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Nts 230 Lagoas Complementares PDF
Nts 230 Lagoas Complementares PDF
NTS 230
Procedimento
São Paulo
Junho - 2009
NTS 230 : 2009 Norma Técnica Sabesp
SUMÁRIO
1 PRELIMINARES ..............................................................................................................1
2 OBJETIVO .......................................................................................................................1
3 REFERÊNCIAS NORMATIVAS.......................................................................................2
4 DEFINIÇÕES....................................................................................................................2
5 CONDIÇÕES GERAIS .....................................................................................................6
6 CRITÉRIOS GERAIS .......................................................................................................7
7 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS .........................................................................................14
7.1 Processos a serem considerados ...........................................................................14
7.2 Pré-tratamento ...........................................................................................................14
7.3. Lagoa anaeróbia .......................................................................................................16
7.4. Lagoa fotossintética ou facultativa ........................................................................19
7.5 Lagoa de Maturação..................................................................................................20
7.6. Lagoa aerada ............................................................................................................20
7.7 Lagoa de sedimentação............................................................................................22
7.8 Lagoa de Lodo ...........................................................................................................25
7.9 Tratamentos complementares .................................................................................27
8 – BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ...........................................................................30
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1 PRELIMINARES
As lagoas para o tratamento de esgotos sanitários, notadamente aquelas denominadas
fotossintéticas, têm sido amplamente empregadas devido a diversas vantagens
oferecidas, tais como reduzido custo de implantação, de operação, de manutenção,
etc. Observa-se, no entanto que, face ao maior rigor legal dos parâmetros de
efluentes tratados nos recentes anos, esta alternativa de tratamento deverá sofrer
significativa mudança, principalmente quanto aos seus parâmetros de
dimensionamento e a seleção adequada de equipamentos principais, notadamente
aqueles que promovem a aeração e mistura.
Nesse sentido, uma sensível mudança deve ser feita na concepção do projeto de
tratamento, principalmente nas localidades com corpos receptores de reduzida ou
nenhuma capacidade de recebimento do efluente das lagoas de estabilização. Nestes
casos, os efluentes tratados devem ser destinados para produção de biomassa
(reflorestamento, cultivo de certas espécies agrícolas), de modo a obter benefícios
múltiplos.
Por outro lado, os gases emanados dos processos de tratamento, em especial o gás
metano gerado no processo anaeróbio, tem sido apontado como um dos causadores
do aquecimento global uma vez que é um dos gases de efeito estufa e possui
potencial de aquecimento global 21 vezes superior ao do CO2.
O esforço internacional pela redução daqueles gases deve ser considerado e refletido
nos projetos e nas adequações das lagoas e de outros processos.
Diante das constatações recentes quanto aos elevados custos para a remoção e
disposição dos sólidos acumulados nas lagoas de estabilização, a escolha das
alternativas de tratamento deve sempre levar em consideração estes custos.
2 OBJETIVO
Esta norma estabelece os requisitos mínimos exigidos para a elaboração de projeto
hidráulico-sanitário do processo de tratamento envolvendo lagoas de estabilização e
os tratamentos complementares, incluindo a remoção e tratamento dos lodos
acumulados, de modo a atender aos parâmetros da legislação.
- Lagoa de sedimentação;
- Lagoa de maturação;
- Lagoa de fitofiltração;
- Lagoa de lodo;
- Tratamentos complementares.
3 REFERÊNCIAS NORMATIVAS
Na aplicação desta Norma são referências normativas:
NTS 062:2002, Estudo e concepção de sistema de esgoto sanitário.
4 DEFINIÇÕES
Para os efeitos do presente projeto de Norma, aplicam-se as seguintes definições:
Eficiência do tratamento
redução percentual dos parâmetros de carga poluidora promovida pelo tratamento.
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Estabilização
é tornar o lodo ou esgoto menos suscetível à ação dos micro-organismos.
Fator de carga
relação entre a massa de poluente fornecida a uma unidade do processo e respectivos
parâmetros, tais como: massa biológica, área do meio filtrante, volume, etc.
Lagoa
reservatório, geralmente construído em taludes de terra compactada, para a
manutenção do líquido ou lodo por determinados períodos de tempo
Lagoa de estabilização
corpo de água lêntico, construído pelo homem, e destinado a armazenar resíduos
líquidos de natureza orgânica (esgoto sanitário e despejos industriais orgânicos
biodegradáveis). Seu tratamento é feito através de processos naturais: físicos,
biológicos e bioquímicos, denominados autodepuração ou estabilização.
