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GERÊNCIA COMPETENTE DA SALA DE AULA – BASE PARA A DISCIPLINA E

APRENDIZAGEM1

Eliane Souza dos Santos2


RESUMO

Considerando os problemas que acontecem em sala de aula, como dificuldade de


aprendizagem, indisciplina, professor com formação incompleta, excesso de alunos,
entre outros; e a grande dificuldade dos professores em solucioná-los; tem-se como
objetivo, neste trabalho, fortalecer a ideia de que o bom e efetivo gerenciamento da
sala de aula como um todo, mesmo com todos seus percalços inerentes, favorece
um espaço harmonioso e propício à aprendizagem. Neste artigo foram estudados
discursos de alguns autores, através de Revisão Bibliográfica, sobre a Gestão de
uma sala de aula através do Plano de aula, da Metodologia de Ensino, Normas de
convivência, e do Tratamento humanizado. Constatou-se que existe a possibilidade
de harmonização, disciplina, num ambiente de estudo e, em consequência, a
melhora do processo ensino aprendizagem quando o professor reflete sobre sua
postura na relação com o aluno e na estrutura de suas aulas, tendo como base o
domínio da parte pedagógica, o controle emocional e bom senso nas possíveis
divergências.

Palavras-chave: Gerência, Competência, Disciplina, Educação.

ABSTRACT

Taking into account problems that happen in classroom, such as difficulty in learning,
lack of discipline, teachers with incomplete formation, excessive number of students
in class, among others; and considering also the great difficulty that teachers have in
addressing them; this paper has as a center point strengthen the idea that the proper
and effective management of the classroom as a whole, even with all its inherent

1
Artigo apresentado ao curso de Especialização em Gestão Escolar da Universidade Braz Cubas,
sob a orientação da Professora Luciana Rossato. Mogi das Cruzes, ano 2015.
2
Eliane Souza dos Santos – Professora de Matemática e Física formada pela FACAP – Faculdade de
Ciências Aplicadas. Pós Graduada em Matemática pela UNITAU – Universidade de Taubaté. Mestre
em Física do Estado Sólido pela UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba. E-mail:
nane.stos@gmail.com
drawbacks, favors a space harmonious and conducive to learning. Through
Literature Review, in this article we studied some authors’ speeches about
management of a classroom through lesson plan, Teaching Methodology,
acquaintanceship standards and humanizing treatment. It was found that when the
teacher reflects on his posture in the relationship with the student and the structure of
his classes, basing this reflection on pedagogical knowledge, emotional control and
use of basic common sense to solve possible disputes, there is scope for further
harmonization and discipline in a learning environment and, consequently, the
improvement of the learning process.

Keywords: Management, Skill, Discipline, Education.

INTRODUÇÃO

Um dos grandes problemas na Educação é a dificuldade de


aprendizagem efetiva num ambiente conturbado, seja por problemas do próprio
sistema educacional brasileiro bem como pela dificuldade do professor em gerir suas
aulas de forma a obter um ambiente harmonioso, cooperativo e humanizado.
Henning e Abbud no mostram que,

“Segundo os depoimentos dos protagonistas escolares uma das


principais marcas do cotidiano escolar atual é um grande número de
pequenas infrações disciplinares, cuja administração teria se
covertido na tônica principal do trabalho pedagógico e, por extensão,
numa das razões nucleares do conclamado desgaste ocupacional
dos profissionais da educação, mormente daqueles ligados ao ensino
fundamental e médio” (HENNING; ABBUD, 2010, p.77).

Considerando este contexto da Educação vigente e os objetivos da


LDB, este artigo propicia a oportunidade de refletir sobre alguns temas que se
interligam e contribuem para que educadores possam repensar, caso seja
necessário, em como melhorar a gerência de sua sala de aula.

