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NA BM&FBOVESPA
JUIZ DE FORA
2016
GISLAINE LOPES DOS REIS
NA BM&FBOVESPA
Juiz de Fora
FACC/UFJF
2016
Dedico aos meus pais Moacir e Maria
Aparecida, a minha irmã Gisele, a minha filha
Ketlin e ao meu amigo Rafael, por todo
incentivo, paciência e amor.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Declaro, sob as penas da lei e para os devidos fins, junto à Universidade Federal de Juiz
de Fora, que meu Trabalho de Conclusão de Curso é original, de minha única e exclusiva
autoria e não se trata de cópia integral ou parcial de textos e trabalhos de autoria de
outrem, seja em formato de papel, eletrônico, digital, audiovisual ou qualquer outro meio.
Declaro ainda ter total conhecimento e compreensão do que é considerado plágio, não
apenas a cópia integral do trabalho, mas também parte dele, inclusive de artigos e/ou
parágrafos, sem citação do autor ou de sua fonte. Declaro por fim, ter total conhecimento
e compreensão das punições decorrentes da prática de plágio, através das sanções civis
previstas na lei do direito autoral¹ e criminais previstas no Código Penal², além das
cominações administrativas e acadêmicas que poderão resultar em reprovação no
Trabalho de Conclusão de Curso.
________________________________________________
Gislaine Lopes dos Reis
______________________
¹ LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos
autorais e dá outras providências.
² Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano
ou multa.
Faculdade de Administração e Ciências Contábeis
Bacharelado em Ciências Contábeis
ATA DE DEFESA DO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
1 INTRODUÇÃO
A introdução do presente estudo destina-se à contextualização, à apresentação do
problema de pesquisa, dos objetivos geral e específicos, bem como a motivação e
justificativa.
1.1 Contextualização
O advento da globalização econômica trouxe diversas mudanças para o cenário
contábil nacional e internacional, impulsionando a demanda por informações e a busca por
maior disclosure por parte das empresas, dos investidores e dos demais stakeholders
(DANTAS et al, 2005).
Ocasionou também na necessidade de se promover a harmonização das práticas
contábeis; a convergência da contabilidade brasileira às normas internacionais de
contabilidade demandou a criação do Comitê de Pronunciamento Contábeis – CPC
(ALMEIDA et al, 2012).
O CPC foi criado pela resolução do Conselho Federal de Contabilidade - CFC n º
1.055/05, com o objetivo de estudar, preparar e emitir pronunciamentos técnicos, suas
interpretações e orientações sobre procedimentos de contabilidade societária e a divulgação de
informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pelas entidades reguladoras
brasileiras, visando atender as demandas desse processo de universalização.
Dentre os pronunciamentos emitidos está o CPC 25, correlato à Norma Internacional
de Contabilidade International Accounting Standard - IAS 37, no qual estão estabelecidos os
critérios de reconhecimento e bases de mensuração apropriados a provisões, a passivos e
ativos contingentes, bem como a divulgação suficiente de informações em notas explicativas
que permita aos usuários entendimento sobre sua natureza, oportunidade e valor (CPC 25,
2009).
Iudícibus (2000) enfatiza que para atender à demanda informacional, a Contabilidade
deve fornecer um conjunto de informações diferenciadas que atenda a todos os usuários
através do disclosure. Para Hendriksen e Van Breda (1999) a divulgação de informações é
indispensável à tomada de decisão por parte de seus usuários. Complementarmente
Verrecchia (2001) acredita que uma maior evidenciação resulta em maior a confiança do
investidor.
A relevância do disclosure de contingências se revela então no fornecimento de
informações úteis aos participantes no mercado de títulos, já que proporciona aos usuários
10
1.3 Objetivo
Objetivo geral
Visando responder à pergunta de pesquisa, o objetivo geral do estudo é identificar
quais características de governança corporativa apresentam associação com o nível de
disclosure das provisões e passivos contingentes das empresas listadas na BM&FBOVESPA .
