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ACÓRDÃO
Documento: 1548953 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 10/02/2017 Página 2 de 30
Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 357.541 - SP (2016/0138200-6)
RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA
IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ADVOGADO : VERONICA DOS SANTOS SIONTI - SP266878
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PACIENTE : SUELEN ALVES DA SILVA (PRESO)
RELATÓRIO
Destaca que a paciente é mãe de duas crianças, uma das quais tem a
saúde frágil e demanda o prudente acompanhamento médico, uma vez que teve alta
médica recentemente, após 5 anos de tratamento de saúde (tendo passado por cirurgia
no coração com poucos dias de vida), de forma que, a situação de separação da
genitora e seus filhos tem gerado prejuízos evidentes, tanto à paciente, quanto às
crianças, sendo necessária a correção de tal grave situação, em respeito ao princípio da
dignidade da pessoa humana e ao Estado Democrático de Direito.
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Superior Tribunal de Justiça
Argumenta que, de acordo com o Marco Legal da Primeira Infância,
que entrou em vigor recentemente, "sequer é necessária prova, no caso de presa
mulher, de que ela seja imprescindível aos cuidados da criança, sendo certo que o
direito da criança de conviver com sua mãe e por ela ser cuidada, nos termos do ECA
e da Constituição da República, bem como a prioridade absoluta de que gozam as
crianças, constituem fundamentos suficientes a embasar o direito à prisão domiciliar
da mãe"(e-STJ fl. 5).
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Superior Tribunal de Justiça
Prestadas as informações (e-STJ fls. 72/73 e 87/88), o Ministério
Público Federal manifestou-se pelo não conhecimento da impetração e, caso
conhecida, seja julgado prejudicado o seu mérito (e-STJ fls. 110/113).
É o relatório.
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Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 357.541 - SP (2016/0138200-6)
VOTO
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Superior Tribunal de Justiça
WEBER, Primeira Turma, julgado em 3/12/2013, DJ 28/2/2014).
A propósito:
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Superior Tribunal de Justiça
ENTORPECENTES. PRISÃO PREVENTIVA. REQUISITOS.
GRAVIDADE ABSTRATA DO DELITO. CONDIÇÕES PESSOAIS
FAVORÁVEIS. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. MULHER COM
FILHO DE ATÉ 12 ANOS DE IDADE INCOMPLETOS.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. RECURSO
PROVIDO
1. É certo que a gravidade abstrata do delito de tráfico de
entorpecentes não serve de fundamento para a negativa do benefício
da liberdade provisória, tendo em vista a declaração de
inconstitucionalidade de parte do art. 44 da Lei nº 11.343/2006 pelo
Supremo Tribunal Federal.
2. Caso em que o decreto que impôs a prisão preventiva à recorrente
não apresentou motivação concreta, apta a justificar a segregação
cautelar, tendo-se valido de afirmação genérica e abstrata sobre a
gravidade do delito, decorrente do quantum da pena em abstrato,
deixando, contudo, de indicar elementos concretos e individualizados
que evidenciassem a necessidade da rigorosa providência cautelar.
3. Nos autos constam os documentos de identidades de 4 filhos da ora
recorrente, dois deles menores de 12 anos, situação fática que lhe
assegurara o benefício da prisão domiciliar, nos termos do inciso V
do art. 318 do Código de Processo Penal (inciso incluído pela Lei n.
13.257, de 9/3/2016).
4. Recurso provido, para, ratificando a liminar, determinar a soltura
da recorrente, sob a imposição das medidas cautelares diversas da
prisão previstas no art. 319, incisos I e II, do Código de Processo
Penal.
(RHC 71.384/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
QUINTA TURMA, julgado em 06/10/2016, DJe 14/10/2016).
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Superior Tribunal de Justiça
demonstrando a necessidade da prisão para a garantia da ordem
pública.
2. Por evidente que a nova redação do artigo 318, inciso V, do
Código de Processo Penal, dada pelo Marco Legal da Primeira
Infância (Lei n.º 13.257/2016), veio à lume com o fito de assegurar a
máxima efetividade ao princípio constitucional da proteção
integral à criança e adolescente, insculpido no artigo 227 da
Constituição Federal, bem como no feixe de diplomas
normativos infraconstitucionais integrante de subsistema protetivo,
do qual fazem parte o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
n.º 8.069/90), a Convenção Internacional dos Direitos da
Criança (Decreto n.º 99.710/1990), dentre outros.
3. Quando a presença de mulher for imprescindível a fim de prover os
cuidados a filho menor de 12 (doze) anos de idade, cabe ao
magistrado analisar acuradamente a possibilidade de substituição
do carcer ad custodiam pela prisão domiciliar, legando a medida
extrema às situações em que elementos concretos demonstrem
claramente a insuficiência da inovação legislativa em foco.
4. Ordem concedida a fim de substituir a segregação preventiva da
paciente pela prisão domiciliar, nos termos do artigo 318, inciso V,
do Código de Processo Penal, ficando a cargo do Magistrado
singular a fiscalização do cumprimento do benefício, com a
advertência de que a eventual desobediência das condições da
custódia domiciliar tem o condão de ensejar o restabelecimento da
constrição preventiva.
(HC 357.470/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 18/08/2016, DJe 29/08/2016).
A propósito:
É como voto.
RE-RATIFICAÇÃO DE VOTO
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Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 10/11/2016, DJe
21/11/2016).
