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Brasília
Julho, 2016.
O ensino de artes nas escolas brasileiras, bem como todo o panorama
de criação de uma estrutura para tal, vem sido transformado e resinificado ao
longo dos anos. Assim como na história de toda Educação Regular no Brasil o
ensino de artes sobrevive ao sucateamento e a negligencia submetendo-se
sempre a baixa qualidade da estrutura e ao pouco subsidio encaminhado por
parte do governo.
O ENSINO DA ARTE
Foi ainda durante o século XIX que nos internatos para mulheres surgiu
o termo ensino de arte, enquanto adorno e parte de um currículo pensado para
agradar elites católicas. Depois, com a instauração da Republica, o ensino de
Desenho Gráfico foi instituído nas escolas. O objetivo era desenvolver
racionalidade e a maior parte do ensinamento era sobre copias.
A relação da arte que se ensina nas academias com a arte que se
produz (e sempre foi produzida) pelo povo brasileiro é truculenta até hoje. No
passado a arte de matriz africana, indígena e ate mesmo a arte produzida no
brasil era negligenciada de forma proposital pelas elites intelectualizadas. A
verdadeira revolução no sentido de Arte Educação veio após o movimento de
Arte-Moderna (1922) com a influência de artistas como Mario de Andrade
(1893-1945) e Anita Mafaltti (1889-1948) que trouxeram ideias revolucionarias
para o contexto artístico da época ao lançarem no Brasil o conceito de livre-
expressão.
A ARTE (SOBRE)VIVE
Um outro lugar de acesso que arte alcança dentro das salas de aula diz
respeito à dimensão social das manifestações artísticas. A arte de cada cultura
revela o modo de perceber, sentir e articular significados e valores. A arte
necessita de visão, escuta e dos demais sentidos como portas de entrada para
uma compreensão mais significativa das questões sociais. Essa forma de
comunicação é rápida e eficaz, pois atinge o interlocutor justamente em lugares
que ele já está habituado a viver, como nas músicas que escuta e nas festas
que frequenta.
Falando agora com o foco para o ensino das Artes Cênicas (teatro,
dança e circo) o nível de abstração que se pode atingir dentro do ensino teórico
da disciplina é posto à prova devido ao tempo limitado que a disciplina de artes
tem dentro do currículo. Uma aula por semana não é o suficiente para transpor
esse conhecimento da perspectiva teórica para a pratica e alinhar o estudo
pratico das artes ao seu estudo teórico é a maior dificuldade encontrada hoje
pelos profissionais da área. Não existem muitas escolas com estruturas físicas
satisfatórias ou com uma gestão verdadeiramente interessada em tornar esse
ensino eficaz na realidade das escolas públicas.
A arte é um direito do ser humano, sou vivo, logo arte. A arte se aprende
e se ensina, não se governa e não se faz dentro de acordos. A arte é catarse,
risco. Dentro de uma escola a arte desarma a opressão e recarrega a força do
espirito criador. Mesmo a passos de formiga, o estudo das artes é legitimo
como parte da esfera formadora do Ser Humano e com toda certeza é possível
afimar que antes Arte, do que nunca!
BIBLIOGRAFIA