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CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Secção I
Princípios Gerais

Artigo 1
(Objecto)

O presente Regulamento define o regime jurídico de acesso e implementação de estágios pré-


profissionais.

Artigo 2
(Glossário)
As definições constam do glossário em anexo, que é parte integrante do presente Regulamento.

Artigo 3
(Âmbito de Aplicação)

1. O presente Regulamento é aplicável à relação que se estabelece entre as entidades


promotoras de estágios pré-profissionais e os estagiários.

2. São excluídos do âmbito do regime do presente Regulamento os estágios pré-profissionais


exigidos por ordens profissionais como requisito prévio para o exercício de uma
determinada profissão.

Artigo 4
( Acordos de Estágios )

1. Para efeitos de implementação de estágios relacionados com a culminação de estudos, em


qualquer nível de ensino, os estabelecimentos de ensino podem, ao abrigo do disposto na
Lei do Trabalho, celebrar acordos de estágios directamente com as entidades promotoras.

2. Os estágios a que se refere o número anterior só são considerados estágios pré-profissionais


nos casos em que o referido programa de estágios for comunicado à entidade que
superintende a área de emprego e formação profissional, mediante preenchimento dos
requisitos estabelecidos no presente Regulamento.

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3. A comunicação à entidade que superintende a área de emprego e formação profissional é
feita mediante apresentação do acordo entre a entidade promotora e o estabelecimento de
ensino por qualquer uma das partes do acordo.

Artigo 5
(Objectivos do Estágio Pré-profissional)

O estágio pré-profissional tem os seguintes objectivos específicos:

a) Complementar, desenvolver e aperfeiçoar as competências do saber-fazer e saber-estar dos


estagiários, desenvolvendo actividades profissionalizantes, por forma a facilitar o seu
recrutamento e inserção no mercado de trabalho;

b) Aumentar o conhecimento prático dos estagiários sobre a evolução tecnológica ou de novos


conteúdos formativos em determinadas áreas profissionais, de modo a permitir a sua
integração em novas áreas ocupacionais no domínio da sua formação profissional ou
académica;

c) Facilitar o recrutamento e integração de novos quadros nas entidades empregadoras, através


do apoio técnico prestado na realização de estágios pré- profissionais;

d) Outros objectivos definidos por lei.

Artigo 6
(Modalidades de Estágios Pré-profissionais)

1. Os estágios pré-profissionais podem ou não ser remunerados .

2. Considera-se estágio pré-profissional remunerado, aquele em que o estagiário presta actividade


mediante o pagamento de uma remuneração pela entidade promotora do estágio, com ou sem
comparticipação do Estado.

3. Considera-se estágio pré-profissional não remunerado aquele em que por opção das partes ou ao
abrigo de acordos entre entidades promotoras e estabelecimentos de ensino, o estagiário presta
actividade de estágio sem direito a uma remuneração.

4. Para todos os efeitos legais, as remunerações de estudantes finalistas em regime de estágio pré-
profissional, suportadas pela entidade promotora do estágio, são qualificadas como encargos
com estágios pré-profissionais.

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5. Ao estagiário na modalidade de estágio pré- profissional remunerado, é concedida pela entidade
promotora de estágio uma remuneração mensal nunca inferior a 75% do Salário Mínimo
Nacional que vigore para o sector da actividade onde se desenvolve o estágio.

Secção II

Contrato e Relação Jurídica de Estágio

Artigo 7
(Contrato de Estágio Pré-profissional)
1. Para efeitos de implementação de estágios, deve ser celebrado um contrato entre a Entidade
Promotora e o Estagiário.

2. Durante a vigência do contrato de estágio, o estagiário tem direito de ser integrado e exercer
actividade profissional na organização funcional e produtiva da entidade promotora, com ou
sem remuneração.

3. O contrato celebrado entre o estagiário e a entidade promotora do estágio pré-profissional


constitui comprovativo da existência de vínculo de estágio.

Artigo 8

(Relação Jurídica de Estágio)

1. A relação jurídica de estágio é o conjunto de direitos e deveres recíprocos estabelecidos e


reconhecidos entre a entidade promotora de estágio e o estagiário, nos termos do presente
regulamento e outra legislação aplicável.

