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a) Conceito
b) Terminologia
c) Estrutura normativa
d) Fundamentação
- Direitos Sociais são aqueles que têm por objetivo garantir aos indivíduos as
condições materiais tidas como imprescindíveis para o pleno gozo dos seus
direitos, por isso tendem a exigir do Estado intervenções na ordem social.
- Dos direitos políticos é o direito atribuído ao cidadão que lhe permite, através
do voto, do exercício dos cargos públicos ou da utilização de outros
instrumentos constitucionais e legais, ter participação e influência nas
atividades do governo.
a) PNDH-1
Médio prazo
22. Incentivar programas de capacitação material das polícias, com a
necessária e urgente renovação e modernização dos equipamentos de
prestação da segurança pública.
23. Apoiar as experiências de polícias comunitárias ou interativas, entrosadas
com conselhos comunitários, que encarem o policial como agente de proteção
dos direitos humanos.
24. Apoiar programas de bolsas de estudo para aperfeiçoamento técnico dos
policiais.
25. Rever a legislação regulamentadora dos serviços privados de segurança,
com o objetivo de limitar seu campo de atuação, proporcionar seleção rigorosa
de seus integrantes e aumentar a supervisão do poder público.
26. Estimular a regionalização do intercâmbio de informações e cooperação de
atividades de segurança pública, com apoio aos atuais Conselhos de
Segurança Pública do Nordeste, do Sudeste e do Entorno, e a outros que
venham a ser criados.
27. Apoiar a expansão dos serviços de segurança pública, para que estes se
façam presentes em todas as regiões do País.
Médio prazo
47. Propor a revisão da legislação sobre abuso e desacato à autoridade.
48. Fortalecer os Institutos Médico-Legais ou de Criminalística, adotando
medidas que assegurem a sua excelência técnica e progressiva autonomia,
articulando-os com universidades, com vista a aumentar a absorção de
tecnologias.
49. Implantar o Programa de Integração das Informações Criminais, visando à
criação de uma cadastro nacional de identificação criminal.
50. Dar continuidade à estruturação da Defensoria Pública da União, bem
como incentivar a criação de Defensorias Públicas junto a todas as comarcas
do país.
Longo prazo
51. Apoiar a criação do Conselho Nacional de Justiça, com a função de
fiscalizar as atividades do Poder Judiciário.
Médio Prazo
56. Criar um sistema de avaliação permanente sobre os critérios de
classificação indicativa e faixa etária.
57. Promover o mapeamento dos programas radiofônicos e televisivos que
estimulem a apologia do crime, da violência, da tortura, das discriminações, do
racismo, da ação de grupos de extermínio, de grupos paramilitares e da pena
de morte, com vistas a identificar responsáveis e adotar as medidas legais
pertinentes.
Trabalho forçado
Curto prazo
58. Rever a legislação para coibir o trabalho forçado.
59. Fortalecer os mecanismos para fiscalizar e coibir o trabalho forçado, com
vista a eficácia do Programa de Erradicação do Trabalho Forçado e do
aliciamento de trabalhadores - PERFOR, criado pelo Decreto de 03 de
setembro de 1992.
60. Apoiar o Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado - GERTRAF,
vinculado ao Ministério do Trabalho.
61. Incentivar a ampliação dos Serviços de Fiscalização Móvel do Ministério do
Trabalho com vistas à coibição do trabalho forçado.
Médio prazo
62. Criar, nas organizações policiais, divisões especializadas de coibição ao
trabalho forçado, com atenção especial para as crianças, adolescentes,
estrangeiros e migrantes brasileiros.
Médio prazo
71. Incentivar a agilização dos procedimentos judiciais, a fim de reduzir o
número de detidos à espera de julgamento.
72. Promover programas de educação, treinamento profissional e trabalho para
facilitar a reeducação e recuperação do preso.
73. Desenvolver programas de assistência integral à saúde do preso e de sua
família.
74. Proporcionar incentivos fiscais, creditícios e outros às empresas que
empreguem egressos do sistema penitenciário.
75. Realizar levantamento epidemológico da população carcerária brasileira.
76. Incrementar a descentralização dos estabelecimentos penais, com a
construção de presídios de pequeno porte que facilitem a execução da pena
próximo aos familiares dos presos.
Longo Prazo
77. Incrementar a desativação da Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru),
e de outros estabelecimentos penitenciários que contrariem as normas
mínimas penitenciárias internacionais.
Médio Prazo
91. Instituir a carteira nacional de identidade.
Crianças e Adolescentes.
Curto Prazo
92. Apoiar o funcionamento do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente - CONANDA .
93. Incentivar programas de orientação familiar com o objetivo de capacitar as
famílias a resolver conflitos familiares de forma não violenta, e a cumprir suas
responsabilidades de cuidar e proteger as crianças.
94. Propor alterações na legislação penal com o objetivo de limitar a incidência
da violência doméstica contra as crianças e adolescentes.
95. Propor alterações na legislação penal e incentivar ações com o objetivo de
eliminar o trabalho infantil, punindo a prática de sua exploração.
96. Dar continuidade à Campanha Nacional de Combate à Exploração Sexual
Infanto-juvenil.
97. Incentivar a criação de estruturas para o desenvolvimento de programas
sócio-educativos para o atendimento de adolescentes infratores.
98. Propor a alteração da legislação no tocante à tipificação de crime de
exploração sexual infanto-juvenil, com penalização para o explorador e usuário.
99. Incentivar a criação, nos Estados e Municípios do País, dos Conselhos dos
Direitos da Criança e do Adolescente, Conselhos Tutelares e Fundos dos
Direitos da Criança e do Adolescente 100.Incentivar os programas de
capacitação de conselheiros à distância.
101.Apoiar a produção e publicação de documentos que contribuam para a
divulgação e aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente.
102.Instituir uma política nacional de estímulo à adoção, principalmente por
famílias brasileiras, de crianças e adolescentes efetivamente abandonadas, a
fim de lhes possibilitar a convivência familiar.
103.Apoiar a regulamentação do decreto legislativo que promulgou a
Convenção sobre Cooperação Internacional e Proteção de Crianças e
Adolescentes em Matéria de Adoção Internacional, realizada em Haia (1993),
com a designação de uma autoridade central em matéria de adoções
internacionais no Brasil.
104.Apoiar a criação, pelos tribunais de justiça dos Estados, de comissões de
adoção.
105.Incentivar a criação de estruturas para o desenvolvimento de programas
sócio-educativos para o atendimento de adolescentes infratores.
106.Promover, em parceria com Governos estaduais e municipais e com a
sociedade civil, campanhas educativas relacionadas às situações de risco
vivenciadas pela criança e pelo adolescente, como violência doméstica e
sexual, prostituição, exploração no trabalho e uso de drogas, visando a criar e
manter um padrão cultural favorável aos direitos da criança e do adolescente.
107.Estender o Programa de Merenda Escolar às creches.
108.Apoiar o Programa Brasil Criança Cidadã, desenvolvido pela Secretaria de
Assistência Social do MPAS.
109.Apoiar o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil,
coordenado pelo Ministério do Trabalho.
110.Promover a discussão do papel dos meios de comunicação no combate à
exploração sexual infantojuvenil.
Médio Prazo
111.Investir na formação e capacitação de profissionais e encarregados da
implementação da política de direitos da criança e do adolescente nos
Governos estaduais e municipais e nas organizações não governamentais,
112.Implantar sistema nacional e sistemas estaduais de informação e
monitoramento da situação da criança e do adolescente, focalizando
principalmente: (a) criação e funcionamento de Conselhos de Direitos da
Criança e do Adolescente e Conselhos Tutelares; (b) localização e identificação
de crianças e adolescentes desaparecidos; (c) violação de direitos de crianças
e adolescentes, que contemple o número de denúncias, número de processos,
local da ocorrência, faixa etária e cor das crianças e adolescentes envolvidos,
número de casos; (d) prostituição Infanto-juvenil; (e) mortes violentas de
crianças e adolescentes.
Longo Prazo
113.Incentivar o reordenamento das instituições privativas de liberdade para
menores infratores, reduzindo o número de adolescentes autores de ato
infracional por unidade de atendimento, com prioridade na implementação das
demais medidas sócio-educativas previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente.
114.Apoiar a criação, pelo Poder Judiciário, Ministério Público e pelos
Governos estaduais, de varas, promotorias e delegacias especializadas em
infrações penais envolvendo menores, como previsto no Estatuto da Criança e
do Adolescente.
Mulheres.
Curto prazo
115.Apoiar o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher na formulação e
implementação de políticas públicas para a defesa dos direitos da mulher.
116.Apoiar o Programa Nacional de Combate à Violência Contra a Mulher, do
Governo federal.
117.Incentivar a criação de centros integrados de assistência a mulheres sob
risco de violência doméstica e sexual.
118.Apoiar as políticas dos Governos estaduais e municipais para prevenção
da violência doméstica e sexual contra as mulheres.
119.Incentivar a pesquisa e divulgação de informações sobre a violência e
discriminação contra a mulher e sobre formas de proteção e promoção dos
direitos da mulher.
120.Assegurar o cumprimento dos dispositivos existentes na Lei nº 9.029/95,
que dá proteção às mulheres contra discriminação em razão de gravidez.
121.Apoiar o projeto de lei que altera o Código Penal nos crimes de estupro e
atentado violento à mulher.
Médio prazo
122.Regulamentar o artigo 7, inciso XX, da Constituição Federal, que prevê a
proteção do mercado de trabalho da mulher através de incentivos específicos.
123.Revogar as normas discriminatórias ainda existentes na legislação infra-
constitucional, incluindo particularmente as normas do Código Civil Brasileiro
que tratam do patrio poder, chefia da sociedade conjugal, direito da anulação
do casamento pelo homem quando a mulher não é virgem, privilégio do homem
na fixação do domicílio familiar.
124.Reformular as normas de combate à violência e discriminação contra as
mulheres, em particular, apoio ao projeto do Governo que trata o estupro como
crime contra a pessoa e não mais como crime contra os costumes.
125.Incentivar a inclusão da perspectiva de gênero na educação e treinamento
de funcionários públicos, civis e militares e nas diretrizes curriculares para o
ensino fundamental e médio, com o objetivo de promover mudanças na
mentalidade e atitude e o reconhecimento da igualdade de direitos das
mulheres, não apenas na esfera dos direitos civis e políticos, mas também na
esfera dos direitos econômicos, sociais e culturais.
126.Incentivar a geração de estatísticas que evidenciem salários, jornadas de
trabalho, ambientes de trabalho, doenças profissionais e direitos trabalhistas da
mulher.
Longo prazo
127.Definir políticas e programas governamentais, nas esferas federal,
estadual e municipal, para implementação das leis que asseguram a igualdade
de direitos das mulheres e dos homens em todos os níveis, incluindo saúde,
educação e treinamento profissional, trabalho, segurança social, propriedade e
crédito rural, cultura, política e justiça.
População Negra.
Curto prazo
128.Apoiar o grupo de trabalho interministerial criado por Decreto Presidencial
de 20 de novembro de 1995 com o objetivo de sugerir ações e políticas de
valorização da população negra.
129.Inclusão do quesito "cor" em todos e quaisquer sistemas de informação e
registro sobre a população e bancos de dados públicos.
130.Apoiar o Grupo de Trabalho para a Eliminação da Discriminação no
Emprego e na Ocupação – GTEDEO, instituído no âmbito do Ministério do
Trabalho, pelo decreto de 20 de março de 1996. O GTEDEO de constituição
tripartite, deverá definir um programa de ações e propor estratégias de
combate à discriminação no emprego e na ocupação, conforme os princípios
da Convenção 111, da Organização Internacional do Trabalho - OIT.
131.Incentivar e apoiar a criação e instalação, a níveis estadual e municipal, de
Conselhos da Comunidade Negra.
132.Estimular a presença dos grupos étnicos que compõem a nossa população
em propagandas institucionais contratadas pelos órgãos da administração
direta e indireta e por empresas estatais do Governo Federal.
