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EXEGESE

O que é exegese?

A palavra Exegese, do grego eksegesis, cujo significado é “explicar, interpretar, contar,


descrever, relatar”. Significa, segundo o contexto, narrativa, explicação, interpretação. O
prefixo ex (“fora de, para fora ou de”) refere-se à ideia de que o intérprete está
tentando derivar seu entendimento do texto, em vez de ler seu significado no
(“para dentro”) texto (Eisegese). A exegese tem como objetivo descobrir o significado
original que foi pretendido (do texto para a pessoa).

Uma exegese é um estudo analítico completo de uma passagem bíblica, feito de tal forma que
se chega à sua interpretação útil. A exegese é uma tarefa teológica, mas não mística. Existem
certas regras básicas e padrões sobre como fazê-la, embora os resultados possam variar em
aparência, uma vez que as próprias passagens bíblicas variam bastante entre si.

Exegese, portanto, responde à seguinte questão: Qual era o significado que o autor bíblico
queria comunicar? Exegese refere-se tanto ao que ele disse (o contexto propriamente dito)
quanto à por que ele o disse num determinado lugar (o contexto literário) — na medida em
que isso pode ser descoberto, dada nossa distância em tempo, linguagem e cultura. Além
disso, a exegese ocupa-se, fundamentalmente, com a intencionalidade: O que o autor bíblico
tencionava que seus leitores originais compreendessem?

Para que seja feita uma boa exegese das Escrituras Sagradas, é necessário que haja a total
aceitação que a Bíblia é a Palavra de Deus. Ela não contem a Palavra de Deus. Ela é a Palavra
do Deus vivo. Uma crença verdadeira que ela é inerrante, imutável e inspirada pelo o Espírito
de Deus. Temos visto que muitos seguidores da teologia liberal afirmam que a bíblia é um livro
em descrédito e passiva de questionamento. Além da crença na bíblia como palavra de Deus
inerrante, imutável e inspirada, a boa exegese deve ser acompanhada de uma vida espiritual
saudável e fiel a Deus. Sem uma vida espiritual correta não há boa exegese.
Quatros princípios devemos levar em consideração quando fazemos um exegese
corretamente: Princípios gerais, gramaticais, históricos e teológicos.

1- Princípios Gerais da Interpretação.

1.1 A Bíblia tem autoridade.


Os princípios gerais correspondem a uma matéria global da interpretação. A Bíblia é o
Supremos Tribunal de recursos. A autoridade tem a ver com a vontade, com a obediência e
com o fazer. A inspiração relaciona-se com o intelecto, o entendimento e o conhecimento.

Você pode estudar a inspiração da Bíblia como tópico separado, mas somente saberá que a
Bíblia é a palavra de Deus inspirada quando se colocar soba autoridade dela. Na Bíblia a sua
autoridade é expressa de várias maneiras. Cabe a nós intérpretes, saber que devemos ou não
aplicarmos em nossas vidas. Encontramos passagens que muitas vezes não aprovam ou
reprovam, mas temos que usar a lógica e o discernimento para sabermos qual é a vontade de
Deus.

Precisamos ter uma compreensão correta da autoridade da Bíblia, para que a nossa
abordagem seja feita com boa vontade em submissão as Escrituras.

Ao Cristão a Bíblia é autoridade suprema.

1.2. A Bíblia interpreta a Bíblia: Ela mesmo se interpreta.

O diabo foi o primeiro a torcer as Escrituras (Gn. 3. 1-5). Ele reconheceu as palavras proferidas
por Deus como verdadeiras, mas propositalmente deu a elas um sentido a mais que não
existia. Ele interpretou de acordo como lhe convinha para o propósito desejado. Ele cometeu
dois erros comuns que acontecem em nossos dias: omissão e acréscimo.

Omissão – citar só a parte que lhe convém e deixar de lado o restante. O Senhor disse a Adão:
“Certamente morrerás” (Gn. 3.3). Existem dois tipos de mortes na Bíblia, física e espiritual. A
física é a alma que separa-se do corpo. A morte espiritual é a alma separada de Deus. A
serpente omitiu propositalmente a morte espiritual quando disse a Eva: “É certo que não
morrereis” (3.4).

Acréscimo – dizer mais do que a Bíblia diz. Veja que Eva acrescentou aquilo que Deus não
falou: “Nem tocareis nela” (Gn. 3.3). Muitos torcem a Escritura acrescentando aquilo que nela
não contem para um fim que só eles mesmos desejam.

Quando lemos a Bíblia deixemos ela falar. Deixemos ela ter toda a primazia. A Bíblia não
precisa de mim e de você para ser relevante. Não possuímos o poder de tirar ou acrescentar
algo a ela. Ao estudar um capítulo ou parágrafo, o contexto é o primeiro lugar em que você
procura a interpretação.

A Bíblia se interpreta a si mesma.

1.3. A fé salvadora e o Espírito Santo são necessários para compreendemos interpretamos


corretamente as Escrituras.

O diabo faz tudo que está ao seu alcance para afastar as pessoas da verdadeira compreensão
das Escrituras. Ele cega o entendimento das pessoas para que não entendam qual seja a
vontade de Deus para as suas vidas (2 Co. 4.4).

