao meio ambiente


(reparação lenta ou impossível);
IV CATASTRÓFICA
- Provoca mortes ou lesões graves em várias pessoas (empregados, prestadores de
serviços ou em membros da comunidade).

Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1998_ART012.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2010.

254
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

8 – Análise Preliminar de Perigos (continuação)

Perigos:

• Pequena liberação de líquido inflamável.

• Grande liberação de gás tóxico.

• Reação descontrolada (Runaway reaction).

• Sobrepressão no equipamento.

• Transbordamento de tanque de armazenamento.

Causas:

• Ruptura de: linha, evaporador, mangote, válvulas, filtro, coluna, vaso de processo.

• Falha no controle de nível.

• Falha na válvula de alívio de pressão.

• Vazamento de: trocador de calor, bombas.

Modos de Detecção:

• Não detectável.

• Detectável: (Sensorial: Odor, visual, auditivo, tato); (Instrumental: Alarme de nível baixo, alarme de pressão
baixa).Efeitos:

• Liberação de gás inflamável com desdobramento em explosão e/ou incêndio.

• Rompimento das paredes do vaso de pressão.

Exemplos de Recomendações/Observações:

• Prever proteção contra mistura inflamável no vaso.

• Reavaliar as condições de operações da bomba.

• Realizar manutenção preventiva na válvula de alívio de pressão PSVs.

Preenchimento do campo Cenário. São atribuídos números para identificar um cenário. O cenário é uma
composição de efeito, perigo e suas causas. Exemplos:

• Cenário nº 1 – Incêndio em poça (efeito) gerado por uma grande liberação de líquido inflamável (perigo),
decorrente da ruptura de uma válvula de alívio de pressão (causas).

• Cenário nº 2 – Explosão gerada por incêndio externo abaixo do casco de uma esfera de armazenamento de
GLP, decorrente de um vazamento de GLP devido ao congelamento da válvula de drenagem da esfera.

255
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

9 – Técnica HAZOP

(...) HAZOP é uma técnica de identificação de perigos que consiste, fundamentalmente, em uma
busca estruturada das causas de possíveis desvios em variáveis de processo, ou seja, na tempera-
tura, pressão,vazão e composição, em diferentes pontos (denominados nós) do sistema, durante
a operação do mesmo. A busca dos desvios é feita através da aplicação sistemática de uma lista
de “palavras-guias” para cada modo do sistema. Esta lista deve ser tal que promova um amplo e
irrestrito raciocínio lógico, visando detectar virtualmente todas as anormalidades concebíveis do
processo. Uma lista de “palavras-guia”, juntamente com os tipos de desvios considerados, são mos-
trados no Quadro 7.

O Quadro 8 apresenta uma lista de desvios aplicáveis a processos contínuos.

O procedimento para execução do HAZOP pode ser sintetizado nos seguintes passos:

1. Divisão da unidade/sistema em subsistemas a fim de facilitar a realização do HAZOP.

2. Escolha do ponto de um dos subsistemas a ser analisado, chamado nó.

3. Aplicação das “palavras-guia”, verificando quais os desvios que são possíveis ocorrer naquele nó.
Para cada desvio, investigar as causas possíveis de provocá-lo, procurando levantar todas as causas.
Para cada uma das causas, verificar quais são os meios disponíveis na unidade/sistema para detec-
ção desta causa e quais seriam as suas possíveis consequências. Em seguida, procura-se verificar
se não existe alguma coisa que possa ser feita para eliminar a causa do desvio ou para minimizar as
suas consequências. Caso surja, durante a discussão, alguma dúvida ou alguma pendência, deve-se
anotá-la para ser dirimida posteriormente. Finalmente, no que ficará responsável pela sua avalia-
ção e implementação. Uma vez analisados todos os desvios, procede-se à escolha do próximo nó,
prosseguindo com a análise.(...)

Quadro 7 – Tipos de desvios associados com as “palavras-guia”


Palavras-Guia Desvios Considerados

NÃO, NENHUM Negação do propósito do projeto. (ex.: nenhum fluxo)

MENOS Decréscimo quantitativo. (ex.: menos temperatura)

MAIS, MAIOR Acréscimo quantitativo. (ex.: mais pressão)

TAMBÉM, BEM COMO Acréscimo qualitativo. (ex.: também)

PARTE DE Decréscimo qualitativo. (ex.: parte de concentração)

REVERSO Oposição lógica do propósito do projeto. (ex.: fluxo)

OUTRO QUE, SENÃO Substituição completa. (ex.: outro que ar)

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

256
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

9 – Técnica HAZOP (continuação)

Quadro 8 – Lista desvios para HAZOP de processos contínuos


Parâmetro Palavras-guia Desvio

Nenhum Nenhum fluxo

Menos Menos fluxo

Fluxo Mais Mais Fluxo

Reverso Fluxo reverso

Também Contaminação

Menos Pressão baixa


Pressão
Mais Pressão alta

Menos Temperatura baixa


Temperatura
Mais Temperatura alta

Menos Nível baixo


Nível
Mais Nível alto

Menos Viscosidade baixa


Viscosidade
Mais Viscosidade alta

Nenhuma reação
Nenhum
Reação incompleta
Menos
Reação descontrolada
Reação Mais
Reação reversa
Reverso
Reação secundária
Também
Reação secundária

Fase 1 Bem como Fase 2

Fonte: SANTAFÉ JR, Helvio Pessanha Guimarães; COSTA, Helder Gomes; HADDAD, Assed. Integração de técnicas
de gerenciamento de riscos e análise ulti critério à análise de falhas. Disponível em: <http://www.abepro.
org.br/biblioteca/ENEGEP1998_ART012.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2012.