1
Artigo apresentado ao curso de Especialização em Gestão Escolar da Universidade Braz Cubas,
sob a orientação da Professora Luciana Rossato. Mogi das Cruzes, ano 2015.
2
Eliane Souza dos Santos – Professora de Matemática e Física formada pela FACAP – Faculdade de
Ciências Aplicadas. Pós Graduada em Matemática pela UNITAU – Universidade de Taubaté. Mestre
em Física do Estado Sólido pela UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba. E-mail:
nane.stos@gmail.com
Através da reflexão sobre o abrangente e complexo papel a ser
desenvolvido pelo professor, como gerente que é de sua sala de aula, o estudo
nesta revisão bibliográfica foi focado nos seguintes temas: Gerência da sala de aula;
Plano de aula; Normas de convivência, Metodologia e Disciplina; e Tratamento
humanizado. Os desenvolvimentos do tema Plano de aula e Tratamento
humanizado foram abordados de forma independente. O primeiro devido a
dependência exclusiva da visão e experiência do gestor da sala de aula; e o
segundo por ser um assunto subjetivo, mas de extrema importância.
Os outros temas foram aqui estudados em conjunto devido às suas
complementaridades e consequentes pertinências, como se perceberá mais adiante.
A quantidade de bibliografias que aborda estes assuntos é vasta, então
aqui foi feito, em nível qualitativo, o confronto das opiniões de alguns autores cujas
ideias melhor corroboraram para a finalidade deste artigo.
A aula bem organizada, estruturada por um planejamento em que seja
levada em conta a herança cultural de cada comunidade bem como suas
necessidades; por uma metodologia focada em atividades condizentes com a
realidade comportamental dos alunos, onde sempre que possível possa a teoria ser
conciliada com atividades mais dinâmicas; e o conhecimento efetivo do professor
sobre o assunto a ser ministrado, cooperam grandemente com a fluidez da aula e
disciplina dos alunos.
A postura bem definida do professor, como mediador consciente da
importância de suas atitudes e ações em relação a humanidade com que com que
trata seus alunos; transforma também a postura dos mesmos, que passam a ser
colaboradores e ao mesmo tempo protagonistas do processo ensino-aprendizagem.
Leite e Tassoni explicam bem o termo humanidade quando dizem que

“muitos autores vêm defendendo que o afeto é indispensável na


atividade de ensinar, entendendo que as relações entre ensino e
aprendizagem são movidas pelo desejo e pela paixão e que,
portanto, é possível identificar e prever condições afetivas favoráveis
que facilitam a aprendizagem” (LEITE; TASSONI, S. D.).

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1. Gerência da sala de aula

Vasconcellos (S. D.) nos alerta sobre a necessidade urgente de um olhar


mais democrático, de mais qualidade para a Educação. Diz ainda que

“A temática da Gestão da Sala de Aula emerge da busca de


sistematização do trabalho do professor, de compreender o que está
implicado na atividade do professor em sala de aula, quais suas
dimensões básicas. A sala de aula é um complexo, é um mundo,
digamos, é a alma da escola, onde as coisas acontecem, ou não”.
(VASCONCELLOS, S. D.).

Segundo o Ferreira (1995, p. 322) um dos significados da palavra


gerência é a administração de um serviço. Considerando estas ideias, este trabalho
está focado num professor que esteja convicto de suas atribuições, que tenha uma
atitude transformadora e perceba que o serviço de gerenciamento de uma sala de
aula, tem como estrutura suas ações através dos seguintes tópicos: Plano de aula,
Normas de convivência, Metodologia Disciplina e Tratamento Humanizado.

2. Plano de aula

Segundo Piletti (2001), em sua obra sobre didática, plano de aula “é a


sistematização de todas as atividades que se desenvolvem no período de tempo em
que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de ensino-aprendizagem.”
(PILETTI, 2001, p. 73 apud CASTRO; TUCUNDUVA; ARNS, 2008).
A partir desta noção, pode-se inferir que o professor, como gerente de
sua sala de aula, necessita de total controle sobre os procedimentos a serem
cumpridos no desenvolvimento de sua aula; compreender o Plano de aula como a
sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo , para que não perca
o foco das metas a serem alcançadas; e que, de forma organizada, possa melhor
contribuir para o desenvolvimento do educando.
O art. 22. da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional estabelece
que:
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A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando,
assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da
cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em
estudos posteriores (MEC, LDB/1996)

e também “zelar pela aprendizagem dos alunos”, conforme o inciso III do art. 13.
Assim, o gestor da aula deve aperfeiçoar-se, buscando a excelência
através da experiência, reflexão e se necessário, um replanejamento de suas ações,
em consonância com os dizeres:

“A carreira de um professor engloba uma gama de deveres a serem


cumpridos, é necessário então, que o mesmo perceba a importância
de se preocupar com a qualidade de sua docência. Para que isso
aconteça, o professor deve se auto avaliar em todos os dias de seu
trabalho, tendo em vista o controle e o conhecimento sobre sua
missão, suas características e sua didática” (Kubata,et AL, 2010).

