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Contabilidade

A preocupação primeira dos Contadores, Auditores e Fiscais foi a de fazer da Contabilidade de Custos
uma forma de resolver seus problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado, não a de
fazer dela
um instrumento de administração. Por essa não-utilização de todo o seu potencial no campo gerencial,
deixou a
Contabilidade de Custos de ter uma evolução mais acentuada por um longo tempo.
Devido ao crescimento das empresas, com o conseqüente aumento da distância entre administrador e
ativos e pessoas administradas, passou a Contabilidade de Custos a ser encarada como uma eficiente
forma de auxílio no desempenho dessa nova missão, a gerencial.
É importante ser lembrado que essa nova visão por parte dos usuários de Custos não data de mais que
algumas décadas, e, por essa razão, ainda há muito a ser desenvolvido. É também importante ser
constatado que
as regras e os princípios geralmente aceitos na Contabilidade de Custos foram criados e mantidos com a
finalidade básica de avaliação de estoques e não para fornecimento de dados à administração. Por essa
razão,
são necessárias certas adaptações quando se deseja desenvolver bem esse seu outro potencial;
potencial esse
que, na grande maioria das empresas, é mais importante do que aquele motivo que fez aparecer a
própria
Contabilidade de Custos.
O estágio atual da Tecnologia de Informação possibilita soluções bastante satisfatórias, processando
simultaneamente as três contabilidades e conciliando as diferenças.

Desde que duas pessoas resolvam comunicar-se, é absolutamente necessário que passem a dar aos
objetos, conceitos e idéias o mesmo nome, sob pena de, no mínimo, reduzir-se o nível de
entendimento. O que
comumente se denomina de “mero problema de terminologia” talvez fosse mais bem tratado como
“magno
problema de terminologia”.
Infelizmente, encontramos em todas as áreas, principalmente nas sociais (e econômicas, em particular),
uma profusão de nomes para um único conceito e também conceitos diferentes para uma única palavra.

Quaisquer que sejam as formas de apropriação dos custos, é fundamental lembrar sempre que a
Contabilidade Financeira “entrega” à de Custos certo montante de Custos de Produção do Período, e a
Contabilidade de Custos “devolve” à Financeira Produtos Acabados. Na hipótese simplista de
inexistência de
produtos em elaboração no fim de cada período, é obrigatório então que o total levado para Custos seja
o
mesmo devolvido na forma de produtos acabados.
Essa conciliação entre Custos e Contabilidade Financeira é de fundamental importância para se evitarem
distorções nas avaliações dos resultados de cada período e nas medidas dos estoques. Já está mais do
que evidenciado até aqui que, para efeito de contabilização, Custos funciona como o setor de
distribuição de uma série de gastos fabris para os produtos feitos. Não pode haver apropriação aos
produtos de um valor maior ou menor do que o total dos Custos incorridos pela produção no período!
Esta integração é também essencial para a aceitação dos valores atribuídos aos estoques para fins
fiscais.
O Custeio Baseado em Atividades, conhecido como ABC (Actívity-Based Costing), é uma metodologia
de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos
indiretos,discutidas nos três últimos capítulos.
O ABC pode ser aplicado, também, aos custos diretos, principalmente à mão- de-obra direta, e é
recomendável que o seja; mas não haverá, neste caso, diferenças significativas em relação aos
chamados “sistemas tradicionais”. A diferença fundamental está no tratamento dado aos custos
indiretos.
Com o avanço tecnológico e a crescente complexidade dos sistemas de produção, em muitas indústrias
os custos indiretos vêm aumentando continuamente, tanto em valores absolutos quanto em termos
relativos, comparativamente aos custos diretos (destes, o item Mão-de-obra Direta é o que mais vem
decrescendo).
Outro fenômeno importante a exigir melhor alocação dos custos indiretos é a grande diversidade de
produtos e modelos fabricados na mesma planta que vem ocorrendo nos últimos tempos,
principalmente em alguns setores industriais.
O objetivo primário da Contabilidade de Custos era de mensurar os valores monetários dos estoques e
do resultado. Depois com o grande crescimento das empresas, se tornou também eficiente como auxilio
aos administradores. Atualmente a Contabilidade de Custos abrange duas funções principais: auxilia no
controle e nas tomadas de decisões. Com o grande aumento da concorrência, as empresas não podem
definir seus preços apenas sobre os custos incorridos, mas também sobre os preços de mercado.

