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Logística: o endereçamento como ferramenta fundamental na armazenagem e

estocagem

Juliano Jacinto
Luciano Heil
Márcio Fernandes de Souza
Sidnei Rodrigues

RESUMO
Este artigo apresenta a importância da logística na armazenagem e estocagem com
enfoque no endereçamento como ferramenta fundamental nesse processo. Através
de estudo bibliográfico busca ampliar os conceitos de logística, armazenagem e
estocagem e com pesquisa de campo destaca a utilização do endereçamento na
empresa Rodrigues Comercial Ltda. A logística tem uma função essencial no
planejamento, organização e controle das atividades de armazenagem e estocagem
e o endereçamento facilita essas operações, pois estabelece locais específicos para
armazenar e estocar os materiais.

Palavras-chave: Logística. Armazenagem. Endereçamento.

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento econômico e social tem levado as empresas a investirem


em mecanismos e estratégias inovadoras com vistas a maiores vantagens
competitivas, qualidade de serviços, satisfação do cliente e permanência no
mercado. Nessa busca pela inovação, a logística tem sido um caminho viável,
permitindo uma maior flexibilidade na gestão empresarial.
Neste processo logístico, armazenagem e estocagem têm papel fundamental,
pois oferecem valor de tempo e lugar determinando o material na quantidade e
momento certo. A administração desses sistemas requer agilidade no fluxo de
materiais das atividades operacionais e uma ferramenta que pode viabilizar essas
operações com rapidez e eficiência é o endereçamento.
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O endereçamento é um diferencial estratégico dentro da armazenagem e


estocagem, pois influencia de forma precisa no espaço que deverá ser utilizado,
facilitando as operações para atender a demanda com qualidade, rapidez e
eficiência.
Para consolidar a pesquisa em questão, este artigo apresenta de forma
simples e objetiva, a importância da logística nas operações de armazenagem e
estocagem, procurando demonstrar a eficiência do endereçamento como uma
ferramenta que maximiza a utilização do espaço, facilitando essas operações.
Através de pesquisa bibliográfica amplia os conceitos de logística, armazenagem,
estocagem e endereçamento. Também, com uma pesquisa de campo apresenta a
forma de utilização do endereçamento na empresa Rodrigues Comercial Ltda.

2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

2.1 A LOGÍSTICA NA ARMAZENAGEM E ESTOCAGEM

O conceito de logística existe há muito tempo, sendo utilizado primeiramente


pelo exército americano. Foi desenvolvido pelos militares, para designar estratégias
de abastecimento de seus exércitos nos “fronts” de guerra e para que nada lhes
faltasse.
De acordo com o Dicionário Aurélio o termo logística vem do francês
“Logistique” e tem como uma de suas definições “a parte da arte da guerra que trata
do planejamento e da realização de projeto de desenvolvimento, obtenção,
armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de
material para fins operativos ou administrativos.” (FERREIRA, 1986).
Já pela definição do Council of Logistic Management:
Logística é aquela parte do processo da cadeia de abastecimento
que planeja, implementa e controla o fluxo e estocagem eficiente e
eficaz de produtos, serviços e informações relacionadas desde o
ponto de origem ao ponto de consumo, a fim de atender as
necessidades dos clientes (MOURA et al, 2004, p.8).

Podemos dizer então que é a arte de comprar, receber, armazenar, separar,


expedir, transportar e entregar o produto/serviço certo, na hora certa, no lugar certo,
ao menor custo possível.
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No que se refere à armazenagem e estoque, a logística tem um papel