Portanto, cabe à escola e aos professores o dever de planejar a sua ação


educativa para construir o seu bem viver. (MENEGOLLA & SANT’ANNA, 2001, p.11
apud CASTRO; TUCUNDUVA; ARNS, 2008).
Alguns professores não elaboram o plano de aula porque acham que não
é necessário uma vez que utilizam livros didáticos e/ou outros materiais como
referencial para suas aulas; ou então improvisam realizações de atividades. “Em
outras palavras, aquilo que deveria ser uma prática eventual acaba sendo uma
“regra”, prejudicando, assim, a aprendizagem dos alunos e o próprio trabalho escolar
como um todo” (FUSARI, 2008, p.47 apud CASTRO; TUCUNDUVA; ARNS, 2008).
O plano de aula, apenas mental, mesmo que se esteja com a metodologia
e com as habilidades a serem desenvolvidas definidas, possibilita a perda do foco
dos objetivos da aula.
Cada professor deve elaborar seu plano de aula após uma reflexão sobre
suas possibilidades de ação, a realidade em que sua escola e seus alunos estão
inseridos. Segundo FUSARI, (2008, p.45, apud CASTRO; TUCUNDUVA; ARNS,
2008) o planejamento “deve ser concebido, assumido e vivenciado no cotidiano da
prática social docente, como um processo de reflexão”.

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sob a orientação da Professora Luciana Rossato. Mogi das Cruzes, ano 2015.
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Ribeiro (S. D.) coloca assim esta mesma ideia: “ Diante os diversificados
aspectos organizacionais e estruturais reafirma-se que se deve trabalhar na
educação com planejamentos direcionados e aplicáveis, contextualizados na
amplitude educacional e objetivados na aquisição e consolidação do saber”.

3. Normas de convivência, Metodologia e Disciplina

Regras de convivência são necessárias para que cada um dos


componentes da sala de aula, os quais são chamados de coletividade por
Vasconcellos, saiba quais são seus direitos e também quais são suas obrigações,
de forma a se conseguir um ambiente disciplinado e adequado à efetiva
aprendizagem.

“A Organização da Coletividade é uma dimensão também decisiva,


porque se não há um clima de participação, de interação, de
respeito, de comunicação em sala de aula, não há como propiciar a
apropriação do conhecimento, o enriquecimento da experiência
pedagógica, a partir daquilo que a escola está oferecendo. Essa
dimensão é, inclusive, nos dias atuais, um dos pontos mais
delicados, que normalmente os professores destacam. É muito
grande a queixa em relação aos chamados “problemas de disciplina”
(VASCONCELLOS, S. D.).

Compreende-se aqui que também o espaço físico merece uma atenção


especial: ambiente claro, limpo; carteiras e cadeiras dispostas conforme a
necessidade da aula em questão, e conscientização de todos para a manutenção do
local neste sentido.
Em se tratando de disciplina Rego apud Pirola (2009) diz que certas
atitudes são próprias do processo de aprender, justamente devido aos diálogos,
mediações e intervenções que fazem parte desse processo; então muitas vezes o
que parece ser um ambiente conturbado é na verdade o burburinho da
aprendizagem, da interação; sendo esta situação bem explicada por Araujo e Moura:

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“É evidente que, para que a aprendizagem dos conteúdos escolares
ocorra, é necessário o estabelecimento de parâmetros, regras e
limites entre os professores e os alunos. Mas isso não significa que o
aluno deva ficar calado, estático, obediente e submisso. Ao contrário,
a educação escolar e as diferentes ciências requerem a disciplina
própria do ato de conhecer, como a curiosidade e a inquietação”.
(ARAÙJO; MOURA, 2005, apud PIROLA, 2009).