257
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

10 – Aplicabilidade do HAZOP*
10.1 - Planilha de HAZOP

Sistema: Equipe: Data:

Parâmetro: Nó: Pág.:

Palavra Guia Desvio Causas Detecção Consequências Providências

Level Switch High & LSHH – Level Switch High High

Nota: Utilize uma planilha para cada nó.

Fonte: SANTAFÉ JR, Helvio Pessanha Guimarães; COSTA, Helder Gomes; HADDAD, Assed. Integração de técnicas de geren-
ciamento de riscos e análise ulti critério à análise de falhas.

Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1998_ART012.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2012.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

258
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

10 – Aplicabilidade do HAZOP (continuação)


10.2 - Estudo de Caso: descarregamento de ácido sulfúrico (Aguiar et al., 2001)

Para avaliar os procedimentos operacionais, as medidas de controle e os riscos oferecidos aos profissionais
envolvidos, todas as operações de descarregamento foram acompanhadas (Fotos 1 até 14), documentadas
em registro fotográfico e, posteriormente, foi aplicada a técnica HAZOP.

Fotos 1 e 2 – Caminhão-tanque posicionado para descarregamento

Fotos 3 e 4 - Sondagem do nível do tanque e fechamento da tampa de inspeção

Foto 5 - Preparação do mangote Foto 6 - Carbonato de cálcio

259
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

10 – Aplicabilidade do HAZOP (continuação)


Foto 7 - Coleta da amostra Foto 8 - Conexão do mangote

Foto 9 - Amostra para o laboratório Foto 10 - Linha de água de emergência

Foto 11 - Tampa de visita aberta Foto 12 - Enchimento da linha

260
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

10 – Aplicabilidade do HAZOP (continuação)


Foto 13 - Abertura da válvula foto Foto 14 - Verificando transferência

Para investigação dos segmentos do processo e identificação de possíveis desvios das condições normais de
operação, verificando as causas responsáveis e respectivas consequências, foram consultados os químicos do
laboratório, o pessoal de manutenção mecânica, bem como os componentes da CIPA, que regularmente par-
ticipam do descarregamento e possuem a necessária experiência técnica e de campo.

Como resultado deste processo sistemático, foram identificados e considerados relevantes pelo grupo de es-
tudos quatro pontos ou nós de referência, representados no desenho esquemático de interfaces e conexões
(Figura 2), bem como os parâmetros e desvios associados com as palavras-guia no Quadro 10 a seguir.

Quadro 10 - Nós de Referência, Parâmentros, Palavras-guia e Desvios do HAZOP


Nós de Referência Parâmetros Palavras Guia Desvio

1 Vazão Sim Sim Vazão

2 Vazão Menos Menos Vazão

3 Pressão Mais Pressão Alta

4 Vazão Sim Sim Vazão

261
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

10 – Aplicabilidade do HAZOP (continuação)

Figura 15 - Diagrama esquemático de interfaces e conexões do sistema de transferência de ácidosulfúrico do


caminhão para o tanque.

Para cada desvio considerado de ocorrência provável, em cada nó de referência, foram investigadas as causas
geradoras dos eventos e verificados quais os meios tecnicamente disponíveis para detecção destas causas e
suas eventuais consequências.

Fonte: AGUIAR, Laís Alencar de. Metodologias de análise de riscos APP & Hazop. Disponível em: <http://pro-
fessor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/13179/material/APP_e_HAZOP.pdf>. Acesso em: 16 fev.
2012.

262
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

11 – Análise comparativa APP e HAZOP*

Nós de Referência Parâmetros Desvio

Metodologia Indutiva Qualitativa

Identificação de perigos genéricos Identificação dos possíveis desvios das


Objetivo condições normais de operação

Fase inicial do projeto

Revisão geral de segurança de unidades em operação


Aplicação
Modificações de unidades de processo já em
operação

Fornece uma ordenação qualitativa dos Identificação de todos os desvios acreditáveis


cenários de acidentes identificados (priorização que possam conduzir a eventos perigosos ou a
das medidas propostas para redução dos riscos problemas operacionais.
da unidade analisada)
Natureza dos Uma avaliação das consequências (efeitos)
Resultados destes desvios sobre o processo.

Qualitativos, não fornecendo estimativas numéricas.

Geram informações úteis para análises subsequentes, principalmente para Avaliação Quantitativa
de Riscos.

Informa as causas que ocasionam cada um dos Sistematicidade, flexibilidade e abrangência


eventos e das respectivas consequências. para identificação de perigos e problemas
operacionais.

Obtenção de uma avaliação qualitativa da Maior entendimento, pelos membros da


Vantagens severidade das consequências e frequências de equipe, do funcionamento da unidade em
ocorrência dos cenários e do risco associado. condições normais e, principalmente, quando
da ocorrência de desvios, funcionando a
análise de forma análoga a um "simulador" de
processo.

Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1998_ART012.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2010.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

12 – FAP – Fator Acidentário de Prevenção*


A proteção acidentária é determinada pela Constituição Federal – CF como a ação integrada de Seguridade
Social dos Ministérios da Previdência Social – MPS, Trabalho e Emprego – MTE e Saúde – MS. Esta proteção
deriva do art. 1º da Constituição Federal, que estabelece como um dos princípios do Estado de Direito o valor
social do trabalho. O valor social do trabalho é estabelecido sobre pilares estruturados em garantias sociais
tais como o direito à saúde, à segurança, à previdência social e ao trabalho. O direito social ao trabalho seguro
e a obrigação do empregador pelo custeio do seguro de acidente do trabalho também estão inscritas no art.
7º da CF/1988.

A fonte de custeio para a cobertura de eventos advindos dos riscos ambientais do trabalho - acidentes e do-
enças do trabalho, assim como as aposentadorias especiais – baseia-se na tarifação coletiva das empresas, se-
gundo o enquadramento das atividades preponderantes, estabelecido conforme a SubClasse da Classificação
Nacional de Atividades Econômicas – CNAE. A tarifação coletiva está prevista no art. 22 da Lei 8.212/1991, que
estabelece as taxas de 1, 2 e 3% calculadas sobre o total das remunerações pagas aos segurados empregados
e trabalhadores avulsos. Estes percentuais poderão ser reduzidos ou majorados, de acordo com o art. 10 da
Lei 10.666/2003. Isto representa a possibilidade de estabelecer a tarifação individual das empresas, flexibili-
zando o valor das alíquotas: reduzindo-as pela metade ou elevando-as ao dobro.

A flexibilização das alíquotas aplicadas para o financiamento dos benefícios pagos pela Previdência Social
decorrentes dos riscos ambientais do trabalho foi materializada mediante a aplicação da metodologia do
Fator Acidentário de Prevenção. A metodologia foi aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social –
CNPS (instância quadripartite que conta com a representação de trabalhadores, empregadores, associações
de aposentados e pensionistas e do Governo), mediante análise e avaliação da proposta metodológica e
publicação das Resoluções CNPS Nº 1308 e 1309, ambas de 2009. A metodologia aprovada busca bonificar
aqueles empregadores que tenham feito um trabalho intenso nas melhorias ambientais em seus postos de
trabalho e apresentado no último período menores índices de acidentalidade e, ao mesmo tempo, aumentar
a cobrança daquelas empresas que tenham apresentado índices de acidentalidade superiores à média de seu
setor econômico.

A implementação da metodologia do FAP servirá para ampliar a cultura da prevenção dos acidentes e doenças
do trabalho, auxiliar a estruturação do Plano Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador – PNSST, que vem
sendo estruturado mediante a condução do MPS, MTE e MS, fortalecendo as políticas públicas neste campo,
reforçar o diálogo social entre empregadores e trabalhadores, tudo a fim de avançarmos cada vez mais rumo
às melhorias ambientais no trabalho e à maior qualidade de vida para todos os trabalhadores no Brasil.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

264
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

12 – FAP – Fator Acidentário de Prevenção (continuação)


Atenção:

1. Os dados apresentados na página de consulta até as 18 horas do dia 13/10/2009 referenciavam apenas
o ano de 2008 (por motivo técnico os dados de 2007 estavam ocultos). A partir deste momento estão,
disponibilizados integralmente.

2. Devido ao fato de os dados de 2007 terem estado ocultos, os índices de frequência, gravidade e custo e
respectivos percentuais de ordem mostrados estavam incorretos e isto foi sanado a partir das 16 horas do
dia 28/10/2009.

Importante:

Tais ocultamentos não interferiram nos elementos de cálculo e no valor do próprio FAP divulgados desde o
dia 30 de setembro.

Fonte: Ministério da Previdência Social.

<http://www2.dataprev.gov.br/fap/fap.htm>.

265
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

13 – FMEA (Failure Model and Effect Analysis)*


13.1 – Avaliação dos Riscos

Nesta fase, são definidos pelo grupo os índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D) para cada cau-
sa de falha, de acordo com critérios previamente definidos (um exemplo de critérios que podem ser utilizados
é apresentado nas tabelas abaixo, mas o ideal é que a empresa tenha os seus próprios critérios adaptados a
sua realidade específica). Depois são calculados os coeficientes de prioridade de risco (R), por meio da multi-
plicação dos outros três índices.

SEVERIDADE

Índice Severidade Critério

1 Mínima O cliente mal percebe que a falha ocorre.

2 Ligeira deterioração no desempenho, com leve


Pequena
3 descontentamento do cliente.

4
Deterioração significativa no desempenho de um sistema,
5 Moderada
com descontentamento do cliente.
6

7 Sistema deixa de funcionar e grande descontentamento


Alta
8 do cliente.