fundamental no planejamento, organização e controle. Na armazenagem é
responsável pela administração do espaço para a manutenção do estoque, a
localização, o dimensionamento de área, o arranjo físico, reposição de estoque,
projetos de docas ou baías de atração e configuração do armazém. No estoque é
responsável por sua manutenção desde a entrada de material até a entrega ao
cliente.
As atividades logísticas envolvem, segundo Moura (2005): transporte,
estocagem, estocagem do material de consumo e manutenção, embalagem,
movimentação de materiais, atendimento ao pedido, previsão de estoques,
planejamento da produção, suprimentos, serviço ao cliente, localização, controle de
estoque/inventários, produção,controle de qualidade, distribuição física e segurança.
O controle de estoque é de extrema importância, pois é necessário para
manter o nível de serviço, mas, em contrapartida, gera grandes custos. Para diminuir
esses custos duas ações podem ser desencadeadas: a centralização dos estoques
que diminui o total estocado e o planejamento mais preciso possível não gerando
estoques desnecessários.
Segundo Ballou (2006, p. 277), é necessário que “comecemos então a
desenvolver a metodologia de controle de estoques como uma forma de definir a
disponibilidade de produtos e uma identificação dos custos relevantes ao
gerenciamento dos níveis de estoques.”
Existe uma grande e crescente variedade de produtos que as empresas
dispõem em seus portfólios criando complexidade de controle. Nesse sentido a
logística necessita ter um sistema de avaliação de armazenagem e estoque que
assegure o mínimo de custos, que o estoque esteja de acordo com política da
empresa, que a armazenagem e estoque reflitam seu conteúdo usando o valor
desse capital como ferramenta de tomada de decisão e que evite desperdício. Os
saldos em estoque demonstrados nos sistemas informatizados devem estar em
sintonia com os saldos físicos existentes nos depósitos para se ter um inventário
confiável. Quando esta acuracidade não acontece, o indicador de qualidade e
confiabilidade da informação no sistema de avaliação e controle está falho, sendo a
logística responsável em diagnosticar a falha e corrigi-la.
Dentro de uma empresa, principalmente na armazenagem e estoque, a
logística poderá ser o caminho para a diferenciação aos olhos de seus clientes, tanto
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para a redução de custos quanto para agregação de valor à empresa, refletindo num
aumento da lucratividade. Porém, a logística por si só não alcançará esses
resultados, não pode ser vista como a tábua de salvação, mas sim, como uma
parceira da empresa integrada com os demais setores.

2.2 ARMAZENAGEM

Historicamente o termo armazenagem foi empregado somente há alguns


anos, referenciados por volta de 1953. Anteriormente era chamado de almoxarifado.
No final da década de 1960, empresas de grande porte nos Estados Unidos
da América deram importância ao controle de material. Nos anos 1970 cresceram os
armazéns e nos anos 1980 surgiu a filosofia de estoque zero, o conceito Toyota
para controle de inventário. Até um pouco antes do final da primeira guerra mundial
o método de movimentação de materiais mais comum nos armazéns era manual.
Durante a segunda guerra mundial as empilhadeiras e paletes de madeira foram
introduzidos, ampliando o conceito de utilização de espaço e provocando a
movimentação mais rápida de mercadorias.
A armazenagem muitas vezes é confundida com estocagem e trocada na
prática, mas é necessário entender o significado de cada uma, que Moura (2005, p.
20) define como:
Armazenagem é a denominação genérica e ampla que inclui todas
as atividades de um ponto destinado à guarda temporária e à
distribuição de materiais (depósitos, almoxarifados, centros de
distribuição, etc.) e estocagem é uma das atividades do fluxo de
materiais no armazém e o ponto destinado à locação estática dos
materiais. Dentro de um armazém podem existir vários pontos de
estocagem. A estocagem é uma parte da armazenagem.