A “Indisciplina” tem gerado inúmeras discussões sobre seu verdadeiro


significado. Atitudes que são consideradas indisciplinadas para um professor nem
sempre as são para um outro e em consequência, o mesmo também acontece sob o
ponto de vista do aluno, que vem para o ambiente escolar com uma educação
domiciliar precária, que no entender de Rodrigues ,

“Muito dessa culpa cabe também aos pais, que muitas


vezes se esquecem de cuidar da educação em casa e também não
acompanham de perto a vida escolar de seus filhos. Acham que a
escola tem que dar instrução e educar o aluno, quando a obrigação
primordial é deles” (RODRIGUES, 2008 apud KUBATA, et AL, 2010).

Muitos educadores entendem mesmo dessa forma, que os alunos


deveriam ir para a escola já motivados e bem educados por seus familiares, ficando
para a escola, apenas o papel de transmissora de conhecimentos; mas
Vasconcellos coloca que indisciplina é um problema para o professor resolver e
ainda sugere uma solução, conforme escrito abaixo:

“Esta expectativa, todavia, dificilmente se realiza no concreto. Na


verdade, faz parte, sim, do trabalho do professor criar as condições
de trabalho, organizar a coletividade de sala de aula. A família pode
contribuir mais ou menos, mas, independente disso é tarefa do
professor criar esse clima em classe. Se o aluno, por exemplo,
argumenta “É, mas em casa eu faço assim”, o professor deve ter
firmeza em afirmar “Bem, aqui é diferente . Aqui nós estamos numa
escola, onde temos um Projeto Político-Pedagógico, temos objetivos
a serem trabalhados, enfim, temos uma intencionalidade, e temos
uma organização para que seja atingida. Aqui é diferente!”
(VASCONCELLOS, S. D.).

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Cabe aqui a sugestão para que o professor analise, reflita, através das
inúmeras pesquisas já realizadas sobre este tema, até onde determinados
comportamentos podem ou devem ser considerados como indisciplina; num intento
de se desgastar menos em seu trabalho e ampliar seus horizontes com a vasta
definição que esta palavra sugere. Pode-se também pensar que: “A indisciplina no
espaço escolar é uma excelente oportunidade para o professor repensar a sua
prática e pôr de lado convicções que se mostram ultrapassadas” (SILVA;
FERREIRA; GALERA, S. D.).
Que o aluno, esteja alegre, “barulhento”

“... porque está sendo capaz de produzir um texto,


resolver o probleminha de Matemática, de resolver um conflito com o
coleguinha, de enfrentar melhor sua situação na família. Portanto, a
alegria vem do crescimento da potência, de perceber que está sendo
capaz de enfrentar melhor a realidade que vive, tanto na sala de
aula, como na escola, na família e na comunidade”
(VASCONCELLOS, S. D.)

Kubata et AL ressaltam a importância da formação continuada do professor,


a metodologia e o respeito, o qual tenho colocado como humanização; como fatores
preponderantes para a manutenção da disciplina:

“Para um professor estar em constante aprimoramento de seu


trabalho, é necessário que ele reconheça que uma formação
continuada de suas respectivas qualificações é fundamental, assim,
poderá colocar em prática suas ações e estratégias para manter a
disciplina e respeito em sala de aula, e fazer com que o aluno se
interesse pelo conteúdo a ser ministrado. (Kubata, Laura et AL, 2010)

Cabe ao professor mediar as situações de conflito entre alunos, buscando


não gritar, mas com muita firmeza e autoridade moral, dialogar sensatamente e
colocar cada um, cada situação no seu devido lugar, mesmo que seja através da
busca de ajuda externa, equipe gestora da unidade escolar.

A postura do professor em sala de aula, bem como suas artimanhas


em articular o conteúdo teórico a ser ensinado com atividades mais
dinâmicas e uma abordagem moderna são, sem dúvida, pontos de

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partida [...] no índice de rendimento de conteúdos que serão
aproveitados pelo estudante (KUBATA, et AL, 2010)

