Você está na página 1de 131

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

ANTONIO RAIOL PALHETA JUNIOR

EFEITOS ISOMÉRICOS, ESTRUTURAIS E DO MEIO SOBRE PROPRIEDADES


ESPECTROSCÓPICAS E ÓPTICAS NÃO LINEARES DE SISTEMAS
MOLECULARES ORGÂNICOS: UMA INVESTIGAÇÃO VIA DFT

MARABÁ-PA
2021
ANTONIO RAIOL PALHETA JUNIOR

EFEITOS ISOMÉRICOS, ESTRUTURAIS E DO MEIO SOBRE PROPRIEDADES


ESPECTROSCÓPICAS E ÓPTICAS NÃO LINEARES DE SISTEMAS
MOLECULARES ORGÂNICOS: UMA INVESTIGAÇÃO VIA DFT

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Química, da Universidade
Federal do Sul e Sudeste do Pará, como
requisito para obtenção do grau de mestre em
Química.

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo do Monte Gester


Coorientador: Prof. Dr. Antonio Rodrigues da
Cunha

MARABÁ-PA
2021
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Biblioteca Setorial Campus do Tauarizinho da Unifesspa

Palheta Junior, Antonio Raiol


Efeitos isoméricos, estruturais e do meio sobre propriedades
espectroscópicas e ópticas não lineares de sistemas moleculares
orgânicos: uma investigação via DFT / Antonio Raiol Palheta Junior;
orientador, Rodrigo do Monte Gester. – Marabá: [s. n.], 2021.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Sul e Sudeste do


Pará, Campus Universitário de Marabá, Instituto de Ciências Exatas,
Mestrado em Química, Marabá, 2021.

1. DFT. 2. ONL. 3. Corante azo-azometino. 4. Alquilamidas. I.


Gester, Rodrigo, orient. II. Universidade Federal do Sul e Sudeste do
Pará. III. Título.

CDD: 22. ed.: 907.2


ANTONIO RAIOL PALHETA JUNIOR

EFEITOS ISOMÉRICOS, ESTRUTURAIS E DO MEIO SOBRE PROPRIEDADES


ESPECTROSCÓPICAS E ÓPTICAS NÃO LINEARES DE SISTEMAS
MOLECULARES ORGÂNICOS: UMA INVESTIGAÇÃO VIA DFT

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Química, da Universidade
Federal do Sul e Sudeste do Pará, como
requisito para obtenção do grau de mestre em
Química.

Data de aprovação: Marabá (PA), ____ de ______________ de 2021

Banca Examinadora:

______________________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo do Monte Gester
Orientador

______________________________________________________
Prof. Dr. Tarciso Silva de Andrade Filho
Examinador Interno

______________________________________________________
Prof. Dr. Antonio Rodrigues da Cunha
Examinador Externo

______________________________________________________
Prof. Dra. Paula Andrea Jaramillo Garcia
Examinadora Externo
Dedico este trabalho aos meus pais, Maria
Lucinda Palheta dos reis e Antonio Raiol
Palheta (in memoriam), e também a todas as
pessoas que me ajudaram ao longo desta
caminhada.
AGRADECIMENTOS

Agradeço,
À Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – UNIFESSPA, pela infraestrutura
que tive acesso, pois através de seus espaços e serviços pude interagir com professores, alunos
e demais funcionários, adquirindo novos conhecimentos e experiências no decorrer de minha
estadia nesta instituição;
Ao programa de Pós-Graduação em Química – PPGQ, pelo planejamento e condução
do mestrado, que mesmo com o atual momento em que a educação do nosso país se encontra,
com escassez de recursos para o desenvolvimento de pesquisas cientificas, ainda assim está
possibilitando que alunos de diferentes regiões do Brasil realizem formação continuada e se
tornem profissionais mais qualificados;
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, pela
conceção da bolsa de estudo, pois sem este auxílio dificilmente este sonho seria concretizado;
Ao professor Dr. Rodrigo do Monte Gester, por me orientar no desenvolvimento desta
pesquisa, pelos artigos que publicamos juntos, por me motivar a ser um pesquisador e pelos
direcionamentos quanto a minha carreira acadêmica;
Ao professor Dr. Antonio Rodrigues da Cunha, pela coorientação e por me ensinar os
procedimentos para realizar a simulação de Monte Carlo, usando os programas Dice e Order;
Ao professor Dr. Tarciso Silva de Andrade Filho, pelas aulas de Química Quântica e
por, no início do mestrado, me ensinar a usar o sistema operacional Linux e fazer os inputs para
os cálculos computacionais, usando o software Avogadro;
Aos professores, Dr. Rodrigo do Monte Gester, Dr. Tarciso Silva de Andrade Filho, Dr.
Antonio Rodrigues da Cunha, Dr. Ezequiel de Andrade Belo, Ma. Mayra Suelen da Silva
Pinheiro, Dr. Andrey Moacir do Rosario Marinho, Dra. Simone Yasue Simote Silva, Dr.
Sebastiao da Cruz Silva e Dr. Vinícius Manzoni Vieira, pela colaboração na produção dos
artigos científicos oriundos das nossas pesquisas desenvolvidas;
Aos professores, Dr. Darlisson de Alexandria Santos, Dr. Francisco Adriano de Oliveira
Carvalho, Dr. Silvio Alex Pereira da Mota, Dra. Simone Yasue Simote Silva, Dr. Tarciso Silva
de Andrade Filho e Dr. Wagner Soares De Alencar, pelas disciplinas ministradas, aonde pude
aprender um pouco mais sobre química, métodos científicos, entre outros assuntos que me
auxiliaram e certamente continuarão me auxiliando, seja na carreira acadêmica ou no exercício
da profissão;
Aos meus colegas de turma, Aldimar Machado Rodrigues, Denilso Ibiapino Fontes,
Herbert Fonseca da Silva, Jhemison Carmo da Silva, Jocelia Silva Machado Rodrigues, Lucas
Oliveira Santos, Uendel dos Santos Feitoza e Williams Carlos Leal da Costa, pelos momentos
de descontração e experiencias trocadas;
À minha mãe, Maria Lucinda Palheta dos Reis, e meus irmãos, Rosane Palheta dos Reis
e Moisés Palheta dos Reis, por compreenderem minhas escolhas, por torcerem pelo meu
sucesso e por me incentivarem a sempre prosseguir com meus objetivos.
“A maioria das ideias fundamentais da ciência são essencialmente
sensíveis e, regra geral, podem ser expressas em linguagem
compreensível a todos.”
(Albert Einstein)
RESUMO

PALHETA JUNIOR, A. R. Efeitos isoméricos, estruturais e do meio sobre propriedades


espectroscópicas e ópticas não lineares de sistemas moleculares orgânicos: uma
investigação via DFT. 2021. 95 f. Dissertação (Mestrado em Química) – Instituto de Ciências
Exatas, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá, 2021.

Este estudo apresenta uma investigação sistemática das propriedades espectroscópicas,


estruturais, ópticas e reativas das alquilamidas (2E, 6Z, 8E)-N-(2-metilpropil)deca-2,6,8-
trienamida (espilantol, S1), (2E, 8E)-N-(2-metilpropil)deca-2,8-dien-6-inamida (S2) e (2E)-N-
(2-metilpropil)undeca-2-en-8,10-diinamida (S3); e as contribuições isoméricas e efeito do
solvente sobre as propriedades ópticas não lineares dos isômeros cis e trans do corante azo-
azometino 2-{4-[4-(dimetilamino)benzilideno]amino-2-(hidroximetil)fenil}diazenil-5-nitro-
benzonitrila. Através dos espectros infravermelho e da análise dos cálculos quânticos, baseados
na Teoria do Funcional da Densidade (DFT), das estruturas moleculares do espilantol e
análogos, verificou-se que esses sistemas sofrem efeito mesomérico no grupo amida (N−C=O),
ressoando entre as configurações (N−C=O) e (N=C–O), com (N=C−O) tendo as maiores
contribuições para a forma estrutural dos compostos. Os resultados também apontam que a
presença do grupo acetilênico (C≡C) nas estruturais alquilamidas têm relação com a
sintonização dos espectros UV-Vis desses compostos, quanto mais grupos acetilênicos presente
no sistema alquilamida, mais deslocado para o azul é seu espectro UV-Vis. Os coeficientes
ópticos não lineares (ONL) verificados para espilantol e análogos se mostram interessantes,
com S3 apresentando o maior valor (4,78 × 10−30 esu) para a primeira hiperpolarizabilidade
total (βtotal ), dentre as alquilamidas investigadas. Os detalhes da reatividade química de
espilantol e análogos mostram que esses sistemas são considerados eletrófilos fortes (ω > 1,5
eV) e nucleófilos moderados (com exceção do espilantol que é um nucleófilo forte). Com
relação aos isômeros geométricos do corante azo-azometino, o procedimento sequencial de
Monte Carlo/Mecânica Quântica aplicado, demonstra que o isômero trans atrai um número
maior de moléculas de água ao seu redor em comparação à estrutura cis. Consequentemente, o
isômero trans apresenta maior número de ligações de hidrogênio com as moléculas de água.
Considerando a contribuição do solvente para as propriedades eletrônicas, os resultados
mostram que a polarização do soluto afeta de forma moderada essas propriedades do corante
azo-azometino. Por exemplo, para o solvente descrito pelo modelo IEF-PCM, o momento de
dipolo da estrutura trans aumenta aproximadamente 25%, enquanto a primeira e a segunda
hiperpolarizabilidade (β e γ) tem um aumento de cerca de 12%, quando o meio muda de vácuo
para solução. Por fim, a isomerização cis-trans fotoinduzida ajusta a resposta ONL do material
de βcis = 53,31 × 10−30 esu para βtrans = 197,00 × 10−30 esu, o que significa uma melhora de
270%. Isso mostra que o efeito de isomerização na estrutura molecular do corante azo-
azometino investigado promove grandes mudanças em suas respostas ONL, e de certa forma,
pode possibilitar uma variedade de aplicações ONL em optoeletrônica e fotônica.

Palavras-chave: Sistemas alquilamidas. Espilantol. Corante azo-azometino. Efeito


mesomérico. Primeira hiperpolarizabilidade.
ABSTRACT

PALHETA JUNIOR, A. R. Isomeric, structural and environmental effects on nonlinear


spectroscopic and optical properties of organic molecular systems: an investigation DFT. 2021.
95 f. Dissertation (Masters in Chemistry) – Institute of Exact Sciences, Federal University of
the South and Southeast of Pará, Marabá, 2021.

This study presents a systematic investigation of the spectroscopic, structural, optical and
reactive properties of alkylamides (2E, 6Z, 8E)-N-(2-methylpropyl)deca-2,6,8-trienamide
(espilanthol), (2E, 8E)-N-(2-methylpropyl)deca-2,8-dien-6-inamide (S2) and (2E)-N-(2-
methylpropyl)undeca-2-en-8,10-diinamide (S3) ; and the isomeric contributions and effect of
the solvent on the nonlinear optical properties of the cis and trans isomers of the azo-
azomethine dye 2-{4-[4-(dimethylamino)benzylideno]amino-2-(hydroxymethyl)fenil}diaze-
nyl-5-nitro-benzonitrile. Through infrared spectra and analysis of quantum calculations, based
on Density Functional Theory (DFT), of the molecular structures of spilantol and analogues, it
was found that these systems suffer a mesomeric effect in the amide group (N−C=O), resonating
between the configurations (N−C=O) and (N =C–O), with (N=C−O) having the greatest
contributions to the structural form of the compounds. The results also show that the presence
of the acetylenic group (C≡C) in the structural alkylamides is related to the tuning of the UV-Vis
spectra of these compounds, the more acetylenic groups present in the alkylamide system, the
more blue is its UV-Vis spectrum. The nonlinear optical coefficients (NLO) verified for
epilantol and analogues are interesting, with S3 presenting the highest value (4.78 × 10−30 esu)
for the first total hyperpolarizability (βtotal ), among the investigated alkylamides. Details of the
chemical reactivity of espilantol and analogues show that these systems are considered strong
electrophiles (ω > 1.5 eV) and moderate nucleophiles (with the exception of espilantol which
is a strong nucleophile). Regarding the geometric isomers of the azo-azomethine dye, the
applied sequential Monte Carlo/Quantum Mechanics procedure demonstrates that the trans
isomer attracts a greater number of solvent molecules around it compared to the cis structure.
Consequently, the trans isomer has a greater number of hydrogen bonds with water molecules.
Considering the contribution of the solvent to the electronic properties, the results show that the
solute polarization moderately affects these properties of the azo-azomethine dye. For example,
for the solvent described by the IEF-PCM model, the dipole moment of the trans structure
increases by approximately 25%, while the first and second hyperpolarizability (β and γ) has an
increase of about 12%, when the medium changes vacuum for solution. Finally, photoinduced
cis-trans isomerization adjusts the NLO response of the material from βcis = 53.31 × 10−30 esu
to βtrans = 197.00 × 10−30 esu, which means an improvement of 270%. This shows that the
isomerization effect on the molecular structure of the investigated azo-azomethine dye
promotes large changes in its NLO responses, and in a way, can enable a variety of NLO
applications in optoelectronics and photonics.

Keywords: Alkylamide systems. Espilanthol. Azo-azomethine dye. Mesomeric effect. First


hyperpolarizability.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 4.1 Estruturas químicas das alquilamidas (a) S1, (b) S2 e (c) S3. ......................... 33
Figura 4.2 Estruturas químicas dos isômeros (a) cis e (b) trans do corante azo-
azometino investigado. .................................................................................. 34
Figura 5.1 Distâncias e ângulos de ligação calculados no nível de cálculo B3LYP/6
311++G(d,p) para os cromóforos S1, S2 e S3, com o ambiente clorofórmio
simulado pelo IEF-PCM. ............................................................................... 42
Figura 5.2 Ilustração do efeito de ressonância presente nas alquilamidas S1, S2 e S3 .... 43
Figura 5.3 Espectros infravermelho obtidos para as alquilamidas S1, S2 e S3. Os
resultados teóricos foram calculados usando o nível de cálculo B3LYP/6-
311++G(d,p), e com as estruturas em condições de vácuo, ou seja, sem
adição de solvente. ......................................................................................... 47
Figura 5.4 Espectros RMN de 1H, (a) experimental e (b) teórico, do espilantol (S1). Os
espectros teóricos foram obtidos no nível de cálculo LC-BLYP/6-
311++G(d,p), usando IEF-PCM para simulação do solvente clorofórmio e o
método GIAO para interpretação dos resultados. ........................................... 54
Figura 5.5 Espectros RMN de 1H (teóricos) dos cromóforos (a) S2 e (b) S3. Os
espectros foram obtidos no nível de cálculo LC-BLYP/6-311++G(d,p),
usando IEF-PCM para simulação do solvente clorofórmio e o método GIAO
para interpretação dos resultados. .................................................................. 55
Figura 5.6 Espectros UV-Vis (experimental e teórico) obtidos para as alquilamidas S1,
S2 e S3. Os resultados teóricos foram obtidos no nível de cálculo TDCAM-
B3LYP/6-311++G(d,p), usando o IEF-PCM para simulação do solvente
clorofórmio. ................................................................................................... 56
Figura 5.7 Orbitais moleculares envolvidos na transição principal que caracteriza a
banda de menor energia. ................................................................................. 58
Figura 5.8 Relação entre o gap de energia e a primeira hiperpolarizabilidade (Egap ∝

β-1 ) do cromóforo S3. ..................................................................................... 61


Figura 5.9 A polarização do soluto devido às interações do solvente. O primeiro ponto
de cada curva é obtido executando cálculos no nível CAM-B3LYP/6-
311++G(d,p) dentro do esquema CHELPG na geometria do vácuo. Os
demais pontos são obtidos por meio de um procedimento iterativo que parte
da geometria e das cargas obtidas por meio do IEF-PCM. .............................. 67

Figura 5.10 Função de Distribuição de Distância Mínima (FDDM) para os isômeros cis
e trans do corante azo-azometina em solução aquosa. .................................... 69
Figura 5.11 A superposição de todas as ligações de hidrogênio formadas nos isômeros
(a) cis e (b) trans. ............................................................................................ 70
Figura 5.12 No lado esquerdo, o gap de energia e a primeira hiperpolarizabilidade do
isômero cis na fase gasosa e em solvente aquoso (simulado pelo modelo de
solvatação ASEC). No lado direito, tem-se as mesmas condições para o
isômero trans. ................................................................................................ 74
Figura 5.13 Os orbitais moleculares de fronteira, gap de energia (∆Egap) e a primeira
hiperpolarizabilidade (βtotal) calculados para as estruturas cis e trans, usando
o nível de cálculo CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) e o modelo de solvatação
ASEC para simulação do ambiente aquoso. ................................................... 75
LISTA DE TABELAS

Tabela 5.1 ⃗)
Energia eletrônica (Eel), energia livre de Gibbs (G) e momento de dipolo (μ
obtidos para as alquilamidas S1, S2 e S3. Todos os valores foram alcançados
usando o nível de cálculo B3LYP/6-311++G(d,p), sendo realizadas
simulações tanto em vácuo, como em solvente (clorofórmio), o qual foi
simulado pelo método IEF-PCM. ................................................................... 41
Tabela 5.2 Principais ângulos de torção obtidos para espilantol e análogos. Todos os
valores estão em graus (°) e foram obtidos usando o nível de cálculo
B3YP/6-311++G(d,p) e o IEF-PCM para simulação do ambiente
clorofórmio. Definições para os rótulos: ω1 : (C1, N, C1', C2'), ω2 : (C3, C4,
C5, C6), ω3 : (C6, C7, C8, C9), ω4 : (C5, C6, C7, C8). ..................................... 45
Tabela 5.3 Modos vibracionais atribuídos para S1, S2 e S3. Todos os valores de
frequências estão em cm−1. Os resultados teóricos foram calculados usando
o nível de cálculo B3LYP/6-311++G(d,p), e com as estruturas em condições
de vácuo, ou seja, sem adição de solvente. ..................................................... 46
Tabela 5.4 Desvios químicos, teóricas e experimentais, obtidos para as alquilamidas
S1, S2 e S3. Todos os valores são dados em ppm, e os resultados teóricos
foram obtidos usando o nível de cálculo LC-BLYP/6-311++G(d,p) e o IEF-
PCM para simulação do ambiente clorofórmio, e são discutidos dentro do
formalismo GIAO. ......................................................................................... 53
Tabela 5.5 Comprimento de onda (λ, nm), energia de excitação (eV), força do oscilador
(F.Osc.) e a respectiva contribuição. Todos os valores foram obtidos usando
o nível de cálculo TD-DFT/6-311++G(d,p) e o IEF-PCM para simulação do
solvente clorofórmio. ..................................................................................... 56
Tabela 5.6 Polarizabilidade dipolar (𝛼, 10−24 esu) e, primeira hiperpolarizabilidade (β,
10−30 esu) e segunda hiperpolarizabilidade (γ, 10−36) calculadas usando os
níveis de cálculos (a) B3LYP, (b) CAM-B3LYP e (c) ωB97XD, acoplados
ao conjunto de funções base 6-311++G(d,p), mais o IEF-PCM para
simulação do ambiente clorofórmio. ...................................................... 59
Tabela 5.7 Orbital molecular ocupado de mais alta energia (HOMO), orbital molecular
desocupado de mais baixa energia (LUMO), potencial de ionização (I),
afinidade eletrônica (A), gap de energia (Egap), dureza química (η), maciez
química (S), potencial químico (μ), eletronegatividade (χ), eletrofilicidade
(ω) e nucleofilicidade (N) calculados para os sistemas S1, S2 e S3 usando
os níveis de cálculos (a) B3LYP, (b) CAM-B3LYP e (c) ωB97XD acoplados
ao conjunto de funções base 6-311++G(d,p), mais o IEF-PCM para simular
o solvente clorofórmio. .................................................................................. 62
Tabela 5.8 ⃗)
Energia eletrônica (Eel), energia livre de Gibbs (G) e momento de dipolo (μ
obtidos para os isômeros cis e trans do corante azo-azometino. Todos os
valores foram alcançados usando o nível de cálculo B3LYP/6-311++G(d,p),
sendo realizadas simulações tanto em vácuo, como em solvente
(clorofórmio), o qual foi simulado pelo método IEF-PCM. ............................ 66
Tabela 5.9 ⃗ /D) e informações estruturais obtidas a partir da
Momento de dipolo (μ
análise de RDF (função de distribuição radial) e HB (ligação de hidrogênio)
para os isômeros cis e trans do corante azo-azometino em água. .................... 68
Tabela 5.10 Os componentes de polarizabilidade dipolar (α/10−24 esu) calculados,
usando o nível de cálculo LC-BLYP/6-311++G(d,p) e diferentes modelos
de solvatação. Também são mostrados o índice de refração obtido usando o
Lorentz-Lorenz. ............................................................................................. 71
Tabela 5.11 O HOMO (𝜀𝐻 /eV), LUMO (𝜀𝐿 /eV), energias de gap (𝐸𝑔𝑎𝑝 /eV), os
componentes da primeira (β/10−30 esu) e da segunda (γ/10−34 esu)
hiperpolarizabilidades calculados, usando o nível de cálculo LC-BLYP/6-
311++G(d,p) e diferentes modelos de solvatação. .......................................... 72
Tabela 5.12 Dureza química (η), suavidade (S), eletrofilicidade (ω) e nucleofilicidade
(N) calculadas, usando o nível de cálculo CAM-B3LYP/6-311++G (d,p) e
o IEF-PCM para simular o ambiente aquoso. ................................................. 76
LISTA DE SIGLAS

DFT Density Functional Theory


RMN Ressonância Magnética Nuclear
IV Infravermelho
IV-TF Infravermelho com Transformada de Fourier
UV-Vis Ultravioleta-Visível
ONL Óptica Não Linear
PNA Peptide nucleic acid
MeOH Metanol
HPLC-PAD High-Performance Liquid Chromatography with Pulsed Amperometric
Detector
TMS Tetrametilsilano
TCE tetracianotileno
B3LYP Becke, three parameter, Lee-Yang-Parr
CAM-B3LYP Coulomb-Attenuating Method in Becke, three parameter, Lee-Yang-Parr
LC-BLYP Long-range Corrected Becke-Lee-Yang-Parr
IEF-PCM Integral-Equation Formalism of the Polarizable-Continuum
Mode
ASEC Average Solvent Electrostatic Configuration
CHELPG Charges from Electrostatic Potentials using a Grid Based Method
HOMO Highest Occupied Molecular Orbital
LUMO Lowest Unoccupied Molecular Orbital
LISTA DE SÍMBOLOS

𝛿 Deslocamento químico
𝜎 Constante de blindagem magnética
μ
⃗ Momento de dipolo
𝛼 Polarizabilidade dipolar
β Primeira hiperpolarizabilidade
𝛾 Segunda hiperpolarizabilidade
μ Potencial químico
𝜒 Eletronegatividade
𝜂 Dureza química
Egap Gap de energia
I Potencial de ionização
A Afinidade eletrônica
S Maciez química
ω Eletrofilicidade
N Nucleofilicidade
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 17
2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 20
2.1 Objetivo geral ........................................................................................................ 20
2.2 Objetivos específicos .............................................................................................. 20
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 21
3.1 Análises espectroscópicas ...................................................................................... 21
3.1.1 Espectroscopia no Infravermelho ............................................................................ 21
3.1.2 Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear ................................................ 22
3.1.3 Espectroscopia nas regiões do ultravioleta e visível................................................. 23
3.2 Propriedades ópticas não lineares de cromóforos orgânicos .............................. 23
3.3 Química Quântica .................................................................................................. 24
3.4 Aproximação de Born-Oppenheimer .................................................................. 25
3.5 Método de Hartree-Fock ....................................................................................... 28
3.6 Teoria do funcional da densidade ......................................................................... 30
3.6.1 Os Teoremas de Hohenberg-Kohn ........................................................................... 31
3.6.2 Equações de Kohn-Sham ......................................................................................... 32
4 METODOLOGIA ................................................................................................. 33
4.1 Detalhes experimentais da obtenção do espilantol .............................................. 35
4.2 Obtenção dos espectros do espilantol ................................................................... 35
4.3 Detalhes teóricos .................................................................................................... 35
4.3.1 Cálculos DFT .......................................................................................................... 36
4.3.2 Método de Monte Carlo ........................................................................................... 36
4.3.3 Parâmetro espectroscópico (RMN) .......................................................................... 37
4.3.4 Parâmetros ópticos não lineares ............................................................................... 38
4.3.5 Parâmetros de reatividade ........................................................................................ 39
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 41
5.1 Caracterização espectroscópica, resposta ONL e reatividade do espilantol e
análogos .................................................................................................................. 41
5.1.1 Caracterização das estruturas moleculares ............................................................... 41
5.1.1.1 Energias relativas e momento de dipolo ................................................................... 41
5.1.1.2 Comprimento e ângulos de ligações ........................................................................ 42
5.1.2 Interpretação dos espectros infravermelho .............................................................. 46
5.1.2.1 Modos de 200 cm−1 a 1000 cm−1 .............................................................................. 48
5.1.2.2 Modos de 1000 cm−1 a 2500 cm−1 ............................................................................ 49
5.1.2.3 Modos de 2800 cm−1 a 3700 cm−1 ............................................................................ 51
5.1.3 Interpretação dos espectros RMN de 1H .................................................................. 52
5.1.4 Interpretação dos espectros UV-Vis ........................................................................ 55
5.1.5 Resposta óptica não linear ....................................................................................... 59
5.1.6 Detalhamento dos descritores de reatividade ........................................................... 61
5.2 Efeitos isoméricos e do meio sobre as propriedades ONL de um cromóforo
azo-azometino solvatado ....................................................................................... 65
5.2.1 Estabilidade das estruturas ....................................................................................... 65
5.2.2 Polarização do soluto e a estrutura no líquido .......................................................... 66
5.2.3 Polarizabilidade dipolar ........................................................................................... 70
5.2.4 Primeira hiperpolarizabilidade ................................................................................ 72
5.2.5 Segunda hiperpolarizabilidade ................................................................................ 75
5.2.6 Descritores de reatividade global ............................................................................. 75
6 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 78
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 80
APÊNDICE A – OUTPUTS DOS CÁLCULOS REALIZADOS NOS
SISTEMAS ESTUDADOS ................................................................................... 94
APÊNDICE B – ARTIGOS PUBLICADOS ........................................................ 110
17

1 INTRODUÇÃO

O estudo de propriedades moleculares, utilizando a teoria quântica, vem ao longo dos


anos crescendo de forma exponencial. Certamente, a rápida evolução dos computadores e os
diversificados métodos de química teórica são alguns dos fatores que favoreceram o aumento
das pesquisas envolvendo modelagem molecular (LEVINE, 2014), uma vez que estes avanços
possibilitam que sistemas moleculares maiores e mais complexos sejam estudados via
simulações computacionais.
Nos últimos anos, a Teoria do Funciona da Densidade (DFT, de Density Functional
Theory) tem sido um dos métodos de modelagem molecular bastante empregado na
caracterização de propriedades moleculares. A DFT é fundamentada no conceito de densidade
eletrônica e tem como proposito fornecer soluções à equação de Schrödinger para sistemas de
muitos corpos. Em princípio, o formalismo da DFT é exato, no entanto, por não se conhecer o
valor real do funcional de troca e correlação presente na equação desta teoria, houve então a
necessidade de se atribuir aproximações para este termo.
Inúmeras aproximações para o funcional de troca e correlação têm sido desenvolvidas
e aplicadas à DFT ao longo dos anos (SILVA; VIEIRA, 2017). Todavia, a maioria tende a se
especificar a determinadas características que se deseja obter dos sistemas investigados, logo,
para que as propriedades dos sistemas em estudo sejam satisfatoriamente bem descritas, a
seleção adequada do funcional de troca e correlação é fundamental.
Nesta pesquisa, a DFT foi aplicada à investigação de três sistemas alquilamidas
(espilantol e dois análogos) e dois isômeros geométricos de um corante azo-azometino. A
primeira alquilamida, o espilantol (C14H23NO, S1), é um constituinte ativo da Acmella oleracea,
uma planta amazônica popularmente conhecida como jambu (YAMANE et al., 2016). Quando
consumido como alimento, o jambu causa sensação de dormência na boca. Esta característica
promoveu o uso do espilantol como analgésico (ABEYSIRI et al., 2013).
Nas últimas três décadas, o espilantol foi testado como medicamento anti-inflamatório
(DIAS et al., 2012). Do mesmo modo, também tem sido usado contra câncer (SOARES et al.,
2013) e microrganismos como, fungos (DUBEY et al., 2013), larvas (SHARMA et al., 2012)
e bactérias (MOLINA-TORRES et al., 2004).
As demais alquilamidas investigadas foram a (2E, 8E)-N-(2-metilpropil)deca-2,8-dien-
6-inamida (C14H21NO, S2) e a (2E)-N-(2-metilpropil)undeca-2-en-8,10-diinamida (C15H21NO,
S3), que são sistemas análogos ao espilantol. Enquanto o S2 foi recentemente sintetizado e
testado como uma droga anestésica (ALONSO et al., 2018), o S3 é outro constituinte isolado
18

da Acmella oleracea e tem sido utilizado como pesticida (MORENO et al., 2011).
Devido às suas relevâncias farmacológicas, espilantol e análogos passaram a ser
isolados em grande escala da Acmella oleracea (MORENO et al., 2011) e sistematicamente
sintetizados (ALONSO et al., 2018; BARBOSA et al., 2016; NAKAMURA et al., 2020). No
entanto, existem algumas questões estruturais e biológicas em aberto relativas a esses
compostos. Por exemplo, embora os primeiros resultados de Ressonância Magnética Nuclear
(RMN) de 1H e 13
C para o espilantol remontem de três décadas, poucos trabalhos discutem
como o ambiente pode alterar seus parâmetros estruturais e termoquímicos (PINHEIRO et al.,
2020). Além disso, outras propriedades físico-químicas relevantes permanecem completamente
ocultas, como a reatividade química e o comportamento óptico destas alquilamidas.
Para investigar a reatividade química de um composto, os descritores de reatividade são
fundamentais. Esses parâmetros associam as energias dos orbitais moleculares de fronteira à
reatividade de um sistema. Os descritores de reatividade podem ser obtidos através da análise
da estrutura eletrônica do material, utilizando a Teoria do Funcional da Densidade (DFT)
(ALAM et al., 2019; BENSIRADJ et al., 2020), ou mesmo métodos semiempíricos simples,
como: PM3, PM6 etc. (GRILLO, 2019).
Com relação aos isômeros do corante azo-azometino, sabe-se que os compostos azos
constituem a classe de corantes sintéticos mais importante disponível no mercado e são
caracterizados pela presença do grupo azo (–N=N–) ligado, na maioria dos casos, a dois anéis
aromáticos. Tais sistemas são reconhecidos por suas capacidades de promover intensas
transições eletrônicas por meio da absorção de luz de baixo comprimento de onda, efeito
originado pelos elétrons de condução vindos da ponte azo e dos anéis aromáticos (GESTER et
al., 2020a).
Atualmente, uma nova classe de corantes azo-azometino foi sintetizado para propostas
de óptica não linear (ONL) (GEORGIEV et al., 2018; STOILOVA et al., 2019). Esses
cromóforos conjugam três anéis aromáticos intercalados por ligações azo e azometina,
compondo um extenso sistema π conjugado. Além disso, tais cromóforos apresentam baixo gap
com um máximo de absorção entre 500-700 nm. Apesar de alguns resultados teóricos indicarem
que esses cromóforos apresentam coeficientes ONL enormes (GESTER et al., 2020a), nada se
sabe sobre como a isomerização cis-trans e também as interações soluto-solvente específicas
influenciam os parâmetros ONL.
É válido destacar que o comportamento ONL dos compostos azos podem ser bastante
instável, uma vez que estas moléculas podem ser fotoinduzidas a oscilar entre configurações
trans e cis, dando origem a um efeito de birrefringência que afeta drasticamente o índice de
19

refração (LEULESCU et al., 2021; QI et al., 2004), que depende dos parâmetros ONL.
Portanto, neste trabalho de mestrado, buscou-se realizar um estudo teórico sistemático
das alquilamidas S1, S2 e S3, em vácuo e em solução, para um maior entendimento das
propriedades estruturais, eletrônicas e espectroscópicas, como os espectros infravermelho e
absorção. Além disso, buscou-se abordar as diferentes respostas que os isômeros cis e trans e
o efeito do solvente podem fornecer em uma variedade de parâmetros elétricos e ONL do
corante azo-azometino 2-{4-[4-(dimetilamino)benzilideno]amino-2-(hidroximetil)fenil}diaze-
nil-5-nitrobenzonitrila que, dentre os cromóforos azo-azometino recentemente sintetizados, foi
o que apresentou maiores valores para a hiperpolarizabilidade (GESTER et al., 2020a).
20

2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral

Investigar a influência dos efeitos isoméricos, estruturais e do ambiente sobre as


propriedades espectroscópicas, ópticas não lineares (ONL) e de reatividade das alquilamidas
(2E, 6Z, 8E)-N-(2-metilpropil)deca-2,6,8-trienamida (espilantol, S1), (2E, 8E)-N-(2-metil-
propil)deca-2,8-dien-6-inamida (S2) e (2E)-N-(2-metilpropil)undeca-2-en-8,10-diinamida
(S3); e dos isômeros cis e trans do corante azo-azometino 2-{4-[4-(dimetilamino)benzilideno]
amino-2-(hidroximetil)fenil}diazenil-5-nitrobenzonitrila, utilizando a Teoria do Funcional da
Densidade (DFT).

2.2 Objetivos específicos

− Construir e otimizar as estruturas moleculares dos sistemas investigados;


− Obter os espectros IV, RMN e UV-Vis dos sistemas alquilamidas e o espectro UV-Vis
dos isômeros geométricos do corante azo-azometino, usando cálculos DFT adequados;
− Calcular as propriedades ópticas não lineares e de reatividade dos compostos, usando a
DFT;
− Traçar comparativo entre espilantol e as duas moléculas análogas, analisando as
mudanças que a diferença estrutural, observada entre os sistemas, promove em
propriedades como, óptica não linear e reatividade;
− Verificar qual alquilamida apresenta os maiores valores para hiperpolarizabilidade,
atividade antimicrobiana e reatividade;
− Analisar o efeito do solvente sobre as propriedades moleculares dos sistemas.
− Verificar qual isômero geométrico da estrutura azo-azometina apresenta os melhores
resultados para a hiperpolarizabilidade, nos ambientes vácuo e solvente;
− Fornecer dados para o desenvolvimento de novos materiais com propriedades ONL.
21

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Análises espectroscópicas

As técnicas espectroscópicas possibilitam a investigação de uma série de informações


qualitativas e quantitativas sobre as propriedades químicas e físico-químicas dos sistemas
moleculares em diferentes ambientes. Atualmente, técnicas experimentais baseadas em
espectroscopias vibracionais, eletrônicas e de ressonância, permitem estudos em diversas
condições ambientais (OZAKI; WÓJCIK; POPP, 2019). Estratégias combinando diferentes
técnicas espectroscópicas e posteriormente amparadas e/ou integradas por abordagens
computacionais tem se mostrado eficazes, visto que na análise espectral, na maioria dos casos,
os espectros moleculares não fornecem informações diretas sobre as estruturas, propriedades e
dinâmica moleculares, seja por conta das propriedades intrínsecas e complexidade do sistema,
ou por efeitos térmicos ou ambientais, cujas funções específicas não são fáceis de separar e
avaliar. Neste contexto, a espectroscopia computacional é uma ferramenta poderosa e confiável
para desvendar as diferentes contribuições para o sinal espectroscópico e entender os
fenômenos físicos fundamentais (OZAKI; WÓJCIK; POPP, 2019).

3.1.1 Espectroscopia no Infravermelho

A espectroscopia no infravermelho (IV) envolve o estudo da interação da radiação com


vibrações moleculares, aonde são realizadas medidas das transições entre os níveis de energia
vibracional molecular resultante da absorção da radiação infravermelha. A maioria dos
compostos que possuem ligações covalentes, orgânicos ou inorgânicos, tendem a absorver
inúmeras frequências de radiação eletromagnética na região do infravermelho do espectro
eletromagnético. Essa região envolve comprimentos de onda acima daqueles associados à luz
visível (400-800 nm), porém, menores do que aqueles associados a micro-ondas (maiores que
1 mm) (CAREY; GIULIANO, 2017; LARKIN, 2011; PAVIA et al., 2015)
Assim como ocorre em outros tipos de absorção de energia, as moléculas quando
absorvem radiação no infravermelho, são excitadas para atingir um estado de maior energia, e
assim como qualquer processo de absorção, este processo é quantizado. As frequências de
radiação absorvidas no infravermelho equivalem às frequências vibracionais naturais do
sistema, e a energia absorvida serve para aumentar a amplitude dos movimentos vibracionais
das ligações do sistema (PAVIA et al., 2015; THOMPSON, 2018; VOLLHARDT; SCHORE,
2014). Cada tipo de ligação possui uma frequência vibracional natural própria, portanto,
22

ligações do mesmo tipo, mesmo que em compostos diferentes e em ambientes ligeiramente


desiguais, apresentarão o mesmo padrão de absorção no infravermelho (PAVIA et al., 2015).
Os tipos ou modos mais simples de movimentos vibracionais em uma molécula, ativos
no infravermelho, são os modos de estiramento e dobramento. Em geral, as vibrações de
estiramento assimétrico ocorrem em frequências mais elevadas do que as vibrações de
estiramento simétrico; também, as vibrações no modo estiramento ocorrem em frequências
mais altas do que as vibrações no modo dobramento. Os termos tesoura, balanço, abano e torção
são recorrentes na literatura para descrever as origens das faixas do infravermelho (OZAKI;
WÓJCIK; POPP, 2019; PAVIA et al., 2015).

3.1.2 Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear

Enquanto a espectroscopia no infravermelho aponta quais tipos de grupos funcionais


estão presentes em uma molécula, a Ressonância Magnética Nuclear (RMN) oferece
informações sobre o quantitativo de átomos magneticamente distintos do isótopo estudado. Por
exemplo, quando se estuda prótons (H+), é possível determinar o número de cada um dos
diversos tipos de prótons não equivalentes, assim como obter informações a respeito da natureza
imediata de cada um. Informações semelhantes podem ser determinadas a respeito dos núcleos
de carbono, a combinação de dados das espectroscopias de IV e RMN, geralmente, são
suficientes para determinar completamente a estrutura de uma molécula desconhecida (PAIVA
et al., 2015; VOLLHARDT; SCHORE, 2014). A espectroscopia de RMN depende da absorção
de energia quando o núcleo de um átomo é excitado de seu estado de spin de energia mais baixa
ao próximo de energia mais alta (CAREY; GIULIANO, 2017).
Cálculos DFT de RMN alcançam um alto grau de precisão, também sendo possível
calcular mudanças na blindagem nuclear, que é o primeiro fator no cálculo de mudanças
químicas em isótopos. Esses cálculos normalmente preveem corretamente os sinais, levando
em consideração que as magnitudes dependem da estimativa da mudança correta no
comprimento da ligação após deuteriação. Para aplicações DFT em cálculos de mudanças
químicas em ligações de hidrogênio intramoleculares, os trabalhos de Siskos, Tzakos e
Gerothanassis (2015) e Siskos et al. (2013) se utilizam de deslocamentos químicos OH para
prever as posições do próton.
23

3.1.3 Espectroscopia nas regiões do ultravioleta e visível

A maioria das moléculas orgânicas e grupos funcionais são imperceptíveis na faixa do


espectro eletromagnético de comprimento de onda entre 190-800 nm, que corresponde as
regiões do ultravioleta (UV) e visível (Vis). Todavia, em algumas ocasiões é possível obter
informações relevantes dessa região do espectro. Essas informações, quando aliadas aos
detalhes fornecidos por espectros IV e RMN, podem fornecer dados valiosos sobre as
propriedades de sistemas atômicos e moleculares (PAIVA et al., 2015).
A espectroscopia computacional de grupos cromóforos é uma ferramenta importante
para a interpretação de espectros UV-Vis experimentais em termos de propriedades estruturais
e vibracionais implícitos. Até então, as simulações de espectros de absorção e emissão de
grandes moléculas são frequentemente realizadas comparando a diferença energética entre os
estados eletrônicos em uma geometria fixa com a banda máxima (IMPROTA et al., 2010). Esse
tipo de abordagem desconsidera as informações importantes fornecidas pelo espectro, que pode
ser acessada considerando as progressões vibracionais na região de Franck-Condon (FC)
(FRANCK, 1925).
Com base no princípio FC, dependente do tempo (TD) e independente do tempo (TI),
tratamentos são idealizados para levar em conta as progressões vibracionais nos espectros
ópticos, cada um tendo suas vantagens e limitações. No esquema TD, o espectro é calculado
como uma transformada de Fourier da função de autocorrelação para propagação de pacotes de
ondas na superfície de energia potencial do estado eletrônico estudado (CONDON, 1928;
FRANCK, 1925; PETRENKO; NEESE, 2007; SANTORO et al., 2008; REIMERS et al.,
2014).