Muitas barreiras são impostas entre o Cristão e o Não-Cristão para que haja dificuldade na
comunicação das Escrituras, como bem diz o Apóstolo Paulo: “Ora, o homem natural não
compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode
entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co. 2.14). Precisamos estudar
a Bíblia com profundo senso de obediência ao Espírito Santo, cientes de que Ele é aquele que
“Vos guiará a toda a verdade” (João 16.13).

É possível compreender a autoridade da Bíblia, e está cego espiritualmente. Muitas seitas


dizem que a sua fé está na Bíblia, mas logos vemos que erra na interpretação das Escrituras,
por exemplo: Os Testemunhas de Jeová e os Mórmons. Antes torcem o sentido das Escrituras
para consubstanciar as suas próprias posições.

“Ser Cristão não é garantia de que você interpretará com precisão todas as passagens, mas é
fundamental confiar no Espírito Santo para entender adequadamente a verdade espiritual”.
(Walter A. Henrichsen).

1.4. Interprete a experiência pessoal à luz da Escritura, e não a Escritura à luz da experiência
pessoal.

Ao ler o Novo Testamento você descobre que ele contém dois tipos de literatura – Narrativa e
Instrutiva ou Didática.

(A maior parte do Apocalipse e certas porções dos Evangelhos podem ser classificados como
proféticas). As partes d narrativas traçam a vida do Senhor Jesus nos quatro evangelhos, e a
história da igreja primitiva no livro de Atos. As Epístolas em grande parte foram escritas para
instruir os membros daquelas primeiras igrejas sobre como viver a vida cristã.

Ao estudar as didáticas você descobre que a Escritura não diz que, porque tal coisa aconteceu,
isso tem de ser verdade. Por exemplo, o Novo Testamento não ensina que, porque Jesus
ressurgiu dos mortos, Ele é o filho de Deus. Antes, porque Ele é o filho de Deus, ressurgiu dos
mortos.
Os acontecimentos que se desdobram através da Bíblia toda são interpretados como base no
que Deus afirma que é verdade, e não vice-versa. Há diversas pessoas no livro de Atos que
encontraram o Espírito Santo, mas vemos que não formularam doutrinas baseadas em seus
encontros. A doutrina deve estar formulada na Bíblia, e não em um pensamento, sonho, visão
ou qualquer que seja a minha experiência.

As porções didáticas fala sobre o uso das línguas estranhas. As passagens mais expressivas
encontramos em 1 Coríntios de 12-14. Nestas passagens Paulo alerta aos irmãos ao uso e
controle dos dons para a edificação de toda a igreja. É como se ele dissesse: “Não coloque as
suas experiências acima da Palavra de Deus”. Paulo enfatiza bastante a procura e o uso dos
dons espirituais, mas com zelo e amor.

As nossas experiências pessoais devem ser submetidas e interpretadas à luz da Palavra de


Deus, e não o contrário. Nunca submeta a Escritura a você, antes submeta-se totalmente a ela.

De forma alguma anulamos a experiência, pois a experiência confirma a doutrina. Somos


salvos pela a experiência que tivemos com o Senhor. Contemplamos o agir do Espírito Santo
em nossas vidas muitas vezes através das experiências, mas não damos forma a doutrina da
salvação pela a experiência.

Muitas vezes vemos na Bíblia que é feita uma afirmação e se segue uma experiência para
confirmar a sua validade. Vemos o exemplo do Profeta Elias quando ele disse que segundo a
sua palavra não iria chover em Israel, e Deus confirmou a palavra do profeta confirmando o
seu ministério (1 Reis 17.1). A afirmação seguiu-se a experiência. A experiência é pessoal é algo
importante na vida cristã, mas temos que deixa-la no seu devido lugar.

Aprendemos com a experiência, mas não julgamos a Bíblia a partir dela, sim a experiência a
partir da Bíblia. Deixe que a Bíblia interprete a sua experiência.

1.5. Os exemplos bíblicos só tem autoridade quando amparados por uma ordem.

Ao ler a Bíblia fica evidente que não devemos seguir o exemplo de cada pessoa que
encontramos. Não somos obrigados a seguir o exemplo de Pedro negando Jesus. Não somos
obrigados a seguir o exemplo de Davi com várias mulheres.

Pode parecer simples, mas a Bíblia está repleta de exemplos que são dignos de imitação. Se o
exemplo tem o apoio de uma ordem bíblia devemos seguir, se não, fica claro que não devemos
seguir.

Jesus Cristo é o maior exemplo na Bíblia que devemos seguir como homem perfeito. Exemplo
de caráter, amor, piedade, compaixão e etc. Mas claro que certas coisas em Jesus que não são
uma ordem, são livres de autoridade. Ex: Jesus foi solteiro, mas não há ordenança bíblica para
que também sejamos solteiros até o ultimo dia de nossas vidas. Pelo contrário, a Bíblia exalta e
muito a união conjugal entre um homem e uma mulher. Sabemos temos que vivermos em
amor e compaixão uns com os outros, pois isso Ele ordenou na sua palavra: "Um novo
mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns
aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos
outros" (João 13.34,35).

