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Fixa III

AULA 25/2/2019

Na aula prática vimos a importância de trabalhar o limite marginal e de aproveitar a


quantidade de espaço naquela zona marginal para potenciar as nossas restaurações.

Portanto vou falar um bocadinho sobre as…..a importância, as espessuras que é necessário ter
e o porquê, e no geral o que é que os preparos dentários devem ter para nós conseguirmos
fazer uma restauração em condições. Na prática, do que nos estamos a falar é da importância
de ter esta zona aqui vai ter, ou seja a zona da preparação marginal. Como vocês vêm esta
zona da preparação marginal é a transição entre dentes e gengiva e sendo uma zona de
transição entre dentes e gengiva é uma zona muito delicada porque os dentes são muito mais
estáveis do que as gengivas, nós já vimos que ao longo da vida os dentes vão perdendo
algumas das suas propriedades e vão modificando as suas posições; alguns de nós, pelo menos
os mais velhos já notam que têm um bocadinho de recessão gengival. Por isso mesmo é que
quando falamos em longevidade de restaurações fixas temos que ter em consideração este
processo biológico que nos acontece e que ainda ninguém descobriu como é que pode ser
interrompido.

Obviamente que há uma preocupação grande em poder fazer restaurações que sejam o mais
disfarçadas possível e é precisamente na zona de transição entre dentes e gengiva que mais se
nota que existe uma coroa pq às vezes a gengiva sai do sitio onde tinha inicialmente servido
para esconder alguma prótese e ainda por cima a prótese não está bem trabalhada nessa zona
cervical, tudo isso fica muito mais evidente. É por isso que de uma maneira geral os dentistas
quando talham os dentes procuram fazer justa gengival, dependendo das épocas e dos
conceitos que vão ser utilizados, ou trabalham justa gengival e os que têm preocupações
biológicas utilizam esta abordagem, porque dizem assim se eu trabalhar acima da gengiva eu
não interfiro com a gengiva, consigo visualizar tudo o que estou a fazer e não estou a fazer
nada que vá fazer com que a gengiva tenha motivos para se mover. Há outros dentistas que
utilizam uma abordagem que é dizer assim abaixo da gengiva antes de começarem as fibras do
ligamento periodontal existe uma coisa que se chama sulco gengival e esse sulco tem em
média 1 mm, 1,5mm de profundidade, ou seja naquele mm onde ainda não há fibras que
unam a gengiva à raiz do dente; sabem que há uma zona que se chama linha junção cemento
esmalte e normalmente a gengiva cobre essa linha, está ligeiramente acima, é por isso que se
mete lá a casca da pipoca. Esse bocadinho de espaço que está lá livre há muitos médico que
dizem se eu usar um bocadinho deste espaço livre e fizer a minha linha abaixo da gengiva
dentro deste espaço, não é supra gengival é dentro do sulco, ou seja o sítio onde a coroa vai
ser colada fica escondido pela gengiva e portanto a união fica disfarçada, só que a restauração
é colada e quando se cola, pomos o cimento e o cimento baba para o exterior e alguns
cimentos são tão fortes que é muito difícil remover de lá aquele bocado que extravasou
porque fica duro , polimerizou e a única maneira de tirar aquilo é com uma broca ou com um
bisturi e as vezes corre mal e não se consegue tirar todo o excesso, quando não se consegue e
tirar todo o excesso ocorre um processo inflamatório, a nível microscópico vê-se que fica lá
tipo um biquinho, uma aresta de compósito e de material que vai estar permanentemente a
irritar a gengiva. Assim que sente que está irritada inflama e quando inflama, o osso recebe
uma informação de que há inflamação em cima e vai um bocadinho mais para baixo para se
distanciar da inflamação, que é a tal distância biológica. Entre o osso e a gengiva há uma
distância biológica que se mantém sempre. Se nós interferirmos com esses fatores estamos a
criar condições para que o osso e a gengiva se mexam de sítio e exponham a zona de transição
da restauração. Então é por isso que os preparos assumem esta importância toda. Para além
disso há outros fatores extremamente importantes que têm a ver com espessura de esmalte
que o dente tem, os dentes não têm todos a mesma espessura de esmalte e há pessoas que
têm mais dentina e menos esmalte, há alturas na vida em que o dente tem mais esmalte e
menos esmalte, portanto há aqui coisas que variam. Nós sabemos que enquanto cortamos
esmalte está tudo mais ou menos bem pq é um material super calcificado e não tem grande
sensibilidade mas quando chegamos à dentina já não é assim. Na dentina existem túbulos
dentinários e(?) (Gabriel tossiu- 11min56seg) e portanto os dentes passam a estar mais
expostos e com sensibilidade e isso muitas vezes leva a que quando o desgaste da dentina é
muito agressivo haja necessidade de mexer na polpa dentária e quando se tem de mexer na
polpa tem que se desvitalizar o dente e passar de um dente vivo para um morto e um dente
morto não tem as mesmas capacidades de proprioreceção, de regeneração… Na medicina
dentaria já se passou por muitas fases, fases em que se cortava mais o dente e fases em que se
cortava menos o dente e sito varia muito com os materiais, técnicas e com a melhor forma de
resolver determinadas situações. Já passamos a fase dos pivots, em que toda a gente tinha um
pivot pq era muito fácil, rápido e barato ate começarem a cair os pivots todos…