9
Muito Alta Idem ao anterior, porém, afeta a segurança.
10

OCORRÊNCIA

Índice Ocorrência Proporção Cpk

1 Remota 1:1.000.000 Cpk > 1,67

2 1:20.000
Pequena Cpk > 1,00
3 1:4.000

4 1:1000

5 Moderada 1:400 Cpk <1,00

6 1:80

7 1:40
Alta
8 1:20

9 1:8
Muito Alta
10 1:2

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

266
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

13 – FMEA (Failure Model and Effect Analysis) (continuação)


DETECÇÃO

Índice Severidade Critério

1
Muito grande Certamente será detectado
2

3
Grande Grande probabilidade de ser detectado
4

5
Moderada Provavelmente será detectado
6

7
Pequena Provavelmente não será detectado
8

9
Muito pequena Certamente não será detectado
10

Observações Importantes:

1. quando o grupo estiver avaliando um índice, os demais não podem ser levados em conta, ou seja, a ava-
liação de cada índice é independente. Por exemplo, se estamos avaliando o índice de severidade de uma
determinada causa cujo efeito é significativo, não podemos colocar um valor mais baixo para este índice
somente porque a probabilidade de detecção seja alta.

2. No caso de FMEA de processo, pode-se utilizar os índices de capacidade da máquina (Cpk) para determinar
o índice de ocorrência.

Melhoria

Nesta fase, o grupo, utilizando os conhecimentos, criatividade e até mesmo outras técnicas como brainstorming,
lista todas as ações que podem ser realizadas para diminuir os riscos. Estas medidas podem ser:

• medidas de prevenção total ao tipo de falha;

• medidas de prevenção total de uma causa de falha;

• medidas que dificultam a ocorrência de falhas;

• medidas que limitem o efeito do tipo de falha;

• medidas que aumentam a probabilidade de detecção do tipo ou da causa de falha.

267
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

13 – FMEA (Failure Model and Effect Analysis) (continuação)


Estas medidas são analisadas quanto a sua viabilidade, sendo então definidas as que serão implantadas. Uma
forma de se fazer o controle do resultado destas medidas é pelo próprio formulário FMEA, por meio de colunas
onde ficam registradas as medidas recomendadas pelo grupo, nome do responsável e prazo, medidas que
foram realmente tomadas e a nova avaliação dos riscos.

Continuidade

O formulário FMEA é um documento “vivo”, ou seja, uma vez realizada uma análise para um produto/pro-
cesso qualquer, esta deve ser revisada sempre que ocorrerem alterações neste produto/processo específico.
Além disso, mesmo que não haja alterações, deve-se regularmente revisar a análise confrontando as falhas
potenciais imaginadas pelo grupo com as que realmente vêm ocorrendo no dia a dia do processo e uso do
produto, de forma a permitir a incorporação de falhas não previstas, bem como a reavaliação, com base em
dados objetivos, das falhas já previstas pelo grupo.

Importância

A metodologia FMEA é importante porque pode proporcionar para a empresa:

• uma forma sistemática de se catalogar informações sobre as falhas dos produtos/processos;

• melhor conhecimento dos problemas nos produtos/processos;

• ações de melhoria no projeto do produto/processo, baseado em dados e devidamente monitoradas (me-


lhoria contínua);

• diminuição de custos por meio da prevenção de ocorrência de falhas;

• o benefício de incorporar dentro da organização a atitude de prevenção de falhas, a atitude de cooperação


e trabalho em equipe e a preocupação com a satisfação dos clientes.

268
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

13 – FMEA (Failure Model and Effect Analysis) (continuação)


13.2 – Formulário FMEA

13.3 – Exemplo de FMEA da atividade de almoxarifado

Disponível em: <www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1999_A0165.PDF>. Acesso em: 19 nov. 2010.

269
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

14 – Aplicação da AAF e o Quadro de Símbolos*


14.1 - Exemplo de Análise de Árvore de Falhas – AAF

Não consegui chegar a


tempo na palestra

Houve atraso no transporte Deixei o hotel atrasado

Houve atraso Demora em


Houve atraso Jantar prolongou-se
no trajeto aprontar-se
na saída

O restaurante
é demorado O papo
Outros Acidente Excesso A roupa passada estava bom
improvistos de trajeto de tráfego atrasou

Atrasei meu
cronograma

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

14 – Aplicação da AAF e o Quadro de Símbolos (continuação)


14.2 – Simbologia

Módulo ou comporta “E”.

Módulo ou comporta “OU”.

Módulo ou comporta de inibição. Permite aplicar uma condição


ou restrição à sequência.

Identificação de um evento particular, topo ou contribuinte.

Falha primária de um ramo ou série. Evento básico.

Normalmente um evento que sempre ocorre, a menos


que ocorra falha.

Evento não desenvolvido. Falta de informação ou


de consequência suficiente.

Indica ou estipula restrições.

Símbolo de conexão a outra parte da árvore.

Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1998_ART012.pdf>. Acesso em: 9 dez. 2010.

271
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

15 – Novas concepções para a compreensão dos acidentes*


Literatura de Cordel

ACIDENTE DE TRABALHO

Autores: Antonio de Lisboa, Edmilson Ferreira, Chico de Assis e João Santana

Conte pra gente, conte com a gente

Um dos grandes problemas que o Governo Federal está atacando pra valer é o dos acidentes e das mortes no
trabalho. É uma situação dramática, que vem marcando, matando e calando, sobretudo, a nossa juventude
trabalhadora.

