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Aula Nº1

Pontes
Professor: Erwin Ulises Lopez Palechor.
Email: erwin.lopez@ufca.edu.br

Professor: Erwin Ulises Lopez Palechor, DSc.


PONTES-CATÍTULO I
CONCEITOS GERAIS

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Introdução

“Ponte são estruturas destinadas a transpor um obstáculo naturais como


cursos d’água, vales profundos, baias ou obstáculos criados pelo homem
como, por exemplo, um centro urbano ou uma via expressa”.

a) Quando o obstáculo não tem água (centro urbano ou uma via


expressa) a ponte é chamada de Viaduto.

b) Tecnicamente, as pontes e os viadutos são classificados como Obras de


Arte Especiais.

c) Quando a ponte permite somente a passagem de pedestre ela é chamada


de Passarela.

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EXEMPLO DE PONTE

Ponte Nilton Navarro (Natal - RN)

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EXEMPLO DE VIADUTO RODOVIÁRIO

Viaduto da Recife (Manaus - AM)

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EXEMPLO DE VIADUTO FERROVIÁRIO

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1.4- VIADUTO DE ACESSO
“Parte em seco construída quando o curso d’água tem grades dimensões, fazendo a
ponte necessitar de uma parte externa antes de atravessá-lo”.

Acesso da Ponte Nilton Navarro (Natal - RN)


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1.5- GALERIAS

“Comunicações escavadas ou subterrâneas que em determinadas situações, pode ser


enquadrado na categoria de pontes”.

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PASSAGEM INFERIOR

Passagem inferior da FNS-Lote 3S


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1.7-ESQUEMAS ILUSTRATIVOS

Esquema ilustrativo de uma ponte, um viaduto e de um viaduto de acesso (El Debs & Takeya, 2009)

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CARACTERÍSTICAS : PONTES X EDIFÍCIOS

Ao se comparar as pontes com os edifícios, pode-se estabelecer certas particularidades


das pontes em relação aos edifícios:

a) Ações - devido ao caráter da carga de utilização das pontes, torna-se necessário


considerar alguns aspectos que normalmente não são considerados nos edifícios.
Nas pontes, em geral, deve-se considerar o efeito dinâmico das cargas, e
devido ao fato das cargas serem móveis, torna-se necessário determinar a
envoltória dos esforços solicitantes e a verificação da possibilidade de fadiga
dos materiais.

b) Processos construtivos - em razão da adversidade do local de implantação,


que é comum na construção das pontes, existem processos de construção que, em
geral, são específicos para a construção de pontes, ou que assumem importância
fundamental no projeto.

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HISTÓRICO

a) As as primeiras formas encontradas de pontes para transpor rios e vales foram feitas
por pontes com estruturas simples, realizadas com cordas, madeira e pedras trabalhadas
em forma de chapa, que serviam para integrar desde pequenos vilarejos a cidades
(Mattos 2001).

Ponte de pedra em Wycollar, Lancaster (www.argonet.co.uk)

ATENÇÃO!
“Estas estruturas possuíam limitações, principalmente para vencer grandes vãos e rios
com muita profundidade”.

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b) As primeiras grandes pontes realizadas foram feitas com madeira e pedras.
Oficialmente, a ponte mais antiga de que se tem registro é a ponte de madeira “Sweet
Track”, com 1100 metros de comprimento, feita na Inglaterra em 3806 A.C. (segundo
www.sbi.se/bridges.htm#arch).

c) A forma estrutural mais utilizada em pontes ao longo do


tempo é a de arco.

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g) A primeira ponte de ferro fundido foi feita em 1779 na Inglaterra com 30 m de
comprimento, localizada em Shropshire . Esta ponte ficou conhecida como Ponte de Aço
(www.civilengineer.about.com/science/civilengineer).

“Ponte de ferro fundido”


(www.civilengineer.about.com/science/civilengineer)

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h) Com a evolução do aço como material de construção e o surgimento do concreto
armado e protendido, as pontes em arco puderam ter vãos cada vez maiores.

Ponte da Arrábida Portugal, Porto ”(www.vistasnapaisagem.weblog.com.pt)

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i) Exemplos de pontes pelo mundo

Ponte sobre o rio “Guadalquivir” ( fib, 2000 ) Ponte Akashi Kaikyo (www.matsuo-bridge.co.jp)

ATENÇÃO!
A ponte Akashi Kaikyo é atualmente a maior ponte suspensa do
mundo, com 3922 m de comprimento e o recorde de 1991m de vão
central. Construída em 1998, esta ponte liga as cidades de Kobe e
Awaji Island no Japão (segundo www.matsuo-bridge.co.jp).

