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CENTRO DE ESTUDOS PRESBITERIANO

SÉRIE – CREDOS E CONFISSÕES O CREDO APOSTÓLICO

A História e os Símbolos de Fé

Rev. João França


Introdução:
• Talvez você já tenha estranhado o fato de falarmos em
começar uma série de estudos sobre o Credo Apostólico.
Como assim? Credo? Essa coisa não é de católico?
• A igreja cristã ao longo do tempo tem negligenciado a
sua herança credal e confessional.
• Este curso é apresentado sob o tema: Credo e
Confissões. E boa parte da igreja evangélica não sabe o
que isso significa e, se isso tem importância.
• Nosso estudo hoje vai tratar do uso dos símbolos de fé
na história da Igreja.
I – DEFINIÇÃO DE SÍMBOLO
1. A Palavra: O vocábulo Símbolo deriva do grego:
Sumballon que é resultado da união entre uma
preposição e um verbo grego “sun” [ junto com] e o
verbo “ba,llw” [atirar, semear, jogar]
2. A definição Própria: O símbolo “é uma veiculo de
comunicação” que contribui para romper barreiras
(MAIA, 2002, p.16.) Também pode ser usado para
representar um povo, uma nação, uma crença: p.e: A
Bandeira Nacional, o sinal da cruz, etc...
II – A IGREJA E OS SÍMBOLOS
A história da igreja está cheia de símbolos. O uso
destes símbolos permitiu o cristianismo sobreviver
quando a igreja era perseguida nos primórdios da fé
cristã.
A igreja tem uma relação muito próxima com os
símbolos primitivos da fé Cristã. Uma vez que a
igreja se valeu deles vale apena estuar um pouco
sobre eles.
2.1 – Símbolos
Os cristãos primitivos valiam-se dos símbolos para
preservar a sua vida e manter viva a sua fé!
Em um mundo onde havia uma vasta adoração aos
deuses, os cristãos quando presos e suspeitos de um
culto monoteísta, declaravam estarem indo prestar
culto ao peixe!
2.2 – Os Símbolos e a Origem do Credo:
Outra forma representativa da fé cristã estava na
forma de duas letras gregas “c”[chi] e o “r”[rô].
Apontando para a identidade de Jesus como o
messias prometido. Havia também o símbolo de um
círculo representando a vida eterna. Também um
triangulo representado a Trindade.
2.3 – Os símbolos e os credos...
O primeiro teólogo a usar a palavra símbolo em referência a um
corpo de teologia foi Cipriano em 250 d. C em suas cartas 69 ou
76 quando fazia referência à Novaciano que havia rompido com
a fé da igreja. E foram os reformadores Lutero e Melanchton
que usarem a palavra para os credos protestantes.