Objetivos Específicos
Para o cumprimento do objetivo geral foram estabelecidos os seguintes objetivos
específicos:
Elaborar um checklist de informações a serem evidenciadas conforme determinado o
CPC 25;
Verificar, através do índice de disclosure, o nível de evidenciação das provisões e
passivos contingentes conforme exigido pelo CPC 25;
Apurar o nível de Concentração de Capital utilizando como proxy o percentual de
ações detidas pelos cinco maiores acionistas;
Verificar o tamanho do Conselho de Administração;
Apurar o nível de Independência do Conselho de Administração utilizando como
proxy a proporção de conselheiros independentes em relação ao total de membros;
Identificar quais as empresas são auditadas pelas Bigfour, classificando-as através de
codificação binária;
Investigar se existe separação dos cargos de diretor-presidente e presidente do
conselho de administração, através de codificação binária;
Verificar estatisticamente se existe correlação entre o nível de índice disclosure e as
características de governança corporativa concentração de capital, tamanho do conselho
e independência do conselho;
Investigar se as empresas auditadas pelas Bigfour apresentam maior índice de
dislcosure em relação às demais;
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo destina-se a revisão da literatura e abordará a Teoria da Divulgação,
Características da Governança Corporativa, Provisões e Passivos Contingentes, Estudos
Anteriores e por fim o desenvolvimento das hipóteses.
O conceito apresentado por Murcia e Santos (2009) guarda relação com o conceito de
transparência corporativa. Segundo os autores o disclosure refere-se a disseminação de
informações confiáveis e relevantes sobre o desempenho financeiro e operacional, sobre as
práticas de governança, as oportunidades e os riscos aos quais a empresa está sujeita.
Para Hendriksen e Van Breda (1999) a divulgação de informações é indispensável à
tomada de decisão por parte de seus usuários, além de contribuir com a dinâmica do mercado
de capitais. Os autores são complementados com o posicionamento de Verrecchia (2001) que
ressalta que uma maior evidenciação resulta em maior confiança do investidor, na redução da
assimetria da informação e no auxílio à gestão do risco.
Considerando este processo informacional, Lopes e Martins (2005) acrescentam que a
Contabilidade desempenha papel fundamental ao materializar a situação econômica-
financeira das empresas por meio dos demonstrativos financeiros.
15
financeiro como um todo, de modo a assegurar que a informação fornecida seja tempestiva,
relevante e útil,e tenha sua utilidade maximizada ao usuário.
Ainda nessa vertente, Murcia e Santos (2009) salienta que através do disclosure os
investidores distinguem as empresas entre boas ou ruins, portanto, as empresas têm buscado
divulgar mais informações adicionais por considerá-las como uma possível vantagem
competitiva.
Dye (2001) observa que o disclosure obrigatório e o disclosure voluntário algumas
vezes são substitutos. Complementarmente Murcia (2010) coloca que um aumento no nível de
disclosure obrigatório pode vir a substituir práticas que até então eram voluntárias e cita como
exemplo a Demonstração dos Fluxos de Caixa.
Yamamoto e Salotti (2006) advertem que faz-se necessário discussões entre os
pesquisadores sobre como as divulgações devem ser tratadas, pois os defensores da
obrigatoriedade da divulgação colocam que não são fornecidas informações suficientes aos
usuários; já os que defendem a divulgação de forma voluntária argumentam que as empresas
atendem sim a demanda informacional, tendo em vista que recebem incentivos para tal.
Anteriormente, ao discorrer sobre os grupos que divergem sobre a divulgação,
Hendriksen e Van Breda (1999), apresentaram o mesmo argumento trazido por Yamamoto e
Salotti (2006) em relação aos que são a favor de uma regulação mais rígida. Porém, trazem
como argumento dos defensores do disclosure voluntário a concepção de que as informações
que não são divulgadas são irrelevantes, consequentemente sem nenhum efeito sobre as
decisões dos usuários.
Na concepção de Verrecchia (2001), não existe uma teoria unificada em relação às
informações emitidas pelas empresas; existe apenas um conjunto de direcionadores que
permitem que os estudos sejam integrados e por isso várias são as críticas em relação aos
estudos sobre a informação contábil.
Dye (2001) concorda com Verrecchia (2001) que a literatura sobre o disclosure
obrigatório não está madura o suficiente para ser considerada teoria. Porém, se contrapõe no
que diz respeito ao disclosure voluntário; o autor argumenta que este pode ser considerado
como uma extensão da Teoria dos Jogos1, em que a entidade divulgará voluntariamente a
informação na medida em que esta lhe for favorável.
1
O conceito de teoria dos Jogos apresentado pelo matemático norte- americano Jonh Nash (1950), refere-se a
uma estratégia “ótima”, ou seja, a tomada de decisões que levam ao melhor resultado, considerando
antecipadamente a percepção dos receptores. Ganhou notoriedade no mundo acadêmico, destacadamente nas
18
Ciências Sociais e Econômicas, a Teoria dos Jogos é utilizada para explicar as interações humanas no que diz
respeito a decisões estratégicas.
19
Além destas, como exposto pelo CPC 25 (2009), a obrigação deve ser mensurável,
relevante e precisa. Todas as características devem ser atendidas simultaneamente para que o
passivo seja reconhecido.