Quantos dentistas fazem coroas de 7/8 ou de ¾? Zero. Porquê? Dá muito trabalho! É muito
mais fácil cortar para uma coroa e obviamente que se a coroa tiver uma linha de terminação
única é mais fácil de fazer uma coroa bem adaptada do que fazer uma coroa em que tem que
adaptar não sei quantas paredes. Tecnicamente não se justifica estar a fazer uma coisa que
sabemos ser mais difícil obter um bom ajuste e por essa razão deixou-se de fazer isso.

Então isto vai mudando conforme as tendências, as técnicas e daquilo que se vai descobrindo.

Há 20 anos atrás os médicos tratavam das gengivas e prótese? Nada. Hoje em dia as áreas
partilham conhecimento e as pessoas começam a percebem que ao mexerem “nisto” podem
estragar “ aquilo”, se tenho isto bem aquilo ali também tem que estar bem… a partilha de
informação entre as varias áreas faz com que se comece a olhar para varias coisas ao mesmo
tempo para tentar interferir o menos possível. Até ao momento não há nada que substitua o
esmalte, dentina e gengiva e se puderem estar as nossas é o melhor e por isso é que é
importante sermos conservadores e tentar desgastar o menos possível. O conceito de preparo
dentário vai mudando conforme muda o conhecimento. Hoje vamos falar na aula de conceitos
clássicos adaptados para o que estamos a viver nesta época que ate podem variar se formos
trabalhar para um país estrangeiro.

Vou utilizar muitas imagens do facebook. Estes senhores são russos e trabalham na área da
preparação dentária tem fotos espetaculares.
Para se fazerem preparações
dentárias hoje em dia já há vários médicos dentistas que utilizam no seu consultório
microscópio para talhar os dentes. Para isso é preciso haver o microscópio que se usa também
em endodontia para ver os canais e isso ajuda a que haja uma melhoria dos tratamentos
endodônticos e nos preparos é a mesma coisa. Uma coisa é ver isto em macro e outra é ver em
micro.

Macro

micro

Isto faz diferença na qualidade que vamos receber e na qualidade daquilo que o medico
dentista esta a fazer. Como é obvio nem todos podem fazer isso porque o microscópio é um
instrumento caríssimo mas é uma coisa que vai começando entrar aos poucos nos
consultórios.

Objectivo do ceramista

reprodução das características morfológicas


e estéticas dos dentes naturais

Os preparos dentários vão ser importantes para nós porque nós vamos ser ceramistas e vamos
reproduzir características morfológicas e estéticas e para isso precisamos de espaço e se não
houver espaço é muito difícil reproduzir propriedades óticas e estéticas dos dentes. Todo o
espaço que o dentista nos dá, vamos tentar aproveitar. Nas características morfológicas nós
vamos querer reproduzir isto. Já tinham percebido que o dente tinha estas coisas todas? Tudo
aquilo que ali está faz diferença estar ou não lá. É aquilo que vai fazer o dente ser mais ou
menos verdadeiro.

A mesma coisa nas propriedades óticas. É por isso que precisamos de espaço. Temos que ter
noção de quanto é este espaço, quanto temos efetivamente e dentro daquele espaço quais
são as coisas que temos que fazer para copiar os dentes. Quando falamos em preparos
falamos em medidas padrão. Em media um preparo deve ter no minimo 1mmna zona cervical
e no máximo 2mm na zona incisal ou oclusal e se é preciso que o preparo tenha paredes mais
ou menos paralelas mas ligeiramente expulsivas significa que há um plano inclinado e esta
espessura vai variando. Esta diferença de espessura entre 1 e 2 não é uma grande diferença de
espessura mas pode fazer muita diferença naquilo que nós pretendemos fazer numa
restauração e portanto se tivermos “isto” não há razão nenhuma para não fazermos uma boa
restauração. O problema é que na maior parte das vezes não temos “isto tudo”.

