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Topografia II

CÓDIGO: 38.132-0
CARGA HORÁRIA: 60
CRÉDITOS: 4
INTRODUÇÃO À ALTIMETRIA
Definição
Altimetria é a parte da topometria
que dá a ideia de relevo do terreno. Logo,
é através da altimetria que se representa
uma porção de terreno, como se este
fosse cortado por um plano vertical, onde
os pontos do terreno seriam marcados a
partir de um plano horizontal, denominado
plano de referência, podendo este ser
tangente ao geoide (aproximação do nível
médio dos mares) o que dá as altitudes
(cotas verdadeiras), ou um plano
arbitrário qualquer, que dá as cotas.
Aplicações
• Obras de engenharia
Projetos de redes de esgoto, redes de
abastecimento de água, projeto de estradas,
drenagem urbana, planejamento urbano,
etc.
Representação das superfícies topográficas
• SUPERFÍCIE FÍSICA
É a superfície onde são realizados todos os levantamentos
geodésicos.

• SUPERÍCIE GEOIDAL
É a equipotencial que coincide com o nível médio dos mares não
perturbados. Corresponde a altitude "zero" definida pelo marégrafo.

• SUPERFÍCIE ELIPSOIDAL
É a equipotencial limitante do Elipsóide adotado. As observações
geodésicas são reduzidas a esta superfície.
• NORMAL DE UM PONTO (N)
É a linha de força do campo de gravidade produzida pelo elipsóide.
• ALTITUDE ORTOMÉTRICA (H)
É a distância contada sobre a vertical entre o ponto e o geóide.
• ALTITUDE GEOMÉTRICA (h)
Distância contada sobre a normal entre o ponto e o elipsóide.
ALTURA GEOIDAL ou ONDULAÇÃO DO GEÓIDE (N)
Distância contada sobre a normal, entre as superfícies geoidal e
elipsoidal.
• NORMAS DE NIVELAMENTO

TIPOS DE NIVELAMENTO

Segundo a NBR 13.133 os nivelamentos são


divididos em geométrico, trigonométrico,
taqueométrico e barométrico.
• Nivelamento geométrico

Nivelamento que realiza a medida da


diferença de nível entre pontos do terreno por
intermédio de leituras correspondentes a visadas
horizontais, obtidas com um nível, em miras
colocadas verticalmente nos referidos pontos.
• Nivelamento trigonométrico

• Nivelamento que realiza a medição da diferença de nível


entre pontos do terreno, indiretamente, a partir da
determinação do ângulo vertical da direção que os une e
da distância entre estes, fundamentando–se na relação
trigonométrica entre o ângulo e a distância medidos,
levando em consideração a altura do centro do limbo
vertical do teodolito ao terreno e a altura sobre o terreno
do sinal visado.
• O Nivelamento Trigonométrico (N T) substitui o N.
Geométrico quando for se levantar áreas extensas e
onde existam grandes desníveis ou ainda quando é
necessário nivelar diversas linhas de visadas em
diferentes direções para estudos de vales, por exemplo.
Aplica-se para a determinação de alturas de morros,
torres, prédios, etc. O Nivelamento Geométrico é mais
preciso mas é mais moroso e é limitado pela visada
horizontal. O Nivelamento Trigonométrico é mais rápido
que Niv. Geométrico.
• Definição: É aquele nivelamento que opera com visadas
inclinadas, sendo as DNs (diferenças de nível)
determinadas pela resolução de triângulos retângulos,
conhecendo-se a base e o ângulo (inclinação / zenital)
• Nivelamento taqueométrico

• Nivelamento trigonométrico em que as distâncias são


obtidas taqueometricamente e a altura do sinal visado é
obtida pela visada do fio médio do retículo da luneta do
teodolito sobre uma mira colocada verticalmente no
ponto cuja diferença de nível em relação à estação do
teodolito é objeto de determinação.
• Nivelamento barométrico

• Nivelamento realizado através de barômetros


que, por meio da estimativa da pressão
atmosférica, mensura a altitude do relevo em
relação ao nível médio do mar. Este
instrumento foi inventado em 1643 pelo físico
e matemático italiano Torricelli. Existem dois
tipos de barômetro: de coluna de mercúrio e
aneróide (metálico).
• CLASSIFICAÇÃO DOS NÍVEIS

