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EIXO TEMÁTICO 5: BIOGEOGRAFIA, POLÍTICAS AMBIENTAIS E GESTÃO

TERRITORIAL

ÍNDICES DE ÁREAS VERDES PÚBLICAS: UMA AVALIAÇÃO


FITOGEOGRÁFICA DA QUALIDADE AMBIENTAL EM ARACAJU
Wagner Xavier Resende
Licenciado em geografia, graduando em geografia bacharelado e pesquisador do Grupo de Pesquisa em
Geoecologia e Planejamento Territorial (GEOPLAN)/ CNPq - Universidade Federal de Sergipe.
wagner@ufs.br.
Heloísa Thaís Rodrigues de Souza
Engenheira Florestal, mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA,Bolsista DAAD e
pesquisadora do GEOPLAN/CNPq – UFS.
heloisathais@hotmail.com
Rosemeri Melo e Souza
Profª.Drª. dos cursos de Graduação, Pós-Graduação em Geografia (NPGEO) e em Desenvolvimento e
Meio Ambiente – PRODEMA/UFS e Líder do GEOPLAN/CNPq-UFS. rome@ufs.br.

RESUMO – O presente trabalho teve como escopo analisar os índices de áreas verdes públicas
por habitante (IAVP/hab) de Aracaju-SE, avaliando sua influência na qualidade do ambiente
urbano e de vida da população, através do levantamento da área de cobertura vegetal. A
metodologia consistiu na pesquisa e leitura de fontes bibliográficas, aplicação do método de
quadrantes nas atividades de campo e cálculo do IAVP/hab, utilizando os seguintes recursos:
plantas baixas das praças, Mapa Oficial do Município de Aracaju, uso da trena de 50 metros,
clinômetro e câmara digital. De acordo com os resultados obtidos, nenhum bairro da cidade
alcançou um índice próximo ou acima do valor recomendado pela Sociedade Brasileira de
Arborização Urbana, que é de 15m2/hab. Os melhores resultados dos IAVP´s/hab foram aferidos
nos bairros Centro (5,7m2/hab), São José (3,1m2/hab) e Inácio Barbosa (2,7m2/hab). Dos 35
bairros estudados, 82% não possuem um índice superior a 1,0m2/hab. Os índices muito baixos
revelam a necessidade de ampliação da cobertura vegetal dos espaços públicos de Aracaju cuja
média calculada foi de 0,66m2/hab. Na distribuição fitogeográfica, constatou-se uma maior
ocorrência das espécies arbóreas Pithecelobium glaziovvi (mata-fome), Terminalia cattapa
(amendoeira) e Licania tomentosa (oiti) nas áreas verdes públicas, onde foi verificado o
predomínio dos arranjos arbóreos na seguinte distribuição: disperso (51%), centralizado (32%) e
periférico (17%). Os inexpressivos índices de áreas verdes por habitantes são resultantes do
elevado adensamento populacional, escassez de vegetação arbórea nos espaços públicos e baixo
número de áreas verdes, principalmente na Zona Norte. Desse modo, cabe uma ação mais efetiva
das gestões públicas na aplicação de medidas voltadas para ampliação das áreas verdes públicas
e revitalização daquelas existentes, na perspectiva de contribuir para melhoria da qualidade
ambiental e do bem estar da população.

PALAVRAS-CHAVE: ambiente urbano – índices de áreas verdes públicas – qualidade de vida.

ABSTRACT – This work scope was to analyze the index of public green areas per inhabitant
(IAVP/hab) from Aracaju-SE, evaluating its influence in the quality of the urban environment
and life of the population, through the survey of the area of vegetation cover. The methodology
consisted of searching and reading of bibliographical sources, application of the method of
quadrants in the activities of field and calculation of the IAVP/hab, using the following features:
low plants of squares, Official Map of the Municipality of Aracaju, use of the trena of 50 meters,
clinometer and digital camera. In accordance with the gotten results, any neighbourhood of the
city reached an index next or above to the value recommended for the Brazilian Society of Urban
Arborization, that is of 15m2/hab. The best ones resulted of the IAVP´s/hab had been surveyed in
the neighborhoods Downtown (5,7m2/hab), São José (3,1m2/hab) and Inácio Barbosa
(2,7m2/hab). Of the 35 districts studied, 82% do not have an index greater than 1.0 m2/hab. The
very low indices disclose the necessity of magnifying of the vegetal covering of the public
spaces of Aracaju whose calculated average was of 0,66m2/hab. In the phytogeographical
distribution, there is a higher occurrence of tree species Pithecelobium glaziovvi (mata-fome),
Terminalia cattapa (amendoeira) and Licania tomentosa (oiti) in public green areas, where it was
verified the trees predominance was arranged whith following distribution: dispersed (51%),
centralized (32%) and peripheral (17%). The few significant indexes of green areas for
inhabitants are resultant of the raised population density, scarcity of arboreal vegetation in the
public spaces and low number of green areas, mainly in the Zone North. In this manner, an
action fits more effective of the public administrations in the application of measures directed
toward magnifying of the public green areas and gentrification of those existing ones, in the
perspective to contribute for improvement of the environmental quality and the population
welfare.

KEY WORD: urban environment - indexs of publics green areas - quality of life.

1. INTRODUÇÃO

O processo de urbanização se expandiu por quase todo o mundo durante o século XX em