De acordo com Araújo e Moura, o professor deve interagir com os alunos,


sem autoritarismo (ARAÚJO; MOURA, 2005,apud PIROLA, 2009).
Nos momentos de realização de exercícios, situações problema e trabalhos,
individual ou em grupo, o professor deve estar sempre presente, auxiliando os
alunos em pequenas dificuldades que estejam sendo empecilhos para iniciá-los ou
mesmo seguir adiante.
Kubata et AL (2010) diz que professor precisa se esforçar para conseguir a
atenção do estudante displicente e sem comprometimento, que muitas vezes não
respeita a postura do docente. Atividades claras e significativas mobilizam a atenção
e outros processos cognitivos e afetivos, possibilitando o desenvolvimento da
disciplina; se os alunos não conseguem realizar as tarefas propostas, como diz
Pirola (2009) “muito provavelmente vão emergir comportamentos que não são
aqueles esperados pela docente”.
Mais uma vez cabe aqui o registro: Aulas bem preparadas, seguindo uma
metodologia adequada, condizente com a realidade da turma corroboram com a
disciplina e aprendizagem.

Metodologia é o conjunto de “atividades, procedimentos, métodos,


técnicas e modalidades de ensino, selecionados com o propósito de
facilitar a aprendizagem. São, propriamente, os diversos modos de
organizar as condições externas mais adequadas à promoção da
aprendizagem.” (MENEGOLLA & SANT’ANNA, 2001, p.90 apud
CASTRO; TUCUNDUVA; ARNS, 2008)

Muitas vezes as aulas se tornam cansativas, enfadonhas,


desestimulantes, quando sem uma relação com a vida real, ou por não proporcionar
novos saberes, ou ainda por serem muito teóricas e conforme diz Asbahr (2004, p.
9, apud PIROLA, 2009): “ao proporcionar que o aluno aproprie-se das esferas não
cotidianas de saber, a atividade pedagógica amplia o campo de desenvolvimento do
educando, isto é, produz desenvolvimento”.

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Faz-se necessário que haja interação com os alunos nos momentos das
explicações, convidando-os à participação. Pino reforça esta ideia:

O ato de ensinar não se constitui num repasse do objeto do


conhecimento para os alunos, nem mesmo de uma indicação aos
alunos do objeto do conhecimento, mas se trata de uma mediação na
qual o professor deve se propor para que os alunos se apropriem do
objeto do conhecimento (PINO, 2004, apud PIROLA, 2009).

Existem nos ambientes de estudo alunos em diferentes graus de


conhecimento; aqueles que terminaram suas atividades, após as mesmas terem
sido vistoriadas pelo professor, podem também auxiliar os colegas que estejam com
dificuldades para acompanhar as explicações e/ou desenvolver seu trabalho.
Através das interações as mais diferentes habilidades são aprendidas e
desenvolvidas. Pirola (2009) afirma “que é através do compartilhar, das trocas, das
ajudas, da parceria e até da cumplicidade que ocorre a construção e a
transformação do conhecimento”.
Em algumas aulas é possível contar com um professor auxiliar, quando
então aulas de reforço poderão ser ministradas para um ou um grupo de alunos com
dificuldades em comum; e

levando em conta que o desenvolvimento não acontece no mesmo


momento para todas as crianças. Por isso, a importância do
professor dar ajuda ou fazer junto, já que intervir na zona de
desenvolvimento próximo é criar demandas acima do
desenvolvimento real (Pirola 2009).

A confiança que o professor tem na capacidade de aprender do aluno


repercute em sua autoconfiança.

“Esta confiança do educador tem uma forte repercussão na


autoconfiança do aluno, o que, por sua vez, tem forte repercussão na
criação da Zona de Desenvolvimento Proximal (a percepção da
possibilidade de ação modula o querer do sujeito) e,
consequentemente, na sua aprendizagem. Tal olhar tem implícita
uma mudança do paradigma educativo, qual seja, a superação da

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lógica da exclusão na direção da inclusão” (VASCONCELLOS, S.
D.).

É importante lembrar que o processo - sair da zona de desenvolvimento


proximal e atingir o desenvolvimento real – necessita ser pertinente para o professor
para que o mesmo não se enfraqueça no intento de focar a atenção do aluno para
as atividades de aprendizagem, e em consequência subtraí-lo de comportamentos
indesejados.
“Na relação professor-aluno o docente pode favorecer ou não a
constituição de determinados comportamentos “indisciplinados”,
assim como a apropriação de conceitos, justamente porque os
alunos tendem a aprender e/ou fazer aquilo que acompanha as
expectativas da professora, sejam positivas ou negativas” (Pirola,
2009).

