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Resumo
O presente artigo objetiva estabelecer uma nova possibilidade de análise historiográfica
no que se refere ao estudo dos hunos na Antiguidade Tardia. A partir de criteriosa
leitura de bibliografia e documentação primária, notamos uma forte influência por parte
desse povo asiático na configuração política e cultural das Monarquias Romano-
Germanas que se assentam no ocidente romano a partir do século V, servindo como
“anti-modelo”, ou seja, elemento de alteridade pelo qual as aristocracias germanas iriam
buscar fazer oposição e, assim, definir o que, neste momento, era legítimo e civilizado.
Abstract
The present article aims to establish a new possibility of historiographical analysis in
relation to the study of the Huns in Late Antiquity. From a careful reading of literature
and primary documents, we note a strong influence on the part of this Asiatic people in
the political and cultural setting of Germanic Kingdoms that emerge in the roman west
in the fifth century, serving as "anti-model", i.e., an element of otherness by which the
Germanic aristocracies would seek to oppose and thus define what, at this point, what
was legitimate and civilized.
***
1
Mestrando em História pela Universidade Federal do Paraná, sob orientação do Prof. Dr. Renan
Frighetto. Bolsista CAPES e membro discente do Núcleo de Estudos Mediterrânicos (NEMED). Realiza
pesquisa na área de História Tardo Antiga, em especial no que tange aos ostrogodos e sua relação com
um Império Romano Tardio. E-mail para contato: rocha.pombo@hotmail.com.
Antiguidade Tardia, traçando causas simples para o fim político do Império, como num
processo linear de causa e conseqüência.
Alguns pesquisadores, porém, tem tentado contornar este cenário. Walter
Goffart, ainda que tenha recebido diversas criticas à sua teoria, propõe uma paulatina
desestruturação da política romana a partir de um sistema que mesclava acomodações
de grupos estrangeiros e uma tributação excessiva, não condizente com a realidade
tardo-imperial ii. Peter Heather, atualmente um dos mais prolíferos pesquisadores deste
período, procura traçar um esquema mais complexo, que não encontra uma causa única
para o fatídico 476, mas assiste a emergência de um novo contexto social, nascido de
relação profunda entre culturas e práticas romanas, germânicas e cristãs. iii
Ter noção deste debate é fundamental, uma vez que, neste trabalho, nossa
proposta é notar justamente as relações entre romanos, germanos e hunos, sem que, para
isso, simplifiquemos nossa análise ou generalizemos as perspectivas. Dentro de uma
idéia de etnogênese iv, propomo-nos a delinear as práticas políticas, culturais e sociais
que advém deste contato, que mescla uma força imperial, moral e legitimadora na figura
dos romanos; uma força crescente e prática, na figura dos germanos; e uma vicissitude
de poder ante este contexto, simbolizada nos hunos. v
Já no século IV, a relação entre romanos e “bárbaros” deveria ser repensada. Era
inegável a presença de uma aristocracia germana já atuante em algumas esferas da
administração de Roma – situação que fica clara quando notamos o discurso propagado
pelos círculos pagãos, descontentes com o descaso em relação aos antigos costumes, ao
mos maiorum vi. Neste sentido, alguns grupos étnicos, como os visigodos, passam a ter
outra definição: passam a ser foederati, ligados oficialmente ao Império por meio de
vii
acordos e diplomacias . Ainda assim, uma série de agrupamentos menores
permanecia à margem deste poder imperial, enxergando-o como uma distante aura de
“civilidade”, enquanto estes próprios continuariam imersos em sua própria “barbárie”.
A percepção de si próprio viii, aqui, passa a sofrer uma série de mudanças: se, na tradição
clássica, a idéia de civilizado e bárbaro era, ainda que atrelada ao aspecto político,
baseada num claro distanciamento cultural, num momento em que separar o “romano”
do “germano” é cada vez mais difícil, a civilização e a barbárie passam a estar atreladas
ix
a outros elementos de coesão cultural, como o cristianismo (que pode, de alguma
forma, estender a universalidade imperial romana para diversas etnias – vai-se,
paulatinamente, da “romanidade” para a cristandade), e este elemento contribui,
também, para a legitimação política. Dessa forma, o exercício político esta ligado à
idéia de civilização e barbárie, e suas definições sofrem mudanças na mesma medida
em que sofrem estes conceitos.