Lagoa de lodo
lagoa que tem como função principal a acumulação de lodo removido de uma lagoa de
estabilização ou de sedimentação, com a finalidade de reservação, estabilização
complementar, adensamento e desidratação
Lagoa anaeróbia
lagoa que opera ou é projetada com cargas orgânicas tais que a estabilização se
processe fundamentalmente através da atuação dos micro-organismos facultativos e
anaeróbios, sob condições predominantemente anaeróbias
Lagoa aerada
lagoa onde a estabilização se processa fundamentalmente através de micro-
-organismos facultativos e aeróbios, com a presença de oxigênio dissolvido livre,
através do uso de equipamentos e dispositivos que promovem a introdução de ar e
mistura completa entre a massa líquida e os micro-organismos.
Lagoa facultativa
lagoa onde ocorre estabilização aeróbia na zona fótica - onde a penetração da luz é
efetiva - e uma fermentação anaeróbia na camada inferior. O oxigênio provém, em
maior proporção, da atividade fotossintética das algas e, em menor, da troca
superficial com a atmosfera.
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Lagoa de sedimentação
lagoa onde ocorre a sedimentação e estabilização bioquímica dos sólidos provenientes
da lagoa aerada
Lagoa de fitofiltração
lagoa que contém plantas aquáticas flutuantes (alface d´água), de modo a permitir a
depuração através da absorção de nutrientes pelas plantas e pela ação dos micro-
organismos aderidos nas zonas radiculares das plantas
Lagoa de regularização
lagoa destinada a regularização das vazões dos efluentes para permitir maior
flexibilidade operacional no caso de reúso
Lodo
massa de sólidos formada no processo de tratamento com variados teores de
umidade.
Lodo biológico
lodo formado essencialmente por células de micro-organismos a partir de um processo
de tratamento biológico.
Lodo estabilizado
lodo que foi submetido a algum processo de estabilização.
Lodo desidratado
lodo resultante de uma operação de desidratação.
Lodo seco
lodo resultante de um processo de secagem.
Pós-tratamento
unidade que permite melhorar a qualidade dos efluentes de uma unidade de
tratamento de modo a adequá-lo às exigências legais
Pré-tratamento
conjunto de dispositivos que permitem a remoção de sólidos grosseiros do esgoto
bruto de modo a torná-lo adequado para tratamento posterior
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Redutor de carga
unidade compacta, cuja função é a redução preliminar de carga orgânica afluente, de
modo a aliviar as lagoas existentes a jusante
Relação de recirculação
relação entre a vazão de recirculação e a vazão média afluente à ETE.
Reúso do efluente
uso do efluente da lagoa para fins de produção da biomassa e ou de outros produtos
agrícolas.
Taxa de aplicação de ar
vazão de ar, expresso em Nm3/min, aplicado por 1000 m3 de volume de lagoa aerada,
sendo um parâmetro de intensidade da mistura e da necessidade de oxigênio no
processo (Nm3 significa m3 nas condições normais de temperatura de 20o C e pressão
de uma atmosfera)
Vazão de recirculação
vazão que retorna de jusante para montante de qualquer unidade de tratamento.
Volume útil
volume compreendido entre o fundo e a superfície líquida da lagoa, descontados os
volumes de areia e lodo acumulados
5 CONDIÇÕES GERAIS
Na elaboração do projeto de lagoa (implantação, ampliação, adequação, etc.) devem
ser levados em consideração:
5.3 Vazões e demais características do esgoto sanitário afluente nas diversas etapas
do plano, em especial, quanto à presença de despejos industriais, nutrientes,
substâncias inibidoras do processo e cor.
5.4 Corpo receptor, sua classificação, vazão mínima, usos de suas águas a jusante do
ponto de lançamento.
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6 CRITÉRIOS GERAIS
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6.3 O método adotado para o dimensionamento da lagoa deve ter sua aplicação
justificada, inclusive quanto à disponibilidade de dados, informações e parâmetros a
utilizar no cálculo. Quando adotado o sistema de lagoas de estabilização, o número
mínimo de unidades deve ser quatro, sendo preferencialmente a primeira Lagoa
Anaeróbia, as seguintes Lagoas Facultativas e a última uma Lagoa de Maturação. A
taxa de carga orgânica superficial da última lagoa deve ser inferior a
50 kgDBO/(dia.ha) e, o tempo de detenção hidráulico total do sistema não deve ser
inferior a 35 dias.
6.4 As lagoas de estabilização devem ser construídas afastadas das áreas urbanizadas
e urbanizáveis conforme planos diretores locais e, distanciadas das residências em
pelo menos 400 m, tomando-se o cuidado de o vento não soprar no sentido lagoa-
comunidade na maior parte do tempo.