decorrência das transformações sócio-econômicas regida pelo sistema de produção capitalista.
Com o crescimento das cidades e a elevada densidade demográfica, a cobertura vegetal original
foi sendo devastada, os ecossistemas sofreram alterações, os solos foram transformados,
aumentou a poluição dos rios e do ar, resultando em diversos problemas ambientais que vem
afetando com a qualidade de vida da população.
Á medida em que o homem foi criando e expandindo as cidades, ocupando os solos,
devastou quase toda vegetação existente, tornando-se as áreas verdes cada vez mais raras em
virtude das moradias, rede viária e outras edificações. No Brasil, o rápido crescimento das
cidades, de modo geral, não foi acompanhado de planejamentos urbanos, caracterizando-se pela
expansão desordenada, sem capacidade de comportar tantos habitantes.
Segundo Hilgenberg (1998), a degradação das paisagens naturais nas atuais malhas
urbanas está assumindo proporções cada vez mais insustentáveis, tanto na quantidade como na
qualidade. Para ele, a paisagem não pode ser compreendida senão a partir do trabalho que a
transformou gradativamente, a partir do ambiente natural, através dos meios e estruturas sociais
próprios de cada conjunto histórico.
A transformação da paisagem natural em cultural em atendimento aos interesses do
sistema econômico vigente, tem gerado, em contrapartida, impactos ambientais que precisam ser
estudados, dentre eles, a degradação da beleza cênica das paisagens e a diminuição de áreas
verdes tanto em torno das cidades quanto na malha urbana.
Neste âmbito, as áreas verdes públicas são componentes naturais da paisagem urbana que
desempenham várias funções importantes para melhoria da qualidade ambiental, sobretudo,
através da presença da vegetação de porte arbóreo que proporciona diversos benefícios ao
ambiente, que o torna mais adequado e agradável à convivência humana.
Branco (1991, p.18), afirma que “as plantas são verdadeiras bombas de sucção, a extrair
continuamente água do solo para devolvê-la ao ar”, principalmente as árvores, pois
desempenham um relevante papel na manutenção do equilíbrio climático ao produzir o
sombreamento e o efeito de filtro quando retiram do ambiente uma grande quantidade de
radiação solar.
De acordo com Lombardo (1990), é notória a ação benéfica que a vegetação proporciona
ao ambiente urbano, por meio de indicadores de purificação do ar, pela fixação de poeira e
materiais residuais, depuração bacteriana e de outros microorganismos, como também pela
reciclagem de gases através de mecanismos fotossintéticos.
Para Nucci (2001), o verde urbano deve cumprir três funções essenciais: a estética,
ecológica e o lazer, as quais são indispensáveis para assegurar a qualidade ambiental das cidades,
uma vez que as áreas verdes estabilizam as superfícies por meio da fixação do solo pelas raízes
das plantas; reduz a velocidade do vento; protegem a qualidade da água, pois impedem que
substâncias poluidoras escorram para os rios; filtram o ar, reduzindo os poluentes; diminuem a
poeira em suspensão; e equilibram os índices de umidade no ar.
Na sistematização de Lorusso (1992), o conceito de áreas verdes urbanas engloba um
conjunto composto por três setores individualizados que estabelecem interfaces entre si:
primeiro, áreas verdes públicas que compreende os logradouros públicos destinados ao lazer ou
que oportunizam ocasiões de encontro e convívio direto com a natureza; segundo, áreas verdes
privadas, compostas pelos remanescentes vegetais significativos incorporados à malha urbana, a
exemplo do verde presente nos fundos de quintais e nos clubes particulares; e terceiro, trata-se da
arborização viária presente nas ruas e avenidas.
Segundo Troppmair & Galina (2003) áreas verdes podem ser definidas como espaços
abertos com cobertura vegetal e uso diferenciado, integrado no tecido urbano as quais a
população tem acesso. Nesta perspectiva, Guzzo et al. (2006, p. 22) define as Áreas Verdes
Públicas (AVP) como espaços livres urbanos destinados em loteamento à implantação de
vegetação e/ou conservação de vegetação natural ou implantada pré-existentes, associado à
destinação e implantação de equipamentos de lazer.
As áreas verdes urbanas, pelos seus atributos, tendem a promover o conforto térmico,
acústico e visual, contribuindo para o bem estar da população. É importante que a cobertura
vegetal bem distribuída no interior das cidades, formando assim o denominado sistema de áreas
verdes. Além disso, é fundamental que as gestões públicas mantenham o verde ainda existente,
ampliando e valorizando a diversidade fitogeográfica.
A ocorrência da diversidade fitogeográfica no ambiente urbano promova maior
estabilidade ecológica, onde os novos habtitats propiciam o surgimento de outras espécies
florísticos e faunísticos no processo de desenvolvimento e interações ecológicas, caracterizadas
pela competição, predação e simbiose, o que dificulta o aparecimento de pragas que coloquem
em riscos a vida das populações (GUZZO, 1999).
No planejamento ambiental das cidades, diversos espaços podem ser (re)aproveitados
para construção de áreas verdes, principalmente aqueles acessíveis ao público, ampliando a área
de cobertura vegetal através da adaptação dos locais disponíveis, que associados aos já então
existentes, tende a promover os efeitos cênicos, valorizando a paisagem urbana.
De acordo com Jesus (2006, p. 123) “a ausência de uma adequada área verde, tanto influi
negativamente na qualidade ambiental, quanto na saúde da população”. A autora afirma que a
análise da qualidade ambiental e de vida da população abrange uma multiplicidade de
componentes que interagem entre se, envolvendo assim: as condições de moradia, a coleta do
lixo da cidade, o abastecimento de água, o consumo de alimentos saudáveis, a estrutura e o
funcionamento do sistema de saúde, as condições sócio-econômicas dos moradores e as
condições ambientais do espaço urbano.
Estudar a qualidade ambiental e a qualidade de vida dos habitantes por meio dos índices
de áreas verdes (públicas) constitui um importante instrumento de análise das condições
socioambientais de uma população de um determinado local.
Segundo Cavalheiro e Del Piccha (1992), a ONU (Organização das Nações Unidas), a
FAO (Organização de Alimentação e Agricultura) e a OMS (Organização Mundial de Saúde)
recomendam que as cidades devam dispor de no mínimo 12m2 de cobertura vegetal/habitante,
considerando um valor ideal para melhoria da qualidade de vida da população.
É importante mencionar que, em geral, estas organizações internacionais apresentam
propostas baseando-se em estudos referentes às condições geográficas dos países da zona
temperada, onde a radiação solar anual é menor que a região intertropical, devido à inclinação e a
forma geóide do planeta Terra, fato que difere o Brasil, pois o mesmo está localizado na zona
intertropical.
No entanto, a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU) propôs um valor
diferente, recomendando a ocorrência de no mínimo 15m2 de cobertura vegetal/habitante,
considerando um índice adequado para que as áreas verdes públicas possam cumprir as funções
essenciais e contribuir para o desenvolvimento das atividades humanas. Assim, a proposta da
SBAU foi utilizada como referencial nesta pesquisa.
Desse modo, diante do avanço dos problemas ambientais no meio urbano e da
importância das áreas verdes para melhoria da qualidade ambiental e bem-estar da população,
justifica-se a importância desse estudo, que teve como objetivo analisar os índices de áreas
verdes públicas de Aracaju-SE, avaliando sua influência na qualidade do ambiente urbano e de
vida da população, através do levantamento da área de cobertura vegetal.