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i) Exemplos de pontes pelo mundo

“Ponte JK” (Brasília-DF)

“Ponte Milton Navarro” (Natal - RN)

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4- ELEMENTOS CONSTITUINTES DAS PONTES

Elementos de uma ponte


(Marchetti, 2008)
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4- ELEMENTOS CONSTITUINTES DAS PONTES

1- A SUPERESTRUTURA é a parte da ponte destinada a vencer o obstáculo e receber


diretamente as cargas de tráfego. Ela é composta por:

a) Lajes ou tabuleiro;

b) Vigas principais;

c) Vigas transversinas;

d) Cortinas;

e) Dentes;

f) Consoles;

g) Chanfros.

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ATENÇÃO!

A SUPERESTRUTURA PODE SER SUBDIVIDIDA EM DUAS PARTES:

1) Estrutura principal (ou sistema estrutural principal ou simplesmente


sistema estrutural) que tem a função de vencer o vão livre;

2) Estrutura secundária (ou tabuleiro ou estrado) que recebe a ação direta das
cargas e a transmite para a estrutura principal.

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3- A MESOESTRUTURA recebe os esforços da superestrutura transmitindo-os para a
infraestrutura, sendo normalmente composta por:

a) Aparelho de apoio;

b) Pilares;

c) Vigas de contraventamento dos pilares.

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3- A INFRAESTRUTURA é a parte com a função de transmitir ao terreno os esforços
provenientes da mesoestrutura. Ela composta por:

a) Blocos;

b) Sapatas;

c) Estacas;

d) Tubulões;

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4- ELEMENTOS COMPLEMENTARES são elementos acessórios que não
enquadram na classificação anterior, mas que integram à ponte. Entre eles, podem ser
citados:

a) Encontros - Tem a função de receber o empuxos dos aterros de acesso e impedir que
se transmitam aos outros pilares.

Detalhe do encontro (Mendes, 2003)

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4- ELEMENTOS COMPLEMENTARES são elementos acessórios que não
enquadram na classificação anterior, mas que integram à ponte. Entre eles, podem ser
citados:

a) Encontros - Tem a função de receber o empuxos dos aterros de acesso e impedir que
se transmitam aos outros pilares.

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b) Placas de transição - Tem a função acompanhar o assentamento do terreno quando
este for muito recalcável.

Detalhe do encontro (Mendes, 2003)

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c) Dolphins - São cortinas de estacas-pranchas que tem a função de dar proteção aos
pilares quanto aos choques de embarcações.

Detalhe do encontro
Professor: Erwin Ulises Lopez Palechor, DSc.(Mendes, 2003)
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Ponte sobre o Rio Grande-FNS

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Acidente provoado pela colisão de uma balsa com o pilar Ponte sobre o Rio Moju-Pará
(2014)

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5- CLASSIFICAÇÃO DAS PONTES

a) Segundo a natureza do tráfego:


o Rodoviárias;

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5- CLASSIFICAÇÃO DAS PONTES

a) Segundo a natureza do tráfego:


o Ferroviárias;

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5- CLASSIFICAÇÃO DAS PONTES

a) Segundo a natureza do tráfego:


o Passarelas (pontes para pedestres);

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5- CLASSIFICAÇÃO DAS PONTES

a) Segundo a natureza do tráfego:


o Ponte Rodo-Ferroviária

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5- CLASSIFICAÇÃO DAS PONTES

a) Segundo a natureza do tráfego:


o Pontes Aquedutos;

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5- CLASSIFICAÇÃO DAS PONTES

a) Segundo a natureza do tráfego:


o Ponte Aeroviária.

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b) Segundo a extensão do vão:

o Vão de até 2 metros (Bueiros);

o Vão de 2m a 3 m (Galerias);

o Vão de 2 m a 10 m (Pontilhões);

o Vão maior do que 10 m (Pontes).

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c) Segundo o Tipo de Material Empregado:

o Pontes em Madeira;

o Pontes Metálicas;

o Pontes em Concreto Armado;

o Pontes em Concreto Protendido;

o Pontes em Alvenaria de Pedra.

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d) Segundo a durabilidade:

o Pontes Permanentes;

o Pontes Provisórias.

e) Segundo o meio que estão inseridas:

o Pontes Maríntimas;

o Pontes Pluviais;

o Pontes Lacustres (lago)

o Elevados e Viadutos.