4. Tratamento humanizado

Atualmente, a relação professor-aluno, é preocupante uma vez que


professores insatisfeitos e alunos com precários conhecimentos se confrontam e em
consequência abalam a estrutura educacional.
Para reverter esta situação uma série de ações e providências precisa ser
tomada, desde as bases e diretrizes curriculares propostas pelo ministério da
educação e cultura, até chegar então à sala de aula, onde o professor com sua
sabedoria e experiência possa refletir mais sobre sua postura enquanto educador e
ser humano, e substituir então, hábitos muitas vezes mecânicos por outros mais
humanizados, mais sensatos.
A relação professor-aluno, em meio às diversas atividades em sala, deve
ser permeada de respeito, valorização do potencial de aprendizagem do aluno,
simpatia, acreditar que o aluno pode mudar, se superar; favorecendo desta forma a
confiança do aluno em sua capacidade de aprender. Vasconcellos assim descreve o
relacionamento interpessoal na educação escolar:

“A educação escolar pressupõe o encontro pessoal. O


Relacionamento Interpessoal tem a ver com essa capacidade de o

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professor se aproximar mais intimamente, com maior cuidado e
profundidade, diante de uma dificuldade do aluno, seja em termos de
aprendizagem ou de disciplina; é a capacidade de uma relação mais
próxima; é a exigência da relação significativa com um outro, o “olho
no olho”, sujeitos em proximidade, o contato humano. É uma
dimensão que vai além da coletiva: o professor trabalha com todos,
mas conhece cada um de seus alunos, e desta forma pode melhor
ajudá-los na aprendizagem e no desenvolvimento humano”
(VASCOCELLOS, S. D.).

O professor deve conhecer a condição social e problemas individuais de


seus alunos, e se enxergar como alguém de apoio para os mesmos. A afetividade,
como explicada por Freire, logo abaixo, também facilita o bom relacionamento entre
professor e aluno; oportuniza conhecer o educando com mais profundidade, dar-lhe
espaço, liberdade para interagir no processo ensino-aprendizagem.

E o que dizer, mas sobretudo que esperar de mim, se, como


professor, não me acho tomado por este outro saber, o que de
preciso estar aberto ao gosto de querer bem, às vezes, à coragem de
querer bem aos educandos e à própria prática educativa de que
participo. Esta abertura ao querer bem não significa, na verdade,
que, porque professor, me obrigo a querer bem a todos os alunos de
maneira igual. Significa, de fato, que a afetividade não me assusta,
que não tenho medo de expressá-la. Significa esta abertura ao
querer bem a maneira que tenho de autenticamente selar o meu
compromisso com os educandos, numa prática específica do ser
humano (FREIRE, 1996, p.159, apud KUBATA et AL, 2010).

Ninguém sente-se bem quando tratado com desrespeito. O professor,


como educador, precisa tratar a todos com respeito e afetividade, considerando as
diferenças, as condições sociais e os problemas individuais; sendo solícito ao
responder aos alunos, mostrando assim, que podem contar com ele e dessa forma,
cooperar para que o ambiente esteja harmonioso, favorável às manifestações dos
alunos nos momentos de estudo.
Não há dúvidas de que o professor que se disponibiliza “a ser um aliado
do aluno, conseguirá dele o mesmo respeito que imperava nas salas de aula de
tempos atrás” (KUBATA et AL, 2010) e Vasconcellos (S. D.) diz que esta relação mais
próxima dá ao professor legitimidade para exercer sua autoridade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mesmo diante da constatação do baixo índice de aprendizagem por parte