2. MATERIAIS E MÉTODO

A pesquisa foi realizada através do levantamento de fontes bibliográficas e eletrônicas


com a leitura, revisão e análise de artigos, dissertações, teses e outros materiais referentes ao
objeto de estudo, possibilitando um maior aprofundamento da temática para fomentar a
discussão e a estrutura teórico-metodológica do trabalho sobre áreas verdes urbanas.
O desenvolvimento da pesquisa foi pautado na realização de diversas visitas de campo,
onde foi efetuado o recenseamento das espécies arbóreas com altura superior a dois (2) metros,
pois aquelas de valor inferior apresentam um sombreamento arbóreo desprezível, não sendo
adequadas a livre circulação e uso social.
De acordo com Nucci (2001), somente as áreas verdes públicas devem ser consideradas
na execução do cálculo dos índices de áreas verdes públicos (IAVP), pois estão ligadas a uso
social pela população que reside nesta área. Mas, se tais áreas não apresentarem condições de
uso pela comunidade, não devem ser quantificadas.
Nas visitas de campo, a identificação das espécies e contabilização dos respectivos
indivíduos arbóreos foi feita através de chaves taxionômicas. Aquelas não identificadas, foi
recolhida amostras de folhas das árvores para identificação em gabinete por meio do auxílio da
obra de Lorenzi (1998), Árvores Brasileiras, manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil e do site eletrônico www.arvores.brasil.nom.br.
Em atividades de campo foi utilizada a câmara digital, pois foi de fundamental
importância para realização do registro fotográfico das áreas verdes. O percentual da área de
cobertura vegetal foi obtido através da utilização da trena de 50 metros, orientadas nas direções
Norte-Sul e Leste-Oeste das copas; e uso do clinômetro digital para obter a altura e o
dimensionamento da área de copa.
O trabalho abordou a capacidade de sombreamento médio das copas dos indivíduos
arbóreos das áreas verdes públicas através da aferição do índice de sombreamento específico
(ISE), que foi proposto por Simões et al. (2001), tendo em vista que constitui um subsídio para
calcular o IAVP/hab através da seguinte fórmula:
 Índice de Sombreamento Específico (ISE) – É a área de sombreamento médio, estimado
pela razão entre a área de copa total e o número de árvores contabilizadas.

Para calcular o índice de área verde pública/hab de Aracaju, foi multiplicado o valor do
ISE pelo número total de árvores contabilizadas das áreas verdes públicas (AVP), resultando na
área de cobertura vegetal (ACV) 1. Assim, utilizou-se este resultado na divisão pelo número de
habitantes existente em cada bairro, e posteriormente, foi efetuado o cálculo englobando toda a
cidade.
O procedimento metodológico proposto por Jantzen (1973) apud Harder et al. (2006) na
realização do estudo da cobertura vegetal de Vinhedo-SP, foi utilizado como subsídio para
aplicação da fórmula de obtenção do IAVP/hab de Aracaju, a qual está distinguida a seguir:

ISE . Nº árvores (AVP)  ACV


IAVP =
N de habitantes da área urbana

Na análise fitogeográfica das áreas verdes públicas, adotou-se o procedimento


fundamentado no método de quadrantes, proposto por Furlan (2005), tomando como base quatro
porções equivalentes a partir do eixo central da área de estudo, estabelecido em cada planta baixa
e verificado em campo de modo correlacionado. Assim, conforme a figura 01, tornou-se possível
fazer uma avaliação comparativa da distribuição das espécies arbóreas através da relação de grau
de dominância com aquelas de menor freqüência no tocante a quantidade de espécimes
(indivíduos arbóreos).
O objetivo deste método consiste em avaliar se as árvores estão bem distribuídas nas
praças, verificando comparativamente se há concentrações ou escassez dos indivíduos arbóreos
nos quadrantes, além de nortear e agilizar o pesquisador na realização dos trabalhos de campo.
Este método é fundamental para constatar se o sombreamento arbóreo encontra-se bem
proporcionado ou irregularmente disposto em todos os quadrantes das áreas verdes.
Na análise da distribuição fitogeográfica, é importante verificar os arranjos espaciais
arbóreos das áreas verdes públicas para identificar o padrão distributivo dos indivíduos arbóreos
que podem estar disposto em diversas formas, conforme o planejamento adotado, o
desenvolvimento dos espécimes, ou também pela ausência de planejamento. Nas áreas verdes, o
arranjo arbóreo pode ser predominantemente caracterizado por três padrões espaciais (figura 05),
que são:
 Periférico: quando os espécimes estão predominantemente situados nas extremidades,
circundando toda a praça ou canteiro (figura A);
 Centralizado: quando ocorre uma concentração predominante de indivíduos arbóreos em
canteiros e/ou no centro da praça (figura B);
 Disperso: é caracterizado pela distribuição aleatória e reduzido do número de espécimes
existentes nas praças, bosques ou parques urbanos (fig. C). Neste caso, visivelmente
percebe-se a escassez da vegetação arbórea (RESENDE, 2006; LIMA NETO, 2007).

As informações preliminares sobre a dimensão quanti-qualitativa das áreas verdes


públicas no tocante as condições, localização e distribuição na cidade foram possibilitadas a
partir da utilização de plantas baixas das praças e canteiros públicos que foram emitidas pela

1 - A área de cobertura vegetal (ACV) corresponde à quantidade total de massa verde (m2 ou km2) proveniente da
cobertura das copas de um conjunto de indivíduos arbóreos em um determinado local, que podem ser obtida através
de imagens cartográficas, ou do clinômetro digital com a trena métrica.
Empresa Municipal de Urbanização (EMURB) associado também ao uso do Mapa Oficial do
Município de Aracaju (SEPLAN, 2004). Desse modo, a associação das representações
cartográficas tornou-se favoráveis a realização dos trabalhos de campo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O índice de áreas verdes públicas é um indicador socioambiental que exprime a relação


