Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MODELAGEM MOLECULAR
RESUMO
DMOL3, DFT e suas Bases Numéricas
MOSSORÓ-RN
DEZEMBRO, 2018
CIÊNCIA DOS MATERIAIS COMPUTACIONAL
Quando se estuda a ciência dos materiais computacional, temos como objetivo descrever
as propriedades da matéria a partir de modelos teóricos baseados em equações fundamentais. O
Dmol3 permite a modelagem da estrutura eletrônica e energética de moléculas, sólidos e
superfícies usando a Teoria do Funcional da Densidade (DFT - Density functional theory). Este
método permite a obtenção de dados bastante precisos enquanto mantem um custo
computacional relativamente baixo para um método ab initio. Métodos ditos ab initio, são aqueles
cujos cálculos partem dos primeiros princípios, ou seja, de modelos que representam os
fundamentos da mecânica quântica para descrever as interações atômicas (e de seus elétrons e
núcleos).
DMOL3
O Dmol3 é uma ferramenta computacional que fornece uma grande variedade de sistemas
o que inclui moléculas orgânicas e inorgânicas, cristais moleculares, sólidos covalentes, sólidos
metálicas e superfícies de um material. Através do Dmol3 é possível prever estruturas, energias de
reações, barreiras de reações, propriedades termodinâmicas e espectros ópticos e vibracionais.
Dentre as tarefas executáveis em Dmol3, cabe citar: - cálculo de energia de ponto único; otimização
de geometria; dinâmica molecular; pesquisa de estado de transição; otimização de estado de
transição; seguir um caminho de reação; cálculos de constantes elásticas; cálculos de cinéticas de
reação; cálculos de transporte de elétrons;
As etapas envolvidas nos cálculos em Dmol3 podem ser classificadas em três etapas:
definição da estrutura, configuração de cálculo e análise de resultados. A figura 1 apresenta ilustra
um exemplo de procedimento para cálculo de otimização geométrica de uma molécula criada no
próprio software.
- Definição da estrutura: a seleção de um documento ‘3D Atomistic’ contendo o sistema de
interesse. Esse sistema pode ser construído com as ferramentas disponíveis em Material
Visualizer, pode também ser importado, bem como modificado de um banco de dados de
estruturas já existentes.
Figura 1. Sequência de capturas de tela ilustrando os passos executados - definição da estrutura (a), configuração de
cálculo (b) e análise de resultados (c) - para a realização de tarefas no ambiente Dmol3.
(a)
(b)
(c)
- Configuração de cálculo: Após a seleção de um documento de estrutura 3D, é necessário
selecionar o tipo de cálculo que se deseja realizar e configurar os parâmetros associados. Define-
se então um servidor (nas configurações padrão, o servidor do próprio computador já está
selecionado) no qual o cálculo será executado e se dá início à tarefa.
- Análise de resultados: quando os cálculos terminam, os arquivos relacionados ao trabalho
são gerados para o usuário e disponibilizados na área do menu Project Explorer (explorador de
projeto). Estes arquivos contêm os dados resultantes das tarefas e podem ser analisados pelas
ferramentas disponíveis.
O primeiro teorema considerado pelo DFT, postulado por (Hohenberg e Kohn (1964), e
revisado por Levy (1979), afirma que todas as propriedades do estado fundamental são funcionais
da densidade de carga ρ. A energia total ‘Et’ pode ser descrita como:
Eq. 01
A densidade de carga é gerada pela função de onda ‘Ѱ’. A função de onda é considerada
um produto antissimétrico de funções de uma partícula, neste caso orbitais moleculares:
Eq. 02
Quando os orbitais moleculares são ortonormais, a densidade de carga é dada pelo simples
somatório:
Eq. 03
Eq. 04 Eq. 05
Na Eq. 5, o primeiro termo representa a atração entre núcleos e elétrons, o segundo termo
retrata a repulsão entre os elétrons e o último termo corresponde a repulsão entre os núcleos.