Porém, a semente e a origem de toda a ruína [...] nós descobrimos ser esta. O
povo dos Hunos, mas pouco se sabe dos relatos antigos; vivendo além do
mar da Meótica, próximo ao oceano de gelo, excedem todos os graus de
selvageria. [...] não se submetem a qualquer mando real, mas são contentes
com o governo desordenado de seus homens importantes, e guiados por eles,
forçam seu caminho através de qualquer obstáculo. xi
plataforma política que Átila intentava estabelecer para elevar-se como um centro de
poder que sobrepujaria romanos e teria sob seu mando, germanos.
Assim, ainda que não houvesse uma verdadeira coesão administrativa e política
sobre os diversos “grupos” bárbaros xx, Átila procurou uma unidade com as aristocracias
germanas, e submeteu sobre seu mando séqüitos vândalos, burgúndios, turíngios,
xxi
hérulos, ostrogodos, gépidas, lombardos, entre outros . Houve, então, no período de
Átila, uma polarização de poder: ele pretendia centrar o comando em sua imagem a
partir do mando exercido sobre uma sorte de grupos germanos. Os hunos, bárbaros do
leste, selvagens até mesmo para os olhos dos não-romanos, passavam a procurar sua
elevação pela guerra, mas também pela diplomacia.
Talvez uma das melhores formas de se compreender a presença desta relação
entre hunos e germanos seja notar a indelével caracterização de Átila na tradição destes
últimos; a atuação huna no nascedouro desta Europa Tardo-Antiga ganha ecos
medievais, e cantares bastante posteriores lembram os feitos deste momento: tem-se o
Atli da Völsungasaga na literatura islandesa, o Ezele (Etzel) da Nibelungenlied, na
tradição germânica, o Attila de Waltharius, no mundo aquitano-visigodo e o Ætla de
xxii
Waldere, no ambiente anglo-saxão . Todo este corpus literário conta com a presença
de Átila de forma substancial, retratando-o como um rei extremamente rico e poderoso,
mas que perece sob a mão pesada dos reinos romano-germanos, mais civilizados – seja
pelo cristianismo ou pela herança romana – que os hunos, em sua perspectiva.
Esta perspectiva, inclusive, fundamenta o outro lado de nossa análise: o ponto de
vista germano de sua relação com os hunos. A partir dessa ressonância literária (ou
xxiii
mesmo de fontes como Isidoro de Sevilha ), podemos inferir que os hunos foram
tomados, na perspectiva germana, não apenas como uma vicissitude de poder, mas,
principalmente a posteriori, como a ameaça que exaltou o valor e a força de reinos que
estavam por nascer, e viram sua autonomia ameaçada por uma universalidade menos
“civilizada” que aquela exercida pelo Imperium Romanorum, ou seja, o estabelecimento
de um centro de poder huno, alheio à legitimação fornecida pela idéia de ciuilitas,
representaria, na tradição oral e num processo que a historiografia alemã chama de
xxiv
selbsverständigungprozess , uma verdadeira ameaça à monarquias que pretendiam-
se, justamente, civilizadas e herdeiras da bagagem romana – a “Confederação huna”
seria, assim, uma espécie de “anti-império”, logo, poder nocivo para o verdadeira
império e para aqueles que ideológicamente o seguiam.