3.2 Propriedades ópticas não lineares de cromóforos orgânicos

Desde que foi descoberta na década de 1960 (FRANKEN et al., 1961), a óptica não
linear (ONL) se estabeleceu como um campo de pesquisa promissor. Porém, o desenvolvimento
desta área depende da descoberta contínua de novos materiais com parâmetros ópticos não
lineares (ONL) aprimorados, bem como de potencializar essa resposta óptica. Os cromóforos
orgânicos ONL apresentam uma série de vantagens quando comparados aos compostos
inorgânicos. Em primeiro lugar, além de um maior limite de ruptura quando expostos a lasers
de alta potência, favorecem o empacotamento e a miniaturização, permitindo a montagem de
circuitos eletrônicos ainda menores (MOLONEY; NEWELL, 2018; PAPADOPOULOS;
24

SADLEJ; LESZCZYNSKI, 2006). Além disso, como os materiais ONL podem propagar
informações tão rapidamente quanto a velocidade da luz, os dispositivos optoeletrônicos podem
ser muito mais rápidos do que os circuitos eletrônicos usuais, impactando os campos da
engenharia eletrônica e das telecomunicações (SCHNEIDER, 2004).
Uma estratégia para obter novos materiais com uma resposta ONL mais alta é conjugar
sistemas π obtendo materiais com baixa banda de gap (KANIS; RATNER; MARKS, 1994). Na
verdade, como há uma relação inversa entre a primeira hiperpolarizabilidade e o gap de energia
(∆β ∝ 1/∆Egap) (MANZONI et al., 2019; MANZONI et al., 2021; MUHAMMAD et al., 2018a;
PIMENTA et al., 2019; RAIOL et al., 2021; SHKIR et al., 2018), espera-se que com o gap
baixo os cromóforos gerem uma resposta ONL mais elevada. No entanto, experimentos de
síntese química são uma tarefa difícil, e na maioria dos casos necessitam de altos investimentos,
logo, torna-se interessante o uso de metodologias teóricas como a DFT (ANITHA;
BALACHANDRAN, 2015; DESHMUKH et al., 2014; RAWAT et al., 2017) ou métodos semi-
empíricos (AVCI, 2011; EBEAD; SELIM; IBRAHIM, 2010) para modelar e prever a resposta
ONL de cromóforos que podem ter potencial para uso como, diodos emissores de luz orgânicos,
células solares, sensores e/ou marcadores de cor.

3.3 Química quântica

No final do século XVII, Isaac Newton formulou as leis que descrevem com precisão o
movimento dos objetos macroscópicos. Estas leis são a base da mecânica clássica. No início do
século XX, os físicos constataram que a mecânica clássica não descreve corretamente o mundo
subatômico, como por exemplo, o comportamento de elétrons e núcleos de átomos e moléculas.
Desta forma, uma nova mecânica precisou ser elaborada para explicar o comportamento de tais
partículas. O conjunto das novas leis formuladas ficou conhecido como mecânica quântica
(ATKINS; PAULA; FRIEDMAN, 2014).
A formulação da mecânica quântica contou com a contribuição de diversos cientistas
renomados do século XX (CRESSER, 2011; LEVINE, 2014; SAKURAI; NAPOLITANO,
2021). Contudo, é válido destacar Erwin Schrödinger, o físico que elaborou a equação capaz de
especificar todas as informações de sistemas atômicos e moleculares. A equação de Schrödinger
independente do tempo (GRIFFITHS; SCHROETER, 2018) é dada por:

̂ 𝜓 = 𝐸𝜓
𝐻 (3.1)
25

̂ é o operador hamiltoniano, 𝜓 (psi ou função de onda) é uma autofunção que contém


onde 𝐻
toda a informação do sistema, e E é um autovalor que descreve a energia do sistema. O operador
hamiltoniano representa a soma dos operadores energia cinética 𝑇̂ e potencial 𝑉̂ (CUSTODIO
̂ tem a forma:
et al., 2002). Para sistemas moleculares, 𝐻

𝑁 𝑀 𝑁 𝑀 𝑁−1 𝑁 𝑀−1 𝑀
ℏ2 2 ℏ2 2 𝑍𝛼 1 𝑍𝛼 𝑍𝛽
̂ = −∑
𝐻 ∇𝑖 − ∑ ∇𝛼 − 𝐽0 ∑ ∑ + 𝐽0 ∑ ∑ + 𝐽0 ∑ ∑
2𝑚𝑖 2𝑚𝛼 𝑟𝑖𝛼 𝑟𝑖𝑗 𝑟𝛼𝛽 (3.2)
𝑖=1 𝛼=1 𝑖=1 𝛼=1 𝑖=1 𝑗=𝑖+1 𝛼=1 𝛽=𝛼+1

𝑒2
com 𝐽0 =
4𝜋𝜀0
onde os subscritos i e j se referem a elétrons e α e β, referem-se a núcleos; 𝑚 é a massa e 𝑍, o
número atômico; 𝑟𝑖𝛼 , 𝑟𝑖𝑗 e 𝑟𝛼𝛽 correspondem ao vetor de posição elétron-núcleo,
elétron-elétron e núcleo-núcleo, respectivamente; N e M indicam, respectivamente, o número
de elétrons e núcleos do sistema. Na expressão (Eq. 3.2), o primeiro e o segundo termo se
referem a energia cinética dos elétrons e dos núcleos, respectivamente; os demais termos
retratam as energias potencial, aonde o terceiro denota as interações elétron-núcleo; o quarto,
as interações elétron-elétron; e o quinto, as interações núcleo-núcleo (LEVINE, 2014).
Para sistemas de muitos corpos a resolução exata da equação de Schrödinger não é
viável, devido a presença de certos termos de interação, como por exemplo, as estabelecidas
entre elétrons. Atualmente a equação (Eq. 3.1) só apresenta resolução analítica para o átomo de
hidrogênio e átomos hidrogenóides (AMIN; EL-AASSER, 2009; BONILLA; MARTÍN-RUIZ;
URRUTIA, 2019).
Para contornar a complexidade envolvendo sistemas de muitos corpos, métodos
aproximativos foram desenvolvidos com a premissa de facilitar o estudo desses sistemas. Neste
trabalho detalhamos alguns desses métodos, como as aproximações de Born-Oppenheimer
(AKBAS; TURGUT, 2018; BORN; OPPENHEIMER, 1927; JECKO, 2014; TULLY, 2000;
YU et al. 2013), o método de Hartree-Fock (FOCK, 1930; HARTREE, 1928a; HARTREE,
1928b) e a Teoria do Funcional da Densidade (DFT) (ENGEL; DREIZLER, 2011;
HOHENBERG; KOHN, 1964; KOHN; SHAM, 1965; SHOLL; STECKEL, 2009).

3.4 Aproximação de Born-Oppenheimer

O hamiltoniano (Eq. 3.2) retrata à primeira vista o quão complexo é trabalhar com
26

sistemas moleculares, tanto que ainda hoje não é possível resolve-lo analiticamente (ATKINS;
FRIEDMAN, 2011). Felizmente, pouco tempo depois de Erwin Schrödinger apresentar sua
famosa equação de onda, os físicos Max Born e Julius R. Oppenheimer idealizaram uma
aproximação bastante precisa e simplificadora para contornar a complexidade do hamiltoniano
para sistemas de muitos corpos (BORN; OPPENHEIMER, 1927).
A aproximação de Born-Oppenheimer se fundamenta na premissa de que os núcleos de
um sistema estão fixos em suas posições (ATKINS; FRIEDMAN, 2011). Esta idealização se
embasa no fato dos núcleos serem muito mais pesados que os elétrons (mn >> me) (LEVINE,
2014). Devido a isso, o movimento nuclear é consideravelmente mais lento que movimento
eletrônico, tanto que podem ser desconsiderados. A estratégia de considerar os núcleos estáticos
em uma configuração permite eliminar o termo referente a energia cinética nuclear presente em
(Eq. 3.2), e com isso obter uma equação voltada exclusivamente para o movimento dos elétrons:

̂𝑒𝑙 + 𝑉𝑀𝑀 )𝜓𝑒𝑙 = 𝐸𝜓𝑒𝑙


(𝐻 (3.3)

̂𝑒𝑙 , representa os termos eletrônicos de (Eq. 3.2):


onde 𝐻

𝑁 𝑁 𝑀 𝑁−1 𝑁
ℏ2 2 𝑍𝛼 1
̂
𝐻𝑒𝑙 = − ∑ ∇𝑖 − 𝐽0 ∑ ∑ + 𝐽0 ∑ ∑ (3.4)
2𝑚𝑖 𝑟𝑖𝛼 𝑟𝑖𝑗
𝑖=1 𝑖=1 𝛼=1 𝑖=1 𝑗=𝑖+1

e VMM se refere a energia potencial da repulsão nuclear:

𝑀−1 𝑀
𝑍𝛼 𝑍𝛽
𝑉𝑀𝑀 = 𝐽0 ∑ ∑ (3.5)
𝑟𝛼𝛽
𝛼=1 𝛽=𝛼+1

O autovalor E em (Eq. 3.3) especifica a energia eletrônica, aonde está incluída a repulsão
internuclear. A determinação de E está vinculada as coordenadas nucleares, com as distâncias
𝑟𝛼𝛽 (Eq. 3.5) fixadas em valores constastes (LEVINE, 2014). O arranjo projetado para os
núcleos possibilita resolver a equação de Schrödinger para os elétrons no potencial eletrostático
resultante (ATKINS; FRIEDMAN, 2011). Obviamente, há um número infinito de
configurações que podem ser atribuídas para as posições nucleares, e para cada uma delas se
pode resolver a equação de Schrödinger eletrônica (Eq. 3.3). As soluções resultantes fornecem
um conjunto de funções de ondas e energias eletrônicas correspondentes a cada arranjo fixado.
27

Cada membro do conjunto corresponde a um estado eletrônico molecular diferente. Diante


disso, fica evidente que as funções de ondas e energias eletrônicas dependem da parametrização
das coordenadas nucleares:

𝜓𝑒𝑙 = 𝜓𝑒𝑙 (𝑟𝑖 ; 𝑅) e 𝐸 = 𝐸(𝑅)

onde 𝑟𝑖 retrata as coordenadas eletrônicas e 𝑅, refere-se as coordenadas nucleares


parametrizadas.
Uma vez que a aproximação de Born-Oppenheimer pressupõe que os núcleos de um
sistema são estáticos, o operador VMM se torna uma constate, restando como variável na equação
de Schrödinger eletrônica (Eq. 3.3) apenas as coordenadas eletrônicas. O fato de VMM ser
constante nos permite subtraí-lo do hamiltoniano sem que isso afete as funções de onda,
acontecendo somente uma diminuição em cada autovalor E por um termo constante C
(REIHER; WOLF, 2014):

̂𝑒𝑙 = 𝐻
𝐻 ̂ ′ − 𝑉𝑀𝑀 (3.6)

̂𝑒𝑙 representa o hamiltoniano puramente eletrônico e 𝐻


onde 𝐻 ̂ ′ é o hamiltoniano de (Eq. 3.3),
que inclui o termo VMM

̂′ = 𝐻
𝐻 ̂𝑒𝑙 + 𝑉𝑀𝑀

Por fim, observa-se que a energia puramente eletrônica 𝐸𝑒𝑙 está relacionada com a
energia eletrônica E pela seguinte forma:

̂𝑒𝑙 𝜓𝑒𝑙 ≡ (𝐻
𝐻 ̂ ′ − 𝑉𝑀𝑀 )𝜓𝑒𝑙 = (𝐸−𝑉𝑀𝑀 )𝜓𝑒𝑙 ≡ 𝐸𝑒𝑙 𝜓𝑒𝑙 (3.7)

com 𝐸𝑒𝑙 sendo


𝐸𝑒𝑙 = 𝐸 − 𝑉𝑀𝑀 (3.8)

Portanto, pode-se omitir a repulsão internuclear da equação eletrônica de Schrödinger.


Depois de encontrar 𝐸𝑒𝑙 para uma configuração particular dos núcleos resolvendo (Eq. 3.7),
calculamos E usando (Eq. 3.8), onde a constante VMM é facilmente calculado a partir de (Eq.
28

3.5) usando os locais nucleares assumidos (LEVINE, 2014).


Apesar da aproximação de Born-Oppenheimer introduzir algumas simplificações no
cálculo do hamiltoniano, ela não soluciona o problema das repulsões eletrônicas, que estão
presentes em sistema polieletrônicos. Dessa forma, uma outra aproximação se faz necessário
introduzir. Na próxima seção é apresentado o método do campo autoconsistente, que propõe
uma solução aproximada para o termo de interação eletrônica presente em (Eq. 3.4).

3.5 Método de Hartree-Fock

Tentando solucionar o problema da repulsão eletrônica existente em sistemas


polieletrônicos, o físico Douglas R. Hartree formulou um procedimento que ficou conhecido
como método do campo autoconsistente (SCF). O procedimento foi aprimorado por Fock e
Slater para incluir os efeitos da troca de elétrons, e as funções de onda (orbitais) obtidas pelo
método melhorado são chamadas de orbitais Hartree-Fock.
Por causa do termo de repulsão intereletrônica presente em (Eq. 3.4), a equação de
Schrödinger para um sistema polieletrônico não é separável. No entanto, se essas repulsões
forem negligenciadas, a função de onda de N elétron (𝜓) pode ser escrita como um produto de
N funções de onda de um elétron, 𝑓𝑖 (𝑟𝑖 ; 𝑅), onde R denota que 𝑟𝑖 depende parametricamente
das coordenadas nucleares,

𝜓(𝑟) = 𝑓1 (𝑟1 )𝑓2 (𝑟2 ) ⋯ 𝑓𝑁 (𝑟𝑁 ) (3.9)

Com autofunções independentes para cada elétron, podemos calcular a energia de um


elétron para um certo orbital, resolvendo a equação de Schrödinger de um elétron:

ℎ𝑖 𝑓𝑖 (𝑖) = 𝐸𝑖 𝑓𝑖 (𝑖) (3.10)

onde ℎ𝑖 é o hamiltoniano de um elétron:

𝑀
ℏ2 2 𝑍𝛼
ℎ𝑖 = − ∇𝑖 − 𝐽0 ∑ (3.11)
2𝑚𝑖 𝑟𝑖𝛼
𝛼=1

Portanto, podemos obter a energia total, 𝐸, de um sistema polieletrônico, a partir da


29

soma das energias de um elétron:

𝐻𝜓 = 𝐸𝜓 𝐻° = ∑ ℎ𝑖 (3.12)
𝑖=1

Neste estágio, não se considerou o spin do elétron ou o requisito de que a função de


onda eletrônica deve obedecer ao princípio de Pauli. Para fazer isso, introduziu-se o conceito
de spin-orbital, 𝜑𝑚 (𝑥𝑖 ; 𝑅), onde 𝑥𝑖 representa as coordenadas do espaço-spin do elétron i. Um
spin-orbital é um produto de uma função de onda orbital e uma função de spin e, em uma
notação mais simplificada, é denotado 𝜑𝑚 (𝑖).

𝜑𝑚 (𝑖) = 𝑓𝑖 (𝑟𝑖 )𝜉(𝑥𝑖 ) (3.13)

onde
𝛼(𝑥𝑖 ) ↑
𝜉(𝑥𝑖 ) = { (3.14)
𝛽(𝑥𝑖 ) ↓

Para garantir que o princípio de Pauli seja obedecido, usa-se um determinante de Slater
e escreve-se a função de onda geral como:

𝜑𝑎 (1) 𝜑𝑏 (1) … 𝜑𝑧 (1)


1 | 𝜑𝑎 (2) 𝜑𝑏 (2) … 𝜑𝑧 (2) |
𝜓°(𝑥; 𝑅) = (3.15)
√𝑁! | ⋮ ⋮ ⋱ ⋮ |
𝜑𝑎 (𝑁) 𝜑𝑏 (𝑁) … 𝜑𝑧 (𝑁)

Os orbitais de spin 𝜑𝑚 , com 𝑚 = 𝑎, 𝑏, … , 𝑧, são ortonormais e os rótulos 𝑎, 𝑏, … agora


inclui o estado de spin, bem como o estado espacial. Uma notação mais simples é escrever a
equação (Eq. 3.15) como

𝜓 = ‖𝜑𝑎 𝜑𝑏 ⋯ 𝜑𝑧 ‖ (3.16)

com o fator de normalização implícito.


Repulsões elétron-elétron são criticamente importantes e devem ser incluídas em
qualquer cálculo confiável de estrutura eletrônica. No aprimoramento do método de Hartree
30

realizada por Fock, diferentemente do método Hartree descrito inicialmente, há também uma
contribuição dos efeitos de troca da mecânica quântica. Os spin-orbitais que fornecem a função
de onda determinante dos N elétrons de energia mais baixa são encontrados usando a teoria da
variação sujeita à restrição de que os spin-orbitais são ortonormais.
Para sistemas de camada fechada com funções de onda orbitais duplamente ocupadas,
as equações de HF para as funções de onda orbitais individuais são:

𝐹̂1 𝑢𝑚 (1) = 𝜀𝑚 𝑢𝑚 (1) (3.17)

onde, 𝐹̂1 é o operador Fock, definido em termos do operador Coulomb, 𝐽𝑚 , e do operador


central, 𝐾𝑚 :

𝐹̂1 = ℎ1 + ∑{2𝐽𝑚′ (1) − 𝐾𝑚′ (1)} (3.18)


𝑚′

∗ 1
𝐽𝑚′ (1)𝜓𝑚 (1) = 𝑗0 ∫ 𝜓𝑚 ′ (2) 𝜓 (1)𝜓𝑚′ (2)𝑑𝜏2 (3.19)
𝑟12 𝑚
∗ 1
𝐾𝑚′ (1)𝜓𝑚 (1) = 𝑗0 ∫ 𝜓𝑚 ′ (2) 𝜓 ′ (1)𝜓𝑚′ (2)𝑑𝜏2 (3.20)
𝑟12 𝑚

A soma na equação (Eq. 3.18) é sobre os orbitais moleculares ocupados. O operador de


Coulomb leva em consideração a repulsão coulômbica entre elétrons, e o operador de troca
representa a modificação dessa energia que pode ser atribuída aos efeitos da correlação de spin.
Segue-se que a soma na equação (Eq. 3.18) representa a energia potencial média do elétron 1
devido à presença dos outros elétrons N – 1. Como no caso dos átomos, cada orbital molecular
deve ser obtido resolvendo uma equação da forma da equação (Eq. 3.17) com o operador Fock
correspondente 𝐹̂𝑖 , adotando um estilo iterativo de solução e parando quando as soluções são
autoconsistentes para dentro de alguns critérios pré-estabelecido (LEVINE, 2014).

3.6 Teoria do Funcional da Densidade

A teoria do funcional da densidade (DFT) parte de uma reformulação da mecânica


quântica baseada, não em funções de onda, mas no conceito de densidade eletrônica. A DFT
tenta resolver o problema da equação de Schrödinger para um sistema de n elétrons que
interagem com um potencial 𝜐(𝑟), reformulando o problema em termos da densidade eletrônica
31

𝜌0 (𝑟) na forma de um funcional universal de densidade E[𝜌(𝑟)]. Portanto, a densidade


eletrônica 𝜌0 (𝑟) é considerada uma entidade básica para a DFT, responsável por descrever a
distribuição de carga em uma molécula, deste modo, todas as propriedades do estado são
funcionais da densidade eletrônica (FRANCISCO, 2017).
Parte deste atrativo da DFT está no fato de que sistemas, de tamanho moderado a grande,
podem ser estudados com uma boa precisão química, e a um custo computacional que, algumas
vezes, corresponde a uma fração daquele obtido utilizando-se métodos correlacionados
tradicionais, como teoria de perturbação e coupled cluster (MARQUES; BOTTI, 2006).

3.6.1 Os Teoremas de Hohenberg-Kohn

Em 1964, Pierre Hohenberg e Walter Kohn evidenciaram que para moléculas com um
estado fundamental não degenerado, a energia molecular do estado fundamental, a função de
onda e todas as outras propriedades eletrônicas moleculares podem ser determinadas pela
densidade de probabilidade eletrônica do estado fundamental, 𝜌0 (𝑟). Portanto, é correto afirmar
que a energia eletrônica do estado fundamental 𝐸0 é funcional de 𝜌0 (𝑟), 𝐸0 = 𝐸0 [𝜌0 ]. A DFT
busca calcular 𝐸0 e outras propriedades moleculares a partir da densidade eletrônica do estado
fundamental, 𝜌0 (𝑟) (LEVINE, 2014).
No artigo publicado em 1964, P. Hohenberg e W. Kohn apresentam dois teoremas que
fundamentam a DFT (HOHENBERG; KOHN, 1964). O primeiro teorema diz que para sistemas
em que o estado fundamental não é degenerado: o potencial externo, 𝜐(𝑟𝑖 ), (que dentro da DFT
é o potencial de interação elétron-núcleo) é um funcional único da densidade eletrônica, 𝜌0 (𝑟),
a menos de uma constante aditiva trivial. Nesta terminologia o hamiltoniano eletrônico é

𝑁 𝑁 𝑁−1 𝑁
ℏ2 2 1
̂𝑒𝑙 = − ∑
𝐻 ∇𝑖 + ∑ 𝜐(𝑟𝑖 ) + 𝐽0 ∑ ∑ (3.21)
2𝑚𝑖 𝑟𝑖𝑗
𝑖=1 𝑖=1 𝑖=1 𝑗>1

𝑍𝛼
em que 𝜐(𝑟𝑖 ) = −𝐽0 ∑𝑀
𝛼=1 é denominado de potencial externo, uma vez que é produzido por
𝑟𝑖𝛼

cargas externas ao sistema de elétrons. Em outras palavras, o primeiro teorema de Hohenberg-


Kohn (HK) é um teorema de existência que nos diz que potenciais externos diferentes não
podem produzir a mesma densidade eletrônica no estado fundamental.
O hamiltoniano puramente eletrônico (Eq. 3.21) é a soma de termos de energia cinética
eletrônica, atrações elétron-nuclear e repulsões elétron-elétron. Tomando a média de (Eq. 3.4)
32

para o estado fundamental, temos 𝐸 = 𝑇̅ + 𝑉̅𝑁𝑒 + 𝑉̅𝑒𝑒 , onde barras superiores denotam valores
médios. Cada um dos valores médios nesta equação é uma propriedade molecular determinada
pela função de onda eletrônica do estado fundamental, que, por sua vez, é determinada por
𝜌0 (𝑟). Portanto, cada uma dessas médias é um funcional de 𝜌0 :

𝐸0 = 𝐸𝜐 [𝜌0 ] = 𝑇̅[𝜌0 ] + 𝑉̅𝑁𝑒 [𝜌0 ] + 𝑉̅𝑒𝑒 [𝜌0 ] 3.22

em que 𝑉̅𝑁𝑒 [𝜌0 ] corresponde ao valor médio de 𝑉̂𝑁𝑒 = ∑𝑛𝑖=1 𝜐(𝑟𝑖 ), dado por:

𝑉̅𝑁𝑒 = ⟨𝛹0 |∑ 𝜐(𝑟𝑖 )| 𝛹0 ⟩ = ∫ 𝜌0 (𝑟)𝜐(𝑟)]𝑑𝑟 (3.23)


𝑖=1

como 𝜐(r) é energia potencial de atração elétron-núcleo, o funcional 𝑉̅𝑁𝑒 [𝜌0 ] é conhecido, mas
os funcionais 𝑇̅[𝜌0 ] e 𝑉̅𝑒𝑒 [𝜌0 ] são incógnitas. Portanto, temos

𝐸0 = 𝐸𝜐 [𝜌0 ] = ∫ 𝜌0 (𝑟)𝜐(𝑟)𝑑𝑟 + 𝑇̅[𝜌0 ] + 𝑉̅𝑒𝑒 [𝜌0 ] (3.24)

de forma que definindo o funcional 𝐹[𝜌0 ] como 𝐹[𝜌0 ] ≡ 𝑇̅[𝜌0 ] + 𝑉̅𝑒𝑒 [𝜌0 ], que é independente
do potencial externo, teremos:

𝐸0 = 𝐸𝜐 [𝜌0 ] = ∫ 𝜌0 (𝑟)𝜐(𝑟)𝑑𝑟 + 𝐹[𝜌0 ] (3.25)

O funcional 𝐹[𝜌0 ] é universal e independe do número de partículas, mas é desconhecido e,


portanto, não é possível determinar a energia do estado fundamental, 𝐸0 . Para tratar de maneira
prática o funcional dado em (Eq. 3.25), Hohenberg e Kohn provaram um segundo teorema,
mostrando que qualquer função que busque representar a densidade eletrônica do estado
fundamental (digamos uma densidade teste 𝜌𝑡𝑒𝑠𝑡 (𝑟) obedece ao princípio variacional, 𝐸0 =
𝐸[𝜌0 ] ≤ 𝐸[𝜌𝑡𝑒𝑠𝑡 ], desde que esta densidade tentativa satisfaça a condição ∫ 𝜌𝑡𝑒𝑠𝑡 (𝑟) 𝑑𝑟 = 𝑁 e
𝜌𝑡𝑒𝑠𝑡 (𝑟) ≥ 0. Isto implica que a verdadeira densidade eletrônica no estado fundamental 𝜌0 (𝑟)
minimiza o funcional energia, 𝜌𝑡𝑒𝑠𝑡 (𝑟).
33

4 METODOLOGIA

Nesta pesquisa foram avaliados cinco sistemas moleculares, sendo três alquilamidas e
dois isômeros geométricos de um corante azo-azometino. As alquilamidas investigadas foram
a (2E, 6Z, 8E)-N-(2-metilpropil)deca-2,6,8-trienamida, comumente conhecida como espilantol
(e para fins de simplificação, é também identificada neste estudo como S1) (Figura 4.1a), e duas
moléculas análogas, a (2E, 8E)-N-(2-metilpropil)deca-2,8-dien-6-inamida e a (2E)-N-(2-metil-
propil)undeca-2-en-8,10-diinamida (Figura 4.1b-c), identificadas como S2 e S3,
respectivamente. Com relação aos isômeros geométricos do corante azo-azometino, os sistemas
investigados foram o (Z)-2-{(Z)-4-[4-(dimetilamino)benzilideno]amino-2-(hidroximetil)fenil}
diazenil-5-nitrobenzonitrila e o (E)-2-{(E)-4-[4-(dimetilamino)benzilideno]amino-2-(hidroxi-
metil)fenil}diazenil-5-nitrobenzonitrila (Figura 4.2a-b), identificados de maneira simplificada
como cis e trans, respectivamente.

Figura 4.1 – Estruturas químicas das alquilamidas (a) S1, (b) S2 e (c) S3.

(a)

(2E, 6Z, 8E)-N-(2-metilpropil)deca-2,6,8-trienamida

(b)

(2E, 8E)-N-(2-metilpropil)deca-2,8-dien-6-inamida

(c)

(2E)-N-(2-metilpropil)undeca-2-en-8,10-diinamida
Fonte: Autor (2020).
34

Figura 4.2 – Estruturas químicas dos isômeros (a) cis e (b) trans do corante azo-azometino investigado.
(a)

(Z)-2-{(Z)-4-[4-(dimetilamino)benzilideno]amino-2-(hidroximetil)fenil}diazenil-5-nitrobenzonitrila

(b)

(E)-2-{(E)-4-[4-(dimetilamino)benzilideno]amino-2-(hidroximetil)fenil}diazenil-5-nitrobenzonitrila

Fonte: Autor (2020).

Para construção das estruturas moleculares, utilizou-se como base estudos que
realizaram a síntese ou isolamento de tais compostos (ALONSO et al., 2018; GEORGIEV et
al., 2018; MORENO et al., 2011; PINHEIRO et al., 2020). Nesses estudos, além do relato do
processo de síntese/isolamento dos sistemas, verifica-se também informações sobre atividades
biológicas das alquilamidas (ALONSO et al., 2018; MORENO et al., 2011) e propriedades
fotocrômicas e fotodinâmicas do corante azo-azometino (GEORGIEV et al., 2018). Todavia,
para que tais sistemas moleculares tenham um mapeamento completo de suas propriedades,
outras informações também precisam ser investigadas, como por exemplo, o efeito do solvente
e da isomerização sobre as propriedades moleculares desses sistemas, e assim ampliar as
possibilidades de aplicações em que estes compostos possam ser empregados, ou mesmo as
variáveis a serem consideradas ao utilizá-los como materiais.
O espilantol investigado nesta pesquisa foi isolado e estudado por Pinheiro et al. (2020).
Nas seções 4.1 e 4.2 são relatados os detalhes experimentais da extração e caracterização
espectroscópica desta alquilamida.
35

4.1 Detalhes experimentais da obtenção do espilantol

Para o isolamento do espilantol primeiro foi realizada a extração hidroetanólica das


inflorescências da espécie Acmella oleracea (PINHEIRO et al., 2020). Depois, pesou-se 12 mg
do extrato, sendo em seguida feito o fracionamento cromatográfico usando cartucho SPE-edTM
C18 acoplado ao sistema de vácuo central (coletor). Para a extração, usou-se os sistemas de
solventes: MeOH/H2O (90%), MeOH/H2O (70%), MeOH/H2O (50%), MeOH (100%) e
Diclorometano (100%), com um volume de 1,0 mL para cada sistema. Em seguida, as frações
foram analisadas por HPLC-PAD (Dionex Ultimate 3000), utilizando uma coluna analítica
Acclaim® 120 RP-C18 de 250 mm × 4,6 mm, com tamanho de partícula de 5 µm e tamanho de
poro de 120 Å. O modo de eluição foi isocrático, com 35% de água ultra pura (solvente A) e
65% de acetonitrila (solvente B), com fluxo de 1,0 mg.mL−1. Para coletar os dados, usou-se o
software Chromeleon, versão 6.80. A fração MeOH (100%) foi submetida à análise
espectroscópica de IV-TF, UV-Vis e RMN de 1H.

4.2 Obtenção dos espectros do espilantol

O espectro IV-TF foi obtido na região de absorção entre 600 e 4000 cm−1 usando um
dispositivo Agilent® CARY 630 com Refletância Total Atenuada (ATR, de Attenuated total
reflectance). Para obter o espectro UV-Vis na faixa espectral entre 210 a 254 nm, utilizou-se o
equipamento HPLC-PAD (Dionex Ultimate 3000) e o software Chromeleon (versão 6.80) com
frequência de aquisição de espectros de 10 Hz. A análise de RMN de 1H foi feita em um
espectrómetro Bruker Ascend 400 (400 MHz), utilizando clorofórmio deuterado (CDCl3) e
tetrametilsilano (TMS), como padrão interno. Para o processamento dos dados de RMN, usou-
se o software Top-Spin®, versão 4.0.7.

4.3 Detalhes teóricos

Para descrever satisfatoriamente um sistema molecular, fazendo uso da mecânica


quântica, é fundamental que se utilize geometrias moleculares consistentes. As estruturas
moleculares dos sistemas investigados foram construídas tridimensionalmente, com o auxílio
do software Avogadro (versão 1.2.0) (HANWELL et al. 2012), e posteriormente otimizadas
com a aplicação de cálculos de mecânica quântica realizados pelo software Gaussian 09
(FRISCH et al., 2013).
36

4.3.1 Cálculos DFT

As estruturas das alquilamidas e dos isômeros geométricos do corante azo-azometino


foram otimizadas usando os métodos DFT B3LYP (BECKE, 1988; LEE; YANG; PARR, 1988)
e CAM-B3LYP, respectivamente. Ambos acoplado ao conjunto de funções base
6-311++G(d,p) (BLAUDEAU et al., 1997; KRISHNAN et al., 1980; MCLEAN; CHANDLER,
1980), mais o Formalismo de Equação Integral do Modelo do Contínuo Polarizável (IEF-PCM)
(MIERTUS; TOMASI, 1982) para simular o efeito do solvente. O solvente simulado para as
alquilamidas foi o clorofórmio (keyword “PCM, Solvent=Chloroform”) e para os isômeros do
corante azo-azometino, a água (keyword “PCM, Solvent=Water”).
Posteriormente, foram realizadas investigações dos espectros infravermelho (IV),
UV-Vis e RMN de 1H das alquilamidas, utilizando os níveis de cálculos B3LYP, CAM-B3LYP
e LC-BLYP, respectivamente; e também a resposta ONL e os descritores de reatividade, para
os quais se utilizou três níveis de cálculos (B3LYP, CAM-B3LYP e ωB97XD) para cada
alquilamida investigada. Os cálculos DFT (com exceção da análise IV) foram acrescidos do
método IEF-PCM para simulação do ambiente clorofórmio. Para os isômeros do corante azo-
azometino foram realizadas investigações do espectro UV-Vis, descritores de reatividade e
resposta ONL, aonde utilizou-se o funcional CAM-B3LYP para as duas primeiras análises e
LC-BLYP para a última. As análises foram simuladas nos ambientes vácuo e água, sendo
utilizado dois métodos distintos para simulação do solvente (IEF-PCM e Monte Carlo). O
conjunto de funções base acoplado aos métodos DFT foi o 6-311++G(d,p).

4.3.2 Método de Monte Carlo

Os isômeros do corante azo-azometino foram submetidos a simulação de Monte Carlo


(MC) para um estudo mais detalhado das interações destas estruturas com o solvente. Para isso,
usou-se a metodologia sequencial de Monte Carlo/Mecânica Quântica (s-MC-QM), que
concilia abordagens com solventes contínuos e discretos, em que a geometria e o conjunto de
cargas do soluto são obtidos previamente usando o IEF-PCM (BISTAFA; CANUTO, 2013;
DAMASCENO et al., 2019; MANZONI et al., 2010). Assim, tal metodologia considera os
efeitos da polarização inicial na geometria do soluto e nas cargas eletrônicas.
As simulações MC clássicas foram realizadas usando a técnica de amostragem
metrópole ensemble isotérmico-isobárico (NpT) para um soluto rodeado por 3000 moléculas
de água, a 1,0 atm e 298,15 K. As condições de contorno periódicas e o método de imagem
37

foram usados em uma caixa cúbica com aresta de cerca de 45 Å. Este tamanho de caixa é
suficiente para eliminar efeitos espúrios, como a interação automática entre moléculas durante
o processo de simulação. As interações intermoleculares são descritas pela associação do
potencial de Lennard-Jones, mais Coulomb. Os parâmetros clássicos para o potencial de
interação dos solutos foram extraídos do campo de força OPLS-AA (PRANATA;
WIERSCHKE; JORGENSEN, 1991), exceto os conjuntos de cargas, pois foram obtidos através
dos cálculos quânticos realizados. Esses conjuntos de cargas foram obtidos utilizando
novamente o CAM-B3LYP/6-311++G (d,p) associado ao IEF-PCM e o esquema CHELPG
(BRENEMAN; WIBERG, 1990). Todas as simulações clássicas desta etapa foram realizadas
utilizando o programa DICE (CEZAR; CANUTO; COUTINHO, 2018a; (CEZAR; CANUTO;
COUTINHO, 2018b; (CEZAR; CANUTO; COUTINHO, 2020).
Uma vez terminadas as simulações MC, construiu-se uma configuração eletrostática
média do solvente (ASEC, do inglês average solvent electrostatic configuration) (COUTINHO
et al., 2007) sobrepondo 100 estruturas MC compostas por uma molécula de soluto embutida
no campo eletrostático das 500 moléculas de solvente restantes contabilizadas apenas como as
cargas pontuais usadas na simulação MC. Posteriormente, todas as propriedades moleculares
de interesse são calculadas usando este modelo de solvatação ASEC.

4.3.3 Parâmetro espectroscópico (RMN)

Sabe-se que o deslocamento químico (𝛿) do espectro RMN é uma quantidade


experimental e seu equivalente teórico é a constante de blindagem magnética nuclear (𝜎), que
é um tensor com várias componentes. No entanto, apenas sua contribuição isotrópica:

1
𝜎𝑖𝑠𝑜 = (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) (4.1)
3

é observada para líquidos.


Para converter a constante de blindagem (𝜎) para a escala experimental (𝛿), utilizou-se
uma equação linear do tipo:

𝛿𝑐𝑎𝑙 = 𝜎𝑟𝑒𝑓 − 𝜎𝑖𝑠𝑜 (4.2)

onde, σref é um valor de referência. Neste estudo, considerou-se σref = 31,72 ppm, visto que é
38

o valor obtido para o TMS calculado no nível da teoria GIAO/LCB3LYP/6-311++G(d,p).

4.3.4 Parâmetros ópticos não lineares

Outros efeitos relevantes surgem quando a luz de alta potência interage com a matéria,
originando os chamados efeitos ópticos não lineares. Neste caso, o momento de dipolo total
pode ser demonstrado em uma série como:

𝑥,𝑦,𝑧 𝑥,𝑦,𝑧 𝑥,𝑦,𝑧


1 1
𝜇𝑖 = 𝜇𝑖 + ∑ 𝛼𝑖𝑗 𝐸𝑗 + ∑ 𝛽𝑖𝑗𝑘 𝐸𝑗 𝐸𝑘 + ∑ 𝛾𝑖𝑗𝑘𝑙 𝐸𝑗 𝐸𝑘 𝐸𝑙 + ⋯ (4.3)
2! 3!
𝑗 𝑗,𝑘 𝑗,𝑘,𝑙

onde, μ
⃗ é o momento de dipolo permanente, definido por

μ
⃗ = √𝜇𝑥2 + 𝜇𝑦2 + 𝜇𝑧2 (4.4)

O parâmetro seguinte é a polarizabilidade dipolar (𝛼), um tensor de grau 2, no qual os


componentes diagonais podem ser combinados para fornecer as contribuições isotrópica (𝛼𝑖𝑠𝑜 ),
e anisotrópicas:

1
𝜎𝑖𝑠𝑜 = (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) (4.5)
3
e
1
2 2 2
∆𝛼 = [(𝛼𝑥𝑥 − 𝛼𝑦𝑦 ) + (𝛼𝑥𝑥 − 𝛼𝑧𝑧 )2 + (𝛼𝑦𝑦 − 𝛼𝑧𝑧 ) ] (4.6)

A polarizabilidade dipolar isotrópica pode ser usada para calcular o índice de refração
(n) pela equação de Lorentz-Lorenz:

𝑛2 − 1 4𝜋〈𝛼〉
= (4.7)
𝑛2 + 2 3𝑉𝑚𝑜𝑙

onde 𝑉𝑚𝑜𝑙 é o volume molecular. Os volumes moleculares foram obtidos no nível de cálculo
LC-BLYP/6-311++G(d,p), com uma densidade estreita de pontos para maior precisão.
39

Continuando, o terceiro parâmetro é a primeira hiperpolarizabilidade (𝛽) é um tensor de


ordem 3, com vinte e sete componentes. No entanto, o uso de regra de simetria (𝛽𝑖𝑗𝑘 = 𝛽𝑘𝑖𝑗 =
𝛽𝑗𝑘𝑖 ) pode reduzir esse número para apenas dez componentes independentes (KLEINMAN,
1962). Dentro desse formalismo, é possível escrever a primeira hiperpolarizabilidade como:

𝛽𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = √𝛽𝑥2 + 𝛽𝑦2 + 𝛽𝑧2 (4.8)

com
𝛽𝑥 = 𝛽𝑥𝑥𝑥 + 𝛽𝑥𝑦𝑦 + 𝛽𝑥𝑧𝑧 (4.9)
𝛽𝑦 = 𝛽𝑦𝑦𝑦 + 𝛽𝑥𝑥𝑦 + 𝛽𝑦𝑧𝑧 (4.10)
𝛽𝑧 = 𝛽𝑧𝑧𝑧 + 𝛽𝑥𝑥𝑧 + 𝛽𝑦𝑦𝑧 (4.11)

E para finalizar, a segunda hiperpolarizabilidade (𝛾), responsável pela geração do


terceiro harmônico e, geralmente, essa quantidade é representada pelo seu valor médio definido
como:

1
〈𝛾〉 = [𝛾𝑥𝑥𝑥𝑥 + 𝛾𝑦𝑦𝑦𝑦 + 𝛾𝑧𝑧𝑧𝑧 + 2(𝛾𝑥𝑥𝑦𝑦 + 𝛾𝑥𝑥𝑧𝑧 + 𝛾𝑦𝑦𝑧𝑧 )] (4.12)
5

4.3.5 Parâmetros de reatividade

Para determinar os parâmetros de reatividade: potencial químico (𝜇), eletronegatividade


(𝜒), dureza química (𝜂), gap de energia (𝐸𝑔𝑎𝑝 ), potencial de ionização (I), afinidade eletrônica
(A), maciez química (S) e eletrofilicidade (ω), foram utilizadas as seguintes equações
(BENSIRADJ et al., 2020):

𝜇 = 1⁄2 ∙ (𝐸𝐻𝑂𝑀𝑂 + 𝐸𝐿𝑈𝑀𝑂 ) = −𝜒 (4.11)

𝜂 = 1⁄2 ∙ (𝐸𝐿𝑈𝑀𝑂 − 𝐸𝐻𝑂𝑀𝑂 ) (4.12)


𝐸𝑔𝑎𝑝 = 𝐸𝐿𝑈𝑀𝑂 − 𝐸𝐻𝑂𝑀𝑂 (4.13)
𝐼 = −𝐸𝐻𝑂𝑀𝑂 (4.14)
𝐴 = −𝐸𝐿𝑈𝑀𝑂 (4.15)
𝑆 = 1⁄2𝜂 (4.16)
40

𝜇2
𝜔= (4.17)
2𝜂

Para o índice de nucleofilicidade (N), adotou-se uma escala empírica desenvolvida para
sistemas de camada fechada com base nas energias HOMO, definidas como (DOMINGO;
CHAMORRO; PÉREZ, 2008):

𝑁 = 𝐸𝑁𝑢𝑐𝑙𝑒𝑜𝑓𝑖𝑙𝑜 − 𝐸𝑇𝐶𝐸 (4.18)

Nesta equação 𝐸𝑇𝐶𝐸 é a energia do orbital HOMO da molécula de referência, o tetracianotileno


(TCE), obtida dentro do formalismo B3LYP/6-311++G(d,p), com ambiente de solvente
apropriado simulado pelo IEF-PCM.
41

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Caracterização espectroscópica, resposta ONL e reatividade do espilantol e análogos
5.1.1 Caracterização das estruturas moleculares

Para elucidar as propriedades termodinâmicas e estruturais das alquilamidas


investigadas, realizou-se uma investigação de suas estruturas moleculares utilizando cálculos
de mecânica quântica fundamentados na Teoria do Funcional da Densidade (DFT).