O Ministério da Saúde está com um importante papel nesta luta, o de implementar a Política Nacional de
Notificação de Acidentes e Doenças no Trabalho. Uma das ações é a expansão da Rede Nacional de Atenção
à Saúde do Trabalhador (Renast) dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), cuja meta é constituir 130 Centros
de Referência em Saúde do Trabalhador, em todo o País, até 2006, sendo que 111 já estão habilitados. Outra
ação importante é a campanha Conte pra Gente, Conte com a Gente, lançada em Brasília, no dia 28 de abril,
para incentivar a notificação dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho, dentro da rede do SUS.

Também integra a Política Nacional de Notificação de Acidentes e Doenças um amplo trabalho de educação
e de comunicação, envolvendo os gestores da rede pública de saúde, as universidades, os artistas, os movi-
mentos sociais e os próprios trabalhadores e seus aliados.

Aliás, muitos desTes aliados já chegaram: é o caso dos poetas repentistas. Expressão máxima do movimento
popular artístico e cultural nordestino, o cordel e a cantoria, em verso e trova, emprestam sua voz e dão vez a
mais um grito de alerta contra esses acidentes, contra essas mortes, a favor da vida... de vida em abundância.

É com grande orgulho que o Ministério da Saúde oferece mais uma bela obra exarada por lideranças do mo-
vimento dos poetas repentistas, como Chico de Assis, Donzílio Luiz, Ismael Pereira, João Santana, Edmilson
Ferreira e Antonio de Lisboa. Com maestria, traduziram um cenário de sangria e dor numa evocação à luta,
em nome da esperança e em nome do futuro.

Quem agradece aos nossos trovadores – verdadeiros tradutores da alma popular – é o povo brasileiro.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

272
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

15 – Novas concepções para a compreensão dos acidentes


(continuação)

Ministério da Saúde

Acidentes de trabalho Atualmente ao pensarmos

Há no campo e na cidade, Sobre os tipos de acidentes,

Atingem categorias Que às vezes têm causas simples

De grande diversidade, Com efeitos contundentes,

E a falta de prevenção Lembramos, de imediato,

Dobra sua gravidade. De alguns que são mais freqüentes.

Acidentes são causados Segurança no trabalho

Por tarefas inseguras, É, pra todos, um direito.

Com máquinas, produtos químicos, Todo tipo de serviço,

Trabalho em grandes alturas, Sem dúvida, pode ser feito

Tanto em indústrias terrestres Sem que o trabalhador seja

Quanto no mar, nas funduras. A acidentes sujeito.

Na indústria e nos serviços Prevenção contra acidentes

Os acidentes são fortes, É um ideal maduro,

A armazenagem de cargas, É garantir a família

A construção e os transportes, E preparar o futuro

São, segundo indicadores, Com qualidade de vida

Os que mais provocam mortes. Num ambiente seguro.

No trânsito, esses acidentes A prevenção é, também,

Com homens, ocorrem mais Economia real,

Dos vinte aos quarenta anos, Com acidentes, bilhões

Com danos materiais, São nosso gasto anual,

E inúmeras perdas de vida, Saídos do cofre da

Fora as lesões corporais. Previdência Social.

273
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

15 – Novas concepções para a compreensão dos acidentes


(continuação)

Coisas trágicas repentinas Um programa preventivo

Chocantes, sem dúvida, são: Toda empresa tem que ter,

Incêndio; queda de andaime; O trabalhador autônomo

De gases a inalação; Precisa se precaver,

Cortes de serras elétricas; Quem não é bem informado

Mortes por descompressão. Não sabe se proteger.

Há os que são, lentamente, A legislação possui

Por situações nocivas, Capítulos sobre acidente,

Causadores de doenças Cabe, a patrões e empregados,

E de lesões progressivas, Conhecer a lei vigente

Que podem ser evitados Para a proteção de todos

Por medidas preventivas. Ser feita corretamente.

Em empresas desconformes Que além de perdermos vidas,

Decepções são diárias, Milhões de reais gastamos

Acidentes são comuns,

E as condições são precárias, E nos sensibilizamos

Por falta de prevenção Ao saber que atualmente

E informações necessárias. Morrem oito diariamente

No trabalho rotineiro,

CIPA é comissão interna TRABALHADOR BRASILEIRO

De prevenção de acidentes, DIGA NÃO AO ACIDENTE.

Composta por empregados

E patrões que, conscientes, Em 2002 se leram

Lutam pra poder tornar Muitos dados violentos,

Os riscos inexistentes. Mais de dois mil e quinhentos

Trabalhadores morreram,

274
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

15 – Novas concepções para a compreensão dos acidentes


(continuação)

A CIPA é a ferramenta Mais de quinze mil sofreram

Que observa e relata, Invalidez permanente.

De maneira imediata, Para que daqui pra frente

Se existem riscos ou não, Se tome um melhor roteiro,

Promovendo discussão, TRABALHADOR BRASILEIRO

Debatendo e informando, DIGA NÃO AO ACIDENTE.

Aos patrões solicitando

Medidas de prevenção.

Empresas particulares

E órgãos por nós conhecidos,

Com empregados regidos

Pela Consolidação

Das Leis do Trabalho, são

Obrigados a manter

Uma CIPA, com o dever

De implementar prevenção.

