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Resumo
Este trabalho trata-se de mostrar a Etnomatemática presente no grupo cultural dos
lavradores, de como eles desenvolvem seu trabalho no dia a dia, como desempenham
seu trabalho no plantio de lavouras, no cultivo e na colheita, mostrar como a
Matemática é utilizada por esse grupo, também apresentar os seus saberes. Mostrar o
modo como a Matemática está presente em suas atividades, que para cultivar uma
lavoura, ter um bom plantio, eles utilizam uma Matemática própria de seu
conhecimento, destacando as técnicas que eles usam e o modo como utilizam essas
técnicas, apresentando de uma forma a cultura deles também, traduzindo esses
conhecimentos que eles possuem para dentro da Matemática Acadêmica. Para a
realização desta pesquisa foram utilizados como base leituras em livros e sites que
possibilitaram entender mais sobre o Programa Etnomatemático e as próprias visitas ao
local de trabalho do lavrador, visando mostrar os conhecimentos que foram descobertos
através de estudos e leituras, conhecendo melhor o trabalho deles, e ao final obtendo
resultados sobre a Etnomatemática utilizada no desenvolver de seu trabalho.
Palavras-Chave: Etnomatemática; Lavradores; Matemática; Técnicas; Conhecimentos.

Introdução

A classe trabalhadora que foi pesquisada neste trabalho são os lavradores ou


conhecidos também como agricultores. Nesta pesquisa pode-se observar e analisar à
respeito do tipo de matemática utilizada pelos lavradores e de como eles desempenham
seu trabalho, no plantio de lavouras e de como eles cultivam, descobrindo as técnicas
utilizadas por eles nesta área e trazê-las para dentro da Matemática Acadêmica.

Em cada atividade que exercida por eles e em cada técnica tudo isso é a
Matemática presente em seu dia a dia. As questões que foram desenvolvidas e
apresentadas nesta pesquisa, consistiram em mostrar a Matemática utilizada por esse
grupo, os saberes Matemáticos que eles possuem.

As razões para a escolha deste grupo é de poder mostrar que os lavradores


possuem grandes técnicas para lidar com plantio e a colheita, que há um tempo era uma
profissão vista por algumas pessoas com certo preconceito, por se tratar de trabalhar no
campo ou na roça, hoje não existe muito esse preconceito em relação a esta classe de
trabalhadores, mas já existiu. O objetivo desta pesquisa consiste em demostrar dentro do
campo Etnomatemático, toda a Matemática que esses trabalhadores sabem, e que não é
a que aprendemos durante a vida estudantil e Acadêmica, mas sim a suas técnicas
utilizadas diariamente ao desempenhar seu trabalho.
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Os motivos que qualificam esta pesquisa são que se pode observar e analisar à
respeito do tipo de matemática utilizada pelos lavradores e de como eles desempenham
seu trabalho, no plantio de lavouras e no seu cultivo, e dessa forma enriquecer
conhecimentos, pois se pode descobrir as técnicas por eles utilizadas nesta área e trazê-
las para dentro da Matemática Acadêmica.

O envolvimento com o grupo cultural apresentado é que é uma profissão comum


de alguns trabalhadores da região. Pode-se dizer que conhecimentos adquiridos dentro
da Etnomatemática, podem transformar de uma forma a despertar e mudar os
pensamentos a respeito do que pode ser também a Matemática, os vários tipos dela
manifestada nos grupos de trabalhadores. Em cada atividade exercida, em cada técnica
tudo isso é Matemática, e que ver isso de uma forma a se libertar do pensamento de
achar que só existe um tipo de Matemática, e poder analisar e conhecer outros tipos de
Matemáticas desenvolvidas no caso do trabalho apresentado pelo grupo dos lavradores.

As questões que foram desenvolvidas e apresentadas nesta pesquisa, foram de


mostrar a parte da Matemática utilizada por esse grupo, os seus saberes Matemáticos, e
que é identificado como unidades de medida, o tempo, a capacidade de lucro que
poderiam ter, os prejuízos que às vezes poderiam enfrentar despesas em geral e as
operações matemáticas. Eles podem não conhecer muito a Matemática Acadêmica, mas
possuem essas habilidades de lidar com essas técnicas e também as experiências que já
foram adquiridas ao longo do tempo. A pesquisa tratou de mostrar que a Matemática
própria que eles utilizam e lidam no dia a dia, na hora de plantar a forma como calculam
o tamanho do terreno com a unidade de medida própria que possuem, plantam no tempo
certo do ano para obter uma boa colheita, calculando os lucros que terão e também
possíveis prejuízos, utilizando de operações matemáticas, esta pesquisa será feita no
Município de Aperibé, estado do Rio de Janeiro, na zona rural, no Bairro conhecido
como Fagundes, ali será observado todo esse trabalho que o lavrador faz.

