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A Nossa Cidadania

Texto: Filipenses 3:20

OBJETIVO
Contrastar a nossa cidadania terrena com
a cidadania do céu, no intuito de ver
quais são os benefícios que temos.

INTRODUÇÃO
Embora esta epístola seja conhecida como
“carta da Alegria”, fora escrita
enquanto Paulo estava preso (Fp 1:4, 18,
25, 26, 2:2, 28; 3:1, 4:1, 4,10). O texto
qual lemos é de grande importância para
entendermos o pano de fundo que Paulo
tem por detrás da carta.
Por duas vezes na epístola à igreja
filipense (Fp 1:27 e 3:20), falam sobre
“cidadania”, um vocábulo que certamente
teria atração especial para os leitores
originais. A intenção de Paulo é
comparar a cidadania terrena com a
celestial, o que na verdade em nada se
compara.
Entretanto para adquirirmos a cidadania
de um determinado país nos é necessário:
1) Nascer lá; 2) casar-se com uma pessoa
de lá, ou 3) morrer e nascer lá
novamente.
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A vista disto vejamos com cuidado as
implicações que isto tem para as nossas
vidas.

1. A CIDADANIA FILIPENSE
A cidade de Filipos estava situada na
Macedónia (no norte da Grécia). Filipe
II da Macedónia renomeou a cidade, com
seu próprio nome. Ele era o pai de
Alexandre, o Grande, o mais célebre
conquistador do mundo antigo. Que em sua
juventude, teve como professor o
filósofo Aristóteles, também macedónio,
de Estagira, que fora aluno de Platão.
Por causa disto a filosofia também era
um motivo de Orgulho para os filipenses.
Para além disto a cidade de Filipos gozou
de inúmeros benefícios com a vitória do
imperador Otaviano na batalha do Áccio
sobre as forças conjuntas de Marco
Antônio e Cleópatra. Assim sendo
Otaviano deu à cidade seu notável título
Colonia Julia Augusta Philippensis (em
homenagem a sua filha). De todos os
privilégios conferidos por esse título,
a possessão do ius italicum “direito
itálico” era o mais valioso. Significava
que os colonos poderiam gozar dos mesmos
direitos de propriedade como aqueles que
vivem na Itália, ou seja, eram cidadãos
romanos.

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A melhor tradução de Filipenses 3.20
para cidadania, seria colónia, pois vem
da palavra grega politeuma que deriva do
substantivo politeia que dá origem a
nossa palavra política. Pode-se dizer
então que: “somos uma colônia do céu”.
Portanto vemos quais eram os motivos do
orgulho cívico dos Filipenses: O nome da
cidade, a Filosofia grega e a cidadania
romana.

2. A CIDADANIA DE PAULO
Paulo é o autor da carta. Ele se
converteu no caminho de Damasco, quando
perseguia os cristãos. Teve um encontro
com Jesus, ficando cego ao ver a luz que
brilhava, e falava com ele. Logo após
Ananias recebeu uma visão do Senhor para
que fosse ter com Paulo na rua direita.
Lá Paulo recobrou a visão e recebeu o
chamado de Deus para pregar o Evangelho.
Mais adiante Paulo e seus companheiros
foram impedidos pelo Espírito Santo de
irem para Ásia e Bitínia. Paulo recebeu
numa visão o convite do homem da
Macedônia, que lhe implorava: “Passa à
Macedônia, e ajuda-nos” (At 16:9). Ao
Interpretar esse apelo como uma
convocação de Deus, Ele e sua equipa
(Silas, Timóteo e provavelmente Lucas)
velejaram para Neápolis, o porto de

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Filipos, durante a segunda viagem
missionária (At 16:12-40).
Paulo e sua comitiva conheceram Lídia
(vendedora de purpura, da cidade de
Tiatira) e outras pessoas que adoravam
junto ao rio (At 16:14, 15), pois a
cidade não tinha um número de judeus
suficientes (oito) para ter uma
sinagoga.
Ali eles expulsaram um demónio de uma
escrava, foram lançados na prisão, foram
libertos por um terremoto, e viram a
conversão do carcereiro e sua família,
que também batizaram-se (At 16:33).
O que Paulo tem em mente ao falar acerca
da cidadania é uma refutação ao orgulho
filipense por causa da sua cidadania
romana que desfrutavam.
Por isso Paulo discorre acerca dos
muitos privilégios que possuía. Ele
nasceu em Tarso da Cilícia (At 22:3),
foi circuncidado ao oitavo dia (Fp3:4),
era da tribo de Benjamim, era Hebreu de
Hebreus, era fariseu (perseguidor da
igreja) (Fp 3:4-7; At 23:6), foi
ensinado por Gamaliel (At 22:3),
guardava a lei (At 26:5), era um cidadão
Romano (Atos 16:37; 22:25, 27).
Contudo considerou tudo como refugo para
ganhar Cristo e desfrutar da cidadania
do Céu (Fp 3:8).
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3. A NOSSA CIDADANIA
Como afirmamos no início que para
conseguirmos a cidadania de algum país
nos é necessário: 1) Nascer lá; 2) casar-
se com alguém lá, ou 3) morrer e nascer
lá. Para ser um cidadão terreno a ultima
hipótese é descartada, mas para ser um
cidadão dos céus somente a última é
válida. Isto remete-nos para João 3,
sobre a história de Nicodemos e o novo
nascimento.
É necessário morrer para o pecado e
nascer para Deus, como uma nova Criatura
(2 Co 5:17-20). Assim como Jesus
desafiou o Jovem rico a vender tudo e
segui-lo, deixar tudo para trás (Mt
19:16-22). Jesus também convida-nos a
morrer, morrer para: os prazeres desta
vida, as riquezas, os bens materiais,
família, etc. Depois nascer de novo, uma
nova vida em Cristo, uma nova criatura.

CONCLUSÃO
Que lição aprendemos com esta carta.
Tudo aquilo que temos e somos nem de
longe se compara com os privilégios de
sermos um cidadão dos céus.
Por vezes somos tão patriotas com
relação a nossa nacionalidade, cultura,
etc., na verdade assim como Paulo, tudo
isto tem de ser comparado a refugo por
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causa de Cristo. Jesus foi nos preparar
lugar (Jo 14:2), e a nossa cidade não
está aqui, mas está nos céus.

APELO
Que possamos exercer a nossa cidadania
dos céus, sabendo que pela graça de Deus
podemos gozar de tão grande privilégio.

BIBLIOGRAFIA
Bíblia com Anotações A.W. Tozer. Rio de
Janeiro, RJ: CPAD, 2013.
BUCKLAND, A. R. Dicionário Bíblico
Universal. São Paulo, SP: Vida, 1999.
DOUGLAS, J.D. e [et. al], ed. O Novo
Dicionário da Bíblia. 3ª ed. rev. São
Paulo, SP: Vida Nova, 2006.
HARTOG, Paul. Polycarp and the New
Testament: The Occasion, Rhetoric,
Theme, and Unity of the Epistle to the
Philippians and Its Allusions to New
Testament Literature. Tübingen: Mohr
Siebeck, 2002.

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