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Psicobiologia:

Processo evolutivo: mudança com herança


- aptidão de um indivíduo: medida de sucesso evolutivo. É o número de filhos desse indivíduo que chega à
idade reprodutiva. Uma determinada característica pode aumentar ou diminuir a aptidão de um indivíduo,
que é alterada quando características são herdadas

- a adaptação psicológica é exclusiva do indivíduo, enquanto a biológica é da espécie

- adaptação biológica: de alguma maneira, o indivíduo apresenta uma nova característica genética q é
vantajosa no ambiente, aumentando a aptidão e a freqüência gênica dessa característica. Tem que haver
herança [transmissão de características geneticamente]

- mecanismos da evolução: seleção natural e seleção sexual


Seleção sexual: um indivíduo seleciona o outro para reprodução. Machos tendem a procurar quantidade, e
as fêmeas tendem a ser mais seletivas

- etograma: conjunto das classes de comportamento [exemplo de classes: comportamento alimentar,


reprodutivo, de descanso, etc.

- epigênese: o desenvolvimento do comportamento é o resultado de interações entre fatores genéticos e


fatores ambientais. Nenhum dos dois isoladamente é responsável por nenhuma forma de conduta

As quatro perguntas:
1- A causa imediata: o que determina a ocorrência de uma determinada instância em
particular de comportamento, que estímulos internos e/ou externos causam essa ocorrência

2- Causas ontogenéticas [o desenvolvimento]: fatores e processos envolvidos no


surgimento de um determinado comportamento na história INDIVIDUAL do organismo

3- Causas filogenéticas [a evolução]: fatores e processos envolvidos no surgimento de um


comportamento na história de uma ESPÉCIE. Estuda-se comparando o tal comportamento com o de outra
espécie da mesma família

4- Função adaptativa: quando o comportamento é muito comum na espécie

- aptidão abrangente ou indireta: quando um animal abre mão de se reproduzir para cuidar e ajudar os
filhotes de um animal que seja seu parente

Contribuições da etologia para o estudo do ser humano:


- metodológica: observação, descrição, experimentação, análise
- prática [estudos comparativos: analogias e homologias]: complementação, confirmação, aprofundamento
- teórica 1: modelos advindos do comportamento de animais não humanos, como a estampagem, período
sensível, etc.

- teórica 2: a perspectiva etológica


* o comportamento, assim como os órgãos ou estruturas corporais, é produto e instrumento do
processo de evolução
* estrutura e organização comportamental: o comportamento tem função adaptativa, isto é,
interfere no sucesso reprodutivo, por tanto, na sobrevivência das espécies

Como o etólogo investiga suas questões:


1- Pergunta
2- Hipótese
3- Testar suas hipóteses
4- Determinar o que se pode esperar observar na natureza se a hipótese for correta
5- Coletar dados [pela observação] para depois compará-los com a predição
6- Conclusão científica: a hipótese é confirmada ou rejeitada

Apego:
Crianças institucionalizadas [separadas da mãe] passam por:
1- protesto: busca ativamente pela mãe
2- desespero: começa a perder a esperança que a mãe volte
3- desapego; perde os vínculos sociais e afetivos, não entra em contato afetivo com os outros, o que
pode levar a sérios distúrbios de personalidade [a criança institucionalizada não tem ninguém para
substituir a mãe, não recebe cuidado especial

Konrad Lorent: observou que algumas formas de comportamento se repetiam em muitas espécies, sendo
pouco influenciadas pelo ambiente [padrões fixos de ação]. Como são comuns a espécies diferentes,
precisa haver algum nível de determinação genética, então é possível estudá-los pro meio da evolução.