133.Apoiar a definição de ações de valorização para a população negra e com
políticas públicas.
134.Apoiar as ações da iniciativa privada que realizem discriminação positiva.
135.Estimular as Secretarias de Segurança Pública dos Estados a realizarem
cursos de reciclagem e seminários sobre discriminação racial.
Médio prazo
136.Revogar normas discriminatórias ainda existentes na legislação infra-
constitucional.
137.Aperfeiçoar as normas de combate à discriminação contra a população
negra.
138.Criar banco de dados sobre a situação dos direitos civis, políticos, sociais,
econômicos e culturais da população negra na sociedade brasileira que oriente
políticas afirmativas visando a promoção dessa comunidade.
139.Promover o mapeamento e tombamento dos sítios e documentos
detentores de reminiscências históricas, bem como a proteção das
manifestações culturais afro-brasileiras.
140.Propor projeto de lei, visando a regulamentação dos art. 215, 216 e 242 da
Constituição Federal.
141.Desenvolver ações afirmativas para o acesso dos negros aos cursos
profissionalizantes, à universidade e ás áreas de tecnologia de ponta.
142.Determinar ao IBGE a adoção do critério de se considerar os mulatos, os
pardos e os pretos como integrantes do contingente da população negra.
143.Adotar o princípio da criminalização da prática do racismo, nos Códigos
Penal e de Processo Penal.
144.Estimular que os livros didáticos enfatizem a história e as lutas do povo
negro na construção do nosso país, eliminando esteriótipos e discriminações.
145.Divulgar as Convenções Internacionais, os dispositivos da Constituição
Federal e a legislação infraconstitucional que tratam do racismo.
146.Apoiar a produção e publicação de documentos que contribuam para a
divulgação da legislação antidiscriminatória.
147.Facilitar a discussão e a articulação entre as entidades da comunidade
negra e os diferentes setores do Governo, para desenvolver planos de ação e
estratégias na valorização da comunidade negra.
Longo prazo
148.Incentivar ações que contribuam para a preservação da memória e
fomento à produção cultural da comunidade negra no Brasil.
149.Formular políticas compensatórias que promovam social e
economicamente a comunidade negra.
Sociedades Indígenas
Curto prazo
150.Formular e implementar políticas de proteção e promoção dos direitos das
sociedades indígenas, em substituição a políticas assimilacionistas e
assistencialistas.
151.Apoiar a revisão do Estatuto do Índio (Lei 6.001/73), no sentido apontado
pelo projeto de lei do Estatuto das Sociedades Indígenas, já aprovado na
Câmara dos Deputados.
152.Assegurar a participação das sociedades indígenas e de suas
organizações na formulação e implementação de políticas de proteção e
promoção de seus direitos.
153.Assegurar o direito das sociedades indígenas às terras que eles
tradicionalmente ocupam.
154.Demarcar e regularizar as terras tradicionalmente ocupadas por
sociedades indígenas que ainda não foram demarcadas e regularizadas.
155.No contexto do processo de demarcação das terras indígenas, apoiar
ações que contribuam para o aumento do grau de confiança e de estabilidade
das relações entre as organizações governamentais e não governamentais,
através de seminários, oficinas e projetos que contribuam para diminuir a
desinformação, o medo e outros fatores que contribuam para o acirramento dos
conflitos e para violência contra os índios.
156.Dotar a FUNAI de recursos suficientes para a realização de sua missão de
defesa dos direitos das sociedades indígenas, particularmente no processo de
demarcação das terras indígenas.
157.garantir às sociedades indígenas assistência na área da saúde, com a
implementação de programas de saúde diferenciados, considerando as
especificidades dessas populações.
158.assegurar à sociedades indígenas uma educação escolar diferenciada,
respeitando o seu universo sóciocultural.
159.promover a divulgação de informação sobre os indígenas e os seus
direitos, principalmente nos meios de comunicação e nas escolas, como forma
de eliminar a desinformação (uma das causas da discriminação
e da violência contra os indígenas e suas culturas).
Médio prazo
160.Implantar sistema de vigilância permanente em terras indígenas, com
unidades móveis de fiscalização, com capacitação de servidores e membros da
própria comunidade indígena.
161.Levantar informações sobre conflitos fundiários e violência em terras
indígenas, a ser integrado ao mapa dos conflitos fundiários e violência rural no
Brasil.
Longo prazo
162.Reorganizar a FUNAI para compatibilizar a sua organização com a função
de defender os direitos das sociedades indígenas.
163.Apoiar junto às comunidades indígenas o desenvolvimento de projetos
auto-sustentáveis do ponto de vista econômico, ambiental e cultural.
Médio prazo
167.Estabelecer política de proteção aos direitos humanos das comunidades
estrangeiras no Brasil
168.Estabelecer política de proteção aos direitos humanos das comunidades
brasileiras no exterior
Longo prazo
169.Reformular a Lei dos Estrangeiros, através da apreciação pelo Congresso
do projeto de lei 1813/91, que regula a situação jurídica do estrangeiro no
Brasil.
Terceira Idade
Curto prazo
170.Estabelecer prioridade obrigatória de atendimento às pessoas idosas em
todas as repartições públicas e estabelecimentos bancários do país.
171.Facilitar o acesso das pessoas idosas a cinemas, teatros, shows de
música e outras formas de lazer público.
172.Apoiar as formas regionais denominadas ações governamentais
integradas, para o desenvolvimento da Política Nacional do Idoso.
Médio Prazo
173.Criar e fortalecer conselhos e organizações de representação dos idosos,
incentivando sua participação nos programas e projetos governamentais de
seu interesse.
174.Incentivar o equipamento de estabelecimentos públicos e meios de
transporte de forma a facilitar a locomoção dos idosos.
Longo prazo
175.Generalizar a concessão de passe livre e precedência de acesso aos
idosos em todos os sistemas de transporte público urbano.
176.Criar, fortalecer e descentralizar programas de assistência aos idosos, de
forma a contribuir para sua integração à família e à sociedade e incentivar o
seu atendimento no seu próprio ambiente.
Médio prazo
180.Formular programa de educação para pessoas portadoras de deficiência.
181.Implementar o programa de remoção de barreiras físicas que impedem ou
dificultam a locomoção das pessoas portadoras de deficiência, ampliando o
acesso às cidades históricas, turísticas, estâncias hidrominerais e grande
centros urbanos, como vistos no projeto "Cidade para todos".
Longo prazo
182.conceber sistemas de informações com a definição de bases de dados
relativamente a pessoas portadores de deficiência, à legislação, ajudas
técnicas, bibliografia e capacitação na área de reabilitação e atendimento.
Médio prazo
189.Incentivar a criação de canais de acesso direto da população a
informações e meios de proteção aos direitos humanos, como linhas
telefônicas especiais.
Médio prazo
193.Incentivar a criação de bancos de dados sobre entidades, representantes
políticos, empresas, sindicatos, igrejas, escolas e associações comprometidos
com a proteção e promoção dos direitos humanos.
194.Apoiar a representação proporcional de grupos e comunidades minoritárias
do ponto de vista étnico, racial e de gênero nas campanhas de publicidade e de
comunicação de agências governamentais.
Longo prazo
195.Incentivar campanhas de esclarecimento da opinião pública sobre os
candidatos a cargos públicos e lideranças da sociedade civil comprometidos
com a proteção e promoção dos direitos humanos
Médio prazo
213.Dar publicidade e divulgação aos textos dos tratados e convenções
internacionais de direitos humanos de que o Brasil seja parte.
Médio prazo
218.Fortalecer a cooperação com organismos internacionais de proteção aos
direitos humanos, em particular a Comissão de Direitos Humanos da ONU, a
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a Corte Interamericana de
Direitos Humanos e o Instituto Interamericano de Direitos Humanos.
219.Apoiar a elaboração da Declaração sobre os Direitos das sociedades
Indígenas, da ONU.
220.Incentivar a ratificação dos instrumentos internacionais de proteção e
promoção dos direitos humanos pelos países com os quais o Brasil possui
relações diplomáticas.
221.Desenvolver no País o Plano de Ação da Década para a Educação em
Direitos Humanos, aprovado pela Organização das Nações Unidas em 1994
para o período 1995-2004.
Monitoramento
227.Atribuir ao Ministério da Justiça a responsabilidade de apresentar ao
Presidente da República relatórios quadrimestrais sobre a implementação do
Programa Nacional de Direitos Humanos, face à situação dos direitos humanos
no Brasil.
228.Destinar aos Governos estaduais a responsabilidade de elaborar e
apresentar ao Ministério da Justiça relatórios quadrimestrais e anuais sobre a
implementação do Programa Nacional de Direitos Humanos e a situação dos
direitos humanos no respectivo Estado.
b) PNDH-2
Crença e Culto
109. Garantir o direito à liberdade de crença e culto a todos os cidadãos
brasileiros.
110. Prevenir e combater a intolerância religiosa, inclusive no que diz
respeito a religiões minoritárias e a cultos afro-brasileiros.
111. Implementar os dispositivos da Declaração Sobre a Eliminação de
Todas as Formas de Intolerância e Discriminação Fundadas em
Religião ou Crença, adotada pela Assembléia Geral das Nações
Unidas em 25 de novembro de 1981.
112. Proibir a veiculação de propaganda e mensagens racistas e/ou
xenofóbicas que difamem as religiões e incitem ao ódio contra valores
espirituais e/ou culturais.
113. Incentivar o diálogo entre movimentos religiosos sob o prisma da
construção de uma sociedade pluralista, com base no reconhecimento
e no respeito às diferenças de crença e culto.
Orientação Sexual
114. Propor emenda à Constituição Federal para incluir a garantia do direito
à livre orientação sexual e a proibição da discriminação por orientação
sexual.
115. Apoiar a regulamentação da parceria civil registrada entre pessoas do
mesmo sexo e a regulamentação da lei de redesignação de sexo e
mudança de registro civil para transexuais.
116. Propor o aperfeiçoamento da legislação penal no que se refere à
discriminação e à violência motivadas por orientação sexual.
117. Excluir o termo „pederastia‟ do Código Penal Militar.
118. Incluir nos censos demográficos e pesquisas oficiais dados relativos à
orientação sexual.
Crianças e Adolescentes
125. Fortalecer o papel do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente – CONANDA na formulação e no acompanhamento de
políticas públicas para a infância e adolescência.
126. Incentivar a criação e o funcionamento, nos estados e municípios, dos
Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselhos
Tutelares e Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente.
127. Promover campanhas de esclarecimento sobre os Fundos dos Direitos
da Criança e do Adolescente, informando sobre as vantagens de
aplicação para pessoas físicas e jurídicas, assim como criar
mecanismos de incentivo à captação de recursos, garantindo formas
de controle social de sua aplicação.
128. Apoiar a produção e publicação de estudos e pesquisas que
contribuam para a divulgação e aplicação do Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA.
129. Assegurar a implantação e o funcionamento adequado dos órgãos que
compõem o Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e
Adolescentes, estimulando a criação de Núcleos de Defensorias
Públicas Especializadas no Atendimento a Crianças e Adolescentes
(com os direitos violados), de Delegacias de Investigação de Crimes
Praticados Contra Crianças e Adolescentes e de Varas Privativas de
Crimes Contra Crianças e Adolescentes.
130. Promover a discussão do papel do Poder Judiciário, do Ministério
Público, da Defensoria Pública e do Poder Legislativo, ao lado do
Poder Executivo, bem como da integração de suas ações, na
implementação do ECA.
131. Investir na formação e capacitação de profissionais encarregados da
promoção e proteção dos direitos de crianças e adolescentes no
âmbito de instituições públicas e de organizações não-
governamentais.
132. Capacitar os professores do ensino fundamental e médio para
promover a discussão dos temas transversais incluídos nos
Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs.