5.1.1.1 Energias relativas e momento de dipolo

Com base nas energias relativas apresentadas na Tabela 5.1, verificou-se que as
geometrias das alquilamidas S1, S2 e S3 são estáveis, tanto em condições de vácuo como em
solvente clorofórmio, visto que suas energias eletrônicas (Eel) e energias livre de Gibbs (G)
apresentam valores negativos. É válido destacar que em solvente clorofórmio, descrito com o
modelo IEF-PCM, as estruturas apresentam estabilidade levemente maior quando comparado
ao ambiente de vácuo, como pode ser observado na Tabela 5.1.

Tabela 5.1 – Energia eletrônica (Eel), energia livre de Gibbs (G) e momento de dipolo (μ ⃗ ) obtidos para as
alquilamidas S1, S2 e S3. Todos os valores foram alcançados usando o nível de cálculo B3LYP/6-311++G(d,p),
sendo realizadas simulações tanto em vácuo, como em solvente (clorofórmio), o qual foi simulado pelo método
IEF-PCM.
Vácuo Clorofórmio
Sistemas E (kcal.mol–1) G (kcal.mol )–1
μ⃗ (D) E (kcal.mol–1) G (kcal.mol–1) μ⃗ (D)
S1 -425133,12 -424950,77 3,48 -425138,50 -424955,79 4,50
S2 -424349,07 -424182,15 3,23 -424354,83 -424188,12 4,23
S3 -448237,55 -448067,57 3,10 -448244,06 -448073,37 4,02

A diferença é modesta, por exemplo, a energia eletrônica de S1 reduz cerca de


5,4 kcal.mol–1 quando sai da condição de vácuo para o meio solvente. Para as outras duas
alquilamidas (S2 e S3) a redução observada é aproximadamente 5,8 e 6,5 kcal.mol–1,
respectivamente. Com relação a energia livre, S1 apresenta redução de 5,0 kcal.mol–1, enquanto
S2 e S3 decaem 6,0 e 5,8 kcal.mol–1, respectivamente. Esse resultado mostra que a soma das
correções do ponto-zero, térmicas e entálpicas, contribuem desfavoravelmente para
estabilização dessas espécies em clorofórmio.
Comparando as energias eletrônicas e energias livre de Gibbs dos sistemas alquilamidas,
verifica-se que o S3 é o sistema que apresenta os menores valores para ambas as energias
relativas (Eel e G), o que demonstra que esta é a estrutura mais estável dentre as alquilamidas
42

analisadas. Em contra partida, o S2 é a estrutura com os maiores valores de Eel e G, o que o


coloca como a geometria menos estável dentre os sistemas investigados.
⃗ ), como
Outro parâmetro que também sofre efeito do solvente é o momento de dipolo (μ
observado na Tabela 5.1. Da mudança de vácuo para o meio solvente (clorofórmio), há um
aumento entorno de 30,0% no momento de dipolo das alquilamidas, o que por sua vez torna
esses sistemas mais polares. Trabalhos anteriores já relataram a influência dos efeitos do
ambiente sobre μ
⃗ (MANZONI et al., 2019). Estudos indicam que partindo das condições de
vácuo para o meio solvente, o momento de dipolo pode aumentar em aproximadamente 40%
(GESTER et al., 2012; GESTER et al., 2013).
Comparando as alquilamidas, verifica-se que entre elas o momento de dipolo tem pouca
discrepância de valores. Dentre os sistemas investigados, o espilantol (S1) tem o maior
momento de dipolo, tanto em vácuo como em solvente (Tabela 5.1), portanto, é o soluto mais
polar, o que lhe atribui maior atração com solventes polares, como é o caso do solvente
clorofórmio.

5.1.1.2 Comprimento e ângulos de ligações

Na Figura 5.1 são apresenta os ângulos e comprimentos de ligações dos principais


grupos presentes no espilantol (S1) e análogos (S2 e S3).

Figura 5.1 – Distâncias e ângulos de ligação calculados no nível de cálculo B3LYP/6-311++G(d,p) para os
cromóforos S1, S2 e S3, com o ambiente clorofórmio simulado pelo IEF-PCM.

(a) (b) (c)

(d) (e) (f)

Fonte: Autor (2020).


43

De modo geral, é observado na Figura 5.1 que todas as ligações e ângulos comuns para
as três alquilamidas não apresentam diferenças significativas. Por exemplo, os cálculos
realizados estimam um valor de 1,008 Å para a ligação r(N−H). Este resultado está de acordo
com aqueles encontrados na literatura (1,010 Å) (ATKINS; JONES; LAVERMAN, 2016) e é
o mesmo para todas as alquilamidas (Figura 5.1a).
De acordo com os resultados obtidos, o comprimento da ligação r(N−R’) (1,458 Å para
todas as moléculas) é superestimado em comparação com o valor médio de 1,430 Å relatado
para uma ligação simples r(N−C) (BROWN et al., 2018). Em contra partida, o comprimento
de 1,363 Å (para S1) e 1,362 Å (para S2 e S3) para a ligação r(N−C) formada entre o nitrogênio
da amida e o grupo carbonila está abaixo do valor de referência, no entanto, próximo do
comprimento médio de 1,380 Å de uma ligação dupla entre r(N=C) (BROWN et al., 2018).
A diferença entre os comprimentos de ligações registrados na literatura e os resultados
calculados se justifica quando se considera o efeito de ressonância que as alquilamidas S1, S2
e S3 podem sofrer. Tal efeito ocorre quando o par de elétrons não-ligantes do átomo de
nitrogênio passa a ser compartilhado com o grupo carbonila (Figura 5.2). Essa interação
acontece porque o átomo de carbono perde parte de sua densidade eletrônica para o oxigênio,
que é mais eletronegativo. Como resultado, a ligação formada entre o átomo de nitrogênio e o
grupo carbonila se torna mais forte, encurtando a ligação r(N−C).

Figura 5.2 – Ilustração do efeito de ressonância presente nas alquilamidas S1, S2 e S3.

Fonte: Autor (2020).

Os efeitos da ressonância também são percebidos analisando os ângulos de ligação


envolvendo o átomo de nitrogênio. Quando o nitrogênio completa seu octeto eletrônico
realizando ligações simples com átomos de H, observa-se um arranjo eletrônico tetraédrico com
44

ângulos de 107,3º, como na amônia (NH3), aonde nitrogênio apresenta hibridização sp3 bem
conhecida. No entanto, os resultados mostram a formação de uma geometria planar trigonal
com ângulos de ligação próximos a 120º para o átomo de nitrogênio presente nas alquilamidas
(Figura 5.1a). Esta angulação é uma assinatura de átomos com hibridização sp2. A justificativa
para essa conformação estrutural pode estar atrelada a formação de uma segunda ligação
estabelecida pelos elétrons não-ligantes do átomo de nitrogênio, o que acarreta em uma
mudança na hibridização do nitrogênio de sp3 para sp2 (ATKINS; JONES; LAVERMAN,
2016).
A ressonância estrutural foi amplamente discutida em química (BUCHSPIES et al., 2020;
KEMNITZ; LOEWEN, 2007; LI; SZOSTAK, 2020; LONG et al., 2020; MUJIKA et al., 2006;
RADAEL; PONTES, 2020; RAHMAN et al., 2020; YAMASAKI et al., 2019). Normalmente
para amidas, a barreira energética é maior se o sistema vai da conformação N=C−O para a
conformação N−C=O (KEMNITZ; LOEWEN, 2007; MUJIKA et al., 2006). Como
consequência, as estruturas N=C−O contribuem com uma largura maior para o padrão de
ressonância. Esta descoberta explica porque as frequências vibracionais υ(N−C) e os
comprimentos de ligação r(N−CO) obtidos para espilantol e derivados apresentam valores
semelhantes aos relatados para ligações N=CO.
Os demais comprimentos e ângulos seguem as expectativas. Por exemplo, o comprimento
da ligação C=O (1,233 Å) está de acordo com o valor médio de 1,230 Å descrito na literatura
(BROWN et al., 2018). Os comprimentos das ligações múltiplas entre carbonos (C=C e C≡C)
(Figura 5.1b-f) estão de acordo com os valores médio relatados para esses tipos de ligações,
1,340 Å (C=C) e 1,200 Å (C≡C) (ATKINS; JONES; LAVERMAN, 2016; BROWN et al.,
2018). Os valores dos ângulos mostrados na Figura 5.1b-d são superiores ao valor de 120º
esperado para carbonos com a hibridização sp2 própria de carbonos de grupos etileno. No
entanto, essa disparidade se deve aos grupos ligados aos carbonos dessas frações. Grupos
maiores possuem maior espaçamento angular devido à repulsão de suas nuvens eletrônicas. Os
ângulos de ligação mostrados na Figura 5.1e-f (180º) estão em linha com o esperado para
carbonos com hibridização sp.
Em relação aos ângulos de torção, sabe-se que as ligações múltiplas (R=R e R≡R) são
altamente energéticas, apresentando menor flexibilidade em relação às ligações simples R−R
(CAREY; GIULIANO, 2017; SOLOMONS; FRYHLE; SNYDER, 2016; VOLLHARDT;
SCHORE, 2014), que podem ser mais afetadas por mudanças estruturais. No entanto, como
mostra a Tabela 5.2, para espilantol e análogos esses parâmetros apresentam variância leve. Por
exemplo, o valor absoluto do ângulo de torção ω1 é ∼ 90º, mas difere apenas em direção à
45

rotação. De acordo com os resultados obtidos, ω1 é positivo (sentido horário) para S2, mas
assume valores negativos (sentido anti-horário) para S1 e S3. O ω2 segue a mesma tendência.
Este ângulo tem ∼ 180º como valor absoluto, mas é negativo para S2 e positivo para S1 e S3.

Tabela 5.2 – Principais ângulos de torção obtidos para espilantol e análogos. Todos os valores estão em graus (°)
e foram obtidos usando o nível de cálculo B3YP/6-311++G (d,p) e o IEF-PCM para simulação do ambiente
clorofórmio. Definições para os rótulos: ω1 : (C1, N, C1', C2'), ω2 : (C3, C4, C5, C6), ω3 : (C6, C7, C8, C9), ω4 :
(C5, C6, C7, C8).

S1 S2 S3
Torsão Ângulo Torsão Ângulo Torsão Ângulo
ω1 -91.1 ω1 90,3 ω1 -90,3
ω2 176.0 ω2 -178,7 ω2 178,2
ω3 179.8 - - ω4 -179,4

Por fim, a Tabela 5.2 também apresenta os valores de ω3 (definido apenas para S1) e ω4
(definido para S3). Essas torções ocorrem respectivamente para 179,8º e −179,4º, mas com
direções angulares opostas.
46

5.1.2 Interpretação dos espectros infravermelho

A Tabela 5.3 apresenta e classifica os modos vibracionais atribuídos para S1, S2 e S3.
Na sequência temos a Figura 5.3, que ilustra os espectros no infravermelho para esses
compostos. Nela observamos os espectros experimental e teórico de S1, além dos espectros
teóricos calculados de S2 e S3.

Tabela 5.3 – Modos vibracionais atribuídos para S1, S2 e S3. Todos os valores de frequências estão em cm−1. Os
resultados teóricos foram calculados usando o nível de cálculo B3LYP/6-311++G(d,p), e com as estruturas em
condições de vácuo, ou seja, sem adição de solvente.
S1 Exp. S1 Teór. S2 Teór. S3 Teór. Modos vibracionais
3294 (l) 3640 (f) 3639 (f) 3639 (f) υ(N-H)
- - - 3477 (m) υS(C-H) grupo final acetilênico
3130 (f) 3142 (f) 3144 (mf) 3137 (mf) υS(C-H) carbono insaturado
3018 (mf) 3117(mf) 3116 (mf) 3127 (mf) υS(C-H) carbono insaturado
2960 (f) 3077, 3089 (m) 3077,3088 (m) 3077, 3088 (m) υAS(C-H) metil
2923 (m) 3035 (f) 3035 (f) 3035 (f) υAS(C-H) metileno, υ(C-H) metino
2877 (f) 3008 (f) 3010, 3021 (f) 3008 (f) υS(C-H) metil
2852 (f) - - - υS(C-H) metileno
- - 2320 (mf) 2340 (f) υ(C≡C)
- - - 2158 (mf) υ(C≡C)
1722 (l) 1735 (m) 1736 (m) 1736 (m) υ(C=O) Amida I
1669, 1625 (m) 1692 (m) 1694 (m) 1693 (m) υ(C=C) cis e trans alceno
1548 (m) 1536 (F) 1535 (F) 1535 (F) δnp(NH) Amida II
1466 (m) 1490 (mf) 1489 (mf) 1504 (mf) δAS(CH3)
1440 (m) 1469 (mf) 1470 (mf) 1470 (mf) δnp(CH2) tesoura
1376 (f) - - - δS(CH3) modo guarda-chuva
- - - 1378 (f) ω(CH2)
1335 (f) 1353 (mf) 1354 (f) 1357 (mf) δnp(CH) metino de flexão
- - 1324 (f) - δnp(CH) alceno de flexão
- 1297 (f) 1297, 1305 (f) 1297, 1303 (m) τ(CH2)
1277 (f) 1264 (f) - 1269 (f) τ(CH2), ω(CH2)
1233 (l) 1224 (m) 1225 (m) 1217 (m) δnp(NH) Amida III
- 1193 (f) 1185 (mf) - τ(CH2)
1154 (f) - - 1159 (f) τ(CH2)
1042 (m) 1021 (mf) 1030 (mf) 1019 (mf) δfp(CH) cis e trans alceno
- 998 (f) 982 (f) 1008, 991 (mf) δfp(CH) trans alceno
977 (m) 975 (mf) - - δfp(CH) cis e trans alceno
946 (f) 937 (mf) 940 (mf) - δAS(CH3) gem-metil
922 (f) - - - δfp(CH) trans alceno
817 (f) - - - δfp(CH) gem-metil
- - - 656 (m) ω(CH) final acetilênico
- 444 (mf) 437 (f) 442 (mf) δfp(NH)
- 401, 411 (mf) 409 (mf) 406 (mf) δfp(NH)
- - 363 (mf) 386 (mf) δfp(NH)
- 276 (mf) - 271 (mf) Esquelética
Estiramento (υ), dobramento (δ), abano (ω), torção (τ), assimétrico (AS), simétrico (S), no plano (np), fora do
plano (fp). Para os rótulos de intensidades: larga (l), forte (F), média (m), fraca (f), muito fraca (mf).
47

Figura 5.3 – Espectros infravermelho obtidos para as alquilamidas S1, S2 e S3. Os resultados teóricos foram
calculados usando o nível de cálculo B3LYP/6-311++G(d,p), e com as estruturas em condições de vácuo, ou seja,
sem adição de solvente.

(a)

(b)

(c)

(d)

Fonte: Autor (2020).

A atribuição dos modos vibracionais no espectro infravermelho para as moléculas


investigadas é separada em três faixas de frequência: 1) 200 cm−1 a 1000 cm−1; 2) 1000 cm−1 a
2500 cm−1 e 3) 2800 cm−1 a 3700 cm−1. De acordo com a regra geral, uma molécula não linear
que contém N átomos, tem 3N – 6 graus de liberdade vibracional, de modo que o espilantol
(S1), que contém 39 átomos, possui 111 modos de vibração. Da mesma forma, seus análogos
48

S2 e S3, que contêm 37 átomos e 38 átomos, têm 105 e 108 vibrações, respectivamente. A partir
da simetria local de cada porção molecular, e dos átomos que a compõem, bem como do caráter
das ligações químicas (simples, dupla, tripla, ressonante etc.), podemos identificar uma fração
desses modos vibracionais pertencentes às moléculas analisadas. Além disso, embora ativos,
esses modos podem apresentar intensidades extremamente fracas, dificultando a sua observação
no espectro experimental (Figura 5.3a). Portanto, a atenção foi direcionada a modos
vibracionais cuja atribuição nos permite obter informações sobre a estrutura molecular de cada
composto. Por exemplo, as três estruturas possuem uma porção amida secundária, ou seja, o
átomo de nitrogênio possui apenas uma ligação química com hidrogênio. Portanto, espera-se
encontrar impressões digitais para movimentos de estiramento da ligação NH (SMITH, 1999).

5.1.2.1 Modos de 200 cm−1 a 1000 cm−1

Nesta faixa de número de onda, alguns modos vêm de movimentos de toda a molécula,
conhecidos como vibrações esqueléticas, e de algumas bandas de impressões digitais de certas
metades. Eles fornecem informações sobre as conformações moleculares, como as deformações
no plano e fora do plano das ligações CH nos grupos metil (CH3), metileno (CH2) e amina (NH).
Em particular, para os sistemas S2 e S3, encontra-se uma forte contribuição de vibrações de
dobramento nas ligações duplas e triplas carbono-carbono.
Além disso, as estruturas S2 e S3 têm deformações no plano nas ligações duplas C=C e
triplas C≡C em torno de 550 cm−1 (muito fraco). Pode-se associar a baixa intensidade das
vibrações relacionadas às ligações duplas e triplas na simulação com o impedimento do
dobramento das ligações duplas e triplas mais rígidas, de modo que uma mudança desprezível
no momento de dipolo possa ocorrer, tornando o modo muito fraco no espectro infravermelho.
O composto S3 mostra a ~ 650 cm−1, um modo de intensidade média que provém do
abanar característico da ligação CH no grupo acetilênico (≡CH). O aparecimento de tal modo
no espectro IV teórico (Figura 5.3d) mostra que a molécula S3 possui um terminal acetilênico.
Esta afirmação é confirmada pelo deslocamento para o azul observado nos espectros UV-Vis
dos compostos (Figura 5.6). Os análogos S2 e S3 têm uma e duas ligações triplas carbono-
carbono, respectivamente. Essas ligações diminuem o comprimento de conjugação para essas
moléculas em comparação com o espilantol, de modo que os picos de absorção mudam para
comprimentos de onda mais curtos. Portanto, λpico (S1) > λpico (S2) > λpico (S3) como visto na
Figura 5.6. Para a molécula S1, um modo de intensidade média devido ao dobramento fora do
plano de CH na fração cis-alceno está localizado em 748 cm−1 para o espectro simulado e em
49

718 cm−1 para o experimental (Figura 5.3a-b). Em geral, uma vibração característica de balanço
em metileno de cadeias longas alifáticas (CH2)n (n ≥ 3) aumenta na faixa entre 700-750 cm−1
(SMITH, 1999). No entanto, para a molécula S3 que possui n = 4, não há modo com intensidade
relevante em seu espectro simulado. O espectro teórico para S2 não mostra modo relevante
nesta faixa.
Acima de 800 cm−1, há uma quantidade menor de picos fracos cuja origem é uma
mistura de dobramentos de CH no grupo gem-metil, principalmente no grupo terminal
N-(2-metilpropil) em ~ 875 cm−1, também no cis-alceno para espilantol. Por volta de 940 cm−1,
é possível atribuir deformações assimétricas de ligações CH nos grupos gem-metil e
N-(2-metilpropil) para o espilantol e seu análogo S2. No espectro experimental do espilantol,
essas bandas aparecem em 817 cm−1 e 946 cm−1, respectivamente. O composto S3 tem uma
assinatura vibracional diferente, embora o grupo terminal N-(2-metilpropil) esteja presente,
apenas o modo a ~ 912 cm−1 devido à torção de CH da cadeia do grupo metileno é observado
no espectro. Bandas de cerca de 1000 ± 20 cm−1 estão relacionadas a dobras fora do plano nos
carbonos insaturados CH (cis e trans) para todos os compostos, essas bandas vibracionais são
observadas no espectro experimental de S1 e possui dois modos proeminentes e semelhantes
aos resultados teóricos obtidos para S1, S2 e S3. Todos os compostos possuem porções de
carbono insaturado em suas estruturas, embora o espilantol tenha um comprimento de
conjugação (ligações duplas e simples alternadas), o que nos permite observar tanto no IV
(modos para ligações duplas cis e trans) quanto no espectro UV-Vis como mencionado acima.

5.1.2.2 Modos de 1000 cm−1 a 2500 cm−1

Nesta faixa de número de onda, foram identificadas vibrações características da ligação


dupla e tripla junto com a porção amida. Entre 1100 cm−1 e 1250 cm−1, são observados quatro
modos: um fraco em 1159 cm−1, devido principalmente à torção de CH2. Este pico aparece
apenas para S3 no espectro IV simulado. Para todas as moléculas é observado um dupleto fraco
em 1155 cm−1 e 1190 cm−1, exceto para S3, que possui apenas um. Essas vibrações surgem a
partir de uma combinação de torção de CH2, mais dobra no plano de NH, mais dobra no plano
do CH no carbono insaturado.
O modo de intensidade média a ~ 1220 cm−1 resulta do dobramento no plano de NH,
mais o dobramento no plano de CH no carbono insaturado próximo ao grupo amida. O
dobramento no plano de NH, o pico mais intenso dos três mencionados acima, é conhecido
como Amida III (SOCRATES, 2001), uma evidência da presença do grupo funcional amida.
50

Os espectros experimentais para S1 na banda Amida III são largos e de média intensidade. Essas
características mostram que espilantol possui maior semelhança com o análogo S2 do que com
o S3.
Em aproximadamente 1300 cm−1 ocorre um dupleto relacionado a uma torção do CH2
para todos os compostos. De 1350 cm−1 a 1500 cm−1, existe um conjunto de picos muito fracos,
a maioria associados à deformação simétrica do grupo metila CH3, conhecido como modo
guarda-chuva (SMITH, 1999), encontrando-se nessa região do espectro IV em todas as
moléculas simuladas e também para o experimental do espilantol localizado a 1376 cm−1.
Encontra-se uma exceção para a molécula S3, cujo modo proeminente a 1378 cm−1 está
relacionado ao abanar dos grupos metileno na porção da cadeia alifática (SOCRATES, 2001).
Acima de 1400 cm−1, três tipos de vibrações são características do espilantol e seus análogos.
São o modo guarda-chuva do grupo metil (até 1420 cm−1) e dois modos de tesoura do grupo
metileno, com intensidades relativamente fracas (1450 cm−1 a 1490 cm−1), e a deformação
assimétrica do grupo metila (de 1460 cm−1 a 1500 cm−1). Esses modos podem ter de média a
fraca intensidade em hidrocarbonetos alifáticos. No entanto, a presença do grupo amida dá
origem ao pico mais intenso observado nos espectros IV para o espilantol e seus análogos. Essas
observações são confirmadas no espectro experimental do espilantol (Figura 5.3a). Tais modos
estão localizados em 1444 cm−1 e 1466 cm−1.
Em 1535 cm−1, temos o modo conhecido como amida II, um dobramento no plano da
ligação NH. A intensidade muito forte observada nos espectros teóricos dessa vibração deriva
do fato de que tanto o nitrogênio no grupo funcional amina quanto o oxigênio no grupo
carbonila contêm um par de elétrons não ligados que está em um orbital do tipo π, que se
localiza acima do plano do grupo amida. Esses elétrons podem sofrer um efeito de conjugação,
que lhes permite saltar ao longo da ligação C−N (SMITH, 1999). Tal variação angular no
movimento vibracional promove uma mudança do dipolo elétrico relacionado à ligação N−H.
Outro efeito espectroscópico da conjugação é reduzir o número de onda associado ao
estiramento do grupo carbonila na porção amida em comparação com outros grupos
moleculares, como cetonas e ésteres. Quimicamente, a ligação C−N se torna mais rígida do que
o habitual e, até certo ponto, possui um caráter de ligação dupla. O estiramento da ligação C−N
contribui levemente para o modo 1535 cm−1 devido ao aumento da rigidez da ligação (SMITH,
1999; SOCRATES, 2001). A banda Amida II aparece no espectro experimental do espilantol a
1548 cm−1 e exibe uma intensidade média.
Acima de 1600 cm−1, encontra-se o estiramento da ligação dupla C=C a 1690 cm−1 e o
estiramento de carbonila C=O a 1735 cm−1, também conhecido como amida I. Essas vibrações
51

são características marcantes dos compostos analisados. Ambos os modos podem ser
observados no espectro experimental: estiramento de C=C em 1622 cm−1 e 1669 cm−1 como
dupleto para as porções cis e trans alceno e em 1722 cm−1 para o modo Amida I. Além de
2000 cm−1, são identificados os modos da ligação tripla C≡C. Aqui, apenas os sistemas S2 e S3
exibem essas vibrações. Para S2, que possui apenas uma ligação tripla, gera um modo de
intensidade extremamente baixa a 2320 cm−1. Para S3, que possui duas ligações triplas, dois
modos são identificados em 2158 cm−1 e 2340 cm−1. Essas vibrações evidenciam a presença de
ligações triplas nos compostos S2 e S3.

5.1.2.3 Modos de 2800 cm−1 a 3700 cm−1

Nesta região do espectro IV, foram identificados modos relacionados ao estiramento de


carbono e hidrogênio e, nitrogênio e hidrogênio. Próximo de 3010 cm−1, todas as moléculas
possuem uma banda de estiramento CH de intensidade moderada no grupo metil (Figura 5.3a-
d). É importante destacar que muito próximas estão as vibrações pertencentes ao grupo metino
da porção N-(2-metilpropil). A vibração é localizada a 3035 cm−1 nos espectros do espilantol e
seus análogos S2 e S3. De acordo com os espectros teóricos, em torno de 3055 cm−1 é
identificado o estiramento assimétrico CH de um grupo metileno. No entanto, essas vibrações
são relativamente fracas e são sobrepostas por um intenso estiramento metílico.
Em ~ 3077 cm−1 e ~ 3088 cm−1, um dubleto de estiramento assimétrico de metila é
encontrado para todas as moléculas. Acima de 3100 cm−1, os modos são atribuídos como
estiramento CH (fora do plano e no plano) do grupo cis-alceno no espilantol. Essas vibrações
estão localizadas em 3117 cm−1 e 3142 cm−1, respectivamente. Para S2, essas vibrações estão
nas mesmas posições e, para S3, observa-se um ligeiro desvio para o vermelho nessas vibrações
e menos intenso em comparação ao espilantol. Uma possível explicação sugere que o espilantol
tem um número maior de ligações CH nos grupos alcenos.
Finalmente, a 3477 cm−1, é identificado um modo de intensidade moderada de
estiramento para o grupo terminal acetilênico (≡CH) da molécula S3. O modo fraco relacionado
ao estiramento da ligação NH aparece a 3640 cm−1. Essa vibração é típica para todos os
compostos estudados, indicando a presença do grupo funcional amida.
Os resultados experimentais na região de estiramento das ligações carbono-hidrogênio
e nitrogênio-hidrogênio para o composto S1 mostram uma mudança moderada para todas as
vibrações nessa faixa de número de onda em relação aos resultados simulados. Essa mudança
pode ser explicada porque se calcula o espectro IV teórico na fase gasosa, enquanto se obtém
52

espectros experimentais em solução. Assim, esses movimentos podem sofrer deslocamentos


devido às interações com os solventes, uma vez que os modos de estiramento C−H e N−H são
bastante sensíveis ao ambiente químico (COATES, 2000).

5.1.3 Interpretação dos espectros RMN de 1H

O processo de extração do espilantol resultou em um extrato de cor amarelada


transparente. Para confirmar a estrutura do composto isolado, realizou-se uma análise
espectroscópica adicional de RMN de 1H (CDCl3, 400 MHz). Os dados espectrais exibem seis
sinais de hidrogênio na faixa de δ 0,90 a 3,20 (Figura 5.4a). Os sinais em δ 0,90 (d, J = 6,6 Hz,
6H), δ 1,77 (m, J = 7,2 Hz, 2H) e δ 3,12 (t, J = 6,6 Hz, 2H) indicam a presença do grupo
2-metilpropilamida. O espectro, ilustrado na Figura 5.4a, também mostra sinais em δ 2,23
(q, J = 7,8 Hz, 2H) e δ 2,30 (q, J = 7,2 Hz, 2H), correspondendo a hidrogênios (H-4 e H-5)
ligados a carbonos sp3 encontrados no centro da molécula.
Na escala δ, são observados sinais característicos de hidrogênios olefínicos entre 5,0 e
7,0 ppm. Sendo eles: δ 5,24 (dt, J = 7,2 e 10,8 Hz, 1H), 6,79 (dt, J = 6,6 e 15 Hz, 1H), δ 5,94
(dd, J = 10,8 e 14 Hz, 1H), δ 6,26 (dd, J = 13,2 e 12, 6 Hz, 1H), δ 5,75 (d, J = 15,6 Hz, 1H) e
δ 5,68 (dq, J = 6,6 e 14,4 Hz, 1H). Além destes, um intenso sinal de banda larga é observado
em δ 5,47 (s, 1H), correspondendo a um hidrogênio ligado ao nitrogênio do grupo amida. Estes
resultados estão em excelente concordância com relatos experimentais anteriores
(NAKATANI; NAGASHIMA, 1992).
Para entender melhor os dados experimentais e comprovar a estrutura do espilantol,
realizou-se uma investigação a nível DFT dentro do formalismo GIAO (WOLINSKI;
HINTON; PULAY, 1990), usando o nível de cálculo LC-BLYP, acoplado ao conjunto de bases
6-311++G(d,p) (KRISHNAN et al., 1980). Esse funcional dispõe de correções de longo
alcance, o que melhora sua descrição da estrutura eletrônica do material (IIKURA et al., 2001).
A Tabela 5.4 apresenta a comparação entre os resultados experimentais e teóricos, onde
se pode observar concordância entre os valores. Por exemplo, para a estrutura S1 o sinal do
próton vinculado ao grupo amida (H1) corresponde ao valor teórico de δ 5,40. Observa-se a
mesma concordância para o deslocamento do próton H2, cujo o valor teórico de δ 6,14 é
equivalente ao valor experimental de δ 5,75. Portanto, a concordância entre teoria e
experimento garante a confiabilidade na caracterização do composto.
53

Tabela 5.4 – Desvios químicos, teóricas e experimentais, obtidos para as alquilamidas S1, S2 e S3. Todos os
valores são dados em ppm, e os resultados teóricos foram obtidos usando o nível de cálculo LC-BLYP/6-
311++G(d,p) e o IEF-PCM para simulação do ambiente clorofórmio, e são discutidos dentro do formalismo GIAO:
S1 S2 S2
Átomos
δ(exp.) δ(teór.) δ(exp.) δ(teór.) δ(exp.) δ(teór.)
H1 5,47 5,40 6,04 5,39 5,45 5,36
H2 5,75 6,14 6,00 6,15 5,79 6,10
H3 6,79 7,70 6,77 7,56 6,83 7,64
H4 2,22 2,08 2,38 2,41 2,30 2,19
H4 2,22 2,43 2,34 2,53 2,20 2,29
H5 2,30 2,20 2,36 2,15 1,60 1,17
H5 2,30 2,51 2,36 2,51 1,60 1,57
H6 5,25 5,86 - - 1,60 1,65
H6 - - - - 1,60 1,67
H7 5,95 6,60 - - 2,30 2,17
H7 - - - - 2,30 2,22
H8 6,26 6,97 5,85 5,98 - -
H9 5,68 6,40 5,43 6,78 - -
H10 1,74 1,89 1,70 1,91 - -
H10 1,74 1,96 1,70 1,95 - -
H10 1,74 1,97 1,70 1,95 - -
H11 - - - - 1,98 1,84
H1' 3,12 2,26 3,09 2,25 3,18 2,24
H1' 3,12 3,92 3,09 3,87 3,18 3,87
H2' 1,76 1,83 1,77 1,86 1,80 1,85
H3' 0,90 0,63 0,87 0,61 0,93 0,60
H3' 0,90 0,73 0,87 0,71 0,93 0,71
H3' 0,90 1,11 0,87 1,09 0,93 1,09
H3' 0,90 1,17 0,87 1,16 0,93 1,16
H3' 0,90 1,19 0,87 1,17 0,93 1,17
H3' 0,90 1,32 0,87 1,33 0,93 1,32

Em relação ao composto S2, originalmente sintetizado e caracterizado por Alonso et al.


(2018), também foi obtida uma boa correlação entre teoria e experimento. Como observado nas
estruturas moleculares das alquilamidas apresentadas nas Figuras 5.4b e 5.5a, S2 difere do
espilantol (S1) pela presença de uma ligação tripla entre carbonos, caracterizada pelos prótons
H5 (δ 2,36) e H8 (δ 5,85) (ALONSO et al., 2018). Enquanto para H5, foi estimado δ 2,15 e δ
2,51, os cálculos realizados apontam o valor de δ 5,98 para H8.
Finalmente, para a estrutura S3 que também se faz presente no jambu, os resultados
teóricos são consistentes com os experimentos discutidos por Bauer, Remiger e Wagner (1989)
e Moreno et al. (2011). O próton H11, localizado no final da cadeia do carbono, tem um desvio
químico de δ 1,98 (BAUER; REMIGER; WAGNER, 1989), sendo bem descrito pela estimativa
54

teórica de δ 1,84 (Figura 5.5b). Além disso, S3 possui duas ligações triplas, delimitadas pelo
próton H7 (δ 2,30), o que concorda com os valores teóricos de δ 2,17 e δ 2,22.

Figura 5.4 – Espectros RMN de 1H, (a) experimental e (b) teórico, do espilantol (S1). Os espectros teóricos foram
obtidos no nível de cálculo LC-BLYP/6-311++G(d,p), usando IEF-PCM para simulação do solvente clorofórmio
e o método GIAO para interpretação dos resultados.

(a)

(b)
Fonte: Autor (2020).
55

Figura 5.5 – Espectros RMN de 1H (teóricos) dos cromóforos (a) S2 e (b) S3. Os espectros foram obtidos no nível
de cálculo LC-BLYP/6-311++G(d,p), usando IEF-PCM para simulação do solvente clorofórmio e o método GIAO
para interpretação dos resultados.

(a)

(b)
Fonte: Autor (2020).

5.1.4 Interpretação dos espectros UV-Vis

A Tabela 5.5 apresenta os comprimentos de onda, os valores de energia de excitação, as


56

forças de oscilação e as transições correspondentes aos espectros de absorção dos três


compostos investigados. O espectro de absorção experimental do espilantol, ilustrado na
Figura 5.6, apresenta uma forte banda de absorção na região UV-Vis com um máximo de
absorção em ~ 230 nm. Seguindo essa linha espectral, observa-se uma segunda banda de
absorção, menos intensa que a primeira, com o máximo de absorção localizado em torno de 212
nm.

Tabela 5.5 – Comprimento de onda (λ, nm), energia de excitação (eV), força do oscilador (F.Osc.) e a respectiva
contribuição. Todos os valores foram obtidos usando o nível de cálculo TD-DFT/6-311++G(d,p) e o IEF-PCM
para simulação do solvente clorofórmio:
CAM-B3LYP B3LYP Exp.
Sistemas
λmáx. ∆E F.Osc. Contribuição λmáx. ∆E F.Osc. Contribuição
S1 231,33 5,36 1,17 H → L+2 (78%) 240,33 5,16 1,01 H → L+1 (88%) 230
211,63 5,86 0,26 H → L (48%) 229,04 5,41 0,21 H-1 → L (73%) 212
S2 227,88 5,44 0,73 H → L+2 (57%) 236,70 5,24 0,60 H → L+1 (54%) -
S3 206,37 6,01 0,96 H-2 → L (69%) 229,34 5,41 0,33 H → L (48%) -

Figura 5.6 – Espectros UV-Vis (experimental e teórico) obtidos para as alquilamidas S1, S2 e S3. Os resultados
teóricos foram obtidos no nível de cálculo TDCAM-B3LYP/6-311++G(d,p), usando o IEF-PCM para simulação
do solvente clorofórmio.

Fonte: Autor (2020).

Comparando os espectros experimental e teórico do espilantol (Figura 5.6), verifica-se


excelente concordância entre os resultados, com os espectros praticamente sobrepostos. A
abordagem dependente do tempo (TD) aplicada ao método CAM-B3LYP determina um
máximo de absorção em 231,33 nm, com uma força do oscilador de 1,17, caracterizada por uma
57

transição HOMO → LUMO+2 de 78% e simetria π → π*. A segunda e menor excitação foi
calculada em 211,63 nm, com força de oscilador de 0,26 e contribuição HOMO → LUMO de
48%.
Para a alquilamida S2, não há relatos experimentais ou teóricos para seus espectros de
absorção na literatura. Os resultados do TDCAM-B3LYP mostram que este sistema apresenta
a maior banda de excitação situada em 227,88 nm, o que também ocorre no
HOMO → LUMO+2 (57%), com força de oscilador de 0,73. Para o composto S3, a previsão
teórica aponta uma banda de absorção forte localizada a 206,37 nm, com força de oscilador de
0,96 atribuída aos estados HOMO-2 → LUMO (69%).
Apesar da ausência de dados experimentais para S2 e S3, os resultados obtidos
correspondem à expectativa, pois conforme aponta a literatura, a excitação π – π* para alcenos
normalmente ocorrem em comprimento de onda maiores que as de alcinos (PAVIA et al.,
2015). Essa relação fica evidente quando se analisa mais detalhadamente a Figura 5.6. Nela se
observa que de S1 para S3, há um aumento do número de ligações triplas C≡C e o máximo de
absorção sofre um desvio evidente para o azul (comprimento de onda menores).
A Figura 5.7 ilustra os orbitais moleculares envolvidos nas excitações eletrônicas de
espilantol e análogos, onde é possível observar que todas as transições têm simetria π → π*.
Nota-se ainda que todas as moléculas têm seus HOMO e LUMO ocupando as mesmas regiões
espaciais, o que significa que os estados π → π* mais baixos não envolvem transferência de
carga intramolecular.
58

Figura 5.7 – Orbitais moleculares envolvidos na transição principal que caracteriza a banda de menor energia. Os
resultados teóricos foram obtidos no nível de cálculo TDCAM-B3LYP/6-311++G(d,p), usando o IEF-PCM para
simulação do solvente clorofórmio.

(a) HOMO para S1 (b) LUMO+2 para S1

(c) HOMO para S2 (d) LUMO+2 para S2

(e) HOMO-2 para S3 (f) LUMO para S3

Fonte: Autor (2020).

Adicionalmente, realizou-se uma investigação TD-B3LYP dos espectros de absorção


eletrônica. Infelizmente, esse funcional subestima as excitações eletrônicas, apresentando uma
descrição pobre do experimento. Tomando o espilantol como exemplo, a aproximação
TD-B3LYP sugere que o máximo de absorção acontece em 240,33 nm, o que está além do valor
experimental de 230 nm. Resultados semelhantes são encontrados para as moléculas S2 e S3
comparando CAM-B3LYP com o método padrão B3LYP.
Essas implicações trazem uma reflexão importante. Uma das proposições deste trabalho
é obter os descritores de reatividade para o espilantol e análogos, atribuindo assim, prováveis
atividades biológicas, bem como suas respostas ópticas não lineares. No entanto, assim como
os espectros UV-Vis, essas propriedades dependem de uma descrição precisa da estrutura
eletrônica do material. Portanto, ressaltamos que, para os compostos S1, S2 e S3, o B3LYP não
é uma opção apropriada.
59

5.1.5 Resposta óptica não linear

A Tabela 5.6 apresenta os resultados calculados para os parâmetros: polarizabilidade


dipolar e, primeira e segunda hiperpolarizabilidade dos sistemas alquilamidas investigados,
aonde utilizou-se diferentes níveis de cálculos DFT, juntamente com o método IEF-PCM para
simulação do solvente clorofórmio.