6.5 A lagoa de estabilização deve ser projetada de modo que a direção do vento
predominante seja transversal ao fluxo principal do esgoto na lagoa. Quando as
direções coincidirem, o sentido do esgoto deve ser contrário ao do vento. O desnível
hidráulico entre as unidades deve ser de no mínimo 0,1 m.
6.6 O formato da lagoa deve ser de preferência retangular com o lado maior
coincidindo com a direção do fluxo do esgoto e evitar a formação de áreas sem
circulação (áreas mortas), ilhas e penínsulas.
6.9 O projeto dos diques para formação da lagoa, além dos requisitos próprios de
mecânica dos solos, deve considerar o seguinte:
a) altura livre mínima de 0,3 m entre o nível de água máxima e o coroamento;
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placa de concreto
placa de concreto
saída em T(horizontal)
placa de concreto
placa de concreto
placa de concreto
placa de concreto
placa de concreto
placa de concreto
6.11 Devem ser previstas coletas do líquido percolado das caçambas das areias
retidas e do gradeamento e retorná-los para a entrada da ETE. As caçambas também
devem ser protegidas das águas pluviais.
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6.13 O número de dispositivos de saída deve ser similar aos de entrada. Devem ser
arranjados de forma não alinhada para diminuir o curto-circuito.
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Canal receptor
Canal/tubo distribuidor
Dentes de concreto
dim: 0,15m(w)x0,30m(l)x0,20m(h) Vai p/lagoa seguinte ou
para corpo receptor
Corte longitudinal
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6.16 Devem ser previstos medidores de vazão com totalizador de volume afluente e
efluente ao sistema de tratamento. No caso de lagoas aeradas devem ser previstos
medidores de oxigênio dissolvido de modo a permitir a operação racional do sistema.
Estes medidores permitirão aplicação dos desinfectantes proporcionais à vazão.
6.18 No plantio de árvores de porte e arbustos nos arredores da lagoa deve-se evitar
a redução da força do vento na mistura, o sombreamento, bem como a deposição de
folhas e danos aos taludes.
6.19 Nas lagoas aeradas, o equipamento que promove a aeração e mistura deve ser
preferencialmente por ar difuso, de sistemas oscilantes e não fixos de modo a reduzir
a potência instalada e possibilitar maior facilidade operacional.
6.20 Nas lagoas de sedimentação que seguem lagoas aeradas devem ser previstos
dispositivos que permitam remoção fácil e periódica de lodos sedimentados sem
interrupção operacional da lagoa. Todos os dispositivos/equipamentos para a retirada
de lodos sedimentados devem ser testados quanto à sua qualidade e eficiência sob
condições operacionais similares e devem ter comprovação de seu manuseio e
eficiência quanto a remoção de lodo.
6.22 O lodo removido deve ser conduzido ao leito de secagem coberto com material
translúcido conforme fotos 7 e 8 ou reservado em lagoa de lodo. Caso seja reservado
em lagoa de lodo sem dispositivo de drenagem, deve ser bombeado para
desidratação/secagem posterior. Pode ser utilizado um desidratador mecânico, que
garanta uma concentração de sólidos mínima de 25% ou sacos de geotêxteis. Os
lodos desidratados devem ser dispostos conforme a exigência legal, dando-se
preferência ao uso agrícola.
6.23 Quando necessário, entre os métodos de desinfecção dos efluentes, deve ser
dada preferência ao sistema de cloração automático, proporcional à vazão do efluente,
adotando-se TDH mínimo para tanque de contato de 20 min.
6.24 Não deve ser permitido o acesso de pessoas não autorizadas e animais à área da
lagoa. Quando permitido o acesso de pessoas, as condições de segurança devem ser
atendidas.
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l) orçamento detalhado;
7 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS
b) lagoa anaeróbia seguida de leitos de fitofiltração, com TDH nos canais de cinco a
dez dias, com pelo menos três unidades em série;
7.2 Pré-tratamento
Deve sempre ser utilizada peneira rotativa antes da lagoa aerada, filtro aeróbio ou
RAFA. Deve ser sempre disponibilizado um ponto de água para a limpeza automática
da peneira.
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A lagoa anaeróbia pode ser concebida também como reator compacto de mistura
completa. Neste caso, o sistema de introdução e distribuição de esgoto no reator
anaeróbio deve promover a mistura com fluxo ascendente.
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Dispositivo para
distribuição de esgotos
PLANTA
h>4,0m
CORTE LONGITUDINAL
Figura 6 – Lagoa anaeróbia
Para viabilização da coleta de gás gerado, as lagoas anaeróbias devem possuir área
superficial menor possível, aumentando, por conseguinte, a profundidade.