As preocupações científicas com esta pesquisa são que possam adquirir mais
conhecimentos dentro da Etnomatemática, com olhos que em cada cultura existe um
tipo de Matemática a ser utilizada, pois a Etnomatemática valoriza as raízes culturais de
uma sociedade.
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As raízes culturais que compõem a sociedade são as mais variadas. O


que chamamos matemática é uma forma cultural muito diferente que
tem suas origens num modo de trabalhar quantidades, medidas,
formas e operações, características de um modo de pensar. (D’
AMBROSIO, 1990, p.17)

Esta pesquisa foi baseada nos saberes adquiridos pelo grupo dos lavradores na
realização de seu trabalho diariamente e a cultura pode ser realizada como princípio
para este estudo. Os objetivos gerais deste trabalho consistiram em mostrar o trabalho
dos lavradores e as Técnicas Matemáticas utilizadas pelos lavradores, estes objetivos
foram para apresentar como é o trabalho do grupo dos lavradores, e poder mostrar o seu
trabalho, como é desenvolvido, e mostrar as técnicas matemáticas utilizadas por eles. Os
objetivos específicos desta pesquisa são de poder traduzir as Ticas de Matema utilizadas
pelos lavradores, para a Matemática Acadêmica e mostrar como os lavradores utilizam
as unidades de medida, tempo, capacidade, lucro, prejuízo e despesas. Estes objetivos
são para poder mostrar como é essa Matemática que os lavradores usam, ou seja, como
são as técnicas usadas por eles, ninguém acha que aquilo que eles trabalham contém
Matemática, e traduzir isso para dentro da Matemática Acadêmica. Apresentar também
os saberes matemáticos deles que podem ser identificados como unidades de medida,
tempo, capacidade, lucro e prejuízo e despesas.

Idas a biblioteca, leituras, pesquisas em sites, e o que não poderia faltar as idas
ao campo no local de trabalho, foram os métodos de estudo utilizados e alguns
conhecimentos a respeito do assunto levantado para ser pesquisado, esses métodos
foram de grande importância para realizar este trabalho.

Desenvolvimento

.O Planejamento da Pesquisa

O Planejamento desta pesquisa foi mostrado o grupo cultural escolhido, a


abrangência do trabalho, as razões da escolha deste grupo para realizar a pesquisa,
assim como foram apresentados os objetivos gerais que seriam de mostrar o trabalho
dos lavradores, e as Técnicas Matemáticas que eles utilizam e objetivos específicos que
seriam de traduzir a Matemática utilizada por este grupo para dentro da Matemática
Acadêmica e também mostrar como eles utilizam as unidades de medida, tempo,
capacidade, lucro, prejuízo e despesas. Na metodologia foi apresentado os métodos de
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estudo que serviram como base para a realização deste trabalho, as fontes que foram
utilizadas para a pesquisa deste trabalho dentre elas se destacando as idas a biblioteca,
leituras, pesquisas em sites, visitas ao campo no local de trabalho do lavrador, e o livro
Etnomatemática: Elo entre as Tradições e a Modernidade, que foi uma leitura de
extrema importância para desenvolver este trabalho, e para conhecer melhor sobre as
propostas etnomatemáticas. Foi feito um cronograma para que tivéssemos controles das
atividades que precisariam ser exercidas. Ao final também foi realizada uma entrevista
com perguntas sobre o tema. O Planejamento foi baseado por um esboço deste trabalho
pelo qual havia sido feito antes, na qual já havia apresentado o grupo cultural que iria
ser pesquisado, falando a respeito do tema e de sua abrangência, assim como os
objetivos gerais e específicos e falando também do Referencial Teórico, este esboço
ajudou muito, na preparação do planejamento.