No que tange a relação entre provisão e passivo contingente, o CPC 25 (2009) explica
que toda provisão é contingente porque é incerta quanto ao seu prazo ou valor. Ressalta que o
termo passivo contingente é utilizado para passivos que não satisfazem os critérios de
reconhecimento.
Em relação às peculiaridades destes itens, Oliveira (2007) considera que o conceito de
risco faz alusão à perda e o conceito de incerteza está associado à probabilidade de
ocorrência, ou seja, são conceitos diferentes, assim como as provisões e os passivos
contingentes.
No que se refere à probabilidade de ocorrência ou não de eventos futuros, Marques
(2015) explicita três níveis: provável, possível e remoto. Um evento futuro é considerado
provável quando apresenta alta probabilidade de ocorrer. Possível, quando sua probabilidade
de ocorrência é média e remota, quando a probabilidade de ocorrência é baixa e muito
provavelmente o evento futuro não irá ocorrer. A autora ressalta que é através destes níveis de
probabilidade que se diferencia uma provisão de um passivo contingente.
A provisão é definida pelo CPC 25 (2009), assim como por Lopes (2014) como um
passivo de prazo ou de valor incertos e, esta deve ser reconhecida quando (CPC 25, 2009):
22
1. a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de
evento passado;
2. seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos para liquidar a obrigação; e
3. possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.
Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida.
Deve-se atentar para a diferença entre provisões de fato e provisões que são derivadas
de apropriações por competência (accruals), como salienta Iudícibus et al (2010). As
apropriações por competência são passivos a pagar por bens ou serviços adquiridos, ou seja,
são obrigações já existentes registrada respeitando o período de competência, geralmente
divulgados como parte das contas a pagar. Já as provisões são divulgadas separadamente.
É ressaltado pelo CPC 25 (2009) que “embora algumas vezes seja necessário estimar o
valor ou prazo desses passivos, a incerteza é geralmente muito menor do que nas provisões”.
A definição de passivo contingente, segundo o CPC 25 (2009) é dada por “uma
obrigação possível, que resulta de eventos passados cuja existência será confirmada apenas
pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sobe controle
da entidade”. Por depender da existência de um evento futuro, Porter e Norton (2013) o
definem como um item de resultado desconhecido. Na concepção de Farias (2004), o passivo
contingente representa para a contabilidade um dos elementos patrimoniais mais complexos,
principalmente em relação à dificuldade de se atribuir valor a ele.
Niyama e Silva (2011, p.165) salientam que os passivos contingentes não devem ser
reconhecidos nas demonstrações financeiras; devem ser divulgados em nota explicativa se sua
probabilidade de ocorrência no futuro for razoável. Caso a probabilidade for considerada
remota, nenhuma referência deve ser feita.
No que se refere à mensuração de uma provisão, o valor a ser reconhecido deve
corresponder à melhor estimativa do desembolso exigido para que se liquide a obrigação
presente na data do balanço e, devem ser levados em conta os riscos e as incertezas na
determinação da estimativa, uma vez que estes podem alterar os valores mensurados. Porém,
conforme o CPC 25 (2009) deve-se atentar à prudência para que os itens não sejam
subavaliados ou superavaliados. Além disso, deve-se considerar o efeito do valor do dinheiro
ao longo do tempo e, sendo este material, o valor deve ser descontado a uma taxa que reflita
da melhor maneira o seu valor presente.
23
Bovespa. A partir dos resultados constatou-se associação entre o nível de disclosure das
empresas e a variável auditoria. Já a variável concentração de controle não se mostrou
estatisticamente significativa no nível de disclosure das informações.
Através da análise de possíveis fatores explicativos do nível de disclosure voluntário
de 225 empresas brasileiras de capital aberto, no ano de 2008, e baseado no estudo de
Lanzana (2004), Gondrige (2010) constatou que as características de governança corporativa
comitê de auditoria e reputação da empresa de auditoria são estatisticamente significativas
para explicar a divulgação de informações da empresa, com um nível de confiança de 95%.
Ao contrário de Lanzana (2004), Gondrige (2010) verificou que o tamanho do conselho é
estatisticamente explicativo para o disclosure. Já as variáveis independência do conselho e a
dualidade de cargos de diretor-presidente e presidente do conselho não apresentaram
significância em relação ao disclosure.