Um exemplo bíblico pode ser rica fonte de aplicações a sua vida. Por exemplo, você pode estar
lendo e meditando na Palavra do Senhor no Evangelho de Marco capítulo 1 verso 35: “De
madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar
deserto, onde ficou orando” (Marcos 1.35). Você guarda no seu coração o exemplo de Jesus
levantando logo cedo pela manhã para ir orar, e a partir desse momento você começa a
praticar constantemente a oração pela manhã seguindo o exemplo de nosso Senhor. Agora o
que não pode acontecer é aplicar esse exemplo a vida das outras pessoas, chegando a quase
atingir o erro de criar uma ordem bíblica. A Bíblia não nos diz qual o horário correto para
orarmos. Todo horário é livre para a oração (1 Ts. 5.17).

O crente é livre pra fazer qualquer coisa que a Bíblia não proíba. Um exemplo disso são as
atividades na igreja. Grupos e departamentos na casa da Senhor. A Bíblia estabelece limite
sobre o que não se pode fazer, não sobre o que pode. O Espírito Santo usa a Bíblia para guiar e
dirigir o homem na sua caminhada cristã. Quando nos deixamos ser guiados pela a Escritura a
nossa vida começa a desfrutar de um processo de maior intimidade e amor a Deus.

A Bíblia é a nossa única regra de fé e de conduta.

1.6. O propósito primário da Bíblia é mudar as nossas vidas, não aumentar nosso
conhecimento.

Quando o Espírito Santo superintendeu a Escritura, seu propósito era que nós que lemos,
aprendamos e apliquemos os seus ensinamentos em nossas vidas. A própria Bíblia afirma que
esse é o propósito. De maneira notável o Senhor nos mostra nas páginas da Bíblia os fracassos
e as fraquezas, como também as vitórias e pontos fortes do seu povo para que possamos
aprender com cada um deles.

Precisamos entender e aplicar a Bíblia em nossas vidas. Não adianta entender sem aplicar.
Muitos pensam que por entender a Escritura tudo está bem, mas ao longo da Bíblia e da
história vemos que não adianta entender sem aplicar no coração. Satanás conhece e cita a
Bíblia, mas não aplica na sua vida deixando de ser tocado por ela (Mat. 4.6).

A Bíblia foi nos dada para que vivamos em santidade e intimidade com Deus, para que
possamos nos livrar da corrupção que há no mundo (2 Pe. 1.4). Paulo afirmou: “Toda a
Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para
instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para
toda a boa obra” (2 Tim. 3:16,17).

Devemos tomar alguns cuidados na aplicação de algumas passagens da Bíblia em nosso


cotidiano:

1. Algumas passagens não devem ser aplicadas da mesma forma que elas foram aplicadas no
seu contexto.

Algumas passagens do Antigo Testamento devem ser analisadas de maneira cuidadosa na hora
da aplicação. Muitas delas expõem princípios que devem ser aplicadas aos nossos dias, outras
já não se fazem tão necessárias. Por exemplo, os ritos e modelo de adoração da Antiga Aliança
foram cumpridos em Cristo e hoje a adoração a Deus torna-se específica a cada cristão, e não
depende de um sacerdote ou cordeiro, pois Jesus se fez cordeiro e se entregou como sacrifício
perfeito por nós. A Bíblia afirma: “Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a
Deus um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome” (Heb. 13.15).

2. Quando você aplicar uma passagem, deverá fazê-lo em harmonia com a interpretação
correta.
Todas as partes da Bíblia são aplicáveis a você, todavia a interpretação correta é essencial,
antes de procurar fazer a aplicação. Tenha o cuidado correto de fazer a interpretação, depois
devotamente a aplicação. Para que haja uma boa aplicação é necessário que haja uma
interpretação coerente.

Muitas aplicações são feitas de maneira tendenciosa ou com má intenção, por isso uma
interpretação feita corretamente levará a uma aplicação ainda mais profunda.

1.7. Cada Cristão tem o direito e a responsabilidade de investigar e interpretar pessoalmente


a Palavra de Deus.

Este princípio foi um dos pilares da Reforma Protestante liderada por Martinho Lutero no
século XVI. Somente a igreja católica era quem tinha acesso as Escrituras e interpretavam da
sua maneira colocando a tradição da igreja acima da Bíblia. O povo pobre não tinha acesso a
Escritura sob o argumento que a Bíblia foi feita para a igreja e só ela juntamente com o seu
clero tinha acesso as suas páginas.

Hoje vivemos um contexto diferente em um certo sentido. Na época da reforma protestante o


povo não conhecia a Bíblia porque não tinham acesso a ela, hoje tem acesso e não conhecem
simplesmente por negligencia. Temos muitas versões e comparações que facilitam a
interpretação para todos, mesmo assim a tarefa de interpretar mais a fundo a Escritura fica
nas mãos dos teólogos.

O Espírito Santo e a graça que o Senhor nos deu evidenciam que cada cristão pode ser um
intérprete da Escritura. Jesus Cristo disse que o sinal distinto do seu discípulo é que ele
permaneça “em minha Palavra” (João 8.31). Paulo também enfatizou a importância da Palavra
na vida de cada crente: “Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e
aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos
espirituais com gratidão a Deus em seus corações” (Col. 3:16).

Muitas vezes o nosso estudo em profundida da Bíblia não nos trará clareza. Algumas vezes
teremos mais perguntas do que respostas. Não devemos desanimar por ficarmos sem
respostas algumas vezes, mas compreendermos que quando não entendemos os mistérios da
fé e aceitamos isso, é um sinal de maturidade espiritual.

