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A ordem ambiental internacional diz respeito à regulação das ações humanas

de maneira a evitar o esgotamento de recursos permitindo a continuação da


humanidade no planeta. O autor afirma que para que se estabeleça uma ordem
ambiental internacional, os conceitos de desenvolvimento sustentável e segurança
ambiental internacional são de extrema importância.
Após a conferência de Estocolmo, esse tema passa a se destacar por meio
de ações mais pertinentes exercidas por ONGs que acaba mobilizando a opinião
pública para os assuntos ambientais. Isso fez com que outros eventos fossem
organizados, como a Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies da
Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES), a Convenção sobre
Poluição Transfronteiriça de Longo Alcance (CPT), a Convenção de Viena para a
Proteção da Camada de Ozônio (CV), o Protocolo de Montreal sobre Substâncias
que Destroem a Camada de Ozônio (PM) e a Convenção da Basiléia sobre o
Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos e seu Depósito (CTR).
A CITES (1973) surge com o objetivo de preservar as espécies da fauna e da
flora ameaçadas de extinção. Ela busca impedir o comércio ilegal de espécies e
controlar o comércio legal. Esse tema gera impasses com os países periféricos,
uma vez que eles se recusavam a aceitar o controle da venda de produtos
derivados de animais ou plantas que estavam na lista formulada pela CITES como
ameaçados de extinção. Isso acontecia pois, para o bem da coletividade
ambientalista, esses países teriam de abrir mão de sua soberania.
A CPT (1979) foi uma conferência que discutiu a relação entre a migração de
poluição e a atividade industrial. As principais áreas de chuva ácida concentram-se
no hemisfério norte. A insatisfação dos países que eram afetados por receberem os
poluentes desses “vizinhos” foi o que motivou a realização dessa convenção. Nesse
evento, foi redigido um documento com o objetivo de estabelecer metas de redução
da poluição do ar. Entre os anos de 1985 e 1998 os países participantes da
convenção assinaram acordos que definiam a diminuição em 30% a emissão de
óxidos sulfúricos, o congelamento das emissões de compostos nitrogenados, a
redução em 30% a emissão de compostos orgânicos e a diminuição de metais
pesados. Durante essa convenção, houve divergências com relação aos Estados
Unidos, Reino Unido e Polônia que se recusaram a aceitar um dos acordos, o que
esvaziou o propósito do protocolo e abriu precedentes para que outras nações
fizessem o mesmo em conferências futuras.
A CV e o PM foram exemplos de documentos que conseguiram atingir seus
objetivos, mobilizando os países e obtendo resultados importantes. Um dos fatores
que influenciou essa mobilização foi o fato de que havia evidências científicas da
destruição da camada de ozônio e também estudos sobre as consequências disso
para a saúde humana. Ficou acordado que as nações deveriam cooperar entre si e
os países do mundo rico também ingressaram como signatários desses
documentos. Foi criado o Protocolo de Montreal que propôs metas e prazos limites
para a eliminação das substâncias que causavam danos à camada de ozônio.
Também ficou definido que países centrais e periféricos teriam metas distintas a
serem cumpridas, levando em conta suas particularidades. Nesse protocolo também
ficou definido que uma potência poderia transferir ou receber as substâncias
discutidas, o interesse era diminuir a presença delas na atmosfera, independente de
onde fosse. Além disso, o protocolo proibiu que os signatários do acordo
comercializassem com países que não estavam participando, o que fez com que
grande número de países fossem signatários. Assim como o esperado, os níveis de
substâncias que acabam com a camada de ozônio foram reduzidos. O autor firma
que, com a afirmação do acordo, a soberania dos países signatários foi reafirmada
pelo princípio da igualdade entre as partes, uma vez que os países ricos
participaram do protocolo e os direitos de todos foram reduzidos na mesma medida.
O que possibilitou essa situação foi a cláusula que proibia o comércio com países
de fora do acordo, o que fez com que houvesse um apelo da opinião pública a favor
do mesmo.
A CTR (1989) se preocupou com a questão da presença de substâncias de
elevado impacto ambiental que muitas vezes alguns eram comercializadas por
alguns países. A convenção procurou regular o destino final do lixo e também a
passagem deste material pelo território que não fosse o do importador ou
exportador; ela não proíbe o comércio desses resíduos, é apenas uma forma de
controle para evitar acidentes como a contaminação de oceanos.
Após discorrer sobre essas conferências, o autor entra na questão da Eco-92,
a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
(CNUMAD). Ele explica que o Brasil foi sede da conferência por causa de temas
