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Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA, 2012), o Brasil

dispõe de 13.776 barragens cadastradas. E perante este cenário, para


atender as diretrizes da Lei 12.334/2010 sobre a Política Nacional de
Segurança de Barragens, devem desenvolver um Plano de Ação
Emergencial, toda e qualquer barragem destinada ao acúmulo de água,
cujo o intuito é avaliar a propagação de ondas de cheia e o índice de
ruptura para a elaboração de um plano de contingência.
Localizada na bacia do rio Tietê, a Barragem de Três Irmãos foi o
palco para o desenvolvimento deste trabalho. A partir da análise da
probabilidade de ruptura, classificada como uma barragem de bom
desempenho, constatou-se que o risco estava associado à erosão
superficial causada por galgamento, quando a água transborda por cima
da crista da barragem de terra.
Tendo como ferramentas de estudos os levantamento batimétricos e
as curvas de níveis do local estudado, com fundamento nos dados
históricos de vazão, segundo o modelo HEC-RAS, as ondas propagaram-
se por 30 km desde a usina até a confluência com o rio Paraná.
Assim, partindo de métodos empíricos, tem-se valores distintos de
vazão de pico (20.915 m³/s e 40.507m³/s), nos quais foram determinados
dois cenários, de acordo com os tempos de chegada da onda e abertura de
brecha (cuja a geometria estimada resultou em 130 m), período de
submersão, velocidade e cotas dos perfis da linha d’água.
Pôde-se observar que independente do tempo de abertura da brecha,
variando de 1,0 e 14,0 h, a extensão e o tempo de submersão das áreas
atingidas apresentaram pouca alteração. Por exemplo, em determinado
local, o tempo em que o nível da água atingiu a cota do terreno, variou de
161 min para 12 horas no cenário 3, cuja a vazão adotada foi de 20.915 m³/s
e de 82 min para 8 horas no cenário 4, uma vez que a vazão era de 40.507
m³/s. Esse resultado sucedeu devido ao grande volume de água
armazenado no reservatório e à baixa redução de vazão máxima ao longo
do trecho. Isso pode ser explicado, uma vez que a propagação da cheia
deu-se sobre um trecho de rio já inundado pela barragem de jusante. Desse
modo, um escoamento em regime variável torna-se semelhante ao
permanente, em razão da água já compreender as áreas de planície de
inundação do leito original do rio.
A partir das informações obtidas referentes aos níveis da água,
tempo de chegada, propagação de cheias e risco hidrodinâmico, foram
reproduzidos mapas de inundação para a elaboração do Plano de Ação
Emergencial. Este documento é de suma importância, pois identifica
condições de emergência, apresentando medidas e ações a seres
seguidas, caso venha a romper a barragem por ondas de cheia, ou seja,
após ser decretado um risco eminente. Assim, o PAE deve ser entregue à
administração dos municípios que podem ser impactados, como também
à Defesa Civil para fins de minimização de impactos à população e ao meio
ambiente.
Em resumo, é possível afirmar que a Barragem de Três Irmãos é
inspecionada por um sistema de monitoramento eficiente, validado pelos
órgãos fiscalizadores, dado que a Barragem de Jupiá, localizada à jusante
da Barragem de Três Irmãos possui um controle de vazão de até 50.000
m³/s, o que dispensa do risco de ruptura. No entanto, seguindo a simulação
de ondas de cheia, algumas medidas deveriam ser adotadas para a
segurança da população à jusante da Barragem de Três Irmãos, tais como,
a instalação de um sistema de avisos sonoros e de faróis de segurança nas
extremidades das pontes que abrangem a área impactada.
Palavras Chave: Propagação de ondas. Ruptura de barragens. Plano de
Ação Emergencial. Inundação

Podemos definir Hidrologia como a ciência que trata da água na Terra, sua
ocorrência, circulação e distribuição, sua relação com o meio ambiente e com a
vida humana.
Em outro plano, a Engenharia Hidrológica é dada como a ciência aplicada, na
qual utiliza os princípios hidrológicos na solução de problemas provenientes da
exploração dos recursos hídricos.
Tomando conhecimento destes conceitos, compreende-se que a partir do
momento em que a água é valorada economicamente, passamos a nos referir à
ela como recurso hídrico.
E em hidrologia aplicada, nos deparamos com distintos problemas que envolvem
a utilização dos recursos hídricos. Toda e qualquer construção, recuperação,
planejamento, gerenciamento ou desenvolvimento de projeto de uma obra
hidráulica requer amplo domínio na área.
Estudamos para evitar problemas, da mesma maneira que tentamos solucionar
ou minimizar os efeitos destrutivos sobre o meio ambiente e à vida humana. A
partir disso, é que são desenvolvidos planos e leis que garantem a segurança da
população, tal como o Plano de Ação Emergencial.
Por exemplo, ao estudar o controle de inundação em determinado local,
precisamos conhecer as variações de vazão, a previsão de vazões máximas, a
área compreendida pelo fenômenos, como também, a oscilação do volume e a
velocidade da água, uma vez que essas informações, juntamente com o tipo de
relevo, irão interferir no aproveitamento hidrelétrico, caso esta seja a finalidade
da estrutura.
Enfim, o recurso hídrico que nos proporciona desenvolvimento econômico,
social e sustentável, caso for regido por inaptos órgãos de fiscalização,
planejamento e execução, sem rotina adequada de monitoramento e execução
de inspeções rotineiras e periódicas, surgirão problemas futuros prejudiciais ao
meio ambiente e a população em geral.

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