Quando você estudar muito a Palavra de Deus e obtiver uma interpretação diferente das
demais até então conhecidas. Por acaso só você tem essa interpretação, lhe digo uma coisa:
CUIDADO! Qualquer conclusão que você chegue que seja diferente da posição evangélica
histórica, considere-a suspeita. Quando você estudar mais profundamente verás que errou.

Não descanse somente na pregação fiel de seu pastor. Se o seu pastor é um pastor bíblico e
comprometido com a Escritura você será muito bem alimentado, mas não viva somente
dependente do seu pastor na interpretação da Palavra. Tenha o seu devocional e estudo da
Palavra de Deus para que além de você ser alimentado pelo o seu pastor, você também possa
comparar a sua interpretação com a dele. Sigamos o exemplo da igreja de Bereia que era uma
igreja bíblica que examinava todos os dias as Escrituras para terem a certeza se aquilo que
ouviam era realmente a Palavra de Deus (Atos 17. 11). Ouça atentamente a Palavra e depois
estude-a para formar suas próprias convicções.

Há um problema quando o cristão se torna simplesmente um ouvinte não conhecedor da


Palavra. Ele é facilmente manipulado e levado por ventos de todos os tipos de doutrinas. A sua
convicção não é proveniente da sua intimidade com a Palavra, mas proveniente de alguém.
Devemos ter nossas próprias convicções quanto a Palavra de Deus, e que essas convicções
possam estar em conformidade comas Doutrinas Bíblicas.

O aprofundamento nas Escrituras transformam simples pensamentos em convicções sólidas e


bem fundamentadas. O trabalho da interpretação bíblica não só para teólogos ou pastores,
mas para todo servo de Deus que segue a sua Palavra. Muitos motivados pela preguiça não se
esmeram no estudo da Palavra com a desculpa de que estudar esfria o crente. Um argumento
ultrapassado que não condiz com a realidade, pois o verdadeiro fervor vem de uma intimidade
com Deus e a sua Palavra.

1.8. A história da igreja é importante, mas não decisiva na interpretação da Escritura.

A autoridade da razão e da tradição devem estar submissas a autoridade das Escrituras


Sagradas. Muitas das doutrinas bíblicas que conhecemos hoje devemos a história da igreja por
ter nos dado tudo isso até aqui.

A igreja não determina o que a Bíblia ensina: a Bíblia determina o que a igreja ensina.

Na era medieval principalmente, vemos alguns equívocos cometido pela a igreja em


decorrência da má interpretação da Bíblia de forma desarmoniosa com o seu significado. A
igreja interpretou Maria como mãe de Deus e digna de ser adorada. A igreja instituiu o
celibatário aos padres. Tudo isso veio da igreja e não da Bíblia. As interpretações da igreja
devem ser julgadas e analisadas à luz da Bíblia. A Bíblia está acima da igreja e da tradição,
como foi pregado na reforma protestante.

A igreja teve e tem o seu papel importante na história da interpretação da Bíblia, devemos
reconhecer que grandes homens de Deus deram o máximo de si para que pudéssemos ter a
compreensão melhor da Escritura. Conheça a história e aprenda dos assuntos atuais, mas não
esqueça que a Bíblia é árbitro em todas as questões de fé e prática.

1.9. As promessas de Deus na Bíblia toda estão disponíveis ao Espírito Santo a favor dos
crentes de todas as gerações.

Deus revela sua vontade na vida dos homens por meio das suas promessas. Muitos reclamam
promessas para si, e isso necessita de muito cuidado. O problema não são as promessas em si,
mas saber qual é a vontade de Deus. Muitos exigem promessas para si sem antes saberem
qual é a vontade de Deus para as suas vidas.

Assim como é essencial que você interprete corretamente a Palavra de Deus antes de aplicá-la,
também é de tamanha importância interpretar corretamente a promessa antes de aplicá-la. Se
não tiver cuidado pode nascer muitas fantasias oriundas de má interpretação das promessas.
Deus nos deu as suas promessas para que no devido tempo haja conforto e virtude, vindo
diretamente dEle aos seus filhos que nEle confiam.

No entanto, muitas vezes as pessoas usam as promessas para tentarem levar Deus a fazer a
sua vontade. Utilizam-se de textos e versículos isolados para que aquela promessa tenha valia
para o seu contexto, contundo quando percebem que não se cumpre tal promessa chegam até
a abandonar a fé. Você frustra os propósitos da promessa quando coloca Deus para servi-lo do
seu modo.

Promessa é compromisso de Deus em fazer alguma coisa, e requer a sua resposta em forma de
fé e obediência. As promessas de Deus constituem o fundamento da fé. Sem promessa você
não tem base para pedir. Com a promessa você responde pela fé. Quando você pela fé
responde a promessa de Deus, sua vontade é feita e Ele é glorificado.

2 – Princípios Gramaticais da Interpretação.


Os princípios gramaticais tratam das palavras contidas no texto propriamente ditas.

2.1. A Escritura tem somente um sentido, e deve ser tomada literalmente.

Quando uma pessoa séria escreve algo, ela deseja passar somente um sentido no texto e não
diversos. Devemos analisarmos atentamente a Bíblia para entendermos o sentido que de fato
ela está passando aos leitores.

