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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 2ª VARA DO TRABALHO

DE GOIÂNIA/GO

Processo n°: 0010001.10.2007.518.0002

ALBANO MACHADO, já qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista, vem,


respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar CONTRARRAZÕES ao Recurso
Ordinário interposto por MARIA JOSÉ PEREIRA, com fulcro no artigo 900, da CLT.

Requer que as contrarrazões sejam recebidas e remetidas ao Egrégio Tribunal


Regional do Trabalho para apreciação.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, 18 de dezembro de 2017.

Assinatura Advogado

OAB XXX
CONTRARRAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

Recorrido: ALBANO MACHADO

Recorrente: MARIA JOSÉ PEREIRA

Origem: 2ª VARA DO TRABALHO DE GOIÂNIA/GO

Processo n°: 0010001.10.2007.518.0002

EGRÉGIO TRIBUNAL

COLENDA TURMA

DOUTOS JULGADORES

TEMPESTIVIDADE

São tempestivas as Contrarrazões porque interpostas no prazo legal de 8 (oito) dias


úteis, conforme artigo 775 da CLT, considerando-se que o recorrido foi intimado em 11/12/17 e
que a contagem se inicia no dia 12/12/17, o prazo final para interposição de recurso se
encerra no dia 21/12/17, de acordo com o artigo 900, da CLT.
Art. 900 - Interposto o recurso, será notificado o recorrido para oferecer as suas razões,
em prazo igual ao que tiver tido o recorrente.

Assim, são tempestivas as Contrarrazões.

DOS FATOS

A Reclamada, ora recorrente, interpôs recurso ordinário visando a reforma da sentença


proferida pelo juízo da 2ª Vara do Trabalho de Goiânia/GO, que julgou procedente os pedidos
do reclamante, ora recorrido, para condenar ao pagamento dos Feriados trabalhados em
dobro, de Intervalo intrajornada, de Indenização por danos morais, indevidamente registrado
na CTPS e de Honorários Advocatícios de sucumbência.

Dessa forma, vieram os autos para o Recorrido apresentar suas razões recursais,
pelos fundamentos a seguir expostos, nas quais verifica-se que a sentença não merece
qualquer reforma.
DO MÉRITO

1. FERIADOS LABORADOS EM DOBRO

A recorrente pretende a reforma da sentença em relação à condenação para o


pagamento dos feriados trabalhados em dobro, entretanto a decisão não merece ser
reformada em relação a tal ponto, haja vista jurisprudência do TST e o contido na súmula 444,
do TST, que prevê o pagamento em dobro dos feriados trabalhos no regime de 12x36 horas,
abaixo transcritos.

NORMA COLETIVA. LEI. Escala de 12 por 36. Validade. - Res. 185/2012, DEJT
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 - republicada em decorrência do despacho proferido
no processo TST-PA-504.280/2012.2 - DEJT divulgado em 26.11.2012 - É valida, em
caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de
descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo
de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em
dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de
adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas.

Súmula 444 do Tribunal Superior do Trabalho – deve ser feita em caráter


excepcional e mediante aprovação em Acordo Coletivo de Trabalho ou Convenção
Coletiva de Trabalho.

Como a súmula não fala em compensação, a decisão foi acertada em condenar a


Recorrente, tendo em vista a jurisprudência do TST, por isso deve ser mantida e não
necessita ser reformada.

2. INTERVALO INTRAJORNADA

A recorrente pretende a reforma da sentença em relação à condenação para o


pagamento dos intervalos intrajornadas.

Entretanto, a decisão não merece ser reformada em relação à pretensão, pois o artigo
12 da Lei Complementar 150/15 prevê a obrigatoriedade do registro de horário de trabalho do
empregado doméstico, por qualquer meio, desde que idôneo.

Art. 12. É obrigatório o registro do horário de trabalho do empregado doméstico por


qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo.

Acrescenta-se que, se ausente o registro da jornada de trabalho do Recorrido, cabe ao


empregador tal registro e o mesmo deve ser obrigatório.

Lado outro, conforme acórdão do TST ao RR e artigo 818 da CLT, abaixo transcritos,
cabe a recorrente provar as suas alegações quanto à existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do recorrido.

AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMADA LIGHT SERVIÇOS DE


ELETRICIDADE S.A. HORAS EXTRAS - ÔNUS DA PROVA. INTERVALO
INTRAJORNADA. AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMADA LIGHT SERVIÇOS
DE ELETRICIDADE S.A. HORAS EXTRAS - ÔNUS DA PROVA. INTERVALO
INTRAJORNADA. AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMADA LIGHT SERVIÇOS
DE ELETRICIDADE S.A. HORAS EXTRAS - ÔNUS DA PROVA. INTERVALO
INTRAJORNADA. AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMADA LIGHT SERVIÇOS
DE ELETRICIDADE S.A. HORAS EXTRAS - ÔNUS DA PROVA. INTERVALO
INTRAJORNADA. [...] RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. HORAS EXTRAS -
CARTÕES DE PONTO. [...] A não-apresentação injustificada dos controles de
frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode
ser elidida por prova em contrário" (Súmula/TST nº 338, I). Recurso de revista não
conhecido. " (Súmula/TST nº 437, I). Recurso de revista conhecido e provido (TST -
ARR: 14744820105010019, Relator: Renato de Lacerda Paiva, Data de Julgamento:
25/11/2015, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 04/12/2015)

Art. 818. O ônus da prova incumbe:


II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do reclamante.

Em razão da ausência de provas, não é possível a reforma da decisão para desonerar


a Recorrente do pagamento das horas extras por inobservância do intervalo intrajornada.

Requer que seja negado provimento ao Recurso Ordinário da Recorrente, mantendo a


condenação ao pagamento de uma hora por dia, acrescida de 50%, a partir de 02/06/2015 até
o término do contrato de trabalho, com reflexos em aviso prévio, férias + 1/3, décimo terceiros
salário e na multa de 40% do FGTS.

3. IMPOSSIBILIDADE DE PAGAMENTO DE INDENIZAÇAO POR DANOS MORAIS

A recorrente pretende a reforma da sentença em relação à condenação para o


pagamento de indenização por danos morais decorrente da anotação da dispensa por justa
causa na carteira de trabalho, entretanto, a decisão não merece ser reformada, pois o
empregador não pode realizar anotações desabonadoras na CTPS do empregado, porque o
simples fato de expor o recorrido à essa situação gera dano, sendo o dano moral presumido –
in re ipsa – não necessitando ser comprovado.

RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ATESTADOS


MÉDICOS - ANOTAÇÃO DESABONADORA NA CTPS Para a jurisprudência que se
tornou dominante nesta Corte, a conduta da Reclamada revela-se abusiva e
desnecessária e está em nítido confronto com a regra descrita no art. 29, § 4º, da CLT,
que veda ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado
em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social. Os prejuízos advindos do ato são
claros, como a provável restrição de oportunidades em empregos futuros e a
dificuldade de reinserção no mercado de trabalho. Atente-se que o dano e o sofrimento
psicológico vivenciados, nas circunstâncias relatadas, são evidentes, pois a mácula
inerente às anotações acompanhará a Autora durante toda a sua vida profissional e,
obviamente, lhe causará transtornos de natureza íntima, principalmente quando for
necessária a apresentação da CTPS na procura de novo emprego. Cuida-se de
verdadeiro dano decorrente do próprio fato e não há necessidade de prova de prejuízo
concreto, até porque a tutela jurídica, neste caso, incide sobre um interesse imaterial
(art. 1º, III, da CF). Nessa situação, é devido o pagamento da indenização por danos
morais, em razão do preenchimento dos requisitos legais exigidos (dano, nexo causal e
culpa empresarial). Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR:
21719520105200001, Relator: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento:
22/10/2014, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/10/2014).

Deve haver apenas a comprovação da culpa e do nexo de causalidade, que estão


presentes no caso em tela, mantendo-se o valor da indenização, que deve ser proporcional ao
dano sofrido.

Dessa forma, a decisão do d. Juízo a quo também deve ser mantida no que diz
respeito a condenação à indenização e ao seu valor.
4. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

A condenação aos honorários advocatícios deve ser mantida, eis que a presente
Reclamação Trabalhista foi ajuizada antes da vigência da Lei n. 13.467/17, ocasião em que
inexistia a sucumbência recíproca, devendo os custos do processo serem arcados
exclusivamente pela empregadora.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer seja negado provimento ao Recurso Ordinário Adesivo, nos
termos da fundamentação supra.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, 18 de dezembro de 2017.

Assinatura Advogado

OAB XXX

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