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A arquitetura civil colonial brasileira é decorrente da transferência de cultura de Portugal para

o Brasil, mas devido a dificuldade de encontrar os materiais usuais de construção portugueses


– a pedra – o clima ser totalmente diferente os mestres de obras adaptaram seus
conhecimentos a nova terra. Os mestres de obras eram o principais projetistas, os matérias
usuais eram a taipa e em edifícios nobres a pedra.

As construções são originarias das casas medievais lusitanas, com basicamente dois modelos: a
casa térrea e o sobrado. As casas eram construídas uma ao lado da outra, como na cidade
medieval, mas como no novo mundo existia mais espaço possuíam um quintal nos fundos,
uma área verde e para plantio de pequenas hortas. As casas eram construídas em terrenos
estreitos e profundos, com a frente da construção já na rua.

As casas térreas possuíam chão de terra batida, assim como o pavimento inferior do sobrado,
eram construídas principalmente com a taipa. Possuíam cômodos para as atividades diárias:
sala de recepção, sala para a família, alcovas – quartos onde se realizavam as atividades de
asseio, descanso e fisiológicas – depósitos e cozinha – normalmente no fundo - , algumas
também possuíam uma sala para comercio voltada para a rua ou oficinas.

Os sobrados eram construções mais refinadas, feitas com materiais mais nobres como a pedra
e algumas vezes com a taipa de pilão – por ser mais resistente – possuíam dois pavimentos, o
térreo voltado para deposito, dormitório de escravos, lojas, oficinas ou escritórios para os
profissionais liberais. O andar superior era considerado mais importante e era reservado para
a família, com uma organização semelhante a casa térrea. A cozinha por razões práticas se
localizava no andar superior nos fundos do sobrado, para que a fumaça pudesse escapar.

Os beirais eram elementos de grande importância, protegiam as casas das intempéries, eram
longos e para se sustentarem utilizava-se cachorros, telhas triplas e frontões – dependendo
das condições e da necessidade do morador –

As fachadas eram planas e sem muitos elementos decorativos, as asas de andorinha –


elementos decorativos que se localizavam na ponta dos beirais – e os muxarabis – estruturas
de madeira que serviam para filtrar a luz, embelezar e manter o interior reservado – eram as
principais decorações, já que o ferro e os azulejos não eram comuns na colônia. As janelas e
portas feitas de tabuas retangulares de madeira.

Existiram poucas variações de estilo nas construções coloniais,

A
Arquitetura rural no Brasil

A expressão da arquitetura rural é o engenho, o conjunto de edificações da propriedade


produtora rural. E é fruto da casa rural portuguesa, adaptada para a cultura da cana-de-açúcar.
As construções eram feitas de taipa, algumas de pedra, e posteriormente de tijolos.

A implantação do terreno era semelhante a implantação das vilas, normalmente próximos a


cursos de água e em locais elevados, visando defesa e visualização das terras.

O engenho é constituído pela casa grande, capela, moita – o engenho propriamente dito – e
posteriormente a senzala,

A casa grande possui elementos mais eruditos, apesar de raramente ser projetada por
arquitetos ou engenheiros, por ser a sede do engenho possuía uma imponência maior.
Normalmente possuía dois pavimentos, com funções semelhantes ao sobrado, a parte de cima
para moradia da família do senhor e a parte de baixo deposito e dormitório dos escravos.

A capela era um elemento mais ornamentado, possuía talha, e imagens dos santos devotos da
família, muitas possuíam alpendres na entrada –peça que originou a galilé – muitas não
resistiram intactas.

A senzala foi um elemento posterior, era o alojamento dos escravos, normalmente construída
com taipa e muito mal acabada, já que não era um edifício com função estética.

A moita era o a fabrica onde se produzia o açúcar , foram adaptadas com o passar do tempo a
novas tecnologias.

Não se pode formar um padrão ou modelo para os engenhos, existiram inúmeras formas de
organização, e formas de construção, já que cada engenho era praticamente auto-suficiente

só dependendo de produtos industrializados vindo da cidade

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