Tabela 5.6 – Polarizabilidade dipolar (𝛼, 10−24 esu), primeira hiperpolarizabilidade (β, 10−30 esu) e segunda
hiperpolarizabilidade (γ, 10−36) calculadas usando os níveis de cálculos (a) B3LYP, (b) CAM-B3LYP e (c)
ωB97XD, acoplados ao conjunto de funções base 6-311++G(d,p), mais o IEF-PCM para simulação do ambiente
clorofórmio:

Propriedades S1 S2 S3
αiso 35,50a 34,68a 36,06a
34,40b 33,51b 34,83b
34,49c 33,59c 34,92c
βtotal 3,66a 1,27a 6,72a
3,06b 1,15b 4,92b
3,02c 1,09c 4,78c
〈𝛾〉 69,57a 65,86a 71,55a
48,16b 46,93b 49,47b
47,60c 46,57c 48,57c

Observando a Tabela 5.6, verifica-se que a polarizabilidade dipolar demonstrou


variação desprezível tanto em relação ao sistema molecular investigado quanto para o método
DFT utilizado. Todos os cálculos indicam que a polarizabilidade isotrópica (αiso ) se encontra
em torno de 34,00 × 10−24 esu, quando o sistema está imerso em clorofórmio.
Diferente da polarizabilidade dipolar, a primeira hiperpolarizabilidade total (βtotal )
apresenta alta sensibilidade às mudanças estruturais. Considerando os resultados de ωB97XD,
a menor resposta ONL (1,09 × 10−30 esu) é atribuída à molécula S2. Já o valor mais alto
(4,78 × 10−30 esu), é observado no cromóforo S3. Organizando os sistemas em ordem de
grandeza crescente temos a escala βtotal , S2 < S1 < S3.
Em comparação com outros materiais ópticos não lineares, espilantol e análogos
apresentam propriedades ONL interessantes. Por exemplo, os valores do βtotal (organizados na
Tabela 5.6) para S3 são quase 10 vezes maiores do que os relatados para a ureia
(βtotal = 0,37 × 10−30 esu) (ABBAS; SHKIR; ALFAIFY, 2019; ALAM et al., 2019).
A resposta ONL das alquilamidas estudadas são comparáveis ainda aos valores
estimados para PNA, que é um composto doador-aceitador típico com aplicações ONL, com
βtotal estimado entre 6,27 × 10−30 esu (MUHAMMAD et al., 2017) e 8,86 × 10−30 esu
60

(MUHAMMAD et al., 2016a). Chalconas compreende outro sistema instrutivo com uma
variedade de aplicações em ONL (ARAÚJO et al., 2020; MUHAMMAD et al., 2016b;
MUHAMMAD et al., 2016a). Em uma série recente de relatórios, Muhammad e colaboradores
propuseram uma variedade de derivados de chalcona com βtotal variando de 6,73 × 10−30 esu a
128,51 × 10−30 seu (MUHAMMAD et al., 2016b). Estes resultados mostram que espilantol e
análogos podem ser úteis para aplicações em ONL.
Para a segunda hiperpolarizabilidade (γ), os sistemas apresentam comportamento
semelhante a β. Embora esses coeficientes estabeleçam à escala γ, S2 < S1 < S3, os valores
encontrados são muito próximos uns dos outros. Por exemplo, considerando os cálculos de
ωB97XD, o espilantol apresenta um coeficiente de 47,60 × 10−36 esu, enquanto S2 e S3 apontam
valores de 46,57 × 10−36 esu e 48,57 × 10−36 esu, respectivamente. Essa resposta ONL é superior
à estimada para a molécula de PNA, que apresenta um valor de 6,27 × 10−36 esu para 〈𝛾〉
(MUHAMMAD et al., 2017). Em comparação com outros materiais ONL, o espilantol e seus
derivados permanecem competitivos. Por exemplo, as moléculas de chalcona apresentam
valores para 〈𝛾〉, que variam de 79,31 × 10−36 esu a 181,36 × 10−36 esu, dependendo do grupo
substitucional utilizado (MUHAMMAD et al., 2017).
Em relação aos desempenhos dos métodos DFT utilizados, a aproximação B3LYP
superestima γ e principalmente βtotal quando comparada com os funcionais CAM-B3LYP e
ωB97XD. Este efeito ocorre por um único motivo, a primeira hiperpolarizabilidade (β) é
inversamente proporcional ao gap de energia (Egap ), obedecendo à relação Egap ∝ 𝛽−1
(MANZONI et al., 2019; PIMENTA et al., 2019). Recentemente, foi discutida essa propriedade
para os compostos picrato de glicina-glicínio e picrato de glicínio (SHKIR et al., 2018),
investigados sob métodos semelhantes baseados em DFT e técnicas experimentais. Observa-se
a mesma tendência para chalconas com adição de cumarina (MUHAMMAD et al., 2018b) e
para corantes azo (MANZONI et al., 2019; PIMENTA et al., 2019). Além disso, como B3LYP
geralmente superestima a energia HOMO, Egap é exagerado. Como consequência, β é
subestimado. A Figura 5.8 representa uma dessas relações para S3. A partir desta figura, é
possível perceber que valores menores de Egap geram β maiores, o que mostra a veracidade da
relação Egap ∝ 𝛽−1 .
61

Figura 5.8 – Relação entre o gap de energia e a primeira hiperpolarizabilidade (𝐸𝑔𝑎𝑝 ∝ 𝛽−1 ) do cromóforo S3.

Fonte: Autor (2020).

5.1.6 Detalhamento dos descritores de reatividade

A tabela 5.7 apresenta os valores calculados para os descritores de reatividade do


espilantol e análogos no solvente clorofórmio. Como já mencionado, esses parâmetros
dependem de uma descrição precisa das energias dos orbitais moleculares de fronteira (HOMO
e LUMO).
62

Tabela 5.7 – Orbital molecular ocupado de mais alta energia (HOMO), orbital molecular desocupado de mais
baixa energia (LUMO), potencial de ionização (I), afinidade eletrônica (A), gap de energia (Egap), dureza química
(η), maciez química (S), potencial químico (μ), eletronegatividade (χ), eletrofilicidade (ω) e nucleofilicidade (N)
calculados para os sistemas S1, S2 e S3 usando os níveis de cálculos (a) B3LYP, (b) CAM-B3LYP e (c) ωB97XD
acoplados ao conjunto de funções base 6-311++G(d,p), mais o IEF-PCM para simular o solvente clorofórmio:

Desc. de reatividade S1 S2 S3
HOMO (eV) -6,12a -6,39a -7,07a
-7,53b -7,83b -8,55b
-8,07c -8,37c -9,08c
LUMO (eV) -1,18a -1,24a -1,18a
0,12b 0,06b 0,12b
0,75c 0,69c 0,75c
Egap (eV) 4,95a 5,15a 5,88a
7,65b 7,89b 8,67b
8,82c 9,06c 9,83c
I (eV) 6,12a 6,39a 7,07a
7,53b 7,83b 8,55b
8,07c 8,37c 9,08c
A (eV) 1,18a 1,24a 1,18a
-0,12b -0,06b -0,12b
-0,75c -0,69c -0,75c
S (eV-1) 0,20a 0,19a 0,17a
0,13b 0,13b 0,12b
0,11c 0,11c 0,10c
μ (eV) -3,65a -3,82a -4,13a
-3,70b -3,89b -4,22b
-3,66c -3,84c -4,17c
χ (eV) 3,65a 3,82a 4,13a
3,70b 3,89b 4,22b
3,66c 3,84c 4,17c
η (eV) 2,47a 2,57a 2,94a
3,82b 3,94b 4,34b
4,41c 4,53c 4,92c
𝜔 (eV) 2,70a 2,83a 2,89a
1,79b 1,91b 2,05b
1,52c 1,63c 1,77c
4,14c 4,39c 4,76c
N 3,08a 2,81a 2,13a
3,11b 2,80b 2,08b
3,07c 2,77c 2,06c

Em comparação com os outros dois funcionais, B3LYP superestima os autovalores do


orbital HOMO, o que compromete a previsão dos parâmetros de reatividade molecular. Por
exemplo, este funcional estima um potencial de ionização (I) de 6,12 eV para a molécula de
espilantol. Porém, após a aplicação do Método de Atenuação de Coulomb ao B3LYP
(CAM-B3LYP), o valor se eleva para 7,53 eV, estando próximo do resultado de 8,07 eV
estimado pelo ωB97XD. Embora o funcional B3LYP apresente baixa precisão em relação à
63

predição dos descritores globais de reatividade, esse funcional corrobora o comportamento


obtido com os níveis de cálculos CAM-B3LYP e ωB97XD, mostrando a ordem de crescimento,
S1 < S2 < S3. Já em relação a afinidade eletrônica (A), que descreve a energia liberada por um
sistema ao receber um elétron, S1 e S3 apresenta valores semelhantes e menores que os
observados para S2 (S1 = S3 < S2). É interessante notar que B3LYP atribui valores positivos
para A, ou seja, de acordo com este funcional os sistemas precisariam absorver energia para
poderem receber elétrons.
A reatividade de um composto pode ser estimada através de sua maciez química (S),
que é uma propriedade que determina o quanto a densidade eletrônica de um sistema pode ser
polarizada. Em teoria, valores altos de maciez química indicam maior reatividade. Desta forma,
a ordem crescente de reatividade química apresentada na Tabela 5.7 é, S3 < S2 < S1. Esta
⃗ ) (Tabela 5.1)
propriedade também acompanha o crescimento do momento de dipolo (μ
(BENSIRADJ et al., 2020; ÖZBEK et al., 2013; SAYIN et al., 2014), o que confirma a escala
de reatividade. Outro fator interessante verificado para o μ
⃗ é o aumento de ~ 30% quando se
adiciona o efeito do solvente, logo, pode-se também concluir que o ambiente aumenta a
reatividade das alquilamidas.
O potencial químico (μ) e a eletronegatividade (χ) são propriedades antagônicas.
Enquanto o primeiro define a tendência de escape de elétrons da condição de equilíbrio, o
segundo mede a tendência de um sistema em atrair elétrons. Para o espilantol e seus análogos,
os cálculos realizados estimam valores negativos para μ, o que configura a existência de
processos espontâneos. No que diz respeito à classificação de μ, os compostos estão na ordem
S1 > S2 > S3. Em se tratando da χ, a ordem é S1 < S2 < S3, ou seja, inversa a do potencial
químico.
Esta ordem de crescimento para χ está diretamente relacionada ao aumento no caráter s
que é observada quando partimos de grupos alcenos (C com hibridização sp2 e caráter s de
33,3%) para grupos alcalinos (C com hibridização sp e caráter s de 50%) (VOLLHARDT;
SCHORE, 2014). Esse efeito ocorre porque os orbitais s têm energias mais baixas do que os
orbitais p (para níveis correspondentes), o que faz os elétrons nos orbitais do tipo s ficarem mais
próximos dos núcleos do que os elétrons que povoam os orbitais p (CAREY; GIULIANO,
2017; SOLOMONS; FRYHLE; SNYDER, 2016; VOLLHARDT; SCHORE, 2014). Em se
tratando de orbitais hibridizados, o aumento no caráter s (sp3 < sp2 < sp) promove maior
aproximação elétron-núcleo, o que reflete em um aumento na eletronegatividade.
O espilantol é uma alquilamida com reconhecida atividade biológica (ABEYSIRI et al.,
2013; DIAS et al., 2012; DUBEY et al., 2013; MOLINA-TORRES et al., 2004; SOARES et
64

al., 2013). Portanto, espera-se que seus análogos apresentem comportamento semelhante.
Segundo Bensiradj et al. (2020), a dureza química (η) é um parâmetro útil para disponibilizar
tal propriedade em uma família de moléculas. Em teoria, quando η aumenta a resposta
antimicrobiana do agente ativo também aumenta. Com base nos dados apresentados na Tabela
5.7, a ordem crescente de grandeza para η é, S1 < S2 < S3.
Outro dado importante para destacar da Tabela 5.7 é o valor de 4,92 eV calculado para
a dureza química do composto S3, usando o nível de cálculo ωB97XD. Este resultado é quase
16% maior do que o valor de 4,41 eV encontrado para o espilantol. Isso sugerem que a molécula
S3 pode ter maior atividade biológica quando comparada a S1 e S2. Além disso, em comparação
com outros medicamentos com reconhecidas aplicações farmacêuticas, a molécula S3 apresenta
desempenho competitivo. É o caso dos derivados benzotiazepínicos e dos complexos de
Zn(TePh)2, que apresentam dureza química de 2,5 eV (ALAM et al., 2019) e 4,7 eV
(BENSIRADJ et al., 2020), respectivamente. Porém, apenas uma análise da dureza química
não é suficiente para determinar a reatividade biológica de um cromóforo. Para a confirmação
de tal previsão, ensaios in vitro e mesmo in vivo são sempre indispensáveis.
Para um candidato a fármaco, é fundamental saber sobre a eletrofilicidade (ω) do
composto, visto que ela mede a capacidade de um sistema em atrair pares de elétrons. Tal
informação é importante, pois quando um eletrófilo xenobiótico interage com proteínas, uma
desejada toxicidade celular pode ocorrer, ou então, uma reação imune, como as que acontecem
com vacinas (OBACH; KALGUTKAR, 2018). Porém, quando essas interações ocorrem com
os ácidos nucléicos, uma mutação genética pode ser observada ou mesmo um processo
carcinogênico (OBACH; KALGUTKAR, 2018). Desta forma, para classificar a eletrofilicidade
dos sistemas, adotou-se a classificação de Domingo et al. (2002), aonde é estabelecida uma
escala ω que organiza os compostos como eletrófilos fracos (com ω < 0,8 eV), moderados (com
0,8 ≤ ω ≤ 1,5 eV) e fortes (com ω > 1,5 eV). Seguindo essa escala ω, é possível classificar o
espilantol e seus dois análogos como eletrófilos fortes, uma vez que todos os métodos DFT
indicam que ω > 1,5 eV. Além disso, pela Tabela 5.7, verifica-se que a ordem de crescimento
de ω é S1 < S2 < S3.
Com relação à nucleofilicidade molecular (N), Jaramillo et al. (2008) propuseram uma
escala N que classifica as moléculas orgânicas como nucleófilos fortes (com N > 3,0 eV),
moderados (com 2,0 ≤ N ≤ 3,0 eV) e fracos (com N < 2,0 eV). Dentro desta escala, enquanto o
espilantol (S1) é classificado como um nucleófilo forte, S2 e S3 figuram como moderados.
Diversas condições são responsáveis pela nucleofilicidade de um cromóforo, como por
exemplo: a carga, a basicidade, a polarizabilidade e a natureza dos substituintes
65

(VOLLHARDT; SCHORE, 2014). Sabendo-se disso e notando que o número de ligações


triplas C≡C aumenta de S1 para S3, pode-se extrair uma informação adicional da Tabela 5.7.
De acordo com a literatura (CAREY; GIULIANO, 2017; SOLOMONS; FRYHLE; SNYDER,
2016; VOLLHARDT; SCHORE, 2014), grupos alcinos terminais são marcadamente mais
ácidos que os alcenos e alcanos, portanto, por serem sistemas semelhantes, a presença de C≡C
nas estruturas S2 e S3, torna esses compostos menos básicos do que o espilantol. Como
consequência, esses resultados sugerem que N tem uma relação direta com a basicidade dos
sistemas, uma vez que de S1 para S3 se tem uma provável diminuição da basicidade e a escala
N é, S1 > S2 > S3.
Como observação geral, pode-se destacar os seguintes pontos com base na
eletrofilicidade e nucleofilicidade dos sistemas estudados: (i) o composto S1 é classificado
como eletrofílo e nucleofílo forte, ou seja, em reações químicas apresenta maior velocidade de
reação, tanto em ataques eletrofílicos quanto nucleofílicos; (ii) em relação ao S2, sua
classificação como um eletrófilo forte e nucleófilo moderado indica que em reações rápidas a
interação ocorre majoritariamente por ataques eletrofílicos, no entanto, para ataques
nucleofílicos a velocidade de reação não deve ser tão apreciada; (iii) finalmente, o composto
S3 se assemelha a S2, sendo um eletrófilo forte e um nucleófilo moderado, aonde se pode
destacar um valor um pouco mais pronunciado na eletrofilicidade, mas em contraste, menor
nucleofilicidade.

5.2 Efeitos isoméricos e do meio sobre as propriedades ONL de um cromóforo azo-


azometino solvatado
5.2.1 Estabilidade das estruturas

A partir dos cálculos de otimização e frequências, verificou-se o grau de estabilidade


das estruturas moleculares dos isômeros cis e trans do corante azo-azometino. Os resultados
demostram que ambos os isômeros geométricos apresentam conformações estáveis, visto que
suas energias relativas são valores negativos, como pode ser observado na Tabela 5.8. As
conformações são estáveis tanto em condição de vácuo, como em solução aquosa. É válido
destacar que em água, ambos os isômeros são mais estáveis, uma vez que suas energias
eletrônicas (Eel) e energias livres de Gibbs (G) são maiores em valores absolutos em
comparação com os valores de vácuo (Tabela 5.8).
66

Tabela 5.8 – Energia eletrônica (Eel), energia livre de Gibbs (G) e momento de dipolo (μ
⃗ ) obtidos para os isômeros
cis e trans do corante azo-azometino. Todos os valores foram alcançados usando o nível de cálculo B3LYP/6-
311++G(d,p), sendo realizadas simulações tanto em vácuo, como em solvente (clorofórmio), o qual foi simulado
pelo método IEF-PCM.
Vácuo Água
Sistemas E (kcal.mol–1) G (kcal.mol ) –1
E (kcal.mol–1) G (kcal.mol–1)
Cis -904951,71 -904739,22 -904968,23 -904755,97
Trans -904970,69 -904758,36 -904985,98 -904774,02
∆ 18,98 19,14 17,75 18,05

A energia eletrônica do isômero cis reduz 16,5 kcal.mol–1 quando sai da condição de
vácuo para solução aquosa, e a do isômero trans decai 15,3 kcal.mol–1. Com relação a energia
livre, o isômero cis apresenta redução de 16,8 kcal.mol–1, enquanto o isômero trans decai 15,7
kcal.mol–1. A partir desses dados, verifica-se que o isômero cis tem uma maior redução de
energia quando se trata da troca do ambiente vácuo para solução aquosa.
Ao comparar as energias eletrônicas e energias livres de Gibbs dos isômeros
geométricos do corante azo-azometino, verifica-se que o isômero trans é o sistema que
apresenta os menores valores para ambas as energias relativas (Eel e G), o que demonstra que
esta é a conformação mais estável do corante azo-azometino analisado, portanto, em condições
normais, o corante azo-azometino apresenta a conformação geométrica trans. A mudança da
conformação trans para a cis necessita que o sistema azo-azometino absorva energia do meio,
aonde na condição de vácuo, a energia necessária para que ocorra o efeito de isomerização
trans-cis é de aproximadamente 19,0 kcal.mol–1, quando se considera a diferença de Eel dos
dois isômeros, ou 19,1 kcal.mol–1, ao se considerar G. Em solvente água a energia necessária
para o efeito de isomerização trans-cis sofre leve alteração, sendo agora 17,8 kcal.mol–1,
quando se considera a diferença de Eel, ou 18,1 kcal.mol–1, em se tratando de G.

5.2.2 Polarização do soluto e a estrutura no líquido

A discussão começa com a polarização do soluto devido ao solvente e seus efeitos na


estrutura líquida ao redor da molécula de referência. Na metodologia s-MC/QM, uma molécula
de referência é imersa em um solvente e a polarização do soluto é geralmente obtida pela
combinação dos métodos IEF-PCM e Mecânica Quântica/Mecânica Molecular (QM/MM)
(MANZONI et al., 2010) ou usando um procedimento iterativo (GEORG; COUTINHO;
CANUTO, 2007) que visa trazer ao soluto um equilíbrio eletrostático com o solvente. Uma
comparação direta entre o IEF-PCM e a polarização iterativa foi realizada anteriormente e
67

mostra que essas duas metodologias fornecem resultados equivalentes para moléculas pequenas
e rígidas (MANZONI et al., 2010; MANZONI et al., 2011). No entanto, não existem resultados
gerais que concluam que esses dois processos de polarização são equivalentes quando
realizados em grandes sistemas. Portanto, para confirmar a convergência da polarização IEF-
PCM quando comparada com o procedimento iterativo para os isômeros cis e trans da estrutura
azo-azometina, optou-se por realizar uma polarização iterativa a partir das cargas atômicas
obtidas pelo IEF-PCM, e sendo realizadas 8 etapas iterativas para confirmar a convergência do
processo de polarização. A Figura 5.9 mostra o momento de dipolo obtido em cada etapa de
polarização para os isômeros cis e trans da estrutura azometina. Como pode ser visto, os dipolos
IEF-PCM são praticamente convergentes se comparados com o processo iterativo.

Figura 5.9 – A polarização do soluto devido às interações do solvente. O primeiro ponto de cada curva é obtido
executando cálculos no nível CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) dentro do esquema CHELPG na geometria do vácuo.
Os demais pontos são obtidos por meio de um procedimento iterativo que parte da geometria e das cargas obtidas
por meio do IEF-PCM.

Interações
Fonte: Autor (2021).

A Tabela 5.9 apresenta o momento de dipolo molecular calculado durante o processo de


polarização, bem como as estatísticas do vínculo de hidrogênio obtidas para os isômeros cis e
⃗ cis) de 8,55 D.
trans. Para condições de vácuo, a estrutura cis apresenta um momento de dipolo (μ
De acordo com relatórios anteriores, o solvente melhora propriedades elétricas como μ
⃗ . Esses
efeitos estão disponíveis usando modelos de solvatação contínua e discreta. De acordo com o
IEF-PCM, o μ
⃗ cis melhora cerca de 19,41% em um solvente água, apresentando o valor de 10,21
D. A descrição discreta do solvente pelo ASEC concorda muito bem com a aproximação do
68

contínuo e prevê um aumento de 19,30% para tal propriedade em relação ao seu valor em um
ambiente de vácuo, o que significa um momento de dipolo de 10,20 D.

Tabela 5.9 – Momento de dipolo (μ ⃗ /D) e informações estruturais obtidas a partir da análise de RDF (função de
distribuição radial) e HB (ligação de hidrogênio) para os isômeros cis e trans do corante azo-azometino em água:

Momento de dipolo Cis Trans


Fase gás 8,55 12,17
ASEC 10,20 15,22
IEF-PCM 10,21 14,57

Camada de micro-solvatação (até 2,1 Å) 7,4 6,6


Primeira camada (até 4,0 Å) 74 77
Segunda camada (até 8,0 Å) 303 316

Propriedades médias de HB
〈𝑁𝐻𝐵 〉 7,8 7,1
〈𝐸〉 (kcal.mol−1) −5,4 −5,1

Em relação aos isômeros trans, embora as diferenças estruturais atuem como


potencializadoras do dipolo molecular, os resultados mostram que a polarização devido ao
solvente apresenta os mesmos efeitos obtidos com o isômero cis. Por exemplo, para condições
de vácuo, μ
⃗ trans é 12,17 D, mas no solvente, o IEF-PCM prevê um valor de 14,57 D, o que dá
um aumento de aproximadamente 20%. Seguindo a mesma linha, o ASEC indica um valor de
15,22 D, cerca de 25% maior do que no vácuo. No início, uma variação de 20% pode não
impressionar. Na verdade, vários sistemas π menores mostram efeitos de polarização mais
significativos. Por exemplo, o modelo ASEC contabilizou um aumentou de 63% para o
momento de dipolo da formamida hidratada (GESTER et al., 2020b). Para a piridina e a
pirimidina, taxas de 69% (GESTER et al., 2012) e 68% (MANZONI et al., 2010) foram
estimadas, respectivamente. No entanto, grandes cromóforos, como o alaranjado de metila,
apresentam variações do momento de dipolo dentro da faixa de 26% a 46% (MANZONI et al.,
2019), dependendo da estrutura molecular e, para tais sistemas, os efeitos de polarização na
resposta ONL do material não poderiam ser desprezados.
Assim, diferentes momentos de dipolo afetam invariavelmente interações soluto-
solvente específicas, como as forças de Keeson, London e Debye (REICHARDT; WELTON,
2011). Como consequência, espera-se que o número de coordenação das moléculas de solvente
em torno do soluto seja muito alterado da estrutura cis para a estrutura trans. Essa discussão
pode ser realizada analisando a função de distribuição de distâncias mínimas mostrada na
Figura 5.10, na qual a integração esférica fornece o número de moléculas do solvente em torno
69

do soluto (GEORG; COUTINHO; CANUTO, 2007). Para ambas as estruturas, observa-se uma
camada de micro-solvatação terminando em aproximadamente 2,1 Å, contendo 7,4 e 6,6
moléculas de água em torno dos isômeros cis e trans, respectivamente. A camada de primeira
hidratação compreende os limites entre 2,1 e 4,0 Å. A integração de até 4,0 Å fornece 74 e 77
moléculas de água em torno das estruturas cis e trans, respectivamente. A segunda camada
começa em 4,0 Å e termina em torno de 8,0 Å. A integração da Função de Distribuição de
Distância Mínima (FDDM), incluindo a região da camada de micro-solvatação, a primeira e a
segunda camadas de hidratação fornece 303 e 317 moléculas de água em torno dos isômeros
cis e trans, respectivamente. O maior número de moléculas de água obtidas para o isômero
trans é consequência do maior momento de dipolo encontrado para este composto (Tabela 5.9).
As regiões que incluem cada camada de solvatação são mostradas na Figura 5.10.

Figura 5.10 – Função de Distribuição de Distância Mínima (FDDM) para os isômeros cis e trans do corante azo-
azometina em solução aquosa.

Fonte: Autor (2021).

As ligações de Hidrogênio entre o corante azo-azometina e as moléculas de água são


analisadas usando os critérios geométricos, considerando a distância entre os átomos
aceitadores (A) e doadores (D) envolvidos na ligação (RD–A), o ângulo entre o vetor definido
pelos átomos aceitadores-doadores e o vetor definido pela ligação de hidrogênio-doador (θA–
HD) e energia de ligação (Eij). Considerou-se a formação de uma ligação de Hidrogênio quando
o RD–A ≤ 3,25 Å, θA–HD ≤ 40° e Eij ≤ −0,01 kcal.mol−1. Depois de combinar esses critérios,
obteve-se um número médio de 〈𝑁𝐻𝐵 〉 = 7,8 moléculas de água por configuração, formando
ligações de Hidrogênio com a molécula cis com uma energia média de −5,4 kcal.mol−1. Para o
70

cromóforo trans, obteve-se 7,1 moléculas e uma média energética de −5,1 kcal.mol−1. Nesse
ponto, observa-se que o 〈𝑁𝐻𝐵 〉 coincide com o número de moléculas dentro da camada de
micro-hidratação, o que mostra que essa conformação é existencialmente formada por
estruturas que estabelecem ligações de Hidrogênio. A Figura 5.11 mostra a superposição de tais
estruturas para os isômeros cis e trans do cromóforo azo-azometino. Na Figura 5.11, pode-se
identificar cinco locais moleculares favoráveis à formação da ligação de Hidrogênio.

Figura 5.11 – A superposição de todas as ligações de hidrogênio formadas nos isômeros (a) cis e (b) trans.
(a) (b)

Fonte: Autor (2021).

5.2.3 Polarizabilidade dipolar

A polarizabilidade dipolar (α) mede a capacidade de um sistema molecular de formar


dipolos flutuantes. Além disso, esta propriedade é muito importante na química estrutural e em
diversos processos físico-químicos. Para melhor analisar essa resposta, a Tabela 5.10 apresenta
os resultados das contribuições isotrópica (〈𝛼〉) e anisotrópica (α) para a polarizabilidade
dipolar, bem como as componentes diagonais do tensor. Com relação aos componentes do
tensor, as estruturas cis e trans apresentam tendências distintas. Embora αxx seja o componente
dominante em ambos os casos, para a estrutura cis é menor que a soma dos demais elementos
diagonais (αxx < αyy + αzz). Porém, para a estrutura trans, com um valor de 104,80 × 10−24 esu,
αxx é o termo dominante, sendo aproximadamente 1,5 × (αyy + αzz).
71

Tabela 5.10 - Os componentes de polarizabilidade dipolar (α/10−24 esu) calculados, usando o nível de cálculo LC-
BLYP/6-311++G(d,p) e diferentes modelos de solvatação. Também são mostrados o índice de refração obtido
usando o Lorentz-Lorenz.
Isômero Meio αxx αyy αzz 〈α〉 ∆α n
Cis Fase gás 64,71 40,42 47,46 50,86 30,61 1,758
ASEC 49,67 43,74 59,96 51,12 20,11 1,763
IEF−PCM 81,18 60,97 65,72 69,29 25,89 2,193

Trans Fase gás 104,8 43,07 28,65 58,85 99,14 1,893


ASEC 105,0 44,64 28,85 59,50 98,46 1,907
IEF−PCM 129,69 61,03 40,98 77,23 113,96 2,374

Apesar das diferenças observadas acima, a isotropia dos cromóforos é bastante


semelhante. Por exemplo, para as moléculas isoladas, o método DFT LC-BLYP apresenta
〈αcis 〉 = 50,86 × 10−24 e 〈αtrans 〉 = 58,85 × 10−24 esu, respectivamente. A Tabela 5.10 também
apresenta os resultados obtidos usando um modelo de solvatação contínua (IEF-PCM), que
apesar de fornecer momentos dipolares muito semelhantes, dá valores ligeiramente mais
elevados do que as polarizabilidades dipolares obtidas usando ASEC. As polarizabilidades
dipolares isotrópicas podem ser usadas para estimar o índice de refração usando a equação de
Lorentz-Lorenz (4.7). Para isso, o volume molecular foi obtido através do cálculo LC-BLYP/6-
311++G(d,p) fornecendo os volumes de 312,50 e 321,07 cm3.mol–1 para as formas cis e trans,
respectivamente. Os índices de refração obtidos são mostrados na Tabela 5.10. O índice de
refração obtido com ASEC é muito semelhante aos valores obtidos para a fase gasosa. Além
disso, os valores obtidos para o isômero trans são ligeiramente maiores do que o índice de
refração calculado para o isômero cis. Os cálculos do IEF-PCM fornecem valores em torno de
24% maiores que os obtidos pelo ASEC.
No entanto, a contribuição anisotrópica mostra características diferentes. Para o isômero
cis em condições de vácuo, ∆α = 30,61 × 10−24 esu é menor do que a contribuição isotrópica e,
em um solvente, essa contribuição diminui ainda mais. Por exemplo, o ASEC indica uma
redução de 34,30% em relação ao resultado da fase gasosa. A estrutura trans, entretanto, mostra
um aumento da corda na anisotropia. De acordo com os resultados do LC-BLYP, na fase gasosa
α é 99,14 × 10−24 esu, quase o dobro do valor estimado para condições de vácuo. Além disso, o
efeito do solvente em tal propriedade é quase desprezível, entorno de −0,68 × 10−24 esu. Além
disso, em contraste com o isômero cis, a estrutura trans se torna mais anisotrópica do que
isotrópica. De fato, de acordo com a Tabela 5.10, ∆α trans ≈ 1,7 × 〈αtrans 〉.
72

5.2.3 Primeira hiperpolarizabilidade

A Tabela 5.11 mostra os resultados para a primeira (β) e segunda (γ)


hiperpolarizabilidades. Em condições gasosas, a estrutura cis é aquela com a resposta ONL
mais baixa. Os resultados do funcional LC-BLYP estimam um valor de 48,56 × 10−30 esu para
βcis
total
. No entanto, quando o sistema é induzido à estrutura trans, o βtrans
total
aumenta para
177,08 × 10−30 esu, o que é uma melhoria de 264,66%.

Tabela 5.11 – O HOMO (𝜀𝐻 /eV), LUMO (𝜀𝐿 /eV), energias de gap (𝐸𝑔𝑎𝑝 /eV), os componentes da primeira (β/10−30
esu) e da segunda (γ/10−34 esu) hiperpolarizabilidades calculados, usando o nível de cálculo LC-BLYP/6-
311++G(d,p) e diferentes modelos de solvatação:

Isômero Meio 𝜀𝐻 𝜀𝐿 𝐸𝑔𝑎𝑝 𝛽𝑥 𝛽𝑦 𝛽𝑧 𝛽𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 γ


Cis Fase gás −8,50 −1,19 7,31 48,50 0,47 −2,40 48,56 0,92
ASEC −8,30 −1,52 6,79 23,43 −19,95 −43,53 53,31 0,93
IEF-PCM −8,23 −1,21 7,02 100,26 −1,40 −8,64 100,64 2,65
Trans Fase gás −8,27 −1,64 6,63 −177,06 −0,38 2,70 177,08 4,94
ASEC −8,54 −2,15 6,39 193,41 −37,08 −5,19 197,00 5,54
IEF-PCM −8,07 −1,57 6,50 −335,40 −1,57 6,37 335,46 12,73

Com relação ao efeito solvente, ∆β = β(solvente) – β(gás), o ambiente atua


potencializando a resposta ONL do material. Por exemplo, a estrutura ASEC mostra um valor
de 53,31 × 10−30 esu para βcis
total
, que é um aumento de aproximadamente 9% em relação ao valor
da fase gasosa. O efeito principal é calculado para a estrutura trans, que mostra βtrans
total
de
197,00 × 10−30 seu, um aumento de aproximadamente 11,25% em relação ao vácuo. Na
verdade, a estrutura trans é aquela que mais sofre efeito do solvente. Por exemplo, ao definir o
parâmetro δβ = ∆βtrans – ∆βcis como a diferença entre a contribuição dos efeitos do solvente,
obtém-se um deslocamento relativo de δβ = 15,17 × 10−30 esu em favor do isômero trans. Em
relação a outros corantes encontrados atualmente na literatura, os cromóforos apresentados na
Figura 4.2 são menos sensíveis às contribuições ambientais. Como exemplo, pode-se citar as
moléculas de alaranjado de metila, cuja forma alcalina apresenta uma melhora de 276%,
enquanto sua estrutura ácida reduz cerca de −91% sua primeira hiperpolarizabilidade em
relação à referência em fase gasosa (MANZONI et al., 2019).
É certo que o IEF-PCM geralmente superestima os coeficientes ONL (BARBOSA-
SILVA et al., 2020; CHAMPAGNE et al., 2018), mas tende a atingir a tendência correta.
Embora a Tabela 5.11 sugira que a IEF-PCM exagere tanto βcis quanto βtrans , a aproximação
confirma o aumento devido aos efeitos do solvente.
73

Apesar de receber uma influência moderada do ambiente, as hiperpolarizabilidades


relatadas para os cromóforos cis e trans são enormes em comparação com outros materiais
ONL. Por exemplo, a tien[3,4-b]pirazina, que é um precursor de polímeros de banda baixa, tem
seu β estimado em 2,07 × 10−30 esu (MANZONI et al., 2021). Para 4-nitroanilina, cálculos DFT
estimaram valores de 6,27 × 10−30 esu (MUHAMMAD et al., 2017) e 8,86 × 10−30 esu
(MUHAMMAD et al., 2016b). Finalmente, o isômero trans apresenta uma
hiperpolarizabilidade de aproximadamente 580 vezes maior do que o valor relatado para a ureia,
que é um material ONL bem conhecido com βtotal = 0,34 × 10−30 esu (ABBAS; SHKIR;
ALFAIFY, 2019; ALAM et al., 2019). Além disso, os cromóforos cis e trans apresentam alto
potencial para geração do segundo harmônico.
A análise da estrutura eletrônica do material ajuda a desvendar o mecanismo por trás da
maior resposta ONL obtida para o isômero trans. Como discussões anteriores, uma relação
reversa envolvendo a primeira hiperpolarizabilidade e a lacuna de energia (∆β ∝ 1/∆Egap) indica
que se diminuir a lacuna entre os orbitais moleculares de fronteira, ela aumentará a primeira
hiperpolarizabilidade (MANZONI et al., 2019; MANZONI et al., 2021; MUHAMMAD et al.,
2018a; PIMENTA et al., 2019; RAIOL et al., 2021; SHKIR et al., 2018). Por exemplo, a análise
da Figura 5.12 mostra o par ordenado (E, β) para as estruturas cis e trans tanto na fase gasosa
quanto em um solvente água (ASEC). Por exemplo, da estrutura cis para trans em condições
gasosas, obtém-se (7,31 eV, 48,56 × 10−30 esu) e (6,63 eV, 177,08 × 10−30 esu), o que mostra
que uma diminuição do gap de energia tem relação com um aumento da hiperpolarizabilidade.
Agora, se observando o isômero trans, concentrando-se apenas nos efeitos do solvente descritos
pelo modelo ASEC, obtém-se (6,39 eV, 197,00 × 10−30 esu), que também mostra que o solvente
afeta o comportamento ONL de um cromóforo em toda a sua estrutura eletrônica. Em resumo,
de acordo com os dados organizados na Figura 5.12, as interações com o ambiente diminuem
o Egap em relação aos valores da fase gasosa e aumentam o βtotal.
74

Figura 5.12 – No lado esquerdo, o gap de energia e a primeira hiperpolarizabilidade do isômero cis na fase gasosa
e em solvente aquoso (simulado pelo modelo de solvatação ASEC). No lado direito, tem-se as mesmas condições
para o isômero trans.

Fonte: Autor (2021).

Outro aspecto que favorece o comportamento ONL é mostrado na Figura 5.13, que
correlaciona a primeira hiperpolarizabilidade (βtotal), o gap de energia (Egap) e seus orbitais
moleculares de fronteira correspondentes. Para a estrutura cis, HOMO e LUMO não
compartilham a mesma região espacial. No entanto, esse efeito pode ser observado para a
estrutura trans. Claramente, os estados HOMO e LUMO mostram uma superposição no anel
molecular central. Esta configuração permite o transporte eletrônico ao longo da molécula e
facilita o comportamento ONL (KANIS; RATNER; MARKS, 1994).
75

Figura 5.13 – Os orbitais moleculares de fronteira, gap de energia (∆Egap) e a primeira hiperpolarizabilidade (βtotal)
calculados para as estruturas cis e trans, usando o nível de cálculo CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) e o modelo de
solvatação ASEC para simulação do ambiente aquoso.

Fonte: Autor (2021).

5.2.4 Segunda hiperpolarizabilidade

Em condições gasosas, a segunda hiperpolarizabilidade (γ) é estimada em apenas


0,92 × 10−34 esu para o isômero cis. Porém, quando o sistema migrou para sua estrutura trans,
essa propriedade passa a 4,94 × 10−34 esu, sinalizando um aumento de aproximadamente 437%.
Em relação ao efeito solvente, os resultados mostram que essas contribuições são mínimas para
a molécula cis. Por exemplo, o funcional LC-BLYP indica um valor de 0,93 × 10−34 esu. No
entanto, para o isômero trans, o solvente melhora a segunda hiperpolarizabilidade cerca de
12%, dando um valor de 5,54 × 10−34 esu em relação à fase gasosa. Quando se define a
quantidade δγ = ∆γtrans – ∆γcis como o deslocamento relativo devido à ação do solvente em
ambas as geometrias, obtém-se 0,59 × 10−34 esu e conclui-se que o isômero trans é mais
suscetível ao efeito do solvente.

5.2.5 Descritores de reatividade global

A Tabela 5.12 mostra os resultados para os parâmetros reativos obtidos para os


76

cromóforos cis e trans. Quando o gap de energia (Egap) se torna maior, a dureza química (η)
aumenta e o cromóforo se torna menos polarizável e consequentemente menos reativo. Uma
vez que a dureza diminui de ηcis = 2,37 eV para ηcis = 2,15 eV, conclui-se então que a
conformação cis apresenta o menor índice reativo. Essas durezas são da ordem de 18 a 40%
maiores do que a dureza de 1,70 a 1,82 eV obtida para outros corantes azometina recentemente
sintetizados (SHAHAB et al., 2017b; SHAHAB et al., 2017a).