Muitos tiram as palavras do seu sentido claro e objetivo, e passam a interpretar da maneira
que lhe agrada para que assim possa “suavizar” o Evangelho. Por exemplo, a palavra Redenção
é tirada do seu sentido escriturístico de o homem ser salvo do pecado e do castigo. Em vez
disso, usam uma “conotação” diferente da empregada no texto Bíblico para ensinar que o
homem deve viver melhor socialmente e culturalmente.

Para comunicar, você precisa presumir: 1- O verdadeiro propósito da Palavra é transmitir o


pensamento. 2- A língua é um meio de comunicação digna de confiança.

Portanto, o meio de interpretação literal, no contexto, é a única interpretação verdadeira. Se


você não atentar para isso, estará abrindo a sua mente para todo tipo de fantasia.

Avalie os seus motivos quando você encontrar um texto que necessite de uma interpretação
literal, e você não interpretar aquele texto literalmente.

Responda algumas perguntas:

1. Estarei em dúvida que esta passagem é literal porque não quero obedece-la?

Quando Paulo diz: “permaneçam as mulheres em silêncio nas igrejas, pois não lhes é permitido
falar; antes permaneçam em submissão, como diz a lei (1 Coríntios 14.34). Você afirma que
isso era questão cultural dos dias de Paulo e por isso não cabe a aplicação aos nossos dias.
Você responde baseada no seu desejo de não obedecer a Palavra, ou com o desejo sincero de
obedecer a Deus e aos seus ensinamentos? Se a sua resposta for a primeira, cuidado com
aquilo que você está crendo. Se for a segunda, seja livre para estudar mais a Palavra de Deus e
verificar as regras da interpretação para solidificar mais a sua conclusão.

2. Estarei interpretando essa passagem figuradamente porque ela não se encaixa na minha
tendência teológica?

No Antigo Testamento vemos uma passagem que as vezes choca algumas pessoas: “De Jericó
Eliseu foi para Betel. No caminho, alguns meninos que vinham da cidade começaram a caçoar
dele, gritando: "Suma daqui, careca! ". Voltando-se, olhou para eles e os amaldiçoou em nome
do Senhor. Então, duas ursas saíram do bosque e despedaçaram quarenta e dois meninos” (2
Reis 2:23,24). A reação de alguns é não entender como um Deus amoroso misericordioso
permite isso? Você tenta encaixar tudo isso na sua cabeça de modo que não fira imagem que
você tem de Deus. Se a sua conclusão é o resultado de uma tentativa de adequar Deus como
você quer que Ele se adeque, então mais uma vez a sua interpretação está errada. Você é
servo de Deus. A sua tarefa é entender quem Ele é e o que Ele faz. O objetivo de seu estudo da
Bíblia não é confirmar tudo aquilo o que você diz sobre Deus, mas sim confirmar quem
realmente Ele é.

Nenhuma afirmação pode ser considerada como tendo mais de um sentido. Nenhuma palavra
de acordo como ela foi escrita pode significar mais de uma coisa. A palavra pode variar de
sentido quando for repetida em uma mesma sentença.

Quando uma passagem ou palavra parece ter mais de um sentido, escolha a interpretação
mais clara. O significado mais óbvio geralmente é o mais correto. Quando você compulsão em
interpretar alguma passagem que lhe chame bastante a atenção, lembre-se dessa regra: A
Escritura tem somente um sentido, e deve ser tomada literalmente.

2.2. Interprete as palavras no sentido que tinham no tempo do autor.

Definir o correto sentido das palavras hoje em dia, não é uma tarefa muito difícil. Temos em
nossas mão várias traduções e versões da Bíblia, como também dicionários bíblicos que nos
ajudam muito nessa tarefa.

Quando estudar uma passagem nunca pule uma palavra que você não conheça. Uma ideia
errônea a respeito de uma palavra pode comprometer toda a interpretação do texto.

Quando você estudar uma palavra em particular, deverá determinar quatro coisas:

1. O uso que o escritor fez dela. Se a palavra é central para o pensamento do escritor no livro
todo, poderá revelar-se de maior utilidade. Por exemplo, a palavra pecado é importante para o
Apóstolo João, e quando for estuda a forma que é empregada por ele na sua primeira epístola,
ajudará a compreender todo o livro.

2. Sua relação com o contexto imediato. Quase sempre o contexto lhe dirá muita coisa sobre
a palavra. Sempre é necessário o estudo do contexto para que haja uma melhor compreensão
e interpretação da passagem.

3. Seu uso corrente na época em que foi escrita. Isto é mais técnico. Algumas traduções são
mais corretas no uso das palavras, mas faz-se necessário o auxílio de bons comentários
bíblicos.

4. Seu sentido etimológico. Este modo de estudo é para um estudante mais avançado.
Contundo, determinar o sentido etimológico não é o estudo mais avançado, por isso você não
deve desanimar se não conseguir fazer isso. Use mais de uma versão da Bíblia. Temos em
nossas mãos traduções confiáveis: Almeida Revista e Corrigida (ARC), Almeida Revista e
Atualizada (ARA), Nova Versão Internacional (NVI), Nova Versão Transformador (NVT).

O propósito do estudo etimológico da palavra é para você compreender mais qual era
intenção do autor, e o motivo porque aquela palavra está ali. Compreender o pensamento do
autor, não o que eu acho que ele diz.

