A comunicação via satélite tornou-se, desde a sua criação, a maior evolução do homem
no que diz respeito a comunicação. Através da comunicação via satélite foram possíveis
vários progressos, dentre eles e com destaque a área das geociências, as
telecomunicações e o transporte aéreo. Isto melhorou substancialmente a segurança e o
desenvolvimento mundial.
Na época não havia tecnologia suficiente para colocar em órbita esses equipamentos.
Entre 1951 e 1955, o exército americano fez testes de propagação de radiocomunicação
através dos repetidores passivos, incluindo a Lua, um satélite natural, os quais não
funcionaram por causa da distância muito grande da Terra e principalmente porque não
existia tecnologia suficiente para utilizar sinais de baixíssima amplitude e relação
sinal/ruído.
Figura 1: Satélite
Fonte: CLEMENTE, Rogério Costa; Sistemas de Telecomunicações I, 2014.
Órbitas
Um satélite artificial precisa de uma órbita, a rota na qual ele se desloca em torno da
Terra. A Órbita pode ser equatorial, inclinada ou polar.
Transponder
O transponder é o dispositivo responsável pela re-transmissão do sinal recebido no
Satélite. Ele combina a função de receber o sinal em determinada frequência, realizar a
conversão da frequência e transmitir o sinal recebido em uma nova. Um transponder é
composto de um receptor, um conversor de frequência e um transmissor de alta
potência, conforme a Figura 1.3.
Tomando-se como base a posição da órbita, os satélites podem ser divididos em três
categorias:
A Figura abaixo mostra as altitudes dos satélites em relação à superfície da Terra. Existe
apenas uma órbita, a uma altitude de 35.786 km para um satélite GEO. Os satélites
MEO se localizam a altitudes entre 5.000 a 15.000 km. Já os satélites LEO normalmente
se encontram a uma altitude inferior a 2.000 km.
São assim denominados por serem colocadas em uma órbita sobre o equador, de tal
forma que leve o mesmo tempo de rotação da Terra isto é, 23h e 56min para concluir a
volta em torno da Terra.
Os satélites geoestacionários localizam-se a uma altitude entre 35.800 km e 36.000 km.
Nesse caso o satélite parece estar parado, pois possui uma velocidade angular e eixo de
rotação iguais aos da Terra. Sendo assim, ocorre que vários satélites estão nessa órbita
disputando espaço e, por isso, devem manter uma distância de 2° no mínimo para que
não aconteçam interferências, sendo de 180 o número máximo de satélites na mesma
órbita, os quais podem ser de várias finalidades, como militar, governamental e para
transmissão de televisão.
Como a velocidade orbital se baseia na distância em relação ao planeta Terra, apenas
uma órbita pode ser geoestacionária.
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/49/Geostat.gif
Como estas órbitas estão próximas à Terra, o satélite tem de viajar a uma velocidade
angular maior que a do planeta, pois caso contrário, a força de gravidade o puxará para
o solo, destruindo-o.
3. LEO (Low-Earth-Orbit, baixa órbita terrestre)
Os satélites LEO (baixa órbita terrestre) apresentam órbitas polares. A altitude está entre
500 a 2.000 km, com um período de rotação de 90 a 120 min. O satélite tem velocidade
de 20.000 a 25.000 km/h. Um sistema LEO geralmente tem um acesso tipo celular,
semelhante ao sistema de telefonia celular. A área de cobertura normalmente tem um
diâmetro de 8.000 km. Como os satélites LEO estão próximos da Terra, o retardo de
propagação de tempo de uma volta completa, em geral, é menor que 20 ms, o que é
aceitável para comunicação de áudio.
Um sistema LEO é composto por uma constelação de satélites que funcionam juntos
como se fossem uma rede; cada satélite atua como um comutador. Os satélites que se
encontram mais próximos uns dos outros são conectados por meio de ISLs
(InterSatellite Links — links intersatélites).
Um sistema móvel se comunica com o satélite por um UML (User Mobile Link — link
móvel de usuário). Um satélite também pode se comunicar com uma estação terrestre
(gateway) por intermédio de um GWL (Gateway Link — link de gateway). Figura
abaixo ilustra uma rede de satélites LEO típica.
Na rede temos: estações remotas (terminais VSAT), uma estação master opcional
(HUB) e obviamente o satélite de retransmissão. O HUB gerencia a rede num
determinado tipo de topologia e tem a finalidade de controlar o acesso pelo provedor do
serviço, que possui uma topologia em estrela, com uma antena de alto ganho e diâmetro,
necessária para transmitir o tráfego entre os VSATs.
Se houver algum defeito no satélite, nos seus painéis solares ou no controle de seu
sistema, acaba a comunicação e por isso é o mais crítico componente do sistema VSAT,
dificultando sua manutenção.
Métodos de acesso
Área de Cobertura
Físico:
A atmosfera provoca reflexões de onda, provocando atrasos e erros
Variação da intensidade do sinal devido a propagação multipath;
Interrupções no sinal devido a shadowing.
Software:
Vantagens
A comunicação que seria impossível ocorrer por meio de cabos, toda informação
emitida pode ser recebida em qualquer região do planeta.
Rapidez. Instalações práticas mostram que redes VSAT podem ser
implementadas e começar a operar em poucos dias.
Desenvolvimento económico de localidades mais distantes, unidades fabris e
pequenos aglomerados rurais. Localidades insulares, de pouca infraestrutura.
Pode ser usada em veículos de mobilidade intercontinental (aviões e navios).
Desvantagens
Segurança – Por abranger áreas tão extensas e usar antenas é necessário ter
especial atenção a esse quesito, usando encriptação para garantir que somente
pessoas autorizadas tenham acesso as informações transmitidas.
Clima – fatores climáticos interferem na comunicação. Assim, sistemas críticos
que não podem ficar minutos sem comunicação não devem usar VSAT. A
atmosfera provoca reflexões de onda, provocando atrasos e erros.
Custos - Os custos são elevados na construção de satélites, em sua projeção no
espaço e sua manutenção.
Conclusão
Todo sistema de comunicação deverá, antes da sua implantação, ter uma avaliação no
que diz respeito ao seu custo, ao seu tempo de implantação e ao serviço que este
oferece. Por isso esse sistema deverá ser avaliado de acordo com a necessidade do
projeto, pois em certos momentos problemas como o atraso do sinal, interrupções do
sinal devido a chuvas, não podem existir para um bom funcionamento de um certo
serviço.