Tabela 5.12 – Dureza química (η), suavidade (S), eletrofilicidade (ω) e nucleofilicidade (N) calculadas, usando o
nível de cálculo CAM-B3LYP/6-311++G (d,p) e o IEF-PCM para simular o ambiente aquoso:
Descritores de reatividade Cis Trans
EHOMO (eV) −6,97 −6,83
ELUMO (eV) −2,24 −2,53
η (eV) 2,37 2,15
S (eV−1) 0,21 0,23
ω (eV) 4,48 5,09
N (eV) 3,60 3,74

Com informações semelhantes, a suavidade química (S = 1/2η) é uma forma mais


assertiva de analisar o grau de reatividade de um cromóforo. A análise indica valores de
Scis = 0,21 eV−1 e Strans = 0,23 eV−1, respectivamente, mostrando que a configuração trans
favorece a polarizabilidade do sistema. Esses valores são ligeiramente inferiores aos valores
obtidos para outros corantes azo (MALIYAPPA et al., 2020; SHAHAB et al., 2017a; TASLI
et al., 2020; YILMAZ, 2018). Além disso, como foi estabelecido acima, a polarizabilidade
dipolar (α) mede a propensão em formar momentos dipolares flutuantes. Da suavidade química,
pode-se obter informações semelhantes, mas considerando as energias dos orbitais moleculares
de fronteira. Assim, uma relação linear envolvendo α e S foi relatada (CHANDRAKUMAR;
GHANTY; GHOSH, 2004; GESTER et al., 2021; GUPTA; GHANTY; GHOSH, 2012). Os
resultados atuais também sugerem alguma correspondência entre esses dois parâmetros. Por
exemplo, quando Scis = 0,21 eV−1, obtém-se 〈αcis 〉 = 51,12 × 10−24 esu. Mas quando o sistema
assume sua conformação trans e a suavidade química aumenta para Strans = 0,21 eV−1, a
polarizabilidade dipolar também é aumentada para 〈αtrans 〉 = 59,50 × 10−24 esu.
A eletrofilicidade global (ω) e a nucleofilicidade (N) são outros dois parâmetros de
reatividade relevantes. Domingos e colaboradores propuseram duas escalas que permitem
classificar um sistema em diferentes graus de eletrofilicidade e nucleofilicidade,
respectivamente. Em relação à escala de eletrofilicidade, um composto pode ser classificado
como eletrófilo fraco (ω < 0,8 eV), moderado (0,8 ≤ ω ≤ 1,5 eV) ou forte (ω > 1,5 eV)
77

(DOMINGO et al., 2002). Da mesma forma, para a nucleofilicidade, o composto pode ser um
nucleófilo fraco (N < 2,0 eV), moderado (2,0 ≤ N ≤ 3,0 eV) ou forte (N > 3,0 eV) (DOMINGO;
CHAMORRO; PÉREZ, 2008; JARAMILLO et al., 2008).
Corantes azo são frequentemente usados como agentes farmacológicos, antibacterianos
(ABOU‐DOBARA et al., 2018), antimicrobianos (YAZDANBAKHSH et al., 2012), anticâncer
(EL‐GHAMRY; FATHALLA; GABER, 2017) e antivirais, combatendo, por exemplo, o vírus
da imunodeficiência humana (ONO et al., 1997; POLI; VICENZI, 2001). Para um candidato
farmacológico, a eletrofilicidade global é um parâmetro crítico. Uma vez que um eletrófilo
xenobiótico interage com proteínas, pode ocorrer uma desejada toxicidade celular ou uma
reação imune, como ocorre com vacinas, por exemplo (OBACH; KALGUTKAR, 2018).
Porém, se essas interações acontecerem associadas aos ácidos nucléicos, pode-se perceber uma
mutação genética indesejada ou mesmo um processo carcinogênico (OBACH; KALGUTKAR,
2018). De acordo com a Tabela 5.12 e a escala ω acima, ambas as estruturas são classificadas
como nucleófilos fortes com ωcis = 4,48 e ωtrans = 5,09 eV, respectivamente, e de acordo com
os resultados DFT, a isomerização trans melhora cerca de 14% a eletrofilicidade em relação ao
isômero cis.
Os isômeros cis e trans estão bem localizados dentro do que é esperado para outras
chalconas, uma vez que para compostos azo, a eletrofilicidade geralmente excede 3,0 eV
(MALIYAPPA et al., 2020); SHAHAB et al., 2017a; TASLI et al., 2020; YILMAZ, 2018).
Porém, em comparação com outras drogas reconhecidas, a azo-azometina investigada apresenta
maior eletrofilicidade, em conformidade com outros cromóforos azo (MALIYAPPA et al.,
2020); SHAHAB et al., 2017a; TASLI et al., 2020; YILMAZ, 2018). No entanto, outros
medicamentos reconhecidos, como o espilantol, apresentam menor eletrofilicidade, ω = 1,79
eV (RAIOL et al., 2021). Esses resultados sugerem que o provável uso de chalconas como
xenobióticos deve ser cuidadosamente monitorado.
Para a nucleofilicidade, ambos os cromóforos podem ser classificados como nucleófilos
fortes com respectivos índices de Ncis = 3,60 e 𝑁 trans = 3,74 eV. No entanto, como se pode
observar globalmente, os sistemas são mais eletrofílicos do que nucleofílicos. Por exemplo,
ωcis /Ncis = 1,24 e ωtrans /𝑁 trans = 1,34, respectivamente.
78

6 CONCLUSÕES

Este estudo apresenta uma investigação sistemática das propriedades espectroscópicas,


estruturais, ópticas e reativas do espilantol (S1) e dois análogos (S2 e S3), e as contribuições
isoméricas e efeito do solvente sobre as propriedades ópticas não lineares de um corante azo-
azometino, com potencial resposta ONL. Os resultados experimentais e teóricos (via DFT)
indicam que todas as alquilamidas investigadas apresentam ressonância localizada no grupo
amida (N−C=O). Neste estudo, verificou-se que o estado N=C−O tem as maiores contribuições
para a forma estrutural dos compostos, uma vez que o comprimento de ligação verificado entre
N e C (1,363 Å para S1 e 1,362 Å para S2 e S3) se assemelha ao comprimento de uma ligação
dupla entre esses átomos.
Os resultados para o comportamento óptico das alquilamidas mostram que a quantidade
de grupos acetilênicos (C≡C) influencia a sintonização dos espectros UV-Vis, quanto mais
grupos deste tipo presente na estrutura, maiores são as energias em que os espectros estão
localizados. Além disso, os resultados obtidos mostram que espilantol e análogos apresentam
resposta óptica comparável a alguns materiais ONL, como ureia, PNA e até mesmo alguns
chalconas.
⃗ ) e a maciez química
A análise de parâmetros reativos, como o momento de dipolo (μ
(S), sugere que o espilantol é o mais reativo entre as três alquilamidas investigadas. Já uma
discussão sobre a dureza química (η) mostra que S3 tem a maior atividade antimicrobiana. É
importante ressaltar ainda que os sistemas estudados são classificados como eletrófilos fortes e
nucleófilos moderados (exceto espilantol que é um nucleófilo forte), o que torna suas interações
com ácidos nucléicos interessantes para monitoramento. E, embora se possa identificar quais
compostos são mais reativos e biologicamente ativos, é importante ressaltar que ensaios in vitro
ou mesmo in vivo ainda são necessários para confirmar tais previsões.
Com relação aos isômeros geométricos do corante azo-azometino, os resultados
mostram que a isomerização cis-trans afeta criticamente todos os coeficientes ONL, indicando
que para usos tecnológicos, deve-se privilegiar uma estrutura. Os resultados gerados pela
polarização do soluto em meio ao solvente, usando um procedimento que concilia modelos de
solvente contínuo e discreto, demostram que os impactos do solvente sobre a atividade ONL
são moderados em comparação com outros cromóforos previamente investigados com a mesma
metodologia. Em um solvente aquoso, por exemplo, a primeira hiperpolarizabilidade (βtotal)
aumentou cerca de 11% em relação aos resultados da fase gasosa. Portanto, fica evidente com
base nos resultados obtidos que as principais contribuições para a resposta ONL vêm da
79

isomerização estrutural.
De acordo com os cálculos DFT, o isômero trans apresenta primeira
hiperpolarizabilidade total (βtotal) aproximadamente 3,7 vezes maior que a do isômero cis, e para
a segunda hiperpolarizabilidade, essa proporção é γtrans = 5,96 × γcis. Isso mostra que o efeito de
isomerização na estrutura molecular do corante azo-azometino investigado promove grandes
mudanças em suas respostas ONL, e de certa forma, pode possibilitar uma variedade de
aplicações ONL em optoeletrônica e fotônica.
80

REFERÊNCIAS

ABBAS, H.; SHKIR, M.; ALFAIFY, S. Density functional study of spectroscopy, electronic
structure, linear and nonlinear optical properties of l-proline lithium chloride and l-proline
lithium bromide monohydrate: For laser applications. Arabian Journal of Chemistry, v. 12,
n. 8, p. 2336-2346, Dec. 2019. Citação: (ABBAS; SHKIR; ALFAIFY, 2019).

ABEYSIRI, G. R. P. I.; DHARMADASA, R. M.; ABEYSINGHE, D. C.;


SAMARASINGHE, K. Screening of phytochemical, physico-chemical and bioactivity of
different parts of Acmella oleraceae Murr.(Asteraceae), a natural remedy for toothache.
Industrial crops and products, v. 50, p. 852-856, Oct. 2013. Citação: (ABEYSIRI et al.,
2013).

ABOU‐DOBARA, M. I.; OMAR, N. F.; DIAB, M. A.; EL‐SONBATI, A. Z.; MORGAN, S.


M.; EL‐MOGAZY, M. A. Allyl rhodanine azo dye derivatives: Potential antimicrobials target
d‐alanyl carrier protein ligase and nucleoside diphosphate kinase. Journal of cellular
biochemistry, v. 120, p. 1667-1678, Sep. 2018. Citação: (ABOU‐DOBARA et al., 2018).

AKBAS, H; TURGUT, O. Teoman. Born-Oppenheimer approximation for a singular system.


Journal of Mathematical Physics, v. 59, n. 012107, p. 1-22, Jan. 2018. Citação: (AKBAS;
TURGUT, 2018).

ALAM, M. J.; KHAN, A. U.; ALAM, M.; AHMAD, S. Spectroscopic (FTIR, FT-Raman, 1H
NMR and UV–Vis) and DFT/TD-DFT studies on cholesteno [4, 6-b, c]-2′, 5′-dihydro-1′, 5′-
benzothiazepine. Journal of Molecular Structure, v. 1178, p. 570-582, Feb. 2019. Citação:
(ALAM et al., 2019).

ALONSO, I. G.; YAMANE, L. T.; FREITAS-BLANCO, V. S.; NOVAES, L. F.;


FRANZ-MONTAN, M.; PAULA, E.; RODRIGUES, M. V. N.; RODRIGUES, R. A. F.;
PASTRE, J. C. A new approach for the total synthesis of spilanthol and analogue with
improved anesthetic activity. Tetrahedron, v. 74, n. 38, p. 5192-5199, Sep. 2018. Citação:
(ALONSO et al., 2018).

AMIN, M. E.; EL-AASSER, M. A. An analytical treatment of the energy spectrum of


hydrogen-like atoms perturbed by a generalized van der Waals potential. Brazilian Journal
of Physics, v. 39, n. 2, p. 301-305, Jun. 2009. Citação: (AMIN; EL-AASSER, 2009).

ANITHA, K.; BALACHANDRAN, V. Assessment of long-range corrected and conventional


DFT functional for the prediction of second–order NLO properties and other molecular
properties of N-(2-cyanoethyl)-N-butylaniline–A vibrational spectroscopy study.
Spectrochimica Acta Part A: Molecular and Biomolecular Spectroscopy, v. 146, p. 66-79,
Jul. 2015. Citação: (ANITHA; BALACHANDRAN, 2015).

ARAÚJO, R. S.; ALCÂNTARA, A. M.; ABEGÃO, L. M. G.; SOUZA, Y. P.; SILVA, A. C.


B.; MACHADO, R.; RODRIGUES JR, J. J.; PLIEGO JUNIOR, J. R.; D’ERRICO, F.;
VALLE, M. S.; ALENCAR, M. A. R. C. Second harmonic generation in pyrazoline
derivatives of dibenzylideneacetones and chalcone: A combined experimental and theoretical
approach. Journal of Photochemistry and Photobiology A: Chemistry, v. 388, p. 112147,
Feb. 2020. Citação: (ARAÚJO et al., 2020).
81

ATKINS, P. W.; FRIEDMAN, R. S. Molecular quantum mechanics. 5th ed. New York:
Oxford University Press, 2011. Citação: (ATKINS; FRIEDMAN, 2011).

ATKINS, P. W.; JONES, L.; LAVERMAN, L. Chemical principles: the quest for insight.
7th ed. New York: W. H. Freeman and Company, 2016. p. 122. Citação: (ATKINS; JONES;
LAVERMAN, 2016).

ATKINS, P. W.; PAULA, J.; FRIEDMAN, R. S. Physical chemistr: Quanta, Matter, and
Change. 2th ed. New York: W. H. Freeman and Company, 2014. Citação: (ATKINS;
PAULA; FRIEDMAN, 2014).

AVCI, D. Second and third-order nonlinear optical properties and molecular parameters of
azo chromophores: semiempirical analysis. Spectrochimica Acta Part A: Molecular and
Biomolecular Spectroscopy, v. 82, n. 1, p. 37-43, Nov. 2011. Citação: (AVCI, 2011).

BARBOSA, A. F.; CARVALHO, M. G.; SMITH, R. E.; SABAA-SRUR, A. U. Spilanthol:


occurrence, extraction, chemistry and biological activities. Revista Brasileira de
Farmacognosia, v. 26, n. 1, p. 128-133, Jan. 2016. Citação: (BARBOSA et al., 2016).

BARBOSA-SILVA, R.; SILVA-NETO, M. L.; BAIN, D.; MODESTO-COSTA, L.;


ANDRADE-FILHO, T.; MANZONI, V.; PATRA, A.; ARAÚJO, C. B. Observation and
Analysis of Incoherent Second-Harmonic Generation in Gold Nanoclusters with Six Atoms.
The Journal of Physical Chemistry C, v. 124, n. 28, p. 15440-15447, Jun. 2020. Citação:
(BARBOSA-SILVA et al., 2020).

BAUER, R.; REMIGER, P.; WAGNER, H. Alkamides from the roots of Echinacea
angustifolia. Phytochemistry, v. 28, n. 2, p. 505-508, 1989. Citação: (BAUER; REMIGER;
WAGNER, 1989).

BECKE, A. D. Density-functional exchange-energy approximation with correct asymptotic


behavior. Physical review A, v. 38, n. 6, p. 3098–3100, 1988. Citação: (BECKE, 1988).

BENSIRADJ, N. E. H.; DEKHIRA, A.; ZOUAGHI, N.; OUAMERALI, O. DFT and TDDFT
study of chemical reactivity and spectroscopic properties of M(TePh)2 [TMEDA] M = Zn,
Cd, and Hg complexes. Structural Chemistry, v. 31, n. 4, p. 1493-1503, Feb. 2020. Citação:
(BENSIRADJ et al., 2020).

BISTAFA, C.; CANUTO, S. Solvent effects on the two lowest-lying singlet excited states of
5-fluorouracil. Theoretical Chemistry Accounts, v. 132, n. 1, p. 1-10, Nov. 2013. Citação:
(BISTAFA; CANUTO, 2013).

BLAUDEAU, J. P.; MCGRATH, M. P.; CURTISS, L. A.; RADOM, L. Extension of


Gaussian-2 (G2) theory to molecules containing third-row atoms K and Ca. The Journal of
chemical physics, v. 107, n. 13, p. 5016-5021, Oct. 1997. Citação: (BLAUDEAU et al.,
1997).

BONILLA, D. A.; MARTÍN-RUIZ, A.; URRUTIA, L. F. Exact solution of the Schrödinger


equation for a hydrogen atom at the interface between the vacuum and a topologically
insulating surface. The European Physical Journal D, v. 73, n. 6, p. 114, Jun. 2019.
Citação: (BONILLA; MARTÍN-RUIZ; URRUTIA, 2019).
82

BORN, M.; OPPENHEIMER, R. Zur quantentheorie der molekeln. Annalen der physik, v.
84, n. 20, p. 457-484, Aug. 1927. Citação: (BORN; OPPENHEIMER, 1927).

BRENEMAN, C. M.; WIBERG, K. B. Determining atom‐centered monopoles from


molecular electrostatic potentials. The need for high sampling density in formamide
conformational analysis. Journal of Computational Chemistry, v. 11, n. 3, p. 361-373, Apr.
1990. Citação: (BRENEMAN; WIBERG, 1990).

BROWN, T. L.; LEMAY JR., H. E.; BURSTEN, B. E.; MURPHY, C. J.; WOODWARD, P.
M.; STOLTZFUS, M. W. Chemistry: The Central Science. 14th ed. Malaysia: Pearson
Education, 2018. p. 370. Citação: (BROWN et al., 2018).

BUCHSPIES, J.; RAHMAN, M. M.; SZOSTAK, R.; SZOSTAK, M. N-Acylcarbazoles and


N-Acylindoles: Electronically Activated Amides for N–C (O) Cross-Coupling by Nlp to Ar
Conjugation Switch. Organic Letters, v. 22, n. 12, p. 4703–4709, Jun. 2020. Citação:
(BUCHSPIES et al., 2020).

CAREY, F. A.; GIULIANO, R. M. Organic chemistry. 10th ed. New York: McGraw-Hill
Education, 2017. Citação: (CAREY; GIULIANO, 2017).

CEZAR, H. M.; CANUTO, S.; COUTINHO, K. DICE version3.0: A Monte Carlo program
for molecular liquid simulation. Universidade de São Paulo, Brazil, 2018. Citação: (CEZAR;
CANUTO; COUTINHO, 2018).

CEZAR, H. M.; CANUTO, S.; COUTINHO, K. DICE: A Monte Carlo Code for Molecular
Simulation Including the Configurational Bias Monte Carlo Method. Journal of Chemical
Information and Modeling, v. 60, n. 7, p. 3472-3488, May 2020. Citação: (CEZAR;
CANUTO; COUTINHO, 2020).

CEZAR, H. M.; CANUTO, S.; COUTINHO, K. Solvent effect on the syn/anti conformational
stability: A comparison between conformational bias Monte Carlo and molecular dynamics
methods. International Journal of Quantum Chemistry, v. 119, n. e25688, p. 1-12, Oct.
2018. Citação: (CEZAR; CANUTO; COUTINHO, 2018b).

CHAMPAGNE, B.; BEAUJEAN, P.; WERGIFOSSE, M.; CARDENUTO, M. H.;


LIÉGEOIS, V.; CASTET, F. Quantum Chemical Methods for Predicting and
Interpreting Second-Order Nonlinear Optical Properties: From Small to Extended π-
Conjugated Molecules. In: WÓJCIK M.; NAKATSUJI H.; KIRTMAN B.; OZAKI Y. (Eds).
Frontiers of Quantum Chemistry. Singapore: Springer, 2018. p. 117-138. Citação:
(CHAMPAGNE et al., 2018).

CHANDRAKUMAR, K. R. S.; GHANTY, T. K.; GHOSH, S. K. Relationship between


ionization potential, polarizability, and softness: a case study of lithium and sodium metal
clusters. The Journal of Physical Chemistry A, v. 108, n. 32, p. 6661-6666, Aug. 2004.
Citação: (CHANDRAKUMAR; GHANTY; GHOSH, 2004).

COATES, J. Interpretation of Infrared Spectra, A Practical Approach. In: Meyers, R. A. (Ed.).


Encyclopedia of Analytical Chemistry. Chichester: John Wiley & Sons Ltd, 2000. p. 11498-
11520. Citação: (COATES, 2000).
CONDON, E. U. Nuclear motions associated with electron transitions in diatomic molecules,
83

Physical review, v. 32, p. 858-872, 1928. Citação: (CONDON, 1928).

COUTINHO, K.; GEORG, H. C.; FONSECA, T. L.; LUDWIG, V.; CANUTO, S. An


efficient statistically converged average configuration for solvent effects. Chemical physics
letters, v. 437, p. 148-152, Mar. 2007. Citação: (COUTINHO et al., 2007).

CRESSER, J. D. Quantum physics notes. Australia: Macquarie University, 2011. Citação:


(CRESSER, 2011).

CUSTODIO, R.; POLITI, J. R. D. S.; SEGALA, M.; HAIDUKE, R. L. A.; CYRILLO, M.


Quatro alternativas para resolver a equação de Schrödinger para o átomo de hidrogênio.
Química Nova, v. 25, n. 1, p. 159-170, Fev. 2002. Citação: (CUSTODIO et al., 2002).

DAMASCENO, M. V.; MANZONI, V.; MODESTO-COSTA, L.; MOURA, G. M.; DEL


NERO, J.; TORRES, A.; GESTER, R. Solvent effects on low-lying absorptions and
vibrational spectra of thieno [3, 4-b] pyrazines: the role of unconventional C–H···N bonds.
Chemical Papers, v. 73, n. 6, p. 1519-1527, Feb. 2019. Citação: (DAMASCENO et al.,
2019).

DESHMUKH, V.; NAGNATHAPPA M.; KHARAT, B.; CHAUDHARI, A. Theoretical


study of borazine and substituted borazines using density functional theory method. Journal
of Molecular Liquids, v. 193, p. 13-22, May 2014. Citação: (DESHMUKH et al., 2014).

DIAS, A. M. A.; SANTOS, P.; SEABRA, I. J.; JÚNIOR, R. N. C.; BRAGA, M. E. M.;
SOUSA, H. C. Spilanthol from Spilanthes acmella flowers, leaves and stems obtained by
selective supercritical carbon dioxide extraction. The Journal of Supercritical Fluids, v. 61,
p. 62-70, Jan. 2012. Citação: (DIAS et al., 2012).

DOMINGO, L. R.; AURELL, M. J.; PÉREZ, P.; CONTRERAS, R. Quantitative


characterization of the global electrophilicity power of common diene/dienophile pairs in
Diels–Alder reactions. Tetrahedron, v. 58, n. 22, p. 4417-4423, May 2002. Citação:
(DOMINGO et al., 2002).

DOMINGO, L. R.; CHAMORRO, E.; PÉREZ, P. Understanding the reactivity of captodative


ethylenes in polar cycloaddition reactions. A theoretical study. The Journal of organic
chemistry, v. 73, n. 12, p. 4615-4624, Jun. 2008. Citação: (DOMINGO; CHAMORRO;
PÉREZ, 2008).

DUBEY, S.; MAITY, S.; SINGH, M.; SARAF, S. A.; SAHA, S. Phytochemistry,
pharmacology and toxicology of Spilanthes acmella: a review. Advances in
pharmacological sciences, v. 2013, p. 1-9, Nov. 2013. Citação: (DUBEY et al., 2013).

EBEAD, Y. H.; SELIM, M. A.; IBRAHIM, S. A. Solvatochromic, acid–base features and


time effect of some azo dyes derived from 1,3-benzothiazol-2-ylacetonitrile: Experimental
and semiempirical investigations. Spectrochimica Acta Part A: Molecular and
Biomolecular Spectroscopy, v. 75, n. 2, p. 760-768, Feb. 2010. Citação: (EBEAD; SELIM;
IBRAHIM, 2010).

EL‐GHAMRY, H. A.; FATHALLA, S. K.; GABER, M. Synthesis, structural characterization


and molecular modelling of bidentate azo dye metal complexes: DNA interaction to
84

antimicrobial and anticancer activities. Applied Organometallic Chemistry, v. 32, n. e4136,


p. 1-13, Nov. 2017. Citação: (EL‐GHAMRY; FATHALLA; GABER, 2017).

ENGEL, E.; DREIZLER, R. M. Density Functional Theory: an advanced course. New


York: Springer, 2011. Citação: (ENGEL; DREIZLER, 2011).

FOCK, V. Näherungsmethode zur Lösung des quantenmechanischen Mehrkörperproblems.


Zeitschrift für Physik, v. 61, p. 126-148, Feb. 1930. Citação: (FOCK, 1930).

FRANCISCO, G. S. Métodos de modelagem molecular para estudo e planejamento de


compostos com propriedades óticas. 2017. 63 f. Dissertação (Mestrado em Química) –
Departamento de Química – Universidade Federal de Goiás, Catalão, 2017. Citação:
(FRANCISCO, 2017).

FRANCK, J. Elementary processes of photochemical reactions. Transactions of the


Faraday Society, Göttigen, v. 21, p. 536-542, 1925. Citação: (FRANCK, 1925).

FRANKEN, E. P.; HILL, A. E.; PETERS, C. W.; WEINREICH, G. Generation of optical


harmonics. Physical Review Letters, v. 7, n. 4, p. 118-119, Aug. 1961. Citação: (FRANKEN
et al., 1961).

FRISCH, M. J.; TRUCKS, G. W.; SCHLEGEL, H. B.; SCUSERIA, G. E.; ROBB, M. A.;
CHEESEMAN, J. R.; SCALMANI, G.; BARONE, V.; MENNUCCI, B.; PETERSSON, G.
A.; NAKATSUJI, H.; CARICATO, M.; LI, X.; HRATCHIAN, H. P.; IZMAYLOV, A. F.;
BLOINO, J.; ZHENG, G.; SONNENBERG, J. L.; HADA, M.; EHARA, M.; TOYOTA, K.;
FUKUDA, R.; HASEGAWA, J.; ISHIDA, M.; NAKAJIMA, T.; HONDA, Y.; KITAO, O.;
NAKAI, H.; VREVEN, T.; MONTGOMERY, J. A.; JR.; J. PERALTA, E.; OGLIARO, F.;
BEARPARK, M.; HEYD, J. J.; BROTHERS, E.; KUDIN, K. N.; STAROVEROV, V. N.;
KOBAYASHI R.; NORMAND, J.; RAGHAVACHARI, K.; RENDELL, A.; BURANT, J. C.;
IYENGAR, S. S.; TOMASI, J.; COSSI, M.; REGA, N.; MILLAM, J. M.; KLENE, M.;
KNOX, J. E.; CROSS, J. B.; BAKKEN, V.; ADAMO C.; JARAMILLO, J.; GOMPERTS, R.;
STRATMANN, R. E.; YAZYEV, O.; AUSTIN, A. J.; CAMMI, R.; POMELLI C.;
OCHTERSKI, J. W.; MARTIN, R. L.; MOROKUMA, K.; ZAKRZEWSKI, V. G.; VOTH, G.
A.; SALVADOR, P.; DANNENBERG, J. J.; DAPPRICH, S.; DANIELS, A. D.; FARKAS,
Ö.; FORESMAN, J. B.; ORTIZ, J. V.; CIOSLOWSKI, J.; FOX, D. J. Gaussian 09, Revision
D.01, Gaussian. Inc., Wallingford CT, 2013. Citação: (FRISCH et al., 2013).

GEORG, H. C.; COUTINHO, K.; CANUTO, S. Solvent effects on the UV-visible absorption
spectrum of benzophenone in water: A combined Monte Carlo quantum mechanics study
including solute polarization. The Journal of chemical physics, v. 126, n. 034507, p. 1-8, Jan.
2007. Citação: (GEORG; COUTINHO; CANUTO, 2007).

GEORGIEV, A.; KOSTADINOV, A.; IVANOV, D.; DIMOV, D.; STOYANOV, S.;
NEDELCHEV, L.; NAZAROVA, D.; YANCHEVA, D. Synthesis, spectroscopic and TD-
DFT quantum mechanical study of azo-azomethine dyes. A laser induced trans-cis-trans
photoisomerization cycle. Spectrochimica Acta Part A: Molecular and Biomolecular
Spectroscopy, v. 192, p. 263-274, Mar. 2018. Citação: (GEORGIEV et al., 2018).

GESTER, R. M.; BISTAFA, C.; GEORG, H. C.; COUTINHO, K.; CANUTO, S.


Theoretically describing the 17O magnetic shielding constant of biomolecular systems: uracil
85

and 5-fluorouracil in water environment. Theoretical Chemistry Accounts, v. 133, n. 1424,


p. 1-8, Nov. 2013. Citação: (GESTER et al., 2013).

GESTER, R. M.; GEORG, H. C.; FONSECA, T. L.; PROVASI, P. F.; CANUTO, S. A


simple analysis of the influence of the solvent-induced electronic polarization on the 15N
magnetic shielding of pyridine in water. Theoretical Chemistry Accounts, v. 131, n. 1220,
p. 1-8, May 2012. Citação: (GESTER et al., 2012).

GESTER, R.; DAMASCENO, M. V.; CANUTO, S.; MANZONI, V. A theoretical study of


the magnetic shielding of 15N of formamide in liquid water. Journal of Molecular Liquids,
v. 320, n. 114415, p. 1-7, Dec. 2020. Citação: (GESTER et al., 2020b).

GESTER, R.; TORRES, A.; BISTAFA, C.; ARAÚJO, R. S.; SILVA, T. A.; MANZONI, V.
Theoretical study of a recently synthesized azo dyes useful for OLEDs. Materials Letters, v.
280, n. 128535, p. 1-5, Aug. 2020. Citação: (GESTER et al., 2020a).

GESTER, R.; TORRES, A.; CUNHA, A. R.; ANDRADE-FILHO, T.; MANZONI, V. The
enhanced NLO response of new lowband-gap π-conjugated systems based onthieno[3,4-
b]pyrazines. Materials Letters, Dec. 2021. Citação: (GESTER et al., 2021).

GRIFFITHS, D. J.; SCHROETER, D. F. Introduction to quantum mechanics. 3th ed.


United Kingdom: Cambridge University Press, 2018. Citação: (GRIFFITHS; SCHROETER,
2018).

GRILLO, I. B. Estudo da Computação de Descritores de Reatividade de um Sistema


Polipeptídico Usando Hamiltonianos Semi-empíricos. 2019. 71 f. Dissertação (Mestrado
em Química) – Departamento de Química – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa,
2019. Citação: (GRILLO, 2019).

GUPTA, K.; GHANTY, T. K.; GHOSH, S. K. Polarizability, ionization potential, and


softness of water and methanol clusters: an interrelation. The Journal of Physical Chemistry
A, v. 116, n. 25, p. 6831-6836, Jun. 2012. Citação: (GUPTA; GHANTY; GHOSH, 2012).

HANWELL, M. D.; CURTIS, D. E.; LONIE, D. C.; VANDERMEERSCH, T.; ZUREK, E.;
HUTCHISON, G. R. Avogadro: an advanced semantic chemical editor, visualization, and
analysis platform. Journal of cheminformatics, v. 4, n. 1, p. 1-17, Aug. 2012. Citação:
(HANWELL et al. 2012).

HARTREE, D. R. The wave mechanics of a atom with a non-Coulomb central field. Part. I.
Theory and methods. In: Mathematical Proceedings of the Cambridge Philosophical
Society, v. 24, Jan. 1928. p. 89-110. Citação: (HARTREE, 1928a).

HARTREE, D. R. The wave Mechanics of an atom with a non-Coulomb central field. Part II.
Some Results and Discussion. In: Mathematical Proceedings of the Cambridge
Philosophical Society, v. 24, Jan. 1928. p. 111-132. Citação: (HARTREE, 1928b).

HOHENBERG, P.; KOHN, W. Inhomogeneous electron gas. Physical review, v. 136, n. 3B,
p. B864-B871, Nov. 1964. Citação: (HOHENBERG; KOHN, 1964).

IIKURA, H.; TSUNEDA, T.; YANAI, T.; HIRAO, K. A long-range correction scheme for
86

generalized-gradient-approximation exchange functionals. The Journal of Chemical


Physics, v. 115, n. 8, p. 3540-3544, Aug. 2001. Citação: (IIKURA et al., 2001).

IMPROTA, R.; LAMI, A.; BARONE, V.; SANTORO, F. Time-Dependent and Time-
Independent Approaches for the Computation of Absorption Spectra of Uracil Derivatives in
Solution. International Journal of Quantum Chemistry, v. 110, n. 3, p. 624-636, Mar.
2010. Citação: (IMPROTA et al., 2010).

JARAMILLO, P; DOMINGO, L. R.; CHAMORRO, E.; PEREZ, P. A further exploration of a


nucleophilicity index based on the gas-phase ionization potentials. Journal of Molecular
Structure: THEOCHEM, v. 865, p. 68-72, Sep. 2008. Citação: (JARAMILLO et al., 2008).

JECKO, T. On the mathematical treatment of the Born-Oppenheimer approximation. Journal


of Mathematical Physics, v. 55, n. 053504, p. 1-26, May 2014. Citação: (JECKO, 2014).

KANIS, D. R.; RATNER, M. A.; MARKS, T. J. Design and construction of molecular


assemblies with large second-order optical nonlinearities. quantum chemical aspects.
Chemical Reviews, v. 94, n. 1, p. 195–242, Jan. 1994. Citação: (KANIS; RATNER;
MARKS, 1994).

KEMNITZ, C. R.; LOEWEN, M. J. “Amide Resonance” Correlates with a Breadth of C−N


Rotation Barriers. Journal of the American Chemical Society, v. 129, n. 9, p. 2521-2528,
Mar. 2007. Citação: (KEMNITZ; LOEWEN, 2007).

KLEINMAN, D. A. Nonlinear dielectric polarization in optical media. Physical Review, v.


126, n. 6, p. 1977–1979, 1962. Citação: (KLEINMAN, 1962).

KOHN, W.; SHAM, L. J. Self-consistent equations including exchange and correlation


effects. Physical review, v. 140, n. 4A, p. A1133-A1138, Nov. 1965. Citação: (KOHN;
SHAM, 1965).

KRISHNAN, R. B. J. S.; BINKLEY, J. S.; SEEGER, R.; POPLE, J. A. Self‐consistent


molecular orbital methods. XX. A basis set for correlated wave functions. The Journal of
chemical physics, v. 72, n. 1, p. 650-654, 1980. Citação: (KRISHNAN et al., 1980).

LARKIN, P. J. IR and Raman Spectroscopy: Principles and Spectral Interpretation. USA:


Elsevier, 2011. 239 p. Citação: (LARKIN, 2011).

LEE, C.; YANG, W.; PARR, R. G. Development of the Colle-Salvetti correlation-energy


formula into a functional of the electron density. Physical review B, v. 37, n. 2, p. 785–789,
1988. Citação: (LEE; YANG; PARR, 1988).

LEULESCU, M.; ROTARU, A.; MOANŢĂ, A.; IACOBESCU, G.; PĂLĂRIE, I.;
CIOATERĂ, N.; POPESCU, M.; CRIVEANU, M. C.; MORÎNTALE, E.; BOJAN, M.;
ROTARU, P. Azorubine: physical, thermal and bioactive properties of the widely employed
food, pharmaceutical and cosmetic red azo dye material. Journal of Thermal Analysis and
Calorimetry, v. 143, p. 3945–3967, Feb. 2021. Citação: (LEULESCU et al., 2021).

LEVINE, I. N. Quantum Chemistry. 7th ed. New York: Pearson, 2014. Citação: (LEVINE,
2014).
87

LI, G.; SZOSTAK, M. Transition‐Metal‐Free Activation of Amides by N−C Bond Cleavage.


The Chemical Record, v. 20, p. 649–659, 2020. Citação: (LI; SZOSTAK, 2020).

LONG, Y.; SU, Z.; ZHENG, Y.; HE, S.; ZHONG, J.; XIANG, H.; ZHOU, X. Rhodium-
Catalyzed Transarylation of Benzamides: C–C Bond vs C–N Bond Activation. ACS
Catalysis, v. 10, n. 5, p. 3398-3403, Feb. 2020. Citação: (LONG et al., 2020).

MALIYAPPA, M. R.; KESHAVAYYA, J.; MAHANTHAPPA, M.; SHIVARAJ, Y.;


BASAVARAJAPPA, K. V. 6-Substituted benzothiazole based dispersed azo dyes having
pyrazole moiety: synthesis, characterization, electrochemical and DFT studies. Journal of
Molecular Structure, v. 1199, n. 126959, p. 1-11, Jan. 2020. Citação: (MALIYAPPA et al.,
2020).

MANZONI, V.; GESTER, R.; CUNHA, A. R.; ANDRADE-FILHO, T.; GESTER, R. Solvent
effects on stokes shifts, and NLO response of thieno[3,4-b]pyrazine: Acomprehensive
QM/MM investigation. Journal of Molecular Liquids, May 2021. Citação: (MANZONI et
al., 2021).

MANZONI, V.; LYRA, M. L.; COUTINHO, K.; CANUTO, S. Comparison of polarizable


continuum model and quantum mechanics/molecular mechanics solute electronic
polarization: Study of the optical and magnetic properties of diazines in water. The Journal
of Chemical Physics, v. 135, n. 14, p. 144103, 2011. Citação: (MANZONI et al., Oct. 2011).

MANZONI, V.; LYRA, M. L.; GESTER, R. M.; COUTINHO, K.; CANUTO, S. Study of the
optical and magnetic properties of pyrimidine in water combining PCM and QM/MM
methodologies. Physical Chemistry Chemical Physics, v. 12, n. 42, p. 14023-14033, Sep.
2010. Citação: (MANZONI et al., 2010).

MANZONI, V.; MODESTO-COSTA, L.; DEL NERO, J.; ANDRADE-FILHO, T.; GESTER,
R. Strong enhancement of NLO response of methyl orange dyes through solvent effects: A
sequential Monte Carlo/DFT investigation. Optical Materials, v. 94, p. 152-159, Aug. 2019.
Citação: (MANZONI et al., 2019).

MARQUES, M. A. L.; BOTTI, S. O que é e para que serve a Teoria dos Funcionais da
Densidade. Gazeta de física, v. 29, n. 4, p. 10-15, 2006. Citação: (MARQUES; BOTTI,
2006).

MCLEAN, A. D.; CHANDLER, G. S. Contracted Gaussian basis sets for molecular


calculations. I. Second row atoms, Z= 11–18. The Journal of chemical physics, v. 72, n. 10,
p. 5639-5648, May 1980. Citação: (MCLEAN; CHANDLER, 1980).

MIERTUS, S.; TOMASI, J. Approximate evaluations of the electrostatic free energy and
internal energy changes in solution processes. Chemical physics, v. 65, n. 2, p. 239-245, Mar.
1982. Citação: (MIERTUS; TOMASI, 1982).

MOLINA-TORRES, J.; SALAZAR-CABRERA, C. J.; ARMENTA-SALINAS, C.;


RAMÍREZ-CHÁVEZ, E. Fungistatic and bacteriostatic activities of alkamides from Heliopsis
longipes roots: affinin and reduced amides. Journal of agricultural and food chemistry, v.
52, n. 15, p. 4700-4704, Jun. 2004. Citação: (MOLINA-TORRES et al., 2004).
88

MOLONEY, J. V.; NEWELL, A. C. Nonlinear optics. Boca Raton: CRC Press, 2018.
Citação: (MOLONEY; NEWELL, 2018).

MORENO, S. C.; CARVALHO, G. A.; PICANÇO, M. C.; MORAIS, E. G.; PEREIRA, R.


M. Bioactivity of compounds from Acmella oleracea against Tuta absoluta (Meyrick)
(Lepidoptera: Gelechiidae) and selectivity to two non‐target species. Pest Management
Science, v. 68, n. 3, p. 386-393, 2011. Citação: (MORENO et al., 2011).

MUHAMMAD, S.; AL-SEHEMI, A. G.; IRFAN, A.; ALGARNI, H.; QIU, Y.; XU, H.; SU,
Z.; IQBAL, J. The substitution effect of heterocyclic rings to tune the optical and nonlinear
optical properties of hybrid chalcones: a comparative study. Journal of Molecular Graphics
and Modelling, v. 81, p. 25-31, May 2018. Citação: (MUHAMMAD et al., 2018a).

MUHAMMAD, S.; AL-SEHEMI, A. G.; IRFAN, A.; CHAUDHRY, A. R. Tuning the push–
pull configuration for efficient second-order nonlinear optical properties in some chalcone
derivatives. Journal of Molecular Graphics and Modelling, v. 68, p. 95-105, Jul. 2016.
Citação: (MUHAMMAD et al., 2016b).

MUHAMMAD, S.; AL-SEHEMI, A. G.; IRFAN, A.; CHAUDHRY, A. R.; GHARNI, H.;
ALFAIFY, S.; MOHD SHKIR; ASIRI, A. M. The impact of position and number of methoxy
group (s) to tune the nonlinear optical properties of chalcone derivatives: a dual substitution
strategy. Journal of molecular modeling, v. 22, n. 4, p. 73, Mar. 2016. Citação:
(MUHAMMAD et al., 2016a).

MUHAMMAD, S.; AL-SEHEMI, A. G.; PANNIPARA, M.; IRFAN, A. Design,


characterization and nonlinear optical properties of coumarin appended chalcones: use of a
dual approach. Optik, v. 164, p. 5-15, Jul. 2018. Citação: (MUHAMMAD et al., 2018b).

MUHAMMAD, S.; AL-SEHEMI, A. G.; SU, Z.; XU, H.; IRFAN, A.; CHAUDHRY, A. R.
First principles study for the key electronic, optical and nonlinear optical properties of novel
donor-acceptor chalcones. Journal of Molecular Graphics and Modelling, v. 72, p. 58-69,
Mar. 2017. Citação: (MUHAMMAD et al., 2017).

MUJIKA, J. I.; MATXAIN, J. M.; ERIKSSON, L. A.; LOPEZ, X. Resonance structures of


the amide bond: The advantages of planarity. Chemistry–A European Journal, v. 12, n. 27,
p. 7215-7224, Sep. 2006. Citação: (MUJIKA et al., 2006).

NAKAMURA, A; MIMAKI, K.; TANIGAMI, K. I.; MAEGAWA, T. An Improved and


Practical Method for Synthesizing of α-Sanshools and Spilanthol. Frontiers in chemistry, v.
8, n. 187, p. 1-5, Mar. 2020. Citação: (NAKAMURA et al., 2020).

NAKATANI, N.; NAGASHIMA, M. Pungent alkamides from Spilanthes acmella L. var.


oleracea Clarke. Bioscience, biotechnology, and biochemistry, v. 56, n. 5, p. 759-762, Jan.
1992. Citação: (NAKATANI; NAGASHIMA, 1992).

OBACH, R. S.; KALGUTKAR, A. S. Reactive electrophiles and metabolic activation. In:


MCQUEEN, C. A (org.). Comprehensive Toxicology. 3th ed. Amsterdam: Elsevier, 2018.
p. 295-331. Citação: (OBACH; KALGUTKAR, 2018).

ONO, M.; WADA, Y.; WU, Y.; NEMORI, R.; JINBO, Y.; WANG, H.; LO, K. M.;
89

YAMAGUCHI, N.; BRUNKHORST, B.; OTOMO H.; WESOLOWSKI, J.; WAY, J. C.;
ITOH, I.; GILLIES, S.; CHEN, L. B. FP-21399 blocks HIV envelope protein-mediated
membrane fusion and concentrates in lymph nodes. Nature biotechnology, v. 15, n. 4, p.
343-348, Apr. 1997. Citação: (ONO et al., 1997).

OZAKI, Y.; WÓJCIK, M. J.; POPP, J. Molecular Spectroscopy: A Quantum Chemistry


Approach. Germany: Wiley-VCH, 2019. 623 p. Citação: (OZAKI; WÓJCIK; POPP, 2019).

ÖZBEK, N.; ALYAR, S.; ALYAR, H.; ŞAHIN, E.; KARACAN, N. Synthesis,
characterization and anti-microbial evaluation of Cu (II), Ni (II), Pt (II) and Pd (II)
sulfonylhydrazone complexes; 2D-QSAR analysis of Ni (II) complexes of sulfonylhydrazone
derivatives. Spectrochimica Acta Part A: Molecular and Biomolecular Spectroscopy, v. 108,
p. 123-132, May 2013. Citação: (ÖZBEK et al., 2013).