2.3. Interprete a palavra em relação à sua sentença e ao seu contexto.

Usaremos alguns exemplos para a melhor compreensão.

A palavra fé dependendo do seu contexto pode ter vários sentidos e significados. Quando
Paulo diz: Apenas ouviam dizer: "Aquele que antes nos perseguia, agora está anunciando a fé
que outrora procurava destruir" (Gálatas 1:23). Estudando o contexto você observa que fé
significa: “a doutrina do Evangelho”.
Aos Romanos Paulo escreve: “Mas aquele que tem dúvida é condenado se comer, porque não
come com fé; e tudo o que não provém da fé é pecado” (Romanos 14:23). Aqui o contexto leva
a concluir que fé significa “convicção de que é isto que Deus quer que você faça”. As diferenças
são suficientemente significativas para notarmos, a fim de compreender o que Paulo está
dizendo.

Os manuscritos antigos da Bíblia dos quais fazemos nossas traduções, não tem sinais de
pontuação. Não há pontos, vírgulas, parágrafos, versículos e capítulos. Tudo isso foi
introduzido pelos os tradutores para que haja maior clareza e compreensão do que for
estudado. Não esquecendo disso devemos entender que nesse sempre o contexto se remete
apenas ao capítulo estudado. Algumas vezes o contexto pode estar no capítulo anterior ou no
capítulo posterior.

2.4. Interpreta a passagem em harmonia com o seu contexto.

Cada escritor da Bíblia teve uma razão particular para escrever cada livro. Você precisa
encontrar o sentido geral do livro, para que possa determinar os sentidos particulares de
palavras ou passagens no livro.

Faça essas quatros perguntas:

1. Como essa passagem se relaciona com o material circunvizinho?

2. Como se relaciona com o restante do livro?

3. Como se relaciona com a Bíblia como um todo?

4. Como se relaciona com a cultura e com o quadro de fundo que foi escrita?

Responder essas quatros questões é muito importante quando você se depara com passagens
difíceis. Ex: (1 João 3.6-10).

Observemos nos Evangelhos que cada um deles dão uma ênfase diferente sobre Jesus:

Em Mateus Jesus é Rei – Ele é aquele profetizado no Antigo Testamento. Aquele em quem
todo o Antigo Testamento aponta.

Em Marcos vemos Jesus como servo – No Evangelho não menciona a genealogia de Jesus. A
quem interessa a genealogia de um servo?

Em Lucas vemos Jesus como o Filho do Homem – Sua humanidade é narrada com grande
ênfase.

Em João, Jesus é o Filho de Deus – O Evangelho começa relatando Ele como eterno: “No
princípio era o Verbo, e o Verbo era Deus” (João 1.1).

2.5. Sentido figurado em objeto inanimado.

Devemos ter atenção para algumas passagens para compreender quando o sentido é figurado,
ao invés de literal. Por exemplo, a Santa Ceia do Senhor até hoje é motivo de questionamento
se o pão e o cálice referentes ao corpo e ao sangue do Senhor, devem ser entendidos
figuradamente ou literalmente? A igreja até hoje se divide sobre isso. Você deve ler as
passagens paralelas, ler o que os outros creem quanto ao sentido do uso e por quê, e então
formar as suas próprias convicções. Der lugar também a tolerância para com a convicção dos
outros quanto ao sentido da comunhão.
Na maioria das vezes o contexto lhe dirá se o objeto é inanimado, ou se possui algum tipo de
ação.

2.6. As principais partes e figuras de uma parábola representam certas realidades. Não vá
além dessas realidades quando você tirar suas conclusões.

Quando você estudar uma parábola, não estenda o propósito dela além da intenção do autor.
Cada parábola foi escrita em certo contexto para cada situação específica.

Quando você interpretar alguma parábola siga este processo:

1. Determine o propósito da parábola. Procure o contexto em que foi proferida cada


parábola, para que você possa compreender o sentido.

2. Certifique-se de que explica as diferentes partes em harmonia com o fim principal. Analise
as partes diferentes da parábola e harmonize para que haja um sentido coerente no final.

3. Use somente as partes principais da parábola ao explicar uma lição. É quando as pessoas
tentam interpretar os pormenores que os erros podem aparecer facilmente. Não faça a
parábola falar demais. Não force a parábola naquilo em que ela não diz.

Determine a principal intenção da parábola e fique com isso. Cada parábola tem um principal
ponto de comparação. Procure relacionar esse ponto com aquilo que o orador estava
ensinando.

2.7. Interprete as palavras dos profetas no seu sentido comum, literal e histórico. A não ser
que o contexto ou a maneira como se cumpriram indiquem claramente que têm sentido
simbólico. O cumprimento delas pode ser por etapas, cada cumprimento sendo uma
garantia daquilo que há de seguir-se.

Esta regra destinar estabelecer um roteiro para formação de suas convicções.

A profecia deve ser interpretada literalmente, a menos que o contexto ou alguma referência
posterior indique outra coisa. Pode ser que em ocasiões você derivar dois sentidos aparentes
de uma profecia. Dê preferência para aquele que teria sido mais óbvio para a compreensão
dos ouvintes originais.

Também haverá casos em que o escritor do Novo Testamento dará a uma passagem do Antigo
Testamento uma interpretação profética quando na verdade a passagem não é.