Na prática estas duas espessuras que nos estamos a falar (1mm em cervical e no máximo 2
mm em incisal) são usadas porque em cervical vamos precisar de ter uma estrutura que sirva
de reforço pq toda a força exercida pela restauração vai-se condicionar em cervical e portanto
aquela zona tem que ser resistente mas nesta zona é onde temos uma cor de dente que é mais
uniforme e que depende da largura do dente. Se o dente é mais largo, a luz tem mais
dificuldade em atravessar aquela quantidade de espaço toda e portanto não vamos ter muitas
propriedades óticas por causa da espessura do dente. Isto não acontece em incisal/oclusal
porque aqui a espessura do dente é bastante mais fina e o comportamento da luz vai fazer
uma grande diferença no aspeto estético dos dentes e nessa zona, para nos podermos
reproduzir as características esticas do dente nos precisamos da espessura aumentada para
que haja forma de pôr lá todas as cores que conseguimos identificar no dente. Se na zona
cervical com 0,5mm eu consigo ter uma cor, e com 0,5 mm quero dizer que é como se
estivesse a dividir 0,5 para a estrutura metálica e 0,5 para o material de recobrimento que faz
o 1 mm da preparação, na zona incisal há zonas onde não há estrutura e tudo “isto” aqui é
material de recobrimento e aqui eu quero, se puder, ter 2mm.
Este é o aspeto normal de um talhe de um dente anterior. Se
refizermos aqui o contorno do incisivo lateral faltaram mais ou menos 2mm nesta zona do
terço incisal e na zona cervical teremos falta de um 1mm e as paredes são relativamente
paralelas, ligeiramente expulsivas que foi aquilo que nós aprendemos sobre os preparos
dentários. E nos dentes posteriores será uma coisa parecida com “esta”.

Muitas vezes quando olhamos para preparos de dentes


eles não têm cores uniformes, não é tudo só dentina, podem lá estar coisas diferentes, os
dentes podem estar infiltrados por amalgamas, podem estar reforçados (espigões de
carbono), podem ter um falso coto… Isto que vamos observar nos preparos também vai ser
determinante. Precisamos de pelo menos 1mm naquela zona cervical para que o dente
naquela zona cervical se pareça com um dente.

E aquela cor castanha que está ali? Vai implicar com o meu trabalho ou não? Sim ou não. Vai
depender do material que iremos usar na restauração. Se usar um material opaco e se posto
“aqui” em cima tanto faz se por baixo é preto, amarelo ou castanho porque não se vê não
implica. Por exemplo se usar uma coroa metálica ela vai tapar o preparo.

Mas se por exemplo usar um material que seja cerâmico e uma cerâmica translucida parecida
com o vidro de janela tudo o que esta por baixo vai influenciar. E se usar uma cerâmica que
nem é opaca nem é completamente traslucida? Vai-se ver na mesma mas depende da
espessura. Se esse material é semi transparente quanto mais fino mais transparente e quanto
mais grosso menos transparente.

O que vai estar aqui em equação?

1. Quais são as cores do preparo dentário


2. Qual o material com que vou querer reabilitar

Em função do material a usar precisamos de “x” quantidade de espaço ou se só tenho “x” de


espaço tenho que utilizar este conjunto de materiais. Não há a logica de os dentes serem todos
feitos da mesma maneira. Quando só temos um material é assim mas hoje em dia temos “n”
materiais e “n” soluções diferentes. Como cada vez temos mais investigação melhor
percebemos estas coisas e chegamos a soluções adaptadas a cada caso.

Ás vezes temos situações complexas, como termos todos os dentes de uma cor e depois ter
um que pertence a um (min 35)…. Diferente. O que fazemos? Colocamos os outros com o
mesmo material e aquele com um diferente? Ou utilizo um material que dê para todos? É á
frente, atrás? Tem mais ou menos importância estética? A pessoa importa-se com isso?
Problema é que na maior pare das situações não sabemos nada disto. Temos um papel que diz
coroa tal na cor tal e portanto alguém decidiu, só que quando a coisa corre mal a culpa é do
protésico…

Preparos. Justagenvival ou
ligeiramente infragengival? Como é que o medico percebe se esta infragengival ou
justagengival? Ou como é que nos percebemos através do que recebemos no laboratório se
está infra ou justa genvival? Quando corremos uma impressão e obtemos os modelos de
trabalho (exemplo dos modelos que cerramos- vê-se a crista da gengiva portanto está
infragengival) será que podemos ter a certeza de que está 1mm infragengival? Não, porque a
gengiva move, vai depender da técnica de impressão do dentista, se ele afastou mais a gengiva
ou se não afastou para fazer a impressão. Quando um medico poe um fio de retração gengival
que é preto dentro da gengiva mais fina e ligeiramente transparente vê-se que fica escuro,
entao ainda que a linha de terminação esteja infragengival , se o que ficar por baixo for uma
coisa escura vai aquele aspeto cinzento á volta da gengiva. Pq é que medico poe um fio para
talhar? Para empurrar a gengiva ligeiramente para baixo e quando vai lá com a broca tentar
não tocar na gengiva porque se toca na gengiva esta vai sangrar, consequentemente inflamar e
depois logo se vê onde vai parar a gengiva… E depois depende se o sulco é grande ou pequeno.