Em seu estudo sobre práticas de divulgação sobre segmentos – CPC 22, Souza (2013),
ao analisar 272 empresas brasileiras distribuídas entre 20 setores econômicos, buscou
verificar o nível de detalhamento das informações e fatores que influenciam a divulgação, nos
anos de 2011 e 2012. Foi constatado que não há uniformidade nas práticas das empresas
estudadas, sendo identificadas diferenças nos tipos de informações divulgadas e nos níveis de
detalhamento das mesmas, não sendo explorados todos os pontos mencionados no CPC 22.
Em relação a influencia das variáveis, verificou-se que as características governança
corporativa e auditoria são determinantes dos níveis de divulgações das informações sobre
segmentos.
Com o intuito de avaliar o nível de evidenciação dos passivos contingentes
relacionados ao risco legal em empresas petrolíferas, cujos valores são negociados nas
principais bolsas do Brasil, Estados Unidos e Reino Unido, Viviani e Fernandes (2014),
analisaram as notas explicativas referente aos anos de 2011 e 2012 das 3 maiores empresas
por ativo total (base 2012) de cada um dos países de estudo. Foi constatado que o atendimento
a evidenciação conforme a IAS 37 foi de 28% (média), demonstrando um baixo nível de
atendimento a norma pelas empresas e, como consequência, a falta de evidenciação dos riscos
legais a que estão expostas.
Lopes (2014) analisou 47 empresas não-financeiras listadas no mercado Euronext
Lisbon de Portugal, com ano de referência 2012, através dos relatórios consolidados anuais. O
objetivo era verificar o cumprimento de divulgação de informações sobre provisões,
contingências passivas e impostos diferidos com as normas internacionais de contabilidade
25
(IAS 37 e IAS 12, respectivamente), bem como identificar quais das variáveis melhor
explicam a variação dos índices de divulgação de informações. Associações positivas foram
obtidas entre os índices e empresa de auditoria, constatando-se que o nível de conformidade
com as normas internacionais de contabilidade são impulsionadas por indicadores não
financeiros.
Marques (2015) analisou o nível de conformidade das demonstrações financeiras
consolidadas de 13 entidades cotadas no índice da bolsa PSI 20, que consiste nas empresas
mais bem cotadas na bolsa de Lisboa, com os requisitos de divulgação do IAS- 37, nos
períodos de 2005 e 2013. Como resultado, constatou que, em relação a divulgação de
informações sobre provisões, houve aumento estatisticamente significativo, de 64,8% em
2005 para 80,9% em 2013. Os passivos e ativos contingentes apresentaram nível de
conformidade acima de 80% em ambos os anos, tendo atingido 100% a divulgação dos ativos
contingentes em 2013, porém a evolução não se revelou estatisticamente significativa, tendo o
autor concluído que houve melhora na quantidade e qualidade da divulgação da informação
no período estudado.
Concentração de Capital
Na concepção de Shleifer e Vishny (1997) empresas que não apresentam diversidade
de acionistas estão sujeitas a um risco excessivo, o que as leva a diversificar as atividades ou
ser conservadoras nos empreendimentos, ambos de forma excessiva, a fim de minimizar o
risco.
Lanzana (2004) entende que grande concentração acionária sob posse de blocos
controladores culmina em conflitos de agência entre gestores e acionistas e podem acarretar
na expropriação dos acionistas minoritários pelos controladores.
O argumento apresentado por Jensen e Meckling (1976) é que, uma maior participação
dos gestores na propriedade restringe os incentivos para quaisquer desvios que possam
comprometer a maximização do valor do acionista.
26
Tamanho do Conselho
A Lei da S.A.s (6.404/1976), prevê que o conselho de administração deve ser composto
por, no mínimo, três membros. Já Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa
(IBGC, 2009) recomenda que o conselho deve ser composto de no mínimo 5 e, no máximo 11
conselheiros, ressaltando que este número deve variar de acordo com a complexidade das
atividades, porte e setor de atuação da empresa e seu estágio do ciclo de vida.
Na concepção de Lipton e Lorsch (1992), conselhos muito grandes, com mais de 10
membros, dificultam a comunicação e podem acarretar em conflitos de agência e, assim como
Jensen (1993), acreditam que conselhos menores são mais eficientes, com número de 7 ou 8
membros. Por outro lado, Vafeas (2000) acredita do mesmo modo que conselhos pequenos
podem melhorar o desempenho da empresa, podem também se apresentar insuficientes para
desempenhar suas funções com eficiência, devendo então haver um número comedido
membros.
H2: Existe correlação entre o nível de disclosure e o tamanho conselho de
administração.
empresa, seu ciclo de vida, bem como suas características. Porém, recomenda-se que estes
sejam maioria na composição do conselho.