como a devastação da Amazônia e o assassinato de Chico Mendes, líder sindical e
ambientalista. A escolha do Brasil como sede seria uma maneira de apresentar uma
pressão contra a devastação da floresta e pela punição dos responsáveis pela
morte de Chico Mendes.
Segundo o autor, com a CNUMAD, foi adotado um discurso alarmista,
dizendo que essa seria a última oportunidade de salvar o planeta. A conferência
gerou uma grande mobilização política, com 178 Estados participantes. O seu
objetivo era “estabelecer acordos internacionais que mediassem ações antrópicas
no ambiente”, tratando de temas como as mudanças climáticas e o acesso e
manutenção da biodiversidade. Houve também uma importante influência da
sociedade civil que, por meio das ONGs, conseguiu incluir alguns itens na pauta de
negociações. Além disso, a conferência visava a conciliação entre conservação
ambiental e desenvolvimento.
A partir das temáticas da Eco-92, o autor faz um panorama sobre os
conceitos de desenvolvimento sustentável e segurança ambiental global. O
desenvolvimento sustentável se ocupa de “permitir às gerações futuras condições
de habitabilidade no futuro, considerando a herança de modelos tecnológicos
devastadores e possíveis alternativas a eles”. O autor afirma que primeiramente era
empregado o conceito de ecodesenvolvimento, na década de 70, para se referir a
um estilo de desenvolvimento que se adaptasse às regiões rurais do chamado
Terceiro Mundo, fazendo alusão às paisagens naturais que existiam nos países
periféricos, tratando da relação harmoniosa entre a sociedade e o meio ambiente.
Também era utilizada a noção de sustentabilidade, que incluía a espécie humana no
conceito. Wagner Costa também afirma que a partir de 1990 surgem programar que
ressaltam a importância das cidades sustentáveis que se preocupam com
alternativas para poder viabilizá-las, uma vez que essas são importantes também no
que diz respeito à saúde.
A consolidação do conceito de desenvolvimento sustentável se dá em 1983,
com a Comissão para o Meio Ambiente e Desenvolvimento. A definição mais
utilizada é a de que o desenvolvimento sustentável é “aquele que atende às
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras
atenderem as suas próprias necessidades”, porém, isso não é um consenso,
existem divergências sobre as definições. O conceito de desenvolvimento
sustentável passou a abranger vários setores. Pode ser visto como ética do
comportamento humano, pensando também numa revolução ambiental e também
pode ser considerado um mecanismo de ajuste da sociedade capitalista.
Transformou-se num poderoso discurso feito pelos organismos internacionais, até
mesmo empresários e políticos, o que acaba repercutindo na sociedade civil
internacional e na ordem ambiental internacional.
Sobre a segurança ambiental global, pode-se dizer que não é um conceito
que leve à ação, mas que pensa na consolidação de estratégias por uma unidade
política. Esse conceito demora mais a evoluir, tendo mais resistência do que o
conceito de desenvolvimento sustentável. Lidar com os problemas ambientais
globais exige um conhecimento científico e perspicácia política. Em reuniões
internacionais, muitas vezes os países ficam divididos entre a opinião científica e a
política. Isso se relaciona com o que é tratado por Bruno Latour em “Políticas da
Natureza”, quando ele se refere ao conhecimento científico que é fragmentado e
monopolizado por alguns, o que leva a um desentendimento sobre o assunto em
questão e uma impossibilidade de ação efetiva. Muitas vezes os cientistas criticam
os documentos oficiais resultantes das discussões políticas apontando erros nos
conceitos ou falta de base científica, o que acaba desconsiderando os esforços para
a elaboração do documento. Isso resulta em várias reuniões sem propósito, que,
para o aturo, servem apenas para as delegações dos países conhecerem outros
lugares.
O autor também afirma que problemas que não colocam em risco toda a
humanidade não são tão relevantes, uma vez que na maioria das vezes não
afetarão os que possuem dinheiro. Como exemplo, pode ser citado o problema com
a camada de ozônio; nesse caso, os que têm dinheiro podem se proteger
comprando filtro solar. Portanto, é necessário que sejam estabelecidas normas
internacionais de maneira a impedir ações humanas que possam desencadear
catástrofes em escala global.
http://www.educacional.com.br/reportagens/desmatamento/evolucaodesmatamento.asp

http://www.hotsitespetrobras.com.br/rao2008/i18n/pt/relatorio-anual/responsabilidade-
social-e-ambiental/seguranca-meio-ambiente-e-saude.aspx
Comércio internacional de terras agrícolas

Beneficiarios do sistema internacional de alimentação.


http://www.mst.org.br/node/8740
http://qualidadeurbana.blogspot.com.br/2007/12/planejamento-urbano-lio-7.html

http://geothiagof.blogspot.com.br/2010/10/poluicao-atmosferica-evolucao.html

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