A qui temos a relação entre os


símbolos e os credos um
sendo tomado pelo outro nos
primórdios da fé protestante

São Cipriano
Lutero e Melanchton
III – OS CREDOS E AS CONFISSÕES
3.1 – Origem da palavra credo:
Esta palavra é derivada do latim “credere” mostrando uma
ação ativa com sentido de “eu creio”. A Bíblia apresenta a
fé cristã em súmulas de fé.
3.2 – O Antigo Testamento:
Encontramos o termo hebraico “ [mv”[shem’ah] (ouve)
era um tipo de “Credo Judeu” há uma gama de leitura no
AT que apoontapara isso; Dt. 6.4-9; 11.13-21 e Num.
15.37-41. Era usado nas singogas e nas liturgias antigas:
Dt. 26.5-9.
III – OS CREDOS E AS CONFISSÕES
3.2 – O Novo Testamento:
Consideremos agora o uso no Novo Testamento sobre o
uso de um corpo de doutrinas que chamamos de Credo.
a) As tradições apostólicas: No Novo Testamento o
corpo de doutrinas é por vezes chamado de “tradições”,
no grego temos a palavra “ paradosij” (2 Ts 2.15) tem
sentido de “transmitir”, “entregar”, passar adiante.
b) Doutrina dos Apóstolos: Ainda no Novo Testamento
essas tradições são conhecidas como doutrina
apostólica (Atos 2.42).
III – OS CREDOS E AS CONFISSÕES
C)Forma de doutrina:
Ainda o Novo Testamento apresenta o credo primitivo da
igreja como sendo uma tipos ou modelo de doutrina. (Rm 6.16). O
termo grego empregado é “tu,pon” = modelo, ou tipo.
d) Sã doutrina: Há também a ideia de que esse corpo doutrina
é um corpo saudável (2 Tm 4.3; 1 Tm 4.6; Tito 1.9)
e) A Fé entregue: No ensino neotestamentário esse corpo
doutrinário é apresentado como uma fé que é confiada (Judas 3)
f) Fé Santíssima: Há uma natureza atribuída ao conjunto de
doutrinas no Novo Testamento (Judas 20)
III – OS CREDOS E AS CONFISSÕES
3.3 – As primeiras Confissões da Igreja:
Há texto no Novo Testamento que parecem indicar a s primeiras
declarações confessionais da igreja cristã. Que podemos sumarizar como
segue:
a) Jesus, O cristo: Logo no inicio da fé cristã, a igreja se vê obrigada a
declarar a messianidade de Cristo (Atos 5.42)
b) Jesus Cristo é Senhor: A doutrina do senhorio de Cristo era uma
resposta da igreja à exigência de se conhecer quem é realmente o
soberano César ou Cristo? (Fp 2.11; 1Co.12.3)
c) Jesus Cristo Filho de Deus: E outra declaração confessional da
igreja era a filiação de Cristo (Atos 8.37; Mateus 16.16; 1ª João 4.15)
IV – O uso dos Credos e Confissões
Há igrejas cristãs que não possuem interesse pelos credos e
nem pelas confissões de fé antigas. Existe um profundo
desconhecimento sobre o assunto nas igrejas cristãs como um
todo!
Até as Igrejas Herdeiras da Tradição Reformada não tem
valorizado o uso de credos e confissões!
Muitos membros esboçam estranheza quando ouvem o nome
credo! Associam logo ao catolicismo romano. Não olham o
locus da súmula da fé contida nos credos e confissões. Como
estes documentos devem ser usados pela igreja?
4.1 – Doutrinariamente:
Na igreja os credos sempre foram usados como expressão da doutrina,
ou resumo das doutrinas fundamentais da fé cristã. (Atos 2.42; Efésios
4.5). O uso deles inicialmente tinha um caráter doutrinário-
apologético. No século segundo os credos eram conhecidos como
“regra de fé”
Clemente de Roma chama a igreja (especialmente os
jovens por não estarem obedecendo aos presbíteros
) a obedecerem a “regra” ( kanwn) de nossa fé.
Clemente de Alexandria chamava a harmonia do
Antigo e Novo Testamento de “um cânon para
toda a igreja ”
Clemente de Roma Clemente de Alexandria
4.2 - Liturgicamente
A. Rito Batismal: havia primitivamente na igreja a exigência de
se declarar o escopo da fé cristã (credo) antes do batismo.
(Atos 8.37; Romanos 10.9)
B. Rito Eucarístico: A santa ceia tinha um papel importante na
vida litúrgica da igreja; e antes do fiel participar dela a igreja
declarava sua fé por meio de hinos, oração e exposiçoes da
leitura dos textos apostólicos (1ª Co.12.3; 16.22; Fp. 2.5-11)
C. Recitação litúrgica: No quarto século a igreja passou a
inserir o credo de forma a ser recitado após as leituras bíblicas
da igreja, equiparando-se ao uso do shema conforme já
vimos.
Conclusão:
Conforme já vimos neste estudo, o uso dos credos e
confissões estão de acordo com a prática histórica da igreja.
Devemos sempre lembrar que os credos e as confissões
consistem em respostas humanas à revelação divina.
Seu uso histórico mostra-nos a importância de tê-los, pois,
eles nos servem com guias e roteiros para avaliarmos o
ensino nos púlpitos e na prática da igreja.
Nos credos e nas confissões encontramos os ensinos da
Palavra de Deus sumarizados, nestes estudos estaremos
explorando esses conteúdos

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