entre a área cobertura vegetal dos espaços públicos com o adensamento populacional de cada
bairro da cidade, sendo resultante da quantificação do valor médio da área de copa das árvores
existentes pelo número de habitantes.
Em Aracaju, as áreas verdes públicas (AVP’s), em sua maioria, são caracterizadas pela
escassez de indivíduos arbóreos, e mesmo aquelas que não se encontrem neste estado, constatou-
se à necessidade de implantação de indivíduos arbóreos. O baixo número de áreas verdes, além
dos déficits nos índices de sombreamento específico na maioria dos bairros, associado ao
expressivo adensamento populacional influenciou na constatação de um ínfimo Índice de Áreas
Verdes Públicas por habitante (IAVP)/hab da cidade.
A cidade possui 520.303 habitantes (IBGE, 2007), concentrando cerca de 25% da
população de Sergipe, que pela sua estrutura e dinâmica urbana exerce grande influência na
oferta de bens e serviços por todo estado e em outros municípios de Alagoas e Bahia.
De acordo com a figura 01, é notório que há uma forte densidade demográfica e uma
heterogeneidade da distribuição populacional, ocorrendo uma maior concentração nos bairros
situados no interior do espaço urbano da capital, embora com tendência a diminuir nas áreas
próximas do Centro onde crescem as atividades comerciais e de serviços. Por outro lado, pode-se
denotar uma menor concentração na periferia da cidade, mas com forte tendência de crescimento
populacional, onde as condições ambientais, de infra-estruturas e serviços urbanos ainda
apresentam-se precárias, principalmente, no tocante a distribuição de áreas verdes públicas, a
ponto de afetar a qualidade de vida da população.
Os bairros Centro e o São José vem apresentando uma sensível diminuição da população
residente, devido ao aumento de estabelecimentos comerciais e outros serviços, para tanto, é
onde há uma das maiores quantidades de indivíduos arbóreos, principalmente, no Centro onde a
presença de importantes praças e do Parque Teófilo Dantas demonstra a singularidade do bairro
que é originário do planejamento urbano, denominado de Quadrado de Pirro.
Em situação diferente, pode ser observado nos bairros onde há um maior adensamento
populacional, como acontece no Santos Dumont, Dezoito do Forte, Cidade Nova, América,
Siqueira Campos, Industrial, Bugio e outros da Zona Norte e também no São Conrado (Zona
Sul), que em contradição, são marcados pela quantidade inexpressiva da vegetação arbóreo.
Dos bairros estudados, nove (09) não são constituídos por áreas verdes públicas, entre
eles: Jardim Centenário, Olaria, Soledade, Capucho, Palestina, Lamarão, Porto Dantas e Cirurgia
(situados na Zona Norte), e Coroa do Meio (Zona Sul). Quase todos estes bairros estão
localizados nas áreas mais periféricas de Aracaju, onde residem as camadas populares de baixa
renda, desprovidas de melhores condições de vida e que, em geral, vem apresentando forte
tendência de crescimento do contingente populacional, provenientes de outros municípios de
Sergipe.
O bairro Aeroporto vem sendo intensamente ocupado nos últimos anos, onde vem
aumentando o valor do solo e o número de edificações, implicando na diminuição de fragmentos
da cobertura vegetal, ainda assim, constitui um dos bairros que se destaca pelo número de
espécimes das áreas verdes públicas quando comparado aos da Zona Norte.
N

ARACAJU - BAIRROS

POPULAÇÃO DOS BAIRROS


600 - 6.000 hab

6.000 - 12.000 hab


ESCALA GRÁFICA
12.000 - 18.000 hab
0 2 4
18.000 - 24.000 hab
24.000 - 30.000 hab

30.000 - 36.000 hab

Figura 01 – Distribuição da população de Aracaju por bairros.


Fonte: Dados do IBGE, 2007. Base cartográfica: PMA, 2004.
BAIRROS POPULAÇÃO QUANT. DE IAVP/hab
(IBGE, 2007) ÁRVORES
ZONA NORTE
América 15.962 16 0,13 m2/hab
Bugio 16.249 99 0,68 m2/hab
Capucho 889 0 0,00 m2/hab
Cidade Nova 24.045 3 0,03 m2/hab
Cirurgia 5.767 0 0,00 m2/hab
Dezoito do Forte 21.025 36 0,16 m2/hab
Getúlio Vargas 7.188 55 0,79 m2/hab
Industrial 18.012 18 0,21 m2/hab
Jardim Centenário 13.228 0 0,00 m2/hab
José Conrado de Araújo 13.418 12 0,07 m2/hab
Lamarão 9.467 0 0,00 m2/hab
Olaria 15.012 0 0,00 m2/hab
Palestina 4.217 0 0,00 m2/hab
Porto Dantas 9.546 0 0,00 m2/hab
Novo Paraíso 11.627 62 0,77 m2/hab
Santo Antônio 11.950 62 0,57 m2/hab
Santos Dumont 25.061 29 0,11 m2/hab
Siqueira Campos 15.705 50 0,43 m2/hab
Soledade 6.544 0 0,00 m2/hab
TOTAL/MÉDIA 244.912 442 0,21m2/hab
ZONA CENTRAL
Centro 8.117 444 5,76 m2/hab
ZONA SUL
Aeroporto 9.386 119 1,52 m2/hab
Atalaia 11.379 54 0,51 m2/hab
Coroa do Meio 14.950 0 0,00 m2/hab
Farolândia 33.696 207 0,63 m2/hab
Grageru 16.223 110 1,15 m2/hab
Inácio Barbosa 9.487 341 2,78 m2/hab
Jabotiana 12.844 82 0,96 m2/hab
Luzia 20.007 200 0,69 m2/hab
Pereira Lobo 6.617 15 0,24 m2/hab
Ponto Novo 20.931 179 0,70 m2/hab
Salgado Filho 4.298 16 0,51 m2/hab
São Conrado 27.177 30 0,07 m2/hab
São José 5.940 204 3,19 m2/hab
Suíça 11.208 45 0,20 m2/hab
Treze de Julho 8.384 159 1,62 m2/hab
TOTAL/MÉDIA 212.527 1.761 0,90 m2/hab
Tabela 01- Indicadores dos índices de áreas verdes públicas/hab dos bairros de Aracaju.
Fonte: Trabalhos de campo, 2005/2006/2007.

A segregação sócio-espacial atual evidencia a formação e reprodução desigual da


cidade, onde bairros são socialmente construídos para as classes mais privilegiadas, enquanto
a maior parte da população é condicionada a viver em bairros de natureza periférica, sendo
excluída de serviços e estruturas urbanas com melhores condições. A segregação urbana se
efetiva nos diferentes bairros e zonas da cidade, cuja paisagem urbana dos bairros elitizados,
a exemplo da Treze de Julho e Grageru/Jardins, revelam assimetrias e os contrastes quando
comparada com a realidade de outros bairros da Zona Norte, principalmente, o Porto Dantas,
Lamarão, Soledade, Olaria e José Conrado de Araújo, onde reside a população de baixo
poder aquisitivo.
A construção de condomínios, estabelecimentos comerciais, casas e da rede viária
demarcam a paisagem urbana de Aracaju. A questão da renda familiar é um dos principais
fatores que condiciona uma família a decidir onde vai morar. As famílias que possuem
maiores rendas, procuram habitar nos bairros mais elitizado, inclusive próximos as áreas
verdes públicas de maior destaque estético (figuras 02 e 03), pois os imóveis próximos ou
com vistas para tais áreas possuem um custo mais elevado. Em contraste, aquelas de baixa
renda, que em muitas das vezes, não tem condições de adquirir um imóvel próprio, são
condicionadas a residir ou ocupar as áreas periféricas, que por vezes, estão sujeitas a
enfrentar maiores problemas ambientais.

Figura 02 - Vista panorâmica do Calçadão da Figura 03 – Vista lateral da Praça


Treze de Julho, no bairro Treze de Julho. Camerindo, localizada no Centro.
Fonte: Trabalho de campo, 2007. Fonte: Trabalho de campo, 2007.