133. Apoiar campanhas voltadas para a paternidade responsável.
134. Promover, em parceria com governos estaduais e municipais e com
entidades da sociedade civil, campanhas educativas relacionadas às
situações de violação de direitos vivenciadas pela criança e o
adolescente, tais como: a violência doméstica, a exploração sexual, a
exploração no trabalho e o uso de drogas, visando à criação de
padrões culturais favoráveis aos direitos da criança e do adolescente.
135. Viabilizar programas e serviços de atendimento e de proteção para
crianças e adolescentes vítimas de violência, assim como de
assistência e orientação para seus familiares.
136. Propor alterações na legislação penal com o objetivo de limitar a
incidência da violência doméstica contra crianças e adolescentes.
137. Incentivar programas de orientação familiar com vistas a capacitar as
famílias para a resolução de conflitos de forma não violenta, bem como
para o cumprimento de suas responsabilidades para com as crianças e
adolescentes.
138. Garantir a expansão de programas de prevenção da violência voltados
para as necessidades específicas de crianças e adolescentes.
139. Fortalecer os programas que ofereçam benefícios a adolescentes em
situação de vulnerabilidade, e que possibilitem o seu envolvimento em
atividades comunitárias voltadas para a promoção da cidadania, saúde
e meio ambiente.
140. Apoiar a implantação e implementação do Plano Nacional de
Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil nos estados e
municípios.
141. Dar continuidade à Campanha Nacional de Combate à Exploração
Sexual Infanto-Juvenil, estimulando o lançamento de campanhas
estaduais e municipais que visem a modificar concepções, práticas e
atitudes que estigmatizam a criança e o adolescente em situação de
violência sexual, utilizando como marco conceitual o ECA e as normas
internacionais pertinentes.
142. Propor a alteração da legislação no tocante à tipificação de crime de
exploração sexual infanto-juvenil, com penalização para o explorador e
o usuário.
143. Combater a pedofilia em todas as suas formas, inclusive através da
internet.
144. Criar informativo, destinado a turistas estrangeiros, cobrindo aspectos
relacionados aos crimes sexuais e suas implicações pessoais, sociais
e judiciais.
145. Promover a discussão do papel dos meios de comunicação em
situações de violação de direitos de crianças e adolescentes.
146. Ampliar o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI de
modo a focalizar as crianças de áreas urbanas em situação de risco,
especialmente aquelas utilizadas em atividades ilegais como a
exploração sexual infanto-juvenil e o tráfico de drogas.
147. Apoiar iniciativas de geração de renda para as famílias de crianças
atendidas pelo PETI.
148. Promover e divulgar experiências de ações sócio-educativas junto às
famílias de crianças atendidas pelo PETI.
149. Apoiar e fortalecer o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do
Trabalho Infantil.
150. Implantar e implementar as diretrizes da Política Nacional de Combate
ao Trabalho Infantil e de Proteção do Adolescente Trabalhador.
151. Ampliar programas de aprendizagem profissional para adolescentes
em organizações públicas e privadas, respeitando as regras
estabelecidas pelo ECA.
152. Dar continuidade à implantação e implementação, no âmbito federal e
de forma articulada com estados e municípios, do Sistema de
Informação para a Infância e a Adolescência – SIPIA, no que se refere
aos Módulos: I – monitoramento da situação de proteção da criança e
do adolescente, sob a ótica da violação e ressarcimento de direitos; II
– monitoramento do fluxo de atendimento ao adolescente em conflito
com a lei; III – monitoramento da colocação familiar e das adoções
nacionais e internacionais; e IV – acompanhamento da implantação
dos Conselhos de Direitos, Conselhos Tutelares e Fundos para a
Infância e a Adolescência.
153. Apoiar a criação de serviços de identificação, localização, resgate e
proteção de crianças e adolescentes desaparecidos.
154. Promover iniciativas e campanhas de esclarecimento que tenham
como objetivo assegurar a inimputabilidade penal até os 18 anos de
idade.
155. Priorizar as medidas sócio-educativas em meio aberto para o
atendimento dos adolescentes em conflito com a lei.
156. Incentivar o reordenamento das instituições privativas de liberdade
para adolescentes em conflito com a lei, reduzindo o número de
internos por unidade de atendimento e conferindo prioridade à
implementação das demais medidas sócio-educativas previstas no
ECA, em consonância com as resoluções do CONANDA.
157. Incentivar o desenvolvimento, monitoramento e avaliação de
programas sócio-educativos para o atendimento de adolescentes
autores de ato infracional, com a participação de seus familiares.
158. Fortalecer a atuação do Poder Judiciário e do Ministério Público na
fiscalização e aplicação das medidas sócio-educativas a adolescentes
em conflito com a lei.
159. Promover a integração operacional de órgãos do Poder Judiciário,
Ministério Público, Defensorias Públicas e Secretarias de Segurança
Pública com as delegacias especializadas em investigação de atos
infracionais praticados por adolescentes e às entidades de
atendimento, bem como ações de sensibilização dos profissionais
indicados para esses órgãos quanto à aplicação do ECA.
160. Assegurar atendimento sistemático e proteção integral à criança e ao
adolescente testemunha, sobretudo quando se tratar de denúncia
envolvendo o narcotráfico e grupos de extermínio.
161. Estender a assistência jurídica às crianças que se encontram em
abrigos públicos ou privados, com vistas ao restabelecimento de seus
vínculos familiares, quando possível, ou a sua colocação em família
substituta, como medida subsidiária.
162. Instituir uma política nacional de estímulo à adoção de crianças e
adolescentes privados da convivência familiar, assegurando
tratamento não-discriminatório aos postulantes no que se refere a
gênero, raça e orientação sexual.
163. Apoiar medidas destinadas a assegurar a possibilidade de concessão
da guarda de criança ou adolescente ao requerente,
independentemente de sua orientação sexual, sempre no melhor
interesse da criança ou do adolescente.
164. Promover a implementação da Convenção da Haia sobre a Proteção
das Crianças e a Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, por
meio do fortalecimento da Autoridade Central Brasileira, instituída pelo
Decreto n.º 3.174/99 e dos órgãos que a integram.
165. Apoiar proposta legislativa destinada a regulamentar o funcionamento
da Autoridade Central Brasileira e do Conselho das Autoridades
Centrais, órgãos responsáveis pela cooperação em matéria de adoção
internacional.
166. Promover ações e iniciativas com vistas a reforçar o caráter
excepcional das adoções internacionais.
167. Promover a uniformização dos procedimentos para a adoção
internacional no Brasil.
168. Promover a implementação da Convenção da Haia sobre os Aspectos
Civis do Seqüestro Internacional de Crianças, no que se refere à
estruturação da Autoridade Central designada pelo Decreto nº
3951/01.
169. Apoiar medidas destinadas a assegurar a localização de crianças e
adolescentes deslocados e retidos ilicitamente, garantindo o regresso
a seu local de origem.
Mulheres
170. Apoiar as atividades do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher –
CNDM, assim como dos conselhos estaduais e municipais dos direitos
da mulher.
171. Estimular a formulação, no âmbito federal, estadual e municipal, de
programas governamentais destinados a assegurar a igualdade de
direitos em todos os níveis, incluindo saúde, educação e treinamento
profissional, trabalho, segurança social, propriedade e crédito rural,
cultura, política e justiça.
172. Incentivar a capacitação dos professores do ensino fundamental e
médio para a aplicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais –
PCNs no que se refere às questões de promoção da igualdade de
gênero e de combate à discriminação contra a mulher.
173. Incentivar a criação de cursos voltados para a capacitação política de
lideranças locais de mulheres, com vistas ao preenchimento da quota
estabelecida para a candidatura de mulheres a cargos eletivos.
174. Apoiar a regulamentação do Artigo 7º, inciso XX da Constituição
Federal, que prevê a proteção do mercado de trabalho da mulher.
175. Incentivar a geração de estatísticas sobre salários, jornadas de
trabalho, ambientes de trabalho, doenças profissionais e direitos
trabalhistas da mulher.
176. Assegurar o cumprimento dos dispositivos existentes na Lei nº
9.029/95, que garante proteção às mulheres contra a discriminação em
razão de gravidez.
177. Apoiar a implementação e o fortalecimento do Programa de
Assistência Integral à Saúde da Mulher – PAISM.
178. Apoiar programas voltados para a sensibilização em questões de
gênero e violência doméstica e sexual praticada contra mulheres na
formação dos futuros profissionais da área de saúde, dos operadores
do direito e dos policiais civis e militares, com ênfase na proteção dos
direitos de mulheres afrodescendentes e indígenas.
179. Apoiar a alteração dos dispositivos do Código Penal referentes ao
estupro, atentado violento ao pudor, posse sexual mediante fraude,
atentado ao pudor mediante fraude e o alargamento dos permissivos
para a prática do aborto legal, em conformidade com os compromissos
assumidos pelo Estado brasileiro no marco da Plataforma de Ação de
Pequim.
180. Adotar medidas com vistas a impedir a utilização da tese da “legítima
defesa da honra” como fator atenuante em casos de homicídio de
mulheres, conforme entendimento já firmado pelo Supremo Tribunal
Federal.
181. Fortalecer o Programa Nacional de Combate à Violência Contra a
Mulher.
182. Apoiar a criação e o funcionamento de delegacias especializadas no
atendimento à mulher – DEAMs.
183. Incentivar a pesquisa e divulgação de informações sobre a violência e
discriminação contra a mulher e sobre formas de proteção e promoção
dos direitos da mulher.
184. Apoiar a implantação, nos estados e municípios, de serviços de
disque-denúncia para casos de violência contra a mulher.
185. Apoiar programas voltados para a defesa dos direitos de profissionais
do sexo.
186. Apoiar programas de proteção e assistência a vítimas e testemunhas
da violência de gênero, contemplando serviços de atendimento
jurídico, social, psicológico, médico e de capacitação profissional,
assim como a ampliação e o fortalecimento da rede de casas-abrigo
em todo o país.
187. Estimular a articulação entre os diferentes serviços de apoio a
mulheres vítimas de violência doméstica e sexual no âmbito federal,
estadual e municipal, enfatizando a ampliação dos equipamentos
sociais de atendimento à mulher vitimizada pela violência.
188. Apoiar as políticas dos governos estaduais e municipais para a
prevenção da violência doméstica e sexual contra as mulheres, assim
como estimular a adoção de penas alternativas e o fortalecimento de
serviços de atendimento profissional ao homem agressor.
Afrodescendentes
189. Apoiar o reconhecimento, por parte do Estado brasileiro, de que a
escravidão e o tráfico transatlântico de escravos constituíram violações
graves e sistemáticas dos direitos humanos, que hoje seriam
consideradas crimes contra a humanidade.
190. Apoiar o reconhecimento, por parte do Estado brasileiro, da
marginalização econômica, social e política a que foram submetidos os
afrodescendentes em decorrência da escravidão.
191. Adotar, no âmbito da União, e estimular a adoção, pelos estados e
municípios, de medidas de caráter compensatório que visem à
eliminação da discriminação racial e à promoção da igualdade de
oportunidades, tais como: ampliação do acesso dos afrodescendentes
às universidades públicas, aos cursos profissionalizantes, às áreas de
tecnologia de ponta, aos cargos e empregos públicos, inclusive cargos
em comissão, de forma proporcional a sua representação no conjunto
da sociedade brasileira.
192. Criar bancos de dados sobre a situação dos direitos civis, políticos,
sociais, econômicos e culturais dos afrodescendentes na sociedade
brasileira, com a finalidade de orientar a adoção de políticas públicas
afirmativas.
193. Estudar a viabilidade da criação de fundos de reparação social
destinados a financiar políticas de ação afirmativa e de promoção da
igualdade de oportunidades.
194. Apoiar as ações da iniciativa privada no campo da discriminação
positiva e da promoção da diversidade no ambiente de trabalho.
195. Implementar a Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas
as Formas de Discriminação Racial, a Convenção nº 111 da
Organização Internacional do Trabalho – OIT, relativa à discriminação
em matéria de emprego e ocupação, e a Convenção Contra a
Discriminação no Ensino.
