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FABRICAÇÃO –
PERFURAÇÃO E
PRODUÇÃO DE
PETRÓLEO
FUNDAMENTOS DA INSPEÇÃO
1- 1 -
INSPETOR DE FABRICAÇÃO – PERFURAÇÃO E
PRODUÇÃO DE PETRÓLEO
FUNDAMENTOS DA INSPEÇÃO
© PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.2.1998.
É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, bem como a produção de apostilas,
sem autorização prévia, por escrito, da Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS.
Ficha Catalográfica
SENAI. DN
Perfuração e produção de petróleo fundamentos da inspeção / organizado por Laércio Ferreira,
Plinio Marcos dos Santos. – Brasília, DF : PETROBRAS, 2007.
45 p. : il. ; 30 cm. – (Curso para Inspetor de Fabricação. Módulo Básico).
Inclui bibliografias.
1. Inspeção de fabricação 2. Inspeção por amostragem I. Ferreira, Laércio II. Santos, Plinio
Marcos dos III. Título IV. Série.
1. PRINCÍPIOS ....................................................................................................................... 10
1.1. Atividades e Responsabilidades Do Inspetor ................................................................. 14
1.1.1. Execução da Inspeção ............................................................................................ 15
1.1.2. Rotinas de Inspeção................................................................................................ 17
1.2. Tipos de Inspeção ......................................................................................................... 17
1.2.1. Visual ...................................................................................................................... 18
1.2.2. Dimensional ............................................................................................................ 18
1.2.3. Funcionamento........................................................................................................ 22
1.3. Atividades Mínimas Por Tipo De Inspeção..................................................................... 23
1.3.1. Indicação do tipo de inspeção de fabricação ........................................................... 23
1.4. Princípios básicos de segurança, meio ambiente e saúde ............................................. 26
1.4.1. O inimigo invisível ................................................................................................... 27
1.4.2. Os riscos que nos rodeiam ...................................................................................... 27
1.4.3. Riscos físicos .......................................................................................................... 28
1.4.4. Ruído ...................................................................................................................... 28
1.4.5. Temperatura............................................................................................................ 29
1.4.6. Radiações perigosas ............................................................................................... 29
1.4.7. Raios infravermelhos............................................................................................... 30
1.4.8. Raio ultravioleta ...................................................................................................... 30
1.4.9. Microondas.............................................................................................................. 30
1.4.10. Laser ....................................................................................................................... 31
1.4.11. Radiações ionizantes .............................................................................................. 31
1.4.12. Agentes químicos .................................................................................................... 33
1.4.13. Agentes biológicos .................................................................................................. 35
1.4.14. Os riscos ergonômicos ............................................................................................ 35
1.4.15. Riscos de acidentes ................................................................................................ 36
2. INSPEÇÃO POR AMOSTRAGEM ....................................................................................... 37
2.1. Normas NQA e QL......................................................................................................... 38
2.2. Plano Com Base No NQA.............................................................................................. 38
2.3. Plano Com Base Na QL................................................................................................. 40
2.4. Amostragens Simples, Dupla e Múltipla......................................................................... 40
2.4.1. Amostragem Simples............................................................................................... 41
2.4.2. Amostragem Dupla .................................................................................................. 41
2.4.3. Amostragem Múltipla ............................................................................................... 42
2.5. Formação de Lotes ........................................................................................................ 43
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................... 45
LISTA DE FIGURAS
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Figura 1.1 – Diagrama – Principais intervenções da Inspeção de Fabricação
11
Fornecimento – é cada par fornecedor x material que possua cadastro e tenha certificado de
registro.
Gerente do Contrato – é a denominação do órgão da empresa responsável pelo
acompanhamento do pedido de compra ou serviço junto ao fornecedor.
Índice de Rejeição – é a razão entre os eventos de inspeção rejeitados e os eventos de
inspeção analisados, que irá avaliar a confiabilidade do Sistema da Qualidade do fabricante em
conformidade com o contrato, independente de qualquer outra inspeção.
Lista de Verificação – é um questionário relacionado com a rotina de inspeção, que deverá
ser preenchido pelo inspetor, sempre que necessário, para cada grupo de itens inspecionados,
visando atender exigências da documentação de aquisição de qualquer item ou conjunto.
Material Sujeito à Qualificação Técnica – são todos os materiais ou acessórios que, caso
venham a falhar ou ter um mau funcionamento, afetem de forma significativa a segurança e o
desempenho dos equipamentos, a segurança pessoal ou o meio ambiente.
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• Cronograma dos estágios de todo o ciclo de produção do equipamento/material, para
informar as fases da construção ou fabricação em que serão realizadas as verificações ou
inspeções, tanto no fabricante como nos subfornecedores dos fabricantes. Devem indicar
os tipos de exames, ensaios ou verificações a serem efetuados;
• Devem estar indicados todos os padrões de aceite do produto, em todos os níveis, para
atender aos requisitos de qualidade;
• Registros da qualidade, onde devem estar indicados os relatórios, tipo de registro,
certificados e qualquer documento citado no Plano da Qualidade.