A dimensão física (área) dos bairros exerce também influencia no número de


habitantes, quando se pode observar um menor adensamento populacional nos bairros
Palestina, Salgado Filho, Cirurgia, Suíça e Treze de Julho. Embora o crescimento da cidade
pode se efetivar tanto horizontalmente quanto no sentido vertical, com a construção de
grandes edifícios, que pode comportar um maior número de habitantes por metros quadrado.
Quanto maior a densidade demográfica de um bairro (ou de uma cidade),
indubitavelmente, maior será a necessidade de ampliação da cobertura vegetal através do
plantio de indivíduos arbóreos com potencial de sombreamento, a fim de que se obtenha um
IAV/hab favorável à melhoria da qualidade de vida da população.
A variação e a irregular distribuição da vegetação arbórea na cidade (vide a tabela 01)
ocorrem devido ao baixo número de áreas verdes públicas associados também a escassez de
espécimes na maioria de tais áreas existentes, sobretudo, na Zona Norte. O não
aproveitamento dos solos dos espaços públicos existentes exige o planejamento e a
implementação de medidas específicas voltadas para melhoria da qualidade ambiental com
base na revitalização e conservação das áreas verdes urbanas.
Além do Centro, evidencia-se uma maior quantificação de indivíduos arbóreos nos
bairros da Zona Sul, entre eles: Inácio Barbosa, Farolândia, Luzia, São José, Ponto Novo e
Treze de Julho. Diferentemente, na Zona Norte constatou-se uma área de cobertura vegetal
bem inferior, pois há uma concentração de bairros que apresentam no total um número de
indivíduos arbóreos inferior a 100.
As áreas verdes públicas são componentes físicos e cênicos, que atuam na quebra da
monotonia da paisagem urbana, portanto, devem ser constituídas de gramíneas, jardinagem e,
sobretudo, de vegetação arbórea. Diferenças na diversidade de espécies e quantidade de
indivíduos foram encontradas em muitas das praças, o que evidencia a heterogeneidade no
tocante as condições desde infra-estrutura a distribuição fitogeográfica.
Enquanto na praça Tobias Barreto (figura 04), ocorre uma diversidade de 15 espécies,
englobando um total de 84 indivíduos arbóreos, na Praça dos Expedicionários (figura 05) só
contém apenas uma espécie, a qual abrange 19 indivíduos arbóreos.

Figura 04- Vista central da Praça Tobias Figura 05 – Praça dos Expedicionários,
Barreto, bairro São José (Zona Sul). bairro Getúlio Vargas (Zona Norte).
Fonte: Trabalho de campo, 2007. Fonte: Trabalho de campo, 2006.

O índice de sombreamento específico (ISE) é o valor médio da área de copa (dossel)


das árvores que associado aos aspectos quanti-qualitativo da vegetação arbórea nas áreas
verdes, torna os espaços públicos adequados e convidativos para o intercâmbio sócio-
cultural, favorecendo o desenvolvimento de atividades ligadas ao lazer.
De acordo com os resultados apontados na figura 06, os maiores índices calculados
foram nos bairros Siqueira Campos (115m2) e no Centro (102m2). Ainda assim, verifica-se
que a maioria dos bairros onde foram aferidos os melhores índices estão localizados na Zona
Sul, dentre eles: São José, Grajeru/Jardins, Jabotiana, Aeroporto, Ponto Novo e Farolândia,
cujas médias obtidas variam entre 80 a 100m2 de área de copa.
Na Zona Norte, além da ocorrência do predomínio dos bairros sem áreas verdes
públicas em relação à Zona Sul, também se constatou baixos índices nos bairros Industrial e
Cidade Nova, nos quais foram registrados uma média inferior a 60m2 de área de copa. Em
geral, quanto maior a competição entre os espécimes nas áreas verdes, maior será a tendência
de haver um baixo potencial de sombreamento. No entanto, um dos maiores problemas das
áreas verdes estudadas é a carência de vegetação arbórea e não uma elevada densidade.
Com relação às médias dos ISE’s, registrou-se uma similaridade entre a Zona Norte e
Zona Sul, onde foi registrado respectivamente 81m2 e 80m2 de área média do dossel da
árvore. Ainda assim, vale ressaltar que a Zona Sul se destaca tanto na quantidade de áreas
verdes públicas quanto no número de indivíduos arbóreos, ou seja, possui uma maior área de
cobertura vegetal que contribui para melhoria da qualidade ambiental urbana, ainda que o
IAVP esteja distante dos padrões indicados como ideal.
ARACAJU - BAIRROS

INFERIOR A 40m²
40 - 60m²

60 - 80m²
80 - 100m²
100 - 120m²

ESCALA GRÁFICA

0 2 4

Figura 06 - Mapa dos índices de sombreamento específico das áreas verdes públicas de
Aracaju.
Fonte: Trabalhos de campo, 2006/2007. Base cartográfica: PMA, 2004

Os índices de áreas verdes públicas por habitante de Aracaju são resultantes da


integração da área de cobertura vegetal e o adensamento populacional. Conforme a figura 07,
a espacialização dos índices de áreas verdes públicas/hab nos bairros da cidade revela de
forma nítida que nenhum bairro alcançou o valor mínimo concebido como ideal, que
corresponde a 15m2 de área verde/hab, conforme a proposta da SBAU.
Ainda assim, mesmo que fosse tomado como referência o valor proposto pela ONU,
FAO e OMS, que é de no mínimo 12m2 de área verdes/hab, também nenhum bairro atingiu
este valor indicado por estas organizações internacionais.
Os melhores resultados foram constados nos bairros Centro e São José, onde foi
registrado 5,7m2 e 3,1m2 de verde/hab respectivamente. A maioria dos bairros apresentou
índices baixíssimos, revelando a incipiente área de cobertura vegetal existente nas áreas
verdes públicas em relação ao adensamento populacional, na perspectiva de minimizar os
problemas ambientais e melhorar a qualidade de vida da população.
O Centro é um bairro de origem planejada, sendo demarcado pelas importantes praças
da Bandeira, Camerino e Fausto Cardoso, além do Parque Urbano Teófilo Dantas onde
apresentou uma expressiva diversidade e quantidade de espécies e indivíduos arbóreos,
contribuindo para o conforto acústico, visual e térmico das pessoas que circulam, visitam
e/ou freqüentam esta área verde pública. A presença da Catedral Metropolitana de Aracaju no
parque, além de banca de revistas e jornais, bares e uma feira permanente de alimentos e
artesanatos, definem importantes práticas sociais, econômicas e turísticas no cotidiano da
cidade.
Na Zona Norte, 78% dos bairros não atingiram um valor superior a 0,50 m2/hab (1ª
classe cartográfica) em decorrência da escassez de indivíduos arbóreos nas praças e
canteiros, principalmente nos bairros Cidade Nova, Santos Dumont e Dezoito do Forte, onde
a aglomeração humana é mais expressiva. Somente o Getúlio Vargas, Novo Paraíso, Bugio e
ARACAJU - BAIRROS