2. Sem prejuízo da aplicabilidade do princípio de que o estagiário não é trabalhador da entidade


promotora do estágio, são extensivos à relação jurídica de estágio as disposições da Lei do
Trabalho que regulam, nomeadamente:

a) As matérias relativas à higiene e segurança no trabalho;


b) O seguro contra acidentes de trabalho e doenças profissionais;
c) O regime de horário de trabalho para trabalhadores menores, naqueles casos
em que o estagiário tiver idade inferior a 18 anos;
d) O regime de interrupção do período normal de trabalho;
e) O regime de descanço semanal e em dias feriado;
f) Outras disposições compatíveis com a situação de estágio pré-profissional.

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3. A violação das disposições constantes dos números anteriores é passível de aplicação das
sanções previstas na Lei do Trabalho.

Artigo 9

(Requisitos do Estágio)

1. Podem ser contratados para estágios pré-profissionais os cidadãos nacionais que reúnem as
seguintes condições:

a) Ter idade compreendida entre os 15 e 35 anos;

b) Ser finalista de estabelecimentos de ensino geral, técnico-profissional elementar,


básico ou médio, centros de formação profissional ou ensino superior, desde que
legalmente estabelecidos;

2. Quando os destinatários sejam pessoas com deficiência não se aplica o limite de idade de
35 anos e são extensíveis ao regime dos estágios pré-profissionais os princípios da Lei do
Trabalho e outra legislação relativa à promoção de emprego para pessoas com deficiência.

3. Quando os destinatários sejam mulheres não se aplica o limite de idade de 35 anos e são
extensíveis ao regime dos estágios pré-profissionais os princípios da Lei do Trabalho e outra
legislação relativa à promoção de emprego para mulheres .

Artigo 10
(Forma do Contrato de Estágio)

1. Os contratos de estágio devem ser reduzidos a escrito, salvo nos casos em que o estágio
resulte de um acordo celebrado pela entidade promotora do estágio e um
estabelecimento de ensino.

2. Do contrato de estágio deve constar:

a) A identificação completa das partes, incluindo a data de nascimento do


estagiário;
b) A actividade ou actividades a que a entidade promotora do estágio se obriga a
proporcionar e orientar o estagiário, de acordo com o programa de estágio;
c) O montante da remuneração, quando se trate de estágio remunerado;
d) A data de início da produção de efeitos do contrato e o período de vigência do
mesmo; e
e) O local de prestação do estágio.

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Artigo 11
(Duração do Contrato de Estágio)

1. Os estágios pré-profissionais promovidos no âmbito do presente regulamento têm a duração


máxima de seis meses quando não remunerados e o máximo de doze meses quando
remunerados.

2. Os limites máximos a que se refere o número anterior não se aplicam aos estágios não
remunerados associados ao regime de culminação de estudos, se o respectivo plano
curricular exigir duração superior à prevista.

3. Com vista à consecução dos objectivos específicos de um determinado programa de estágio


pré-profissional, desde que devidamente fundamentado ou se os usos da profissão
estabelecerem outra duração, a entidade que superintende a área de emprego e formação
profissional pode, excepcionalmente, autorizar a realização de um período complementar de
estágio pelo tempo que se mostrar conveniente.

Artigo 12
(Cessação do Contrato de Estágio)

1. O contrato de estágio pode cessar por mútuo acordo, por denúncia de qualquer das partes
ou por caducidade. Em qualquer uma das modalidades de cessação do contrato de estágio,
deve ser notificada à entidade que superintende a área de emprego e formação profissional.

2. A comunicação de cessação do contrato de estágio deve ser feita por escrito.

3. A denúncia pela entidade promotora pode ocorrer nas seguintes circunstâncias:


a) Se o estagiário cometer 5 dias consecutivos ou 10 dias interpolados de faltas
injustificadas; ou
b) Se o estagiário cometer 15 dias consecutivos ou 30 dias interpolados de faltas
justificadas.