Casos usuais
O termo final da Eq. 1, ‘EXC’, que está relacionado com as energias de correlação e troca,
requer uma aproximação para que o método seja computacionalmente tratável. Uma opção boa
e simples é a Aproximação por Densidade Local (LDA – Local Density Approximation), que é
baseada na conhecida energia de correlação e troca de um gás de elétrons uniforme. A
aproximação assume que a densidade de carga muda sutilmente em uma escala atômica, o
modelo de um gás de elétrons uniforme admite que as cargas positivas (como os núcleos) é
distribuída de forma homogênea no espaço, enquanto que a densidade de elétrons é uma
quantidade também uniformemente distribuídas no espaço. A energia de correlação e troca total
pode ser obtida integrando o resultante de um gás de elétrons uniforme:
Eq. 06
EXC [ρ] = a energia de correlação e troca por partículaem um gás de elétron uniforme
ρ = Número de partículas
Eq. 07
Para determinar a energia de facto, é necessário otimizar as variações em ET, com relação
às variações de ρ, sujeitas a restrições de ortonormalidade (oriundas da eq. 2). Este processo leva
à um conjunto de equações formulada por Kohn e Sham (1965).
Eq. 08
O temo μXC, é o potencial de correlação e troca que resulta da diferenciação de EXC. Para a
aproximação da densidade de spin local, o potencial μXC será:
Eq. 09
O uso dos valores dados na equação de Kohn-Sham leva a uma nova formula para a
expressão.
Eq. 10
Eq. 11
Eq. 12 e Eq. 13
Sistemas fortemente correlacionados
Para estes sistemas, as aproximações feitas anteriormente não são suficientes. Tais casos
são normalmente descritos pelas verdadeiras Hamiltonianas de muito corpos, que são válidas para
outras circunstâncias mas não podem ser eficientemente construídas ab initio.
A aproximação por densidade local (Local Density Approximation – LDA) é bastante
atraente e pode ser refinada para considerar uma matriz de densidade de uma partícula n (s, r, s',
r') como uma variável básica ao invés da densidade de spin n (s, r). No entanto, modelos devem
ser usado para devido à ausência de problemas solúveis que poderiam ser usados para
parametrizar a energia de correlação e troca generalizada.
O modelo de Hubbard, é um dos mais utilizados para descrever a correlação de elétrons
em sólidos. A LDA+U (extensão da LDA) é baseada no modelo de Hubbard. Para construir uma
funcional apropriada a abordagem LDA+U divide a densidade da carga em dois subsistemas: as
deslocalizadas e as localizadas. As delocalizadas são descritas pela sua densidade de carga,
enquanto que nas localizadas uma matriz de densidade de carga diagonal local é adicionada.
Eq. 14
Eq. 15
Eq. 16
FUNCIONAIS DO DMOL3
Funcionais locais
Os funcionais locais que estão disponíveis para o Dmol3 são PWN e VWN. A proximação de
densidade local admite que as densidades de carga reduzem gradativamente em escala atômica.
Funcionais híbridos
Funcionais Meta-GGA
Além das densidades GGA que dependem da densidade local e seus gradiente, existem as
funcionais que dependem da densidade da energia cinética. No Dmol3, duas funcionais Meta-GGA
estão disponíveis: a M06-L e a M11-L.
O Dmol3 utiliza orbitais numéricos para as funções de base, onde cada função representa
um orbital atômico (atomic orbital - AO).
Maior liberdade variacional é conseguida através de conjuntos de base maiores. Gerar todo
um segundo conjunto de funções resulta em dobrar o tamanho do conjunto de base, sendo assim
chamado de conjunto numérico duplo (double numerical (DN) set). Funções de base adicionais
podem ser obtidos por: cálculos íon atômicos em DFT, cálculos de átomo de estado excitado em
DFT, orbitais hidrogênicos. Delley (2006) gerou e validou o conjunto triplo numérico (triple-
numerical (TNP) set). Na tabela a seguir estão os conjuntos de base usados nos programa.