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"Estou obrigado a dizer expressamente que esta técnica resultou a única adequada
para minha individualidade; não me atrevo a por em dúvida que uma personalidade
médica de constituição diversa possa ser forçada a preferir outra atitude frente aos
enfermos e as tarefas por solucionar. "( 1912b)
Vê-se por esta afimação, e no geral pelo tom pouco normativo dos chamados
artigos técnicos, tanto os do período 1911-1914, quanto pelas recomendações contidas
nos artigos sobre a histeria, quanto em "Construções em Análise" (193 c), que Freud
considerava os temas técnicos como uma espécie de solução de compromisso entre as
exigências das descobertas clínicas, suas consequencias teóricas e as contingências do
estilo de cada analista. Suas indicações sobre a técnica são, na maior parte das vezes
negativas, referem-se mais ao que não se deve fazer do que ao que se deve.
O nascimento da psicanálise marca a aparição de um novo modo
interpretativo, não mais centrado no olhar, como na clínica clássica, mas na escuta.
Trataria-se então de uma técnica de escuta ? Esta questão pode ser melhor examinada
pela própria peculiaridade semântica do termo utilizado por Freud para se referir à
interpretação. “Deutung”, partícula presente, por exemplo, "Traumdeutung"
(Interpretação dos Sonhos), refere-se a descoberta do sentido (Bedeutung) não
evidente em um texto ou fala e contrasta com o termo “interpretieren” cujo sentido
poderia ser o de interpretação no sentido de tradução ou expressão:
2. Processos Interpretativos:
3. As Transformações do Discurso