O importante é que o dentista


quando desgasta consiga ter esta definição, consiga trabalhar próximo da gengiva e ter uma
linha que a una. Outra coisa importante é a dureza do esmalte que é muito superior á do gesso
ou á da cerâmica, além de que é tudo branco e a pessoa não consegue focar em condições.
Mas se for usada uma broca de chanfre que é o que está “aqui” quando a broca passa lá o que
fica é uma linha lisa porque é o contorno do dente. Quando preparamos margens e pomos
linhas de terminaçao aos zig zag estamos a inventar.

“esta ” é a linha de aumento. Vejam como entre o preparo, a broca apanha meia broca, o
preparo apanha meio chanfre e é preciso ter o cuidado de a outra metade da broca não toque
na gengiva.
Dentes / Implantes

E “este” é o aspeto que podem ter os dentes preparados e no caso dos implantes acontece a
mesma coisa, isto são implantes que estão aqui e nestes implante foram feitos pilares que é
aquilo que vai simular os preparos dentários, “aqui” vai levar uma coroa e “aqui” vai levar
uma coroa, “ aqui” é o dente que segura a coroa e “aqui” é uma peça protética que está
aparafusada ao implante que vai suportar a coroa; mas o limite gengival é o mesmo. Então um
preparo ou a linha de terminação de um pilar deve ter as mesmas características que tem um
dente com uma vantagem acrescida é que aqui se eu quiser cortar muito vou cortar dentina e
aqui não, se eu tiver espaço posso, naquele caso que é zircónia, cortar mais, não há razão num
pilar para não se ter o espaço necessitado. Não estamos a cortar nada vital. Posso ter um
problema como aqui que tem um parafuso e não dá mais espaço, aí tenho uma limitação, que
é física por causa daquela situação em concreto do sitio onde se encontra o implante. Então os
preparos devem ser reproduzidos, se eu tenho um chanfre que me dá x quantidade de espaço
num dente, se for um implante tenho que ter a mesma coisa, tenho que ter uma peça que me
dê mais ou menos a mesma quantidade de espaço para fazer a restauração. Se eu tiver
espaços muito diferentes entre dentes e implantes vamos ter uma coroa que num sitio tem
muita espessura e noutro sitio tem menos espessura e ao trabalhar com espessuras diferentes
vou ter cores diferente, porque a espessura vai influenciar a cor e por isso é que se quer uma
espessura uniforme entre os dentes e os implantes e que se reproduza o preparo tal e qual
como é.

Restaurações “ Metalo - Cerâmica “


Profundidade
Espessura mínima necessária para a resistência, estética e perfil de emergência fisiológico.

-O,3mm a 0,5 mm para espessura de metal


-1mm a 2mm para espessura de cerâmica

Para restaurações de metal e cerâmica se eu vou ter uma restauração com infraestrutura
metálica e a seguir vai ser posta cerâmica é recomendável 0,3 a 0,5 mm de espessura de metal
e 1 a 2 mm de espessura de cerâmica. Porquê 0,3 a 0,5? Se eu tiver pouco espaço eu vou
reduzir a espessura do metal até ao mínimo aceitável, dependendo do tipo de liga que vai ser
usado, se é uma liga mais macia ou uma liga mais dura pq não quero que no processo de fazer
cerâmica aquela estrutura metálica se vá deformar ou desadaptar da zona marginal o que
pode acontecer se eu tiver uma espessura demasiado fina para o tipo de metal que estou a
usar, portanto temos que ter um intervalo em função do tipo de liga a utilizar.

A linha de terminação vai ser esculpida com base:


No tipo de restauração- restauração com linha de terminação em metal? Posso ter. eu posso
querer uma coroa em que a linha de acabamento seja metálica pq eu só com um material que
se for um material que consegue ir até 0 e não perder as suas propriedades mecânicas ( ex:
uma faca tem uma lamina que acaba em 0 e não é por isso que não usamos para cortar coisas
duras, no entanto se for uma faca de vidro a acabar em 0 conseguiremos cortar poucas coisas
duras com essa faca) portanto dependendo do material podemos optar por te ou não linhas a
0, no metal podemos ter linhas a 0 pq o metal garante resistência mecânica mesmo
terminanado a 0 e pode ser minha opção ter isso desde que isso nao interfira com a parte
estética. É aceitável que num dente anterior eu tenha uma linha de metal á mostra? Não. E
num dente posterior? Há muitas pessoas que não mostram nada dos dentes posteriores ou
que não se importam com a linha metálica nos posteriores e se isso garantir uma restauração
com melhor ajuste e que vá durar muitos anos porque não? Acham que é fácil na zona
posterior o dentista controlar a zona de cimentação? É muito mais difícil do que na zona
anterior, na zona posterior tem que ir lá com o espelho. Então se calhar em dentes posteriores
faz mais sentido trabalhar em supragengival e com coisas que garantam o melhor ajuste
independentemente da estética e em zonas anteriores há um problema acrescido que é a
estética e por isso tem que se ter um cuidado diferente.