Patrões e empregados, vamos

Tomar seríssimas medidas,

275
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

15 – Novas concepções para a compreensão dos acidentes


(continuação)
Fonte:

MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Área Técnica de Saúde do Trabalhador
Esplanada dos Ministérios, bloco G, 6.º andar, sala 603
Brasília – DF
CEP.: 70.058-900
Tels.: (61) 3315-2610/3315-3395
Fax: (61) 3226-6406
e-mail: cosat@saude.gov.br
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada gratuitamente na Biblioteca Virtual do Mi-
nistério da Saúde: <http://www.saude.gov.br/bvs>
O conteúdo desta e de outras obras da Editora do Ministério da Saúde pode ser acessado gratuitamente na
página: <http://www.saude.gov.br/editora>

EDITORA MS

Coordenação-Geral de Documentação e Informação/SAA/SE

MINISTÉRIO DA SAÚDE

(Normalização, revisão, editoração, impressão, acabamento e expedição)


SIA, Trecho 4, Lotes 540/610 – CEP: 71200-040
Telefone: (61) 3233-2020 Fax: (61) 3233-9558
E-mail: editora.ms@saude.gov.br
Home page: http://www.saude.gov.br/editora
Brasília – DF, julho de 2005
OS 0461/2005

276
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

16 – Planilha WHAT-IF (WI)/CHECKLIST*

Atividade O que aconteceria se? Causas Consequências Observação e Recomendação

Exemplo de preenchimento:

Atividade O que aconteceria se? Causas Consequências Observação e Recomendação

Seleção de Fossem misturadas Falta de Roupas escuras com Criar critério de separação
roupas roupas claras com critério ou fiapos brancos e entre roupas claras e escuras
escuras conhecimento roupas claras com e instruir o responsável pela
manchas escuras atividade

Seleção de Fossem misturadas Falta de Roupas boas, sujas


roupas roupas boas e ruins critério ou por fiapos
conhecimento

Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1998_ART012.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2010.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

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Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

17 – RISCOS DOS SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO*


As instalações frigoríficas, porque trabalham com refrigerantes com características físico-químicas especiais
e em condições de temperatura, pressão e umidade diferenciadas do habitual, apresentam riscos específicos
à segurança e à saúde, relacionados com o tipo agente refrigerante utilizado, assim como com as instalações
e equipamentos.

As maiores preocupações são os vazamentos com formação de nuvem tóxica de amônia e as explosões.

As causas de acidentes são falhas no projeto do sistema e danos aos equipamentos provocados pelo calor,
corrosão ou vibração, assim como por manutenção inadequada ou ausência de manutenção de seus compo-
nentes, como válvulas de alívio de pressão, compressores, condensadores, vasos de pressão, equipamentos
de purga, evaporadores, tubulações, bombas e instrumentos em geral. É importante observar que mesmo
os sistemas mais bem projetados podem apresentar vazamentos de amônia, se operados e/ou mantidos de
forma precária.

São frequentes os vazamentos causados por:

• abastecimento inadequado dos vasos;

• falhas nas válvulas de alívio, tanto mecânicas quanto por ajuste inadequado da pressão;

• danos provocados por impacto externo por equipamentos móveis, como empilhadeiras;

• corrosão externa, mais rápida em condições de grande calor e umidade, especialmente nas porções de
baixa pressão do sistema;

• rachaduras internas de vasos que tendem a ocorrer nos/ou próximo aos pontos de solda;

• aprisionamento de líquido nas tubulações, entre válvulas de fechamento;

• excesso de líquido no compressor;

• excesso de vibração no sistema, que pode levar à sua falência prematura.

BRASÍLIA. Ministério do Trabalho e Emprego. Nota Técnica 003/2004. Refrigeração industrial por amônia –
riscos, segurança e auditoria fiscal. 2005. Disponível em: <www.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_refrigeracao.
pdf>. Acesso em: 20 nov. 2010.

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

278
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

18 – Reportagem
“Em busca de melhores resultados na prevenção de acidentes e na promoção da saúde dos traba-
lhadores, empresas adotam modelos internacionais ou desenvolvem seus próprios Sistemas de Ges-
tão. Além de atender às exigências legais, indicam oportunidades de melhoria e, assim, contribuem
com a sustentabilidade da organização.”

Para monitorar os indicadores que compõem a SST Segurança e Saúde de Trabalho o ideal é unificar
em um programa as ações de prevenção de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho e, com
a obtenção dos resultados pode-se então traçar estratégias de melhoria contínua- PDCA (em inglês:
planejar, fazer, avaliar e agir).

O Fator Acidentário de Prevenção – FAP – dissemina a cultura da prevenção dos acidentes e doenças
do trabalho no ambiente coorporativo, contribuindo com o negócio da empresa: tanto em seus re-
sultados econômicos quanto em sua imagem institucional.

Fonte:<http://www.dataprev.gov.br/fap.htm>. Acesso em 4 out. de 2011.

279
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

19 – Estudo de caso
Quadro 1

Acidente 2007 2008 2009 2010 (*)

Com afastamento < 5 dias 15 17 10 13

Com afastamento > 15 dias 9 11 7 1

Sem afastamento 34 40 24 12

Com prejuízos materiais 8 9 5 11

Fonte: Setor de QSMS da Tecno Mais.

(*) Resultado apurado até ago/2010.