Ponto de Espera – é o evento de inspeção, no ciclo fabril do fornecedor, que requer análise,
verificação ou testemunho do órgão inspetor e sem o qual o processo de fabricação não pode
continuar.
Ponto de Observação – é o evento de inspeção, no ciclo fabril do fornecedor, em que este
notificará o órgão ou empresa inspetora, dentro dos prazos contratuais, visando a análise, verificação
ou testemunho de eventos acordados no Plano da Qualidade, sem que o processo fabril seja
interrompido.
Relatório de Inspeção – documento emitido pelo órgão ou empresa inspetora, sempre que
houver necessidade de relatar ou emitir parecer sobre não-conformidades apresentadas durante o
processo de fabricação, rejeições de eventos intermediários não cobertos por CRM ou registro de
qualquer fato relevante ocorrido durante a inspeção. Seu conteúdo deverá incluir todos os detalhes da
inspeção e os resultados encontrados.
Requisitos de Inspeção – documento elaborado pelo órgão de inspeção ligado
organizacionalmente ao órgão licitante, sendo parte integrante dos Editais de Licitação. Os Requisitos
de Inspeção são específicos em cada Edital e definem previamente as exigências contratuais relativas
à inspeção de fabricação.
Revendedor – é o fornecedor de material reconhecido pelo fabricante dos mesmos, no caso
de materiais sujeitos à qualificação técnica, desde que cadastrados.
Rotina de Inspeção – é uma ferramenta de apoio ao órgão inspetor para indicar quais itens
ou etapas da fabricação deverão ser inspecionadas, quais as ações no caso e instruí-lo sobre os
critérios de aceitação do material, e ainda ressaltar detalhes a serem observados durante a inspeção.
Tipo de Inspeção – estabelece o grau de participação do comprador no processo de compra,
e compreende que:
• Inspeções dos tipos A, B e E são para a inspeção final com ênfase no produto acabado;
• Inspeção do tipo C, aplicada em eventos finais, verifica o processo do fornecedor e atua na
definição dos pontos de espera, que são obrigatórios ao longo da fabricação.
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1.1. Atividades e responsabilidades do inspetor
14
1.1.1. Execução da Inspeção
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• O inspetor deve manter conduta condizente com sua atividade, e possíveis desvios devem
ser imediatamente comunicados à gerência do órgão responsável pela atividade de
inspeção;
• Se os prazos acertados para a realização da inspeção não forem cumpridos, o fornecedor
terá o direito de pleitear junto ao órgão da contratante, através do gerenciador, a
prorrogação do contrato, conforme acordo anterior;
• O fabricante deve apresentar ao inspetor, para análise, todos os registros de não-
conformidades que tenham ocorrido durante a fabricação. Aqueles registros que envolvam
a engenharia e possam alterar o projeto original ou não atendam as especificações de
materiais, deverão ser submetidos a uma nova aprovação conforme contrato.
Os seguintes documentos, em função das inspeções, deverão obrigatoriamente ser
apresentados, sendo o original entregue ao fornecedor, uma cópia para o órgão gerenciador do
contrato, uma para o órgão requisitante do material e uma para o órgão inspetor ou empresa
inspetora:
– Lista de Verificação;
– Relatório de Inspeção;
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1.1.2. Rotinas de Inspeção
A empresa compradora deverá manter rotinas de Inspeção, variadas para fonte de consulta,
com o objetivo de orientar os envolvidos.
Para cada pedido de compras, a Rotina de Inspeção e sua respectiva Lista de Verificação
devem ser analisadas em conjunto com a documentação técnica contratual e adaptadas às condições
especificas do fornecimento.
Partes da Rotina de Inspeção:
1. O conjunto composto de: Índice de Normas Técnicas, Padrões de Materiais e
Especificações Técnicas, para itens nacionais e internacionais, que servem de documento
de referência para a Rotina.
2. A Rotina de Inspeção propriamente dita.
3. A Lista de Verificação, que é um documento em forma de questionário, onde estão
descritas todas as etapas a serem observadas pelo inspetor. Serão utilizadas pelo
inspetor, quando necessário, para cada item ou grupo de itens inspecionados.
Como exemplo, existem hoje na Petrobrás, cerca de 130 Rotinas elaboradas, assim divididas:
I. Mecânica.
II. Exploração, Perfuração e Produção.
III.Instrumentação e Automação.
IV. Elétrica.
V. Química.
VI. Caldeiraria.
VII. Válvulas.
VIII. Geral.
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O principal requisito de Qualificação Técnica é a sua adequação às Normas ISO série
9000, constatada através da apresentação de certificação da terceira parte, emitida por
entidade certificadora reconhecida no país de origem, ou por avaliação efetuada pelo
comprador. Caso necessário, poderão ser exigidos requisitos complementares, tais como
testes de desempenho operacional, certificados de homologação do produto e outras
características do projeto.