Então posso ter terminação metálica visível, terminaçao sem metal visível, ou terminação toda
em cerâmica.. há varias opções. Pode ter a ver tbm com a preferência do clinico. O clinico
pode gostar de linhas metálicas que é para poder pôr lá a sonda e perceber se está bem
adaptado ou não. Imaginem um paciente que abre pouco a boca, é difícil para o medico chegar
lá atras e talhar o dente, vai-se por a fazer uma coisa que é um talhe mais agressivo e que ele
não consegue controlar? Não..

Precauções no perfil
de emergência

Sobre contorno exposição de opaco

Tudo isto vai implicar muito com o perfil de emergência porque em função do espaço que o
medico cortar, se ele cortar pouco na zona cervical e nós tivermos que pôr lá metal, opaco e
cerâmica é muita coisa para pôr num sitio onde não há espaço e portanto a tendência é fazer
sobrecontorno, e sobrecontorno implica retração gengival, vai ficar um buraco, os alimentos
não caem onde devem cair, há acumulação de placa bacteriana naquela zona…

De uma maneira geral, nas restaurações de metaloceramica estamos confrontados com três
tipo de preparações dentárias: chanfre, o chanfre biselado ou concavo e para cada uma destas
situações há indicações diferentes. Então estamos a falar “disto” que aqui está.
Chanfro
Quando tenho um chanfre significa que tenho uma preparação que vai entre 30 a 60º de
angulo mas se neste chanfre adicionar uma linha metálica que vai acabar a 0 a linha de
preparação já não é “esta”, passou a ser “esta” e o angulo desta linha é inferior a 30 º, agora já
estou num bisel e não num chanfre e por isso dizemos que é um chanfre biselado pq tem uma
linha que acaba em bisel. Se prolongar este chanfre e o tornar num angulo quase reto então é
uma preparação de bico ombro, entre 60 e 90º. Preparação em ombro significa que o angulo
interno tem mais de 60º.
Ao ter uma linha de metal a acabar em 0, ou seja um bisel, o que vai acontecer é que se a linha
que dá suporte ao bisel for fininha quando a infraestrutura for sujeita a tratamentos de
temperatura em que o metal vai dilatar e depois contrair e no arrefecimento a tendência é o
bisel se deformar desaptando-se da linha de terminação. Enato tem que se reforçar a
espessura para garantir que este pedaço da restauração é estável durante o processo de
execução da coroa.

Quando temos um chanfre, que é a situação da aula, o que é que fizemos? Tivemos que tirar
metal “daqui”, que é metal que está a mais e a fazer com que nesta zona haja mais metal do
que cerâmica e se há mais metal do que cerâmica a estética será pior e portanto se o medico
dentista talhou “esta” quantidade de espaço eu tenho que aproveitar esta quantidade ao
máximo para potenciar aquela zona de trabalho. Ao fazer isto estamos a dar espaço para ter
espessura suficiente para meter o opaco e a cerâmica. Se não tivermos este espaço vai ser só
metal e opaco e o opaco não tem translucidez, não imita o que acontece no dente. Então para
isso o médico vai usar o fio de retração gengival e alargar a margem, empurrando a gengiva
para trás de maneira a que o material de impressão entre nesta zona e a possa copiar.

O fio vai ate onde as fibras do ligamento periodontal estão agarradas ao dente e como tal isto
dói e o medico ás vezes opta por não o fazer e nesse caso o material não vai copiar aquela
zona como deve ser. Há também métodos químicos para fazer o afastamento da gengiva mas
não afasta tanto como o fio. Quando o medico põe dois fios primeiro põe o mais fino e depois
o mais grosso e normalmente para fazer a impressão tira o mais grosso e deixa o mais fino.
Muitas vezes o dentista talha sem fio, depois coloca o fio e retoca o preparo com o fio
colocado para descer o preparo para infragengival. Enquanto assim é… o que vai acontecer é
que o material de impressão vai entrar dentro do sulco pq há um afastamento físico entre
estas duas paredes, há o dente e a gengiva e o espaço entre o dente e a gengiva e se há um
espaço o material vai entrar lá e quando olhamos para a impressão percebemos que esta tem
um fio de material fininho aqui á volta e este fio é o material que entrou dentro do sulco.
Todos os médicos dentistas conseguem perceber se fizeram uma boa ou má impressão por
isto.

