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ENSAIOS - RESSALTO HIDRÁULICO E

REMANSO
Felipe Silva Rodrigues 380280

Juazeiro do Norte-CE

2018
FELIPE SILVA RODRIGUES

ENSAIOS - RESSALTO HIRÁULICO E REMANSO


Trabalho apresentado à
UNIVERSIDADE
FEDERAL DO CARIRI -
UFCA como requisito
parcial para aprovação,
referente aos ENSAIOS na
disciplina de Hidráulica de
Canais no curso de
ENGENHARIA CIVIL.

Professor: Paulo Roberto

Juazeiro do Norte-CE

2018
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4
2. OBJETIVOS ............................................................................................................................. 5
3. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................... 6
3.1. RESSALTO HIDRÁULICO .............................................................................................. 7
3.2. REMANSO ...................................................................................................................... 10
4. APLICAÇÃO DOS CANAIS NO SOFTWARE HEC-RAS .................................................. 14
4.1 RESSALTO HIDRÁULICO ............................................................................................. 14
4.2 REMANSO ....................................................................................................................... 16
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 18
6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 19
1. INTRODUÇÃO

O escoamento em condutos livre ou canais é caracterizado por apresentar uma


superfície livre em contato com a atmosfera, sendo a gravidade o agente que provoca o
escoamento. Eles tem uma ampla aplicação prática na engenharia, entre as mais comuns
são nas áreas de saneamento, irrigação, abastecimento, drenagem urbana.

Uma análise experimental de como se comporta um canal e sua linha do perfil


d’água quando submetido a um Ressalto Hidráulico e Remanso é importante para
exame dos mesmos e como eles afetam o escoamento. O Ressalto Hidráulico pode ser
definido como um salto que ocorre quando o regime passa de supercrítico para o regime
subcrítico. Já o Remanso é caracterizado pela distância entre a altura normal e a altura
crítica calculada acima do obstáculo encontrado no canal.

Por fim, o objetivo deste relatório é calcular vários parâmetros do canal, em


relação a teoria e ao experimental, para que se possa comparar os resultados
encontrados, a fim de discutir a disparidade entre a teoria e a prática, bem como, realçar
os erros encontrados na execução do ensaio.

4
2. OBJETIVOS

• Ressalto Hidráulico:
- Calcular o Fr1 (número de Froude) no início do ressalto

- Obter as alturas y1 e y2, respectivamente, início e fim do ressalto Perfil do Ressalto

- Classificação do ressalto Altura do ressalto

- Perda de energia Eficiência do ressalto

- Cálculos teóricos

- Cálculos experimental (execução do ensaio)

- Modelo computacional

• Remanso:
- Perfil da curva de remanso Tipo de curva

- Alturas crítica e normal Comprimento do remanso

- Cálculos teóricos

- Cálculos experimental (execução do ensaio)

- Modelo computacional

5
3. DESENVOLVIMENTO

Para a execução dos ensaios foi feito a utilização de um canal experimental do


laboratório de recursos hídricos da Universidade Federal do Cariri - UFCA. Segue
abaixo algumas imagens de objetos utilizados para simulação de um ressalto hidráulico
e remanso.

Figura 01: Canal experimental

Figura 02: Calha para simular estreitamento do canal

6
Figura 03: Bloco utilizado para simular remanso

Figura 04: Comporta usada para restringir passagem de água

3.1. RESSALTO HIDRÁULICO

No ensaio realizado foram medidos as alturas d’água para diferentes distâncias


com relação ao estreitamento e o resultados seguem abaixo:

7
Distâncias com Alturas
relação ao (mm)
estreitamento
(cm)
1 6 7
2 20 19.5
3 28 8.4
4 40 18.2
5 49 10.5
6 62 18.2
7 72 11
8 97 49.2
9 108 47.5
10 120 45.5
Tabela 1: Resultados Experimentais do Ressalto Hidráulico

60

50

40
Altura (mm)

30

20

10

0
0 20 40 60 80 100 120 140
Distância -Estreitamento (cm)

Gráfico 1: Perfil do Ressalto no ensaio

Vale salientar que as alturas de 4 a 7 são referentes as medidas feitas antes do


ressalto e para a utilização das mesmas nos cálculos a seguir, deve ser feito uma média,
tendo Y1 = 14,475mm. As alturas de 8 a 10 são referentes a alturas medidas próximos a
comporta, realizando novamente uma média, tendo Y2 = 47,5mm.