PAPADOPOULOS, M. G.; SADLEJ, A. J.; LESZCZYNSKI, J. Non-linear optical


properties of matter: from molecules to condensed phases. Dordrecht: Springer, 2006.
Citação: (PAPADOPOULOS; SADLEJ; LESZCZYNSKI, 2006).

PAVIA, D. L., LAMPMAN, G. M.; KRIZ, G. S.; VYVYAN, J. R. Introduction to


spectroscopy. 5th ed. Canada: Cengage Learning, 2015. p. 584. Citação: (PAVIA et al.,
2015).

PETRENKO, T.; NESSE, F. Analysis and prediction of absorption band shapes, fluorescence
band shapes, resonance Raman intensities, and excitation profiles using the
time-dependent theory of electronic spectroscopy. The Journal of Chemical Physics, v. 127,
n. 164319, p. 1-15, Oct. 2007. Citação: (PETRENKO; NESSE, 2007).

PIMENTA, Â. C. M.; ANDRADE-FILHO, T.; MANZONI, V.; DEL NERO, J.; GESTER, R.
Giant values obtained for first hyperpolarizabilities of methyl orange: a DFT investigation.
Theoretical Chemistry Accounts, v. 138, n. 27, p. 1-6, Jan. 2019. Citação: (PIMENTA et
al., 2019).

PINHEIRO, M.; CUNHA, A. R.; MARINHO, A. M. R.; SILVA, S. Y. S.;


ANDRADE-FILHO, T.; GESTER, R. Solvent polarity effects on thermochemical and NMR
parametes of espilantol pharmacological agent: an experimental and DFT invetigation.
Structural Chemistry, p. 1-12, Jul. 2020. Citação: (PINHEIRO et al., 2020).

POLI, G.; VICENZI, E. FP-21399 (Lexigen Pharmaceuticals). IDrugs: the investigational


drugs journal, v. 4, n. 11, p. 1293-1295, Oct. 2001. Citação: (POLI; VICENZI, 2001).

PRANATA, J.; WIERSCHKE, S. G.; JORGENSEN, W. L. OPLS potential functions for


nucleotide bases. Relative association constants of hydrogen-bonded base pairs in chloroform.
Journal of the American Chemical Society, v. 113, n. 8, p. 2810-2819, Apr. 1991. Citação:
(PRANATA; WIERSCHKE; JORGENSEN, 1991).

QI, S.; ZHANG, C.; YANG, X.; CHEN, K.; ZHANG, L.; WANG, X.; XU, T.; TIAN, J.;
ZHANG, G. Experimental study of photoinduced birefringence in azo-dye-doped polymer.
Optik, v. 115, n. 6, p. 253-256, May 2004. Citação: (QI et al., 2004).

RADAEL, G. N.; PONTES, R. M. An energy decomposition analysis approach to the


90

rotational barriers of amides and thioamides. Computational and Theoretical Chemistry,


v. 1187, p. 112938, Oct. 2020. Citação: (RADAEL; PONTES, 2020).

RAHMAN, M. M.; LIU, C.; BISZ, E.; DZIUK, B.; LALANCETTE, R.; WANG, Q.; CHEN,
H.; SZOSTAK, R.; SZOSTAK, M. N-Acyl-glutarimides: Effect of Glutarimide Ring on the
Structures of Fully Perpendicular Twisted Amides and N–C Bond Cross-Coupling. The
Journal of Organic Chemistry, v. 85, n. 8, p. 5475-5485, Mar. 2020. Citação: (RAHMAN et
al., 2020).

RAIOL, A.; PINHEIRO, M.; BELO, E.; CUNHA, A. R.; MARINHO, A. M. R.; SILVA, S.
Y. S.; SILVA, S. C.; ANDRADE-FILHO, T.; GESTER, R. Experimental and theoretical
spectroscopic characterization, NLO response, and reactivity of the pharmacological agent
spilanthol and analogues. Journal of Molecular Structure, v. 1227, n. 129423, p. 1-11, Mar.
2021. Citação: (RAIOL et al., 2021).

RAWAT, P.; SINGH, R. N.; RANJAN, A.; AHMAD, S.; SAXENA, R. Antimycobacterial,
antimicrobial activity, experimental (FT-IR, FT-Raman, NMR, UV-Vis, DSC) and DFT
(transition state, chemical reactivity, NBO, NLO) studies on pyrrole-isonicotinyl
hydrazone. Spectrochimica Acta Part A: Molecular and Biomolecular Spectroscopy, v.
179, p. 1-10, May 2017. Citação: (RAWAT et al., 2017).

REICHARDT, C.; WELTON, T. Solvents and Solvent Effects in Organic Chemistry. 4th.
Weinheim: Wiley-VCH Verlag GmbH & Co. KGaA, 2011. Citação: (REICHARDT;
WELTON, 2011).

REIHER, M.; WOLF, A. Relativistic Quantum Chemistry: The Fundamental Theory of


Molecular Science. 2th ed. Weinheim: Wiley, 2014. Citação: (REIHER; WOLF, 2014).

REIMERS, J. R.; CAI, Z. L.; KOBAYASHI, R.; RÄTSEP, M.; FREIBERG, A.; KRAUSZ.
Formation of water–chlorophyll clusters in dilute samples of chlorophyll-a in ether at low
temperature. Royal Society of Chemistry, v. 16, p. 2323-2330, 2014. Citação: (IMPROTA et
al., 2014).

SAKURAI, J. J; NAPOLITANO, J. Modern Quantum Mechanics. 3th ed. United Kingdom:


Cambridge University Press, 2021. Citação: (SAKURAI; NAPOLITANO, 2021).

SANTORO, F.; LAMI, A.; IMPROTA, R.; BLOINO, J.; BARONE, V. Effective method for
the computation of optical spectra of large molecules at finite temperature including the
Duschinsky and Herzberg–Teller effect: The Qx band of porphyrin as a case study. The
Journal of Chemical Physics, v. 128, n. 224311, p. 1-17, Jun. 2008. Citação: (SANTORO et
al., 2008).

SAYIN, K.; KARIPER, S. E.; SAYIN, T. A.; KARAKAŞ, D. Theoretical spectroscopic study
of seven zinc (II) complex with macrocyclic Schiff-base ligand. Spectrochimica Acta Part
A: Molecular and Biomolecular Spectroscopy, v. 133, p. 348-356, Dec. 2014. Citação:
(SAYIN et al., 2014).

SCHNEIDER, T. Nonlinear Optics in Telecommunications. New York: Springer-Verlag


Berlin Heidelberg, 2004. Citação: (SCHNEIDER, 2004).
91

SHAHAB, S.; SHEIKHI, M.; FILIPPOVICH, L.; ANATOL’EVICH, D. E.; YAHYAEI, H.


Quantum chemical modeling of new derivatives of (E,E)-azomethines: synthesis,
spectroscopic (FT-IR, UV/Vis, polarization) and thermophysical investigations. Journal of
Molecular Structure, v. 1137, p. 335-348, Jun. 2017. Citação: (SHAHAB et al., 2017a).

SHAHAB, S.; SHEIKHI, M.; FILIPPOVICH, L.; KUMAR, R.; DIKUSAR, E.; YAHYAEI,
H.; KHALEGHIAN, M. Synthesis, geometry optimization, spectroscopic investigations
(UV/Vis, excited states, FT-IR) and application of new azomethine dyes. Journal of
Molecular Structure, v. 1148, p. 134–149, Nov. 2017. Citação: (SHAHAB et al., 2017b).
SHARMA, A.; KUMAR, V.; RATTAN, R. S.; KUMAR, N.; SINGH, B. Insecticidal toxicity
of spilanthol from Spilanthes acmella Murr. Against Plutella xylostella L. American Journal
of Plant Sciences, v. 3, n. 11, p. 1568–1572, Nov. 2012. Citação: (SHARMA et al., 2012).

SHKIR, M.; MUHAMMAD, S.; ALFAIFY, S.; IRFAN, A.; KHAN, M. A.; AL-SEHEMI, A.
G.; YAHIA, I. S.; SINGH, B.; BDIKIN, I. A comparative study of key properties of glycine
glycinium picrate (GGP) and glycinium picrate (GP): a combined experimental and quantum
chemical approach. Journal of Saudi Chemical Society, v. 22, n. 3, p. 352-362, Mar. 2018.
Citação: (SHKIR et al., 2018).

SHOLL, D. S.; STECKEL, J. A. Density Functional Theory: a practical introduction. New


Jersey: John Wiley & Sons, 2009. Citação: (SHOLL; STECKEL, 2009).

SILVA, J. W. O.; VIEIRA, D. Construction of exchange-correlation potentials for strongly


interacting one-dimensional systems. Brazilian Journal of Physics, v. 47, n. 4, p. 393-399,
Jun. 2017. Citação: (SILVA; VIEIRA, 2017).

SISKOS, M. G.; KONTOGIANNI, V. G.; TSIAFOULIS, C. G.; TZAKOS, A. G.;


GEROTHANASSIS, I. P. Investigation of solute-solvent interactions in phenol compounds:
accurate ab initio calculations of solvent effects on H NMR Chemical shifts. Organic &
Biomolecular Chemistry, p. 1-11, Sep. 2013. Citação: (SISKOS et al., 2013).

SISKOS, M. G.; TZAKOS, A. G.; GEROTHANASSIS, A. G. Accurate ab initio calculations


of O–H⋯O and O–H⋯−O proton chemical shifts: towards elucidation of the nature of the
hydrogen bond and prediction of hydrogen bond distances. Organic & Biomolecular
Chemistry, p. 1-17, Jun. 2015. Citação: (SISKOS; TZAKOS; GEROTHANASSIS, 2015).

SMITH, B. C. Infrared spectral interpretation: a systematic approach. Boca Raton: CRC


Press, 1999. Citação: (SMITH, 1999).

SOARES, C. P.; LEMOS, V. R.; SILVA, A. G.; CAMPOY, R. M.; SILVA, C. A. P.;
MENEGON, R. F.; ROJAHN, I.; JOAQUIM, W. M. Efeito da atividade do extrato
hidroetanólico de Spilanthes acmella no citoesqueleto de actina de células tumorais. Cell
Biology International, v. 38, n. 1, p. 131-135, Oct. 2013. Citação: (SOARES et al., 2013).

SOCRATES, G. Infrared and Raman characteristic group frequencies: tables and charts.
3th ed. Chichester: John Wiley & Sons Ltd, 2001. Citação: (SOCRATES, 2001).

SOLOMONS, T. W. G.; FRYHLE, C. B.; SNYDER, S. A. Organic chemistry. 12th ed.


Hoboken: John Wiley & Sons, 2016. Citação: (SOLOMONS; FRYHLE; SNYDER, 2016).
92

STOILOVA, A.; GEORGIEV, A.; NEDELCHEV, L.; NAZAROVA, D.; DIMOV, D.


Structure-property relationship and photoinduced birefringence of the azo and azo-azomethine
dyes thin films in PMMA matrix. Optical Materials, v. 87, p. 16-23, Jan. 2019. Citação:
(STOILOVA et al., 2019).

TASLI, P. T.; ATAY, Ç. K.; DEMIRTURK, T.; TILKI, T. Experimental and computational
studies of newly synthesized azo dyes based materials. Journal of Molecular Structure, v.
1201, n. 127098, p. 1-8, Feb. 2020. Citação: (TASLI et al., 2020).

THOMPSON, J. M. Infrared Spectroscopy. Singapore: Pan Stanford Publishing, 2018. 211


p. citação: (THOMPSON, 2018).

TULLY, J. C. Perspective on “zur quantentheorie der molekeln”. Theoretical Chemistry


Accounts, v. 103, p. 173-176, Feb. 2000. Citação: (TULLY, 2000).

VOLLHARDT, P.; SCHORE, N. Organic chemistry: Structure and Function. 7th ed. New
York: W. H. Freeman and Company, 2014. 1352 p. Citação: (VOLLHARDT; SCHORE,
2014).

WOLINSKI, K.; HINTON, J. F.; PULAY, P. Efficient implementation of the gauge-


independent atomic orbital method for NMR chemical shift calculations. Journal of the
American Chemical Society, v. 112, n. 23, p. 8251-8260, Nov. 1990. Citação: (WOLINSKI;
HINTON; PULAY, 1990).

YAMANE, L. T.; PAULA, E.; JORGE, M. P.; FREITAS-BLANCO, V. S.; MONTANARI


JUNIOR, Í.; FIGUEIRA, G. M.; ANHOLETO, L. A.; OLIVEIRA, P. R.; RODRIGUES, R.
A. F. Acmella oleracea and Achyrocline satureioides as sources of natural products in topical
wound care. Evidence-based complementary and alternative medicine, v. 2016, p. 1-9,
Sep. 2016. Citação: (YAMANE et al., 2016).

YAMASAKI, R.; MORITA, K.; IIZUMI, H.; ITO, A.; FUKUDA, K.; OKAMOTO, I. N‐
Ethynylation of Anilides Decreases the Double‐Bond Character of Amide Bond while
Retaining trans‐Conformation and Planarity. Chemistry–A European Journal, v. 25, n. 43,
p. 10118-10122, Jun. 2019. Citação: (YAMASAKI et al., 2019).

YAZDANBAKHSH, M. R.; YOUSEFI, H.; MAMAGHANI, M.; MORADI, E. O.; RASSA,


M.; POURAMIR, H.; BAGHERI, M. Synthesis, spectral characterization and antimicrobial
activity of some new azo dyes derived from 4,6-dihydroxypyrimidine. Journal of Molecular
Liquids, v. 169, p. 21-26, May 2012. Citação: (YAZDANBAKHSH et al., 2012).

YILMAZ, E. Theoretical and experimental studies of newly synthesized (Z)-4-(2-(3,5-


dibromo-2-hydroxy-4-methoxybenzylidene)hydrazinyl)benzonitrile compound. Journal of
Molecular Structure, v. 1166, p. 407-415, Aug. 2018. Citação: (YILMAZ, 2018).

YU, C.; FU, N.; DAI, C.; WANG, H.; ZHANG, G.; YAO, J. Time-dependent Born–
Oppenheimer approximation approach for Schrödinger equation: Application to H2+. Optics
Communications, v. 300, p. 199-203, Mar. 2013. Citação: (YU et al. 2013).
93

APÊNDICE
94

APÊNDICE A - OUTPUTS DOS CÁLCULOS REALIZADOS NOS SISTEMAS


ESTUDADOS

Coordenadas otimizadas da alquilamida S1 (em vácuo)

#B3LYP/6-311++G(d,p) Opt Freq=Raman

Coordinates (Angstroms)
Center Number Atomic Number Atomic Type
X Y Z
1 6 0 5.287942 0.234093 0.147916
2 6 0 6.579468 0.536290 -0.621981
3 1 0 6.863874 1.589737 -0.518371
4 1 0 6.466645 0.322450 -1.688688
5 1 0 7.410140 -0.067471 -0.246460
6 6 0 5.464731 0.478324 1.651129
7 1 0 6.271100 -0.139711 2.055822
8 1 0 4.556020 0.235729 2.209095
9 1 0 5.719094 1.525953 1.851967
10 6 0 4.129763 1.064113 -0.439251
11 1 0 5.032210 -0.820060 -0.006942
12 7 0 2.819818 0.753587 0.118046
13 1 0 4.320922 2.131385 -0.280819
14 1 0 4.069567 0.889960 -1.515191
15 6 0 2.012270 -0.223245 -0.401643
16 1 0 2.502262 1.257154 0.930425
17 6 0 0.710017 -0.388062 0.307193
18 8 0 2.339824 -0.893755 -1.373217
19 6 0 -0.178234 -1.306596 -0.078207
20 1 0 0.499742 0.261426 1.154555
21 6 0 -1.511846 -1.548818 0.556988
22 1 0 0.089065 -1.925083 -0.933619
23 6 0 -2.684149 -1.378983 -0.441389
24 1 0 -1.658447 -0.880974 1.411147
25 1 0 -1.537761 -2.574783 0.947838
26 6 0 -4.010299 -1.713206 0.179167
27 1 0 -2.508915 -2.045319 -1.296081
28 1 0 -2.671945 -0.361184 -0.837053
29 6 0 -5.067731 -0.900329 0.346557
30 1 0 -4.104196 -2.735957 0.539725
31 6 0 -5.179240 0.495872 -0.047970
32 1 0 -5.950361 -1.318467 0.826683
33 6 0 -6.276313 1.241110 0.155143
34 1 0 -4.324122 0.957580 -0.535775
35 6 0 -6.430409 2.678242 -0.236863
36 1 0 -7.134419 0.779277 0.642384
37 1 0 -5.529437 3.062960 -0.720745
38 1 0 -6.643082 3.306000 0.636332
39 1 0 -7.271098 2.811501 -0.927566
95

Coordenadas otimizadas da alquilamida S1 (em solvente clorofórmio)

#B3LYP/6-311++G(d,p) Opt Freq=Raman SCRF(PCM,Solvent=Chloroform)

Coordinates (Angstroms)
Center Number Atomic Number Atomic Type
X Y Z
1 6 0 5.305094 0.246362 0.173531
2 6 0 6.607333 0.561165 -0.573186
3 1 0 6.863809 1.622864 -0.485319
4 1 0 6.525106 0.322336 -1.637541
5 1 0 7.441004 -0.015755 -0.163796
6 6 0 5.441699 0.527546 1.674746
7 1 0 6.252173 -0.064256 2.109231
8 1 0 4.525603 0.278734 2.217405
9 1 0 5.667901 1.584849 1.855487
10 6 0 4.143608 1.038987 -0.457693
11 1 0 5.078776 -0.817728 0.038913
12 7 0 2.828920 0.715608 0.083652
13 1 0 4.309524 2.112194 -0.316871
14 1 0 4.109774 0.844208 -1.530770
15 6 0 2.018585 -0.247242 -0.439053
16 1 0 2.508993 1.213283 0.899978
17 6 0 0.722110 -0.412419 0.276865
18 8 0 2.335675 -0.914292 -1.425930
19 6 0 -0.181653 -1.320703 -0.099761
20 1 0 0.529035 0.233206 1.130271
21 6 0 -1.506312 -1.549501 0.558800
22 1 0 0.057025 -1.943322 -0.960162
23 6 0 -2.692562 -1.373963 -0.421891
24 1 0 -1.630581 -0.876882 1.412471
25 1 0 -1.533204 -2.574463 0.951473
26 6 0 -4.010515 -1.698364 0.221581
27 1 0 -2.535376 -2.046213 -1.275329
28 1 0 -2.680929 -0.357533 -0.820926
29 6 0 -5.069473 -0.884805 0.382938
30 1 0 -4.097174 -2.713805 0.604023
31 6 0 -5.189364 0.503445 -0.040072
32 1 0 -5.946002 -1.295496 0.880831
33 6 0 -6.289446 1.247623 0.156918
34 1 0 -4.340140 0.958885 -0.543962
35 6 0 -6.453624 2.675871 -0.262816
36 1 0 -7.141517 0.791875 0.660380
37 1 0 -5.558750 3.055458 -0.761681
38 1 0 -6.663915 3.318577 0.599890
39 1 0 -7.301852 2.790049 -0.947557
96

Coordenadas otimizadas da alquilamida S2 (em vácuo)

#B3LYP/6-311++G(d,p) Opt Freq=Raman

Coordinates (Angstroms)
Center Number Atomic Number Atomic Type
X Y Z
1 6 0 2.354091 -0.469215 0.124695
2 8 0 2.592020 -1.530938 -0.437796
3 7 0 3.317917 0.239340 0.790682
4 6 0 4.704289 -0.203393 0.866067
5 1 0 3.062388 1.117198 1.213171
6 6 0 5.592180 0.278196 -0.297963
7 1 0 5.119189 0.144849 1.818530
8 1 0 4.691696 -1.294680 0.884197
9 6 0 6.978153 -0.369380 -0.190341
10 1 0 6.909573 -1.460960 -0.195002
11 1 0 7.484351 -0.067980 0.733914
12 1 0 7.615661 -0.071396 -1.027184
13 6 0 5.693562 1.807348 -0.348028
14 1 0 5.118678 -0.071023 -1.222322
15 1 0 6.163684 2.200032 0.561471
16 1 0 4.710269 2.274745 -0.451599
17 1 0 6.299848 2.131910 -1.198335
18 6 0 0.999548 0.157228 0.152134
19 6 0 -0.038962 -0.410732 -0.463510
20 1 0 0.877912 1.097386 0.686328
21 6 0 -1.432004 0.136564 -0.500022
22 1 0 0.145449 -1.351075 -0.980644
23 6 0 -2.464787 -0.852764 0.097693
24 1 0 -1.715318 0.334945 -1.540428
25 1 0 -1.488497 1.088475 0.034681
26 6 0 -3.833570 -0.352833 0.028056
27 1 0 -2.200775 -1.061332 1.140895
28 1 0 -2.396883 -1.810701 -0.431402
29 6 0 -4.963791 0.070958 -0.034981
30 6 0 -6.280073 0.601449 -0.122412
31 6 0 -7.398661 -0.067851 0.194807
32 1 0 -6.360758 1.628266 -0.475961
33 6 0 -8.781874 0.496084 0.099737
34 1 0 -7.308835 -1.092827 0.546686
35 1 0 -8.773834 1.525953 -0.264745
36 1 0 -9.279913 0.481933 1.075924
37 1 0 -9.404080 -0.101540 -0.576170
97

Coordenadas otimizadas da alquilamida S2 (em solvente clorofórmio)

#B3LYP/6-311++G(d,p) Opt Freq=Raman SCRF(PCM,Solvent=Chloroform)

Coordinates (Angstroms)
Center Number Atomic Number Atomic Type
X Y Z
1 6 0 2.350309 -0.480984 0.096266
2 8 0 2.594060 -1.573687 -0.418760
3 7 0 3.300834 0.254424 0.736817
4 6 0 4.687600 -0.174809 0.876766
5 1 0 3.031802 1.145407 1.124403
6 6 0 5.616360 0.281284 -0.265484
7 1 0 5.060845 0.210547 1.831239
8 1 0 4.687129 -1.264627 0.933440
9 6 0 7.006046 -0.339008 -0.074251
10 1 0 6.955294 -1.431266 -0.042702
11 1 0 7.463665 0.004000 0.860459
12 1 0 7.674249 -0.058081 -0.892764
13 6 0 5.696309 1.809497 -0.363253
14 1 0 5.191730 -0.104472 -1.199401
15 1 0 6.117137 2.238913 0.553327
16 1 0 4.711241 2.255359 -0.525650
17 1 0 6.336221 2.113398 -1.196332
18 6 0 0.995735 0.142599 0.084635
19 6 0 -0.044798 -0.446906 -0.508524
20 1 0 0.874956 1.103305 0.579511
21 6 0 -1.434943 0.106973 -0.562993
22 1 0 0.125590 -1.408612 -0.988962
23 6 0 -2.468343 -0.860191 0.068907
24 1 0 -1.716389 0.270359 -1.609833
25 1 0 -1.483425 1.075677 -0.059256
26 6 0 -3.836254 -0.354589 -0.000007
27 1 0 -2.198125 -1.042678 1.115132
28 1 0 -2.411553 -1.831406 -0.436012
29 6 0 -4.967464 0.070591 -0.055896
30 6 0 -6.285540 0.602078 -0.135633
31 6 0 -7.395222 -0.042752 0.258153
32 1 0 -6.374894 1.605695 -0.548387
33 6 0 -8.779294 0.519708 0.173768
34 1 0 -7.297947 -1.044955 0.669227
35 1 0 -8.781789 1.526228 -0.250506
36 1 0 -9.244655 0.561670 1.164957
37 1 0 -9.422403 -0.116887 -0.444245
98

Coordenadas otimizadas da alquilamida S3 (em vácuo)

#B3LYP/6-311++G(d,p) Opt Freq=Raman

Coordinates (Angstroms)
Center Number Atomic Number Atomic Type
X Y Z
1 6 0 5.990228 0.244255 0.219709
2 6 0 7.341858 -0.462246 0.057938
3 1 0 8.028281 -0.183174 0.861993
4 1 0 7.818170 -0.191538 -0.891360
5 1 0 7.228404 -1.549920 0.078534
6 6 0 6.157198 1.768144 0.245691
7 1 0 6.814274 2.076146 1.063761
8 1 0 5.199480 2.276789 0.386821
9 1 0 6.601534 2.130757 -0.688951
10 6 0 5.031199 -0.211734 -0.897186
11 1 0 5.545360 -0.074901 1.168855
12 7 0 3.668888 0.288824 -0.766014
13 1 0 4.973409 -1.301785 -0.901633
14 1 0 5.416933 0.109225 -1.871210
15 6 0 2.705498 -0.375502 -0.055043
16 1 0 3.428165 1.167268 -1.195857
17 6 0 1.373493 0.297327 -0.044482
18 8 0 2.926886 -1.437441 0.514019
19 6 0 0.336055 -0.229357 0.608748
20 1 0 1.266542 1.235177 -0.586010
21 6 0 -1.040808 0.356351 0.674988
22 1 0 0.505684 -1.169504 1.131083
23 6 0 -2.117696 -0.591651 0.113979
24 1 0 -1.071402 1.311553 0.140015
25 1 0 -1.281590 0.573680 1.724470
26 6 0 -3.530200 -0.009814 0.221122
27 1 0 -2.071167 -1.547520 0.649447
28 1 0 -1.887253 -0.814246 -0.934331
29 6 0 -5.953569 -0.428681 -0.262972
30 6 0 -7.069214 0.035529 -0.186241
31 6 0 -4.602624 -0.965143 -0.345047
32 1 0 -3.584295 0.942197 -0.316879
33 1 0 -4.564161 -1.920486 0.192634
34 6 0 -8.328178 0.554396 -0.102255
35 6 0 -9.443290 1.014170 -0.027878
36 1 0 -4.373005 -1.195029 -1.392808
37 1 0 -3.766558 0.209278 1.267525
38 1 0 -10.423810 1.417534 0.037419
99

Coordenadas otimizadas da alquilamida S3 (em solvente clorofórmio)

#B3LYP/6-311++G(d,p) Opt Freq=Raman SCRF(PCM,Solvent=Chloroform)

Coordinates (Angstroms)
Center Number Atomic Number Atomic Type
X Y Z
1 6 0 -6.003887 0.266985 -0.208610
2 6 0 -7.366330 -0.407288 -0.003663
3 1 0 -8.065504 -0.121995 -0.794368
4 1 0 -7.809924 -0.112277 0.953899
5 1 0 -7.278084 -1.497606 -0.011623
6 6 0 -6.139031 1.793882 -0.250524
7 1 0 -6.809462 2.103208 -1.057189
8 1 0 -5.174475 2.280307 -0.419417
9 1 0 -6.552347 2.175712 0.690243
10 6 0 -5.029612 -0.195215 0.892617
11 1 0 -5.591608 -0.071817 -1.166050
12 7 0 -3.661287 0.281554 0.728756
13 1 0 -4.994293 -1.285706 0.913846
14 1 0 -5.387648 0.147485 1.868963
15 6 0 -2.706224 -0.403800 0.040051
16 1 0 -3.409000 1.168350 1.136492
17 6 0 -1.373652 0.263074 0.009806
18 8 0 -2.932031 -1.488159 -0.500962
19 6 0 -0.329292 -0.275517 -0.624658
20 1 0 -1.271226 1.214465 0.526588
21 6 0 1.043030 0.319549 -0.697390
22 1 0 -0.481337 -1.229836 -1.125584
23 6 0 2.123680 -0.610342 -0.113824
24 1 0 1.063327 1.285071 -0.181740
25 1 0 1.285229 0.514920 -1.750624
26 6 0 3.531020 -0.017734 -0.228476
27 1 0 2.088193 -1.575926 -0.631731
28 1 0 1.893667 -0.812666 0.938473
29 6 0 5.954315 -0.414154 0.274259
30 6 0 7.068538 0.055892 0.197233
31 6 0 4.606419 -0.958124 0.357484
32 1 0 3.574593 0.942794 0.294718
33 1 0 4.578943 -1.920983 -0.166375
34 6 0 8.325633 0.580903 0.113474
35 6 0 9.439551 1.046156 0.039557
36 1 0 4.375193 -1.173007 1.407603
37 1 0 3.766734 0.183272 -1.278472
38 1 0 10.419331 1.455028 -0.025256
100

Coordenadas otimizadas do isômero cis do corante azo-azometino (em vácuo)

#CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) Opt Freq

Coordinates (Angstroms)
Center Number Atomic Number Atomic Type
X Y Z
1 6 0 5.310219 -1.122496 0.056536
2 6 0 4.850178 -0.997719 1.351409
3 6 0 3.953380 0.023704 1.647206
4 6 0 3.508281 0.883541 0.632580
5 6 0 4.004154 0.739208 -0.662946
6 6 0 4.904854 -0.264197 -0.955438
7 7 0 6.265518 -2.197103 -0.256109
8 8 0 6.596297 -2.936403 0.649415
9 8 0 6.662631 -2.277196 -1.401653
10 6 0 3.463139 0.172971 2.983777
11 7 0 3.068621 0.266746 4.058000
12 7 0 2.751688 2.028133 0.989303
13 7 0 1.651391 2.324211 0.506809
14 6 0 0.873605 1.475771 -0.321256
15 6 0 0.049907 2.135245 -1.250452
16 6 0 -0.773115 1.379722 -2.064068
17 6 0 -0.860341 -0.010473 -1.924460
18 6 0 -0.068520 -0.646914 -0.961944
19 6 0 0.787235 0.090360 -0.170918
20 6 0 0.073433 3.644273 -1.372094
21 8 0 -0.288300 4.298873 -0.174271
22 1 0 5.190840 -1.680291 2.117030
23 1 0 3.677722 1.423168 -1.435032
24 1 0 5.298678 -0.395185 -1.953610
25 1 0 -1.393923 1.866617 -2.806748
26 1 0 -0.148537 -1.718978 -0.835342
27 1 0 1.358518 -0.413819 0.596029
28 1 0 -0.651055 3.953712 -2.125127
29 1 0 1.062052 3.976441 -1.713032
30 1 0 0.364897 4.044249 0.490948
31 7 0 -1.646883 -0.752767 -2.789913
32 6 0 -2.829949 -1.166684 -2.579284
33 6 0 -3.747767 -0.995145 -1.451760
34 6 0 -3.524479 -0.189523 -0.327404
35 6 0 -4.456137 -0.088890 0.681780
36 6 0 -5.674799 -0.798863 0.628577
37 6 0 -5.905389 -1.601885 -0.506365
38 6 0 -4.963188 -1.685253 -1.508739
39 7 0 -6.594270 -0.706851 1.636547
40 6 0 -6.351669 0.167342 2.767693
41 6 0 -7.858229 -1.408032 1.534298
42 1 0 -2.612877 0.381891 -0.234568
43 1 0 -4.236472 0.553199 1.522031
44 1 0 -5.173996 -2.309672 -2.370677
45 1 0 -6.825294 -2.158969 -0.606069
46 1 0 -6.258234 1.215230 2.462677
47 1 0 -5.442379 -0.115474 3.306412
48 1 0 -7.185954 0.091855 3.460989
49 1 0 -8.447000 -1.067949 0.675002
50 1 0 -7.711911 -2.488768 1.443321
51 1 0 -8.440513 -1.226025 2.434397
52 1 0 -3.250845 -1.766393 -3.389392
101

Coordenadas otimizadas do isômero cis do corante azo-azometino (em solvente aquoso)

#CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) Opt Freq SCRF(PCM,Solvent=Water)

Coordinates (Angstroms)
Center Number Atomic Number Atomic Type
X Y Z
1 6 0 5.316195 -1.063055 0.373093
2 6 0 4.949531 -0.465614 1.561781
3 6 0 4.059707 0.601296 1.518393
4 6 0 3.525312 1.026729 0.293576
5 6 0 3.933499 0.415246 -0.890277
6 6 0 4.830546 -0.632157 -0.853896
7 7 0 6.263083 -2.181756 0.412135
8 8 0 6.667743 -2.550154 1.499381
9 8 0 6.594262 -2.683918 -0.645631
10 6 0 3.685858 1.262150 2.731070
11 7 0 3.395678 1.787916 3.710080
12 7 0 2.762377 2.223441 0.273217
13 7 0 1.649115 2.337342 -0.257422
14 6 0 0.863272 1.264709 -0.747643
15 6 0 0.028296 1.580440 -1.834407
16 6 0 -0.800837 0.598733 -2.344294
17 6 0 -0.876086 -0.668453 -1.754370
18 6 0 -0.074350 -0.950727 -0.643045
19 6 0 0.785128 0.007029 -0.146398
20 6 0 0.059343 2.955142 -2.464613
21 8 0 -0.230762 3.993731 -1.538304
22 1 0 5.354836 -0.814556 2.500191
23 1 0 3.548053 0.768905 -1.836770
24 1 0 5.154546 -1.117027 -1.763524
25 1 0 -1.428122 0.813796 -3.201220
26 1 0 -0.145154 -1.920599 -0.167401
27 1 0 1.366568 -0.219414 0.736363
28 1 0 -0.698650 3.012190 -3.244368
29 1 0 1.033212 3.126852 -2.935961
30 1 0 0.438256 3.927609 -0.841211
31 7 0 -1.660680 -1.661531 -2.328240
32 6 0 -2.855324 -1.965479 -2.002897
33 6 0 -3.778049 -1.419076 -1.011630
34 6 0 -3.537039 -0.320761 -0.172194
35 6 0 -4.480970 0.118462 0.728990
36 6 0 -5.736861 -0.522128 0.849746
37 6 0 -5.982602 -1.624656 0.001520
38 6 0 -5.025952 -2.046657 -0.895156
39 7 0 -6.668110 -0.092171 1.744222
40 6 0 -6.398895 1.059291 2.588051
41 6 0 -7.961197 -0.748857 1.825041
42 1 0 -2.598251 0.211029 -0.220100
43 1 0 -4.245835 0.971272 1.348687
44 1 0 -5.249460 -2.895932 -1.532210
45 1 0 -6.925620 -2.149088 0.045911
46 1 0 -6.234903 1.965935 1.997185
47 1 0 -5.521151 0.897147 3.220184
48 1 0 -7.253253 1.229694 3.237562
49 1 0 -8.508750 -0.681707 0.879669
50 1 0 -7.859279 -1.805651 2.088633
51 1 0 -8.556427 -0.266094 2.595329
52 1 0 -3.281955 -2.793962 -2.571116
102

Coordenadas otimizadas do isômero trans do corante azo-azometino (em vácuo)

#CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) Opt Freq

Coordinates (Angstroms)
Center Number Atomic Number Atomic Type
X Y Z
1 6 0 -7.373627 -0.105294 -0.038965
2 6 0 -6.875698 1.129291 0.325077
3 6 0 -5.500565 1.331394 0.274758
4 6 0 -4.647788 0.290864 -0.123163
5 6 0 -5.187708 -0.940362 -0.493021
6 6 0 -6.552414 -1.144288 -0.451305
7 7 0 -8.831534 -0.320494 0.003827
8 8 0 -9.524479 0.602581 0.381193
9 8 0 -9.246179 -1.408911 -0.341219
10 6 0 -4.965533 2.608924 0.642553
11 7 0 -4.583916 3.647792 0.947262
12 7 0 -3.271406 0.596020 -0.165106
13 7 0 -2.516720 -0.395345 -0.178560
14 6 0 -1.140501 -0.132636 -0.246782
15 6 0 -0.299997 -1.254336 -0.321832
16 6 0 1.068561 -1.052333 -0.389159
17 6 0 1.616060 0.234542 -0.375177
18 6 0 0.756958 1.341898 -0.323495
19 6 0 -0.602621 1.161206 -0.244720
20 6 0 -0.865754 -2.656408 -0.364722
21 8 0 -1.653689 -2.986381 0.762697
22 1 0 -7.547105 1.916091 0.637668
23 1 0 -4.522891 -1.725764 -0.823897
24 1 0 -6.992921 -2.089191 -0.736926
25 1 0 1.730368 -1.906314 -0.473732
26 1 0 1.189424 2.334106 -0.331015
27 1 0 -1.273895 2.007192 -0.182642
28 1 0 -0.046000 -3.374172 -0.385195
29 1 0 -1.441059 -2.788401 -1.289159
30 1 0 -2.386715 -2.360764 0.779108
31 7 0 2.985684 0.462218 -0.459726
32 6 0 3.791430 -0.208168 0.265260
33 6 0 5.236555 -0.082190 0.188861
34 6 0 6.048286 -0.835836 1.036821
35 6 0 7.424805 -0.745856 0.991653
36 6 0 8.056663 0.120656 0.078020
37 6 0 7.230496 0.885490 -0.776913
38 6 0 5.860362 0.781307 -0.717599
39 7 0 9.421024 0.220280 0.018722
40 6 0 10.246252 -0.558571 0.919246
41 6 0 10.047182 1.138010 -0.911794
42 1 0 5.589614 -1.511177 1.751886
43 1 0 8.011327 -1.349021 1.668752
44 1 0 5.240840 1.374962 -1.378425
45 1 0 7.671023 1.566263 -1.490532
46 1 0 10.087527 -1.633469 0.784539
47 1 0 10.049609 -0.312475 1.968463
48 1 0 11.293599 -0.348010 0.716098
49 1 0 9.792728 0.898932 -1.949311
50 1 0 9.757132 2.176351 -0.718377
51 1 0 11.127419 1.067167 -0.808818
52 1 0 3.414388 -0.917751 1.013611
103

Coordenadas otimizadas do isômero trans do corante azo-azometino (em solvente


aquoso)

#CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) Opt Freq SCRF(PCM,Solvent=Water)

Coordinates (Angstroms)
Center Number Atomic Number Atomic Type
X Y Z
1 6 0 -7.371759 -0.139557 -0.107861
2 6 0 -6.901099 1.075620 0.348584
3 6 0 -5.530304 1.300316 0.323641
4 6 0 -4.654692 0.305701 -0.137791
5 6 0 -5.167504 -0.903883 -0.600643
6 6 0 -6.528934 -1.132401 -0.585926
7 7 0 -8.820321 -0.380165 -0.094407
8 8 0 -9.541140 0.501418 0.334390
9 8 0 -9.222824 -1.449393 -0.512246
10 6 0 -5.017722 2.555050 0.786133
11 7 0 -4.644485 3.572819 1.165170
12 7 0 -3.282567 0.633201 -0.155463
13 7 0 -2.517534 -0.349740 -0.154427
14 6 0 -1.142097 -0.082343 -0.220160
15 6 0 -0.298480 -1.204750 -0.229777
16 6 0 1.070831 -1.007908 -0.303289
17 6 0 1.618243 0.278683 -0.362083
18 6 0 0.756359 1.385893 -0.373745
19 6 0 -0.604342 1.209019 -0.289892
20 6 0 -0.862283 -2.607212 -0.197513
21 8 0 -1.668591 -2.864551 0.945044
22 1 0 -7.584805 1.829074 0.710716
23 1 0 -4.489743 -1.652565 -0.985068
24 1 0 -6.941786 -2.063997 -0.945336
25 1 0 1.730055 -1.867065 -0.337643
26 1 0 1.183351 2.378797 -0.437130
27 1 0 -1.271588 2.060016 -0.284757
28 1 0 -0.043001 -3.324017 -0.164845
29 1 0 -1.433287 -2.794737 -1.112591
30 1 0 -2.433769 -2.279738 0.877184
31 7 0 2.988700 0.507125 -0.464663
32 6 0 3.800873 -0.169052 0.255992
33 6 0 5.243159 -0.059149 0.169422
34 6 0 6.047626 -0.822441 1.021277
35 6 0 7.424304 -0.755837 0.973029
36 6 0 8.072384 0.096743 0.051522
37 6 0 7.253768 0.870413 -0.809116
38 6 0 5.882805 0.788343 -0.745112
39 7 0 9.430426 0.174231 -0.009503
40 6 0 10.248428 -0.622338 0.887938
41 6 0 10.074301 1.061104 -0.962979
42 1 0 5.579628 -1.487479 1.739591
43 1 0 8.002160 -1.366103 1.651235
44 1 0 5.279367 1.390381 -1.413382
45 1 0 7.704016 1.538037 -1.529005
46 1 0 10.076561 -1.693556 0.745396
47 1 0 10.050727 -0.379475 1.936517
48 1 0 11.296919 -0.419702 0.686941
49 1 0 9.812105 0.804024 -1.993575
50 1 0 9.803082 2.107018 -0.789612
51 1 0 11.152049 0.970947 -0.857981
52 1 0 3.425693 -0.872048 1.008988
104

Cargas do isômero cis do corante azo-azometino (em vácuo)

#CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) pop=chelpg density=current

Center Number Atom ESP charges


1 C -0.045683
2 C -0.040147
3 C -0.303883
4 C 0.693704
5 C -0.328756
6 C -0.055615
7 N 0.766037
8 O -0.444049
9 O -0.448202
10 C 0.529412
11 N -0.503955
12 N -0.577594
13 N 0.232113
14 C 0.029705
15 C 0.012903
16 C -0.373057
17 C 0.673241
18 C -0.346120
19 C -0.097064
20 C 0.266457
21 O -0.576882
22 H 0.141153
23 H 0.171021
24 H 0.150381
25 H 0.150889
26 H 0.148829
27 H 0.108893
28 H 0.051824
29 H -0.020222
30 H 0.245799
31 N -0.710941
32 C 0.425418
33 C -0.090557
34 C -0.028697
35 C -0.282145
36 C 0.354362
37 C -0.220753
38 C -0.139450
39 N -0.290791
40 C 0.071318
41 C 0.032540
42 H 0.094368
43 H 0.126633
44 H 0.106287
45 H 0.132095
46 H 0.020680
47 H 0.017829
48 H 0.048078
49 H 0.016753
50 H 0.014595
51 H 0.071136
52 H 0.020112
105

Cargas do isômero cis do corante azo-azometino (em solvente aquoso)

#CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) pop=chelpg SCRF(PCM,Solvent=Water) density=current

Center Number Atom ESP charges


1 C -0.028370
2 C -0.031103
3 C -0.335106
4 C 0.739565
5 C -0.317004
6 C -0.062173
7 N 0.814930
8 O -0.490886
9 O -0.492259
10 C 0.599678
11 N -0.591752
12 N -0.658012
13 N 0.281519
14 C -0.014330
15 C 0.040185
16 C -0.400003
17 C 0.713994
18 C -0.382619
19 C -0.056757
20 C 0.255046
21 O -0.639691
22 H 0.158710
23 H 0.192086
24 H 0.168856
25 H 0.164478
26 H 0.165949
27 H 0.128259
28 H 0.060773
29 H 0.015483
30 H 0.245430
31 N -0.798377
32 C 0.463182
33 C -0.109756
34 C -0.005547
35 C -0.318221
36 C 0.379404
37 C -0.239584
38 C -0.157678
39 N -0.309171
40 C 0.071755
41 C 0.044176
42 H 0.077842
43 H 0.140326
44 H 0.124747
45 H 0.145508
46 H 0.022646
47 H 0.020822
48 H 0.061392
49 H 0.019828
50 H 0.018595
51 H 0.079061
52 H 0.024177
106

Cargas do isômero trans do corante azo-azometino (em vácuo)

#CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) pop=chelpg density=current

Center Number Atom ESP charges


1 C 0.011977
2 C -0.109158
3 C -0.080658
4 C 0.352744
5 C -0.212153
6 C -0.075374
7 N 0.736416
8 O -0.437208
9 O -0.440802
10 C 0.407835
11 N -0.473457
12 N -0.345754
13 N 0.058576
14 C 0.105361
15 C -0.083613
16 C -0.267885
17 C 0.470575
18 C -0.285413
19 C -0.027869
20 C 0.429892
21 O -0.659039
22 H 0.156660
23 H 0.145120
24 H 0.145737
25 H 0.115295
26 H 0.151123
27 H 0.099835
28 H 0.034665
29 H -0.092362
30 H 0.308257
31 N -0.559840
32 C 0.325945
33 C -0.053150
34 C -0.130547
35 C -0.246045
36 C 0.349757
37 C -0.324892
38 C 0.047594
39 N -0.277389
40 C 0.038060
41 C 0.082813
42 H 0.107567
43 H 0.136487
44 H 0.052276
45 H 0.156100
46 H 0.012446
47 H 0.013934
48 H 0.064599
49 H 0.003397
50 H 0.006324
51 H 0.048572
52 H 0.006668
107

Cargas do isômero trans do corante azo-azometino (em solvente aquoso)

#CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) pop=chelpg SCRF(PCM,Solvent=Water) density=current

Center Number Atom ESP charges


1 C -0.010366
2 C -0.084192
3 C -0.120620
4 C 0.380462
5 C -0.210187
6 C -0.047608
7 N 0.804359
8 O -0.490331
9 O -0.488090
10 C 0.482165
11 N -0.563841
12 N -0.378911
13 N 0.109267
14 C 0.064157
15 C -0.085039
16 C -0.282273
17 C 0.512352
18 C -0.323436
19 C 0.003252
20 C 0.412425
21 O -0.712020
22 H 0.171278
23 H 0.161548
24 H 0.158002
25 H 0.139797
26 H 0.162310
27 H 0.086369
28 H 0.047797
29 H -0.063370
30 H 0.327206
31 N -0.646786
32 C 0.355827
33 C -0.083128
34 C -0.128966
35 C -0.273505
36 C 0.376726
37 C -0.350543
38 C 0.038362
39 N -0.293093
40 C 0.021944
41 C 0.107026
42 H 0.122569
43 H 0.151976
44 H 0.052750
45 H 0.172893
46 H 0.024341
47 H 0.023455
48 H 0.080838
49 H 0.002719
50 H 0.003724
51 H 0.055995
52 H 0.022411
108

Parâmetros clássicos (ε e σ) para o potencial de interação do isômero cis do corante azo-


azometino. Os valores foram extraídos do campo de força OPLS-AA (PRANATA;
WIERSCHKE; JORGENSEN, 1991).