4. A denúncia por qualquer das partes deve ser comunicada à outra parte, por carta, com aviso
de recepção, por via electrónica, com antecedência mínima de 7 dias.

5. A caducidade da relação de estágio opera no termo do prazo estabelecido no respectivo


contrato ou por impossibilidade superveniente, absoluta e definitiva do estagiário frequentar
o estágio ou da entidade promotora lhe proporcionar o estágio.

6. Em caso algum a cessação da relação de estágio dá direito à indemnização.


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CAPÍTULO II

ENTIDADES PROMOTORAS DE ESTÁGIOS


Secção I
Reconhecimento das Entidades Promotoras de Estágios Pré-Profissonais

Artigo 13
(Entidades Promotoras de Estágios Pré-profissionais)

1. Constituem entidades promotoras de estágios pré-profissionais, as empresas públicas e


privadas, com ou sem fim lucrativo que apresentam condições, técnica e pedagógica,
reconhecidas pela entidade que superintende a área de emprego e formação profissional.

2. As entidades promotoras devem celebrar acordos de estágio com a entidade que


superintende a área de emprego e formação profissional.

Artigos 14
(Requisitos das Entidades Promotoras de Estágios)

1. Podem aceder aos programas de estágios previstos no presente regulamento as entidades


promotoras que reúnam, cumulativamente, os seguintes requisitos:

a) Encontrar-se regularmente constituída e devidamente registada;


b) Dispor de contabilidade organizada;
c) Não se encontrar em situação de atraso sistemático no pagamento de salários;
d) Apresentar o programa de estágio na área em que pretende oferecer o estágio pré-
profissional;
e) Ter pessoal devidamente qualificado para orientar estágios pré-profissionais que a
entidade pretende oferecer;
f) Cumprir os demais requisitos previstos neste regulamento e no respectivo contrato
de estágio;
g) Estar registada para efeitos fiscais e possuir o Número Único de Identificação
Tributária (NUIT);
h) Não tenha cometido infracções de natureza tributária, nos termos da legislação
aplicável.

2. Independentemente do preenchimento dos requisitos estabelecidos nas alíneas a) a d) do


número anterior, a entidade que superintende a área de emprego e formação profissional
pode reconhecer, sem direitos aos benefícios fiscais, como entidades promotoras pessoas

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singulares ou entidades, que demonstrem conhecimentos ou capacidade técnica e experiência
para implementar estágios.

Artigo 15
(Inscrição das Entidades Promotoras)

1. As empresas ou quaisquer outras entidades, públicas ou privadas, que pretendam oferecer


programas de estágios pré-profissionais deverão candidatar-se nos Centros de Emprego, na
respectiva área de jurisdição.

2. Compete aos Centros de Emprego emitir documento comprovativo, em modelo a aprovar


pela entidade que superintende a área de emprego e formação profissional.

3. A simples inscrição não implica necessariamente o reconhecimento como entidade


promotora de estágios pré-profissionais, salvo se o programa de estágio pré-profissional tiver
sido acordado entre o órgão que superintende a área do ensino ou directamente com os
estabelecimentos de ensino ou centros de formação profissional.

4. Nos casos em que o programa de estágio pré-profissional tiver sido acordado directamente
com os estabelecimentos de ensino ou centros de formação profissional, a entidade que
superintende a área de emprego e formação profissional deve ser notificada do referido
acordo para efeitos de verificação da existência dos requisitos exigidos às entidades
promotoras de estágios.

Artigo 16
(Prazo de Apresentação do Programa de Estágio)

1. As entidades candidatas devem, através dos Centros de Emprego, comunicar á entidade que
superintende a área de emprego e formação profissional, o programa de estágios pré-
profissionais que pretendem oferecer quinze dias antes do início dos referidos estágios.

2. Caso a entidade que superintende a área de emprego e formação profissional não se


pronuncie no período de 15 dias após a recepção da comunicação, o programa torna-se
efectivo.