O setor de gestão financeira apresentou os seguintes resultados dos gastos realizados nestes mesmos anos,
por conta gerencial, para treinamentos em MR$:

Quadro 2

Conta Gerencial 2007 2008 2009 2010 (*)

Fabricação 8,7 9,2 8,4 7,8

Administração 4,6 5,2 5,8 6,3

Garantia 3,5 4,9 5,4 5,2

SMS 8,4 2,4 10,6 8,4

Fonte: Gestão Administrativa da Tecno Mais.

(*) Resultado apurado até ago/2010.

280
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

Processos de Perícia,
Auditoria e Fiscalização
Módulo 4 em Segurança do
Trabalho

Organização do Trabalho e
Segurança

Legislação Aplicada à
Segurança do Trabalho

Prevenção e Controle de
Perdas

Ação Integradora:
Elaboração de Relatório-
resposta a uma Fiscalização
(Real ou Simulada) do
Ministério do
Trabalho e Emprego – MTE

281
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

Ação Integradora:
Elaboração de Relatório-
resposta a uma Fiscalização
(Real ou Simulada) do Ministério
do Trabalho e Emprego – MTE
ESTA UNIDADE CURRICULAR CONTÉM 3 ANEXOS, VEJA-OS A SEGUIR.

1. Conto do tratorão
2. Verificação de segurança
3. Notificação para apresentação de documentos e informações (NAD)

282
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

1 – Conto do Tratorão*

Um jovem aprendiz da área administrativa caminhava pela área de lavagem de caminhões à espera de sua
carona para casa quando viu uma mancha escura no chão. Curioso, perguntou a seu colega de trabalho se
aquela mancha no chão seria óleo, o que em sua concepção a tornaria perigosa, pois o ajudante do mecâ-
nico tinha acabado de passar por cima dela com uma caixa de ferramentas que era pesada e pontiaguda.

O colega, que trabalhava na limpeza de janelas e calhas da garagem e do depósito, disse que já tinha visto
o supervisor brigar com o rapaz que faxinava o local, dizendo que ficaria feio da próxima vez que a fiscali-
zação batesse à porta. O colega deu de ombros e disse que não se importava, pois não era trabalho dele,
afinal a limpeza do chão da garagem era de responsabilidade da equipe de manutenção.

Ao terminar de se arrumar, o colega virou-se e chamou o jovem, que prontamente pulou em sua moto e,
com ele, foi de carona para casa.

Mais tarde, nesta garagem, o laboratorista, que era responsável por coletar o material para examinar a
qualidade, resolveu ir ao depósito pegar os kits de teste, mas a mancha, que havia se espalhado e escorrido
até a porta pela qual ele passava, fez com que ele escorregasse e caísse.

Embora o Técnico de Segurança do Trabalho tivesse, em sua última vistoria, verificado a condição de risco
e a tivesse relatado, considerando os riscos de acidente, para o supervisor de manutenção da fábrica, a
limpeza do local não ocorria a contento.

Esta situação gerou um acidente de trabalho. Socorrido pelo responsável no local da CIPA, que acionou o ser-
viço de saúde e o encaminhou à UTI móvel, o laboratorista foi levado ao hospital e teve diagnosticada lesão
na coluna cervical. Após avaliação clínica e cirurgia de emergência, o acidentado ficou imobilizado por 90 dias.

Após este período, foi retirado o gesso, e o acidentado foi encaminhado para sessões de fisioterapia. Porém,
as mesmas não surtiram o efeito desejado, e foi diagnosticada lesão permanente em sua coluna cervical.
O acidentado foi considerado incapaz de voltar às atividades laborais por estar paraplégico e aposentado
por invalidez permanente.

Considerando a perda na qualidade de vida e os recursos financeiros, foi realizada uma reunião que previu
a substituição de toda a equipe de manutenção e limpeza da garagem e depósito. Esta medida foi tomada
porque as ações de conscientização e aperfeiçoamento em segurança não tinham o necessário impacto na
mudança de cultura da equipe, gerando riscos à saúde e segurança em vários aspectos.

O laboratorista perdeu sua chance de crescer na empresa e tornar-se um dos acionistas, como almejava,
bem como viu despedaçado seu sonho de medalha em competições de caiaque, para o que ele tanto se
esforçava nos fins de semana.

O aprendiz manteve seu emprego, mas ficou ainda mais alerta às situações não somente de perigo, mas
também de desperdício, pois viu que sua preocupação, que não fora infundada, gerou a demissão do colega
que não deu importância devida à mancha, do ajudante do mecânico que não limpou a garagem, do me-
cânico que não utilizou os meios devidos de contenção de óleo durante sua troca e de outros funcionários
que ali trabalhavam.

Benedita Creusa de Jesus

* O Senac Rio se reservou o direito de não alterar os textos contidos neste manual. Portanto, não pode ser responsabilizado pelos
possíveis erros ortográficos e gramaticais. O conteúdo dos documentos aqui utilizados é de responsabilidade de seus autores.

283
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

2 – Verificação de segurança

Verificação de Segurança – Modelo Simplificado

Empresa: N° documento: 01

Área/Setor:
Data: ____/____/____
N° funcionários:

Jornada de Trabalho: ( ) administrativo ( ) manhã ( ) tarde ( ) noite

Item Situação a ser observada Sim Não Observações

1 Os extintores estão abastecidos?

Existem obstáculos nos corredores


2
de passagem?

