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Automação

Industrial
Prof.: Antonio Jose R S Cruz

10 de fevereiro de 2019
TRANSDUTORES E SENSORES

Um transdutor é um dispositivo que recebe um sinal de entrada na forma de


uma grandeza física e fornece um sinal de saída diferente. Em geral, os transdu-
tores transformam a informação da grandeza física, que corresponde ao sinal de
entrada, em um sinal elétrico de saída. Por exemplo, um transdutor de pressão
transforma a força exercida pela pressão numa tensão elétrica proporcional à
pressão.
O sensor é a parte sensitiva do transdutor a qual, na maioria das vezes, se com-
pleta com um circuito eletrônico para a geração do sinal elétrico que depende
do nível de energia da grandeza física que afeta o sensor. Ainda com relação ao
exemplo do transdutor de pressão, o sensor seria apenas a membrana(diafragma)
sobre a qual é exercida a pressão que se está monitorando.
Mas, o termo Sensor é usado de forma geral.

Figura 1: Os sensores transformam os efeitos físicos em sinais de saída.

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Podemos classificar os diversos tipos de sensores de acordo com sua aplica-


ção. Assim temos alguns tipos de sensores:

• Sensores de presença;

– De contato físico ou Mecânico;


– Sem contato físico ou de proximidade.

• Sensores de posição;

• Sensores de temperatura;

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Parte I

SENSORES DE PRESENÇA

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• SENSORES DE PRESENÇA:
São aqueles detectam a presença ou a passagem de um objeto ou de um
componente de uma máquina em determinada posição. Sensores de pre-
sença são digitais pois emitem apenas duas informações.
Podem ser:

– DE CONTATO FÍSICO (MECÂNICOS):


São os mais simples e são acionados por botões, alavancas, pinos, ro-
letes e etc..
Os acionados por botões ou pedais são empregados geralmente para
iniciar ou terminar o funcionamento.
Os sensores mecânicos necessitam do contato físico com a peça ou
componente para funcionar. Como já vimos anteriormente, a maio-
ria dos sensores(transdutores) enviam um sinal elétrico de saída. O
sensor mecânico que possui esta característica é o microruptor ou mi-
croswitch. Na verdade, são pequenas chaves elétricas que são aciona-
das por pinos, alavancas e/ou roletes. Quando usados para detectar a
posição limite de um componente são chamados de fim de curso 1 .

Figura 2: Microswitches, válvula acionada por rolete, botões de comando.

– SEM CONTATO FÍSICO (DE PROXIMIDADE):


Os sensores de presença sem contato físico ou de proximidade têm as
seguintes vantagens em relação aos mecânicos:

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O termo CURSO, neste caso, significa trajeto ou caminho.

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∗ Não necessitam de energia mecânica para operar;


∗ Atuam por aproximação, sem contato físico com a peça;
∗ São totalmente vedados;
Por não possuírem peças móveis estes sensores não sofrem desgaste
mecânico.
∗ SENSORES MAGNÉTICOS: O tipo mais comum é o interruptor de
lâminas ou reed-switch.
É constituído por lâminas dentro de um bulbo de vidro que contem
gás inerte.
Quando um campo magnético de um ímã ou de um eletroímã atua
sobre as lâminas, magnetizando-as, as lâminas são unidas fechando
o circuito.

Figura 3: Sensor magnético (a)Tipo NA, (b) Tipo NA/NF

∗ SENSORES CAPACITIVOS:
O capacitor é um componente eletrônico composto de duas placas
metálicas, colocadas uma sobre a outra e isoladas eletricamente,
capaz de armazenar cargas elétricas. O isolante é chamado de die-
létrico. A característica que define um capacitor é sua capacitância.
A capacitância é diretamente proporcional à área das placas e da
constante dielétrica do material isolante e inversamente proporcio-
nal à distância entre as placas.
O sensor capacitivo também possui duas placas mas estas ficam
uma ao lado da outra e não uma sobre a outra como no capacitor.

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O dielétrico do sensor capacitivo é o ar cuja constante dielétrica é 1


(um). Quando um objeto, que possui constante dielétrica diferente,
aproxima-se provoca a variação da sua capacitância.
Um circuito de controle detecta essa variação e processa essa in-
formação. Quando esta variação atinge um determinado valor o
sensor muda o estado de sua saída.