.A Metodologia da Pesquisa

Esta pesquisa tratou-se de visar as ticas de matema do lavrador, para isso foi
feito primeiramente um esboço seguido depois de uma planejamento da pesquisa que
foram de grande importância para este relatório final, foi realizada uma entrevista com o
Agricultor José Vanildo de Andrade na qual pode se descobrir mais a respeito das ticas
de matema que ele utilizava. As fontes utilizadas para esta pesquisa foram idas a
biblioteca, leituras, pesquisas em sites, as visitas ao campo no local de trabalho fizeram
com pudesse conhecer de perto a Etnomatemática dele em seu dia a dia, esses métodos
foram de extrema importância para a pesquisa deste trabalho, dentre as escolhas de
leitura que foram utilizadas se destacou o livro: Etnomatemática: Elo entre as Tradições
e a Modernidade.
As pesquisas e visitas ao campo nos mostram como é a vida desse grupo
cultural, seus conhecimentos e suas técnicas matemáticas, as fontes auxiliam de forma
clara e de fácil entendimento para nos ajudar no desenvolvimento.

.O Referencial Teórico

Nesta pesquisa foram evidenciadas, as ticas de matema utilizadas pelo grupo


cultural apresentado, podendo demonstrar os saberes dessa cultura, mostrando que para
cultivar uma lavoura, ter um bom plantio, eles utilizam uma Matemática própria de seu
conhecimento. Foi mostrado e apresentado sobre as lavouras de couve, pimentão,
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quiabo e jiló, de como são as técnicas para o plantio dessas lavouras, como eles medem
para calcular o tamanho da distância entre uma cova e outra, e também de uma carreira
a outra, que utilizada uma vara que é cortada com o tamanho que precisar, a fim de
utilizá-la como um instrumento para medir as distâncias das covas e carreiras uma da
outra, então se mede com esta vara o tamanho que for e amarra-se uma linha entre dois
troncos, ali o lavrador sabe qual a distância pela medida da vara, então ali planta-se as
covas, são plantadas em média mil covas nessas lavouras, com exceção da lavoura de
couve que é em média quinhentas covas que são plantadas, nesse local da pesquisa.

Cada lavoura dessas tem uma divisão em metros da plantação calculada, a


lavoura de couve, pimentão e quiabo as medidas são de 50 centímetros de distância de
cova a cova e a distância de uma carreira a outra e de 1 metro, porém com a de jiló
necessita de um pouco mais de espaço devido as suas folhas então é utilizado 1 metro
de cova a cova e 1,40 metros a distância de cada carreira, são algumas técnicas
utilizadas por este grupo que serão apresentadas nesta pesquisa.

As preocupações científicas com está pesquisa é que possa adquirir mais


conhecimentos dentro da Etnomatemática, conhecer mais o grupo que irei observar de
uma forma diferente, com olhos que em cada cultura existe um tipo de Matemática a ser
utilizada, a leitura em livros, e sites ajudaram muito a construir argumentos necessários
para desenvolver está pesquisa. Todo ser humano vive em uma ou até mesmo várias
culturas e a matemática pode ser considerada uma fonte dessas culturas, assim como
disse D’ Ambrósio (2005, p.54) que relata: “A cultura se manifesta no complexo de
saberes/fazeres, na comunicação, nos valores acordados por um grupo, uma comunidade
ou um povo. Cultura é o que você permitir a vida em sociedade”.

A Pesquisa de Campo

.O Ambiente de Trabalho

O ambiente de trabalho do grupo dos lavradores é a zona rural, o ambiente a


qual foi realizada está pesquisa é um ambiente calmo composto por árvores ao seu redor
localizada na zona rural do município de Aperibé, é um terreno antigo no qual o pai do
lavrador José Vanildo de Andrade (o lavrador pesquisado), sempre trabalhou desde
novo, e no qual seu filho trabalha até hoje. Um terreno onde hoje atualmente, se
encontra as plantações de couve, pimentão, jiló e quiabo, como já foi dito, ali neste
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ambiente pode se observar essas plantações, e ver como plantam, cultivam e colhem e
principalmente as Técnicas Matemáticas que são utilizadas no dia a dia.