• Comunicado de Ocorrência de Divergência − verifica se o fornecedor possui materiais
com divergências técnicas, detectadas no seu recebimento, instalação ou operação.
• Índice de Rejeição do Fornecedor quanto à inspeção de fabricação − afere a
confiabilidade do Sistema de Qualidade do fornecedor.
Caso as situações do Fornecedor estejam em situação concordatária a Qualificação Técnica
do fornecedor não seja adequada, o Índice de Rejeição esteja alto e caso seja comunicado de
ocorrência de divergências em análise, o grau de inspeção a ser utilizado deverá ser o rigoroso.
1.2.1. Visual
1.2.2. Dimensional
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crescente número de concorrentes e nível de exigência dos consumidores (consumidor mal atendido
pode dirigir-se a outro fornecedor).
Como toda empresa, além de sua sobrevivência, quer garantir uma posição de destaque no
mercado, ela terá que investir em tecnologia e no envolvimento dos trabalhadores no aperfeiçoamento
do processo produtivo.
De acordo com a norma DIN 55350/11, “qualidade é caracterizada pelas condições de uma
unidade, com relação à sua aptidão para satisfazer necessidades definidas e pressupostas”.
A qualidade manifesta-se em características que podem ser:
• Propriedades físicas;
• Propriedades químicas;
• Dimensões;
• Composição ou textura, ou qualquer outro requisito utilizado para definir a natureza do
produto ou serviço.
O controle de medidas, parte integrante do controle da inspeção, é responsável pelos
instrumentos de medida e pelos processos de medição; está presente desde a recepção da matéria-
prima e etapas de fabricação até os ensaios e verificação final.
Tanto os equipamentos de fabricação como os instrumentos de medição são imperfeitos. Por
esse motivo, é impossível produzir peças com dimensões exatas, pois elas sempre apresentarão um
desvio em relação às dimensões preestabelecidas.
O controle de medidas consiste na aplicação de processos que permitam manter os erros de
fabricação dentro de limites aceitáveis, previamente estabelecidos e que recebem o nome de
tolerância.
Portanto, no controle de medidas torna-se necessário conhecer: o que é medir por
comparação direta (com instrumentos de medida), ou indireta (com instrumentos de verificação);
instrumentos de medida e seu uso; conceito de tolerância e sua aplicação no projeto e na fabricação;
instrumentos de verificação.
1.2.2.1. Medição
Toda medição é feita comparando-se uma grandeza com outra de mesma espécie,
considerada como unidade.
Se o comprimento de um corredor é igual a três metros, é porque nele a unidade de
comprimento metro cabe três vezes.
Seguindo o mesmo procedimento, para medir uma superfície temos de usar unidades de área
(cm , m2); por sua vez, o volume de um corpo é determinado pelas unidades de volume (m3, cm3,
2
litros) e assim por diante. Cada grandeza é medida com unidades apropriadas dessa mesma
grandeza. Não é possível medir comprimento em litros.
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1.2.2.2. Unidades
As unidades estabelecidas para medir uma determinada grandeza são fixadas por definição.
Não dependem de quaisquer condições físicas, como temperatura, pressão ou grau de umidade.
Oficialmente, devido a normas brasileiras e internacionais, prevalecem as unidades do S.I.
(Sistema Internacional): metro, quilograma, newton, segundo.
1.2.2.3. Padrão
As unidades de medida têm uma definição absoluta. Entretanto, na prática apresentam-se
materializadas em objetos que estão sujeitos a variações provocadas pelas mudanças de condições
físicas.
Por isso, os padrões só expressam, com rigor, a unidade que representam se estiverem
dentro de condições específicas.
Até 1960, o metro padrão era uma barra de platina e irídio, que sofria uma dilatação muito
pequena com a variação da temperatura. Nesse protótipo, conservado em Sèvres, na França, o metro
é determinado pela distância entre dois traços nessa barra, na temperatura de zero grau Celsius.
No Brasil vigora outro padrão para o metro, estabelecido pelo INMETRO (Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), órgão brasileiro de normalização. Esse padrão está
baseado na velocidade da luz.
1.2.2.5. Método
A medição pode ser direta ou indireta por comparação.
A medição direta é feita mediante instrumentos, aparelhos e máquinas de medir.
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Figura 1.2 – Exemplo – Medição Direta
Emprega-se a medição direta na confecção de peças-protótipo, isto é, peças originais que são
utilizadas como referência ou ainda em produção de pequena quantidade de peças.
A medida indireta por comparação consiste em confrontar a peça que se quer medir com
aquela de padrão ou dimensão aproximada. Assim, um eixo pode ser controlado, por medidas
indiretas, utilizando-se um calibrador para eixos, tipo “boca fixa” ou "passa não passa".
Figura 1.3 – Calibrador de Boca Fixa Figura 1.4 – Calibrador tipo Passa Não Passa
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1.2.2.6. Instrumento de medição
Para se ter uma medida precisa é indispensável que o instrumento corresponda ao padrão
adotado. É necessário, também, que ele possibilite executar a medida com a tolerância exigida. Em
suma, a medição correta depende da qualidade do instrumento empregado.