Figura 4: Sensor capacitivo

∗ SENSORES INDUTIVOS:
Os sensores de proximidade indutivos são projetados para operar
gerando um campo eletromagnético nas proximidades de sua face
sensora. O sensor consiste de uma bobina e um núcleo de fer-
rite, um oscilador, um detector de nível de sinais de disparo e um
circuito de saída. Conforme um objeto de metal entra no campo,
as correntes parasitas são induzidas no alvo. O resultado é uma
perda de energia e uma menor amplitude da oscilação. O circuito
de detecção reconhece, então, uma alteração específica em ampli-
tude e gera um sinal que acionará a saída do estado sólido para
“ENERGIZADO” ou “DESENERGIZADO” (1 ou 0).

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∗ SENSORES ÓPTICOS:
Os sensores ópticos baseiam-se na emissão e recepção de luz que
pode ser interrompida ou refletida pelo objeto a ser detectado. Existe
três formas de operação:
· SENSOR ÓPTICO POR BARREIRA:
O transmissor e o receptor estão em unidades distintas e devem
ser dispostos um frente ao outro, de modo que o receptor possa
constantemente receber a luz do transmissor. O acionamento
da saída ocorrerá quando o objeto a ser detectado interromper
o feixe de luz.
· SENSOR ÓPTICO POR DIFUSÃO:
Neste tipo o transmissor e o receptor são montados na mesma
unidade. Sendo que o acionamento da saída ocorre quando o
objeto a ser detectado entra na região de sensibilidade e reflete
para o receptor o feixe de luz emitido pelo transmissor.
· SENSOR ÓPTICO POR RETRORREFLEXÃO:
Este tipo também apresenta o transmissor e o receptor em uma
única unidade. O feixe de luz chega ao receptor somente após
ser refletido por um espelho prismático, e o acionamento da
saída ocorrerá quando o objeto a ser detectado interromper este
feixe.

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Figura 5: Sensor indutivo

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Figura 6: Sensor indutivo. Aplicações

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Figura 7: Sensor óptico por barreira.

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Figura 8: Sensor Óptico Por Difusão

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Figura 9: Sensor Óptico por Retrorreflexão

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Figura 10: Sensor Óptico por Retrorreflexão

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Parte II

SENSORES DE POSIÇÃO

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Os sensores de posição determinam a posição física de um objeto em relação


a um ponto de referência

• POTENCIOMÉTRICOS OU DE POTENCIÔMETRO:Uma das formas mais sim-


ples e eficiente de sensores de posição. Seu princípio de funcionamento
baseia-se na variação da resistência de um potenciômetro.

Figura 11: Sensor POTENCIOMÉTRICO

• ENCODERS:
Dentre os sensores que atuam por transmissão de luz, além dos já vistos,
há os encoders (codificadores), que determinam a posição através de um
disco(encoder rotativo) ou trilho(encoder linear) marcado.
Nos encoders rotativos, têm-se uma fonte de luz, um receptor e um disco
perfurado,que irá modular a recepção da luz. Nos lineares, o disco é subs-
tituído por uma régua ou fita.
O disco é preso a um eixo, de forma a criar um movimento rotacional, en-
quanto que a fonte de luz e o receptor estão fixos. A rotação do disco cria
uma série de pulsos pela interrupção ou não da luz emitida ao detector. Es-
tes pulsos de luz são transformados pelo detector em uma série de pulsos
elétricos.
A freqüência do pulso é diretamente proporcional ao número de rotações no
intervalo de tempo, e ao número de furos ao longo do disco.
Se dividem em:

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Figura 12: Encoder rotativo.

– incrementais(ou relativos):
Nos quais a posição é demarcada por contagem de pulsos transmitidos,
acumulados ao longo do tempo.
Os encoders óticos incrementais não fornecem informação sobre a loca-
lização absoluta do eixo de movimento no espaço. Mais precisamente,
eles fornecem a quantidade de movimento executada pelo eixo, come-
çando do momento em que o computador é ativado e o movimento
começa. Se o sistema é desligado ou ocorre uma queda de energia, a
informação da localização do eixo de movimento é perdida. Quando o
sistema for religado, a posição inicial do eixo de ser fixada.

Figura 13: Encoder linear incremental.

– absolutos:

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Figura 14: Encoder rotativo incremental.