196. Estimular a criação e o funcionamento de programas de assistência e
orientação jurídica para ampliar o acesso dos afrodescendentes à
justiça.
197. Apoiar a regulamentação do artigo 68 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias – ADCT, que dispõe sobre o
reconhecimento da propriedade definitiva das terras ocupadas pelos
remanescentes das comunidades dos quilombos.
198. Promover o cadastramento e a identificação das comunidades
remanescentes de quilombos, em todo o território nacional, com vistas
a possibilitar a emissão dos títulos de propriedade definitiva de suas
terras.
199. Apoiar medidas destinadas à remoção de grileiros e intrusos das terras
já tituladas das comunidades de quilombos.
200. Apoiar projetos de infraestrutura para as comunidades remanescentes
de quilombos, como forma de evitar o êxodo rural e promover o
desenvolvimento social e econômico dessas comunidades.
201. Criar unidade administrativa no Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária – INCRA para prestar apoio a associações de
pequenos(as) agricultores(as) afrodescendentes em projetos de
desenvolvimento das comunidades quilombolas.
202. Incentivar ações que contribuam para a preservação da memória e
fomento à produção cultural da comunidade afrodescendente no
Brasil.
203. Promover o mapeamento e tombamento dos sítios e documentos
detentores de reminiscências históricas, bem como a proteção das
manifestações culturais afro-brasileiras.
204. Estimular a presença proporcional dos grupos raciais que compõem a
população brasileira em propagandas institucionais contratadas pelos
órgãos da administração direta e indireta e por empresas estatais.
205. Incentivar o diálogo com entidades de classe e agentes de publicidade
visando ao convencimento desses setores quanto à necessidade de
que as peças publicitárias reflitam adequadamente a composição
racial da sociedade brasileira e evitem o uso de estereótipos
depreciativos.
206. Examinar a viabilidade de alterar o artigo 61 do Código Penal
brasileiro, de modo a incluir entre as circunstâncias agravantes na
aplicação das penas o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e
formas correlatas de intolerância.
207. Propor medidas destinadas a fortalecer o papel do Ministério Público
na promoção e proteção dos direitos e interesses das vítimas de
racismo, discriminação racial e formas correlatas de intolerância.
208. Apoiar a inclusão do quesito raça/cor nos sistemas de informação e
registro sobre população e em bancos de dados públicos.
209. Apoiar as atividades do Grupo de Trabalho para a Eliminação da
Discriminação no Emprego e na Ocupação – GTEDEO, instituído no
âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE.
210. Incentivar a participação de representantes afrodescendentes nos
conselhos federais, estaduais e municipais de defesa de direitos e
apoiar a criação de conselhos estaduais e municipais de defesa dos
direitos dos afrodescendentes.
211. Estimular as secretarias de segurança pública dos estados a
realizarem cursos de capacitação e seminários sobre racismo e
discriminação racial.
212. Propor projeto de lei regulamentando os artigos 215, 216 e 242 da
Constituição Federal, que dizem respeito ao exercício dos direitos
culturais e à constituição do patrimônio cultural brasileiro.
213. Propor ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE a
adoção de critério estatístico abrangente a fim de considerar pretos e
pardos como integrantes do contingente da população
afrodescendente.
214. Apoiar o processo de revisão dos livros didáticos de modo a resgatar a
história e a contribuição dos afrodescendentes para a construção da
identidade nacional.
215. Promover um ensino fundado na tolerância, na paz e no respeito à
diferença, que contemple a diversidade cultural do país, incluindo o
ensino sobre cultura e história dos afrodescendentes.
216. Apoiar o fortalecimento da Fundação Cultural Palmares – FCP,
assegurando os meios para o desempenho de suas atividades.
Povos Indígenas
217. Formular e implementar políticas de proteção e promoção dos direitos
dos povos indígenas, em substituição a políticas integracionistas e
assistencialistas.
218. Apoiar o processo de reestruturação da Fundação Nacional do Índio –
FUNAI, de forma que a instituição possa garantir os direitos
constitucionais dos povos indígenas.
219. Dotar a FUNAI de recursos humanos e financeiros suficientes para o
cumprimento de sua missão institucional de defesa dos direitos dos
povos indígenas.
220. Apoiar a revisão do Estatuto do Índio (Lei 6.001/73), com vistas à
rápida aprovação do projeto de lei do Estatuto das Sociedades
Indígenas, bem como a promover a ratificação da Convenção nº 169
da OIT, sobre Povos Indígenas e Tribais em Países Independentes.
221. Assegurar a efetiva participação dos povos indígenas, de suas
organizações e do órgão indigenista federal no processo de
formulação e implementação de políticas públicas de proteção e
promoção dos direitos indígenas.
222. Assegurar o direito dos povos indígenas às terras que tradicionalmente
ocupam, às reservadas e às de domínio.
223. Demarcar e regularizar as terras indígenas tradicionalmente ocupadas,
as reservadas e as de domínio que ainda não foram demarcadas e
regularizadas.
224. Divulgar medidas sobre a regularização de terras indígenas,
especialmente para os municípios brasileiros localizados nessas
regiões, de modo a aumentar o grau de confiança e estabilidade nas
relações entre os povos indígenas e a sociedade envolvente.
225. Garantir aos povos indígenas assistência na área da saúde, com a
implementação de programas de saúde diferenciados, considerando
as especificidades dessa população e priorizando ações na área de
medicina preventiva e segurança alimentar.
226. Assegurar aos povos indígenas uma educação escolar diferenciada,
respeitando o seu universo sócio-cultural, e viabilizar apoio aos
estudantes indígenas do ensino fundamental, de segundo grau e de
nível universitário.
227. Promover a criação de linhas de crédito e a concessão de bolsas de
estudo específicas para estudantes indígenas universitários.
228. Implementar políticas de comunicação e divulgação de informações
sobre os povos indígenas, especialmente nas escolas públicas e
privadas do ensino médio e fundamental, com vistas à promoção da
igualdade e ao combate à discriminação.
229. Implementar políticas de proteção e gestão das terras indígenas, com
a implantação de sistemas de vigilância permanente dessas terras e
de seu entorno, a promoção de parcerias com a Polícia Federal, o
IBAMA e as Secretarias Estaduais de Meio Ambiente, e a capacitação
de servidores e membros das comunidades indígenas.
230. Viabilizar programas e ações na área de etno-desenvolvimento
voltados para a ocupação sustentável de espaços estratégicos no
interior das terras indígenas, tais como áreas desocupadas por
invasores e/ou áreas de ingresso de madeireiros e garimpeiros.
231. Implantar banco de dados que permita colher e sistematizar
informações sobre conflitos fundiários e violência em terras indígenas,
a ser integrado aos mapas de conflitos fundiários e de violência.
232. Apoiar a edição de publicações com dados relativos à discriminação e
à violência contra os povos indígenas.
233. Apoiar o processo de revisão dos livros didáticos de modo a resgatar a
história e a contribuição dos povos indígenas para a construção da
identidade nacional.
234. Promover um ensino fundado na tolerância, na paz e no respeito à
diferença, que contemple a diversidade cultural do país, incluindo o
ensino sobre cultura e história dos povos indígenas.
235. Apoiar e assessorar as comunidades indígenas na elaboração de
projetos e na execução de ações de etno-desenvolvimento de caráter
sustentável.
236. Apoiar a criação e o desenvolvimento dos mecanismos de gestão dos
programas multissetoriais gerenciados pela FUNAI, no âmbito dos
Planos Plurianuais e dos orçamentos federais.
237. Apoiar a criação de serviços específicos de assistência jurídica para
indivíduos e comunidades indígenas.
238. Garantir o direito constitucional dos povos indígenas ao uso exclusivo
da biodiversidade existente em suas terras, implementando ações que
venham a coibir a biopirataria dos recursos e conhecimentos
tradicionais dos indígenas.
239. Desenvolver políticas de proteção do patrimônio cultural e biológico e
dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas, em especial as
ações que tenham como objetivo a catalogação, o registro de patentes
e a divulgação desse patrimônio.
Ciganos
259. Promover e proteger os direitos humanos e liberdades fundamentais
dos ciganos.
260. Apoiar a realização de estudos e pesquisas sobre a história, cultura e
tradições da comunidade cigana.
261. Apoiar projetos educativos que levem em consideração as
necessidades especiais das crianças e adolescentes ciganos, bem
como estimular a revisão de documentos, dicionários e livros escolares
que contenham estereótipos depreciativos com respeito aos ciganos.
262. Apoiar a realização de estudos para a criação de cooperativas de
trabalho para ciganos.
263. Estimular e apoiar as municipalidades nas quais se identifica a
presença de comunidades ciganas com vistas ao estabelecimento de
áreas de acampamento dotadas de infraestrutura e condições
necessárias.
264. Sensibilizar as comunidades ciganas para a necessidade de realizar o
registro de nascimento dos filhos, assim como apoiar medidas
destinadas a garantir o direito ao registro de nascimento gratuito para
as crianças ciganas.
Idosos
282. Criar, fortalecer e descentralizar programas de assistência aos idosos,
de acordo com a Lei nº 8.842/94, de forma a contribuir para sua
integração à família e à sociedade e a incentivar o atendimento no seu
próprio ambiente.
283. Apoiar a instalação do Conselho Nacional do Idoso, a constituição de
conselhos estaduais e municipais de defesa dos direitos dos idosos e
a implementação de programas de proteção, com a participação de
organizações não-governamentais.
284. Estimular a fiscalização e o controle social dos centros de atendimento
a idosos.
285. Apoiar programas destinados à capacitação de cuidadores de idosos e
de outros profissionais dedicados ao atendimento ao idoso.
286. Promover a remoção de barreiras arquitetônicas, ambientais, de
transporte e de comunicação para facilitar o acesso e a locomoção da
pessoa idosa aos serviços e áreas públicas e aos edifícios comerciais.
287. Adotar medidas para estimular o atendimento prioritário às pessoas
idosas nas instituições públicas e privadas.
288. Estimular a educação continuada e permanente de idosos e apoiar a
implantação de programas „voluntário idoso‟, como forma de valorizar e
reconhecer sua contribuição para o desenvolvimento e bem-estar da
comunidade.
289. Apoiar programas de estímulo ao trabalho do idoso, inclusive por meio
de cooperativas de produção e de serviços.
290. Desenvolver programas de habitação adequados às necessidades das
pessoas idosas, principalmente em áreas carentes.
291. Estimular a adoção de medidas para que o documento de identidade
seja aceito como comprovante de idade para a concessão do passe
livre nos sistemas de transporte público.
292. Estimular o combate à violência e à discriminação contra a pessoa
idosa, inclusive por meio de ações de sensibilização e capacitação,
estudos e levantamentos estatísticos que contribuam para prevenir a
violação de seus direitos.
293. Adotar medidas para assegurar a responsabilização de familiares pelo
abandono de pessoas idosas.
294. Incentivar a criação, nos estados e municípios, de serviços telefônicos
de informação, orientação e recepção de denúncias (disque-idoso).
Saúde Mental
365. Apoiar a divulgação e a aplicação da Lei nº 10.216, de 6 de abril de
2001, com vistas à desconstrução do aparato manicomial sob a
perspectiva da reorientação do modelo de atenção em saúde mental.
366. Estabelecer mecanismos de normatização e acompanhamento das
ações das secretarias de justiça e cidadania nos estados, no que diz
respeito ao funcionamento dos hospitais de custódia e tratamento
psiquiátrico.
367. Promover esforço intersetorial em favor da substituição do modelo de
atenção dos hospitais de custódia e tratamento por tratamento
referenciado na rede SUS.
368. Promover debates sobre a inimputabilidade penal das pessoas
acometidas por transtornos psíquicos.
369. Criar programas de atendimento às pessoas portadoras de doenças
mentais, apoiando tratamentos alternativos à internação, de forma a
conferir prioridade a modelos de atendimento psicossocial, com a
eliminação progressiva dos manicômios.