Quando a impressão é bem feita (?),


nos corremos o modelo de gesso e percebemos que entre o preparo e a gengiva há um espaço
e portanto não há razão para não ter um preparo exatamente igual ao da boa, eu não vou
mexer ali, vou expor a margem e tirar “este” bocado que ali está mas para o tirar não preciso
de mexer ali. A mesma coisa não acontece quando o médico não faz o fio ou este fica no sitio
errado. Neste caso não há espaço entre as duas coisas, nós vemos onde está a linha da
margem mas estão coladas uma coisa á outra e eu vou expor a margem mas aquilo é gesso e
eu vou tocar naquela zona e se estiver exposto eu não preciso de tocar mas se estiver assim é
a broca que vai fazer o contorno e o gesso vai ficar falhado e isto faz toda a diferença na
adaptação. Se eu tiver “isto” no gesso não há motivo nenhum para que quando enceramos as
infraestruturas não desenhemos o chanfre. Pegamos num zhale, se modificar o zhale ele fica
com forma de chanfre e ao desenhar a cera com aquele formato já fica igual. Qual o unico
motivo para não estar? Foi o que nos aconteceu. Não metemos o chanfre suficientemente
profundo que permita ter 0,5 de cera naquela zona. Não pudemos deixar aquilo porque nos
disseram que tínhamos que ter 0,5 de cera na margem e para ter 0,5 na margem não
conseguíamos ter um chanfre mas se o chanfre for profundo já pode ficar desenhado na cera
e quando vamos acabar o metal vai- se fazer a mesma coisa, vai-se usar a broca e reproduzir o
chanfre . não há motivo nenhum para deixar aquilo com metal a mais, irá roubar espaço á
cerâmica. Ainda assim, não é a mesma coisa do ponto de vista da estética não ter lá metal
nenhum . comparem esta imagem com a anterior. Qual a quantidade de luz que eu tenho
“aqui” nesta zona onde não há metal vs esta outra imagem. Se eu quiser potenciar a estética
da restauração eu posso substituir esta zona metálica colocando cerâmica mais resistente, a
chamada cerâmica de ombro, tem uma dureza superior, não tem as mesmas propriedades
óticas que a outra cerâmica de recobrimento mas é melhor do que o metal e comporta-se
melhor que o metal. Quando tenho cerâmica de ombro a luz quando incide no dente passa
para a gengiva e faz com que a transição dente gengiva aconteça de forma idêntica á que
acontece num dente natural. Tecnicamente é mais exigente pq precisa de mais um passo ,
significa que vou tirar dali metal , colocar cerâmica numa fase distinta e para isso acontecer
preciso de uma certa espessura; se “este” espaço for menos do que 30º ou menos do que 45º
vamos ter uma cerâmica a acabar quase em bisel e ao acabar em bisel não vai ter grande
resistência mecânica por isso preciso de ter naquela zona de 60 a 90º de espaço para que
possa lá estar cerâmica sem metal e é por isso que se faz o preparo em ombro.
Biselado Chanfro Ombro

O problema de ter um ombro é que estou a levar a linha de terminação interna mais para trás
para o angulo ser maior, se a linha vai mais para trás tem que se cortar mais quantidade de
dente, o talhe é mais agressivo e se o dente for fino e com pouco esmalte pode não se poder
fazer isto. Então se quiser fazer um ombro de cerâmica “aqui” vou ter que reduzir a
quantidade de metal na zona de terminação e posso fazer isso logo na fase da cera ou na fase
do acabamento de metal e deixar uma espessura uniforme e entre 1mm e 2mm de espessura e
que seja mais do que 180º (preferencialmente 270º), porque se o preparo todo são 360º eu
quero pelo de 180º para a frente, que é a parte estética e visível esteja só cerâmica. Também
posso pôr á volta do dente todo, a única questão é que para isso o médico tinha talhar um
ombro á volta do dente todo reduzindo a espessura do preparo, então muitas vezes o medico
é mais agressivo em vestibular e mais conservador em palatino. Para que é importante em
cerâmica ter este ombro com maior espessura? Quando queimamos cerâmica, ela arredonda,
se não tiver uma espessura grande cada vez que queimo ela vai arredondar e perder
resistência mecânica então o ombro garante que ali há uma espessura de cerâmica que
garante a resistência mecânica.

