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Atrito negativo

 Primeira constatação foi na Holanda por Terzaghi e Pech em 1935, quando prédios
com estacas de ponta cravadas através de uma camada de argila muito mole,
recalcaram excessivamente quando foi colocado um aterro por cima do solo.
 Brasil foi constatado no Porto de Rio Grande e Prédios adjacentes a valas dos metros
do RJ

Definição:

 Quando o recalque do solo for maior que a estaca assim surge uma sobrecarga na
mesma denominada de atrito negativo.

Causas:

 Alivio ou rebaixamento do lençol freático;


 Sub-adensamento de argilas;
 Amolgamento do terreno devido a cravação;
 Colocação de sobrecargas na superfície do terreno;
 Flutuação natural do nível de água;
 Recalques provocados pelo deslocamento de estruturas de contenção;

Fatores que afetam o valor do atrito negativo:

 Fatores relacionados às características das estacas: Tipo de material (aço; madeira...


esse fator está relacionado a aderência estaca-solo e a possibilidade de a estaca servir
de dreno passar dissipar a poro pressão.
 Método de instalação: crava ou escava relacionando ao grau de amolgamento
induzido ao solo e principalmente com estado de tensão gerado nas proximidades da
estaca.
 Tipos de estacas: PONTA; ATRITO; PONTA FECHADA; PONTA ABERTA
 Inclinação da estaca: Em estaca inclinadas o atrito negativo é maior e tem a
contribuição do peso do solo sobre a estaca.
 Seção transversal da estaca: Circular ou Quadrada a circular tem a seção transversal
menor que a quadrada.
 Estaca isoladas ou em grupos.

Fatores relacionados a características do solo:

 Tipo do solo: arenoso; siltoso; argiloso.


 Sub adensamento; normalmente adensado ou pré adensado.
 Grau de sensibilidade do solo.
 Lençol freático: variação do seu nível.
 Compreensibilidade do terreno.
 Espessura da camada compreensível em relação as sobrecargas
 Características das curvas de tensões: deformação do solo envolvido.

Ponto Neutro:

 Terzaghi (1935) estudando ocorrências de atrito negativo na Holanda, foi o primeiro a


considerar que parte do seu comprimento parte da estaca o recalque ser menor que o
solo, logo nessa zona ocorreria o atrito negativo, mas na parte inferior do solo o
recalque da estaca ser maior que o do solo onde ocorreria nesta zona o atrito positivo,
haveria desta forma um ponto no qual o recalque na estaca e solo seria igual assim
chamando de PONTO NEUTRO.
 OKAB (1977) Concluiu que a intensidade do atrito negativo e a profundidade do ponto
neutro, aumenta com o aumento da rigidez da camada próxima a ponta.

Evolução do atrito negativo:

 Fellenius (1971): Mostra que o atrito negativo geralmente não induz a ruptura e sim
provoca acréscimos de recalque.
 HORVART E VANDER VEEN (1977): Concluem que a dissipação do excesso de poro
pressão gerada pela cravação ocorre em tempo curto.
 55 % do máximo atrito ocorre nos 25 dias após a cravação tendo a superfície cravada
em 4mm, em 60 dias o NA estava em torno de 70 % esperado (95 tf) com recalque de
superfície de 10mm.

Redução do atrito negativo

 Pré carregamentos das camadas compreensivas, provocando o recalque antes da


cravação da estava.
 Eliminação do contato direto entre solo-estaca.
 Encamisamento da estaca com tubo de maior diâmetro preenchendo os espaços com
areia fofa ou vedando as extremidades com resina epox.
 Escavação com lama bentonitica.
 Aplicação de corrente continua no solo (eletromose)
- BJURRUM, L. et al (1969) efetuaram medições em uma estaca instrumentada, na qual
usaram eletromose para diminuir o NA, verificaram que a estaca que atuaria 120 tf
devido ao AN, conseguiu se uma redução de 40 tf.
 Aplicação de uma camada de Betume (mais eficiente, consegue a redução de até 90 %
do NA).

Utilização de fundações com características especiais:

 No caso de grupo de estacas TERZAGHI propôs espaçamento de 2,5 vezes o diâmetro,


isso reduziria a área do terreno que sobrecarregaria à estaca.
 Na Holanda recomenda-se o uso de estaca de seção transversal do fuste pequena em
relação a ponta, dessa forma a área de contato lateral da estaca com solo seria
reduzida.
 CORREA, J.J (1969) propõe uma estaca telescopia.
 Utilização estaca com topo livre da placa de fundação ou bloco.

MODELO DE CALCULO DO ATRITO NEGATICO DEVE CONSIDERAR:

 Parâmetros de resistência do cisalhamento do solo na condição drenada


- Compreensão simples
- Cisalhamento direto
- Compreensão tri axial

𝜏 = 𝑐 + 𝛾 × tan 𝜃
 Aplicação específica para estacas isoladas e grupos de estacas
 Para grupos de estacas a área efetiva tributaria a cada estaca.
 A localização do ponto neutro como função dos recalques relativos estaca-solo
 Redução da capacidade de ponta da estaca.
 História do carregamento da estaca.
 Os esforços cisalhantes mobilizados ao longo do fuste.
 Evolução do atrito negativo com o tempo.

Torna-se muito difícil incluir todos esses fatores de uma forma correta por ser, praticamente,
impossível um modelo matemático para representar a interação solo-estaca neste caso.

O fato de existir, relativamente, poucas pesquisas com estacas instrumentadas dificultam.


enormemente, a aferição dos modelos criados.

Os fatores de mais difícil consideração são:


- Evolução do Atrito Negativo com o tempo;
- História do carregamento das estacas.

 O ponto mais importante, no entanto, para o cálculo do Atrito Negativo é a


determinação correta das tensões cisalhantes ao longo do fuste que dependem,
essencialmente, da distribuição das pressões horizontais efetivas.

ESCREVER SOBRE TODOS OS MÉTODOS.

LIVROS:

DIMENSIONAMENTO FUNDAÇÕES PROFUNDAS – ALONSO

CAPITULO 6: 2 MÉTODOS TRADICIOANAIS.

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