Lopes e Walker (2008) acreditam que o mercado avalia a presença de conselheiros
independentes como um compromisso da empresa em prezar por requisitos mínimos de boa
conduta. Os mesmos autores ressaltam que estes inibem a seleção de informações a serem
divulgadas.
No entendimento de Lanzana (2004) os membros do conselho externos podem vir a
auxiliar na resolução de conflitos de agência e oferecer uma visão estratégica adicional que
auxiliem nas decisões relevantes ao desempenho da empresa.
Nos conselhos em que a proporção de membros externos é maior, constata-se melhor
monitoramento de suas atividades, conforme posicionam Fama e Jensen (1983). Neste
sentido, tem-se que os membros independentes são menos influenciados pela gerencia, sendo
mais propensos a incentivar as empresas a disponibilizar mais informações e a serem mais
transparentes (COOK; HANIFFA, 2000).
H3: Existe correlação positiva entre o nível de disclosure e o nível de
independência do conselho de administração.
Auditoria
A Auditoria Externa tem como atribuição segundo o IBGC (2009) atestar que as
demonstrações financeiras refletem de forma adequada a realidade da empresa.
É salientado por Tavares Filho (2006) que as empresas que contratam auditorias
externas com boa reputação e que são consideradas competentes pelo mercado, estão
prezando pela transparência e consequentemente reduzem a assimetria da informação entre
gestores e investidores.
As grandes empresas de auditoria, classificadas como Bigfour tendem a incentivar
seus clientes a divulgarem as informações conforme o exigido, pois preocupam-se com sua
reputação e a percepção do mercado em relação a qualidade do serviço (CHALMERS;
GODFREY, 2004). Na mesma concepção, Lopes e Rodrigues (2007) acreditam que empresas
que contratam as Bigfour tendem a apresentar mais informações devido a um disclosure
mínimo exigido pelas empresas de auditoria.
Nakayama e Salotti (2014) consideram que estas empresas possuem maior experiência
internacional no que se refere à utilização de regras sobre divulgação de informações e por
28
isso estão mais preparadas para certificar o disclosure. As Bigfour são representadas pelas
empresas: KPMG, Pricewaterhouse-Coopers, Deloitte Touche Tohmatsu e Ernest & Young.
H4: Empresas auditadas pelas Big4 apresentam maior índice médio de disclosure
que as demais empresas.
3 METODOLOGIA
A metodologia consiste na apresentação das técnicas e métodos utilizados para atender
os objetivos propostos pela pesquisa (MINAYO, 2007, p. 44). A presente pesquisa classifica-
se como teórico-empírica, de caráter descritivo, com o objetivo de investigar fatores que
determinam ou contribuem para a ocorrência de outros (GIL, 2007).
Quanto à abordagem se classifica como quantitativa, pois utiliza de métodos e
procedimentos estatísticos para o processamento e análise de dados brutos a fim compará-los
com outras informações e centra-se na objetividade (FONSECA, 2002, p.20).
Deste modo, a formulação do checklist, a utilização do índice de disclosure bem como
a definição das variáveis para a elaboração das hipóteses, e a aplicação de testes de correlação
e de médias, visaram atender aos objetivos e procurar responder ao problema proposto.
Os procedimentos adotados foram a pesquisa bibliográfica, contendo as referencias
teóricas que embasam a pesquisa e permitem conhecimento prévio sobre o problema e a
pesquisa documental, para posterior análise de conteúdo, onde os dados coletados foram
organizados e analisados a fim de atender os objetivos da pesquisa (GIL, 2007), sendo
utilizadas as Demonstrações Financeiras Padronizadas-DFPs e os Formulários de Referência
– FRs, disponíveis no sítio da BM&FBOVESPA.
Como pode ser observado, além de excluídas 7 (sete) empresas que não possuíam as
demonstrações financeiras disponíveis no sítio da BM&FBOVESPA, 8 (oito) empresas
apresentaram número de conselheiros inferior ao número mínimo exigido pela legislação
brasileira, a saber 3 (três) membros e 13 (treze) apresentaram seus Formulários de Referências
incompletos.
A amostra final da pesquisa é composta, portanto, de 218 empresas. A delimitação
temporal dos anos de 2010 e 2014 se deu em virtude da vigência do CPC 25 e do exercício
findo mais atual, respectivamente, o que possibilita uma análise comparativa entre os anos,
com o intuito de constatar se houve evolução do nível de evidenciação em relação ao início da
sua obrigatoriedade.