IAV/Hab
INFERIOR A 0,5m²/hab

0,5 - 1,5 m²/hab

1,5 - 2,5 m²/hab


2,5 - 3,5 m²/hab

ACIMA DE 3,5 m²/hab


ESCALA GRÁFICA

0 2 4

Figura 07 – Mapa dos índices de áreas verdes públicas por habitantes dos bairros de Aracaju.
Fonte: Trabalhos de campo, 2006/2007. Base cartográfica: PMA, 2004
Santo Antônio alcançaram índices superiores a 0,50 m2/hab, haja vista que são os bairros
que possuem maior quantidade de vegetação arbórea, associados a um maior número de
espaços públicos.
Já na Zona Sul, embora os resultados estejam muito aquém dos valores apontados
como ideal, constatou-se melhores índices em relação à Zona Norte. Os bairros São José,
Inácio Barbosa, Treze de Julho e Aeroporto se destacam pela obtenção de índices acima de
1,50m2/hab, diferindo-se da maioria que se concentra na segunda classe cartográfica do
mapa.
Nos bairros Farolândia, Luzia, Ponto Novo e Grajeru, por possuir muitas praças e
canteiros, registraram-se uma quantidade de árvores bem superior à maioria dos outros
bairros, mas o forte adensamento populacional associado aos resultados não expressivos
dos índices de sombreamento específico, influiu também no ínfimo índice de áreas verdes
públicas/hab.
O número de árvores nos bairros São Conrado, Pereira Lobo e Suíça resultou em
uma inexpressiva área de cobertura vegetal, influindo negativamente nos resultados do
IAVP’s/hab que não chegou alcançar nem 0,5m2/hab, além dos bairros desprovidos de
áreas verdes públicas, localizados em sua maioria em torno da periferia da cidade.
As praças, os canteiros e os parques públicos possuem valores culturais muito
importantes na formação e exercício da cidadania, uma vez que influenciam na interação
entre os moradores de um lugar, contribuindo para o bem estar humano. Entretanto, a
expansão do ambiente urbano, marcado pelo forte adensamento populacional veio e
continua desgastando os laços sociais, na medida em que reprime esses locais públicos,
tornando-se cada vez mais inviáveis para brincadeiras infantis e atividades recreativas, com
o advento das novas configurações nas relações sociais.
Nos espaços públicos, a ausência do verde associado à impermeabilidade do solo,
torna o ambiente aquecido, minimizando o potencial de atratividade para aqueles que
costumam frequentar, descansar, conversar, circular ou exercer outro tipo de atividade
recreativa. Como assim pode ser observado nas praças (figuras 09 e 10) de bairros da Zona
Norte, onde não foram consideradas nesta pesquisa como áreas verdes urbanas públicas.

Figura 08 – Vista lateral da Praça Fig. 09 – Vista frontal da Praça Lourival


Franklin Roosevelt, bairro América. Bonfim, situada no bairro Santos Dumont.
Fonte: Trabalho de campo, 2007. Fonte: Trabalho de campo, 2006.

A Farolândia concentra o maior adensamento populacional de Aracaju, residindo


cerca de 33.696 habitantes numa área de 5.5078 km², onde constatou a existência de quinze
praças, o que representa uma quantidade significativa, entretanto, possui um IAVP/hab
insignificante, tendo em vista que tais espaços públicas são caracterizados pela escassez de
vegetação arbórea, quando poderiam ser (re)aproveitados para implantação de espécimes
(figuras 10 e 11). As praças de Aracaju que apresentam condições similares a estas
indicadas abaixo, indubitavelmente não podem ser concebidas como áreas verdes pública.

Fig. 10 – Praça Acrísio Cruz, Conjunto Fig. 11 – Praça Deputado Pedro Barbosa
Augusto Franco (bairro Farolândia). de Andrade situada no bairro Farolândia.
Fonte: Trabalho de campo, 2007. Fonte: Trabalho de campo, 2007.

Outro problema que caracterizam muitas das praças e canteiros é predomínio da


impermeabilidade do solo, o que consequentemente, impede o plantio e o desenvolvimento
de novas espécies, além de tornar uso social desfavorável, pois o intenso aquecimento do
solo devido à ausência de sombreamento arbóreo causa o desconforto térmico. Mesmo
existindo em algumas praças a composição de indivíduos arbóreos recentemente
implantados, é notória a presença de extensos vazios desprovidas de vegetação em
desenvolvimento, além da deficiência do potencial de sombreamento arbóreo.
Em algumas praças de Aracaju, além das precárias condições de infra-estrutura, não
contém vários elementos importantes para valorização do espaço público, que são
destinadas ao lazer e atividades recreativas, dentre eles: parque infantil, assentos com
encosto, bebedouros, lixeiras, iluminação adequada, quiosque e demais elementos que
contribuem para uso social, assim como Postos de Segurança Pública, nos locais onde há
uma intensa freqüência e fluxo populacional.
Com relação à importância do sombreamento arbóreo, Resende et al. (2006) afirma
que, em alguns locais, os moradores criam mecanismos que evidenciam a necessidade e
importância das AVP’s nos adensamentos populacionais. Isto ocorre mediante o recurso a
equipamentos improvisados pelos habitantes, reafirmando o princípio da necessidade de
espaços públicos dotados de cobertura vegetal arbórea frente ao escasso atendimento desta
demanda por parte do poder público municipal. A este respeito, constatou-se a presença de
bancos de madeiras ou de pedras embaixo de árvores em leitos de avenidas ou em ruas da
Zona Norte da capital. Estes assentos são construídos por moradores circunvizinhos que
não têm acesso a uma área verde pública no seu local de residência, consistindo um
exemplo de resistência espacial ante a exclusão urbana (RESENDE et al., 2006).
A partir dos trabalhos realizados in locu, constatou-se em alguns casos, a existência
de terrenos baldios onde são indicados como praças públicas, conforme o cadastro existente
no Mapa Oficial do Município de Aracaju (SEPLAN, 2004) e o rol de praças e canteiros
fornecido pela Empresa Municipal de Obras e Urbanização (EMURB, 2005). Na Zona Sul
esta incompatibilidade foi identificada nos seguintes bairros: Farolândia, com as “praças da
Rua B, Tenente Domingues Fontes e da Rua C; na Atalaia, na “Praça Poeta Ascenso
Ferreira”(figura 12); no Grageru, nas “Praças da Rua G e Luiz Cunha” (figura 13); na
Coroa do Meio, com a “Praça Olímpio Campos”.
Na Zona Norte, esta realidade também não é diferente. Vários terrenos baldios são
registrados como praças públicas, a saber: “praça Zedeclias Lemos” e “praça da Rua F-3”
no bairro Bugio; “praça sem denominação” (S/D) no bairro Cidade Nova; e as praças da “R
8” e “S/D” no bairro Soledade. Identificada às irregularidades existentes entre os registros
oficiais e a realidade em campo, portanto, faz-se necessário uma atualização dos dados de
órgãos municipais responsáveis pelo planejamento urbano de Aracaju.