370. Criar uma política de atenção integral às vítimas de sofrimento
psíquico na área da saúde mental, assegurando o cumprimento da
carta de direitos dos usuários de saúde mental e o monitoramento dos
hospitais psiquiátricos.
Dependência Química
371. Promover campanhas nacionais de prevenção do alcoolismo e do uso
de drogas que geram dependência química, incentivando estudos,
pesquisas e programas para limitar a incidência e o impacto do
consumo de drogas ilícitas.
372. Propor o tratamento dos dependentes de drogas sob o enfoque de
saúde pública.
373. Apoiar ações para implementação do Programa de Ação Nacional
Antidrogas – PANAD.
374. Apoiar programas de assistência e orientação para usuários de drogas,
em substituição ao indiciamento em inquérito policial e processo
judicial.
HIV/AIDS
375. Apoiar a participação dos portadores de doenças sexualmente
transmissíveis – DST e de pessoas com HIV/AIDS e suas
organizações na formulação e implementação de políticas e
programas de combate e prevenção das DST e do HIV/AIDS.
376. Incentivar campanhas de informação sobre DST e HIV/AIDS, visando a
esclarecer a população sobre os comportamentos que facilitem ou
dificultem a sua transmissão.
377. Apoiar a melhoria da qualidade do tratamento e assistência das
pessoas com HIV/AIDS, incluindo a ampliação da acessibilidade e a
redução de custos.
378. Assegurar atenção às especificidades e diversidade cultural das
populações, as questões de gênero, raça e orientação sexual nas
políticas e programas de combate e prevenção das DST e HIV/AIDS,
nas campanhas de informação e nas ações de tratamento e
assistência.
379. Incentivar a realização de estudos e pesquisas sobre DST e HIV/AIDS
nas diversas áreas do conhecimento, atentando para princípios éticos
de pesquisa.
Acesso a Terra
407. Promover a segurança da posse, compreendendo a urbanização de
áreas informalmente ocupadas e a regularização de loteamentos
populares, assim como a revisão dos instrumentos legais que
disciplinam a posse da terra, como a lei que regula os registros
públicos (Lei 6.015/73) e a lei federal de parcelamento do solo urbano
(Lei 6.766/79).
408. Promover a igualdade de acesso a terra, por meio do desenvolvimento
de uma política fundiária urbana que considere a função social da terra
como base de apoio para a implementação de políticas habitacionais.
409. Implementar a regularização fundiária, o reassentamento e a reforma
agrária, respeitando os direitos à moradia adequada e acessível, à
demarcação de áreas indígenas e à titulação das terras de
remanescentes de quilombos.
410. Criar e apoiar políticas e programas de ação integrados para o
assentamento de trabalhadores sem terra, com infraestrutura
adequada para a produção agrícola, agroindústria e incentivo a outras
atividades econômicas compatíveis com a defesa do meio ambiente.
411. Promover a agricultura familiar e modelos de agricultura sustentável,
na perspectiva da distribuição da riqueza e do combate à fome.
412. Fortalecer políticas de incentivo à agricultura familiar, em particular nos
assentamentos de reforma agrária, transformando-os em base
provedora de segurança alimentar local e sustentável.
413. Adotar medidas destinadas a coibir práticas de violência contra
movimentos sociais que lutam pelo acesso a terra.
414. Apoiar a aprovação de projeto de lei que propõe que a concessão de
medida liminar de reintegração de posse seja condicionada à
comprovação da função social da propriedade, tornando obrigatória a
intervenção do Ministério Público em todas as fases processuais de
litígios envolvendo a posse da terra urbana e rural.
415. Promover ações integradas entre o INCRA, as secretarias de justiça,
as secretarias de segurança pública, os Ministérios Públicos e o Poder
Judiciário, para evitar a realização de despejos forçados de
trabalhadores rurais, conforme a Resolução n.º 1993/77 da Comissão
de Direitos Humanos das Nações Unidas, garantindo o prévio
reassentamento das famílias desalojadas.
416. Priorizar a regularização fundiária de áreas ocupadas, implantando um
padrão mínimo de urbanização, de equipamentos e serviços públicos
nos empreendimentos habitacionais e na regularização de áreas
ocupadas.
Implementação e Monitoramento
512. Atribuir à Secretaria de Estado dos Direitos Humanos – SEDH a
responsabilidade pela coordenação da implementação, monitoramento
e atualização do Programa Nacional de Direitos Humanos.
513. Atribuir à SEDH a responsabilidade pela elaboração de planos de ação
anuais para a implementação e monitoramento do PNDH, com a
definição de prazos, metas, responsáveis e orçamento para as ações.
514. Atribuir à SEDH a responsabilidade de coletar, sistematizar e
disponibilizar informações sobre a situação dos direitos humanos no
país e apresentar relatórios anuais sobre a implementação do PNDH.
515. Criar um sistema de concessão de incentivos por parte do Governo
Federal aos governos estaduais e municipais que implementem
medidas que contribuam para a consecução das ações previstas no
PNDH, e que elaborem relatórios periódicos sobre a situação dos
direitos humanos.
516. Elaborar indicadores para o monitoramento da implementação do
Programa Nacional de Direitos Humanos.
517. Acompanhar a execução de programas governamentais e fundos
públicos que tenham relação direta com a implementação do PNDH.
518. Promover ampla divulgação do PNDH em todo o território nacional.
c) PNDH-3
a) Direitos Humanos
b) Direito Humanitário
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
ARTIGO 1º
DEFINIÇÃO DO TERMO "REFUGIADO"
A. Para fins da presente Convenção, o termo "refugiado" se aplicará a qualquer
pessoa:
1) Que foi considerada refugiada nos termos dos Ajustes de 12 de maio de
1926 e de 30 de junho de 1928, ou das Convenções de 28 de outubro de 1933
e de 10 de fevereiro de 1938 e do Protocolo de 14 de setembro de 1939, ou
ainda da Constituição da Organização Internacional dos Refugiados;
As decisões de inabilitação tomadas pela Organização Internacional dos
Refugiados durante o período do seu mandato não constituem obstáculo a que
a qualidade de refugiado seja reconhecida a pessoas que preencham as
condições previstas no parágrafo 2º da presente seção;
2) Que, em conseqüência dos acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro
de 1951 e temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade,
grupo social ou opiniões políticas, encontra-se fora do país de sua
nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se
da proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade encontra-se fora do
país no qual tinha sua residência habitual em conseqüência de tais
acontecimentos, não pode ou, devido ao referido temor, não quer voltar a ele.
No caso de uma pessoa que tem mais de uma nacionalidade, a expressão "do
país de sua nacionalidade" refere-se a cada um dos países dos quais ela é
nacional. Uma pessoa que, sem razão válida fundada sobre um temor
justificado, não se houver valido da proteção de um dos países de que é
nacional, não será considerada privada da proteção do país de sua
nacionalidade.
B. (1) Para os fins da presente Convenção, as palavras "acontecimentos
ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951", do art. 1º, seção A, poderão ser
compreendidos no sentido de
a) "acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 na Europa"; ou
b) "acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 na Europa ou
alhures";
e cada Estado Contratante fará, no momento da assinatura, da ratificação ou
da adesão, uma declaração precisando o alcance que pretende dar a essa
expressão do ponto de vista das obrigações assumidas por ele em virtude da
presente Convenção.
2) Qualquer Estado Contratante que adotou a fórmula a) poderá em qualquer
momento estender as suas obrigações adotando a fórmula b) por meio de uma
notificação dirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
C. Esta Convenção cessará, nos casos infra, de ser aplicável a qualquer
pessoa compreendida nos termos da seção A, retro:
1) se ela voltou a valer-se da proteção do país de que é nacional; ou
2) se havendo perdido a nacionalidade, ela a recuperou voluntariamente; ou
3) se adquiriu nova nacionalidade e goza da proteção do país cuja
nacionalidade adquiriu; ou
4) se voltou a estabelecer-se, voluntariamente, no país que abandonou ou fora
do qual permaneceu com medo de ser perseguido; ou
5) se por terem deixado de existir as circunstâncias em conseqüência das
quais foi reconhecida como refugiada, ela não pode mais continuar recusando
a proteção do país de que é nacional;
Contanto, porém, que as disposições do presente parágrafo não se apliquem a
um refugiado incluído nos termos do parágrafo 1 da seção A do presente
artigo, que pode invocar, para recusar a proteção do país de que é nacional,
razões imperiosas resultantes de perseguições anteriores;
6) tratando-se de pessoa que não tem nacionalidade, se por terem deixado de
existir as circunstâncias em conseqüência das quais foi reconhecida como
refugiada, ela está em condições de voltar ao país no qual tinha sua residência
habitual;
Contanto, porém, que as disposições do presente parágrafo não se apliquem a
um refugiado incluído nos termos do parágrafo 1 da seção A do presente
artigo, que pode invocar, para recusar voltar ao país no qual tinha sua
residência habitual, razões imperiosas resultantes de perseguições anteriores.
D. Esta Convenção não será aplicável às pessoas que atualmente se
beneficiam de uma
proteção ou assistência de parte de um organismo ou de uma instituição das
Nações Unidas, que não o Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados.
Quando esta proteção ou assistência houver cessado, por qualquer razão, sem
que a sorte dessas pessoas tenha sido definitivamente resolvida de acordo
com as resoluções a ela relativas, adotadas pela Assembléia Geral das Nações
Unidas, essas pessoas se beneficiarão de pleno direito do regime desta
Convenção.
E. Esta Convenção não será aplicável a uma pessoa considerada pelas
autoridades competentes do país no qual ela instalou sua residência como
tendo os direitos e as obrigações relacionadas com a posse da nacionalidade
desse país.
F. As disposições desta Convenção não serão aplicáveis às pessoas a respeito
das quais houver razões sérias para se pensar que:
a) cometeram um crime contra a paz, um crime de guerra ou um crime contra a
humanidade, no sentido dado pelos instrumentos internacionais elaborados
para prever tais crimes;
b) cometeram um crime grave de direito comum fora do país de refúgio antes
de serem nele admitidas como refugiados;
c) tornaram-se culpadas de atos contrários aos fins e princípios das Nações
Unidas.
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
ARTIGO 2º
OBRIGAÇÕES GERAIS
Todo refugiado tem deveres para com o país em que se encontra, os quais
compreendem notadamente a obrigação de respeitar as leis e regulamentos,
assim como as medidas que visam a manutenção da ordem pública.
ARTIGO 3º
NÃO-DISCRIMINAÇÃO
Os Estados Contratantes aplicarão as disposições desta Convenção aos
refugiados sem discriminação quanto à raça, à religião ou ao país de origem.
ARTIGO 4º
RELIGIÃO
Os Estados Contratantes proporcionarão aos refugiados, em seu território, um
tratamento pelo menos tão favorável como o que é proporcionado aos
nacionais no que concerne à liberdade de praticar sua religião e no que
concerne à liberdade de instrução religiosa dos seus filhos.
ARTIGO 5 º
Direitos conferidos independentemente desta Convenção nenhuma disposição
desta Convenção prejudicará os outros direitos e vantagens concedidos aos
outros refugiados, independentemente desta Convenção.
ARTIGO 6º
A EXPRESSÃO "NAS MESMAS CIRCUNSTÂNCIAS"
Para os fins desta Convenção, a expressão "nas mesmas circunstâncias"
significa que todas as condições - em especial as que se referem à duração e
às condições de permanência ou de residência - que o interessado teria de
preencher para poder exercer o direito em causa, se ele não fosse refugiado,
devem ser preenchidas por ele, com exceção das condições que, em razão da
sua natureza, não podem ser preenchidas por um refugiado.
ARTIGO 7º
DISPENSA DE RECIPROCIDADE
1. Ressalvadas as disposições mais favoráveis previstas por esta Convenção,
um Estado Contratante concederá aos refugiados o regime que concede aos
estrangeiros em geral.
2. Após um prazo de residência de três anos, todos os refugiados se
beneficiarão, no território dos Estados Contratantes, da dispensa de
reciprocidade legislativa.