Center Number Atomic Number ε, kcal.mol–1 σ, Å


1 6 0.0700 3.5500
2 6 0.0760 3.5500
3 6 0.0760 3.5500
4 6 0.0700 3.5500
5 6 0.0760 3.5500
6 6 0.0760 3.5500
7 7 0.1200 3.2500
8 8 0.1700 2.9600
9 8 0.1700 2.9600
10 6 0.0660 3.3000
11 7 0.1700 3.2000
12 7 0.1700 3.2500
13 7 0.1700 3.2500
14 6 0.0700 3.5500
15 6 0.0760 3.5500
16 6 0.0760 3.5500
17 6 0.0700 3.5500
18 6 0.0760 3.5500
19 6 0.0760 3.5500
20 6 0.0660 3.5000
21 8 0.1700 3.1200
22 1 0.0300 2.4200
23 1 0.0300 2.4200
24 1 0.0300 2.4200
25 1 0.0300 2.4200
26 1 0.0300 2.4200
27 1 0.0300 2.4200
28 1 0.0300 2.5000
29 1 0.0300 2.5000
30 1 0.0000 0.0000
31 7 0.1700 3.2500
32 6 0.0700 3.5500
33 6 0.0760 3.5500
34 6 0.0760 3.5500
35 6 0.0760 3.5500
36 6 0.0700 3.5500
37 6 0.0760 3.5500
38 6 0.0760 3.5500
39 7 0.1700 3.3000
40 6 0.0660 3.5000
41 6 0.0660 3.5000
42 1 0.0300 2.4200
43 1 0.0300 2.4200
44 1 0.0300 2.4200
45 1 0.0300 2.4200
46 1 0.0300 2.5000
47 1 0.0300 2.5000
48 1 0.0300 2.5000
49 1 0.0300 2.5000
50 1 0.0300 2.5000
51 1 0.0300 2.5000
52 1 0.0300 2.5000
109

Parâmetros clássicos (ε e σ) para o potencial de interação do isômero trans do corante


azo-azometino. Os valores foram extraídos do campo de força OPLS-AA (PRANATA;
WIERSCHKE; JORGENSEN, 1991).

Center Number Atomic Number ε, kcal.mol–1 σ, Å


1 6 0.0700 3.5500
2 6 0.0760 3.5500
3 6 0.0760 3.5500
4 6 0.0700 3.5500
5 6 0.0760 3.5500
6 6 0.0760 3.5500
7 7 0.1200 3.2500
8 8 0.1700 2.9600
9 8 0.1700 2.9600
10 6 0.0660 3.3000
11 7 0.1700 3.2000
12 7 0.1700 3.2500
13 7 0.1700 3.2500
14 6 0.0700 3.5500
15 6 0.0760 3.5500
16 6 0.0760 3.5500
17 6 0.0700 3.5500
18 6 0.0760 3.5500
19 6 0.0760 3.5500
20 6 0.0660 3.5000
21 8 0.1700 3.1200
22 1 0.0300 2.4200
23 1 0.0300 2.4200
24 1 0.0300 2.4200
25 1 0.0300 2.4200
26 1 0.0300 2.4200
27 1 0.0300 2.4200
28 1 0.0300 2.5000
29 1 0.0300 2.5000
30 1 0.0000 0.0000
31 7 0.1700 3.2500
32 6 0.0700 3.5500
33 6 0.0760 3.5500
34 6 0.0760 3.5500
35 6 0.0760 3.5500
36 6 0.0700 3.5500
37 6 0.0760 3.5500
38 6 0.0760 3.5500
39 7 0.1700 3.3000
40 6 0.0660 3.5000
41 6 0.0660 3.5000
42 1 0.0300 2.4200
43 1 0.0300 2.4200
44 1 0.0300 2.4200
45 1 0.0300 2.4200
46 1 0.0300 2.5000
47 1 0.0300 2.5000
48 1 0.0300 2.5000
49 1 0.0300 2.5000
50 1 0.0300 2.5000
51 1 0.0300 2.5000
52 1 0.0300 2.5000
110

APÊNDICE B – ARTIGOS PUBLICADOS


Journal of Molecular Structure 1227 (2021) 129423

Contents lists available at ScienceDirect

Journal of Molecular Structure


journal homepage: www.elsevier.com/locate/molstr

Experimental and theoretical spectroscopic characterization, NLO


response, and reactivity of the pharmacological agent spilanthol and
analogues
Antonio Raiole, Mayra Pinheiroe, Ezequiel Belo a, Antonio R. da Cunha b,
Andrey M.R. Marinho c, Simone Y.S. Silva d, Sebastião C. Silva d, Tarciso Andrade-Filho d,
Rodrigo Gester d,∗
a
Faculdade de Engenharia Mecânica, Campus Universitário de Tucuruí, Universidade Federal do Pará, Tucurui-Pa, 68464-000, Brazil
b
Universidade Federal do Maranhão, UFMA, Campus Balsas, CEP, Maranhão, 65800-000 Brazil
c
Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Exatas e Naturais, Programa de Pós-graduação em Química, Rua Augusto Corrêa, 01 - Guamá, Belém
66075-110, Pará, Brazil
d
Instituto de Ciências Exatas, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá-PA, 68507-590, Brazil
e
Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá-PA, 68507-590, Brazil

a r t i c l e i n f o a b s t r a c t

Article history: Spilanthol is the most abundant pharmacologic agent present in Acmella oleracea, a popular Amazonian
Received 20 June 2020 plant usually called as Jambu. We performed an experimental and theoretical investigation on several
Revised 15 September 2020
electronic properties connected to the molecular structure of spilanthol (S1) and the other two analogs
Accepted 7 October 2020
(S2 and S3). Our FT-IR analysis is not conclusive but suggests the existence of a resonance structure that
Available online 8 October 2020
oscillates between the NH = C - O to the NH - C = O conformations involving the amide nitrogen and
Keywords: carbon atom of the carbonyl group. We confirmed this proposal for all alkylamides by using appropri-
FT-IR ate DFT/6-311++G(d,p) level of theory and confirmed that the NH = C - O enters with greater width.
UV–Vis Our analysis also shows that the UV–vis spectra are strongly affected by the number of C ≡ C bonds,
NLO and suffer an uncommon blue shift from S1 to the S3 structure. Our nonlinear optical (NLO) investiga-
TD-DFT tion based on DFT methods shows that the chromophores could have some use in optoelectronic due
to they present second-hyperpolarizability of ∼ 72 × 10−36 esu, in competition with urea, PNA, and some
chalcones. The analysis of the global reactive descriptors shows that spilanthol and its two analogs are
classified as strong electrophilic chromophores with ω > 1.5 eV. However, the systematic inclusion of the
C ≡ C bonds from S1 to S3 turns the system less nucleophile. While spilanthol is a strong nucleophile
with N > 3.0 eV, the remaining S2 and S3 chromophores can be classified as moderate nucleophilic sys-
tems with 2.0 ≤ N ≤ 3.0 eV. These results suggest that S2 and S3 molecules have great potential as
pharmacological agents.
© 2020 Elsevier B.V. All rights reserved.

1. Introduction But in the last three decades, spilanthol has been also success-
fully tested as anti-inflammatory compound [3], anticancer drug
According to the Proceedings of the Brazilian Academy of Sci- [4], and against microorganisms, such as fungi [5], larvae [6], and
ences, about 30% of the global medicine comes directly from nat- bacterium [7]. Due to its pharmacological relevance, spilanthol and
ural products extracted from plants [1]. Within these conditions, analogs have been systematically synthesized [8–10] and isolated
spilanthol (Fig. 1 a) arises as an interesting example. This chro- from Acmella oleracea [11]. However, there are some structural and
mophore is an active ingredient originally extracted from Acmella biological open questions concerning spilanthol and its derivatives.
oleracea, a native Amazonian plant popularly known as jambu. For instance, although the first 1 H and 13 C NMR results for spi-
When consumed as food, jambu causes a sensation of numbness lanthol date back from three decades, few works discuss how the
in the mouth, which has inspired its use as an analgesic drug [2]. environment alters either structural and thermochemical parame-
ters of the title compound [12], as well the role of the solvent in
∗ extraction processes [13]. Besides, other relevant physicochemical
Corresponding author.
E-mail address: gester@unifesspa.edu.br (R. Gester). properties remain completely undisclosed. As an example, one can

https://doi.org/10.1016/j.molstruc.2020.129423
0022-2860/© 2020 Elsevier B.V. All rights reserved.
A. Raiol, M. Pinheiro, E. Belo et al. Journal of Molecular Structure 1227 (2021) 129423

perimental and quantum chemical techniques. In addition to the


title compound (S1), we work with two other analogs showed
in Fig. 1). While S2 was recently synthesized and tested as an
anesthetic drug [8], S3 was extracted from Acmella oleracea and
designated as a pesticidal agent. Our investigation reveals that
the spilanthol molecule suffers a structural resonance effect that
affects its molecular structure. For instance, one expects a sin-
gle (N-C) bond connecting both amide N and carbonyl C. How-
ever, our experimental FT-IR data are inconclusive and suggest that
the system can resonate between HN-C= O and HN=C-O struc-
tures. Throughout a careful DFT analysis of the molecular struc-
ture of spilanthol, we confirm this effect of resonance, explaining
its origins, besides showing that all spilanthol analogs suffer such
effect.
In addition to exposed above, the S2 and S3 molecules dif-
fer from S1 by one and two C ≡ C bonds, respectively. Our ex-
amination shows that these structural features bring severe con-
sequences for the optical response of the materials and to their
chemical reactivity. From S1 for S3, the systematic inclusion of
C ≡ C bonds causes a blue shift in the UV–vis spectra. Moreover,
our results suggest that spilanthol and analogs should have NLO
coefficients comparable to those found for urea, PNA, and some
chalcones, which are materials with recognized applications in op-
toelectronics.
Finally, as spilanthol and analogs present potential biological
Fig. 1. From the top to the bottom, the structure of spilanthol (S1) and the other activity, we performed a detailed discussion of their chemical reac-
two analogs (S2 and S3), as well the atomic labels used in the structural character- tivity. Our results show that the presence of alkene groups makes
ization. the investigated systems nucleophiles moderately. In contradiction,
this effect improves the acidity and electrophilicity (ω), in addition
to classify these chromophores as strong electrophiles with ω > 1.5
cite the optical behavior and the reactivity of such organic chro- eV.
mophores.
Nonlinear optical materials (NLO) make it possible to build a
variety of optoelectronic and photonic devices [14,15]. These in-
2. Methodology
clude solar cells, which generate electrical currents when subjected
to light, and light-emitting diodes (LEDs), which operate in re-
2.1. Experimental details
verse, emitting light when passed through an electronic current.
However, these are just two applications listed for such materi-
Obtaining spilanthol
als. Since part of the information propagates at the speed limit of
The process of the extraction of spilanthol from the hy-
light (3.0 × 108 m/s), NLO circuits are faster than ordinary elec-
droethanolic extract of dry inflorescences of Acmella oleracea has
tronic components. For these reasons, one has used NLO materials
been described by Pinheiro et al. [12]. Afterward, we subject
in telecommunications [16] and in fiber optic and sensor projects
12.0 mg of the extract to chromatographic fractionation procedure
[17,18].
using SPE-edTM C18 cartridge coupled to the central vacuum sys-
In this scenario, organic chromophores gain special importance
tem (manifold). At this stage, we elute the sample in five fractions:
because their NLO response can be favorably increased throughout
MeOH / H2 O (90%), MeOH / H2 O (70%), MeOH / H2 O (50%), MeOH
the chemical synthesis and their upper break limit when exposed
(100%), and Dichloromethane (100%), with a volume of 1.0 mL for
to high-powered lasers, which are higher than those found for in-
each system. Soon after, we analyze the fractions by an Ultimate
organic materials.
30 0 0 Dionex chromatographic system, using a 250 mm × 4.6 mm
In addition to the optical response of a material, other critical
Acclaim®120 RP-C18 analytical column, 5 μm particle size and 120
properties require attention if one wishes to map the entire use of
Åpore size. We carried out the elution isocraticly with 35% ultra-
a chromophore. Chemical reactivity is one of these properties, and
pure water (solvent A) and 65% acetonitrile (solvent B). Posteriorly,
pharmacies are of particular interest. For example, when a xeno-
we use a column temperature at 30 ◦ C and the flow at 1.0 mg/mL.
biotic electrophile interacts with proteins, it is possible to obtain
Concerning the data collection, we carried out this task by using
an immune response or a desired cellular toxicity. However, when
a version 6.80 of the Chromeleon software. Finally, we applied the
such interactions occur with nucleic acids, one can obtain a genetic
fraction 04 (2.0 mg) (MeOH 100%) to spectroscopic FT-IR and UV–
mutation or even a carcinogenic procedure. Furthermore, before
vis analysis.
carrying out any biological assay to determine the biological activ-
ity of a metabolic, it is imperative to evaluate its reactivity. In such
a context, the quantum chemical reactivity descriptors (QCRD) has
great importance. These parameters associate the energies of the Obtaining the spectra
boundary molecular orbitals with the reactivity of a chromophore We obtain the FT-IR spectrum using an Agilent®CARY 630 de-
that can be obtained through the analysis of the electronic struc- vice with attenuated reflectance (ART) in the absorption region be-
ture of the material through the Density Functional Theory (DFT) tween 600 and 4000 cm−1 . One obtains the UV–vis spectrum for
[19,20], or even simple semi-empirical methods. a spectral range between 210 to 254 nm on HPLC-PAD equipment
To better understand the undisclosed properties of spilanthol (DIONEX, Ultimate 30 0 0) using the Chromeleon software (Version
and analogs, we performed a systematic investigation based on ex- 6.80) with an acquisition frequency of 10 Hz, for data acquisition.

2
A. Raiol, M. Pinheiro, E. Belo et al. Journal of Molecular Structure 1227 (2021) 129423

2.2. Theoretical details

To obtain consistent molecular geometries is the first and most


important stage in a quantum mechanical description of a molec-
ular system. Based on previous performances [12], we obtained
the corresponding structures for spilanthol and analogues coupling
the B3LYP functional [21,22] to the standard 6–311++G(d,p) basis
set [23] and using the polarizable continuum model (PCM) [24] to
simulate the chloroform solvent. Subsequently, we perform an in-
vestigation of the IR and UV–vis spectra, and the NLO response and
reactive properties of the chromophores. For these stages, we per-
formed all calculations of quantum mechanics using the Gaussian
09 program [25].
The NLO effects arise when the high power light interacts with
the matter. In such a case, the total dipole moment can be ex-
pressed in a series such as

x,y,z
1 
x,y,z
1 
x,y,z
μi = μ0i + αi j E j + βi jk E j Ek + γi jkl E j Ek El + . . . (1)
2! 3!
j j,k j,k,l

In this equation μ0 is the permanent dipole moment given by



μ0 = μ2x + μ2y + μ2z . (2)

The following parameter is the dipole polarizability (α ), a ten-


sor of rank 2, which the diagonal components might be combined
to give the isotropic contribution (α iso )
1
αiso = (αxx + αyy + αzz ). (3)
3
The first-hyperpolarizability (β ) is a rank 3 tensor with twenty-
seven components. However, the use of appropriate Kleinman’s Fig. 2. The Experimental and DFT infrared spectra obtained for S1 (spilanthol), S2,
symmetry (βi jk = βki j = β jki ) can reduce this number to only ten and S3 alkylamides. The theoretical data are obtained for the B3LYP/6-311++G(d,p)
independent components [26]. Within such formalism, it is possi- Hamiltonian.
ble to write the total first-hyperpolarizability as

βtotal = βx2 + βy2 + βz2 , (4)
ω = μ2 / 2 η . (14)
with The maximum number of electrons (Nmax ) that a system
βx = βxxx + βxyy + βxzz (5) can obtain, electro-accepting power (ω+ ), electron-donating power
(ω− ) are calculated as:

βy = βyyy + βxxy + βyzz μ


(6) Nmax = − (15)
η
βz = βzzz + βxxz + βyyz . (7) ω+ = (I + 3A )2 /16(I − A ) (16)
Finally, the second-hyperpolarizability (γ ) is responsible for the
third harmonic generation, and usually, one represents this quan- ω− = (3I + A )2 /16(I − A ) (17)
tity by its mean value defined as:
For the nucleophilicity (N) index, we adopt an empirical scale
1 developed for closed-shell systems based on the HOMO energies,
γ  = [γxxxx + γyyyy + γzzzz + 2(γxxyy + γxxzz + γyyzz )]. (8)
5 defined as [27]
Regarding the reactivity parameters: chemical potential (μ), N = ENucleophile − ETCE . (18)
electronegativity (χ ), global hardness (η), ionization potential (I),
electron affinity (A), chemical softness (S), and electrophilicity (ω), The reference is the tetracyanothylene (TCE) molecule, which was
they are calculated as follows [20]: also obtained within the B3LYP/6-311++G(d,p) formalism with ap-
propriate solvent environment also represented by the PCM.
μ = (EHOMO + ELUMO )/2 = −χ (9)
3. Results and discussions
η = (ELUMO − EHOMO )/2 (10)
3.1. Infrared spectra interpretation
I = −EHOMO (11)
Now we present a careful analysis of the infrared (IR) spectra
of the assigned molecules. To do so, Table 1 presents and classifies
A = −ELUMO (12) the vibrational modes obtained for the three chromophores inves-
tigated, and for spilanthol, Fig. 2 compares either for the experi-
S = 1/2η (13) mental FT-IR spectra, and the B3LYP/6-311++G(d,p) level of theory.

3
A. Raiol, M. Pinheiro, E. Belo et al. Journal of Molecular Structure 1227 (2021) 129423

Table 1
Modes assignment for spilanthol (S1), and its analogs S2 and S3. All values of frequencies are in cm−1 . The theoretical results are
calculated using the B3LYP/6-311++G(d,p) level of theory.

S1 Exp. S1 Theo. S2 Theo. S3 Theo. Vibrational Modes

3294 (br) 3640 (w) 3639 (w) 3639 (w) υ (N-H)


- - - 3477 (m) υS (C-H) acetylenic end group
3018 (vw), 3130 (w) 3117(vw), 3142 (w) 3116, 3144 (vw) 3127, 3137 (vw) υS (C-H) unsaturated carbon
2960 (w) 3077, 3089 (m) 3077,3088 (m) 3077, 3088 (m) υAS (C-H) methyl
2923 (m) 3035 (w) 3035 (w) 3035 (w) υAS (C-H) methylene, υ (C-H) methine
2877 (w) 3008 (w) 3010, 3021 (w) 3008 (w) υS (C-H) methyl
2852 (w) - - - υS (C-H) methylene
- - 2320 (vw) 2340 (w) υ (C ≡ C)
- - - 2158 (vw) υ (C ≡ C)
1722 (br) 1735 (m) 1736 (m) 1736 (m) υ (C= O) Amide I
1669, 1625 (m) 1692 (m) 1694 (m) 1693 (m) υ (C= C) Cis and Trans Alkene
1548 (m) 1536 (s) 1535 (s) 1535 (s) δ ip (NH) Amide II
1466 (m) 1490 (vw) 1489 (vw) 1504 (vw) δ AS (CH3 )
1440 (m) 1469 (vw) 1470 (vw) 1470 (vw) δ ip (CH2 ) scissoring
1376 (w) - - - δ S (CH3 ) umbrella mode
- -_ - 1378 (w) ω(CH2 )
1335 (w) 1353 (vw) 1354 (w) 1357 (vw) δ ip (CH) bending methine
- - 1324 (w) - δ ip (CH) bending alkene
- 1297 (w) 1297, 1305 (w) 1297, 1303 (m) τ (CH2 )
1277 (w) 1264 (w) - 1269 (w) τ (CH2 ), ω(CH2 )
1233 (br) 1224 (m) 1225 (m) 1217 (m) δ ip (NH) Amide III
- 1193 (w) 1185 (vw) - τ (CH2 )
1154 (w) - - 1159 (w) τ (CH2 )
1042 (m) 1021 (vw) 1030 (vw) 1019 (vw) δ op (CH) cis and trans-alkene
- 998 (w) 982 (w) 1008, 991 (vw) δ op (CH) trans-alkene
977 (m) 975 (vw) - - δ op (CH) cis and trans-alkene
946 (w) 937 (vw) 940 (vw) - δ AS (CH3 ) gem-methyl
922 (w) - - - δ op (CH) trans-alkene
817 (w) - - - δ op (CH) gem-methyl
- - - 656 (m) ω(CH) acetylenic end
- 444 (vw) 437 (w) 442 (vw) δ op (NH)
- 401, 411 (vw) 409 (vw) 406 (vw) δ op (NH)
- - 363 (vw) 386 (vw) δ op (NH)
- 276 (vw) - 271 (vw) Skeletal

υ = stretching, ω = wagging, τ = twisting, δ = bending, br = broad, AS = asymmetric, S = symmetric, ip = in-plane, op = out of
plane.

The assignment of vibrational modes in the infrared (IR) spec- Also, both spilanthols analog S2 and S3 in-plane deformations
tra of the target molecules in this work has been done by com- on double C= C and triple C ≡ C bonds at 550 cm−1 are very weak.
paring the theoretical and experimental spectra for spilantol, and One may associate the low intensity of vibrations related to dou-
S2 and S3 analogs using DFT theoretical data. According to the ble and triple bonds in the simulation with the hindering bending
rule of thumb, a non-linear molecule that holds N atoms has 3N − of stiffer double and triple bonds such that a negligible change in
6 vibrational degrees of freedom so that spilanthol (S1), which dipole moment may occur, turning out the mode very weak in the
holds 39 atoms, has 111 vibrational modes. Similarly, its analogs infrared spectrum.
S2, and S3 which hold 37 atoms and 38 atoms, have 105 vibra- The S3 compound shows at ~ 650 cm−1 , a mode of medium in-
tions and 108 vibrations, respectively. From the local symmetry tensity comes from the characteristic wagging of CH bond on the
of each molecular moiety, and the atoms which compose it, and acetylenic group ( ≡ CH). The appearance of such mode in the the-
the character of the chemical bonds (single, double, triple, reso- oretical IR spectrum shows that the S3 molecule has an acetylenic
nant, etc.), we may identify a fraction of those vibrational modes terminal. This statement is confirmed by the blue shift observed
belonging to analyzed molecules. Furthermore, even though ac- in the UV–vis spectra of the compounds. Analogs S2 and S3 have
tive, these modes may show intensities extremely weak such that one and two carbon-carbon triple bonds, respectively. Those bonds
they are difficult to observe on the experimental spectra (Fig. 2). decrease the conjugation length for those molecules compared to
Therefore, we will focus on vibrational modes whose assignment spilanthol so that the absorption peaks shift towards shorter wave-
allows us to obtain information about the molecular structure lengths. Therefore, λpeak (S1) > λpeak (S2) > λpeak (S3) as seen
from each compound. For instance, the three compounds have from Fig. 6. For S1 molecule, a medium intensity mode due to
a secondary amide moiety, that is, the nitrogen atom has only bending out-of-plane of CH on the cis-alkene moiety is located
one chemical bond to hydrogen. Thus, we expect to find finger- at 748 cm−1 for simulated spectra and 718 cm−1 for experimental
prints for stretching motions of the NH bond [28]. In the low one. In general, a characteristic methylene rocking vibration of long
wavenumber region (below 500 cm−1 ), there are modes coming aliphatic chains (CH2 )n (n ≥ 3) rises in the range 700 − 750 cm−1
from motions of the entire molecule known as skeletal vibra- [28], however, for spilanthol’s analog S3 which possess n = 4 there
tions and some fingerprints bands of certain moieties. They pro- is no mode with relevant intensity in its simulated spectrum. The
vide information concerning the molecular conformations, such theoretical spectrum for S2 shows no relevant mode in this range.
as in-plane and out-of-plane deformations of the CH bonds on Above 800 cm−1 , there are a fewer amount of weak peaks
methyl (CH3 ), methylene (CH2 ) and amine (NH) groups. In partic- whose origin is a mix-up CH bendings on the gem-methyl group,
ular, for both spilanthols analogue S2 and S3 one finds a strong mainly at the isobutyl terminal group ~ 875 cm−1 , also on the
contribution from bending on the carbon-carbon double and triple cis-alkene for spilanthol. Around 940 cm−1 , it is possible to as-
bonds. sign CH bonds asymmetric deformations in the gem-methyl group

4
A. Raiol, M. Pinheiro, E. Belo et al. Journal of Molecular Structure 1227 (2021) 129423

at the terminal isobutyl CH-(CH3 )2 moiety for spilanthol and its thols experimental spectrum at 1548 cm−1 exhibiting a medium
analog S2. In the spilanthols experimental spectrum, these bands intensity.
appear at 817 cm−1 and 946 cm−1 , respectively. Compound S3 has Above 1600 cm−1 , one finds stretching of the C= C double bond
a different vibrational signature, even though the terminal isobutyl at 1690 cm−1 and carbonyl stretching C= O at 1735 cm−1 , also
group is present, only the mode ~ 912 cm−1 because of CH twist- known as amide I. Such vibrations are remarkable characteristics
ing of methylene group chain is observed in the spectrum. Bands of the analyzed compounds. Both modes can be observed in the
about 10 0 0 ± 20 cm−1 are related to out-of-plane bendings experimental spectrum: stretching of the C= C at 1622 cm−1 and
on the CH unsaturated carbons (cis and trans) for all compounds, 1669 cm−1 as doublet for cis and trans alkene moieties and at
these vibrational bands are observed in the experimental spectrum 1722 cm−1 for Amide I mode. Beyond 20 0 0 cm−1 , we can identify
of S1 possesses two prominent modes, and similar to the theoret- the triple bond C ≡ C modes. Here only spilanthol’s analog S2 and
ical results obtained for S1, S2, and S3. All compounds have moi- S3 exhibit these vibrations. For S2, which has only one triple bond,
eties of unsaturated carbon in their structures, though spilanthol it gives rise to an extremely low-intensity mode at 2320 cm−1 . For
has a length of conjugation (alternating double and single bonds), S3, two triple bonds are present so that two modes are identified
which allows us to observe both in the IR (modes for cis and trans at 2158 cm−1 and 2340 cm−1 . Those vibrations are evidence of the
double bonds) and in the UV–vis spectrum as mentioned above. presence of triple bonds in compounds S2 and S3.
We identify characteristic vibrations of the double and triple Above 2800 cm−1 , we identify modes related to the stretch-
bonds along with amide moiety. Between 1100 cm−1 and ing of carbon and hydrogen and nitrogen and hydrogen. Around
1250 cm−1 , we can readily observe four modes: a weak at 3010 cm−1 , all molecules possess a moderate intensity stretch-
1159 cm−1 because of mostly twisting CH2 this peak appears only ing band of CH on the methyl group. It is worth noting that very
for S3 in the simulated IR spectra; for all molecules, we observe a close to are vibrations belonging to the methine group from the
weak doublet at 1155 cm−1 and 1190 cm−1 , except S3 which pos- isobutyl moiety. One locates this vibration at 3035 cm−1 on spec-
sesses only one. These vibrations come from a mix of twisting CH2 tra of spilanthol and its analogs S2 and S3. According to the theo-
plus in-plane bending of NH plus in-plane bending of CH on the retical spectra, one can identify the CH asymmetric stretching of a
unsaturated carbon. methylene group at around 3055 cm−1 . However, these vibrations
The medium intensity mode at ~ 1220 cm−1 results from in- are relatively weak, and they are overlapped by an intense methyl
plane bending of NH plus in-plane bending of CH on the unsatu- stretching.
rated carbon near amide group. The in-plane bending of NH, the At ~ 3077 cm−1 and ~ 3088 cm−1 a doublet from asymmetric
most intense peak out of the three mentioned above, is known as stretching of methyl is found for all molecules. Above 3100 cm−1 ,
Amide III [29], evidence of the presence amide functional group. the modes are assigned as out-of-phase and in-phase stretching of
The experimental spectra for S1 the Amide III band are broad and CH from the cis-alkene group in spilanthol. These vibrations are
medium intensity. These features show a greater similarity be- located at 3117 cm−1 and 3142 cm−1 , respectively. For S2, such
tween spilanthol and S2 than the S3 analog. vibrations are in the same positions, and for S3, one observes a
About ~ 1300 cm−1 occurs a doublet related to a twisting for slight red shift on these vibrations and less intense in comparison
CH2 for all compounds. From 1350 cm−1 to 1500 cm−1 there are a to spilanthol. A possible explanation suggests that spilanthol has a
set of very weak peaks, most associated to the symmetric deforma- greater number of CH bonds on the alkenes groups.
tion of the CH3 methyl group known as umbrella mode [28] which Finally, at 3477 cm−1 , we identify a mode of moderate-intensity
lies on this region of the IR spectra of all simulated molecules of ≡ CH stretching for the acetylenic terminal group from the S3
also for spilanthols experimental one located at 1376 cm−1 . One molecule. The weak mode related to the stretching of the NH bond
finds an exception to the S3 molecule whose prominent mode at appears at 3640 cm−1 . This vibration is typical for all the studied
1378 cm−1 is related to the wagging of the methylene groups on compounds indicating the presence of the amide functional group.
the aliphatic chain moiety [29]. Above 1400 cm−1 , three types of The experimental results in the stretching region of carbon-
vibrations are characteristic for spilanthol and its analogs. They hydrogen and nitrogen-hydrogen bonds for spilanthol S1 show a
are the umbrella mode of the methyl group (up to 1420 cm−1 ) moderate shift for all vibrations in this wavenumber range con-
and two scissoring modes of methylene with relatively weak in- cerning to the simulated results. This shift may be explained be-
tensities (1450 cm−1 to 1490 cm−1 ) and the asymmetric defor- cause one calculates the theoretical IR spectrum at gas-phase,
mation of methyl (from 1460 cm−1 to 1500 cm−1 ). These modes whereas one obtains experimental spectra in solution. Thus, these
might be from medium to weak intensity in aliphatic hydrocar- motions may suffer shifts due to the solvent interactions since C-H
bons. However, the presence of the amide group gives rise to the and N-H stretching modes are quite sensitive to the chemical en-
most intense peak observed on the IR spectra for spilanthol and vironment [30].
its analogs. Such a mode is known as amide II, an in-plane bend-
ing of the NH bond located at 1535 cm−1 . The very strong in- 3.2. DFT Interpretation of the molecular structure
tensity observed in the theoretical spectra of this vibration stems
from that both nitrogen in the amine functional group and oxy- To verify the structural resonance pointed our for the FT-IR ap-
gen in the carbonyl group contains a non-bonding electrons pair paratus, we performed a DFT-based investigation of the molecular
that is in a p-type orbital which lies above the plane of the amide structure. Fig. 3 presents the angles and bond lengths necessary for
group. Such electrons can undergo a conjugation effect, allowing this analysis. From this picture, one can realize that all bonds and
them to hop along the C-N bond [28]. Such angle variation in the angles common for the three chromophores do not present signif-
vibrational motion promotes a changing of the electric dipole re- icant differences. For instance, our calculations estimate a value of
lated to the NH bond. Another spectroscopic effect of the conjuga- 1.008 Å for the r(N-H) bond. This value is in good agreement with
tion is to reduce the wavenumber associated with stretching the those found in the literature (1.01 Å) [31] and is invariant concern-
carbonyl group on the amide moiety compared to other molecu- ing all alkylamides.
lar groups such as ketones and esters. Chemically, the C-N bond In contrast to exposed above, our results show that the r(N-R)
becomes more rigid than usual, and to some extent, has a dou- bond length (1.458 Å for all molecules) is overestimated compared
ble bond character. The stretching of the C-N bond contributes to the average value of 1.43 Å normally reported for a simple r(N-
slightly to the 1535 cm−1 mode because of the increase of the C) bond [32]. This is the first evidence of the structural resonance
bond stiffness [28,29]. The amide II band appears in the spilan- in the current alkylamides. Such an effect becomes more clear

5
A. Raiol, M. Pinheiro, E. Belo et al. Journal of Molecular Structure 1227 (2021) 129423

Table 2
The main torsion angles (Degree) obtained for spilanthol and
analogs. All values are in degree and are obtained at B3YP/6-
311++G(d,p) level of theory in chloroform using the Polarizable-
Continuum Model. The definitions are ω1 (C1,N,C1’,C2’),
ω2 (C3,C4,C5,C6)ω3 (C6,C7,C8,C9), and ω4 (C5,C6,C7,C8).
S1 S2 S3

Torsion Angle Torsion Angle Torsion Angle

ω1 –91.1 ω1 90.3 ω1 –90.3


ω2 176.0 ω2 –178.7 ω2 178.2
ω3 179.8 - - ω4 –179.4

The effects of the resonance are also realized by analyzing the


bonding angles involving the nitrogen atom. When N completes
its electronic octet by performing a simple bond with H atoms,
one expects to observe an electronic tetrahedral arrangement with
107.3◦ , such as for ammonia (NH3 ) with its well known sp3 hy-
bridization. However, our calculations show the formation of a trig-
onal planar geometry with bonding angles closer to 120◦ , which is
a signature of sp2 orbitals. One can justify this structural conforma-
tion considering that the non-bonding nitrogens electrons become
bonding and promote a change in the nitrogen hybridization from
sp3 to sp2 [31].
The structural resonance has been widely discussed in chem-
istry [33–40]. Normally for amides, the energetic barrier is greater
if the system goes from the NH = C - O to the NH - C = O confor-
Fig. 3. Distances (blue color) and the bonding angles (black color) calculated at the mation [33,34]. As a consequence, NH = C - O structures contribute
B3LYP/6-311++G(d,p) level of theory for the chromophores S1, S2, and S3 in chloro- with a greater width for the resonance pattern. This discovery ex-
form using the Polarizable-Continuum Model (PCM). (For interpretation of the ref- plains why both υ (N-C) vibrational frequencies and r(N-CO) bond
erences to colour in this figure legend, the reader is referred to the web version of lengths obtained for spilanthol and derivatives present similar val-
this article.)
ues to those reported for N=CO bonds.
The remaining bonds and angles follow the expectations. For in-
stance, the C = O bond length (1.233 Å) is in agreement with the
average value of 1.23 Å described in the literature [32]. The lengths
of multiple bonds between carbons (C = C and C ≡ C) (Fig. 3b-f)
are under the average values reported for these kinds of connec-
tions, 1.34 Å (C = C) and 1.20 Å (C ≡ C), respectively [31,32]. The
values for the angles shown in Fig. 3b-d are upward of the value
of 120◦ expected for carbons with the sp2 hybridization proper of
ethylene groups. However, this disparity is because of groups that
are linked to acetylenic carbons. Larger groups have a greater an-
gular spacing due to the repulsion of their electronic clouds. The
connection angles shown in Fig. 3e-f (180◦ ) are in line with the
expected for carbons with sp hybridization.
Concerning the torsion angles, one knows that multiple connec-
tions (R=R and R ≡ R) are highly energetic, presenting lower flex-
ibility compared to simple R-R bonds [41–43], which can be more
affected by structural changes. However, as Table 2 shows for spi-
lanthol and analogs, these parameters present mild variance. For
instance, the absolute value of the torsion angle ω1 is ~ 90◦ but
differs only toward rotation. According to our results, ω1 is posi-
tive (clockwise) for S2 but assumes negative (anticlockwise) values
Fig. 4. The two possible resonant structures allowed for amides. In according with
for S1 and S3. The ω2 follows the same tendency. This angle has
the theory, the structures (a) and (b) contribute with different width for (c).
~ 180◦ as the absolute value, but it is negative for S2 and positive
for S1 and S3.
when one observes the r(N-C) bond formed between the amide ni- Finally, Table 2 also presents the values for ω3 (defined only for
trogen and the carbonyl group. These values are 1.363 Å for S1 and S1) and ω4 (defined for S4). These torsions occur respectively for
1.362 Å for S2 and S3, being closer to those usually reported for a 179.8◦ and −179.4◦ but with opposite angular directions.
double N= C bond formation (1.38 Å) [32]. These results show that
the structures of spilanthol and analogs are resonating between 3.3. The UV–vis spectra interpretation
the NH - C = O and NH = C - O structures shown in Fig. 4. This
effect occurs because the carbon atom loses part of its electronic We also available the effects of structural changes on the
density to the oxygen, which is more electronegative. As a result, electronic excitations from S1 to S3. Within this proposal,
the bond formed between the nitrogens electron pair and the car- Table 3 presents the wavelengths, excitations energy values, oscil-
bonyl group becomes more strong and shortens the r(N-C) bond. lator forces, and the contributing transitions corresponding to the

6
A. Raiol, M. Pinheiro, E. Belo et al. Journal of Molecular Structure 1227 (2021) 129423

Table 3
Wavelength (λ/nm), excitation energy (eV), oscillator strength (O.S.), and the respective contributing transition. All values are ob-
tained at the TD-DFT/6-311++G(d,p) level of theory using the Polarizable-Continuum Model (PCM) to simulate the chloroform envi-
ronment: –vis.