1.2.2.7. Operador
É o operador quem deve apreciar as medidas e executá-las com habilidade. Daí a sua
importância em relação ao método e ao instrumento.
É mais provável que um operador habilidoso consiga melhores resultados com instrumentos
limitados do que um operador inábil, com instrumentos excelentes.
É necessário, portanto, que o operador conheça perfeitamente os instrumentos que utiliza.
Deve, também, tomar a iniciativa de escolher o método de medição mais adequado e saber interpretar
corretamente os resultados obtidos.
1.2.3. Funcionamento
A inspeção de funcionamento tem como objetivo avaliar o equipamento como um todo, já que
os componentes, em etapa anterior, foram examinados quanto ao dimensionamento, características
mecânicas e demais características, conforme projeto.
Os equipamentos serão, nesta etapa, vistoriados quanto aos requisitos de atenderem as
especificações de projeto, a norma adotada para sua confecção e principalmente ser aprovado nos
testes que comprovem suas características de funcionamento.
Alguns equipamentos, após toda a etapa de ensaios e testes, poderão ser desmontados e
parte de seus componentes deverá ser novamente submetida a uma inspeção visual e dimensional,
para verificar se não sofreram deformações nos testes.
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1.3. Atividades mínimas por tipo de Inspeção
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Tabela 1.1 - Atividades mínimas por tipo de inspeção de fábrica
Identificação e embalagem. ** 4 ** 4 ** 4
1. O Tipo de Inspeção E é aplicado somente para materiais de uso específico na área de
explosivos.
2. ** - Atividade obrigatória.
3. **1 - A critério do órgão inspetor, o Plano da Qualidade (incluindo o Plano de Inspeção e Teste)
deverá ser apresentado antes do início da fabricação, para sua apreciação.
4. **2 - O Plano da Qualidade (incluindo o Plano de Inspeção e Teste) deverá ser apresentado ao
órgão inspetor antes do início da fabricação, para sua análise e aprovação.
5. **3 - Conforme definido no Plano da Qualidade (que inclui o Plano de Inspeção e Teste).
6. **4 - Para verificação pelo órgão inspetor, quando expresso claramente no documento contratual
ou definido no Plano da Qualidade.
7. As inspeções tipo A, B ou E dão ênfase ao produto, enquanto a inspeção tipo C dá ênfase ao
processo. Os fornecedores tomam conhecimento dos tipos de inspeção de sua linha de
fornecimento.
Como exemplo, são mostrados no quadro a seguir os tipos de inspeção para alguns
materiais, na condições de abrandada, normal ou rigorosa.
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Material Tipo de Inspeção
Condição abrandada Condição normal Condição rigorosa
Transformador de
Distribuição, Imerso em L B B
Óleo
Sistema de Cabeça de
B C C
Poço Submarino
b. Para cada fornecedor e cada material da sua linha de fornecimento, terá indicação dos
possíveis graus previamente definidos.
c. De posse da informação sobre o Grau de Inspeção do Fornecedor, determina-se o tipo de
inspeção correspondente.
O quadro abaixo exemplifica a indicação do tipo de inspeção, tomando como base o quadro
do item a.
Grau de
Fabricante Material
Inspeção
Bomba
Válvula
Centrífuga
Sistema de Cabeça Esfera
para
de Poço Submarino Aço
Combate a
Liga
Incêndio
"X" Abrandado B L L
Rigoroso para o
material com COD
(Válvula Esfera
"Y" C B B
Aço Liga) e
Normal para o
restante da linha
"Z" Rigoroso C B C
• Como se observa neste exemplo, o tipo de inspeção para um mesmo material pode variar
de um fornecedor para outro, em função do seu Grau de Inspeção.
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• A atualização dos tipos de inspeção para cada par "fornecedor x material" é efetuada
permanentemente, a cada modificação no Grau de Inspeção dos Fornecedores.
• Os órgãos da companhia deverão ter conhecimento do tipo de inspeção para os materiais
constantes do Cadastro de Fornecedores.
• Os materiais não sujeitos à qualificação técnica estão isentos de inspeção de fabricação
mas, a critério do órgão requisitante, poderão sofrer inspeção no seu recebimento.
• Pode-se aumentar o rigor no tipo de inspeção de um material ou equipamento, para uma
determinada licitação, em função do aumento da criticidade de um ou mais dos fatores que
são avaliados de acordo com o item (a).
• Os distribuidores ou revendedores de materiais sujeitos à qualificação técnica têm de
garantir, por seus meios e custos, a realização de todas as etapas de inspeção, de acordo
com o tipo de inspeção definido para o fabricante, no Cadastro de Fornecedores.
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1.4.1. O inimigo invisível
Norma Regulamentadora − NR 5.
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1.4.3. Riscos físicos
Todos nós, ao desenvolvermos nossos trabalhos, gastamos uma certa quantidade de energia
para produzir um determinado resultado.