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f) Segundo o desenvolvimento Planimétrico:

o Pontes Retas - Ortogonais;

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f) Segundo o desenvolvimento Planimétrico:

o Pontes Retas - Esconsas;

• As pontes esconsas são aquelas cuja disposição dos elementos estruturais é de tal
forma que não ocorre cruzamento normal entre elas e o eixo da estrada ou fluxo d’ água
que passa por baixo dela (Mendes, 2003);

• A não ortogonalidade é definida pelo ângulo de esconsidade φ;

• A disposição das vigas e pilares acompanha o eixo da ponte e a linha de


esconsidade;

• Os pilares devem ser locados de tal forma a não interferirem no fluxo de veículos
que passam por debaixo da ponte.

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o Pontes Retas - Esconsas;

Pontes esconsas (Marchetti & Mendes, 2003)

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o Pontes Curvas;

Viaduto na cidade de Alagoinhas-BA (Santos 2003)

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g) Segundo o desenvolvimento Altimétrico:

o Pontes Horizontais ou em Nível;

Detalhe 1 (Marchetti, 2008)

o Pontes em Rampa, Retilíneas ou curvilíneas

Detalhe 2 (Marchetti, 2008)

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h) Segundo o Sistema Estrutural:

o Ponte em Laje (Maciça ou Vazada);


“ As pontes em laje possuem a seção transversal desprovida de qualquer vigamento,
podendo ter um sistema estrutural simplesmente apoiado ou contínuo”.

Ponte em Laje(Marchetti, 2008)

Vantagens:

a) pequena altura de construção e boa resistência à torção e rapidez de execução,


possuindo também boa relação estética;
b) podem ser moldadas no local ou constituídas de elementos pré-moldados e, os
detalhes de fôrmas e das armaduras e a concretagem são bastante simples.

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o Ponte em Viga Reta de Alma Cheia;

“Este sistema estrutural possui vigamentos suportando o tabuleiro. As vigas principais


são denominadas de longarinas e normalmente são introduzidas transversinas para
aumentar a rigidez do conjunto”.

Ponte em Viga Reta de Alma Cheia (Marchetti, 2008)

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o Ponte em Viga Reta de Alma Vazada (Treliças);

“Nestas pontes, o tabuleiro com a pista de rolamento pode estar na parte superior ou
inferior da treliça. São comumente feitas de aço e de madeira, possuindo a
característica de ser uma estrutura leve e de rápida execução”.

Ponte em Viga Reta de Alma Vazada (Marchetti, 2008)

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o Ponte em Quadro Rígido

“Nestas pontes a superestrutura e a mesoestrutura estão monoliticamente ligadas,


eliminando-se o uso de aparelhos de apoio. Isto é conveniente no caso em que há pilares
esbeltos onde existe a necessidade da redução do comprimento de flambagem (o pilar
bi-engastado tem menor comprimento de flambagem), ou quando se deseja ter
manutenção mínima, uma vez que inexistem articulações e aparelhos de apoio (Santos,
2003)”.

Ponte em Quadro Rígido (Marchetti, 2008)

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o Ponte em Arco

“As estruturas em arco permitem o uso do concreto armado convencional em pontes


com grandes vãos com pequeno consumo de material. O eixo do arco é
preferencialmente projetado coincidindo com a linha de pressões devidas à carga
permanente, para tirar proveito da boa resistência à compressão que o concreto possui
(Santos 2003)”.

Pontes em Arco (Santos, 2003)

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o Ponte Pênsil

“O tabuleiro contínuo é sustentado por vários cabos metálicos atirantados ligados a dois
cabos maiores que, por sua vez, ligam-se às torres de sustentação. Neste caso, a
transferência das principais cargas às torres e às ancoragens em forma de pendurais é
feita simplesmente por esforços de tração”.

Ponte Pênsil (Marchetti, 2008)

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o Ponte Estaiada;

“Segundo Morrissey apud Santos (2003), as pontes estaiadas diferem das pontes pênseis
principalmente na maneira como os cabos são conectados às torres. Nas pontes pênseis
os cabos passam livremente através das torres e, nas pontes estaiadas os cabos são
ancorados nas torres”.

Ponte Estaiada Tipo “Leque” e Tipo “Harpa” (Santos, 2003)

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o Fotos de Pontes em Geral

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i) Segundo a Natureza do Sistema Estrutural:

o Isostática;

o Hiperestática.

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