dos alunos e do grande desconforto dos professores perante as precariedades
políticas, sociais e culturais sob as quais estão subjugados, é a sala de aula o
principal local da escola em que acontece o processo ensino-aprendizagem, onde os
alunos e professores interagem de forma direta. Assim sendo, faz-se necessário por
parte do professor uma atenção especial para a maneira de gerenciar este
ambiente, buscando otimizar todas as possibilidades e recursos para se conseguir
um espaço propício para a aprendizagem e relacionamento de respeito mútuo.
Acredita-se, pela experiência e com a corroboração de referenciais
teóricos, que se o professor organizar-se através da elaboração de seu plano de
aula; antecipar-se sobre possíveis ocorrências, supondo que conheça seus alunos;
dispor o espaço físico conforme a necessidade do dia; estiver ciente da importância
de tratar a cada um dos alunos com toda humanidade que ele merece, estaria
cooperando imensamente não somente com a tranquilidade e eficiência da unidade
escolar, mas também com as diretrizes que contribuiriam para mudar o processo
integral da educação.
A cada dia de aula o professor aprende um pouco mais, e, na luta
constante pela concretização de metas e objetivos, vai se aperfeiçoando mais e
mais busca refletir sobre sua postura, em todos os sentidos, como por exemplo,
sobre a maneira com que conduziu determinada atitude de indisciplina, a disposição
ou indisposição com que respondeu a uma pergunta, a solicitude com que atendeu a
outro, ou ainda, se deixou a desejar quanto ao conhecimento sobre determinado
conteúdo a ser ministrado etc. Se o professor realmente aprecia seu trabalho,
através desse exercício se tornará cada vez mais competente no ato de melhorar a
formação educacional de seu aluno, e em consequência, mesmo se assemelhando
ao trabalho de uma formiguinha, estará mudando a situação do ensino de nosso
país, tão mal vista atualmente.

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Constata-se que muitos professores não veem sentido em preparar
previamente suas aulas, uma vez que entendem que tudo de que precisam para
ministrar suas aulas encontra-se já estruturado em livros didáticos. Fica aqui então
registrado que, conforme explanado acima, a gerência da sala de aula aqui focada
vai bem além da preocupação com a metodologia dos livros didáticos e seus
conteúdos. O professor precisa se comprometer com a realidade da comunidade de
seus alunos, levando em conta os componentes éticos e políticos.
Num ambiente de estudo bem estruturado, harmonizado, onde o
professor tenha condições de atender aos alunos em suas necessidades
pedagógicas, através de uma metodologia diferenciada, de uma relação de respeito
para com o aluno, prestando atenção no mesmo assim como gostaria que o mesmo
prestasse atenção em si nos momentos das explicações; consideração ao potencial
de aprendizagem de seu aluno, ao que ele pode produzir e no valor que tem sua
produção, promove-se a participação e a aprendizagem acontece; existe neste caso
disciplina ou “indisciplina” saudável, produtiva. Se as relações estão desajustadas,
põem-se à mostra a turbulência e o conflito entre os diferentes personagens que lá
atuam, desencadeando comportamentos de indisciplina.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 dez. 1996. Disponível
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2015.

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planejamento das aulas para organização do trabalho do professor em sua prática
docente. Athena- Revista Científica de Educação, v. 10, n. 10, jan./jun., 2008.
Disponível em
<https://pad.fgv.br/sites/pad.fgv.br/files/material/A%20importancia%20do%20planeja
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Editora Nova Fronteira, 1995. p. 322.

1
Artigo apresentado ao curso de Especialização em Gestão Escolar da Universidade Braz Cubas,
sob a orientação da Professora Luciana Rossato. Mogi das Cruzes, ano 2015.
2
Eliane Souza dos Santos – Professora de Matemática e Física formada pela FACAP – Faculdade de
Ciências Aplicadas. Pós Graduada em Matemática pela UNITAU – Universidade de Taubaté. Mestre
em Física do Estado Sólido pela UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba. E-mail:
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HENNING, Leoni. ABBUD, Maria. (Org.). Violência, Indisciplina e Educação.
Londrina: EDUEL, 2010. p. 77. Disponível em: <https://books.scielo.org> . Acesso
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Aula. Disponível em: < http://demogimirim.edunet.sp.gov.br/Grupo/Desafio.pdf>.
Acesso em 11 Ago. 2015.

1
Artigo apresentado ao curso de Especialização em Gestão Escolar da Universidade Braz Cubas,
sob a orientação da Professora Luciana Rossato. Mogi das Cruzes, ano 2015.
2
Eliane Souza dos Santos – Professora de Matemática e Física formada pela FACAP – Faculdade de
Ciências Aplicadas. Pós Graduada em Matemática pela UNITAU – Universidade de Taubaté. Mestre
em Física do Estado Sólido pela UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba. E-mail:
nane.stos@gmail.com

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