Quando as condições físicas do ambiente, como, por exemplo, o nível de ruído e a
temperatura são agradáveis, produzimos mais com menor esforço. Mas, quando essas condições
fogem muito dos limites de tolerância, vem o cansaço, a queda de produção, a falta de motivação
para o trabalho, as doenças profissionais e os acidentes do trabalho.
Em outras palavras, os fatores físicos do ambiente de trabalho interferem diretamente no
desempenho do trabalhador e na produção e, por isso, merecem ser analisados com o maior
cuidado.
1.4.4. Ruído
O som e o ruído, penetrando pelos ouvidos, atingem o cérebro. Se medidas de controle não
forem tomadas, graves conseqüências podem ocorrer. Agindo no aparelho auditivo, o ruído pode
causar surdez profissional, cuja cura é impossível, deixando o trabalhador com deficiências auditivas.
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1.4.5. Temperatura
As radiações são uma forma de energia que se transmite da fonte ao receptor através do
espaço, em ondas eletromagnéticas.
As radiações se movimentam no espaço em forma de ondas. É dessa forma, em ondas, que o
som chega até o rádio de pilhas.
Um dos elementos da onda é o seu comprimento, identificado pela letra grega λ (lambda). O
comprimento de onda l tem grandes variações, de acordo com o tipo de energia.
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1.4.7. Raios infravermelhos
Solda elétrica, solda oxiacetilênica, trabalhos com metais e vidros incandescentes, isto é, que
ficam da cor laranja e emitem luz quando superaquecidos, e também nos fornos, fornalhas e
processos de secagem de tinta e material úmido, são atividades que produzem raios infravermelhos.
Em trabalhos a céu aberto, o trabalhador fica exposto ao Sol, que é uma fonte natural emissora de
raios infravermelhos. Em doses bem controladas, os raios infravermelhos são usados para fins
medicinais. Mas, quando a intensidade dessa radiação ultrapassa os limites de tolerância, atingindo o
trabalhador sem nenhuma proteção adequada, os raios infravermelhos podem causar sérios danos à
saúde.
1.4.9. Microondas
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1.4.10. Laser
Esta sigla, em inglês, vem de “Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation”, que
em português pode ser traduzido por: amplificação da luz por emissão estimulada de radiação.
O laser é um feixe de luz direcional convergente, isto é, que se concentra em um só ponto. É
muito utilizado em indústrias metalúrgicas para cortar metais, para soldar e também em equipamentos
para medições a grandes distâncias. Tem também aplicações em medicina, para modernos
processos cirúrgicos.
Os perigos que os raios laser podem representar têm sido motivo de estudos e de
experiências, até agora não conclusivos. Daí as recomendações se limitarem mais aos aspectos
preventivos. O seu maior efeito no homem é sobre os olhos, podendo causar grandes estragos na
retina, que é a membrana sensível do olho, em alguns casos irreversíveis, causando até mesmo a
cegueira.
Todas essas radiações estudadas: o infravermelho, o ultravioleta, a microonda e o laser são
classificados como radiações não ionizantes. Porém, as mais perigosas são as ionizantes, cuja
energia é tão grande que, atingindo o corpo humano, produzem alterações das células, provocando o
câncer.
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Figura 1.8 – Sala de Comando – Sistema RX
Os raios gama servem para analisar soldagem em tubos metálicos, cujo processo chama-se
gamagrafia.
As radiações são ainda usadas em tintas luminosas, nas usinas de produção de energia
elétrica (como a usina atômica de Angra dos Reis) e nos processos de verificação de desgaste de
cera para piso, desgaste de ferramentas de tornos e de anéis de motores de automóveis. São
também usadas em laboratórios de pesquisa e na medicina, no combate ao câncer e em muitas
outras aplicações.
A absorção de radiação no organismo humano é indiretamente avaliada pela unidade
chamada REM, em inglês “Relative Efect Man”, que em português quer dizer "efeito relativo no
homem". A detecção das radiações ionizantes é feita por vários tipos de aparelhos, como detectores
pessoais e de cintilação, dosímetros, e similares.
Os limites máximos de exposição são indicados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear
e por norma do Ministério do Trabalho.
Cuidado! Este símbolo indica material radioativo. Não se aproxime, não mexa. Vendo este
símbolo em materiais abandonados ou mal acondicionados, informe aos órgãos especializados.
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1.4.12. Agentes químicos
Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industrial, são lançadas
no ambiente de trabalho, intencional ou acidentalmente. Essas substâncias podem apresentar-se nos
estados sólido, líquido e gasoso.
No estado sólido, temos poeiras de origem animal, mineral e vegetal, como a poeira mineral
de sílica encontrada nas areias para moldes de fundição. No estado gasoso, como exemplo temos o
GLP (gás liqüefeito de petróleo), usado como combustível nos fogões residenciais. No estado líquido,
temos os ácidos, os solventes, as tintas e os inseticidas domésticos.
Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no organismo do
trabalhador por:
Via respiratória – essa é a principal porta de entrada dos agentes químicos, porque
espiramos continuadamente, e tudo o que está no ar vai direto aos nossos pulmões. Se o produto
químico estiver sob forma sólida ou líquida, normalmente fica retido nos pulmões e provoca, a curto
ou longo prazo, sérias doenças chamadas pneumoconioses, como o edema pulmonar e o câncer dos
pulmões. Se estiver no ar sob forma gasosa, causa maiores problemas de saúde, pois a substância
atravessa os pulmões, entra na corrente sangüínea e aloja-se em diferentes partes do corpo humano,
como no sangue, fígado, rins, medula óssea, cérebro, causando anemias, leucemias, alergias,
irritação das vias respiratórias, asfixia, anestesia, convulsões, paralisias, dores de cabeça, dores
abdominais e sonolência.
Via digestiva – se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou mãos que
ficaram muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias químicas será ingerida
junto com o alimento, atingindo o estômago e provocando sérios riscos à saúde.
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Figura 1.11 – Ilustração – Aparelho Digestivo
Epiderme – essa via de penetração é a mais difícil, mas se o trabalhador estiver desprotegido
e tiver contato com substâncias químicas, havendo deposição no corpo, serão absorvidas pela pele. A
maneira mais comum da penetração pela pele é o manuseio e o contato direto com os produtos
perigosos, como arsênico, álcool, cimento e derivados de petróleo, que causam câncer e doenças de
pele conhecidas como dermatoses.
Via ocular – alguns produtos químicos que permanecem no ar causam irritação nos olhos e
conjuntivite, o que mostra que a penetração dos agentes químicos pode ocorrer também pela vista.
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É importante tomar cuidado com os diferentes produtos químicos empregados nas indústrias
e até em casa. É preciso fazer um levantamento dos produtos químicos que se utiliza, a leitura dos
rótulos das embalagens e informar-se sobre os efeitos que podem provocar no organismo humano.
São microrganismos, ou seja, reduzidíssimos seres vivos não vistos a olho nu, presentes em
alguns ambientes de trabalho, como hospitais, laboratórios de análises clínicas, coleta de lixo, indústria
do couro e fossas. Nessa categoria incluem-se os vírus, as bactérias, os protozoários, os fungos, os
parasitas e os bacilos. Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e pele,
são responsáveis por algumas doenças profissionais.
Como esses microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em ambientes sujos, as
medidas preventivas a tomar são: rigorosa higiene dos locais de trabalho, do corpo e das roupas;
destruição por processos de elevação da temperatura (esterilização) ou uso de cloro; uso de
equipamentos individuais para evitar contato direto com os microrganismos; ventilação permanente e
adequada; controle médico constante, e vacinação, sempre que possível.
A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de trabalho é feita por meio de
retirada de amostras de ar e de água, que serão analisadas em laboratórios especializados. Em
virtude das grandes dificuldades para a realização dessas análises, não existem limites de tolerância
definidos.
Ergonomia é a ciência que busca alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o homem e o seu
ambiente de trabalho. Entretanto, se não existir esse ajuste, teremos a presença de agentes
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(Lesões por esforços repetitivos – LER), e (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao
Trabalho - DORT.).
As doenças que se enquadram neste grupo caracterizam-se por causar fadiga muscular, que
gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos atingidos.
São exemplos de doenças causadas por esforços repetitivos: bursite (inflamação da bursa,
que é uma cápsula contendo líquido lubrificante em seu interior, que reveste algumas articulações);
miosite (inflamação de músculo); tendinite (inflamação dos tendões, que são fibras que unem os
músculos) e tenossinovite (inflamação dos tendões e das articulações).
Há registros de que essas doenças já atacavam os escribas e notários há séculos. Hoje
afetam diversas categorias de profissionais: bancários, metalúrgicos, costureiros, pianistas,
telefonistas, digitadores, empacotadores, enfim, todos os profissionais que realizam movimentos
automáticos e repetitivos.
Contra os males provocados pelos agentes ergonômicos, a melhor arma, como sempre, é a
prevenção: rodízios e descansos constantes; exercícios compensatórios freqüentes para trabalhos
repetitivos; exames médicos periódicos; evitar esforços superiores a 25kg para homens e 12kg para
mulheres; postura correta sentado, em pé, carregando ou levantando peso, como mostra a ilustração
a seguir.
Outros fatores de risco que podem ser encontrados e devem ser eliminados nos ambientes de
trabalho são decorrentes de: falhas de projeto de máquinas, equipamentos, ferramentas, veículos e
prédios; deficiências de layout; iluminação excessiva ou deficiente; uso inadequado de cores;
probabilidade de incêndio ou explosão; armazenamento inadequado de produtos, presença de
animais peçonhentos, e outros.
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2. INSPEÇÃO POR AMOSTRAGEM
A inspeção por amostragem tem aceitação pelas empresas de uma maneira geral, por estar
baseada em normas que são utilizadas para definição de critérios de inspeção.