Imprinting: ao nascerem, os filhotes tem a imagem da mãe estampada, e passam a segui-la. Não tem
haver com nenhum julgamento, o filhote apenas segue o que acredita ser sua mãe, em um sistema muito
rígido. Conforme o filhote vai se desenvolvendo, surge o comportamento exploratório [o filhote começa a
aprender a explorar o ambiente]. O comportamento inicial não desaparece completamente, mas vai sendo
cada vez menos ativado. Na vida adulta, a mãe serve de modelo para a busca de um parceiro sexual
* objetivo: manter a proximidade com a mãe
* função: proteção contra predadores
*não está presente em bebês humanos, pois estes nascem muito imaturos para seguir a própria mãe

Apego: quando a criança está em um lugar desconhecido para ela e longe da mãe, ela precisa arrumar um
jeito de trazer a mãe para perto, então a criança chora ou sorri. Todas as crianças nascem com um
mecanismo para garantir a proximidade com a mãe. A função dessa proximidade é garantir proteção
- O apego é o vínculo da criança com a mãe
- não precisa ser só com a mãe; na falta dela a criança pode criar apego com outro adulto que lhe d~e
proteção, atenção e carinho

- comportamento de apego: qualquer forma de comportamento que resulta em uma pessoa buscar,
alcançar ou manter a proximidade com algum outro indivíduo claramente identificado, diferenciado e
preferido, que é usualmente considerado mais apto e capaz de lidar com o mundo.
Independente da mãe, a criança terá esse comportamento, ou seja, ele não pode ser extinto, porém não
é fixo, porque pode ser moldado de acordo com a resposta da mãe. É um sistema aberto porque pode ser
modificado, mas é fechado no que se trata da função

Características:
- especificidade: preferência clara pela figura materna [base de segurança]
- duração: a ligação persiste por grande parte do ciclo vital

- envolvimento emocional e afetivo

- ontogenia e aprendizagem: a forma com que a criança se comporta com a mãe tem haver com as
respostas dela, ou seja, a criança aprende qual é a melhor forma de se relacionar com a mãe

- organização: é ativado com o estranhamento, dor, mal estar; e desativado com a proximidade e o
contato físico. Pode ser reativado, mesmo na vida adulta, em situações muito estressantes

- função biológica: proteção

~> vínculo da mãe com o bebê: vínculo materno


~> vínculo do bebê com a mãe: apego
~> comportamento de apego: o que a criança faz para manter a proximidade com a figura com a qual ela
tem apego
~> o instinto primário o bebê não é alimento, e sim proteção

Padrões de apego:
Seguro:
- a criança rapidamente explora o ambiente, utilizando a mãe como base segura
- brinca e reage de maneira positiva a presença de um estranho, desde que a mãe esteja por perto
- fica perturbada quando a mãe sai
- sinaliza a falta da mãe na separação, mas se acalma assim que ela reaparece
- busca e saúda ativamente a mãe na reunião
- rapidamente confortada, é posta no chão e recomeça a brincar
- chora menos do que os outros tipos
Mãe ou cuidador primário: é amorosa, sensível, atenta, disponível e consistente. Responde rapidamente
ao choro da criança

Inseguro - evitante:
- a criança exibe pouca ou nenhuma aflição quando separada da mãe
- no reencontro, evita a mãe e a ignora ativamente
Mãe ou cuidador primário: não está sempre disponível ou é rejeitadora. Não gosta de ser provedora e
prefere a independência

Inseguro – resistente ou ambivalente:


- a criança fica perto da mãe, mas ainda assim parece ansiosa
- fica muito perturbada quando a mãe sai, e rejeita os esforços do estranho para confortá-la
- chora e sofre muito, em muita aflição e angústia pela separação, demanda atenção
- geralmente brava, chateada por pequenas separações
- busca contato com a mãe no reencontro, mas não se acalma porque não se sente confortada com o seu
retorno
- pode exibir forte resistência a sair do colo
- a criança é ansiosa em relação à mãe
- tem comportamento exploratório limitado
Mãe ou cuidador primário: é imprevisível ou caótica. Freqüentemente atenta, mas fora de sintonia com a
criança [fica sintonizada quando o bebê está em perigo

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