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UERN

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
METODOLOGIA DO ENSINO DE FILOSOFIA
Prof. Marcos von Zuben

Plano de aula de filosofia no ensino médio

O plano de aula é o planejamento específico das atividades de ensino que se pretende


realizar com os estudantes de filosofia. Existem alguns tópicos que são importantes de
serem planejados para a boa execução de uma aula de filosofia e que devem constar em um
plano de aula, são eles:

1) Objetivos.

Indicar o que se pretende atingir com a aula. Os objetivos podem ser:

De natureza conceitual. Exemplos: compreender a distinção entre mundo sensível e


mundo inteligível em Platão, investigar as relações entre filosofia e sabedoria, distinguir
razão e fé no pensamento medieval, comparar o pensamento ético de Kant (ética do dever)
com o pensamento ético do existencialismo, compreender o conceito de ideologia em Marx,
etc.

De natureza cognitiva (competência e habilidades). Exemplos: exercitar a capacidade de


elaboração de perguntas (problematização), realizar raciocínios lógicos, interpretar textos
filosóficos, identificar argumentos em um texto, comparar conceitos, escrever um texto
reflexivo, exercitar a imaginação e a criatividade, etc.

De natureza social: Exemplos: favorecer a socialização do grupo, melhorar a autoestima


dos alunos, possibilitar o convívio com as diferenças dentro do grupo, destacar as
qualidades individuais, criar situações desafiadoras, etc.

Obs. É evidente que esses tipos de objetivos se combinam em toda aula de filosofia, mas é
importante que sejam explicitados em um plano de aula para que a sua ênfase fique mais
assegurada.

2) Conteúdos filosóficos.

Explicitar o (s) conteúdo (s) que serão objeto privilegiado de reflexão. Exemplo: conceito
de filosofia, de alienação, de revolução, ética aristotélica, contratualismo político, livre-
arbítrio em Santo Agostinho, etc.
4) Metodologia:

Indicar a forma com que o tema será abordado.


A metodologia em uma aula de filosofia envolve pelo menos dois aspectos.

Primeiro: os passos da aula e o tempo reservado para cada momento.

Segundo: a abordagem que o professor pretende dar ao tema proposto. Aqui, o professor
estabelece sua abordagem principalmente a partir da sua própria reflexão sobre o tema, o
que demanda o estabelecimento de um plano de discussão que consiste nas perguntas que
ele considera importantes para o direcionamento das investigações sobre o tema. È
recomendável que o professor relacione previamente essas perguntas, para que elas possam
ser apresentadas nos momentos oportunos durante a aula, seja quando ele expõe o tema aos
alunos, seja utilizando-as para por em questão as falas dos alunos sobre o tema,
contribuindo para que eles aprofundem suas reflexões e para que a aula não se converta em
uma simples coleção de falas e posicionamentos dispersos e desarticulados dos alunos.

5) Avaliação.

É recomendável que se faça uma rápida avaliação com os alunos sobre a aula realizada.
Aqui não se trata necessariamente de uma avaliação visando notas, mas verificar qual foi a
percepção dos alunos sobre a qualidade da reflexão filosófica em sala, onde pode-se
inquirir os alunos sobre o aprofundamento dos conceitos filosóficos, o caráter crítico da
aula, a superação das concepções iniciais, o grau de envolvimento com o tema, a
importância daquele tema para a vida, etc.
Também pode-se indicar aqui eventuais atividades avaliativas a serem feitas posteriormente
pelos estudantes.

6) Materiais.

Listar os materiais que serão utilizados na aula. Dentre os materiais de uma aula de
filosofia, o imprescindível é o próprio texto filosófico, os textos clássicos dos filósofos,
além de, se for o caso, algum texto secundário (comentários) ou livros didáticos; outros
textos não diretamente filosóficos, mas que possam contribuir para o início da reflexão:
filmes, desenhos, pinturas, poesias, músicas, teatro, etc.

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