Assim, Átila pretendia inserir-se neste contexto de civilização, mas não buscou a
legitimação necessariamente de uma bagagem clássica, mas baseou-se muito mais no
poder meteórico que adquiriu não apenas entre as tribos hunas, mas principalmente
entre os germanos. Assim, apontamos o imperium da mesma forma que Wolfram aponta
a “alternativa”: não houve, por parte dos hunos, uma intenção de destruição de Roma,
mas de elevação pessoal de Átila ao trono mais alto. Não à toa, ele arquiteta um
casamento com a irmã do imperator, Honória, e exige, como dote, meio império, a pars
occidentalis . xxix
A relação entre hunos e germanos, neste contexto, representa, portanto, a
constituição deste poder que, de tão abrangente, poderia ser uma alternativa inclusive à
universalidade romana. Na mesma medida em que Roma negociava, mais e mais, de
forma institucional com os germanos, Átila procurava se estabelecer como um chefe
político e militar com poderes também institucionais para lidar com estes – faltava-lhe,
porém, a justificativa e a legitimação que a efemeridade de seu comando não permitiu
ser elaborada; a mesma legitimação que a teoria política dos reinos romano-germanos
procurou construir: a idéia de civilização e barbárie. Assim, afirmamos que Átila
procurava essa inserção na civilidade (ou a criação de uma própria civilidade) porque
lhe faltava justamente a institucionalização de seu poder sob sua Confederação;
institucionalização aos moldes romanos, ao molde da idéia de uma imitatio imperii. Tais
pretensões hunas, porém, provavelmente não se baseariam somente numa mimesis da
tradição imperial romana, visto que, como afirmamos, a bagagem clássica não foi o
ponto pelo qual Átila procurou a legitimação de seu poder: Roma não seria, portanto,
um exemplo teórico e moral, mas forneceria, para o rei huno, uma perspectiva muito
mais prática e eficiente, uma perspectiva que postulava para o civilizado não
necessariamente a tradição, mas o poder. Átila miraria não à glória das letras e da
tradição, mas a glória de um Império que dominara o mundo ocidental.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Fontes:
Bibliografia consultada:
BURY. J. B.. The Invasion of Europe by the Barbarians: A Series of Lectures. 1928.
Distribuido pela Northvegr e A. Odhinssen em CD-ROOM.
GIBBON, Edward. The Decline and Fall of the Roman Empire. Londres: Penguin
Books, 1982.
GOFFART, Walter. Barbarians and Romans: A.D. 418-584. Nova Jersei: Princeton
University Press, 1980.
HEATHER, Peter. The Fall of the Roman Empire: a New History of Rome and the
Barbarians. Oxford, Nova Iorque: Oxford University Press, 2007.
HIDALGO DE LA VEGA, María José. “Algunas reflexiones sobre los limites del
olkoumene en el Imperio Romano”. In: Gerión, vol. 23, nº.1, Madri, 2005.
HOPPENBROUWERS, Peter. “Such Stuff as People are Made on: Ethnogenesis and
the Construction of Natiohood in Medieval Europe”, in: The Medieval History
Journal. Londres: Sage Publications, v.9, n.2. 2006.
MAENCHEN-HELFEN, Otto J. The World of the Huns: Studies in their History and
Culture. Berkeley: University of California Press, 1973.
MAN, John. Átila o Huno: o rei bárbaro que desafiou Roma. Rio de Janeiro: Ediouro,
2006.
MUSSET, Lucien. The Germanic Invasions: The making of Europe – 400-600 A.D..
New York: Barnes & Nobles Books, 1975.
PEREIRA, Maria Helena da Rocha. “Idéias morais e políticas dos romanos”. In:
Estudos de História da Cultura Clássica. II volume – Cultura Romana. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbekian, 2002.
PINTO, Otávio Luiz Vieira. “Do Flagelo à Majestade: a representação de Átila nas
tradições germânicas”. In: Atas da VII Semana de Estudos Medievais. Edição
Especial. Rio de Janeiro: Programa de Estudos Medievais, 2008.
POHL, Walter. “Conceptions of Ethnicity in Early Medieval Studies”. In: Debating the
Middle Ages: Issues and Readings. edited by Lester K. Little and Barbara H.
Rosenwein. Oxford: Blackwell Publishers, 1998.
WOLFRAM, Herwig. The Roman Empire and its Germanic People. California:
University of California press, 1997.
i
Para a obra de Gibbon, cf. GIBBON, Edward. The Decline and Fall of the Roman Empire. Londres:
Penguin Books, 1982. Para a sua teoria historiográfica/filosófica de Progresso e Declínio, cf. FONTANA,
Josep. “A Invenção do Progresso”. In: A História dos Homens. Bauru: EDUSC, 2004, pp. 143 – 170.
ii
Para um sólido estudo de Goffart acerca de sua visão sobre o assentamento e a acomodação germana na
Antiguidade Tardia, cf. GOFFART, Walter. Barbarians and Romans: A.D. 418-584. Nova Jersei:
Princeton University Press, 1980.
iii
Entre uma série de artigos e trabalhos específicos, destacamos uma obra que, com caráter mais amplo e
geral, tende a versar sobre a questão da desestruturação política de Roma e as migrações germanas como
um todo, cf. HEATHER, Peter. The Fall of the Roman Empire: a New History of Rome and the
Barbarians. Oxford, Nova Iorque: Oxford University Press, 2007.