Muitas vezes uma profecia se cumpre parcialmente em uma geração, com o restante
cumprindo-se em outra parte. Isso não é perceptível na ocasião que a profecia é dada. Fica
claro quando uma parte se cumpre e a outra não.

3 - Princípios Históricos da Interpretação.


Os princípios históricos tratam do cenário histórico do texto.

3.1. Desde que a Escritura originou-se num contexto histórico, só pode ser compreendida à
luz da história bíblica.

Quando você começar o seu estudo de uma passagem, trabalhe como um detetive que faz
muitas perguntas atrás de todas evidências para comprovar um fato.

Faça perguntas:
 A quem foi escrita a carta (o Livro)?
 Qual foi o quadro de fundo do escritor?
 Qual foi a experiência ou a ocasião que deu origem a mensagem?
 Quem são os principais personagens do livro?

Seu objetivo é colocar-se no cenário do tempo em que o livro foi escrito e sentir com as
pessoas envolvidas. Quais eram os interesses delas? Como via Deus a sua situação? Uma breve
compreensão do livro de Gálatas nos ajudará nessa regra.

Entender o fundo histórico ajuda a entender e interpretar cada livro. Esta regra é indispensável
para o seu estuda de cada passagem. Você se sentirá como um vivente daqueles dias e
daquela cultura, e passará a assimilar melhor cada sentido de cada passagem.

3.2. Embora a revelação de Deus nas Escrituras seja progressiva, tanto o Antigo como o Novo
Testamento são partes essências desta revelação e formam uma única unidade.

Muitos afirmam que o Deus do Antigo Testamento é diferente do Deus do Novo Testamento.
O Deus do Antigo Testamento mata enquanto o Novo ama. Quando você é levado por essa
afirmação passar a crer em uma afirmação totalmente distante da Bíblia. Jesus falou mais
sobre o inferno do que sobre o céu. Jesus mais sobre o inferno do que qualquer outro na
Bíblia.

Não há compreensão do Novo Testamento sem o conhecimento do Antigo Testamento. Como


também não compreenderíamos muitas coisas do Antigo Testamento se não conhecêssemos o
Novo Testamento. Os dois são necessários para o Cristão. Em outras palavras, o Novo
Testamento é o comentário do Antigo Testamento – de como Deus se revelou e coo seu plano
é progressivo. O Novo Testamento explica muita coisa que sucedeu no Antigo Testamento.

O Livro de Hebreus é um exemplo disto. Se você não estiver familiarizado com todos os rituais
israelitas, sistemas de sacrifícios, o tabernáculo e o sacerdócio, terá dificuldade para
compreender o livro e o propósito do autor.

As pessoas era salvas no Antigo Testamento do mesmo que sãos salvas no Novo Testamento,
salvas pela fé. No Antigo Testamento as pessoas eram salvas pela fé em Jesus Cristo (Messias)
que viria. No Novo Testamento são salvas pela fé em Jesus que já veio. Há unidade nas
Escrituras quanto à salvação e quanto as citações do Antigo no Novo Testamento.

Deus se revela progressivamente ao longo da história. Não quer dizer que Deus muda, mas a
nossa compreensão acerca dEle é progressiva. Deus nunca muda. Nós que mudamos.

A Revelação que Deus faz de si é progressiva, à medida que você vai lendo a Bíblia, mas o seu
caráter é imutável. Os dois Testamentos são duas partes do mesmo livro, e não dois livros
separados.

4 – Princípios Teológicos da Interpretação.

Teologia é área que estuda Deus e sua relação com mundo. A sua fonte principal é a Bíblia. Ela
procurar desvendar todo tipo de mistério e palavra que está oculto na Bíblia.

4.1. Você precisa compreender a Bíblia gramaticalmente, antes de compreende-la


teologicamente.
Seria a mesma coisa ao dizer: “Você precisa entender a passagem, antes de pode esperar o
que ela quer dizer”.

No livro de Romanos 5. 15-21 vemos que Paulo aborda a diferença de Adão para Cristo. Por
Adão entrou o pecado no mundo e todos são condenados pelo pecado automaticamente. Por
Cristo entrou a graça e a justificação, agora todos são participantes dela automaticamente.
Assim como você é considerado injusto pelo o pecado de Adão, assim você é considerado justo
pela a graça de Cristo. Você não mereceu a culpa do pecado de Adão, assim como também não
fez nada para merecer a salvação vinda de Cristo.

Você terá de compreender o que a passagem diz, antes de estabelecer qualquer conclusão
doutrinária.

4.2. Uma doutrina não pode ser considerada bíblica, a não ser que resuma e inclua tudo o
que a Escritura diz sobre ela.

É um erro chegar a conclusões a respeito de determinada doutrina antes de estudar tudo o


que a Bíblia diz sobre o assunto.

É aqui onde o estudo da Bíblia se mostra útil. Você toma um tema, ideia ou pensamento e
estuda todas as passagens a respeito do assunto. Exemplo de três espécies de estudos
paralelos:

1. Paralelos de Palavras. Você pode por exemplo estudar a vida de Balaão. A passagem sobre
ele está em Números 22-24. Ele foi um profeta de Deus que foi seduzido pelo o rei inimigo de
Israel para profetizar a destruição de Israel. Quando vemos no Novo Testamento chegamos a
algumas conclusões sobre ele. Pedro diz que “ele amou o prêmio da injustiça” (2 Pedro 2.15).
Judas diz que ele foi movido “de ganância” (Judas 11).