Observações complementares:

________________________________________________________ _____________________________________________________________
Responsável pela verificação Responsável pelo setor

Verificação de Segurança – Modelo Integrado ao Sistema de Gestão SST


Empresa: N° documento: 01

Área/Setor:
Data: ____/____/____
N° funcionários:

( )
Jornada de Trabalho: ( ) administrativo ( ) manhã ( ) tarde
noite

Medidas de Controle

Categoria de
Funções Agentes Implementadas Falta Implementar
Risco

Ruído Importante Protetor Auricular Exame Audiométrico


Torneiro Óculos de Segurança
Limalhas Importante
Luva de Vaqueta

Fatores de Risco Ações Preventivas

Qualificações Prioridades

Itens A B C MD PA Medidas Propostas 1 2 3 4

Uso de máscara com Falta comprar lente


lentes filtrantes 12

Qualificação: A = Atendido 100% B = Atendido 75% C = Atendido 50% D = Atendido Deficiente


PA = Pendente de Avaliação
Prioridades: 1 = Prioridade máxima 2 = Prioridade mínima

Observações complementares:

________________________________________________________ _____________________________________________________________
Responsável pela verificação Responsável pelo setor

284
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

3 – Notificação para apresentação de documentos e informações


(NAD)

MINISTÉRIO DE TRABALHO E EMPREGO

SEÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR/RJ

NOTIFICAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES (NAD) No. ________________________________

EMPREGADOR: ________________________________________________________________________________________________________________

ENDEREÇO: ____________________________________________________________________________________________________________________

CNPJ: ______________________CEP: _______________________ TEL: _______________________CNAP:________________________

Notificamos o empregador acima a apresentar, às ______________ horas do dia ______________, os documentos


abaixo assinalados, naquilo que se aplicar conforme as relações de trabalho, nos termos do disposto na
Consolidação das Leis do trabalho, na Lei 8213/ 1991 e na Lei 10.593/2001. O não cumprimento desta noti-
ficação importará em autuação na forma da lei. Esclarecimentos pelo tel: ________________________________

Local de apresentação: ________________________________________________________________________________________________

( ) Livro de Inspeção do Trabalho e carta de preposto.

( ) Relação dos trabalhadores separados por relação de trabalho (estatutário, temporário, celetista) e por
secretaria, incluindo os demitidos nos últimos seis meses e estatuto dos servidores.

( ) Relação de estabelecimentos/locais de trabalho com endereço, número de empregados e CNPJ (se


houver).

( ) Relação de terceirizados: discriminados CNPJ, endereço e descrição sucinta dos serviços realizados.

( ) PPRA (documento-base, duas ultimas revisões atuais e todos os documentos relativos ao LTCAT, e rela-
tórios de periculosidade e insalubridade).

( ) Comprovante de entrega de EPI e notas fiscais de compra (últimos três meses).

( ) Certificados de todos os treinamentos em segurança e saúde no trabalho realizados nos últimos anos.

( ) Perfis profissiográficos previdenciários dos empregados desligados nos últimos seis meses.

( ) Último relatório GFIP/SEFIP (relatório completo) acompanhado da folha de pagamento analítica.

285
Técnico em Segurança do Trabalho – Volume 2

3 – Notificação para apresentação de documentos e informações


(NAD) (continuação)

( ) Guias GFIP e GPS dos últimos três meses quitadas.

( ) PCMSO (documento atualizado do programa) e comprovantes de vacinação dos trabalhadores.

( ) Dois últimos relatórios, quadro III da NR-7, com análise escrita dos resultados anormais.

( ) Atestados de saúde ocupacional (ASO): admissionais, últimos dois periódicos, e demissionais


(últimos três meses).

( ) Laudos audiométricos dos empregados expostos a ruídos (todos), separados por empregado.

( ) Planilhas com o histórico dos resultados de monitoramento biológico dos empregados expos-
tos a agentes químicos listados no quadro I da NR 7, contendo a data da coleta e o setor do
empregado amostrado, assinadas pelo médico PCMSO.

( ) Relação de acidentes e doenças ocupacionais ocorridos entre 01/2009 e o período atual,


cópias das respectivas CATs ou do documento de enquadramento previdenciário (NTEP) e
relatórios de análise dos acidentes e doenças. No caso de ausência de acidentes ou doenças
ocupacionais no período solicitado, apresentar declaração de não ocorrência assinada pelo
representante legal.

( ) Relação de todos os afastamentos previdenciários em forma de planilha com o motivo do


afastamento (CID).

( ) Comprovantes de treinamentos de tratoristas e operadores de máquinas.

( ) Comprovantes de formação e de treinamentos da NR-10 de eletricistas e ajudantes.

As informações acima devem ser apresentadas PESSOALMENTE pelos seus respectivos responsá-
veis técnicos.

As informações acima se aplicam aos trabalhadores da Prefeitura e das seguintes empresas ter-
ceirizadas:

_________________________,____/___/______

_________________________________________

Auditor – Fiscal do Trabalho CIF_________________________

Recebi a 1ª. Via em ____/___/______

Assinatura com qualificação: __________________________

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