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O HUMANISMO NO PERÍODO MODERNO

RENÉ DESCARTES (1596-1650) – O TRIUFO DO SUBJETIVISMO

1- VIDA

2 – A QUEDA DO SISTEMA MEDIEVAL

3 – AS REGRAS DA MORAL PROVISÓRIA

4 – AS REGRAS DO MÉTODO

5 – A DÚVIDA METÓDICA

6 – UM NOVO DUALISMO

7 – O SUJEITO COMO FUNDAMENTO DA VERDADE

1- VIDA

Descartes (1596-1650) fez seus estudos básicos no colégio Jesuíta La Flèche (ratio studiorum: 6
anos de estudos humanísticos e três anos de matemática e teologia) de 1607 a 1615.

Foi em seguida para a Universidade de Poitiers e formou-se em Direito.

Em 1618 (início da guerra dos 30 anos) alistou-se no exercito de Maurício de Nassau No


conflito dos holandeses com os espanhóis. (Nassau veio para cá 19 anos depois e governou o
Recife de 1637-1644)

Estabeleceu-se na Holanda, pela tolerância e liberdade que pôde encontrar e la produziu uma
significativa parte de sua obra.

Em 1649, em meio a desagradáveis transtornos por conta de seus escritos, aceitou o convite
da rainha Cristina, da Suécia, para ser seu preceptor.

Em 1650, um ano depois, desenvolveu pneumonia e morreu.

2 – A QUEDA DO SISTEMA MEDIEVAL

a) Fim do geocentrísmo: comprovação do heliocentrísmo (1609-1610)

b) O mundo supra lunar não é perfeito

c) Não existem as estrelas fixas


3 – AS REGRAS DA MORAL PROVISÓRIA

a) Descartes decide colocar tudo em dúvida e embarcar na pesquisa em busca de uma verdade
clara e evidente.

b) Duvidar de tudo, até que possa encontrar uma verdade sólida, clara e evidente, capaz de
resistir a toda e qualquer dúvida.

c) Mas para isso será preciso uma moral provisória, que possa guiar seu comportamento até
que encontre uma verdade fundamental.

d) Moral provisória: ter uma moral é necessário. Se pode escolher uma moral, mas não se
pode evitar ter uma moral. Toda atitude humana leva a uma moral (aceitável ou não). “Não ter
uma moral” (dentre as que predominam), não significa “não ter uma moral”.

e) Moral: →ética

→ conduta dirigida por normas ou costumes vigentes. Ex. Moral moderna, antiga..

Ética: meios → fim, busca o ideal a ser atingido na conduta humana

→ O que move a conduta humana, busca os motivos ou as causas da conduta humana

f) PRIMEIRA REGRA DA MORAL PROVISÓRIA: “Obedecer às leis e aos costumes do meu país,
observando constantemente a religião em que deus me deu a graça de ser instruído desde a
infância e conduzindo-me em todas as outras coisas segundo as opiniões mais moderadas e
mais distantes de extremismos”.

g) SEGUNDA REGRA DA MORAL PROVISÓRIA: “perseverar firme em minhas ações, não


deixando de seguir com a mesma constância as opiniões mais duvidosas a que me propus”.

h) TERCEIRA REGRA DA MORAL PROVISÓRIA: “Esforçar-me sempre para vencer muito a mim
do que ao destino e para mudar muito a mim que ao mundo, acreditando sempre que nada
está inteiramente em meu poder, exceto meus pensamentos”.

i) QUARTA REGRA DA MORAL PROVISÓRIA: “Dedicar-me a cultivar minha razão e progredir no


meu conhecimento o máximo possível, seguindo o método que abracei.