2. Paralelos de Ideias. A ideia é mais abrangente do que qualquer palavra. Um exemplo


poderia ser a questão da autoridade global. Os principais sacerdotes questionavam a
autoridade de Jesus: “Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu essa autoridade?”
(Mateus 21.23). Você precisa além de estudar Mateus 21, também estudar todas as passagens
que falam sobre o mesmo assunto.

3. Paralelos doutrinários. Insto inclui estudos tópicos sobre as grandes doutrinas da Bíblia, tais
como os atributos de Deus, a natureza do homem, a redenção, a justificação e a santificação.
Neste tipo de estudo você reúne toda a informação e extrai uma conclusão. Você tem de cavar
as Escrituras e você mesmo extrair suas próprias convicções.

Infelizmente o que muitas vezes acontece, é que o que é importante requer trabalho duro
para conseguir suas convicções. Requer-se cuidadoso estudo da Bíblia. Não existe atalho. O
seu estudo cuidadoso e correto da Bíblia é de vital importância para as suas convicções
doutrinárias.

4.3. Quando parecer que duas doutrinas ensinadas na Bíblia são contraditórias, aceite as
duas biblicamente, sabendo que ambas serão explicadas no conjunto completo da obra.

Existe na Bíblia passagens aparentemente contraditórias, quando na verdade não são. A mente
do homem que é fraca e muitas vezes não compreende o que a Bíblia quer passar.

Alguns exemplos conhecidos:


1. A trindade. Não servimos a três deuses, mas um só. Cada divindade da trindade tem o seu
papel específico. Nenhuma compreensão humana pode explicar isso na sua essência, está
além da nossa capacidade.

2. A dupla natureza de Cristo. Jesus Cristo é Deus completo e home completo. Jesus Cristo não
é duas pessoas, mas somente uma.

3. A origem e existência do mal. Muitas chegam a pensar duas coisas, ou Deus é autor do mal,
ou o mal é eterno. A Bíblia não nos leva a crer em nenhuma dessas afirmações. É um mistério.

4. A soberana eleição de Deus e a responsabilidade do homem. Através e toda a Escritura


vemos que o amor de Deus é oferecido a todos os homens. O homem é visto coo agente moral
a quem Deus pede contas (Romanos 10.13).

Quando a Bíblia deixa duas doutrinas “conflitantes” sem uma solução, você deve fazer o
mesmo. Não arranque partes da Escritura a fim de procurar um acordo entre essas doutrinas
“conflitantes”.

Nossa lealdade além de estar com a teologia, deve estar coma Bíblia. Onde a Bíblia cala você
cala. Não tente dizer mais do que a Bíblia quer que você diga. Onde a Bíblia possua doutrinas
“conflitantes” você deve seguir o exemplo de cada uma delas e sustentar ambas, mantendo o
equilíbrio delas.

4.4. Um ensinamento simplesmente implícito na Escritura pode ser considerado bíblia


quando é apoiado por passagens correlacionadas da Escritura.

Jesus Cristo ensinou e debateu com os fariseus e saduceus a respeito da ressurreição. Os


saduceus não criam na ressurreição. Cristo mostrou que a ressurreição pode ser vista no
Antigo Testamento (Êxodo 3. 15), em que Deus se identificou como Deus de Abraão, Isaque e
Jacó. Uma vez que Deus é Deus de vivo, esses três homens tem que esta vivos ou ressurretos.
O raciocínio dedutivo pode ser relacionado da seguinte forma:

 Primeira Premissa – Deus é Deus de vivos.


 Segunda Premissa – Deus é o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
 Terceira Premissa – Abraão, Isaque e Jacó estão entre os que vivem.

Você tem que estar convicto que as deduções que você faz tem que estarem verdadeiramente
implícitas nas Escrituras de que as extrai, que você averiguou, comparou e correlacionou cada
uma delas sobre o assunto.

Você não pode violar um princípio de Justificação a fim de violar o outro. Se você quer fazer
uma interpretação séria da Bíblia, este princípio deve ser levado muito em consideração. Não
tenho medo de usar o raciocínio indutivo na Bíblia, você faz isso o tempo todo na vida.
Conclusão
O objetivo desse estudo não é dificultar ou colocar regras em excesso para que a Bíblia não
seja de facilmente compreendida. Pelo contrário, nós procuramos o máximo a facilitação da
interpretação da Bíblia através de regras corretas que irão lhe ajudar na hora de interpretar
corretamente a Palavra de Deus. A Bíblia é a Palavra de Deus e requer de cada um de nós um
esforço máximo para compreensão e interpretação dela da maneira mais correta, verdadeira e
pura para as nossas vidas.
Bibliografia
Manual de Exegese, Ed. Vida Nova. Gordon Fee e Douglas Stuart.

Entendes o que Lês, Ed. Vida Nova. Gordon Fee e Douglas Stuart.

Walter A. Henrichsen – Princípios de Interpretação Bíblica.

https://dicas.gospelmais.com.br/hermeneutica-x-exegese-%E2%80%93-qual-a-diferenca.html

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