.O Perfil do Grupo Cultural

Os lavradores observados possuem uma noção da Matemática Acadêmica, pois


estudaram até a 8ª série, mas mesmo assim antes eram consideradas pessoas que
moravam na zona rural ou como também é chamado de roça, já nos dias atuais são
pessoas que moram na cidade, e vão trabalhar no campo e voltam todos os dias para
suas residências, como foi relatado por um lavrador da pesquisa que antigamente este
grupo enfrentava certo preconceito, por partes de outras pessoas, pelo fato de
trabalharem na roça eram intitulados como “jecas”, mas que hoje também chamados de
agricultores moram na zona urbana.

.Os Primeiros Contatos

Os primeiros contatos vieram desde muito tempo, pois é um trabalho geralmente


conhecido, mas que os primeiros contatos com uma visão diferente a respeito do
trabalho que ali é desenvolvido aconteceu só a partir do momento da realização desta
pesquisa, que foi feito visitas ao local de trabalho para se poder analisar os trabalhos que
ali eram feitos, e poder conhecer melhor sobre as ticas de matema deles e foi observado
que neste ambiente estavam sendo realizadas plantios e também as colheitas das
lavouras de quiabo, pimentão , jiló e couve e pode-se notar nesses contatos que muito
além de plantações, cultivos e colheitas existe muito presente a Etnomatemática, com
suas técnicas utilizadas por eles a cada dia. A Etnomatemática veio para tirar essas
ideias de que a Matemática só existe dentro de quatro paredes da sala de aula, e que vai
muito, além disso. Então foi observado nesses primeiros contatos conhecendo que existe
a Matemática nos lavradores, a partir daí, fez mudar a visão e perceber que em cada
técnica que eles desenvolvem a Matemática está lado a lado com eles.

. A Etnomatemática do Grupo Cultural

A Etnomatemática presente no grupo cultural dos lavradores se manifesta com a


presença das Técnicas Matemáticas desenvolvidas por eles, a partir dos conhecimentos
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adquiridos a respeito do grupo cultural apresentado, de forma a conhecer melhor o


trabalho desenvolvido pelos lavradores e suas técnicas matemáticas, durante as visitas
ao campo pode-se ver a Etnomatemática deles, notando que ao medir o tamanho do
terreno para se plantar é utilizado o cálculo mental, esta forma de calcular mentalmente,
segundo o lavrador foi adquirido com a experiência ao longo do tempo, costumando
olhar e calcular de acordo com o número de pés de mudas a serem plantadas no local.
Eles possuem sua forma de Matemática na hora de plantar, separando os espaços entre
uma carreira e outra, assim como também entre uma cova e outra, utilizando como
instrumento uma vara qualquer geralmente de bambu, para medir os espaços das
carreiras, que traduzindo para dentro da Matemática Acadêmica seria a unidade de
medição em metros, e também se pode observar que é utilizada uma linha na qual é
enrolada em dois pedaços de pequenos troncos, e conforme vai plantando vai
desenrolando a linha, colocando um tronco embaixo e o outro mais acima, para ajudar
no espaçamento, também são utilizadas instrumentos como enxada para capinar e o
soquete para furar e tapar a terra na hora do plantio, às vezes algumas mudas mesmo
com o cultivo podem não vingar, ou alguma reação adversa da natureza como a
enchente num terreno próximo ao rio, podem acabar matando as plantações, e ocorrendo
os prejuízos não previstos pelo agricultor diminuindo assim o lucro que imaginavam
que poderiam obter. Foi observado também que o plantio geralmente é feito na época
do clima mais frio, pois devido a nossa região tem um clima mais quente, os jilós,
quiabos e pimentões são vendidos por caixa na qual são forradas por jornal, o quiabo
geralmente, é colocado um por fora do jornal na vista dentro da caixa para poder ser
identificado, já as couves são vendidas em dúzias, na qual geralmente 8 ou 9 folhas
dependendo de seu tamanho da folha formam molhes, na qual 12 molhes formam uma
dúzia, e essas foram as técnicas e a Etnomatemática observadas na pesquisa de campo.