Pode-se dizer que armazenar é uma função logística que envolve o


tratamento dos materiais entre o tempo de produção e a sua venda ao usuário final.
Não pode ser vista de forma isolada, mas sim, entendida em seu contexto,
envolvendo desde a embalagem da mercadoria, sua movimentação até a
armazenagem.
A melhor forma de estocagem é aquela que maximiza o espaço, pois o mau
aproveitamento torna o armazém não econômico. Otimizar o espaço verificando a
ocupação física para diminuir o espaço e armazenar uma maior quantidade de
materiais é necessário na administração da armazenagem.
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É necessário perceber que existem diferenças entre as funções da


armazenagem e as de um armazém. A armazenagem consiste em receber os
materiais, estocá-los e expedi-los quando solicitado e o armazém é o local e a
estrutura disponível para a armazenagem.
Moura (2005, p.129) destaca seis objetivos para a função de armazenagem:
- Máximo aproveitamento do espaço;
- Utilização efetiva de mão de obra e equipamento;
- Acesso fácil a todos os itens;
- Movimentação eficiente dos itens;
- Máxima proteção dos itens;
- Boa qualidade de armazenagem.
Esses objetivos, para serem alcançados, necessitam de um planejamento
minucioso das operações de armazenagem para satisfazer as necessidades dos
clientes.
Já os armazéns devem ter como objetivos a maximização do serviço ao
cliente, utilização de mão de obra, equipamentos, espaço, energia, giro de estoque,
acesso às mercadorias, proteção dos itens, controle de perdas, produtividade e
minimização de custos.
Como observa Moura (2005, p. 131): “O propósito de qualquer armazém é
fornecer o material certo, na quantidade certa, no lugar certo e no momento certo”
No armazém existem quatro funções básicas que fazem parte da armazenagem:
receber, estocar, separar e expedir.
O planejamento de armazenagem deve visar ao aproveitamento das
oportunidades de redução de custos e eliminação de esforços, proporcionando
soluções mais adequadas ao fluxo de materiais e ao armazém, sendo a estocagem
de curta ou longa duração.
São dez as funções citadas por Moura (2005):
1- Recebimento: todas as atividades inclusas na aceitação de materiais para serem
estocados.
2- Identificação e endereçamento para estoque: identifica o que é recebido e decide
onde deve ser estocado.
3- Envio para o estoque: movimentação de itens para estoque ou inspeção.
4- Localização no estoque: onde os itens estão fisicamente localizados e estocados
conforme características do material. Planejando um layout apropriado, os materiais
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podem estar estocados no chão, empilhados ou colocados em estruturas porta


paletes.
5- Separação de pedidos: função mais importante que também exige um
planejamento quanto à separação de itens de pequeno e médio porte.
6- Acumulação dos itens dos pedidos: todos os itens de um pedido devem ser
mantidos juntos para a conferência final.
7- Embalagem e expedição: embalar os pedidos para proteção dos materiais.
8- Carregamento: consiste em colocar o pedido em uma área de espera para o
carregamento.
9- Expedição: embarque e entrega dos produtos no ponto onde será utilizado.
10- Registro das operações: com a finalidade de alimentar o sistema de informações
que deve ser feito no início e no final das funções de armazenagem.
O planejamento para efetivar essas funções com qualidade necessita ser
dinâmico, pois a armazenagem não pode ser um problema de engenharia industrial.
Hoje a ênfase está na otimização e eficiência do fluxo de produtos através de ações
planejadas que consigam dar conta de atender os objetivos e cumprir as funções de
armazenagem com qualidade, rapidez e menor custo.

2.3 ESTOCAGEM

O estoque normalmente acontece em lugares como armazéns, pátios ou


chãos de fábricas e existe em função de uma necessidade futura de materiais,
matéria-prima, materiais em processamento, semi ou acabados e produtos
acabados que não são usados em determinados momentos.
Segundo Ballou (2006, p. 271): “Estoques são acumulações de matérias-
primas, suprimentos, componentes, materiais em processo e produtos acabados que
surgem em numerosos pontos do canal de produção e logística das empresas.”
Já Godinho (s/d, p. 113), define estoque como:

[...] quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de


forma improdutiva por algum intervalo de tempo, como os produtos
acabados antes de sua venda ou despacho, as matérias primas,
embalagem e componentes antes de sua utilização na produção, e os
produtos em processo, em elaboração ou semi-elaborados entre as etapas
de produção de uma organização.