Aspectos importantes sobre a inspeção por amostragem:
a. O propósito dela não é estimar a qualidade de um lote, mas sim julgá-la.
b. Seu julgamento é o de aceitar ou rejeitar o lote, não preocupando-se em estabelecer
qualquer controle de qualidade.
c. A inspeção por amostragem é como uma ferramenta de auditoria que assegura que a
saída de um processo está conforme os seus requisitos.
Por outro lado, para inspeção 100% o custo é extremamente alto, tecnicamente executável,
porém requer muito tempo para ser feita e nos casos onde existem muitos itens ou produtos a serem
inspecionados a fadiga humana ou variáveis da máquina podem incorrer em erros.
Vantagens da inspeção por amostragem em relação à inspeção 100%:
• pode ter custos menores;
• manipula-se uma menor quantidade de produtos, o que reduz danos;
• utiliza menos inspetores;
• permite a utilização de testes destrutivos;
• diminui os erros de inspeção;
• incentiva ou pressiona o fornecedor a melhorar a qualidade do produto.
Desvantagens da inspeção por amostragem em relação à inspeção 100%:
• risco de aceitar lotes “ruins” e rejeitar lotes “bons”;
• menos informação é gerada sobre os itens ou produtos produzidos;
• menos informação sobre o processo de produção;
• é necessário mais planejamento e documentação que a inspeção 100%.
A inspeção por amostragem é executada a partir de um plano de amostragem previamente
estabelecido.
Nos planos de amostragem para atributos uma amostra é coletada, segundo um critério, e
cada item é avaliado e classificado em conforme e não-conforme. O número de não-conformidades
encontrado na amostra é comparado com o máximo aceitável estabelecido no plano de amostragem,
decidindo-se aceitar ou não o lote.
Nos planos de amostragem para variáveis, a característica de qualidade de cada item da
amostra coletada é medida e ela é expressa por uma estatística e comparada a um valor permissível
pelo plano de amostragem, o que define a aceitação ou não do lote.
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2.1. Normas NQA e QL
O plano de NQA para inspeção por atributos é amplamente adotado no mundo, tornando-se
quase que um padrão de inspeção por amostragem por atributos.
Ele é, na realidade, um sistema de amostragem por aceitação porque tem uma variedade de
sistemas de inspeção por amostragem. A norma estabelece três tipos de amostragens com base no
NQA:
• Amostragem simples;
• Amostragem dupla; e
• Amostragem múltipla.
Para cada um desses tipos de amostragem existem três níveis de severidade:
• Normal;
• Severa; e
• Atenuada.
Inicialmente, adota-se nível de severidade normal. Dependendo do histórico de qualidade do
fornecedor ou processo, o nível pode ser mudado para severa (quando há uma deterioração no
histórico de qualidade) e atenuada (quando o histórico de qualidade vem sendo excepcionalmente
bom).
Existem critérios para julgar o histórico de qualidade com vistas à troca de nível.
A figura a seguir traz essas regras e ilustra como a passagem de nível pode acontecer.
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Figura 2.1 - Critérios e esquema de passagem de níveis de severidade do plano de NQA
Se mais de dez lotes consecutivos ficam no regime de inspeção severa, para-se de utilizar a
Inspeção por Amostragem com base na norma de NQA e analisa-se o processo visando melhoria do
nível de qualidade ou, então, passa-se a utilizar Inspeção 100%, dentro das possibilidades.
Deve-se observar que o valor de NQA pode ser designado em contrato e podem ser adotados
diferentes NQAs, dependendo dos tipos de defeitos.
De acordo com as normas NQA, o tamanho da amostra é determinado pelo tamanho do lote a
ser inspecionado e pela escolha do nível geral de inspeção.
Existem três níveis gerais de inspeção, sendo que o Nível II é designado como normal, o
Nível I requer a metade da quantidade de inspeção do Nível II e é utilizado quando se deseja menos
discriminação, e o Nível III requer duas vezes mais inspeção que o Nível II e, portanto, deve ser
utilizado quando se requer maior discriminação possível.
Existem também outros quatro níveis especiais, denominados S1, S2, S3 e S4. Os níveis
especiais devem ser utilizados somente quando as amostras “inspeção por amostragem por atributos”
forem pequenas e se altos riscos puderem ser tolerados. Esses valores podem ser encontrados nas
tabelas da Norma ABNT 5426. Com o valor de NQA e o tamanho da amostra, os parâmetros a e r do
plano de amostragem são determinados pela norma. As tabelas de NQA são para amostragem
simples, dupla e múltipla e para os níveis de severidade.
O procedimento para utilizar a norma de NQA é o seguinte:
a. Estabelecer o NQA;
b. Determinar o tamanho do lote;
c. Escolher o nível geral de inspeção (I, II, III ou especial);
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d. Determinar a letra na Tabela I;
e. Determinar o tipo de inspeção e o nível de severidade para escolher a tabela
correspondente a eles;
f. De posse da letra e do NQA, encontrar o tamanho do lote (n) e depois os números de
aceitação (a) e rejeição (r);
g. Caso haja mudança no nível de severidade, retornar ao passo c.