Uma regra fundamental da Contabilidade Financeira é a que estipula a forma de avaliação dos ativos. A
regra geral do Custo Histórico diz respeito ao critério de avaliação e ditames mais específicos que
explicitam quais itens compõem o ativo em questão; por exemplo, após a aquisição de determinada
matéria-prima, a empresa incorre em gastos com transporte, segurança, armazenagem, impostos de
importação, gastos com liberação alfandegária etc. Como tratar contabilmente esses encargos
adicionais ao valor pago ao fornecedor?
A regra é teoricamente simples: Todos os gastos incorridos para a colocação do ativo em condições de
uso (equipamentos, matérias-primas, ferramentas etc.) ou em condições de venda (mercadorias etc.)
incorporam o valor desse mesmo ativo.
Se um material foi adquirido para revenda, integram seu valor no ativo todos os gastos suportados pela
empresa para colocá-lo em condições de venda; se o adquiriu para consumo ou uso, fazem parte do
montante capitalizado os gastos incorridos até seu consumo ou utilização.
Cabe aqui um comentário com relação a uma aparente diferença de tratamento entre os critérios da
empresa comercial e os da industrial. Aquela, ao incorrer em gastos com armazenagem de mercadorias
destinadas à venda, não os trata como ativos, e sim como despesas. E a indústria, ao estocar matéria-
prima, não considera os gastos com armazenagem como despesas, e sim como acréscimo ao valor dos
itens estocados. A diferença reside no fato de a empresa comercial precisar realmente estocar sua
mercadoria durante um certo tempo para depois vendê-la, mas, ao colocá-la em seus mostruários,
instalações ou depósitos, já a tem em condições de negociação. Só não a vende imediatamente em
virtude de sua normal rotação de estoques, nascida principalmente em função da demanda de seus
clientes, enquanto na indústria a armazenagem é uma fase do próprio processo completo da produção.
E tudo o que diz respeito à produção é Custo.
Segundo Marion (2003, p. 127) “A DRE é extremamente relevante para avaliar desempenho da empresa
e a eficiência dos gestores em obter resultado positivo. O lucro é o objetivo principal das empresas”.
De acordo com Gonçalves (1996, p.315) “A Demonstração do Resultado do Exercício apresenta, de
forma resumida, as operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, demonstrada de
forma a destacar o resultado líquido do período”.
Para Iudícibus (2004, p.194) “A Demonstração do Resultado do Exercício é um resumo ordenado das
receitas e despesas da empresa em determinado período. É apresentada de forma dedutiva (vertical),
ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo)”.
Por intermédio da contabilidade é possível gerenciar de forma mais efetiva:
- os recursos disponíveis;
- obter informações úteis ao planejamento das atividades,
- controlar ou reduzir despesas,
- aumentar receitas,
- conhecer o custo de produção, revenda ou consumo,
- apurar o lucro ou prejuízo,
- e ainda prevenir e identificar fraudes.
A finalidade da contabilidade é fornecer informações às pessoas ou entidades interessadas na situação
patrimonial (bens, direitos e obrigações) e econômica (lucro ou prejuízo) da entidade, bem como na
aferição de sua capacidade produtiva.
A Demonstração do Fluxo de Caixa demonstra a origem e a aplicação de todo o dinheiro que transitou
pelo Caixa em um determinado período e o resultado desse fluxo (Iudícibus e Marion, 1999). Em outras
palavras, é uma demonstração contábil que tem como função principal apresentar as movimentações
de entradas e saídas de caixa de uma entidade em um determinado período. Essa demonstração
utilizando-se de linguagem e conceitos simples e possui uma melhor comunicação com a maioria dos
usuários das demonstrações contábeis. O CAIXA considerado na elaboração desta demonstração
compreende os numerários em mãos, depósitos bancários disponíveis e os investimentos a curto prazo,
de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em valores conhecidos de caixa e que estão sujeitos
a insignificantes riscos de mudanças de valor. Estes últimos conhecidos como equivalentes de caixa.