3. Cada Estado Contratante continuará a conceder aos refugiados os direitos e
vantagens de que já gozavam, na ausência de reciprocidade, na data da
entrada em vigor desta Convenção para o referido Estado.
4. Os Estados Contratantes considerarão com benevolência a possibilidade de
conceder aos refugiados, na ausência de reciprocidade, direitos e vantagens
outros além dos que eles gozam em virtude dos parágrafos 2 e 3, assim como
a possibilidade de conceder o benefício da dispensa de reciprocidade a
refugiados que não preencham as condições previstas nos parágrafos 2 e 3.
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
5. As disposições dos parágrafos 2 e 3, supra, aplicam-se assim às vantagens
mencionadas nos artigos 13, 18, 19, 21 e 22 desta Convenção, como aos
direitos e vantagens que não são previstos pela mesma.
ARTIGO 8º
DISPENSA DE MEDIDAS EXCEPCIONAIS
No que concerne às medidas excepcionais que podem ser tomadas contra a
pessoa, bens ou interesses dos nacionais de um Estado, os Estados
Contratantes não aplicarão tais medidas a um refugiado que seja formalmente
nacional do referido Estado unicamente em razão da sua nacionalidade. Os
Estados Contratantes que, pela sua legislação, não podem aplicar o dispositivo
geral consagrado neste artigo concederão, nos casos apropriados, dispensas
em favor de tais refugiados.
ARTIGO 9º
MEDIDAS PROVISÓRIAS
Nenhuma das disposições da presente Convenção tem por efeito impedir um
Estado Contratante, em tempo de guerra ou em outras circunstâncias graves e
excepcionais, de tomar provisoriamente, a propósito de uma determinada
pessoa, as medidas que este Estado julgar indispensáveis à segurança
nacional, até que o referido Estado determine que essa pessoa seja
efetivamente um refugiado e que a continuação de tais medidas é necessária a
seu propósito no interesse da segurança nacional.
ARTIGO 10
CONTINUIDADE DE RESIDÊNCIA
1. No caso de um refugiado que foi deportado no curso da Segunda Guerra
Mundial, transportado para o território de um dos Estados Contratantes e aí
resida, a duração dessa permanência forçada será considerada residência
regular nesse território.
2. No caso de um refugiado que foi deportado do território de um Estado
Contratante no curso da Segunda Guerra Mundial e para ele voltou antes da
entrada em vigor desta Convenção para aí estabelecer sua residência, o
período que precedeu e o que se seguiu a essa deportação serão
considerados, para todos os fins para os quais é necessária uma residência
ininterrupta, como constituindo apenas um período ininterrupto.
ARTIGO 11
MARINHEIROS REFUGIADOS
No caso de refugiados regularmente empregados como membros da tripulação
a bordo de um navio que hasteie pavilhão de um Estado Contratante, este
Estado examinará com benevolência a possibilidade de autorizar os referidos
refugiados a se estabelecerem no seu território e entregar-lhes documentos de
viagem ou de admiti-los a título temporário no seu território, a fim,
notadamente, de facilitar sua fixação em outro país.
CAPÍTULO II
SITUAÇÃO JURÍDICA
ARTIGO 12
ESTATUTO PESSOAL
1. O estatuto pessoal de um refugiado será regido pela lei do país de seu
domicílio, ou, na falta de domicílio, pela lei do país de sua residência.
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
2. Os direitos adquiridos anteriormente pelo refugiado e decorrentes do
estatuto pessoal, e principalmente os que resultam do casamento, serão
respeitados por um Estado Contratante, ressalvado, sendo o caso, o
cumprimento das formalidades previstas pela legislação do referido Estado,
entendendo-se, todavia, que o direito em causa deve ser dos que seriam
reconhecidos pela legislação do referido Estado se o interessado não houvesse
se tornado refugiado.
ARTIGO 13
PROPRIEDADE MÓVEL E IMÓVEL
Os Estados Contratantes concederão a um refugiado um tratamento tão
favorável quanto possível, e de qualquer maneira um tratamento que não seja
menos favorável do que o que é concedido, nas mesmas circunstâncias, aos
estrangeiros em geral, no que concerne à aquisição de propriedade móvel ou
imóvel e a outros direitos a ela referentes, ao aluguel e aos outros contratos
relativos à propriedade móvel ou imóvel.
ARTIGO 14
PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL
Em matéria de proteção da propriedade industrial, especialmente de invenções,
desenhos, modelos, marcas de fábrica, nome comercial, e em matéria de
proteção da propriedade literária, artística e científica, um refugiado se
beneficiará, no país em que tem sua residência habitual, da proteção que é
conferida aos nacionais do referido país. No território de qualquer um dos
outros Estados Contratantes, ele se beneficiará da proteção dada no referido
território aos nacionais do país no qual tem sua residência habitual.
ARTIGO 15
DIREITOS DE ASSOCIAÇÃO
Os Estados Contratantes concederão aos refugiados que residem
regularmente em seu território, no que concerne às associações sem fins
políticos nem lucrativos e aos sindicatos profissionais, o tratamento mais
favorável concedido aos nacionais de um país estrangeiro, nas mesmas
circunstâncias.
ARTIGO 16
DIREITO DE PROPUGNAR EM JUÍZO
1. Qualquer refugiado terá, no território dos Estados Contratantes, livre e fácil
acesso aos tribunais.
2. No Estado Contratante em que tem sua residência habitual, qualquer
refugiado gozará do mesmo tratamento que um nacional, no que concerne ao
acesso aos tribunais, inclusive a assistência judiciária e a isenção de cautio
judicatum solvi.
3. Nos Estados Contratantes outros que não aquele em que tem sua residência
habitual, e no que concerne às questões mencionadas no parágrafo 2,
qualquer refugiado gozará do mesmo tratamento que um nacional do país no
qual tem sua residência habitual.
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
CAPÍTULO III
EMPREGOS REMUNERADOS
ARTIGO 17
PROFISSÕES ASSALARIADAS
1. Os Estados Contratantes darão a todo refugiado que resida regularmente no
seu território o tratamento mais favorável dado, nas mesmas circunstâncias,
aos nacionais de um país estrangeiro no que concerne ao exercício de uma
atividade profissional assalariada.
2. Em qualquer caso, as medidas restritivas impostas aos estrangeiros ou ao
emprego de estrangeiros para a proteção do mercado nacional do trabalho não
serão aplicáveis aos refugiados que já estavam dispensados na data da
entrada em vigor desta Convenção pelo Estado Contratante interessado, ou
que preencham uma das seguintes condições:
a) contar três anos de residência no país;
b) ter por cônjuge uma pessoa que possua a nacionalidade do país de
residência. Um refugiado não poderá invocar o benefício desta disposição no
caso de haver abandonado o cônjuge;
c) ter um ou vários filhos que possuam a nacionalidade do país de residência.
3. Os Estados Contratantes considerarão com benevolência a adoção de
medidas tendentes a assimilar os direitos de todos os refugiados no que
concerne ao exercício das profissões assalariadas aos dos seus nacionais, e
em particular para os refugiados que entraram no seu território em virtude de
um programa de recrutamento de mão-de-obra ou de um plano de imigração.
ARTIGO 18
PROFISSÕES NÃO ASSALARIADAS
Os Estados Contratantes darão aos refugiados que se encontrem regularmente
no seu território tratamento tão favorável quanto possível e, em todo caso,
tratamento não menos favorável do que aquele que é dado, nas mesmas
circunstâncias, aos estrangeiros em geral, no que concerne ao exercício de
uma profissão não assalariada na agricultura, na indústria, no artesanato e no
comércio, bem como à instalação de firmas comerciais e industriais.
ARTIGO 19
PROFISSÕES LIBERAIS
1. Cada Estado Contratante dará aos refugiados que residam regularmente no
seu território e sejam titulares de diplomas reconhecidos pelas autoridades
competentes do referido Estado e que desejam exercer uma profissão liberal,
tratamento tão favorável quanto possível, e, em todo caso, tratamento não
menos favorável do que aquele que é dado, nas mesmas circunstâncias, aos
estrangeiros em geral.
2. Os Estados Contratantes farão tudo o que estiver ao seu alcance, conforme
as suas leis e constituições, para assegurar a instalação de tais refugiados em
territórios outros que não o território metropolitano, de cujas relações
internacionais sejam responsáveis.
CAPÍTULO IV
BEM-ESTAR
ARTIGO 20
RACIONAMENTO
No caso de existir um sistema de racionamento ao qual esteja submetido o
conjunto da população, que regule a repartição geral dos produtos de que há
escassez, os refugiados serão tratados como os nacionais.
ARTIGO 21
ALOJAMENTO
No que concerne ao alojamento, os Estados Contratantes darão, na medida em
que esta questão seja regulada por leis ou regulamentos ou seja submetida ao
controle das autoridades públicas, aos refugiados que residam regularmente no
seu território, tratamento tão favorável quanto possível e, em todo caso,
tratamento não menos favorável do que aquele que é dado, nas mesmas
circunstâncias, aos estrangeiros em geral.
ARTIGO 22
EDUCAÇÃO PÚBLICA
1. Os Estados Contratantes darão aos refugiados o mesmo tratamento que é
dado aos nacionais no que concerne ao ensino primário.
2. Os Estados Contratantes darão aos refugiados um tratamento tão favorável
quanto possível, e em todo caso não menos favorável do que aquele que é
dado aos estrangeiros em geral, nas mesmas circunstâncias, no que concerne
aos graus de ensino superiores ao primário, em particular no que diz respeito
ao acesso aos estudos, ao reconhecimento de certificados de estudos, de
diplomas e títulos universitários estrangeiros, à isenção de emolumentos
alfandegários e taxas e à concessão de bolsas de estudos.
ARTIGO 23
ASSISTÊNCIA PÚBLICA
Os Estados Contratantes darão aos refugiados que residam regularmente no
seu território o mesmo tratamento em matéria de assistência e de socorros
públicos que é dado aos seus nacionais.
ARTIGO 24
LEGISLAÇÃO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL
1. Os Estados Contratantes darão aos refugiados que residam regularmente no
seu território o mesmo tratamento dado aos nacionais quanto aos seguintes
pontos:
a) Na medida em que estas questões são regulamentadas pela legislação ou
dependem das autoridades administrativas: remuneração, inclusive abonos
familiares quando os mesmos integrarem a remuneração; duração do trabalho;
horas suplementares; férias pagas; restrições ao trabalho doméstico; idade
mínima para o emprego; aprendizado e formação profissional; trabalho das
mulheres e dos adolescentes, e gozo das vantagens proporcionadas pelas
convenções coletivas.
b) Previdência social (as disposições legais relativas aos acidentes do trabalho,
às moléstias profissionais, à maternidade, à doença, à invalidez, à velhice, à
morte, ao desemprego, aos encargos de família, bem como a
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
qualquer outro risco que, conforme a legislação nacional, esteja previsto no
sistema de previdência social), observadas as seguintes limitações:
I) existência de medidas apropriadas visando a manutenção dos direitos
adquiridos e dos direitos em curso de aquisição;
II) disposições particulares prescritas pela legislação nacional do país de
residência concernentes a benefícios ou a frações de benefícios pagáveis
exclusivamente por fundos públicos, bem como a pensões pagas a pessoas
que não preenchem as condições de contribuição exigidas para a concessão
de uma pensão normal.
2. Os direitos a um benefício decorrentes da morte de um refugiado em virtude
de acidente de trabalho ou de doença profissional não serão afetados pelo fato
do beneficiário residir fora do território do Estado Contratante.
3. Os Estados Contratantes estenderão aos refugiados o benefício dos acordos
que concluíram ou vierem a concluir entre si, relativamente à manutenção dos
direitos adquiridos ou em curso de aquisição em matéria de previdência social,
contanto que os refugiados preencham as condições previstas para os
nacionais dos países signatários dos acordos em questão.