Por exemplo, para um lote de dez mil itens foram escolhidos NQA 0,25 e nível geral de
inspeção II. A partir do tamanho do lote, a letra correspondente na Tabela I é L. Adotando inspeção
normal, já que o início da operação plano é inspeção simples, na Tabela II-A com a letra L o tamanho
da amostra (n) é 200 itens. No encontro da coluna de NQA 0,25 e linha da letra L, encontram-se os
valores de a, igual a um item, e r igual dois itens, ou seja, tomando-se uma amostra aleatória de 200
itens de um lote de dez mil, o lote será aceito se o número de não-conformidades for menor ou igual a
um item na amostra.
Caso seja necessário passar para inspeção atenuada, deverá utilizar a Tabela II-C e com a
letra L o tamanho da amostra passa a ser 80 itens, a é zero e r é dois. Quando for encontrado nos
local dos valores de a e r uma seta, adote os valores de a e r indicados ao final da seta.
Os planos de NQA são de diversos tipos como se pode observar, sendo assim, aplicáveis em
inúmeras situações.
Dos vários tipos de inspeção por amostragem disponíveis, os mais comuns são:
• Amostragem simples;
• Amostragem dupla;
• Amostragem múltipla.
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2.4.1. Amostragem simples
Por meio de uma amostragem simples, a decisão sobre aceitar ou rejeitar um lote de itens ou
produtos é tomada após a execução das atividades ilustradas no esquema abaixo:
Na amostragem dupla, a decisão de aceitar ou rejeitar um lote não é tomada após a primeira
amostragem, como ilustrado no fluxograma a seguir. Caso o lote apresente um número de defeitos
maior que a aceitação, uma nova amostra é retirada do lote e uma nova avaliação é feita, somando-
se os números de defeitos encontrados. Após análise, a decisão é tomada para aceitar ou não o lote.
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Figura 2.3 - Esquema geral de amostragem dupla
Como exceção, e caso o histórico do fornecedor apresente uma baixa taxa de defeitos, existe
grandes probabilidades do lote ser aceito após a retirada da primeira amostra. Isso faz com que o
número de itens inspecionados seja menor e, consequentemente, o custo seja menor e a atividade
seja mais rápida. Neste caso, o volume de informação é menor em relação à amostragem simples.
Se o fornecedor apresentar uma alta taxa de defeitos, apesar de encarecer os ensaios, o lote
será rejeitado.
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amostragem múltipla é constituído por três parâmetros: número de aceitação (a), número de
retificação (r) e número de rejeição (d).
O quadro a seguir ilustra o progresso deste tipo de amostragem caso o número no estágio
não supere o número de rejeição (d), ou seja maior que o número de aceitação (a). Neste caso, a
retirada de amostras pode chegar a 100% do lote.
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a. Os lotes devem ser homogêneos: as unidades, que compõem o lote de onde será extraída
a amostra, deverão sempre que possível vir da inspeção por amostragem por atributos de
uma mesma máquina, operada pelo mesmo operador, sob as mesmas condições e
utilizando sempre a mesma matéria-prima.
b. Não deve se acumular produtos ou itens por grandes períodos de tempo, pois poderão
ocorrer variações e a homogeneidade ficará impossível de ser atingida.
c. Grandes lotes são preferíveis a pequenos lotes, devido à economia de custos.
d. Deve-se utilizar informações secundárias, como as cartas de controle do fabricante, a
capacidade do processo e históricos de inspeção, os quais ajudam, principalmente se
forem utilizados de forma constante.
e. Os sistemas de manuseio de materiais devem ser similares tanto no fornecedor quanto no
cliente.
As amostras que formarão os lotes de inspeção devem ser escolhidas de forma aleatória e
representativas do lote. O inspetor que escolhe as amostras dentro de um conjunto deve ser inovador
para evitar possíveis vícios e com isso mascarar a amostra.
Pode se utilizar até um gerador de números aleatórios, ou outro meio qualquer que evite
tendências.
Tendências típicas que podem ser introduzidas na constituição de uma amostra são:
• Amostras retiradas sempre do mesmo local do contenedor;
• Pré-seleção do lote, de forma a retirar aqueles itens que aparentarem estar conformes ou
não-conformes;
• Ignorar partes do lote que sejam inconvenientes ou difíceis de retirar itens;
• Decidir por uma forma de estratificar sem conhecimento suficiente do lote.
A fim de evitar tais vícios e garantir a aleatoriedade na constituição da amostra,
procedimentos devem ser escritos e auditados de forma a garantir o bom andamento da atividade de
inspeção.
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BIBLIOGRAFIA
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______. NBR 5428: Procedimentos estáticos para determinação da validade de inspeção por atributos feita pelos
fornecedores. Rio de Janeiro, 1985. 23p.
FIESP; FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO. Qualidade, Qualidade Ambiental, Higiene e Segurança no Trabalho.
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MARTINS, Roberto Antonio. Inspeção por Amostragem. São Carlos: UFSCar, 2002. 30p.
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