Artigo 17
(Processo de Submissão do Programa de Estágios)

1. A apresentação da proposta de estágio compreende:

a) O plano e descrição das actividades a serem seguidas pelo estagiário;

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b) A fundamentação da vinculação das actividades do estágio com a área de formação
profissional em que se pretende oferecer o estágio;
c) A indicação do sector em que o estagiário será integrado na organização produtiva ou
funcional da entidade promotora do estágio pré-profissional;
d) O plano de acompanhamento pela direcção técnica de produção ou equivalente da
entidade promotora do estágio;
e) Plano de orientação do estágio pelo respectivo orientador .

2. A entidade que superintende a área de emprego e formação profissional pode aprovar o modelo
de apresentação dos programas de estágios para as entidades previstas no n°1 do artigo 13 do
presente regulamento.

3. Nos estágios de culminação de estudos directamente acordados com os estabelecimentos de


ensino ou formação profissional não é exigível a aprovação do programa de estágios pré-
profissionais sempre que se encontre descrito no respectivo plano de estudos ou em
regulamentos de formação.

Artigo 18
(Reavaliação do Acordo de Estágio)

O Acordo de Estágio pode ser periodicamente reavaliado quando exceda o prazo de 1 ano,
de modo a permitir a sua adequação às reais necessidades do estágio.

Artigo 19
(Responsabilidades das Entidades Promotoras)

1. São responsabilidades das entidades promotoras de estágios pré-profissionais:

a) Elaborar planos de estágio, formação e aperfeiçoamento dos seus estagiários;


b) Dinamizar ofertas de estágios pré-profissionais, em colaboração com os Centros de
Emprego;
c) Proporcionar ao estagiário os conhecimentos práticos necessários à prática da profissão a
que está habilitado;
d) Definir o perfil de competências e o plano individual de estágio pré-profissional
desejável para o estágio;
e) Propor eventuais alterações ao programa de estágios pré-profissionais, com vista à
melhoria da sua qualidade;
f) Estabelecer medidas adequadas ao acompanhamento e controlo das acções de estágio;
g) Elaborar o relatório final.

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2. A entidade promotora deve comunicar à entidade que superintende a área de emprego e
formação profissional informação a respeito dos estagiários que tenham concluído com êxito
o estágio.

Secção II
Direitos e Deveres das Entidades Promotoras de Estágios

Artigo 20
(Direitos)
Às entidades promotoras de estágios pré-profissionais são reconhecidos os seguintes direitos:

a) O poder de autoridade e direcção sobre o estagiário;


b) Os benefícios legalmente aplicáveis;
c) Os direitos previstos na Lei do Trabalho, quando compatíveis com a relação jurídica de
estágio.

Artigo 21
(Deveres)
Às entidades promotoras, impõem-se os seguintes deveres:

a) Criar condições necessárias para o decurso normal do estágio, devendo colaborar com os
estagiários e os orientadores do estágio pré-profissional na vigência da relação do estágio;
b) Exigir dos estagiários apenas tarefas que sejam objecto do estágio;
c) Respeitar as condições de higiene e segurança no trabalho e de ambiente compatíveis com a
idade do estagiário;
d) Colaborar com a entidade que superintende a área de emprego e formação profissional na
avaliação da qualidade dos estágios pré-profissionais, designadamente reportar
antempadamente aos Centros de Emprego quaisquer desvios do plano individual de
estágios previamente acordado;
e) Participar em encontros e reuniões de avaliação promovidos pelos Centros de Emprego,
elaborando e apresentando, trimestralmente o relatório de acompanhamento e avaliação do
estágio;
f) Respeitar os deveres previstos na Lei do Trabalho, quando compatíveis com a situação de
estágio.

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Secção III
Orientação dos Estágios

Artigo 22
(Competências do Orientador de Estágios)