.Conclusão

Está pesquisa atingiu os objetivos que eram esperados, ao observar a classe


trabalhadora pode ser notar que apesar de terem uma noção da Matemática Acadêmica
eles tinham suas próprias técnicas e também instrumentos que eles criavam, as
dificuldades encontradas que houve foram do terreno de duas plantações de couve e jiló
serem em uma parte do terreno mais alta, então teve que subir mais no alto,
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atravessando também cercas. Certas observações e descobrimentos a respeito do grupo


cultural podem contribuir para o Mundo Acadêmico de forma a conhecer novas
Matemáticas utilizadas no dia a dia, muitas das vezes desconhecidas por muitas pessoas.
Esta pesquisa com o grupo cultural dos lavradores possui um grande valor para um
enriquecimento pessoal, de forma também a contribuir para a formação profissional,
pois foram adquiridos mais conhecimentos dentro do campo Etnomatemático, passou-se
a conhecer novas técnicas de lidar com a realidade, que é o que a Etnomatemática
procura propor, formas diferentes de lidar com determinadas situações na prática, e
perceber que a Matemática está presente nas atividades desenvolvidas por grupos
culturais, em suas diferentes técnicas de lidar com nossa realidade.

Bibliografia

D’ AMBROSIO, U. Etnomatemática. São Paulo: Ática, 1990.


______. Etnomatemática: Elo entre as tradições e a modernidade. 2ª ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2005.

Anexos
Esboço

Tema

O grupo que será pesquisado neste trabalho trata-se dos lavradores ou também
conhecidos como agricultores. Escolhei este grupo cultural por ser um grupo que
sempre conheci de perto pelo fato meu pai trabalha nesta profissão desde novo, então
considerando um trabalho interessante para desenvolver esta pesquisa. Meus motivos
que qualificam está pesquisa são que poderei observar e analisar à respeito do tipo de
matemática utilizada pelos lavradores e de como eles desempenham seu trabalho, no
plantio de lavouras e no seu cultivo, e dessa forma enriquecer meus conhecimentos, pois
poderei descobrir as técnicas que eles utilizam nesta área e traze-las para dentro da
Matemática Acadêmica. Minhas expectativas são de observar e analisar esse trabalho de
uma forma diferente a fim de conhecer e perceber que ali a Matemática trabalhada do
jeito deles está presente em cada técnica que eles desempenham ao realizar seu trabalho.
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Abrangência

Meu envolvimento com o grupo cultural apresentado é a de meu pai trabalhar


nesta profissão há anos, assim como já foi dito anteriormente. O grupo apresentado é
um grupo na qual já conheço há muito tempo, sabendo o trabalho que ali é
desenvolvido, mas que agora com os novos conhecimentos que estão sendo adquiridos
dentro da Etnomatemática, de uma forma a despertar e mudar os pensamentos a respeito
do que pode ser também a Matemática, os vários tipos dela manifestada nos grupos de
trabalhadores. Em cada atividade exercida, em cada técnica tudo isso é Matemática, e
que ver isso de uma forma a se libertar do pensamento de achar que só existe um tipo de
Matemática, e poder analisar e conhecer outras Matemáticas desenvolvidas no caso do
trabalho apresentado pelo grupo dos lavradores.

As questões que serão desenvolvidas e apresentadas nesta pesquisa, serão de


mostrar a parte da Matemática utilizada por esse grupo, os saberes Matemáticos que eles
têm, e que é identificado como unidades de medida, o tempo, a capacidade de lucro que
poderá ter, os prejuízo que ocasionalmente poderá enfrentar, despesas em geral e as
operações matemáticas. Eles podem não conhecer muito a Matemática Acadêmica, mas
possuem essas habilidades de lidar com essas técnicas e também as experiências que já
foram adquiridas ao longo do tempo. A extensão desta pesquisa é mostrar que essa é a
Matemática que eles conhecem que eles lidam no dia a dia, na hora de plantar de uma
forma calculam o tamanho do terreno com a unidade de medida própria que possuem,
plantam no tempo certo do ano para obter uma boa colheita, calculam os lucros que
terão e também possíveis prejuízos, utilizam operações matemáticas que eles entendem,
está pesquisa será feita no Município de Aperibé, estado do Rio de Janeiro, na zona
rural, no Bairro conhecido como Fagundes, ali será observado todo esse trabalho que o
lavrador faz.

Objetivos Gerais

. Mostrar o trabalho dos lavradores;

. Mostrar as Técnicas Matemáticas utilizadas pelos lavradores;


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As metas deste objetivo serão de poder apresentar como é o trabalho do grupo


dos lavradores, poder mostrar como eles trabalham no dia a dia e como são as técnicas
matemáticas utilizadas por eles.