Em que:
𝐷 = ∑𝑚 𝑛
𝑖=1 𝑒𝑖 e𝐴 = ∑𝑖=1 𝑒𝑖
Onde:
ID – índice de divulgação;
D – total de itens evidenciados;
ei– item i divulgado; apurado através da codificação binária;
m – número máximo de itens divulgados, em que m≤ n;
A – total de itens aplicáveis;
n – número máximo de itens aplicáveis; n ≤ 13.
Concentração de capital
A proxy para a concentração do capital está representado pela soma do percentual de
ações ordinárias detidas pelos 5 maiores acionistas.
CC= soma do percentual de ações detidas pelos 5 maiores acionistas
Tamanho do Conselho
O tamanho do conselho de administração é dado pela soma do número de membros
efetivos que compõem o conselho, sendo eles internos ou independentes.
TAM = soma do número de membros efetivos
Independência do Conselho
A proxy para a independência do conselho de administração é a proporção de
conselheiros independentes em relação ao total de membros, dado por:
𝐼𝑁𝐷
𝐼𝐶 =
𝑇𝑀
34
Onde:
IC- proporção da independência do conselho
IND- número de membros independentes
TM- total de membros integrantes do conselho
Auditoria
Para classificação das empresas quanto à empresa por qual é auditada, foi utilizada
codificação binária:
Já para o caso dela ser negativa, temos uma relação inversamente proporcional, o que
significa dizer que quando uma variável cresce a outra decresce. Analogamente, quando uma
variável decresce, a outra cresce. Por fim, em casos onde a correlação é zero, dizemos que não
existe nenhuma evidência de relação entre as duas variáveis.
Existem duas formas de fazer correlação, pelo método de Pearson e pelo método de
Spearman. Será adotada a Correlação de Spearman, sendo esta uma das alternativas para a
correlação de Pearson, tendo em vista que ela é uma medida não-paramétrica e não tem como
pressuposto a normalidade das variáveis e nem linearidade das relações. Se duas variáveis
tiverem uma relação quadrática, por exemplo, o coeficiente de correlação de Spearman
consegue captar bem essa relação, enquanto o de Pearson não se mostra eficiente para tal.
Este método de cálculo também não tem qualquer suposição sobre a amostra
(SPRENT, 2001). Para o cálculo da correlação será utilizado o software estatístico R (R
CORE TEAM, 2013).
A interpretação do valor de correlação varia de acordo com alguns pesquisadores. No
entanto, uma definição de Dancey e Reidy (2005) se dá de acordo com a tabela 3, apresentada
abaixo:
CORE TEAM, 2013), a fim de comparar a igualdade entre duas médias de amostras normais,
independentes, considerando variâncias desconhecidas e adotando como base 95% de
confiança.
Procedeu-se calculando o valor da estatística T e o comparando com o valor de
rejeição ao nível de significância dado. Após a conclusão dos testes pôde-se alegar se as
médias dos anos são ou não estatisticamente iguais.
Nesta seção serão reportados os resultados dos testes utilizados para o alcance dos
objetivos e os mesmos serão analisados, conforme as hipóteses de estudo.
Inicialmente são reportados os dados da estatística descritiva e distribuição de
frequência das variáveis de estudo, representadas pelas características de governança
corporativa e pelo índice de disclosure.
Posteriormente serão apresentadas as análises dos testes de média e de correlação entre as
variáveis.
Como pode ser observado na tabela acima, a proporção de capital detido pelos cinco
maiores acionistas apresenta média de 78,44%, em 2010 e 77,09% em 2014. Ainda que tenha
ocorrido uma redução de 1,35% os dados confirmam a tendência do mercado acionário
brasileiro à uma alta concentração de capital.
O número máximo de membros do conselho de administração observado é de 16 para
ambos os anos. As médias de membros, de 7,06 para 2010 e 6,98 para 2014 estão dentro do
intervalo de 5 a 11 membros conforme sugerido pelo IBGC (2009).
Já a proporção de conselheiros independentes apresenta média de 13,43% em 2010,
sendo o mínimo 0 e o máximo 80%, e média de 19,47% em 2014, sendo o máximo no ano de
100%, ou seja, a amostra contém observações em que todos os membros do conselho são
classificados como independentes. O desvio padrão da característica é o maior apresentado
pela amostra, 22,79% em 2014.
Ainda que tenha apresentado um aumento de 6,04% na média, podemos observar que
a proporção de conselheiros independentes de ambos os anos vai na contramão das
recomendações do código das melhores práticas de governança corporativa do IBGC, que
sugerem que o conselho seja composto em sua maioria por membros independentes. Por
outro lado, o aumento pode indicar uma tendência das empresas em buscar, aos poucos,
atender às recomendações.