Figura 12 – “Praças P. Ascenso Ferreira”, Figura 13 – “Praça Luiz Cunha”, situado


localizado no bairro Atalaia (Zona Sul). no bairro Grageru (Zona Sul).
Fonte: Trabalho de campo, 2007. Fonte: Trabalho de campo, 2007.

Por que existem vários casos de incompatibilidade entre o registro oficial e a


realidade local? Tal fato pode ser resultante de equívocos administrativos ou de
planejamentos. Mas também não se pode descartar a hipótese de ter sido aprovado o
projeto de construção da praça, e por improbidade administrativa de gestões públicas, se
tenha desviado os recursos financeiros destinado a este fim coletivo. Situações específicas
de incompatibilidades poderão também ser detectadas em outros elementos urbanos ou
temáticas voltadas para o planejamento e (re)organização espacial da cidade de Aracaju.
As áreas verdes quando não são priorizadas pelo poder público, tendem a perder
visitantes, podendo sofrer transformações de uso, comportando atividades marginais. Em
termos gerais, tais espaços deixam de proporcionar o lazer, a recreação e o intercâmbio
sócio-cultural, transformando-se em depósitos de lixo e quando associado a deficiente (ou
ausência) de iluminação pública, pode até contribuir para o aumento da criminalidade
(RESENDE et al., 2006).
Na análise fitogeográfica das áreas verdes públicas, verificou-se o arranjo arbóreo,
contabilizando as espécies com seus respectivos números de indivíduos arbóreos em cada
área verde pública e bem como foi identificado os padrões distributivos da vegetação
arbórea através da aplicação do método de quadrantes.
De todas as áreas verdes computadas na pesquisa, conforme a figura 22 (gráfico),
mais de 50% das AVP’s foram classificadas como dispersas, revelando a situação caótica
da maioria das praças que enfrenta à carência de cobertura vegetal. Desse modo, tais
espaços públicos necessitam, com urgência, de novos plantios de indivíduos arbóreos tanto
nas áreas periféricas quanto nos canteiros.
A dispersão, enquanto arranjo arbóreo predominante, resultante da ocorrência de
vazios fitogeográficos, reflete a desproporcionalidade do sombreamento arbóreo. A
predominância das áreas sem vegetação arbórea implica na minimização da função social
da praça, tornando-o desvalorizada, porque não há conforto térmico ao longo do dia para
que os habitantes estabeleçam prática sociais.
Os arranjos arbóreos periféricos e centralizados representam com 17% e 32%
respectivamente, que por sua vez, são caracterizados também pela necessidade de
implantação de espécimes. O que difere do arranjo disperso é a situação de calamidade
deste pela escassez de vegetação arbórea.

DISTRIBUIÇÃO FITOGEOGRÁFICA %

Periférica
17%

Dispersa
51%
Centralizada
32%

Figura 14 – Gráfico da distribuição fitogeográfica em arranjos arbóreos


Fonte: Trabalhos de campo, 2006/2007.

Nas áreas verdes onde predomina o arranjo periférico, possibilita a realização de


exercícios físicos – corridas, caminhadas – em torno da praça, caso o tamanho da área (m2)
seja adequado. No arranjo arbóreo centralizado, os canteiros permeáveis que definem o
interior da praça, tende a comportar um maior número de indivíduos arbóreos conforme a
área de permeabilidade e a preocupação e valorização das gestões públicas e da população
em conservar os espaços públicos arborizados.
Nas áreas verdes públicas de Aracaju, as espécies dominantes que foram mais
utilizadas na arborização urbana são: o mata-fome, a amendoeira, o oiti, o fícus e o
sombreiro (tabela 02), as quais contribuem para beleza cênica da paisagem urbana, ainda
que algumas apresentem algumas desvantagens. Não obstante, contatou-se que nos
planejamentos urbanos voltados para arborização não há uma preocupação com
biodiversidade, quando nota-se a dominância de poucas espécies no universo de 2.647
indivíduos arbóreos contabilizados nas áreas verdes estudadas.
A espécie predominante, Pithecelobium glaziovvi, na maioria das áreas verdes
apresentou-se com estrutura irregular nos galhos, ou seja, tortuosos, o que compromete a
frondosidade da copa. A irregularidade na copa, portanto, tende a diminuir sua capacidade
no bloqueio da passagem dos raios solares, além de conter espinhos.
A predominância também da amendoeira é bem visível, uma espécie bem difundida
na ornamentação do espaço urbano, sendo originária da Índia, que por possuir folhas
grandes e largas, forma uma copa frondosa, proporcionando um ótimo sombreamento,
colaborando para o conforto térmico, acústico e visual.
NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR QTD. DE % DE ESPÉCIES
ÁRVORES
Pithecelobium glaziovvi Mata-fome 653 24,6%
Terminalia cattapa Amendoeira 588 22,2%
Licania tomentosa Oiti 297 11,2%
Ficus ssp. Ficus 264 9,9%
Clitoria fairchildiana Sombreiro 254 9,5%
---------------- Outras espécies 591 22,3%
TOTAL 2.647 100%
TABELA 02 – Aspectos quantitativos e composição das espécies predominantes nas áreas
verdes públicas de Aracaju.
FONTE: Trabalhos de Campo, 2005/06/07.