Objetivos Específicos

. Traduzir a Matemática utilizada pelos lavradores, para a Matemática Acadêmica;

. Mostrar como os lavradores utilizam as unidades de medida, tempo, capacidade, lucro


e prejuízo e despesas;

As metas deste outro objetivo são de poder mostrar como é essa Matemática que
os lavradores usam, e que muita das vezes, ninguém acha que aquilo que eles trabalham
contém Matemática, e traduzir isso para dentro da Matemática Acadêmica e apresentar
também os saberes matemáticos deles que podem ser identificados como unidades de
medida, tempo, capacidade, lucro e prejuízo e despesas.

Referencial Teórico

Nesta pesquisa serão evidenciadas, as técnicas matemáticas utilizadas pelo grupo


cultural apresentado, podendo demonstrar os saberes dessa cultura, mostrando que para
cultivar uma lavoura, ter um bom plantio, eles utilizam uma Matemática própria de seu
conhecimento. Será mostrado e apresentado sobre as lavouras de couve, pimentão,
quiabo e jiló, de como são as técnicas para o plantio dessas lavouras, como eles medem
para calcular o tamanho da distância entre uma cova e outra, e também de uma carreira
a outra, que utilizada uma vara que é cortada com o tamanho que precisar, a fim de
utilizá-la como um instrumento para medir as distâncias das covas e carreiras uma da
outra, então se mede com esta vara o tamanho que for e amarra-se uma linha entre dois
troncos, ali o lavrador sabe qual a distância pela medida da vara, então ali planta-se as
covas, são plantadas em média mil covas nessas lavouras, com exceção da lavoura de
couve que é em média quinhentas covas que são plantadas, nesse local da pesquisa.

Cada lavoura dessas tem a sua divisão de metros da plantação calculada, a


lavoura de couve, pimentão e quiabo as medidas são de 50 centímetros de distância de
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cova a cova e a distância da carreira a outra e de 1 metro, porém com a de jiló necessita
de um pouco mais de espaço devido as suas folhas então é utilizado 1 metro de cova a
cova e 1,40 metros a distância de cada carreira, são algumas técnicas utilizadas por este
grupo que serão apresentadas nesta pesquisa.

Minhas preocupações científicas com esta pesquisa é que possa adquirir mais
conhecimentos dentro da Etnomatemática, conhecer mais o grupo que irei observar de
uma forma diferente, com olhos que em cada cultura existe um tipo de Matemática a ser
utilizada, pois a Etnomatemática valoriza as raízes culturais de uma sociedade.

As raízes culturais que compõem a sociedade são as mais variadas. O


que chamamos matemática é uma forma cultural muito diferente que
tem suas origens num modo de trabalhar quantidades, medidas,
formas e operações, características de um modo de pensar. (D’
AMBROSIO 1990, p.17)

Esta pesquisa será baseada nos saberes adquiridos pelo grupo dos lavradores na
realização do seu trabalho diário e a cultura pode ser realizada como principio para este
estudo, como D’ Ambrósio (2005, p.54) relata: “A cultura se manifesta no complexo de
saberes/fazeres, na comunicação, nos valores acordados por um grupo, uma comunidade
ou um povo. Cultura é o que você permitir a vida em sociedade”.

Todo ser humano vive em uma ou até mesmo várias culturas e a matemática
pode ser considerada uma fonte dessas culturas, então está pesquisa irá mostrar essas
técnicas e todos os saberes matemáticos que os lavradores possuem.

Bibliografia

D’ AMBROSIO, U. Etnomatemática. São Paulo: Ática, 1990.


______. Etnomatemática: Elo entre as tradições e a modernidade. 2ª ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2005.
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Planejamento

Introdução

A classe trabalhadora que será pesquisada neste trabalho são os lavradores ou


conhecidos também como agricultores. Nesta pesquisa poderá observar e analisar à
respeito do tipo de matemática utilizada pelos lavradores e de como eles desempenham
seu trabalho, no plantio de lavouras e de como eles cultivam, descobrindo as técnicas
utilizadas por eles nesta área e trazê-las para dentro da Matemática Acadêmica.

O grupo apresentado é um grupo no qual todos conhecem ou tem uma noção do


trabalho desenvolvido por eles. Com os novos conhecimentos que estão sendo
adquiridos dentro da Etnomatemática, de uma forma a despertar e mudar os
pensamentos a respeito do que pode ser também a Matemática, e os seus vários tipos
manifestados através desse grupo de trabalhadores. Em cada atividade que eles exercem
em cada técnica tudo isso é a Matemática presente em seu dia a dia. As questões que
serão desenvolvidas e apresentadas nesta pesquisa, serão de mostrar as ticas de matemã
utilizada por esse grupo, os saberes Matemáticos que eles possuem.