Em relação ao índice de disclosure médio, no ano de 2010 é de 0,68, e para o ano de
2014 é de 0,70, com mínimo 0 e máximo 1,00 em ambos os anos.
Viviani e Fernandes (2014) encontraram um nível de disclosure médio para os anos de
2011 e 2012 de 28%, para 9 empresas em cada ano. Já o estudo de Lopes (2014) indicou um
nível de disclosure das provisões e passivos contingentes de 47% para as 47 empresas no ano
de 2012. Marques (2015) encontrou nível de evidenciação acima de 80% referente às 13
empresas estudadas em relação ao ano de 2013.
Essa diferença no nível de disclosure em relação aos estudos mencionados pode ser
resultado da diferença do tamanho das amostras estudadas, uma vez que a amostra do presente
estudo se apresenta maior que dos estudos mencionados, contemplando todas as empresas
listadas na BM&FBOVESPA que apresentaram provisões e passivos contingentes nos
demonstrativos dos anos de 2010 e 2014.
É necessário complementar que a metodologia utilizada no cálculo do índice do
presente estudo se difere do utilizado por Viviani e Fernandes (2014), o que pode também ter
influenciado na variação do índice.
39
Analisando os dados da tabela 5, constata-se que, em 2010, 156 das 218 empresas que
compõem a amostra foram auditadas pelas Bigfour e em 163 empresas notou-se a separação
dos cargos de CEO e presidente do conselho de administração. Já em 2014, pode-se observar
um aumento na frequência de ambas as características de governança corporativa: ambas
apresentaram 181, o que representa 83,03% do total das observações. O crescimento dos
números, que já se apresentavam acima de 70% em 2010, podem indicar que as empresas se
preocupam com a reputação das empresas que contratam para prestar serviço de auditoria e
uma adequação aos códigos de governança corporativa, que acreditam que a dualidade de
cargos leva a um excesso de poder prejudicial ao bom desempenho da empresa, sendo mais
saudável que haja a separação entre os cargos.
Em relação aos itens de divulgação exigidos pelo CPC 25 que compõem o índice de
disclosure e que se encontram no apêndice A, pode-se dar destaque para alguns mais
importantes. Foi verificado que todas as empresas, nas quais se aplicam a divulgação,
representado por um total de 204 em 2010 e 207 em 2014, apresentaram o valor da provisão
no início e no final do período em suas Demonstrações Financeiras Padronizadas. A mesma
constatação foi apresentada por Marques (2015) para os anos de 2005 e 2013.
40
Constatou-se também que o item “estimativa do seu efeito financeiro” foi evidenciado
por quase todas as entidades, 93,65% e 96,43%, para 2010 e 2014, respectivamente, podendo
ser observado uma crescente de 2,78%.
Em relação ao item menos divulgado em 2010 e 2014 destaca-se o item “divulgação
das informações não praticável”. Este, que está exposto no parágrafo 91 do CPC 25,com a
exigência de que as entidades divulguem o fato de os itens referentes aos passivos
contingentes não serem passíveis de divulgação, foi evidenciado por 6,93% das empresas ou
seja, apenas 14 das 202 das quais o item se aplica em 2010. No ano de 2014, o item foi
divulgado por 7,80% das empresas (16 das 205). No estudo de Marques (2015) este também
aparece como um dos menos divulgados.
Já o item que apresentou maior evolução em termos percentuais de 2010 para 2014 foi
“aumento durante o período”, com aumento de 7,11% na divulgação.
2014 Presença de
Auditoria (1) 0,7369123 4,4311 44 0,00006349 Sim
42
Continuação Tabela 7
Tabela 8: Teste de médias - comparação ID em relação a Separação entre presidente do conselho e CEO
Estatística de Graus de Houve
Ano Característica Média P-Valor
Teste Liberdade Diferença
2010 Separação entre
CEO e 0,6982615
Presidente (1)
Ausência de 1,7482 95 0,08366 Não
Separação entre
0,6349403
CEO e
presidente (0)
Separação entre
CEO e 0,7176297
2014
Presidente (1)
Ausência de 0,6189950 2,1374 46 0,03796 Sim
Separação entre
CEO e
presidente (0)
Fonte: Elaborada pelo autor
Embora o índice médio de disclosure de 2010, que foi de 0,68, tenha aumentado para
o ano de 2014 para 0,70, como observado na tabela acima, o P-valor de 0,3963 para nível de
significância de 5% atesta a igualdade entre os índices de disclosure. Não havendo diferença
significativa, conclui-se os índices de disclosure médio dos anos de 2010 e 2014 são
estatisticamente iguais, ou seja, não houve evolução da divulgação das provisões e passivos
contingentes.