Compete ao orientador do estágio:

a) Definir o perfíl de competências requeridas e o plano individual de estágio, de acordo


com o programa de estágio previamente submetido ao Centro de Emprego;
b) Familiarizar o estagiário com os procedimentos, rotinas e finalidades do estágio na sua
formação profissional;
c) Acompanhar o estágio pré-profissional dos estagiários, orientando e supervisionando-os
no decorrer da sua prática profissional, de forma a proporcionar-lhes o pleno
desempenho das acções, princípios e valores inerentes à realidade da profissão em que se
processa a vivência prática;
d) Acompanhar a actividade, procurando ajustar a sua orientação para os objectivos
estabelecidos no respectivo programa, conforme o plano estabelecido;
e) Receber e avaliar os relatórios parciais de cada estagiário participante no programa de
estágio;
f) Participar em reuniões e demais actividades relacionadas com estágios sempre que
solicitado;
g) Acompanhar o estagiário na planificação e desenvolvimento do estágio.
h) Apresentar junto da entidade promotora o relatório final de estágio, contendo
identificação do estagiário, local de realização do estágio, área de estudo, carga horária
desenvolvida, avaliação e demais observações pertinentes;

Artigo 23
(Conclusão de Estágio)

1. A conclusão do estágio pré-profissional ocorre mediante apresentação do Relatório Final do


Estágio à entidade que superintende a àrea de emprego e formação profissional, contendo as
seguintes informações:

a) O relatório de estágio apresentado pelo estagiário ao orientador;


b) A indicação das actividades desempenhadas pelo estagiário;
c) O parecer do orientador sobre o desempenho do estagiário.

2. Com a aprovação do Relatório Final de Estágio, a entidade que superintende a àrea de emprego e
formação profissional emite o certificado do estágio.

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CAPÍTULO III
ESTAGIÁRIOS

Secção I
Inscrição e Selecção dos Candidatos a Estágios Pré-profissionais

Artigo 24
(Candidatura)

1. As candidaturas a estágio pré-profissional devem ser apresentadas nos Centros de Emprego


das respectivas áreas de jurisdição, mediante preenchimento da respectiva ficha.

2. As candidaturas a estágio pré-profissional podem também ser apresentadas directamente


pelos candidatos a estágio junto das entidades promotoras.

Artigo 25
(Perfil do Candidato a Estágio)

O candidato a seleccionar deve ajustar-se, em termos de habilitações académicas e competências


técnico-profissionais, ao perfil de competências exigidas pela função a exercer no decurso do
estágio, de acordo com os requisitos estabelecidos pela entidade promotora.

Artigo 26
(Selecção dos Candidatos)

1. A entidade que superintende a área de emprego e formação profissional pode, em articulação


com as entidades promotoras, recrutar e seleccionar os candidatos a abranger pelo programa de
estágios pré-profissionais.

2. A articulação a que se refere o número anterior pode revestir as seguintes formas:

a) Selecção directa dos candidatos pela entidade promotora, de acordo com os seus
critérios internos, tendo em conta os requisitos legalmente estabelecidos;

b) Selecção dos estagiários pelos Centros de Emprego, de entre os candidatos inscritos


nos seus ficheiros, colocando-os à disposição da entidade promotora mediante
celebração do Termo de Compromisso.

3. A entidade promotora deve comunicar ao Centro de Emprego os candidatos directamente


seleccionados ou resultantes de acordos com estabelecimentos de ensino.

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4. Aos candidatos seleccionados para preencher uma vaga de estágio devem ser dados a conhecer
os respectivos planos individuais de estágio.

Secção II
Direitos e Deveres dos Estagiários Relativos à Execução do Estágio

Artigo 27
(Direitos do Estagiário)

1. Constituem direitos do estagiário no decurso do estágio:

a) Ser integrado na organização funcional e produtiva da empresa, de modo a exercer funções


que promovam o estágio de acordo com o plano previamente acordado;
b) Ser segurado contra acidentes de trabalho;
c) Beneficiar dos direitos concedidos aos trabalhadores da entidade promotora em deslocação
para fora do local da prestação do trabalho;
d) Descontar, querendo, para a segurança social, no caso de estágios remunerados, como
trabalhador por conta própria, salvo se a entidade promotora oferecer outro regime.

Artigo 28
(Deveres do Estagiário)

Constituem deveres do estagiário:

a) Ser assíduo, pontual e realizar as tarefas com zelo e diligência;


b) Observar as instruções das pessoas encarregadas do seu estágio ou sua formação;
c) Utilizar cuidadosamente e zelar pela boa conservação dos bens materiais que lhe sejam
confiados;
d) Cumprir com os deveres estabelecidos na Lei do Trabalho e nos regulamentos internos
quando compatíveis com a situação de estágio.