Entao, se eu for aplicar ombro, já temos a estrutura metálica que é escura, não tem cor de
dente então vamos que aplicar a primeira camada de cerâmica que é o opaco, primeiro damos
uma camada reduzida e depois uma segunda camada. Depois do opaco nos vamos aplicar
cerâmica na zona cervical que é uma cerâmica diferente da cerâmica com que vamos construir
o dente porque ela tem que ter propriedade mecânicas e óticas enquanto que a de
recobrimento deve ter essencialmente propriedades óticas. Normalmente temos que fazer
isso em duas vezes seguidas.

Então e se eu fizer uma coroa com estes materiais novos que não têm metal, zircónia por
exemplo? Já é branco, é uma cerâmica… O que é que acontece? Todos os materiais de
infraestrutura se eles vão tendo propriedades mecânicas boas as propriedades óticas vão ser
menores. Portanto eliminamos o problema do ser escuro mas não o de ser opaco e por isso
uma cerâmica de ombro tradicional será sempre mais translucida do que um material
cerâmico que seja resistente, então em restaurações em cerâmica com infraestruturas em
materiais mais opacos em cerâmica podemos utilizar o mesmo conceito que é tirar aquele
pedaço de cerâmica da margem e pôr lá uma cerâmica de ombro para melhorar a estética
daquela zona cervical. Portanto as cerâmicas de ombro não são exclusivas das restaurações
metaloceramicas , também se pode utilizar cerâmicas de ombro em restaurações todas de
cerâmica.
Linha de terminação
em gesso

Então este é o aspeto das linhas de terminação. O que é que não se deve fazer nas linhas de
terminação? Margens em J, isto é, quando o dentista a preparar a margem afunda a broca, em
vez de o chanfre terminar “assim” fica como se fosse um chanfre “assim” em que esta zona é
mais profunda, sendo esta zona mais profunda é extremamente difícil adaptar alguma coisa e
quando é assim nos devemos aliviar essa zona profunda com cera para garantir um melhor
ajuste da linha exterior. Ombros profundos também são de evitar porque quanto mais este
ângulo é acentuado para trás mais difícil é garantir ajuste daquele angulo interno; laminas de
faca normalmente também se evitam porque vão reduzir o espaço do material de
recobrimento; arestas agressivas; pouco paralelismo; zonas retentivas ao calhas , margens
irregulares são coisas que os preparos não devem ter e quando lá estão tem que se aliviar
porque isto tudo vai impedir uma boa adaptação das restaurações.

Duas coisas importantes. Nas zonas proximais, particularmente nas zonas anteriores, as
papilas interdentárias sobem o espaço interproximal e o que é que acontece? O medico
dentista se seguir a linha de contorno gengival vai ter uma espécie de umas parábolas a fazer
aquele contorno e quanto mais pronunciados forem estes contornos proximais mais
dificuldades vamos ter em ter zonas de adaptação porque para tirarmos de lá as
infraestruturas vamos ter quase que as deformar, portanto se aquela linha for menos
pronunciada, ainda que entre mais na zona interproximal, é melhor e a mesma coisa nas faces
oclusais, se elas forem muito acentuadas tambem é difícil garantir uma boa adaptação daquela
zona mais concava portanto os médicos dentistas devem algum cuidado neste tipo de
preparação.