Dias (2006, p. 17) observa que :


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O estoque é necessário para que o processo de produção e vendas da


empresa opere com um número mínimo de preocupações e desníveis. Os
estoques podem ser de: matéria prima, produtos em fabricação e produtos
acabados. O setor de controle de estoque acompanha e controla o nível de
estoque e o investimento financeiro envolvido.

Ainda segundo Dias (2006, p. 19): “sem estoque é impossível uma empresa
trabalhar, pois ele funciona como amortecedor entre os vários estágios da produção
até a venda final do produto.”
Outros conceitos existem na literatura e traduzem o que basicamente o
estoque representa, ou seja, o conjunto dos itens materiais de propriedade da
empresa que são mantidos para venda futura se encontram em processo de
produção ou são correntemente consumidos no processo de produção de produtos a
serem vendidos.
Dias (2006) apresenta os principais objetivos do setor de controle de
estoques:
- Determinar “o que” deve permanecer no estoque;
- Determinar “quando” se devem reabastecer os estoques;
- Determinar “quanto” de estoque será necessário para um período predeterminado;
- Acionar o departamento de compras para executar aquisição de estoque;
- Receber, armazenar e guardar os materiais estocados de acordo com as
necessidades;
- Controlar os estoques em termos de quantidade e valor;
- Manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos
materiais estocados;
- Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.
Uma questão relevante que merece atenção é o papel e o comportamento
dos estoques existentes nas empresas. A preocupação gira em torno de como
manter os custos condizentes com a quantidade adequada do volume colocado à
disposição. É necessário planejamento, organização e controle de estoques,
conforme Ballou especifica no quadro de decisões sobre a política de estoques
O sistema de estoque necessita ter planejamento, organização e controle
sobre as estratégias de estoque, transporte e localização e movimentação de
materiais com vistas ao atendimento ao cliente, que atualmente, está cada vez mais
exigente e com características individualizadas.
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Segundo Dornier et al (2000, p. 97): “A política de serviço ao cliente inclui


disponibilidade de estoque, velocidade de entrega, velocidade de preenchimento do
pedido e acuária. Está fortemente ligada às políticas de estoque e transporte.”
A empresa deve ter sempre o produto que o cliente necessita, portanto o
controle de estoque é tarefa vital da logística empresarial, pois podem absorver,
segundo Ballou (2006, p. 271) , de 20 a 40% do custo com sua manutenção,
respondendo por uma parcela considerável do capital investido por uma empresa,
sendo economicamente sensato administrá-lo cuidadosamente.
Em relação à administração de estoque de materiais, Godinho (s/d, p. 96)
apresenta algumas funções que podem ser colocadas como as mais relevantes:
- Melhorar o nível de serviço: podem auxiliar quando são localizados mais próximos
aos pontos de venda, beneficiando aqueles clientes que requerem disponibilidade
imediata de produtos.
- Incentivar economias na produção: estoques agem como amortecedores entre
oferta e demanda, possibilitando uma produção mais constante.
- Permitir economias de escala nas compras e no transporte: gerenciamento de
melhores preços com o transporte de materiais.
- Agir como proteção contra aumentos de preços: compras antecipadas quando
houver tendências de aumento de preços, criando estoques que devem ser
administrados eficientemente.
- Proteger a empresa de incertezas na demanda e no tempo para reabastecimento:
manter adicionalmente aos estoques regulares, quando necessário, um estoque de
segurança.
- Servir como segurança contra contingências: manter estoques de reserva é uma
forma de garantir o fornecimento normal quando for necessário.
Todas essas funções devem fazer parte de um sistema de planejamento de
estoques, pois a manutenção adequada de um estoque oferece vários benefícios,
mas seus custos são elevados e o desafio da gestão logística é minimizar esse
investimento agregando valor a empresa.
Ballou (2006, p. 272) apresenta razões a favor e contra a manutenção de
estoques. As razões a favor estão na melhoria de serviço ao cliente onde “os
estoques proporcionam um nível de disponibilidade de produtos ou serviços que,
quando perto dos clientes, acabam satisfazendo as altas expectativas destes em
matéria de disponibilidade” e na economia de custos indiretamente resultantes que
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“embora a manutenção de estoques implique em custos adicionais, sua utilização