4 – AS REGRAS DO MÉTODO

a) PRIMEIRA REGRA DO MÉTODO – Regra da Evidência: Não acatar como verdadeiro senão
aquilo que for evidente, ou seja, evitando toda precipitação, acolher como verdadeiro
somente aquilo que se apresente clara e distintamente diante da mente, a ponto de excluir
qualquer dúvida possível.

b) SEGUNDA REGRA DO MÉTODO – Regra da divisão exaustiva: dividir cada problema


investigado em tantas partes quantas forem possíveis e necessárias para encontrar a solução.
c) TERCEIRA REGRA DO MÉTODO – Regra da síntese: conduzir com ordem o pensamento,
começando pelas partes mais simples e mais fáceis de conhecer, para elevar-se até o
conhecimento mais complexo e fazer a síntese dos elementos em que foi decomposta a
realidade complexa investigada.

d) QUARTA REGRA DO MÉTODO – Regra da enumeração completa: impedindo qualquer


precipitação, verificar cada passo e certificar-se que sempre de fazer uma enumeração tão
completa e geral que estar seguro de não ter omitido nada.

5 – A DÚVIDA METÓDICA

a) É possível duvidar dos sentidos: os sentidos enganam

b) É possível duvidar da razão: Os raciocínios podem virar paralogismos

P1: Nenhum político é honesto.

P2. Nenhum Juiz é político.

Logo, nenhum juiz é honesto.

(! – Não se pode tirar uma conclusão válida de um silogismo com duas premissas negativas)

c) Mas, não é possível duvidar da própria dúvida:

Quanto mais duvido que estou duvidando, mas afirmo que é verdade que estou duvidando.

E se é verdade que estou duvidando, então, é verdade que estou pensando. Quanto mais
duvido se estou pensando mais percebo que estou pensando.

E se estou pensando, então, é verdade que existo. Quanto mais duvido que existo, mas
percebo que continuo a existir.

Essa é a verdade fundamental, a verdade que resiste a qualquer dúvida:

PENSO, LOGO EXISTO.

6 – UM NOVO DUALISMO

a) Mas “quem” duvida? O “eu” ou o “corpo”? Quem duvida é o “eu”, a substância pensante. O
corpo é apenas uma substância extensa.

b) Substância extensa: é o mundo material, do qual faz parte o corpo humano. Suas
propriedades são extensão e quantidade.

c) Substância pensante: é alma humana.

d) Não há um intermediário entre a substância extensa e a substância pensante, e vice versa.

e) O corpo do SH, os animais e o mundo extenso todo são máquinas ou “autômatos”. Aquilo
que chamam “vida” nada mais é do que o movimento dos elementos constitutivos de um
corpo.
f) A vida é um processo mecânico, a alma é o pensamento. Portanto, não há alma vegetativa
ou animal, se houvesse, animais e plantas teriam a palavra.

7 – O SUJEITO HUMANO COMO FUNDAMENTO DA VERDADE

a) No SH as duas substâncias (pensante e extensa) se encontram. Tudo na natureza tem


apenas uma substância, menos o SH. No SH a alma não é a vida, a vida é um processo
mecânico, a alma é o pensamento.

b) O conhecimento do mundo: - A única propriedade clara e distinta que a substância pensante


tem do mundo é a extensão. A extensão é a essência do mundo. As outras propriedades e tudo
o mais que a substância pensante conhece do mundo é subjetivo. É a aplicação (clara ou não)
que o SH faz das ideias que ele conhece.

c) O conhecimento das ideias

- Inatas: a substância pensante já nasce com elas;

- Adventícias: a substância pensante adquire a partir do mundo;

- Factícias: a substância pensante produz por sua operação própria.

d) A ética: é possível evitar o erro

As ações do SH brotam das

- Paixões, emoções, sentimentos.

- Razão.

- O erro acontece porque o SH age ou julga a partir daquilo aquilo que não conhece clara e
distintamente na razão e a partir das paixões, emoções ou sentimentos.

- A vontade pode evitar o erro se ela e abstém de julgar aquilo que a razão não conhece
claramente ou de agir movida por aquilo que não conhece.

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