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7.3.1 Dimensionamento
7.3.1.1 A lagoa anaeróbia deve ter uma profundidade útil compreendida entre 4,0 m
e 6,0 m.
Este método de dimensionamento não deve ser utilizado para o caso de carga
orgânica elevada (acima de 0,25 kg DQO/m3.dia), sendo adotado o parâmetro da taxa
volumétrica de carga, considerando como um reator compacto anaeróbio( tipo fluxo
ascendente ou similar).
Para que o esgoto seja distribuído da forma mais homogênea possível o esgoto pode
ser introduzido abaixo da superfície, em diversos pontos da lagoa, conforme a seção
6.12, de forma a evitar a ocorrência de zonas mortas ou curtos-circuitos.
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7.4.1 Profundidade
A profundidade útil da lagoa fotossintética primária deve ser entre 1,5 m e 2,0 m e a
das lagoas subseqüentes, igual ou inferior a 1,5 m.
Para o sistema de lagoas que não possui tratamento complementar (ver seção 7.1)
incluindo lagoa de maturação, recomenda-se que o TDH total do sistema (anaeróbia,
facultativa e maturação) para a vazão de final de projeto seja em torno de 35 dias e a
taxa de aplicação superficial de carga orgânica na última lagoa deve ser inferior a
50 kgDBO/dia.ha. Para obter a eficiência das respectivas lagoas podem ser adotadas
as diversas equações existentes, considerando fatores tais como a temperatura,
mistura, remoção de substrato, etc. O critério de adoção para determinada equação
deve ser justificado.
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Ce = Co/( 1+Kt)n
Onde:
Ce, Co = concentrações de substratos efluente e afluente às lagoas
K = constante de remoção do substrato na lagoa de estabilização
t = tempo de detenção hidráulica na lagoa individual
n = número de lagoas em série (caso das lagoas com mesmas dimensões)
Onde:
a = (1 + 4 × K × t × d) ( adimensional)
d = D/UL ( número de dispersão - adimensional)
D = coeficiente de dispersão longitudinal (L2/t)
U = velocidade média do fluxo na lagoa (L/t)
L = comprimento da lagoa
A lagoa aeróbia de mistura completa tem Tempo de Retenção Celular igual ao TDH.
Este deve ser de 3 a 5 dias. Quando se deseja a remoção avançada de nitrogênio,
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pode ser utilizado um decantador final com retorno de lodo. Há também a opção de
incorporar na lagoa, meios de fixação biológica para aumentar a idade de lodo.
No sistema por ar difuso, o nível de oxigênio dissolvido deve ser sempre medido de
forma contínua. Para uma racionalização do consumo de energia do processo, o
sistema de medição deve ser incorporado ao sistema de variação da vazão de ar. Os
sopradores devem estar contidos dentro da caixa de contenção acústica.
O sistema de medição de oxigênio dissolvido deve ser testado por pelo menos um ano
e sua funcionalidade assegurada em outras instalações similares.
b) Aeradores mecânicos
O uso de equipamentos tradicionais (aeradores mecânicos) pode ser utilizado em
unidades menores, para até 10.000 habitantes. A distribuição de energia elétrica deve
ser via aérea, para minimizar os danos aos cabos e ao sistema de isolamento, assim
como não causar o desnivelamento da bóia do aerador flutuante. A densidade de
potência não deve ser inferior a 5 W/m3 para aeradores superficiais. Para os demais
tipos de aeradores, deve ser comprovada sua densidade mínima.
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O número de equipamentos a serem instalados bem como suas localizações deve ser
de tal modo que não permitam a criação de zona morta no interior da lagoa.
Não deve ser permitido o desligamento de nenhum dos aeradores durante a operação.
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lagoas aeradas, o efluente das duas deve ser enviado para uma das lagoas de
sedimentação enquanto a outra é drenada e removido o lodo. É também
recomendável que as duas lagoas operem em série, de modo a obter melhor efluente
em condições normais de operação. Assim sendo, as tubulações de interligação entre
as lagoas devem permitir tais operações.
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PLANTA
CORTE TRANSVERSAL
Figura 7 – Sistema de coleta do lodo sedimentado.
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A lagoa de lodo pode ser prevista para e secagem de lodo na própria unidade ou
remoção periódica e desidratação em outras unidades. No primeiro caso, deve ser
prevista instalação de pelo menos duas unidades de lagoas para uso alternado, sendo
que o período para o armazenamento e remoção de lodo não deve ser inferior a 5
anos. O lançamento de lodo deve ser interrompido pelo menos um ano antes da
remoção. No caso de lagoa com remoção periódica, o volume da lagoa deve ser
previsto com TDH superior a 30 dias.