iv
O processo de Etnogênese, como proposto por Reinhardt Wenskus na segunda metade do século XX,
propõe que a identidade de um grupo (aqui entendida como etnicidade), na Antiguidade Tardia, é um
fator cultura e ideológico, e não racial. Assim, as aristocracias (Traditionskern, ou seja, “Núcleos de
Tradição”), detentoras de uma suposta tradição ancestral, criavam mecanismos identitários para se
estabelecer politicamente de uma forma legitimada perante outros grupos. Etnogênese, dessa forma, é o
estudo dessas construções identitárias a partir dos próprios termos em que os círculos que as gestam as
concebem, ou seja, a partir do auto-conhecimento e da alteridade. Cf. WENSKUS, Reinhardt.
Stammesbildung und Verfassung: Das Werden der frühmittelalterlichen gentes. Ndr. Stuttgart 1977;
GALK, Andreas. Ethnogenese und Kulturwandel – Der Versuch einer Begriffsklärung. Munique: Grin,
2008; FRIESINGER, Herwig; POHL, Walter; WOLFRAM, Herwig (org.). Typen der Ethnogenese
unter besonderer Berücksichtung der Bayern. 2 Vol. Viena: VÖAM, 1990.
v
Vicissitude de poder, aqui, retoma a idéia de Herwig Wolfram, que afirma ser a “Confederação” huna
uma alternativa de poder frente ao imperium romanorum: os pequenos grupos germanos poderiam, se
desejassem adentrar o contexto político do século V, filiar-se aos romanos ou aos hunos que, no período
de Átila, representavam uma força coesa e cada vez mais estruturada. Cf. WOLFRAM, Herwig. The
Roman Empire and its Germanic People. California: University of California press, 1997.
vi
Nos séculos IV e V, principalmente, os costumes ancestrais (e legitimadores), o mos maiorum, era
simbolizado pelos círculos pagãos, que, fundamentalmente, representavam o grupo senatorial e
postulavam para si a herança do passado glorioso de Roma, glória essa cada vez mais deturpada por
bárbaros e cristãos. Cf. POHLMANN, Janira Feliciano. “A defesa do mos maiorum em tempos de
fortalecimento do cristianismo: o caso de Symmachus (século IV)”. Texto apresentado no “III Ciclo
Internacional de Estudos Antigos e Medievais e X Ciclo de Estudo Antigos e Medievais” na UNESP
– Assis/SP, maio 2008. Artigo a ser publicado.
vii
HEATHER, Peter. The Goths. Oxford: Blackwell Publishes, 2002, pp. 130-138. Acerca das relações
políticas, cf. FRIGHETTO, Renan. “Algumas considerações: o poder político na Antiguidade Clássica e
na Antiguidade Tardia”. In: Revista Stylos - Instituto de Estudios Grecolatinos Francisco de Novoa, vol.
13, Buenos Aires, 2004.
viii
Aqui, referimo-nos à “percepção de si próprio” como uma construção teórica e ideológica decorrente
do discurso de uma determinada elite, responsável pela administração e pela legitimação da base política.
ix
Cf. PINTO, Otávio Luiz Vieira & & POHLMANN, Janira Feliciano. Bárbaros, hereges e pagãos: uma
análise das definições sócio-religiosas nos séculos IV e V. Artigo inédito.
x
Amm.marc. Res Gestae. XXXI, II 1 – 12.
xi
“totius autem sementem exitii et cladum originem diuersarum [...] hanc comperimus causam. Hunorum
gens monumentis ueteribus leuiter nota, ultra paludes Maeoticas glacialem oceanum accolens, omnem
modum feritatis excedit. [...] aguntur autem nulla seueritate regali, sed tumultuário primatum ductu
contenti, perrumpunt quicquid inciderit.”. Idem, XXXI, II 1 & 7. Tradução livre.
xii
Para uma descrição sucinta e geral da entrada dos hunos nos limites do imperium romanorum e sua
relação com a onda de invasões, ver: MUSSET, Lucien. The Germanic Invasions: The making of
Europe – 400-600 A.D.. New York: Barnes & Nobles Books, 1975, pp. 30 – 33.
xiii
A ciuilitas era, fundamentalmente, o círculo de civilização, ou seja, o ambiente moral e social daqueles
que detinham a humanitas (semelhante à idéia de παιδεια grega, ou seja, dizia respeito à formação
intelectual, política, à tradição e caracterizava, portanto, o homem civilizado). Cf. PEREIRA, Maria
Helena da Rocha. “Idéias morais e políticas dos romanos”. In: Estudos de História da Cultura Clássica.