44
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve por objetivo é identificar quais características de governança
corporativa apresentam associação com o nível de disclosure das provisões e passivos
contingentes das empresas listadas na BM&FBOVESPA .
A amostra utilizada foi composta de 218 empresas listadas na BM&FBOVESPA
ativas nos anos de 2010 e 2014, que apresentaram em seus demonstrativos provisões e/ou
passivos contingentes.
A apuração do índice de disclosure, obtido através dos 13 itens de evidenciação
exigidos na CPC e a apuração das proxys das características de governança corporativa foram
as primeiras etapas realizadas para se atender ao objetivo proposto.
Ao avaliar a evidenciação das provisões e dos passivos contingentes foram
encontrados índices de disclosure médios de 0,68 e 0,70 para 2010 e 2014, respectivamente.
Submetidos ao teste de diferença de médias, verificou-se que não apresentaram evolução
significativa, sendo considerados estatisticamente iguais em ambos os anos.
Através da análise da estatística descritiva constatou-se que a proporção de capital
pertencente aos 5 maiores acionistas se apresentou acima de 70% tanto em 2010 quanto em
2011. Essa proporção representa uma realidade do mercado acionário brasileiro em relação a
alta concentração de capital das empresas. A observação máxima de membros compondo o
conselho de administração foi de 16, em ambos os anos. Pode-se verificar ainda que a média
da proporção de conselheiros independentes aumentou 6,04% de 2010 para 2014, atingindo
19,47%, enquanto o IBGC sugere que o conselho seja composto em sua a totalidade por
membros independentes.
A auditoria por empresas classificadas como Bigfour e a separação entre CEO e
presidente do conselho representaram, em relação a amostra total, mais de 70% e 80% para
2010 e 2014 respectivamente. Os números apresentados por essas características demonstram
uma tendência das empresas a adotar boas práticas de governança corporativa.
Adicionalmente, para responder as hipóteses levantadas foram utilizados os testes de
correlação de Spearman e de diferença de média. Os resultados dos testes de correlação
mostraram que a característica ‘capital dos 5 maiores acionistas’ apresentou sinal negativo, ou
seja, a concentração de capital é inversamente proporcional ao nível de disclosure, porém a
Hipótese1 não foi confirmada para ambos os anos, já que a correlação do característica com o
índice não foi significativa. Do mesmo modo, por não apresentar significância tanto em 2010
quanto em 2014, a Hipótese 3 de que existe correlação positiva entre o nível de disclosure e a
45
Separação
Não
entre CEO e H5 + + + Confirmada
confirmada
presidente
Fonte: Elaborada pelo autor
Apesar das limitações do estudo, foi possível constatar o atendimento das empresas
em relação às exigências de divulgação das informações investigadas bem como o
envolvimento com as boas práticas de governança corporativa.
Como sugestão, trabalhos futuros podem se propor a : investigar associações
utilizando outras variáveis e/ou proxys, utilizar como técnica estatística a regressão, uma vez
que este é mais robusto e conclusivo para explicar a relação das características de governança
corporativa e o nível de disclosure, considerar uma maior delimitação temporal, a fim de
permitir uma melhor comparação e avaliar qualitativamente o disclosure.
47
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𝑚
6 ∗ ∑𝑑𝑖²
𝐷 = ∑ 𝑒𝑖 1 −
𝑛³ − 𝑛
𝑖=1
Em que:
∑𝑛𝑖=1
1 𝑛2
(𝑋1 − 𝑋̅)² + ∑𝑖=1(𝑌1 − 𝑌̅)²
𝑆𝑝 =
𝑛1 + 𝑛2 − 2
55
Após calcular a estatística de teste T, são verificados os valores críticos para os graus
de liberdade indicados para então rejeitar ou não a hipótese nula, dado o nível de
significância.
Variâncias Desiguais
Quando a hipótese inicial de igualdade de variâncias for rejeitada, isto é, 𝜎12 ≠ 𝜎22 , é
utilizado a seguinte estatística T’:
𝑋̅ − 𝑌̅
T’ = ~ T( ν ), isto é, a estatística T’ tem distribuição t de Student com ν graus
𝑆2 𝑆2
√ 1+ 2
𝑛1 𝑛2
de liberdade.
Sendo:
(𝐴+𝐵)² 𝑆2 𝑆2
ν= 𝐴2 𝐵2
com A= 𝑛1 e B= 𝑛2 .
+ 1 2
𝑛1 −1 𝑛2 −1