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Os encoders óticos absolutos fornecem informações mais rigorosas que


os encoders óticos incrementais. Encoders absolutos fornecem um va-
lor numérico específico (valor codificado) para cada posição angular.
Possuem a capacidade de informar a posição física do eixo assim que
ele é ativado, sem a necessidade de fixação da posição inicial. Isto
é possível porque o encoder transmite, para o controlador, um sinal
diferente para cada posição do eixo. Os encoders absolutos rotativos
podem ser:
∗ Giro simples: Fornecem a posição angular de apenas uma volta.

Figura 15: Encoder rotativo absoluto de giro simples.

∗ Giro múltiplo: Podem fornecer a posição após várias voltas( 4096)

Figura 16: Encoder rotativo absoluto de giro múltiplo.

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Parte III

SENSORES DE TEMPERATURA

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• TERMISTORES
Os termistores são componentes eletrônicos sensíveis à temperatura, ou
seja, variam a sua resistividade com a temperatura. Existe dois tipos o
PTC(Positive Temperature Coefficient) e o NTC(Negative Temperature Coef-
ficient).

Figura 17: Termistores.

O NTC diminui sua resistência com o aumento da temperatura e o PTC

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aumenta sua resistência com o aumento da temperatura.

Figura 18: Gráfico do comportamento dos termistores.

Estes dispositivos são construídos a partir de misturas de cerâmicas de


óxidos semicondutores, tais como titanato de bário(BaT iO3 ) para os PTCs,
e óxidos de magnésio, níquel, cobalto, cobre, ferro e titânio para os NTCs.
Os termistores apresentam baixo custo e alta sensibilidade, mas sua preci-
são é baixa e trabalham com temperatura máxima em torno de 300◦ C.

O PTC é usado quando mudanças drásticas de temperatura devem ser de-


tectadas tais como:

– Proteção de sobrecarga;
– proteção contra superaquecimento;

O NTC é usado quando se necessita de detectar variações contínuas de


temperatura, tais como:

– Medida de temperatura;
– Variação de temperatura(em torno de 0,001o C);
– Controle de temperatura.

O sensor de temperatura do motor nos sistemas de injeção eletrônica são


do tipo NTC, assim como o sensor de temperatura do ar admitido.

• TERMO-RESISTORES(RTD)
O RTD(Resistance Temperature Detectors), assim como os termistores, va-
riam sua resistência com a variação de temperatura. São construídos de

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fio enrolado revestido de uma película. Trabalham em uma larga escala


de temperatura, -200o C a 850o C, com elevada precisão(0, 1◦ C a 0, 01◦ C). O
metal mais utilizado é a Platina.

Figura 19: Termoresistor-RTD.

• TERMOPARES
Um termopar consiste de dois condutores metálicos, de natureza distinta,
na forma de metais puros ou de ligas homogêneas. Os fios são soldados em
um extremo ao qual se dá o nome de junta quente ou junta de medição. A
outra extremidade dos fios é levada ao instrumento de medição de f.e.m. (
força eletromotriz ), fechando um circuito elétrico por onde flui a corrente.
O aquecimento da junção de dois metais gera o aparecimento de uma f.e.m..
Este princípio conhecido por efeito Seebeck.
V = KT
K é constante para cada par de metais. Na tabela abaixo encontramos as
características de alguns termopares.

Tipo (+)Metal-Metal(-) Temperatura FEM (mV) Aplicações


Máxima
T Cobre-Constantan2 −190 a 350o C 5,603 a 19,027 Criometria ( baixas temperaturas ),
Indústrias de refrigeração, Pesquisas agronômicas e
ambientais, Química e Petroquímica.
J Ferro-Constantan −40 a 750o C 1,960 a 42,922 Centrais de energia,
Metalúrgica, Química,
Petroquímica, indústrias em geral.
R 87Pt13Ródio-Pt 0 a 1600o C 0 a 18,842 Siderúrgica, Fundição, Metalúrgica,
S 90Pt10Ródio-Pt 0 a 16,771 Usina de Cimento, Cerâmica,
Vidro e Pesquisa Científica.

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Figura 20: Efeito Seebeck.

Figura 21: Termopares.

O custo dos termopares é elevado, exceto com relação aos termoresistores, e


são empregados em aplicações profissionais, onde se requer alta confiabilidade
e precisão(aqui também perdem para os termoresistores).

2
liga de cobre 60% e níquel 40%

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