As razões para a escolha deste grupo é de poder mostrar que os lavradores


possuem grandes técnicas para lidar com plantio e a colheita, que há um tempo era uma
profissão vista por algumas pessoas com certo preconceito, por se tratar de trabalhar no
campo ou como também chamada de roça, hoje não existe muito esse preconceito em
relação a esta classe de trabalhadores, mas já existiu. O ponto desta pesquisa consiste
em demostrar dentro do campo Etnomatemático, toda a Matemática que esses
trabalhadores sabem, e que não é a que aprendemos durante a vida estudantil e
Acadêmica, mas sim a suas técnicas utilizadas diariamente ao desempenhar seu
trabalho.

Os motivos que qualificam está pesquisa são que poderá observar e analisar à
respeito do tipo de matemática utilizada pelos lavradores e de como eles desempenham
seu trabalho, no plantio de lavouras e no seu cultivo, e dessa forma enriquecer
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conhecimentos, pois poderá descobrir as técnicas por eles utilizadas nesta área e trazê-
las para dentro da Matemática Acadêmica.

O envolvimento com o grupo cultural apresentado é que é uma profissão comum


de alguns trabalhadores da região. Pode-se dizer que conhecimentos adquiridos dentro
da Etnomatemática, podem transformar de uma forma a despertar e mudar os
pensamentos a respeito do que pode ser também a Matemática, os vários tipos dela
manifestada nos grupos de trabalhadores. Em cada atividade exercida, em cada técnica
tudo isso é Matemática, e que ver isso de uma forma a se libertar do pensamento de
achar que só existe um tipo de Matemática, e poder analisar e conhecer outros tipos de
Matemáticas desenvolvidas no caso do trabalho apresentado pelo grupo dos lavradores.

As questões que serão desenvolvidas e apresentadas nesta pesquisa, serão de


mostrar a parte da Matemática utilizada por esse grupo, os seus saberes Matemáticos, e
que é identificado como unidades de medida, o tempo, a capacidade de lucro que poderá
ter e os prejuízos que às vezes poderão enfrentar despesas em geral e as operações
matemáticas. Eles podem não conhecer muito a Matemática Acadêmica, mas possuem
essas habilidades de lidar com essas técnicas e também as experiências que já foram
adquiridas ao longo do tempo. A extensão da pesquisa é mostrar que a Matemática que
eles conhecem que eles lidam no dia a dia, na hora de plantar de uma forma calculam o
tamanho do terreno com a unidade de medida própria que possuem, plantam no tempo
certo do ano para obter uma boa colheita, calculam os lucros que terão e também
possíveis prejuízos, utilizam operações matemáticas que eles entendem, está pesquisa
será feita no Município de Aperibé, estado do Rio de Janeiro, na zona rural, no Bairro
chamado Fagundes, ali será observado todo esse trabalho que o lavrador faz.

As preocupações científicas com esta pesquisa é que possam adquirir mais


conhecimentos dentro da Etnomatemática, com olhos que em cada cultura existe um
tipo de Matemática a ser utilizada, pois a Etnomatemática valoriza as raízes culturais de
uma sociedade.

As raízes culturais que compõem a sociedade são as mais variadas. O


que chamamos matemática é uma forma cultural muito diferente que
tem suas origens num modo de trabalhar quantidades, medidas,
formas e operações, características de um modo de pensar. (D’
AMBROSIO 1990, p.17)
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Esta pesquisa será baseada nos saberes adquiridos pelo grupo dos lavradores na
realização de seu trabalho diariamente e a cultura também pode ser realizada como
princípio para este estudo, como D’ Ambrósio (2005, p.54) relata: “A cultura se
manifesta no complexo de saberes/fazeres, na comunicação, nos valores acordados por
um grupo, uma comunidade ou um povo. Cultura é o que você permitir a vida em
sociedade”.

Objetivos Gerais

. Mostrar o trabalho dos lavradores;

. Mostrar as Técnicas Matemáticas utilizadas pelos lavradores;

Estes objetivos serão para apresentar como é o trabalho dos lavradores, e poder
mostrar o seu trabalho, como é desenvolvido, e mostrar as técnicas matemáticas própria
deles.