II volume – Cultura Romana. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2002.
xiv
Maenchen-helfen nota uma série de divergências na data da morte de Bleda e das campanhas contra a
pars orientalis, que, de historiador para historiador, variam entre 442 e 447. MAENCHEN-HELFEN,
Otto J. The World of the Huns: Studies in their History and Culture. Berkeley: University of California
Press, 1973, pp. 112 – 118.
xv
A οἰκουµένη, a principio, seria o mundo habitado. Este aspecto universal, porém, acaba ganhando
contornos de civilização e, assim, passa a definir não apenas o mundo habitado, mas o mundo civilizado.
Para uma ótima análise deste conceito universal, cf. HIDALGO DE LA VEGA, María José. “Algunas
reflexiones sobre los limites del olkoumene en el Imperio Romano”. In: Gerión, vol. 23, nº.1, Madri,
2005, pp. 271-285.
xvi
Chamamos de “estética política” a construção e a conseqüente interpretação da representação de uma
realidade (no caso, política), partindo de discursos de um determinado grupo. O uso desta denominação,
de nossa parte, é inspirado nos métodos de Kulturgeschichte e Kulturwissenschaft – uma kultur, ou seja,
uma concepção de cultura que fundamenta também segmentos políticos, econômicos e sociais.
xvii
A instabilidade política da Antiguidade Tardia forçou uma série de autores a elaborar teorias e
ideologias que legitimassem e buscassem uma harmonia social, visando a estabilidade administrativa e o
bem comum. Um bom exemplo são as sententiae, de Isidoro de Sevilha, que eram, fundamentalmente,
conselhos para um corpo régio e nobiliárquico.
xviii
MAN, John. Átila o Huno: o rei bárbaro que desafiou Roma. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006, pp. 130-
132.
xix
Cf. WOLFRAM, Herwig. Op. cit..
xx
POHL, Walter. “Conceptions of Ethnicity in Early Medieval Studies”. In: Debating the Middle Ages:
Issues and Readings. edited by Lester K. Little and Barbara H. Rosenwein. Oxford: Blackwell Publishers,
1998, p.16.
xxi
HEATHER, Peter. Op. cit.(The fall of the Roman...), p. 523
xxii
A representação de Átila nos cantares e lendas de tradição germana pode ser encontrado em um
trabalho de nossa autoria, cf. PINTO, Otávio Luiz Vieira. “Do Flagelo à Majestade: a representação de
Átila nas tradições germânicas”. In: Atas da VII Semana de Estudos Medievais. Edição Especial. Rio
de Janeiro: Programa de Estudos Medievais, 2008, pp. 132 – 138.
xxiii
Referimo-nos aqui a historia gothorum, de Isidoro de Sevilha, onde o bispo faz uma referência aos
hunos como parte constituinte dos primórdios da história goda. Isid. de Sev. Historia Gothorum. 27.
xxiv
Cf. HOPPENBROUWERS, Peter. “Such Stuff as People are Made on: Ethnogenesis and the
Construction of Natiohood in Medieval Europe”, in: The Medieval History Journal. Londres: Sage
Publications, v.9, n.2. 2006.
xxv
Jord. Getica.
xxvi
BURY. J. B.. The Invasion of Europe by the Barbarians: A Series of Lectures. 1928. Distribuido
pela Northvegr e A. Odhinssen em CD-ROOM, p. 70.
xxvii
Prosp. Aquí. Epitoma chronicon. 1367.; Hyd. Chronicon. XXVIII.II, 740-750.; Greg Tours.
Historiae. IV, 29.; Jord. Getica. XXIV, 122.; Prud. Contra Symmachus. II, 808.
xxviii
Prisc. Fragmenta. VIII, 28. Tradução livre.
xxix
MAN, John. Op. cit., pp. 190-191.