• Os níveis são classificados segundo desvio–


padrão de 1 km de duplo nivelamento. A
precisão dos níveis é informada pelos
fabricantes.
• CLASSES DE NIVELAMENTOS

• As finalidades das quatro classes de


nivelamento de linhas ou circuitos e
seções apresentadas na NBR 13.133
referem–se a:

• Classe IN
Nivelamento geométrico para implantação
de referências de nível (RN) de apoio
altimétrico.
• Classe IIN
Nivelamento geométrico para determinação
de altitudes ou cotas em pontos de
segurança (PS) e vértices de poligonais
para levantamentos topográficos destinados
a projetos básicos, executivos, como
executado, e obras de engenharia.
• Classe IIIN
Nivelamento trigonométrico para
determinação de altitudes ou cotas em
poligonais de levantamento, levantamento
de perfis para estudos preliminares e/ou de
viabilidade em projetos.
• Classe IVN
Nivelamento taqueométrico destinado a
levantamento de perfis para estudos
expeditos.
• TOLERÂNCIAS DE ACORDO COM O IBGE

• Segundo a R.PR n° 22/83 do IBGE –


Especificações e normas gerais para
levantamentos geodésicos – a tolerância de
fechamento do nivelamento é a seguinte:
• TÉCNICAS DE NIVELAMENTO
Dá–se o nome de nivelamento ao conjunto
de operações de campo realizadas com a
finalidade de medir as diferenças de nível entre
pontos situados na superfície topográfica.
Dependendo dos equipamentos usados,
classificam–se os métodos de nivelamento em:
geométrico, trigonométrico, taqueométrico e
barométrico.
• NIVELAMENTO GEOMÉTRICO SIMPLES
É o nivelamento realizado em áreas pequenas e com
pouca declividade, pois o equipamento fica em um
lugar só, não sendo necessário trocar de lugar,
determinando–se as cotas de todos os pontos. Para
se realizar um nivelamento geométrico simples, usa–
se anotar as leituras de ré e de vante de forma
sistemática e lógica, para evitar omissões ou enganos,
e permitir o cálculo da cota de cada ponto visado.
Definição Mais Atual de NGS: Quando possível visar, de uma única
estação do nível, a mira colocada sucessivamente em todos os pontos
do terreno a nivelar. Por exemplo, na Figura abaixo, pode-se constar
que o nível localizado entre os pontos A e B consegue levantar todos os
pontos em questão, considerando apenas uma visada horizontal, sem
necessidade de transferência do instrumento.
• Pontos
É o número ou outra designação qualquer
do vértice onde é colocada a régua,
onde se faz leitura de ré e de vante. A cota do
primeiro ponto pode ser conhecida ou
arbitrada.
• Distâncias
A determinação indireta das distâncias pode ser feita
através da taqueometria, com a utilização de
equipamentos tradicionais e de distanciômetros eletrônicos
e prismas com a utilização de estação total.
• Na taqueometria a distância horizontal pode ser
obtida através da visada dos fios estadimétricos do
retículo da luneta do teodolito ou nível aplicando–se
a seguinte equação:

DH = 100 . (Fs – Fi).sen²α zenital ou vertical


• Leituras de ré
São as leituras realizadas no ponto de cota
conhecida (ou arbitrada).

• Leituras de vante
São as leituras na régua dos pontos subsequentes
ao primeiro (ré).
• Diferenças de nível
São as diferenças de altura do ponto de ré para os
demais pontos (vantes). As diferenças de nível
são calculadas pela equação:
DN = leitura de ré – leitura de vante
• Cotas
São os valores de altitude dos pontos. A
primeira cota, se não for conhecida, através de
uma referencia de nível (RN) ou GPS, deve ser
estipulada. As cotas seguintes podem ser
calculadas através da equação:

Cota = cota da ré + DN
• Exemplo 01 de uma caderneta para nivelamento
geométrico simples:
DN = RÉ – Vante Cota = Cré + DN
DN = 2,8 – 1,7 Cota = 10 + 1,10
DN = 1,10 m Cota = 11,10m
• Verificação do cálculo da caderneta
Tal verificação é realizada apenas para determinar se os
cálculos das cotas estão certos, mas não é possível
determinar erros de leitura ou anotações nas leituras de ré
ou de vante. Verifica–se o cálculo das cotas da seguinte
forma:

última cota – primeira cota = leitura de ré – última vante

No exemplo 01 temos:
99,76 – 100 = 1,5 – 1,74
–0,24 = –0,24
Verdade matemática. Logo, no presente exemplo não há
erro de cálculo.
• Verificação do cálculo da caderneta exemplo 02

última cota – primeira cota = leitura de ré – última vante

No exemplo 02 temos:

9,40 – 10 = 2,8 – 3,40


–0,6 = –0,6

Verdade matemática. Logo, no presente exemplo


não há erro de cálculo.
• NIVELAMENTO GEOMÉTRICO COMPOSTO
É o nivelamento mais realizado nas obras em geral, e é
assim denominado porque são necessárias inúmeras
trocas do equipamento de lugar. Para isso, faz–se uma
nova leitura de ré, num vértice que já foi vante, ou seja, já
tem cota conhecida, para assim determinar uma nova
diferença de nível.
• Pontos
Da mesma forma que o nivelamento geométrico simples.

• Distâncias
Da mesma forma que o nivelamento geométrico simples.

• Leituras de ré
É a coluna usada para as leituras realizadas nos pontos de cota
conhecida (ou arbitrada). Lembrando que, quando houver a
necessidade de trocar o nível de lugar, deve–se realizar nova
leitura de ré sobre o ponto imediatamente anterior.
• Leituras de vante
Da mesma forma que o nivelamento geométrico simples.
• Vante de mudança
São as leituras de vante da linha da nova leitura de ré. Quando
mudamos o aparelho de lugar a próxima leitura de vante será a
vante de mudança.
• Diferenças de nível
Nesta coluna são anotadas as diferenças de nível entre os
pontos, que são calculadas pela equação:

DN = ré anterior – vante
• Cotas
Nesta coluna registram–se as cotas dos pontos calculadas no
nivelamento realizado. A primeira cota, se não for conhecida
(através de uma referencia de nível – RN), deve ser estipulada.
As cotas seguintes podem ser calculadas através da equação:

Cota = cota da vante de mudança + DN


Verificação do cálculo da caderneta
última cota – primeira cota = leitura de ré – última vante
DN = ré anterior – vante Cota = cota da vante de mudança + DN

DN = 1,585 – 1,58 = 0,005 Cota = 100 + 0,005 = 100,005


1,585 – 1,68 = -0,095 100 + (-0,095) = 99,905

1,105 – 1,83 = -0,725 99,905 + (-0,725) = 99,18


1,105 – 1,85 = -0,745 99,905 + ( -0,745) = 99,16
1,105 – 1,58 = -0,475 99,905 + (-0,475) = 99,43
1,105 – 1,38 = -0,275 99,905 + (-0,275) = 99,63

1,565 – 1,03 = 0,535 99,63 + 0,535 = 100,165


1,565 – 0,88 = 0,685 99,63 + 0,685 = 100,315
Verificação do cálculo da caderneta
última cota – primeira cota = leitura de ré – última vante

100,315 – 99,630 = 1,565 -0,88


0,685 = 0,685
PR1 = Cota 1 + Ré 1
100 + 1,585 = 101,585m
Cota2 = PR1 – Vante
101,585 - 1,58 = 100,005
Cota3 = 101,585 – 1,68 = 99,905

PR2 = Cota 3 + Ré 3
99,905 + 1,105 = 101,01m
Cota 4 = PR2 – Vante
101,01 – 1,83 = 99,18
Cota 5 101,01 – 1,85 = 99,16
Cota 6 101,01 – 1,58 = 99,43
Cota 7 101,01 -1,38 = 99,63

PR3 = Cota 7 + Ré 7
99,63 + 1,565 = 101,195
Cota 8 101,195 + 1,03 = 100,165
Cota 9 101,195 + 0,88 = 100,315

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