• Cálculos referentes ao ressalto hidráulico


• Velocidades

V = √(2 ∗ 𝑔 ∗ ∆ℎ)

8
Os valores de ∆h1 = 78mm e ∆h2 = 6mm foram obtidos através de medições
pelo Tubo de Pitot, assim, substituindo na equação acima temos:

V1 = 1,237 m/s e V2 = 0,343 m/s

• Número de Froude:

Para determinar o número de Froude antes e depois do ressalto, substituímos na


quação abaixo os conjuntos de valores V1 = 1,237 m/s, Y1 = 14,475mm e V2 = 0,343
m/s, Y2 = 47,5mm.

𝑉
Fr =
√(𝑔∗𝑌ℎ)

Assim, obtemos Fr1 = 3,2846 e Fr2 = 0,5024.

• Classificação do Ressalto

De acordo com o Número de Froude antes do ressalto (Fr1 = 3,2846) temos um


valor compreendido entre 2,5 e 4,5, logo o Ressalto passa a ser classificado como
oscilante.

• Alturas Conjugadas

Para determinar as alturas teóricas é utilizada a formula abaixo, referente as


mesmas.

𝑌2 √(1 + 8 ∗ 𝐹𝑟12 ) − 1
=
𝑌1 2

Logo:

Y2 = 47,5mm e Fr2 = 0,5024

Assim, Y1 calculado resultou em 0,01751m.

• Perda de Energia

Com todas as alturas determinadas podemos calcular a perda de energia para os


dois casos, através da equação:

9
(𝑌2 − 𝑌1)³
∆ℎ =
4(𝑌1 ∗ 𝑌2)

I. Teórico:

Usando Y1 = 0,01751m e Y2 = 0,0475 m, resultando em ∆h = 0,008107m.

II. Experimental:

Usando Y1 = 0,014475m e Y2 = 0,0475m, resultando em ∆h = 0,013m.

• Eficiência do Ressalto

É possível determinar a eficiência do ressalto para o caso teórico e para o


experimental, com a equação:

∆𝐸
=𝑛
𝐸1
Logo:

I. Teórico:

Com, E1 = 0,0955 e E2 = 0,0534 encontramos uma eficiência de 0,4408.

II. Experimental:

Com, E1 = 0,0924 e E2 = 0,0535 determinamos uma eficiência de 0,4209.

3.2. REMANSO
Para este, precisamos coletar as alturas a cada 30cm, e com esses dados obter o
perfil do remanso. Na tabela 2 está representado as medidas coletadas seguido de suas
respectivas distâncias, logo em seguida temos o gráfico 2 que faz referência ao perfil do
remanso experimental.

Distância (cm) Altura d'água (mm)


30 104.4
60 118.23
90 115
120 111
150 108.5
180 106.5
210 103.5

10
270 99.5
300 97
330 94.5
369.4 91
399.4 90
429.4 88
450.4 86
Tabela 2: Resultados do Remanso

130
120
ALTURA D'AGUA (mm)

110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
DISTÂNCIA (cm)

Gráfico 2: Perfil do Remanso com os resultados experimentais

Para que possa ser feita as devidas comparações com os dados teóricos e os
dados práticos, é preciso realizar cálculos para determinar a altura normal e a crítica
para o canal em estudo e assim poder classificar a curva do remanso. E, logo após,
calcular o comprimento do remanso.

• Correção da Vazão

Através de um estudo realizado na Universidade Federal do Cariri - UFCA,


desenvolveram uma equação para corigir a vazão do canal, a mesma foi utilizada para
encontrar a vazão que deverá ser utilizada nos cálculos a seguir.

Q (real) = 1,0381 * Q(bomba) + 0,00003

Onde, Q (bomba) = 0,000467 m³/s. Assim, o valor de Q (real) = 0,000514 m³/s

• Altura Crítica

I. Teórico

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Para o cálculo da altura crítica, utilizamos a fórmula abaixo, utilizada para
canais retangulares.

3 𝑞²
Yc = √
𝑔

𝑄
Onde q, vazão unitária, q = , com a vazão corrigida e a base de 61,08m,
𝑏
encontramos q = 0,008423. Substituindo na equação, encontramos Yc = 0,01934m.

II. Experimental

A altura crítica é a altura d’água relacionada a parte acima do vertedor, no


ensaio, foi medida a altura total (crítica + vertedor) e sabendo que a altura do vertedor é
de 91,5mm, temos Yc = 104,4 – 91,5 = 12,90mm.

• Altura Normal

I. Teórico

Para o cálculo da altura normal utilizamos a equação de Manning:

𝑄∗𝑛
= 𝐴 ∗ 𝑅ℎ2/3
√𝐼
Onde, Q = 0,000514 m³/s,

Para definir o coeficiente de rugosidade foi utilizado os dados fornecidos por um


estudo desenvolvido na Universidade Federal do Cariri - UFCA, e, a partir da tabela
abaixo determinamos o n = 0,009 (Normal) para os cálculos.