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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO AUGUSTO BRANDÃO DE ARAS
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL
AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ADVOGADO : VERONICA DOS SANTOS SIONTI - SP266878
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PACIENTE : SUELEN ALVES DA SILVA (PRESO)
ASSUNTO: DIREITO PROCESSUAL PENAL - Prisão Preventiva
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Após o voto do Sr. Ministro Relator não conhecendo do pedido e concedendo "Habeas
Corpus" de ofício, pediu vista, antecipadamente, o Sr. Ministro Felix Fischer."
Aguardam os Srs. Ministros Ribeiro Dantas, Joel Ilan Paciornik e Jorge Mussi.
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HABEAS CORPUS Nº 357.541 - SP (2016/0138200-6)
VOTO-VISTA
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Superior Tribunal de Justiça
É consabido que a prisão preventiva deverá ser aplicada como exceção,
quando não for suficiente a imposição de outra medida cautelar. No entanto, quando
estiverem presentes os requisitos da prisão preventiva (art. 312 do CPP) e as cautelares
não se mostrarem suficientes, o magistrado deve decretar a prisão preventiva.
A jurisprudência desta Corte possui inúmeros precedentes no sentido de
que é indispensável a análise de cada caso concreto, de modo a evitar o deferimento de
prisão domiciliar em situações que a prisão preventiva seja necessária. Nesse contexto,
forçoso demonstrar a imprescindibilidade da genitora para prover os cuidados do filho
menor de 12 anos de idade, para fins de deferimento da prisão domiciliar com base no
inciso V do art. 318 do CPP.
Ilustramos:
"HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO
ORDINÁRIO. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA.
CIRCUNSTÂNCIAS DO FLAGRANTE. APREENSÃO DE ELEVADA
QUANTIDADE DE ENTORPECENTES. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA.
PRISÃO DOMICILIAR. NÃO CABIMENTO. AUSÊNCIA DE
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. HABEAS CORPUS NÃO
CONHECIDO.
[...]
4. O inciso V do art. 318 do Código de Processo Penal,
incluído pela Lei n. 13.257/2016, determina que Poderá o juiz substituir
a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: V - mulher
com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos.
5. No particular, a paciente possui um filho menor de 12
anos de idade, o que preenche o requisito objetivo insculpido no art.
318, V, do Código de Processo Penal. Contudo, não se mostra cabível a
medida, porquanto não ficou demonstrada a imprescindibilidade da
presença da genitora a fim de prover os cuidados do filho. Ao revés, a
própria inicial menciona que a criança se encontrava sob os cuidados
da avó no momento da prisão em flagrante (a paciente e netos vivem
com a avó materna). A existência de elementos que justificam a prisão
preventiva e o contexto informativo apresentado nos autos, afastam a
possibilidade de deferimento da prisão domiciliar. Precedentes.
6. Habeas corpus não conhecido" (HC n. 368.101/SP,
Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de
21/10/2016).
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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. HUGO GUEIROS BERNARDES FILHO
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL
AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ADVOGADO : VERONICA DOS SANTOS SIONTI - SP266878
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PACIENTE : SUELEN ALVES DA SILVA (PRESO)
ASSUNTO: DIREITO PROCESSUAL PENAL - Prisão Preventiva
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Após o voto do Sr. Ministro Relator julgando prejudicado o pedido e concedendo
"Habeas Corpus" de ofício e o voto-vista do Sr. Ministro Felix Fischer julgando prejudicado o
pedido, pediu vista o Sr. Ministro Jorge Mussi."
Aguardam os Srs. Ministros Ribeiro Dantas e Joel Ilan Paciornik.
Documento: 1548953 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 10/02/2017 Página 2 6 de 30
Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 357.541 - SP (2016/0138200-6)
VOTO-VISTA
Documento: 1548953 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 10/02/2017 Página 2 7 de 30
Superior Tribunal de Justiça
Penal - acrescido com o advento da Lei n. 13.257/16 - faculte ao magistrado a
substituição da prisão preventiva decretada em desfavor da mulher com filho de até
12 (doze) anos de idade pela prisão domiciliar, é certo que tal condição, por si só,
não é suficiente para a concessão da benesse, a qual deve ser precedida da
demonstração da sua adequação ao caso concreto.
Embora seja certo que um de seus filhos foi submetido a uma cirurgia
cardíaca com poucos dias de vida, situação que deu ensejo a um tratamento de
longa duração, há nos autos comprovação de que a criança recebeu alta médica,
não havendo, entretanto, qualquer recomendação técnica no sentido da
imprescindibilidade da presença da paciente no lar para o cuidado dos filhos, sem a
qual é inviável o deferimento da substituição pretendida, conforme interpretação
dada ao dispositivo em comento por esta Corte Superior de Justiça:
É como voto.
Documento: 1548953 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 10/02/2017 Página 2 9 de 30
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. ÁUREA M. E. N. LUSTOSA PIERRE
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL
AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ADVOGADO : VERONICA DOS SANTOS SIONTI - SP266878
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PACIENTE : SUELEN ALVES DA SILVA (PRESO)
ASSUNTO: DIREITO PROCESSUAL PENAL - Prisão Preventiva
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Prosseguindo no julgamento, a Turma, por maioria, julgou prejudicado o pedido e
concedeu "Habeas Corpus" de ofício, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator."
Os Srs. Ministros Ribeiro Dantas e Joel Ilan Paciornik votaram com o Sr. Ministro
Relator.
Votaram vencidos os Srs. Ministros Felix Fischer e Jorge Mussi.
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