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CAPÍTULO IV
BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ÀS ENTIDADES PROMOTORAS DE ESTÁGIOS

Artigo 29
(Regime Fiscal)

1. As entidades promotoras de estágios pré- profissionais gozam do benefício fiscal previsto no


artigo 35-A do Código do Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas.

2. Têm direito aos benifícios fiscais previstos na legislação referida no número 1 deste artigo, as
entidades promotoras de estágios pré-profissionais que reúnam os requisitos previstos no
número 1 do artigo 14 do presente regulamento.

Artigo 30
(Outros Benefícios)

As entidades promotoras do estágio podem ainda gozar dos seguintes benefícios:

a) Concessão, mediante acordos específicos, de isenções ou redução de propinas aos


estudantes bolseiros das entidades promotoras de estágios nos estabelecimentos de
ensino da proveniência dos estagiários;
b) Financiamento de parte dos custos do estágio por via de fundos criados para a promoção
de emprego e educação profissional aprovados em legislação específica.

CAPÍTULO V
ENTIDADE SUPERVISORA E CERTIFICAÇÃO DE ESTÁGIOS PRÉ-
PROFISSIONAIS

Secção I
Competências e Atribuições

Artigo 31
(Competências da Entidade Supervisora)

1. Compete à entidade supervisora que superintende a área de emprego e formação


profissional:

a) Inscrever e seleccionar, nos termos previstos neste regulamento, candidatos a


estágios pré-profissionais;
b) Aprovar as candidaturas de potenciais entidades promotoras de estágios pré-
profissionais financidas por fundos sob sua gestão;
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c) Coordenar a intervenção de entidades públicas e privadas com relevância para os
estágios pré-profissionais;
d) Aprovar os programas de estágios a serem implementados de acordo com o
presente Regulamento;
e) Fazer a supervisão e fiscalização das entidades promotoras de estágios pré-
profissionais;
f) Prestar apoio técnico às entidades promotoras na implementação dos estágios;
g) Emitir os certificados de estágios pré-profissionais, mediante procedimento a
estabelecer em normas específicas.

1. Os estágios directamente acordados entre os estabelecimentos de ensino e as entidades


promotoras de estágios serão também supervisionados pelas respectivas entidades de
tutela ou respectivos estabelecimentos de ensino, nos termos do referido acordo.

Secção II
Relacionamento com outras entidades interessadas

Artigo 32
(Acompanhamento)

Compete à Comissão Consultiva do Trabalho fazer o acompanhamento das actividades


desenvolvidas no âmbito de estágios pré-profissionais, através da informação prestada pela
entidade supervisora.

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÃO FINAL

Artigo 33
Legislação Complementar

Sem prejuízo da competência atribuída a outros sectores, compete ao Ministro que superintende a
área do Trabalho aprovar normas complementares ouvida a Comissão Consultiva do Trabalho.

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GLOSSÁRIO

1. Acordo de estágio - é o contrato celebrado entre a entidade que superintende a área de


emprego e formação profissional e a entidade promotora de estágio pré-profissional,
estabelecendo todas as condições de realização do estágio.

2. Contrato de estágio - é o acordo pelo qual a entidade promotora de estágio se obriga a


proporcionar e orientar o estágio pré-pofissional ou a formação profissional do estagiário.

3. Entidades promotoras de estágios pré-profissionais - são as entidades públicas ou


privadas, com ou sem fins lucrativos que, de acordo com o regime aqui estabelecido,
implementem estágios pré-profissionais.

4. Estagiários - são os estudantes finalistas beneficiários do estágio, enquanto vigorar a relação


jurídica de estágio.

5. Estágio Pré-profissional - é a actividade prestada por jovens finalistas e graduados dos


diferentes subsistemas de ensino e formação profissional nas entidades promotoras, visando
o aperfeiçoamento profissional.

6. Estágio Profissional - é a actividade prestada por estudantes de diferentes subsistemas de


ensino e formação profissional nas instituições públicas e privadas, como parte integrante da
sua formação.

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