Ate agora falamos de preparos dentários que não utilizavam lamina ou bisel, dissemos que
para metaloceramica o ideal é ter preparações em chanfre ou em ombro se for para pôr
cerâmica de ombro e para ter bisel seria o chanfre biselado mas por causa destes conceitos
biológicos, hoje em dia tem sido divulgada uma técnica que é o BOP( biological oriented
preparation technique), é um tipo de preparação que está preocupado com os assuntos
biológicos e que não está muito preocupado com os assuntos protéticos, o que eles querem é
garantir que biologicamente a “coisa” vai correr bem e correr bem do ponto de vista biológico
é que a gengiva não saia daquele sitio e não haja retração gengival a longo prazo. Então este
senho, Ignasio……. Desenvolveu esta técnica pretende garantir que pós colocação das
restaurações, em vez de haver uma retração de gengiva há um crescimento de gengiva que vai
preencher aquela zona de terminação marginal e tornar tudo aquilo mais saudável e em
Portugal há muitos médicos dentistas a seguir esta filosofia e a prepararem desta maneira. É
um conceito que tanto se pode aplicar a restaurações sobre dentes ou sobre implantes e
inicialmente começou a ser pensado para os dentes e depois é que foi adaptado para os
implantes. Na prática baseia-se em preparações verticais de bisel em lâmina a 0º, ou seja, fazer
aquilo que não era o mais interessante para fazer restaurações. Obviamente que se vamos
fazer linhas de bise a 0 das duas uma: se estivermos a trabalhar com metais não há outra
maneira se não ter uma linha de metal á mostra mas se trabalharmos com zircónia esta
permite trabalhar a 0 porque como tem uma dureza tao elevada e uma estrutura basicamente
cristalina é muito estável e mesmo com espessuras muito finas garante resistência. Por isso
este conceito tem sido utilizado com este tipo de material. O que é que se pretende? Fazer um
desgaste oblíquo na zona coronária em direção á margem, portanto a terminar a 0 e que
durante essa preparação, ao contrário do que dissemos anteriormente em que o medico devia
ter o cuidado de não tocar na gengiva para ela não inflamar, ele diz para fazer o contrario que
é tocar na gengiva com a broca e fazê-la sangrar e aí o que é que acontece? A seguir ele vai
fazer a colocação de uma restauração provisoria que normalmente fica a 1/2 mm da posição
determinada pelo clinico, ou seja, ele vai dizer assim: ”eu quero que a minha restauração
termine neste sitio” é ele que vai decidir, ao contrario do que aprendemos no semestre
passado em que fazemos um talhe prévio justagengival e depois o medico dentista vai adaptar,
aqui é a mesma coisa, é ele sempre que adapta a provisória á margem que quer definir, pq ele
é que vai definir onde é que é o 0, onde acaba e qual é a linha 0. Quando ele coloca a
provisoria, como a gengiva está a sangrar vai criar um coágulo de sangue em volta daquela
zona e ele não tira o coagulo de sangue porque são os elementos do sangue que foram
retirados do corte da gengiva e que ali ficaram que vão criar a regeneração daquela gengiva.
Depois é preciso esperar 3 a 6 meses para a restauração definitiva, tem esse contra que é o
período alongado com as restaurações provisorias ate estar tudo cicatrizado.

Então cá está, ele faz a técnica, talha a 0, a broca é mais fina e com o chanfre muito diminuto e
ao fazer aquela preparação toca na gengiva e cria aquele sangramento que provoca o tal
coágulo de sangue. Poranto antes do tratamento estava “assim” e depois do tratamento vê-se
que houve um crescimento de gengiva saudável a partir daquela linha de terminação marginal
que foi feita.

Nos implantes aplica-se a mesma coisa, a única diferença é que o pilar tem que ser desenhado
e tem que ser sangrada a gengiva desse pilar.

Vantagens desta técnica: o medico dentista é que determina a inha d terminação em relação
aos ligamentos periodontais assim não é tao agressivo; desgasta menos estrutura dentaria; é
uma técnica relativamente simples de fazer porque é superficial, ao nível da gengival e as
provisoria e impressão também são fáceis de fazer , tudo está a acontecer acima da gengiva.
Só depois do período de cicatrização é que as coisas ficam infragengivais e ainda ssim a
provisoria mantem aquele perfil afastado, portanto quando o medico for fazer a impressão
não precisa de pôr o fio de retração gengival para a fazer pq a linha vai acabar a 0 e tanto faz
acabar ligeiramente mais acima ou mais para baixo, a adaptação vai ser muito boa porque é a
0.

Desvantagens: não havendo uma linha de terminação no pilar pode haver dificuldade no
posicionamento da margem e da restauração, isto quer dizer, os dentes têm um formato que é
os anteriores mais largos em anterior e mais estreitos em posterior e portanto o preparo fica
com formato triangulado, nos posteriores é um formato mais quadrangular ou retangular, nas
peças dos implantes não temos a mesma largura de um dente na base, o implante é bastante
mais estreito que o dente, e logo as peças que vao ficar em cima dos implantes são mais
arredondadas, onde o efeito de rotação das restaurações é maior, logo é mais difícil ao
posicionar ter a certeza da posição e estabilizar as restaurações na posição certa.
Depois pode haver o perigo de invasão do sulco gengival porque como a impressão é feita sem
fio e vai reproduzir apenas aquela zona de transição, se quando estivermos a expor a zona das
margens nos enganarmos um bocado mais para cima ou um bocado mais para baixo corremos
o risco de fazer uma restauração que vai invadir o sulco e portanto deve ser o médico dentista
a expor a margem.
Só pode ser utilizada em restaurações cimentadas portanto tudo o que for aparafusado nos
implantes não permite fazer isto porque se for para aparafusar não podemos sangrar a gengiva
e estar a tirar e pôr peças.
Ainda não há estudos a longo prazo sobre isto, daqui a 10 anos há gengiva ou perdeu-se ainda
masi do que na técnica convencional?

Como vêm as coisas são dinâmicas, nada disto é estático, os conceitos, as filosofias, materiais e
abordagens vao mudando e o que importa é conhecer o mais possível, saber as diferenças
entre cada coisa para que quando aparece uma coisa nova saber o porquê de ser assim e o
porquê de mudar

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