4. Os Estados Contratantes examinarão com benevolência a possibilidade de
estender, na medida do possível, aos refugiados, o benefício de acordos
semelhantes que estão ou estarão em vigor entre esses Estados Contratantes
e Estados não-contratantes.
CAPÍTULO V
MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
ARTIGO 25
ASSISTÊNCIA ADMINISTRATIVA
1. Quando o exercício de um direito por parte de um refugiado normalmente
exigir a assistência de autoridades estrangeiras às quais ele não pode recorrer,
os Estados Contratantes em cujo território reside providenciarão para que essa
assistência lhe seja dada, quer pelas suas próprias autoridades, quer por uma
autoridade internacional.
2. A ou as autoridades mencionadas no parágrafo 1 entregarão ou farão
entregar, sob seu controle, aos refugiados, os documentos ou certificados que
normalmente seriam entregues a um estrangeiro pelas suas autoridades
nacionais ou por seu intermédio.
3. Os documentos ou certificados assim entregues substituirão os documentos
oficiais entregues a estrangeiros pelas suas autoridades nacionais ou por seu
intermédio, e terão fé pública até prova em contrário.
4. Ressalvadas as exceções que possam ser admitidas em favor dos
indigentes, os serviços mencionados no presente artigo poderão ser cobrados;
mas estas cobranças serão moderadas e de acordo com o valor que se cobrar
dos nacionais por serviços análogos.
5. As disposições deste artigo em nada afetarão os artigos 27 e 28.
ARTIGO 26
LIBERDADE DE MOVIMENTO
Cada Estado Contratante dará aos refugiados que se encontrem no seu
território o direito de nele escolher o local de sua residência e de nele circular
livremente, com as reservas instituídas pela regulamentação aplicável aos
estrangeiros em geral nas mesmas circunstâncias.
ARTIGO 27
PAPÉIS DE IDENTIDADE
Os Estados Contratantes entregarão documentos de identidade a qualquer
refugiado que se encontre no seu território e que não possua documento de
viagem válido.
ARTIGO 28
DOCUMENTOS DE VIAGEM
1. Os Estados Contratantes entregarão aos refugiados que residam
regularmente no seu território documentos de viagem destinados a permitir-
lhes viajar fora desse território, a menos que a isto se oponham razões
imperiosas de segurança nacional ou de ordem pública; as disposições do
Anexo a esta Convenção se aplicarão a esses documentos. Os Estados
Contratantes poderão entregar tal documento de viagem a qualquer outro
refugiado que se encontre no seu território; darão atenção especial aos casos
de refugiados que se encontrem no seu território e que não estejam em
condições de obter um documento de viagem do país onde residem
regularmente.
2. Os documentos de viagem entregues nos termos de acordos internacionais
anteriores serão reconhecidos pelos Estados Contratantes e tratados como se
houvessem sido entregues aos refugiados em virtude do presente artigo.
ARTIGO 29
DESPESAS FISCAIS
1. Os Estados Contratantes não submeterão os refugiados a emolumentos
alfandegários, taxas e impostos de qualquer espécie, além ou mais elevados
do que aqueles que são ou serão cobrados dos seus nacionais em situações
análogas.
2. As disposições do parágrafo anterior não impedem a aplicação aos
refugiados das disposições de leis e regulamentos concernentes às taxas
relativas à expedição de documentos administrativos para os estrangeiros,
inclusive papéis de identidade.
ARTIGO 30
TRANSFERÊNCIA DE BENS
1. Cada Estado Contratante permitirá aos refugiados, conforme as leis e
regulamentos do seu país, transferir os bens que trouxeram para o seu
território para o território de um outro país, no qual foram admitidos, a fim de
nele se reinstalarem.
2. Cada Estado Contratante considerará com benevolência os pedidos
apresentados pelos refugiados que desejarem obter autorização para transferir
todos os outros bens necessários a sua reinstalação em um outro país, onde
foram admitidos, a fim de nele se reinstalarem.
ARTIGO 31
REFUGIADOS EM SITUAÇÃO IRREGULAR NO PAÍS DE REFÚGIO
1. Os Estados Contratantes não aplicarão sanções penais aos refugiados que,
chegando diretamente de território no qual sua vida ou sua liberdade estava
ameaçada, no sentido previsto pelo art. 1º, encontrem-se no seu território sem
autorização, contanto que se apresentem sem demora às autoridades e
exponham-lhes razões aceitáveis para a sua entrada ou presença irregulares.
2. Os Estados Contratantes não aplicarão aos deslocamentos de tais
refugiados outras restrições que não as necessárias; essas restrições serão
aplicadas somente enquanto o estatuto desses refugiados no país de refúgio
não houver sido regularizado ou eles não houverem obtido admissão em outro
país. À vista desta última admissão, os Estados Contratantes concederão a
esses refugiados um prazo razoável, assim como todas as facilidades
necessárias.
ARTIGO 32
EXPULSÃO
1. Os Estados Contratantes não expulsarão um refugiado que esteja
regularmente no seu território, senão por motivos de segurança nacional ou de
ordem pública.
2. A expulsão desse refugiado somente ocorrerá em conseqüência de decisão
judicial proferida em processo legal. A não ser que a isso se oponham razões
imperiosas de segurança nacional, o refugiado deverá ter permissão de
apresentar provas em seu favor, de interpor recurso e de se fazer representar
para esse fim perante uma autoridade competente ou perante uma ou várias
pessoas especialmente designadas pela autoridade competente.
3. Os Estados Contratantes concederão a tal refugiado um prazo razoável para
ele obter admissão legal em um outro país. Os Estados Contratantes podem
aplicar, durante esse prazo, a medida de ordem interna que julgarem oportuna.
ARTIGO 33
PROIBIÇÃO DE EXPULSÃO OU DE RECHAÇO
1. Nenhum dos Estados Contratantes expulsará ou rechaçará, de forma
alguma, um refugiado para as fronteiras dos territórios em que sua vida ou
liberdade seja ameaçada em decorrência da sua raça, religião, nacionalidade,
grupo social a que pertença ou opiniões políticas.
2. O benefício da presente disposição não poderá, todavia, ser invocado por
um refugiado que por motivos sérios seja considerado um perigo à segurança
do país no qual ele se encontre ou que, tendo sido condenado definitivamente
por um crime ou delito particularmente grave, constitua ameaça para a
comunidade do referido país.
ARTIGO 34 - NATURALIZAÇÃO
Os Estados Contratantes facilitarão, na medida do possível, a assimilação e a
naturalização dos refugiados. Esforçar-se-ão, em especial, para acelerar o
processo de naturalização e reduzir, também na medida do possível, as taxas e
despesas desse processo.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES EXECUTÓRIAS E TRANSITÓRIAS
ARTIGO 35
COOPERAÇÃO DAS AUTORIDADES NACIONAIS COM AS NAÇÕES
UNIDAS
1. Os Estados Contratantes comprometem-se a cooperar com o Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ou qualquer outra
instituição das Nações Unidas que lhe suceda, no exercício das suas funções e
em particular para facilitar a sua tarefa de supervisionar a aplicação das
disposições desta Convenção.
2. A fim de permitir ao Alto Comissariado ou a qualquer outra instituição das
Nações Unidas que lhe suceda apresentar relatório aos órgãos competentes
das Nações Unidas, os Estados Contratantes se comprometem a fornecer-lhes,
pela forma apropriada, as informações e os dados estatísticos solicitados
relativos:
a) ao estatuto dos refugiados,
b) à execução desta Convenção, e
c) às leis, regulamentos e decretos que estão ou entrarão em vigor no que
concerne aos refugiados.
ARTIGO 36
INFORMAÇÕES SOBRE AS LEIS E REGULAMENTOS NACIONAIS
Os Estados Contratantes comunicarão ao Secretário-Geral das Nações Unidas
o texto das leis e dos regulamentos que promulguem para assegurar a
aplicação desta Convenção.
ARTIGO 37
RELAÇÕES COM AS CONVENÇÕES ANTERIORES
Sem prejuízo das disposições constantes no parágrafo 2 do artigo 28, esta
Convenção substitui, entre as Partes na Convenção, os acordos de 5 de julho
de 1922, 31 de maio de 1924, 12 de maio de 1926, 30 de julho de 1928 e 30 de
julho de 1935, bem como as Convenções de 28 de outubro de 1933, 10 de
fevereiro de 1938, o Protocolo de 14 de setembro de 1939 e o Acordo de 15 de
outubro de 1946.
CAPÍTULO VII
CLÁUSULAS FINAIS
ARTIGO 38
SOLUÇÃO DOS DISSÍDIOS
Qualquer controvérsia entre as Partes nesta Convenção relativa à sua
interpretação ou a sua aplicação, que não possa ser resolvida por outros
meios, será submetida à Corte Internacional de Justiça, a pedido de uma das
Partes na controvérsia.
ARTIGO 39
ASSINATURA, RATIFICAÇÃO E ADESÃO
1. Esta Convenção ficará aberta à assinatura em Genebra a 28 de julho de
1951 e, após esta data, depositada em poder do Secretário-Geral das Nações
Unidas. Ficará aberta à assinatura no Escritório Europeu das Nações Unidas
de 28 de julho a 31 de agosto de 1951, e depois será reaberta à assinatura na
sede da Organização das Nações Unidas, de 17 de setembro de 1951 a 31 de
dezembro de 1952.
2. Esta Convenção ficará aberta à assinatura de todos os Estados membros da
Organização das Nações Unidas, bem como de qualquer outro Estado não-
membro convidado para a Conferência de Plenipotenciários sobre o Estatuto
dos Refugiados e dos Apátridas, ou de qualquer Estado ao qual a Assembléia
Geral haja dirigido convite para assinar. Deverá ser ratificada e os instrumentos
de ratificação ficarão depositados em poder do Secretário-Geral das Nações
Unidas.
3. Os Estados mencionados no parágrafo 2 do presente artigo poderão aderir a
esta Convenção a partir de 28 de julho de 1951. A adesão será feita mediante
instrumento próprio que ficará depositado em poder do Secretário-Geral das
Nações Unidas.
ARTIGO 40
CLÁUSULA DE APLICAÇÃO TERRITORIAL
1. Qualquer Estado poderá, no momento da assinatura, ratificação ou adesão,
declarar que esta Convenção se estenderá ao conjunto dos territórios que
representa no plano internacional, ou a um ou vários dentre eles. Tal
declaração produzirá efeitos no momento da entrada em vigor da Convenção
para o referido Estado.
2. A qualquer momento posterior a extensão poderá ser feita através de
notificação dirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas, e produzirá efeitos
a partir do nonagésimo dia seguinte à data na qual o Secretário-Geral das
Nações Unidas houver recebido a notificação ou na data de entrada em vigor
da Convenção para o referido Estado, se esta última data for posterior.
3. No que concerne aos territórios aos quais esta Convenção não se aplique na
data da assinatura, ratificação ou adesão, cada Estado interessado examinará
a possibilidade de tomar, logo que possível, todas as medidas necessárias a
fim de estender a aplicação desta Convenção aos referidos territórios,
ressalvado, sendo necessário por motivos constitucionais, o consentimento do
governo de tais territórios.
ARTIGO 41
CLÁUSULA FEDERAL
No caso de um Estado federal ou não-unitário, aplicar-se-ão as seguintes
disposições:
a) No que concerne aos artigos desta Convenção cuja execução dependa da
ação legislativa do poder legislativo federal, as obrigações do governo federal
serão, nesta medida, as mesmas que as das partes que não são Estados
federais.
b) No que concerne aos artigos desta Convenção cuja aplicação depende da
ação legislativa de cada um dos Estados, províncias ou municípios
constitutivos, que não são, em virtude do sistema constitucional da federação,
obrigados a tomar medidas legislativas, o governo federal clevará, o mais cedo
possível, e com o seu parecer favorável, os referidos artigos ao conhecimento
das autoridades competentes dos Estados, províncias ou municípios.
c) Um Estado federal Parte nesta Convenção fornecerá, mediante solicitação
de qualquer outro Estado Contratante que lhe haja sido transmitida pelo
Secretário-Geral das Nações Unidas, uma exposição sobre a legislação e as
práticas em vigor na federação e em suas unidades constitutivas, no que
concerne a qualquer
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
disposição da Convenção, indicando em que medida, por uma ação legislativa
ou de outra natureza, tornou-se efetiva a referida disposição.