Figura 5: Referente a uma tabela para o valor do coeficiente de rugosidade

A declividade foi calculada pela razão entre a altura que o canal foi elevado pelo
comprimento do canal de eixo a eixo.

30𝑚𝑚
I= = 0,009173 m/m
3,27𝑚

12
A área e o perímetro são referentes ao canal retangular, e o Raio hidráulico
encontrado A partir de:

Rh = A/P

Com esses dados, encontramos o resultado de Yn = 0,015714m.

I. Experimental

A altura normal do ensaio mostrada na tabela com os resultados, logo Yn =


86mm.

• Curva do Remanso
É possível determinar a curva para o caso teórico e para o experimental, para
isso é necessário fazer uma comparação entre os valores das alturas críticas e normais.

I. Teórico

No caso dos valores teóricos, temos:

Yn = 15,714mm e Yc = 19,34mm, e como Yc é maior que o Yn a curva é classificada


como Severa (S).

II. Experimental

No caso dos valores experimentais, temos:

Yn = 86mm e Yc = 12,90mm, e como Yc é menor que o Yn a curva do remanso no


experimento é Moderada (M).

• Comprimento do Remanso
Para o cálculo do comprimento do remanso teórico foi feito o step method,
garantindo uma segurança nos resultados. O método foi aplicado da altura crítica
somada à altura do vertedor, resultando em 0,1108m (0,01934 + 0,0915), até a altura
normal calculada. Na tabela 3 é possível observar parte das iterações realizada. O
Anexo A mostra a tabela completa com todos os dados.

Y (m) ∆x X (m)
0.110839
0.107839 -0.32772 -0.32772
0.104839 -0.32773 -0.65545
0.101839 -0.32773 -0.98318
0.098839 -0.32773 -1.31092
0.095839 -0.32773 -1.63865
... ... ...

13
0.029839 -0.29939 -8.75126
0.026839 -0.28406 -9.03532
0.023839 -0.25562 -9.29095
0.020839 -0.193 -9.48395
0.017839 0.010469 -9.47348
0.015714 -4.6289 -14.1024
Tabela 03: Resultados teóricos do remanso

O comprimento total do remanso pode ser determinado pela somatória total das
distâncias, assim, comprimento do remanso = 14,1024m

0.12

0.10

0.08
Altura

0.06

0.04

0.02

0.00
-18.00 -16.00 -14.00 -12.00 -10.00 -8.00 -6.00 -4.00 -2.00 0.00
Comprimento do Canal

Gráfico 03: Perfil do remanso teórico

4. APLICAÇÃO DOS CANAIS NO SOFTWARE HEC-RAS

4.1 RESSALTO HIDRÁULICO


Após efetuado os cálculos do canal para o ensaio de ressalto hidráulico, foi feita
a simulação no software para confirmar os cálculos e visualizar melhor o canal em
estudo. Segue abaixo imagens que representam a linha d'água, o canal por uma visão 3D
e uma tabela com os parâmetros do mesmo.

14
Figura 6: Linha d'água do ressalto hidráulico

Figura 7: Visão 3D do ressalto hidráulico

Figura 8: Tabela de parâmetros do canal

15
4.2 REMANSO
Após efetuado os cálculos do canal para o ensaio de remanso, foi feita a
simulação no software para confirmar os cálculos e visualizar melhor o canal em estudo.
Segue abaixo imagens que representam a linha d'água, o canal por uma visão 3D e uma
tabela com os parâmetros do mesmo.

Figura 9: Linha d'água do remanso

Figura 10: Visão 3D do remanso

16
Figura 11: Tabela de parâmetros do canal

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5. CONCLUSÃO

Primeiramente, sempre vai haver diferenças entre estudos teóricos e práticos,


porém os resultados mostram que existem alterações consideráveis entre o estudo
teórico e práticos dos fenômenos de ressalto hidráulico e remanso. Tal conclusão se da
principalmente pelos valores das alturas. Esta diferença considerável pode ser
consequência de erros na execução do ensaio, que vão desde as dificuldades
encontradas para medição da velocidade com o tubo de pitot até a medida dos
equipamentos usados para realização dos mesmos.

18
6. REFERÊNCIAS

BAPTISTA, Márcio Benedito; COELHO, Márcia Maria Lara Pinto. Fundamentos de


Engenharia Hidráulica – 3. Ed. rev e ampl. – Belo Horizonte.

PORTO, Rodrigo de Melo. Hidráulica Básica. 4. ed. São Carlos

MAIA, P.R.T.F. Estudo de Vazão com Utilização de Canal Experimental. 3º Encontro


Universitário da UFC no Cariri, 2011.

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ANEXO A

20

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