Objetivos Específicos

. Traduzir a Matemática utilizada pelos lavradores, para a Matemática Acadêmica;

. Mostrar como os lavradores utilizam as unidades de medida, tempo, capacidade, lucro,


prejuízo e despesas;

Estes objetivos são para poder mostrar como é essa Matemática que os
lavradores usam, ou seja, como são as técnicas usadas por eles, ninguém acha que
aquilo que eles trabalham contém Matemática, e traduzir isso para dentro da
Matemática Acadêmica, eles podem não ter muito conhecimento da Matemática que se
aprender nas escolas, mas conseguem executar seu trabalho diário com muita
habilidade. Apresentar também os saberes matemáticos deles que podem ser
identificados como unidades de medida, tempo, capacidade, lucro e prejuízo e despesas.

Metodologia do Trabalho

Esta pesquisa trata-se de uma pesquisa qualitativa, pois será realizada uma
entrevista com o Agricultor José Vanildo de Andrade, as fontes utilizadas para a
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pesquisa deste trabalho serão idas a biblioteca, leituras, pesquisas em sites, e o que não
poderia faltar às idas ao campo no local de trabalho, e alguns conhecimentos que já
tinha a respeito do assunto levantado para ser pesquisado, esses métodos foram de
extrema importância para a realização deste trabalho, dentre os utilizados se destaca o
livro: Etnomatemática: Elo entre as Tradições e a Modernidade.
As pesquisas e idas ao campo vão nos mostram como é a vida desse grupo
cultural, seus conhecimentos e suas técnicas matemáticas, as fontes auxiliam de forma
clara e de fácil entendimento para nos ajudar no desenvolvimento. Depois no relatório
final será mostrada por completo todas as etapas da pesquisa com os lavradores e todo
seu desenvolvido, os objetivos atingidos, assim como também os conhecimentos
adquiridos com esta pesquisa.
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Bibliografia

D’ AMBROSIO, U. Etnomatemática. São Paulo: Ática, 1990.


______. Etnomatemática: Elo entre as tradições e a modernidade. 2ª ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2005.
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Glossário

Molhes- Junção de oito ou nove folhas de couve

Carreira- Fileira de mudas plantadas lado a lado

Cova- Buraco feito para plantar as mudas

Mudas- Plantas quando ainda estão pequenas

Vista- Parte de cima da caixa

Enxada- Ferramenta utilizada para capinar

Soquete- Ferramenta utilizada para furar e tapar a terra na hora do plantio

Entrevista

1-Já havia pensado que a Matemática está presente em cada técnica desenvolvida por
você em seu trabalho?

R: De certa forma sim, na parte do plantio de contar as covas e da colheita, mas não
havia parado para pensar que em cada técnica que utilizava para o plantio era
Matemática.

2- Trabalha nesta profissão de agricultor desde cedo? Quem começou a te ensinar ?


R: Sim, desde novo trabalho como agricultor, pois morava na roça e trabalhava junto
com meus irmãos e meu pai que começou me ensinando.

3- Como você calcula a época certa para plantar?

R: Procuro sempre plantar na época do clima mais frio, pois nossa região é quente. O
jiló, pimentão e a couve, sempre plantam na época mais fria, porém com a exceção do
quiabo que costumo plantar tanto no clima mais frio, quanto no mais quente.

4- A vara que é utilizada na hora do plantio para fazer a medição de separar as carreiras
é alguma específica?

R: Não, costumo usar qualquer uma, geralmente pego uma vara de bambu mesmo e vou
medindo a distância de carreira a carreira.
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5- Como calcula o tamanho do terreno na hora de plantar?

R: Eu calculo, por exemplo: quero plantar 1000 pés de jilós, olho e calculo uma área
que caiba essa quantidade que quero plantar, então marco e planto, e sempre da certo.

Fotos

. Plantação de Pimentão
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. Plantação de jiló
21
22

. Plantação de Couve
23

. Plantação de Quiabo
24
25

. Dois pequenos pedaços de tronco enrolados em uma linha e a vara de


bambu que são utilizados na hora do plantio
26

. O lavrador com a enxada

. O lavrador com o soquete e a bolsa que carrega sementes

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