ARTIGO 42
RESERVAS
1. No momento da assinatura, da ratificação ou da adesão, qualquer Estado
poderá formular reservas aos artigos da Convenção, que não os artigos 1, 3, 4,
16 (1), 33 e 36 a 46 inclusive.
2. Qualquer Estado Contratante que haja formulado uma reserva conforme o
parágrafo 1 desse artigo, poderá retirá-la a qualquer momento mediante
comunicação com esse fim dirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
ARTIGO 43
ENTRADA EM VIGOR
1. Esta Convenção entrará em vigor no nonagésimo dia seguinte à data do
depósito do sexto instrumento de ratificação ou de adesão.
2. Para cada um dos Estados que ratificarem a Convenção ou a ela aderirem
depois do depósito do sexto instrumento de ratificação ou de adesão, ela
entrará em vigor no nonagésimo dia seguinte à data do depósito feito por esse
Estado do seu instrumento de ratificação ou de adesão.
ARTIGO 44
DENÚNCIA
1. Qualquer Estado Contratante poderá denunciar a Convenção a qualquer
momento por notificação dirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
2. A denúncia entrará em vigor para o Estado interessado um ano depois da
data em que tiver sido recebida pelo Secretário-Geral das Nações Unidas.
3. Qualquer Estado que houver feito uma declaração ou notificação conforme o
artigo 40, poderá notificar ulteriormente ao Secretário-Geral das Nações Unidas
que a Convenção cessará de se aplicar a todo o território designado na
notificação. A Convenção cessará, então, de se aplicar ao território em
questão, um ano depois da data na qual o Secretário-Geral houver recebido
essa notificação.
ARTIGO 45
REVISÃO
1. Qualquer Estado Contratante poderá, a qualquer tempo, por uma notificação
dirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas, pedir a revisão desta
Convenção.
2. A Assembléia Geral das Nações Unidas recomendará as medidas a serem
tomadas, se for o caso, a propósito de tal pedido.
ARTIGO 46
NOTIFICAÇÕES PELO SECRETÁRIO-GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS
O Secretário-Geral das Nações Unidas comunicará a todos os Estados
membros das Nações Unidas e aos Estados não-membros mencionados no
artigo 39:
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
a) as declarações e as notificações mencionadas na seção B do artigo 1;
b) as assinaturas, ratificações e adesões mencionadas no artigo 39;
c) as declarações e as notificações mencionadas no artigo 40;
d) as reservas formuladas ou retiradas mencionadas no artigo 42;
e) a data na qual esta Convenção entrará em vigor, de acordo com o artigo 43;
f) as denúncias e as notificações mencionadas no artigo 44;
g) os pedidos de revisão mencionados no artigo 45.
Em fé do que, os abaixo-assinados, devidamente autorizados, assinaram, em
nome de seus respectivos Governos, a presente Convenção.
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
Protocolo Relativo ao Estatuto dos Refugiados
Aprovado pela Assembléia Geral da ONU em 31 de janeiro de 1967. Brasil
aderiu em 07 de abril de 1972.
ARTIGO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
1. Os Estados Partes no presente Protocolo obrigam-se a aplicar os artigos 2 a
34, inclusive, da Convenção aos refugiados tal como a seguir definidos.
2. Para os efeitos do presente Protocolo, o termo refugiado deverá, excepto em
relação à aplicação do parágrafo 3 deste artigo, significar qualquer pessoa que
caiba na definição do artigo 1, como se fossem
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
omitidas as palavras como resultado de acontecimentos ocorridos antes de l de
Janeiro de 1951 e... e as palavras ... como resultado de tais acontecimentos,
no artigo 1-A (2).
3. O presente Protocolo será aplicado pelos Estados Partes sem qualquer
limitação geográfica, com a excepção de que as declarações existentes feitas
por Estados já partes da Convenção de acordo com o artigo 1-B (1) (a) da
Convenção deverão, salvo se alargadas nos termos do artigo 1-B (2) da
mesma, ser aplicadas também sob o presente Protocolo.
ARTIGO II
COOPERAÇÃO DAS AUTORIDADES NACIONAIS COM AS NAÇÕES
1. Os Estados Partes no presente Protocolo obrigam-se a cooperar com o Alto
Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, ou com qualquer outra
agência das Nações Unidas que lhe possa vir a suceder no exercício das suas
funções, e deverão, em especial, facilitar o desempenho do seu dever de
vigilância da aplicação das disposições do presente Protocolo.
2. Com vista a habilitar o Alto Comissário, ou qualquer outra agência das
Nações Unidas que lhe possa vir a suceder, a fazer relatórios para os órgãos
competentes das Nações Unidas, os Estados Partes no presente Protocolo
obrigam-se a fornecer-lhes as informações e dados estatísticos requeridos, na
forma apropriada e relativos:
a) À condição de refugiados;
b) À aplicação do presente Protocolo;
c) Às leis, regulamentos e decretos que são ou possam vir a ser aplicáveis em
relação aos refugiados.
ARTIGO III
INFORMAÇÃO SOBRE LEGISLAÇÃO NACIONAL
Os Estados Partes no presente Protocolo deverão comunicar ao Secretário
Geral das Nações Unidas as leis e regulamentos que possam vir a adoptar
para assegurar a aplicação do presente Protocolo.
ARTIGO IV
RESOLUÇÃO DE DIFERENDOS
Qualquer diferendo entre Estados Partes no presente Protocolo que esteja
relacionado com a sua interpretação ou aplicação e que não possa ser
resolvido por outros meios deverá ser submetido ao Tribunal Internacional de
Justiça a pedido de qualquer das partes no diferendo.
ARTIGO V
ADESÃO
O presente Protocolo ficará aberto à adesão de todos os Estados Partes na
Convenção ou de qualquer outro Estado Membro das Nações Unidas ou
Membro de qualquer das agências especializadas ou de qualquer Estado ao
qual tenha sido enviado pela Assembleia Geral das Nações Unidas um convite
para aderir ao Protocolo. A adesão será efectuada pelo depósito de um
instrumento de adesão junto do Secretário Geral das Nações Unidas.
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
ARTIGO VI
CLÁUSULA FEDERAL
No caso de um Estado federal ou não unitário, aplicar-se-ão as seguintes
disposições:
a) No respeitante aos artigos da Convenção a aplicar de acordo com o artigo I,
parágrafo 1, do presente Protocolo que caibam dentro da competência
legislativa da autoridade legislativa federal, as obrigações do Governo Federal
serão nesta medida as mesmas que as dos Estados Partes que não forem
Estados federais;
b) No respeitante aos artigos da Convenção a aplicar de acordo com o artigo I,
parágrafo 1, do Presente Protocolo que caibam dentro da competência
legislativa de Estados constituintes, províncias ou cantões que não são,
segundo o sistema constitucional da Federação, obrigados a tomar medidas
legislativas, o Governo Federal levará, com a maior brevidade possível, os
referidos artigos, com uma recomendação favorável, ao conhecimento das
autoridades competentes dos Estados, províncias ou cantões;
c) Um Estado Federal parte no presente Protocolo deverá, a pedido de
qualquer outro Estado Parte, transmitido através do Secretário Geral das
Nações Unidas, fornecer uma informação da lei e da prática da Federação e
das suas unidades constituintes no tocante a qualquer disposição em particular
da Convenção, a aplicar de acordo com o artigo I, parágrafo 1, do presente
Protocolo, indicando a medida em que foi dado efeito, por medidas legislativas
ou outras, à dita disposição.
ARTIGO VII
RESERVAS E DECLARAÇÕES
1. No momento de adesão, qualquer Estado poderá formular reservas ao artigo
4 do presente Protocolo e à aplicação de acordo com o artigo I do presente
Protocolo de quaisquer disposições da Convenção além das contidas nos
artigos 1, 3, 4, 16 (1) e 33, desde que, no caso de um Estado Parte na
Convenção, as reservas feitas ao abrigo deste artigo não abranjam os
refugiados aos quais se aplica a Convenção.
2. As reservas formuladas por Estados Partes na Convenção de acordo com o
seu artigo 42 aplicar-se-ão, a menos que sejam retiradas, em relação às suas
obrigações decorrentes do presente Protocolo.
3. Qualquer Estado que faça uma reserva de acordo com o parágrafo l deste
artigo poderá, a qualquer tempo, retirar tal reserva por meio de uma
comunicação para esse efeito dirigida ao Secretário Geral das Nações Unidas.
4. As declarações feitas segundo o artigo 40, parágrafos l e 2, da Convenção
por um Estado Parte nela que adira ao presente Protocolo considerar-se-ão
aplicáveis sob o regime do presente Protocolo, salvo se, no momento de
adesão, for enviada uma notificação em contrário pelo Estado Parte
interessado ao Secretário Geral das Nações Unidas. As disposições do artigo
40, parágrafos 2 e 3, e do artigo 44, parágrafo 3, da Convenção considerar-se-
ão aplicáveis, mutatis mutandis, ao presente Protocolo.
ARTIGO VIII
ENTRADA EM VIGOR
1. O presente Protocolo entrará em vigor no dia do depósito do sexto
instrumento de adesão.
2. Para cada Estado que adira ao Protocolo depois do depósito do sexto
instrumento de adesão, o Protocolo entrará em vigor na data do depósito pelo
mesmo Estado do seu instrumento de adesão.
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
ARTIGO IX
DENÚNCIA
1. Qualquer Estado Parte poderá, a qualquer tempo, denunciar este Protocolo
por meio de uma notificação dirigida ao Secretário Geral das Nações Unidas.
2. Tal denúncia terá efeito para o Estado Parte interessado um ano depois da
data em que for recebida pelo Secretário Geral das Nações Unidas.
ARTIGO X
NOTIFICAÇÕES PELO SECRETÁRIO GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS
O Secretário Geral das Nações Unidas informará os Estados referidos no artigo
V, acima, da data de entrada em vigor, adesões, reservas, retiradas de
reservas e denúncias do presente Protocolo, e das declarações e notificações
com ele relacionadas.
ARTIGO XI
DEPÓSITO NOS ARQUIVOS DO SECRETARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS
Um exemplar do presente Protocolo, cujos textos chinês, inglês, francês, russo
e espanhol são igualmente autênticos, assinado pelo presidente da Assembleia
Geral e pelo Secretário Geral das Nações Unidas, será depositado nos
arquivos do Secretariado das Nações Unidas. O Secretário Geral transmitirá
cópias certificadas do mesmo a todos os Estados Membros das Nações Unidas
e aos outros Estados referidos no artigo V, acima.
11 A Constituição brasileira e os tratados internacionais de direitos
humanos.
a. Emenda Constitucional
b. Caráter Supralegal
c. Lei Ordinária
Decreto Presidencial
QUESTÕES DE CONCURSO
A ética é uma característica inerente a toda ação humana e, por essa razão, é
um elemento essencial na produção da realidade social. Com relação à ética e
à postura profissional do servidor público, julgue os itens seguintes.
01 A moralidade, no serviço público, está relacionada à obediência
incondicional do servidor aos superiores hierárquicos.
03 O servidor representa o Estado e, por tal motivo, deve agir de forma a limitar
o direito público em benefício do interesse particular.
09 Segundo a DUDH, ninguém poderá ser culpado por ação ou omissão que,
no momento da sua prática, não constituía delito perante o direito nacional ou
internacional.
15 Tortura é qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos são infligidos
à pessoa a fim de se obterem informações ou confissões, ainda que tais dores
ou sofrimentos sejam consequências unicamente de sanções legítimas.
CESPE – TJ RR – 2012
17 foi adotada após a 2.ª Guerra Mundial pela Assembleia Geral das Nações
Unidas.
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
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