Para Zdanowicz (2004) quando as empresas trabalham o fluxo de caixa estas possuem um instrumento
que permite demonstrar as operações financeiras que são realizadas, o que possibilita melhores análises
e decisões quanto à aplicação dos recursos financeiros que a empresa dispõe.
O caixa, como definido anteriormente e para fins de elaboração desta demonstração, é dividido em três
grupos de atividades: as Operacionais, de Investimento e de Financiamento.
a) Atividades Operacionais inclui todas as transações ou outros eventos não definidos como atividades
de investimentos ou financiamento, ou seja, as atividades operacionais que geralmente envolvem a
produção e venda de produtos e a prestação de serviços;
Exemplos de Fluxos de Entrada de Caixa:
• Venda de mercadorias ou serviços; e
• Todas as outras transações não definidas como atividades de investimento ou financiamento,
incluindo valores recebidos das decisões judiciais ou legais, valores referentes a seguros não-pertinentes
diretamente às atividades de investimento ou financiamento e devolução de pagamentos ou
adiantamentos feitos a fornecedores.
Exemplos de Fluxos de Saída de Caixa:
• Aquisição de materiais para produção ou para venda;
• Salários e encargos sociais dos empregados
• Impostos, multas e outras despesas legais;
• Materiais e serviços gerais; e
• todas e quaisquer transações não definidas como atividades de investimento ou financiamento,
incluindo pagamentos relativos a causas judiciais, donativos e devolução de pagamento a clientes.
É comum, por outro lado, a indústria ratear esses gastos com armazenagem diretamente aos produtos,
ao invés de acrescê-los aos materiais. Se o fluxo de produção é relativamente normal e homogêneo, é
irrelevante a eventual diferença entre um procedimento e outro, principalmente se o próprio custo da
armazenagem é também constante. Porém, havendo grandes oscilações nos volumes de produção ou
nos custos com armazenagens, pode ocorrer o fato indesejado de se estar jogando custos de estocagem
de material a ser usado no período seguinte como custo do produto elaborado no mês anterior.
O mesmo ocorre com todos os valores gastos com Seção de Compras, Recepção, Manuseio etc. São
montantes que deveriam ser apropriados ao próprio material mediante rateios ou taxas estimadas de
aplicação, mas que, na hipótese de normalidade relativa de produção e custos, melhor ficam, do ponto
de vista prático, se apropriados como parte dos Custos Indiretos e rateados à produção elaborada.
Às vezes é necessário o rateio dos próprios valores de frete, seguros e outros para se trazer o material à
fábrica, quando um único montante representa o custo de transporte de diversos materiais.
Um item que costuma ser tratado diferentemente no Brasil quando comparado com outros países é o
Desconto Financeiro. Trata-se este da redução do valor desembolsado em função de pagamentos
antecipados.
Costuma inúmeros países tratar como custo do material apenas o valor que seria pago a vista; os
descontos não aproveitados são tratados como despesas financeiras. No Brasil o costume é diferente:
integra o valor do material o valor total bruto, enquanto os descontos financeiros eventualmente
aproveitados são considerados como receitas financeiras, ao invés de redução do próprio custo. O
primeiro procedimento é teoricamente o correto, mas em nossa situação, em que o aproveitamento do
desconto financeiro é quase exceção, justifica-se a adoção do segundo critério. A legislação fiscal
brasileira também exige esse tratamento.
No caso de Descontos Comerciais e Abatimentos, não há dúvidas: devem ser consideradas a redução do
preço de aquisição. Os Descontos Comerciais são aqueles contratados já no ato da compra em função da
quantidade adquirida, de uma liquidação etc. Os Abatimentos são as reduções negociadas
posteriormente à compra em razão de problemas de avarias, especificações não cumpridas, atrasos etc.
Um fato precisa ser relembrado: Despesas Financeiras não integram o custo dos materiais; são
debitadas.

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