acaba indiretamente reduzindo os custos operacionais em outras atividades do canal
de suprimentos de tal modo que pode mais do que compensar os custos de
manutenção.” As razões contra se referem à manutenção de estoques que onera
custos altos demais, a existência de problemas de qualidade que demanda tempo
excessivo para correção dos problemas e a atitude de isolamento sobre o
gerenciamento global do canal de suprimento onde não são incentivadas o processo
integrado de tomada de decisões.
A empresa tem que ter clareza quanto à necessidade e importância do
estoque, sua função, os objetivos operacionais que deverão ser alcançados, o
espaço físico adequado para atender a demanda, a localização dos depósitos ou
armazéns visando a redução de custos com o transporte, manutenção e
processamento de pedidos bem como o tipo adequado de armazém para suprir as
necessidades da empresa. Assegurar a disponibilidade de mercadorias e minimizar
os custos de produção e de distribuição é tarefa do sistema de estoque, com a
finalidade de obter maior lucratividade para a empresa e atender a necessidade do
cliente.

2.4 ENDEREÇAMENTO

O endereçamento é uma ferramenta que auxilia na localização de materiais


dentro de um armazém. Visa estabelecer locais específicos ou endereços para a
armazenagem dos materiais, visando facilitar as operações de movimentação,
inventários, estabelecendo parâmetros para a identificação e facilidade de
localização dos itens estocados.
No endereçamento é necessário observar alguns fatores e objetivos para
melhor organização e desempenho do trabalho:
- tipo de produtos estocados;
- instalações necessárias;
- tipos de processamento;
- tamanho dos pedidos;
- facilitar localização;
- otimizar tempo do separador;
- facilitar o controle de validade;
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- indicar endereçamento no recebimento do produto;


- manter correto o endereçamento do produto;
- modificações de endereço repassar para o responsável do setor;
- tirar periodicamente relatórios de auditoria para verificação.
Para atingir os objetivos e respeitar esses fatores é necessário um
planejamento do espaço que segundo Moura (2005) é preciso planejar as áreas de
recebimento e expedição que inclui definir os materiais a serem recebidos e
expedidos, determinar as docas de recebimento e necessidade de espaço para
movimentação de materiais, como também planejar o espaço para estocagem que
inclui definir materiais e quantidades que serão estocados e determinar o tipo de
localização que poderá ser fixa ou aleatória.

2.4.1 Localização de Materiais

O objetivo de um sistema de localização de materiais é estabelecer meios


necessários para perfeita identificação da localização dos materiais. Segundo Dias
(2006) é utilizada uma simbologia (codificação) alfanumérica que deve indicar
precisamente o posicionamento de cada material armazenado, facilitando as
operações de movimentação e estocagem. Existem dois métodos básicos de
endereçamento ou localização de materiais:
- Sistema de endereçamento fixo;
- Sistema de endereçamento variável.

2.4.1.1 Sistema de endereçamento fixo

Nesse sistema existe uma localização específica para cada material. Se não
houver muitos materiais armazenados, nenhum tipo de codificação formal será
necessário. Caso a linha de materiais seja grande, deverá ser utilizado um código
alfanumérico que tem como objetivo minimizar o tempo de localização dos materiais,
conforme observa Dias (2006).
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2.4.1.2 Sistema de endereçamento variável

Nesse sistema não existem locais fixos de armazenagem, a não ser para
itens de armazenagem especial. Os materiais ocuparão os locais disponíveis dentro
do armazém. O inconveniente desse sistema é o perfeito controle que se deve ter da
situação para que não se tenha risco de possuir material perdido no armazém.
Apesar de esse sistema possibilitar melhor utilização do espaço, pode aumentar o
tempo de montar um pedido, pois um único item pode estar localizado em diversos
pontos. De acordo com Dias (2006) esse método é mais popular em armazéns
automatizados, que exigem o mínimo de mão-de-obra.