Resende et al (2006) ressalta que embora o oiti pertença à flora nativa da Floresta
Atlântica, nem todos os espécimes presentes no Centro da cidade constituem
remanescentes da outrora vegetação, pois muitas foram implantadas na década de 1980, por
meio de projetos de arborização urbana. Ainda sobre o oiti, Lorenzi (1998) afirma que: “A
árvore fornece ótima sombra, sendo por isso preferida para o plantio em praças, jardins,
ruas e avenidas, principalmente nas cidades do Norte do país e de regiões litorâneas”.
Já o sombreiro é uma vegetação rústica que se desenvolve rapidamente, originária
do Norte brasileiro. O sombreiro é indicado na arborização urbana em virtude de sua
contribuição para beleza cênica da paisagem, embora não seja uma espécie tão favorável ao
sombreamento, pois ela permite uma maior infiltração dos raios solares, visto que as folhas
não estão bem dispostas ou condensadas a ponto de fechar o dossel da árvore. O que difere
da amendoeira, do oiti e do fícus que apresentam uma copa condensada, proporcionando
um melhor sombreamento.
O Ficus ssp. é outra espécie originária da Ásia tropical que vem sendo muito
difundida por ser propícia a ornamentação, mas esta expansão vem sendo priorizada frente
a exclusão de outras espécies também importantes na arborização das áreas verdes urbanas.
Ainda assim, o plantio desta espécie não adequado em solos próximos das áreas
impermeáveis, principalmente nas calçadas, devido à agressividade das raízes. Não se deve
relegar a importância da diversidade fitogeográfica nos planejamentos de arborização, pois
possibilita, dentre outras funções, o abrigo da fauna, contribuindo para diminuição da
instabilidade ecossistêmica, melhorando a qualidade ambiental.
Outras espécies arbóreas foram constatadas em diversas áreas verdes, mas foram
classificadas como de menor ocorrência pelo baixo número de indivíduos quando
comparado aquelas de maior freqüência, dentre elas: o neem (Azadirachta indica), com 79
indivíduos; a mangueira (Mangifera inica L.), com 60; o cajueiro (Anacardium occidentale
L), com 42; flamboyant (Delonix regia), com 28; a algaroba (Prosopis juliflora), com 16 e
tento carolina (Adenanthera pavonina), com 13 indivíduos.
Portanto, a densidade e diversidade fitogeográfica fazem-se necessária no
planejamento ambiental de arborização urbana, desde que os indivíduos arbóreos não se
desenvolvam em estado de competição, pois áreas verdes públicas não são florestas, até
porque é primordial um espaçamento adequado entre as árvores para a livre circulação e
freqüência da população. Mas, este não é o problema central de Aracaju, pelo contrário, a
escassez de indivíduos arbóreos é quem vem comprometendo a conservação das áreas
verdes públicas da cidade, afetando a qualidade ambiental, a ponto de necessitar a
ampliação da área de cobertura vegetal dos locais públicos associado à conservação dos
remanescentes não devastados pela ação antrópica.
4. CONCLUSÃO

No município de Aracaju, a média do índice de áreas verdes públicas por habitante


foi de 0,66m2/hab, um resultado muito aquém dos 15m2 de área verde/hab, então proposto
pela SBAU. Este ínfimo índice é resultante da integração dos seguintes fatores: baixo
número de áreas verdes públicas na cidade; expressivo adensamento populacional na
maioria dos bairros; escassez de vegetação arbórea nos espaços públicos, principalmente na
Zona Norte; 31% dos bairros apresentaram um índice de sombreamento específico inferior
a 80m2 de área de copa, além de 25% não possuírem áreas verdes públicas.
Dos 35 (trinta e cinco) bairros estudados, constatou-se que 85% não alcançaram
índices acima de 1,0m2/hab, além de apresentarem forte tendência de aumento
populacional, dificultando ainda mais a possibilidade de aumento do IAVP/hab. Estes
dados revelam a situação preocupante do ambiente urbano, no tocante à área de cobertura
vegetal dos espaços públicos da cidade, que é importante para filtrar os poluentes gerados
pelas atividades antrópica e proporcionar o conforto ambiental.
O IAVP/hab do Centro foi de 4,7m2/hab, diferentemente da média aferida na Zona
Sul e Norte, que foi de 0,90m2/hab e 0,21m2 respectivamente. Na cidade, a maioria dos
espaços públicos está concentrada no Centro (5,7%) e na maior parte dos bairros da Zona
Sul (72,3%). Muitas praças e canteiros apresentam realidades heterogêneas, constatando
variações no tocante à distribuição fitogeográfica, as condições de infra-estrutura, estado de
conservação, limpeza e existência de equipamentos fundamentais para o uso social.
Mesmo neste contexto, que alerta as sérias deficiências das áreas verdes públicas na
perspectiva de desenvolvimento socioambiental da cidade, ainda ocorrem expressivas
diferenciações espaciais no tocante a distribuição quanti-qualitativa dos espaços públicos.
Neste caso, verificou-se o privilégio de poucos bairros, por ter apresentado situações
melhores, que compreende o Centro, Inácio Barbosa, São José, Aeroporto, Grageru e Treze
de Julho, onde reside, a grosso modo, a camada da população de melhor poder aquisitivo.
Enquanto isso, a maioria dos bairros da capital, principalmente na Zona Norte e nas áreas
periféricas, enfrenta problemas ligados à escassez de árvores nos espaços públicos, terrenos
baldios com nomes de praças, além do péssimo estado de conservação de muitas praças.
Com relação aos padrões espaciais de arborização das áreas verdes públicas, 51%
foram classificadas como disperso, ou seja, são caracterizadas pela nítida escassez de
vegetação arbórea. Enquanto 32% foram consideradas centralizadas e 17% como
periférica. Nestes últimos, verificou-se a necessidade de implantação de espécimes para
manutenção das áreas verdes públicas, o que difere da dispersão, pela inexpressividade e
disposição aleatória da vegetação arbórea.
O método de quadrantes aplicado foi fundamental na agilidade dos trabalhos de
campo, sendo importante na classificação da distribuição fitogeográfica em arranjos
espaciais e verificação das variações das espécies arbóreas nas áreas verdes, mensurando as
dominâncias e aquelas de menores frequências. O grau de predominância das espécies
Pithecelobium glaziovvi (24%), Terminalia cattapa (22%) e Licanea tomentosa (11%),
implica em uma forte concentração em detrimento da diversidade arbórea, afetando a
estabilidade ecossistêmica, o que minimiza seu papel na contribuição da melhoria da
qualidade ambiental.
Desse modo, os resultados apontados sobre as condições de arborização urbana nas
áreas verdes públicas em Aracaju, ainda estão aquém de padrões estabelecidos e propostos,
em função, sobretudo, do déficit de indivíduos arbóreos nas praças vinculado à expressiva
concentração populacional em um ambiente urbano dominado pelas edificações. A
qualidade ambiental cada vez mais vem sendo comprometida devido à própria ação
humana, em contraste, o ambiente vem se tornando ainda mais degradado e poluído,
afetando a qualidade de vida da população.
Os resultados apontados vêm demonstrar como as áreas verdes públicas, apesar dos
benefícios oferecidos por essas já serem comprovados, não é ainda objeto de preocupação
do poder público, no sentido de estabelecer políticas específicas de proteção e
multiplicação destas, com isso sendo relegada a planos inferiores, fazendo com que a zona
urbana torne-se cada vez mais um lugar de reduzido equilíbrio ambiental.

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