A altura da lâmina da lagoa de lodo deve ser entre 3 m a 6 m, com solos compactados
internamente, podendo ser utilizadas mantas sintéticas para impermeabilização
complementar.
O dispositivo vertical deve ser instalado pelo menos a cada 25 m², conectados a uma
tubulação de drenagem do fundo. Os dispositivos de drenagem horizontal devem ser
instalados com desnível de cerca de 0,3 m entre os mesmos, sendo providos de
registros nas saídas. A figura 8 mostra a disposição destes dispositivos.
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CORTE LONGITUDINAL
Para lagoas com retirada periódica e desidratação externa, devem ser previstos
diversos pontos de retirada no fundo da lagoa, não se admitindo tipo “espinha de
peixe”.
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O esgoto afluente deve possuir uma carga hidráulica de pelo menos 2,0 mH2O sobre o
NA máximo do reator.
7.9.1.2 Dimensionamento
Para filtro anaeróbio, o TDH pode variar desde 3h até 5h, considerando também a
vazão máxima diária. O TDH não deve ser inferior à 2h da vazão máxima horária. A
altura da camada de meio filtrante deve ser entre 1,50 m a 2,00 m. O meio filtrante
deve ser de pedra-de-mão ou similar, com dimensão média de 0,15 m, com formato
mais arredondado possível.
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Os reatores devem ser previstos para permitir a instalação da coleta do gás gerado,
utilizando domos em manta de PVC ou de outro material. A tubulação de gás deve ser
em aço inoxidável. Deve ser prevista a drenagem da umidade antes dos queimadores
ou de seu uso.
O filtro anaeróbio tem como função básica a retenção de sólidos. Pode ter formato
retangular ou quadrado em planta. Para população acima de 10 mil habitantes, é
recomendável prever duas unidades paralelas, de modo a permitir a flexibilização
operacional. O filtro anaeróbio deve possuir fundo falso em concreto, com furos com
diâmetro de 0,05 m espaçados a cada 0,20 m entre os centros dos furos. A altura do
fundo falso deve ser entre 1,2 m a 1,5 m. Deve possuir uma abertura que permita
acesso ao seu interior para eventual inspeção. O efluente deve ser coletado por
canaleta com vertedor.
A retirada de lodo deve ser por pressão hidráulica através de tubos ramificados e
instalados no fundo dos reatores. A quantidade de bocais para captação de lodo deve
ser metade dos bocais utilizados para o esgoto afluente, tanto no reator quanto no
filtro anaeróbio. Todo o lodo retirado deve ser conduzido em tubulação contínua até o
local de desidratação.
Consiste num reator biológico tendo enchimento com material plástico que possua
área superficial superior a 100 m²/m³ e índice de vazio superior a 85%, permitindo
fluxo livre de líquido em todas as direções, sem criação de zona morta. O material
deve ser inerte tanto bioquimicamente como quimicamente, devendo ter resistência
mecânica que permita empilhamento de até 5 m de altura sem causar deformação.
Pode ser utilizado tanto o tipo estruturado quanto o solto, do tipo anel Pall.
Deve ser previsto sempre um peneiramento fino (3 mm) em alguma etapa anterior ao
filtro aeróbio submerso.
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7.9.2.1 Dimensionamento
O TDH adotado (líquido, no meio filtrante) pode variar de 1,5h até 3,0h, considerando
a vazão de pico horário.
Deve ser previsto sistema de aspersão de água de reuso na superfície do reator para a
extinção da espuma.
A taxa de aplicação com dispositivo auxiliar pode ser de até 60 m³/m².dia; sem o
mesmo deve ser limitado a 25 m³/m².dia, considerando a vazão máxima horária.
Utiliza-se a planta aquática denominada de alface d´água (Pistia stratiotis L.) com
zona radicular abundante e ramificada.
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8 – BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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Norma Técnica Sabesp NTS 230 : 2009
Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes, e dá outras providências.
World Health Organization Guidelines for the safe use of wastewater, excreta
and greywater. Vol. 2, Vol. 4
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NTS 230 : 2009 Norma Técnica Sabesp
Considerações finais:
UNIDADE DE
ÁREA NOME
TRABALHO
P PIT Aldo Takahashi
R REP Hissashi Kamiyama
R ROA Marcelo Kenji Miki
T TAP.11 Maria Eugênia Toffoli Oliveira
T TOD Reinaldo Putvinskis
32 17/06/09
Norma Técnica Sabesp NTS 230 : 2009
- 30 páginas
17/06/09