3 DISCUSSÃO E ANÁLISE

A pesquisa de campo foi realizada na empresa Rodrigues Comercial Ltda,


onde inicialmente constatou-se que não havia um sistema de endereçamento, as
caixas não estavam em local adequado e os produtos estavam espalhados pelo
depósito não respeitando qualquer critério de entrada e saída de materiais, conforme
as imagens abaixo:
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O grupo propôs à gerência da empresa a implantação do sistema de


endereçamento para melhor aproveitamento do espaço físico de armazenagem,
melhor fluxo de materiais dentro da loja conforme necessidade de saída de produtos
e melhor controle das operações.
A gerência acatou a sugestão e foi aplicado o endereçamento no grupo de
bases para o sistema tintométrico, algumas prateleiras para estocagem vertical
foram utilizadas de maneira correta, houve implementação no programa de cadastro
de produtos para obter um melhor controle da localização e fluxo do produto.

Após as mudanças constatou-se uma melhora significativa nas operações de


armazenagem e estocagem da empresa. Tanto o sistema de endereçamento fixo
quanto o variável podem ser utilizados na loja, os produtos de alto giro podem ser
armazenados em lugares fixos e os de baixa rotatividade podem ser estocados em
lugares alternados.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabe-se que dentro das funções de armazenagem e estocagem, o


endereçamento é uma ferramenta fundamental com finalidade de estabelecer os
meios necessários proporcionando facilidades para identificação imediata do
endereço da guarda do material no depósito, ou seja, a localização de materiais.
A proposta sugerida para a empresa Rodrigues Comercial Ltda visou reduzir
problemas relacionados à falta de endereçamento específico de produtos no sistema
de armazenagem e estocagem. Esse fator estava causando alguns problemas
operacionais, como acumulação e mistura de produtos, atraso de separação,
dificuldade na movimentação e insatisfação por parte dos funcionários e clientes.
Os relatos do gerente da empresa demonstram que a instalação do sistema
de endereçamento foi produtivo para os funcionários, principalmente para o
controlador do estoque, pois facilitou a localização e controle físico na contagem.
Outros funcionários também foram beneficiados, não precisam catar produtos no
estoque e sim, olhar o cadastro de produtos na tela do computador e ver sua
localização no estoque.
Constatou-se que a empresa, ao manter correto o endereçamento da
mercadoria na armazenagem e estocagem evita falhas que causam transtornos ao
cliente como: desconfiança pela longa demora na busca pela mercadoria e/ou
insatisfação pelo atraso na entrega do produto adquirido.
Como pode-se observar, planejamento, organização e controle são peças
chave na armazenagem e estocagem onde a logística tem papel fundamental,
representando um diferencial competitivo no mercado. A logística, quando bem
implementada, reduz custos e eleva o nível de serviço, aumentando a qualidade da
empresa.

5 REFERÊNCIAS

ALENCAR J. T. Logística como Forma de Sobrevivência. São Paulo. Disponível


em: http://sebraesp.com.br Acesso em 24 jan 2008.

BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística


Empresarial. Tradução Rubenich, R. 5ª ed., Porto Alegre: Bookman, 2006.
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DIAS, M. A. P. Administração de Materiais: princípios, conceitos e gestão. 5ª


ed., São Paulo: Atlas, 2006.

DORNIER, P. P. et al. Logística e Operações Globais: textos e casos. São Paulo:


Atlas, 2000.

FERREIRA, A. B. H.; Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 2ª ed., Rio


de Janeiro:Nova Fronteira, 1986.

GODINHO, Wagner B. Gestão de Materiais e Logística. 273p.

MOURA, R. A. et al. Atualidades na Logística. Volume 2. São Paulo: IMAM, 2004.

MOURA, R. A. Sistema e Técnicas de Movimentação e Armazenagem de


Materiais. Volume 1. São Paulo:IMAM, 2005.

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