Complex Transition CAM-B3LYP B3LYP Exp.

λmax E O.S. Contribution λmax E O.S. Contribution

S1 S0 → S2 231.33 5.36 1.17 H → L+2 (78%) 240.33 5.16 1.01 H → L+1 (88%) 230
S0 → S4 211.63 5.86 0.26 H → L (48%) 229.04 5.41 0.21 H-1 → L (73%) 212
S2 S0 → S2 227.88 5.44 0.73 H → L+2 (57%) 236.70 5.24 0.60 H → L+1 (54%) -
S3 S0 → S2 206.37 6.01 0.96 H-2 → L (69%) 229.34 5.41 0.33 H → L (48%) -

Fig. 6. The experimental and theoretical UV–vis spectra obtained for S1 (spilan-
thol), S2, and S3 alkylamides in chloroform environment. The theoretical data were
obtained at the TDCAM-B3LYP/6-311++G(d,p) level of theory using the Polarizable-
Fig. 5. Molecular orbitals involved in the greater transition which characterizes the Continuum Model to simulate the solvent.
lowest energy band.

plexes. From Fig. 5, it is possible to note that all transitions have an


evident π → π ∗ symmetry. Moreover, for all molecules, the HOMO
absorption spectra of the three chromophores. For spilanthol, our
and LUMO share the same molecular region, which means that
experimental data indicate a strong absorption band in the UV–vis
the lowest π → π ∗ states do not involves intramolecular charge
region with a maximum of excitation at 230 nm. Following this
transfer. Concerning the molecular UV–vis spectra, Fig. 6 allows a
spectral line, our results register a second intense absorption that
relevant observation. According to our results, from S1 to S3, the
occurs at 212 nm.
maximum of absorption suffers evident blue shift and presents a
To better understand the nature of the electronic transitions in
reduction in its respective intensity.
spilanthol and derivatives, we used the standard B3LYP and CAM-
We also perform a TD-B3LYP investigation of the electronic ab-
B3LYP functionals. Our results present an excellent agreement be-
sorption spectra. Unfortunately, this functional underestimates the
tween theory and experiment. For instance, the time-dependent
electronic excitations, presenting a poor description of the experi-
(TD) framework applied to the CAM-B3LYP method indicates a
ment. Taking spilanthol as an example, the TD-B3LYP approxima-
maximum of absorption at 231.33 nm with an oscillator strength
tion suggests that the maximum of absorption should happen at
of 1.17. Moreover, this spectral line presents a HOMO → LUMO+2
240.33 nm, which is apart from the experimental value of 230 nm.
of 78% and π → π ∗ symmetry. The second and lower excitation
One finds similar results for the S2 and S3 molecules comparing
occurs at 211.63 nm, with a corresponding oscillator force of 0.26
CAM-B3LYP with the standard B3LYP method. These results bring
and a HOMO → LUMO contribution of 48%.
an important reflection. One of the propositions of this current
For the second chromophore, there are no experimental or the-
work is to obtain the QCRD for spilanthol and analogs, assigning
oretical reports for its absorption spectra. Our TDCAM-B3LYP re-
probable biological activities, as well as their nonlinear responses.
sults indicate that this complex present the lowest excitation band
However, just like the UV–vis spectra, such properties depend on
placed at 227.88 nm, which also occurs to HOMO → LUMO+2 (57%)
an accurate description of the electronic structure of the material.
with an oscillator force of 0.73.
Furthermore, at least for S1, S2, and S3 chromophores, the B3LYP
For the third spilanthol analog, our theoretical prediction points
is not an appropriate option.
out a strong absorption band localized at 206.37 nm with an oscil-
lator strength of 0.96 assigned to HOMO-2 → LUMO (69%).
Despite the absence of experimental data for S2 and S3, our 3.4. NLO Response
calculations correspond to the expectation. For alkenes, the π − π ∗
excitation occurs at around 175 nm [44]. However, for alkynes, this While the dipole moment and the dipolar polarizability are rel-
line is slightly shifted into higher energies and is realized around evant for structural chemistry, other electrical properties such as
170 nm [44]. the first and second hyperpolarizabilities (β and γ ) rule the NLO
Figs. 5 and 6 show the molecular orbitals involved in the elec- response of the material. As we have discussed in previous works,
tronic excitations, as well as the UV–vis spectra of the three com- such properties depend on environmental effects [45]. For exam-

7
A. Raiol, M. Pinheiro, E. Belo et al. Journal of Molecular Structure 1227 (2021) 129423

Table 4
Dipole moment (μ0 /D), dipolar polariz-
ability (α /10−24 esu), the first (β /10−30
esu) and second (γ /10−36 ) hyperpolarizabil-
ities calculated using the DFT/6-311++G(d,p)
level of the theory using the Polarizable-
Continuum Model to simulate the chloro-
form environment.

Property S1 S2 S3

μ0 4.50a 4.23a 4.02a


4.54b 4.29b 4.03b
4.52c 4.26c 4.02c
α iso 35.50a 34.68a 36.06a
34.40b 33.51b 34.83b
34.49c 33.59c 34.92c
β total 3.66a 1.27a 6.72a
3.06b 1.15b 4.92b
3.02c 1.09c 4.78c
γ 
69.57a 65.86a 71.55a Fig. 7. Relation (Eg ∝ β −1 ) between the energy-gap and the first-
48.16b 46.93b 49.47b hyperporlarizability for the S3 chromophore.
47.60c 46.57c 48.57c

For the labels, (a) B3LYP, (b) CAM-B3LYP,


and (c) ωB97XD. for the PNA molecule, which present a value of 6.27 × 10−36 esu
for γ  [49]. Compared to other NLO materials, spilanthol and
derivatives remain competitive. For instance, chalcone molecules
ple, from gaseous to the liquid conditions, the molecular dipole have presented values for γ , which varies from 79.31 × 10−36 esu
moment can be enlarged by ca. 40% [46,47]. For these reasons, our to 181.36 × 10−36 esu, depending on the substitutional group used
analysis accounts for the solvent contribution through the PCM, [49].
and Table 4 exposes these results in a chloroform environment. Relative to the performances of the DFT methods used, the
The chromophores present mild variance for the dipole mo- B3LYP approximation overestimates γ and mainly β tot when com-
ment. Spilanthol (S1) has the greatest dipole moment. For instance, pared with CAM-B3LYP and ωB97XD functionals. This effect arises
our B3LYP calculation estimates a dipole of 4.50 D. And while the for a single reason: the first-hyperpolarizability (β ) is inversely
second alkylamide (S2) presents an intermediary dipole (4.23 D), proportional to the energy-gap (Eg ), obeying the Eg ∝ β −1 rela-
the lowest value (4.02 D) is associated to the S3 molecule. More- tion [45,53]. One has recently discussed this property for Glycine
over, all DFT methods used present good accordance with each Glycinium Picrate and Glycinium Picrate compounds [54], inves-
other and show that the μ-scale is S1 > S2 > S3. tigated under similar DFT-based methods and experimental tech-
We realize that the dipolar polarizability is invariant concern- niques. One observes the same trend for coumarin appended chal-
ing to the chromophore and the DFT method used. All calculations cones [55] and for azo-dyes [45,53]. Furthermore, as B3LYP usu-
indicate that the isotropic polarizability (α iso ) should orbit around ally overestimates the HOMO energy, Eg is exaggerated. As a con-
34 × 10−24 esu when the system is immersed in chloroform. sequence, β is underestimated. Fig. 7 plots one of these relations
In comparison with the dipolar polarizability, the total first- for S3. From this picture, it is possible to realize that lower values
hyperpolarizability (β total ) presents a higher sensibility to struc- of Eg generates higher β , which shows the veracity of the Eg ∝ β −1
tural changes. Considering our ωB97XD results, the lowest NLO re- relation.
sponse (1.09 × 10−30 esu) belongs to the S2 molecule. In opposi-
tion, one associates the highest value (4.78 × 10−30 esu) with the 3.5. The reactivity descriptors
S3 chromophore. In other words, the growing β -scale is S2 < S1
< S3. For a candidate for a pharmacological agent, it is critically per-
In comparison with other NLO materials, spilanthol and analogs tinent to address all aspects related to its reactivity. With this goal,
presents some importance. For instance, the values of β total orga- Table 5 presents the quantum chemical reactivity descriptors of
nized in Table Table 4 for S3 are almost 10 times greater than those spilanthol and analogs obtained in chloroform solution. As we have
reported for urea (βtotal = 0.37 × 10−30 esu) [19,48]. Moreover, the discussed, these parameters depend on an accurate description of
NLO response of the chromophores are comparable to the values the frontier molecular orbitals and their energies. In comparison
estimated for PNA, which is a typical donor-acceptor compound with the other two functionals, B3LYP overestimates the HOMO
with NLO applications with β total estimated between 6.27 × 10−30 eigenvalues (Eg ), which compromises the prediction of the molecu-
esu [49] and 8.86 × 10−30 esu [50]. Chalcones comprehends other lar reactivity parameters. For instance, this functional estimates an
instructive system with a variety of NLO applications [50–52]. In ionization potential (I) of 6.12 eV for spilanthol molecule. However,
a recent series of reports, Muhammad and co-workers have pro- after applying the Coulomb Attenuation Method (CAM-B3LYP), this
posed a variety of chalcone derivatives with β total varying from value changes to 7.53 eV, in good accordance with 8.07 eV, which
6.73 × 10−30 esu to 128.51 × 10−30 esu [51]. These results for urea, is the ωB97XD estimation. However, although B3LYP presents low
PNA and some chalcones show that spilanthol and analogs could precision concerning the prediction of the global reactivity descrip-
be useful for NLO applications. tors, this functional corroborates the behavior obtained using the
For the second-hyperpolarizability (γ ), the chromophores improved CAM-B3LYP and ωB97XD functionals, showing the grow-
present similar behavior. Although these coefficients also obey the ing order: S1 < S2 < S3. The same tendency is realized for the
growing γ -scale, S2 < S1 < S3, the values found are very close electronic affinity (A).
to each other. For instance, considering the ωB97XD calculations, The chemical softness might estimate the reactivity of a molec-
the spilanthol presents a coefficient of 47.60 × 10−36 esu, while S2 ular system (S), which is a property that determines how much
and S3 point out values of 46.57 × 10−36 esu and 48.57 × 10−36 the electronic density of a system can be polarized. In theory,
esu, respectively. This NLO response is superior to that estimated greater values of chemical softness indicate greater reactivity. From

8
A. Raiol, M. Pinheiro, E. Belo et al. Journal of Molecular Structure 1227 (2021) 129423

Table 5 responding levels), which causes that electrons in s-type orbitals


Reactivity descriptors calculated for the studied alky-
to become closer to the nuclei than electrons populating p orbitals
lamides using different DFT/6-311++G(d,p) approxima-
tions and the Polarizable-Continuum Model to simulate [41–43]. With hybridized orbitals, the increase in the s character
the chloroform environment. (sp3 < sp2 < sp) promotes greater electron-nucleus approximation,
which reflects in an increase in the electronegativity.
Reactivity descriptor S1 S2 S3
Spilanthol is a chromophore with recognized biological activity
a a
EHOMO (eV) –6.12 –6.39 –7.07a [2–5,7]. Furthermore, it is expected that its analogs present similar
–7.53b –7.83b –8.55b
behavior. According to Bensiradj [20], the chemical hardness (η)
–8.07c –8.37c –9.08c
ELUMO (eV) –1.18a –1.24a –1.18a is a useful parameter to make such property available in a fam-
0.12b 0.06b 0.12b ily of molecules. In theory, when η increases, the antimicrobial re-
0.75c 0.69c 0.75c sponse of the active agent also increases. After analyzing Table 5, it
6.12a 6.39a 7.07a
I (eV)
is possible to conclude that the η-scale is S1 < S2 < S3. For in-
7.53b 7.83b 8.55b
8.07c 8.37c 9.08c stance, the chemical hardness calculated for S3 using the ωB97XD
A (eV) 1.18a 1.24a 1.18a functional is 4.92 eV, which is almost 16% greater than that value
–0.12b –0.06b –0.12b (4.41 eV) found for spilanthol. These results suggest that the S3
–0.75c 0.69c –0.75c molecule could have greater biological activity when compared to
Eg (eV) 4.95a 5.15a 5.88a
S1 and S2. Moreover, in comparison to other drugs with recognized
7.65b 7.89b 8.67b
8.82c 9.06c 9.83c pharmaceutical applications, the S3 molecule shows competitive
η (eV) 2.47a 2.57a 2.94a performance. This is the case of benzothiazepine derivatives and
3.82b 3.94b 4.34b Zn(TePh)2 complexes, which presents chemical hardness of 2.5 eV
4.41c 4.53c 4.92c
[19] and 4.7 eV [20], respectively. However, only an analysis of the
S (eV)−1 0.20a 0.19a 0.17a
0.13b 0.13b 0.12b
chemical hardness is not enough to determine the biological reac-
0.11c 0.11c 0.10c tivity of a chromophore, For such a proposal, in vitro and even in
μ (eV) –3.65a –3.82a –4.13a vivo assays are always indispensable.
–3.70b –3.89b –4.22b For a pharmacy candidate, it is fundamental to know about
–3.66c –3.84c –4.17c
the electrophilicity of the chromophore. When a xenobiotic elec-
χ (eV) 3.65a 3.82a 4.13a
3.70b 3.89b 4.22b trophile interacts with proteins, there can occur a desired cellular
3.66c 3.84c 4.17c toxicity or an immune reaction like happens for vaccines, for in-
ω (eV) 2.70a 2.83a 2.89a stance [58]. However, these interactions occur with nucleic acids,
1.79b 1.91b 2.05b
one can realize a genetic mutation or even a carcinogenic pro-
1.52c 1.63c 1.77c
Nmax 1.48a 1.48a 1.40a
cess which must be avoided [58]. Thus, Domingo et. al. [59] pro-
0.97b 0.99b 0.97b posed an ω-scale that organizes the chromophores as marginal
0.83c 0.85c 0.85c with ω < 0.8 eV, moderate with 0.8 ≤ ω ≤ 1.5 eV, and strong elec-
ω+ 1.18a 1.24a 1.20a trophiles with ω > 1.5 eV. Following this ω-scale, it is possible to
0.42b 0.46b 0.48b
classify spilanthol and its two analogs as strong electrophiles, once
0.24c 0.27c 0.30c
ω− 4.83a 5.06a 5.32a all DFT methods indicate that ω > 1.5 eV. Moreover, from Table 5,
4.12b 4.35b 4.70b one can observe that the growing order of ω is S1 < S2 < S3.
3.90c 4.12c 4.46c Concerning the molecular nucleophilicity (N), Jaramillo and co-
N 3.08a 2.81a 2.13a
laborators [60] have proposed an N-scale which classifies organic
3.11b 2.80b 2.08b
3.07c 2.77c 2.06c
molecules as strong nucleophiles with N > 3.0 eV, moderate nu-
cleophiles with 2.0 ≤ N ≤ 3.0 eV, and marginal nucleophiles with
For the labels, (a) B3LYP, (b) CAM-B3LYP, and (c)
N < 2.0 eV. Within this scale, while spilanthol (S1) is classified as
ωB97XD.
a strong nucleophile, S2 and S3 figure as moderate ones.
Diverse conditions are responsible for the nucleophilicity of a
chromophore: the charge, the polarizability, and the nature of the
Table 5, the growing order of chemical reactivity is S1 > S2 substituents, for instance [41]. From Table 5 one can extract an ad-
> S3. This property also accompanies the growth of the electri- ditional information. One can realize that the number of C ≡ C
cal dipole moment [20,56,57], which confirms the reactivity scale. bonds increases from S1 to S3. According to literature [41–43], ter-
Moreover, from gas to solvent, the dipole moment increases ~ 30%, minal alkaline groups are markedly more acidic than alkenes and
this means that the environment enhances the reactivity of the alkanes, therefore, because they are similar systems, the presence
chromophores. of this group in structures S2 and S3, makes these systems less
The chemical potential (μ) and the electronegativity (χ ) are an- basic than spilanthol. As a consequence, these results suggest that
tagonistic properties. While the first one defines the electron es- the N has a direct relationship with the basicity of the systems,
caping tendency from the equilibrium, the second measures the once that from S1 to S3 we have a probable decrease in the ba-
systems tendency to attract electrons. For spilanthol and analogs, sicity because of the presence of alkaline groups in the spilanthol
our DFT calculations estimate negative values for μ, which config- analogs.
ures the existence of spontaneous processes. Concerning the rank- As a general observation, we can highlight the following points
ing of the chemical potential, the compounds are organized as fol- based on the electrophilicity and nucleophilicity of the systems
lows: S1 > S2 > S3. In opposition, the scale of electronegativity studied: (i) the compound S1 is classified as electrophilic and
(χ ) is S1 < S2 < S3, which is the reverse order of the chemical strong nucleophilic, that is, in chemical reactions it has the greater
potential. speed to react, both in attacks electrophilic as nucleophilic attacks;
This growth order is directly related to the increase in the s fea- (ii) in relation to S2, its classification as a strong electrophilic and
ture that is observed when one starts from alkene groups (C with moderate nucleophilic entitles you to participate in rapid reactions
sp2 hybridization, and s-character of 33.3%) to alkaline groups (C when carrying out electrophilic attacks, however, for nucleophilic
with sp hybridization, and s-character of 50%) [41]. This effect oc- attacks the reaction speed should not be so appreciated; (iii) fi-
curs because s orbitals have lower energies than p orbitals (for cor- nally, the compound S3 resembles S2, being a strong electrophile

9
A. Raiol, M. Pinheiro, E. Belo et al. Journal of Molecular Structure 1227 (2021) 129423

and a moderate nucleophile where we can highlight a slightly [4] C.P. Soares, V.R. Lemos, A.G. da Silva, R.M. Campoy, C.A.P. da Silva, R.F. Mene-
more pronounced value in electrophilicity, but in contrast, minor gon, I. Rojahn, W.M. Joaquim, Effect ofspilanthes acmellahydroethanolic extract
activity on tumour cell actin cytoskeleton, Cell Biol. Int. 38 (1) (2013) 131–135,
nucleophilicity. doi:10.1002/cbin.10180.
[5] S. Dubey, S. Maity, M. Singh, S.A. Saraf, S. Saha, Phytochemistry, pharmacology
and toxicology ofspilanthes acmella: a review, Adv Pharmacol Sci 2013 (2013)
4. Conclusions 1–9, doi:10.1155/2013/423750.
[6] A. Sharma, V. Kumar, R.S. Rattan, N. Kumar, B. Singh, Insecticidal toxic-
We present a systematic investigation of the structural prop- ity of spilanthol from &lt:i&gt : spilanthes acmella&lt:/i&gt: murr. against
&lt:i&gt:plutella xylostella&lt:/i&gt: l., Am J Plant Sci 03 (11) (2012) 1568–1572,
erties, optical and reactivity of spilanthol (S1), and two analogs doi:10.4236/ajps.2012.311189.
(S2 and S3). Both experimental and theoretical DFT results indicate [7] J. Molina-Torres, C.J. Salazar-Cabrera, C. Armenta-Salinas, E. Ramírez-Chávez,
that all akylamides investigated resonates between the NH - C = O Fungistatic and bacteriostatic activities of alkamides fromheliopsis longipes-
roots: affinin and reduced amides, J. Agric. Food Chem. 52 (15) (2004) 4700–
and NH = C - O structures, and contrary to expectations, this last 4704, doi:10.1021/jf034374y.
state has the greatest contributions to the resonant form. [8] I.G. Alonso, L.T. Yamane, V.S. de Freitas-Blanco, L.F.T. Novaes, M. Franz-Montan,
Concerning the optical behavior of the chromophores, our re- E. de Paula, M.V.N. Rodrigues, R.A.F. Rodrigues, J.C. Pastre, A new approach for
the total synthesis of spilanthol and analogue with improved anesthetic activ-
sults show that the increasing number of C ≡ C observed from S1 ity, Tetrahedron 74 (38) (2018) 5192–5199, doi:10.1016/j.tet.2018.06.034.
to S3 tunes the UV–vis spectra into higher energies. Moreover, our [9] A. Nakamura, K. Mimaki, K. ichi Tanigami, T. Maegawa, An improved and prac-
theoretical DFT analysis shows that spilanthol and analogs present tical method for synthesizing of α -sanshools and spilanthol, Front Chem 8
(2020), doi:10.3389/fchem.2020.00187.
optical response comparable to some NLO materials, such as urea,
[10] A.F. Barbosa, M.G. de Carvalho, R.E. Smith, A.U.O. Sabaa-Srur, Spilanthol: oc-
PNA, and even some chalcones. currence, extraction, chemistry and biological activities, Revista Brasileira de
The analysis of reactive parameters, such as the dipole moment Farmacognosia 26 (1) (2016) 128–133, doi:10.1016/j.bjp.2015.07.024.
(μ0 ) and the chemical softness (S) suggests that spilanthol should [11] S.C. Moreno, G.A. Carvalho, M.C. Picanço, E.G.F. Morais, R.M. Pereira, Bioactiv-
ity of compounds from acmella oleracea against tuta absoluta (meyrick) (lep-
be the most reactive between the three chromophores investigated. idoptera: gelechiidae) and selectivity to two non-target species, Pest Manag.
In opposition, a discussion of the chemical hardness (η) shows Sci. 68 (3) (2011) 386–393, doi:10.1002/ps.2274.
that the third complex would have the greater antimicrobial ac- [12] M. Pinheiro, A.R. da Cunha, A.M.R. Marinho, S.Y.S. Silva, T. Andrade-Filho,
R. Gester, Solvent polarity effects on thermochemical and NMR parameters
tivity. However, such systems are classified as strong electrophiles of spilanthol pharmacological agent: an experimental and DFT investigation,
and moderate nucleophiles. Furthermore, its interaction with nu- Struct Chem (2020), doi:10.1007/s11224- 020- 01573- 1.
cleic acids should be monitored. Finally, although we can identify [13] O.C. Balieiro, M.S. da Silva Pinheiro, S.Y.S Silva, M.N. Oliveira, S.C. Silva,
A.A. Gomes, L. Pinto, Analytical and preparative chromatographic approaches
which compounds are more reactive and more biologically active, for extraction of spilanthol from acmella oleracea flowers, Microchem. J. (2020)
it is important to mention that in vitro or even in vivo assays are 105035, doi:10.1016/j.microc.2020.105035.
necessary to confirm such predictions. [14] R.-L. Zhong, H.-L. Xu, S. Muhammad, J. Zhang, Z.-M. Su, The stability and non-
linear optical properties: encapsulation of an excess electron compound lic-
nli within boron nitride nanotubes, J. Mater. Chem. 22 (5) (2012) 2196–2202,
Declaration of Competing Interest doi:10.1039/c1jm14358a.
[15] D.R. Kanis, M.A. Ratner, T.J. Marks, Design and construction of molecular as-
semblies with large second-order optical nonlinearities. quantum chemical as-
The authors declare that they have no known competing finan- pects, Chem. Rev. 94 (1) (1994) 195–242, doi:10.1021/cr0 0 025a0 07.
cial interests or personal relationships that could have appeared to [16] T. Schneider, Nonlinear Optics in Telecommunications, Springer Berlin Heidel-
berg, 2004, doi:10.1007/978- 3- 662- 08996- 5.
influence the work reported in this paper. [17] M. Papadopoulos, Non-linear optical properties of matter : From molecules to
condensed phases, Springer, Dordrecht, 2006.
[18] J. Moloney, Nonlinear optics, CRC Press, Taylor & Francis Group, Boca Raton,
CRediT authorship contribution statement FL, 2018.
[19] M.J. Alam, A.U. Khan, M. Alam, S. Ahmad, Spectroscopic (FTIR, FT-raman, 1h
Antonio Raiol: Conceptualization, Funding acquisition. Mayra NMR and UV–vis) and DFT/TD-DFT studies on cholesteno [4, 6-b, c]-2 , 5 -
dihydro-1 , 5 -benzothiazepine, J Mol Struct 1178 (2019) 570–582, doi:10.1016/
Pinheiro: Funding acquisition. Ezequiel Belo: Data curation, Writ- j.molstruc.2018.10.063.
ing - original draft. Antonio R. da Cunha: Data curation, Writ- [20] N.E.H. Bensiradj, A. Dekhira, N. Zouaghi, O. Ouamerali, DFT And TDDFT study of
ing - original draft. Andrey M.R. Marinho: Funding acquisition. chemical reactivity and spectroscopic properties of m(teph)2 [TMEDA] m=zn,
cd, and hg complexes, Struct Chem (2020), doi:10.1007/s11224- 020- 01509- 9.
Simone Y.S. Silva: Funding acquisition. Sebastião C. Silva: Fund- [21] A.D. Becke, Density-functional exchange-energy approximation with correct
ing acquisition. Tarciso Andrade-Filho: Writing - review & editing. asymptotic behavior, Physical Review A 38 (6) (1988) 3098–3100, doi:10.1103/
Rodrigo Gester: Supervision. physreva.38.3098.
[22] C. Lee, W. Yang, R.G. Parr, Development of the colle-salvetti correlation-energy
formula into a functional of the electron density, Physical Review B 37 (2)
Acknowledgments (1988) 785–789, doi:10.1103/physrevb.37.785.
[23] R. Krishnan, J.S. Binkley, R. Seeger, J.A. Pople, Self-consistent molecular orbital
methods. XX. a basis set for correlated wave functions, J Chem Phys 72 (1)
This study is financed in part by the Coordenação de Aper- (1980) 650–654, doi:10.1063/1.438955.
feiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance [24] J. Tomasi, B. Mennucci, R. Cammi, Quantum mechanical continuum solvation
models, Chem. Rev. 105 (8) (2005) 2999–3094, doi:10.1021/cr9904009.
Code 001, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tec- [25] M.J. Frisch, G.W. Trucks, H.B. Schlegel, G.E. Scuseria, M.A. Robb, J.R. Cheeseman,
nologico (CNPq), and Fundação de Amaznica de Amparo a Estudos G. Scalmani, V. Barone, G.A. Petersson, H. Nakatsuji, X. Li, M. Caricato, A.V.
e Pesquisas (FAPESPA). Marenich, J. Bloino, B.G. Janesko, R. Gomperts, B. Mennucci, H.P. Hratchian, J.V.
Ortiz, A.F. Izmaylov, J.L. Sonnenberg, D. Williams-Young, F. Ding, F. Lipparini,
F. Egidi, J. Goings, B. Peng, A. Petrone, T. Henderson, D. Ranasinghe, V.G. Za-
References krzewski, J. Gao, N. Rega, G. Zheng, W. Liang, M. Hada, M. Ehara, K. Toyota, R.
Fukuda, J. Hasegawa, M. Ishida, T. Nakajima, Y. Honda, O. Kitao, H. Nakai, T.
[1] J.B. CALIXTO, The role of natural products in modern drug discovery., Vreven, K. Throssell, J.A. Montgomery, Jr., J.E. Peralta, F. Ogliaro, M.J. Bearpark,
Anais da Academia Brasileira de Ciências 91 (suppl 3) (2019), doi:10.1590/ J.J. Heyd, E.N. Brothers, K.N. Kudin, V.N. Staroverov, T.A. Keith, R. Kobayashi, J.
0 0 01-3765201920190105. Normand, K. Raghavachari, A.P. Rendell, J.C. Burant, S.S. Iyengar, J. Tomasi, M.
[2] G.R.P.I Abeysiri, R.M. Dharmadasa, D.C. Abeysinghe, K. Samarasinghe, Screen- Cossi, J.M. Millam, M. Klene, C. Adamo, R. Cammi, J.W. Ochterski, R.L. Martin, K.
ing of phytochemical, physico-chemical and bioactivity of different parts of Morokuma, O. Farkas, J.B. Foresman, D.J. Fox, Gaussian 03 Revision D01, 2004.
acmella oleraceae murr. (asteraceae), a natural remedy for toothache, Ind Gaussian Inc. Wallingford CT.
Crops Prod 50 (2013) 852–856, doi:10.1016/j.indcrop.2013.08.043. [26] D.A. Kleinman, Nonlinear dielectric polarization in optical media, Phys. Rev.
[3] A.M.A. Dias, P. Santos, I.J. Seabra, R.N.C. Júnior, M.E.M. Braga, H.C. de Sousa, 126 (1962) 1977–1979, doi:10.1103/PhysRev.126.1977.
Spilanthol from spilanthes acmella flowers, leaves and stems obtained by se- [27] L.R. Domingo, E. Chamorro, P. Perez, Understanding the reactivity of captoda-
lective supercritical carbon dioxide extraction, J Supercrit Fluids 61 (2012) 62– tive ethylenes in polar cycloaddition reactions. a theoretical study†, J. Org.
70, doi:10.1016/j.supflu.2011.09.020. Chem. 73 (12) (2008) 4615–4624, doi:10.1021/jo800572a.

10
A. Raiol, M. Pinheiro, E. Belo et al. Journal of Molecular Structure 1227 (2021) 129423

[28] B. Smith, Infrared spectral interpretation : A systematic approach, CRC Press, [48] H. Abbas, M. Shkir, S. AlFaify, Density functional study of spectroscopy, elec-
Boca Raton, 1999. tronic structure, linear and nonlinear optical properties of l-proline lithium
[29] G. Socrates, Infrared and raman characteristic group frequencies : Tables and chloride and l-proline lithium bromide monohydrate: for laser applications,
charts, John Wiley & Sons, Arabian J. Chem. 12 (8) (2019) 2336–2346, doi:10.1016/j.arabjc.2015.02.011.
[30] J. Coates, Interpretation of Infrared Spectra, A Practical Approach, Infra. Spec- [49] S. Muhammad, A.G. Al-Sehemi, Z. Su, H. Xu, A. Irfan, A.R. Chaudhry, First prin-
tro. (2006) 1–23, doi:10.1002/9780470027318.a5606. ciples study for the key electronic, optical and nonlinear optical properties
[31] P.W. Atkins, Chemical principles : The Quest for Insight, W.H. Freeman Macmil- of novel donor-acceptor chalcones, J. Mol. Graphics Modell. 72 (2017) 58–69,
lan Learning, New York, 2016. doi:10.1016/j.jmgm.2016.12.009.
[32] T. Brown, Chemistry : The central science, Pearson, New York, 2018. [50] S. Muhammad, A.G. Al-Sehemi, A. Irfan, A.R. Chaudhry, H. Gharni, S. AlFaify,
[33] J.I. Mujika, J.M. Matxain, L.A. Eriksson, X. Lopez, Resonance structures of the M. Shkir, A.M. Asiri, The impact of position and number of methoxy group(s)
amide bond: The Advantages of Planarity, Chemistry - A European Journal 12 to tune the nonlinear optical properties of chalcone derivatives: a dual substi-
(27) (2006) 7215–7224, doi:10.10 02/chem.20 060 0 052. tution strategy, J Mol Model 22 (4) (2016), doi:10.10 07/s0 0894- 016- 2946- 8.
[34] C.R. Kemnitz, M.J. Loewen, “Amide resonance” correlates with a breadth of c- [51] S. Muhammad, A.G. Al-Sehemi, A. Irfan, A.R. Chaudhry, Tuning the push–pull
n rotation barriers, J. Am. Chem. Soc. 129 (9) (2007) 2521–2528, doi:10.1021/ configuration for efficient second-order nonlinear optical properties in some
ja0663024. chalcone derivatives, J. Mol. Graphics Modell. 68 (2016) 95–105, doi:10.1016/j.
[35] G. Li, M. Szostak, Transition-metal-free activation of amides by n-c bond cleav- jmgm.2016.06.012.
age, The Chemical Record 20 (7) (2019) 649–659, doi:10.10 02/tcr.20190 0 072. [52] R.S. de Araújo, A.M. de Alcântara, L.M. Abegão, Y.P. de Souza, A.C.B. Silva,
[36] R. Yamasaki, K. Morita, H. Iizumi, A. Ito, K. Fukuda, I. Okamoto, N-Ethynylation R. Machado, J.J. Rodrigues, J.R. Pliego, F. dErrico, M.S. Valle, M.A.R.C. de Alen-
of anilides decreases the double-bond character of amide bond while retaining car, Second harmonic generation in pyrazoline derivatives of dibenzylideneace-
trans -conformation and planarity, Chemistry – A European Journal 25 (43) tones and chalcone: a combined experimental and theoretical approach, J.
(2019) 10118–10122, doi:10.1002/chem.201901451. Photochem. Photobiol., A 388 (2020) 112147, doi:10.1016/j.jphotochem.2019.
[37] G.N. Radael, R.M. Pontes, An energy decomposition analysis approach to the 112147.
rotational barriers of amides and thioamides, Comput. Theor. Chem. 1187 [53] Â.C.M. Pimenta, T. Andrade-Filho, V. Manzoni, J.D. Nero, R. Gester, Giant values
(2020) 112938, doi:10.1016/j.comptc.2020.112938. obtained for first hyperpolarizabilities of methyl orange: a DFT investigation,
[38] J. Buchspies, Md.M. Rahman, R. Szostak, M. Szostak, N-Acylcarbazoles and N- Theor Chem Acc 138 (2) (2019), doi:10.10 07/s0 0214- 018- 2406- x.
acylindoles: electronically activated amides for N–C(o) cross-coupling by nlp [54] M. Shkir, S. Muhammad, S. AlFaify, A. Irfan, M.A. Khan, A.G. Al-Sehemi, I. Yahia,
to ar conjugation switch, Org. Lett. 22 (12) (2020) 4703–4709, doi:10.1021/acs. B. Singh, I. Bdikin, A comparative study of key properties of glycine glycinium
orglett.0c01488. picrate (GGP) and glycinium picrate (GP): a combined experimental and quan-
[39] Md.M. Rahman, C. Liu, E. Bisz, B. Dziuk, R. Lalancette, Q. Wang, H. Chen, tum chemical approach, Journal of Saudi Chemical Society 22 (3) (2018) 352–
R. Szostak, M. Szostak, N-Acyl-glutarimides: effect of glutarimide ring on the 362, doi:10.1016/j.jscs.2016.05.003.
structures of fully perpendicular twisted amides and n–c bond cross-coupling, [55] S. Muhammad, A.G. Al-Sehemi, M. Pannipara, A. Irfan, Design, characterization
J. Org. Chem. 85 (8) (2020) 5475–5485, doi:10.1021/acs.joc.0c00227. and nonlinear optical properties of coumarin appended chalcones: use of a
[40] Y. Long, Z. Su, Y. Zheng, S. He, J. Zhong, H. Xiang, X. Zhou, Rhodium-catalyzed dual approach, Optik (Stuttg) 164 (2018) 5–15, doi:10.1016/j.ijleo.2018.02.112.
transarylation of benzamides: c–c bond vs c–n bond activation, ACS Catal 10 [56] N. Özbek, S. Alyar, H. Alyar, E. Şahin, N. Karacan, Synthesis, characterization
(5) (2020) 3398–3403, doi:10.1021/acscatal.9b05214. and anti-microbial evaluation of cu(II), ni(II), pt(II) and pd(II) sulfonylhydra-
[41] P. Vollhardt, N. Schore, Organic chemistry: structure and function, W. H. Free- zone complexes: 2d-QSAR analysis of ni(II) complexes of sulfonylhydrazone
man and Company, 2014. derivatives, Spectrochim. Acta, Part A 108 (2013) 123–132, doi:10.1016/j.saa.
[42] F.A. Carey, R.M. Giuliano, Organic chemistry, McGraw-Hill Education, 2017. 2013.01.005.
[43] T.G. Solomons, C.B. Fryhle, S.A. Snyder, Organic chemistry, volume, T.W. Gra- [57] K. Sayin, S.E. Kariper, T.A. Sayin, D. Karakaş, Theoretical spectroscopic study of
ham Solomons, Craig B. Fryhle & Scott A. Snyder, 2016. seven zinc(II) complex with macrocyclic schiff-base ligand, Spectrochim. Acta,
[44] G.S.K. Donald L. Pavia, Introduction to spectroscopy, Cengage Learning, 2015. Part A 133 (2014) 348–356, doi:10.1016/j.saa.2014.05.097.
[45] V. Manzoni, L. Modesto-Costa, J.D. Nero, T. Andrade-Filho, R. Gester, Strong en- [58] R.S. Obach, A.S. Kalgutkar, Reactive Electrophiles and Metabolic Activa-
hancement of NLO response of methyl orange dyes through solvent effects: tion, in: Comprehensive Toxicology, Elsevier, 2010, pp. 309–347, doi:10.1016/
a sequential monte carlo/DFT investigation, Opt Mater (Amst) 94 (2019) 152– b978- 0- 08- 046884- 6.00115- 9.
159, doi:10.1016/j.optmat.2019.05.018. [59] L.R. Domingo, M. Aurell, P. Pérez, R. Contreras, Quantitative characteriza-
[46] R.M. Gester, H.C. Georg, T.L. Fonseca, P.F. Provasi, S. Canuto, A simple anal- tion of the global electrophilicity power of common diene/dienophile pairs
ysis of the influence of the solvent-induced electronic polarization on the in diels–alder reactions, Tetrahedron 58 (22) (2002) 4417–4423, doi:10.1016/
15n magnetic shielding of pyridine in water, Theor Chem Acc 131 (5) (2012), s0 040-4020(02)0 0410-6.
doi:10.10 07/s0 0214- 012- 1220- 0. [60] P. Jaramillo, L.R. Domingo, E. Chamorro, P. Pérez, A further exploration of a nu-
[47] R.M. Gester, C. Bistafa, H.C. Georg, K. Coutinho, S. Canuto, Theoretically de- cleophilicity index based on the gas-phase ionization potentials, J. Mol. Struct.
scribing the 17o magnetic shielding constant of biomolecular systems: uracil THEOCHEM 865 (1–3) (2008) 68–72, doi:10.1016/j.theochem.2008.06.022.
and 5-fluorouracil in water environment, Theor Chem Acc 133 (1) (2013),
doi:10.10 07/s0 0214- 013- 1424- y.

11
Journal of Molecular Liquids xxx (xxxx) xxx

Contents lists available at ScienceDirect

Journal of Molecular Liquids


journal homepage: www.elsevier.com/locate/molliq

Solvent enhancement and isomeric effects on the NLO properties


of a photoinduced cis-trans azomethine chromophore: A sequential
MC/QM study
Antonio Raiol a, Antonio R. da Cunha b, Vinícius Manzoni c, Tarciso Andrade-Filho d, Rodrigo Gester d
a
Programa de Pós-Graduaçáo em Química, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá-PA 68507-590, Brazil
b
Universidade Federal do Maranhão, UFMA, Campus Balsas, CEP 6500-000 Maranhão, Brazil
c
Instituto de Física, Universidade Federal de Alagoas, Maceió-AL 57072-970, Brazil
d
Faculdade de Física, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá-PA 68507-590, Brazil

a r t i c l e i n f o a b s t r a c t

Article history: This work uses a sequential Monte Carlo/Quantum Mechanics procedure to discuss how specific solute-
Received 9 March 2021 solvent interactions and the photoinduced cis-trans isomerization affect the nonlinear optical (NLO)
Revised 19 May 2021 response of a recently synthesized azo-azomethine dye. The results show that the trans geometry
Accepted 29 June 2021
increases the number of solvent molecules around the solute concerning the cis structure.
Available online xxxx
Consequently, the trans isomer performed the major number of hydrogen-bonded structures with the
solvent molecules. Considering the solvent contribution to the quantum mechanical properties, the
Keywords:
results show that the solute polarization affects drastically all electronic properties drastically. For
Azo dyes
Nonlinear optics
instance, concerning the vacuum conditions, the molecular dipole moment increases ca. 25% insolvent.
Global reactivity Moreover, from vacuum to solvent, Density Functional Theory methods coupled to 6-311++G(d,p) basis
DFT methods set to show that the first and second-hyperpolarizability (b and c) increase ca. 12% for the trans structure,
Monte Carlo simulations indicating a high-power generation of second and third harmonic, which can be 580 times greater than
Solvent effects that reported for urea (b ¼ 0:34  1030 esu), which is a common NLO chromophore. Finally, the photo-
induced cis-trans isomerization tunes the NLO response of the material from bcis ¼ 53:31  1030 esu to
btrans ¼ 197  1030 esu, which means an improvement of 270%.
Ó 2021 Elsevier B.V. All rights reserved.

1. Introduction hyperpolarizability and the energy-gap (Db / 1=DEgap Þ [6–11],


one expects that low-band-gap chromophores could generate a
Since it was discovered in the 1960s [1], nonlinear optics (NLO) higher NLO response. However, chemical synthesis experiments
has established itself as a promising field of research. However, the are a hard challenge, and before performing any approach, it is
development of this area depends on the continuous discovery of interesting to use molecular modeling techniques and quantum
new materials with improved NLO parameters, and how to chemical approximations to model and predict the NLO response
enhance such optical response. Organic NLO chromophores present of a chromophore. Consequently, diverse NLO compounds with
a series of advantages when compared to inorganic compounds. potential use as organic light-emitting diodes, solar cells, sensors,
First, besides a greater limit of rupture when exposed to high- and dye-markers have been proposed using theoretical method-
power lasers, they favor the packing and miniaturization, allowing ologies such as Density Functional Theory (DFT) [12–14] or even
the assembling of even smaller electronic circuits [2,3]. Moreover, less precise semiempirical methods [15,16].
as NLO materials can propagate information as faster as the light Besides simulating chemical synthesis processes, molecular
speed, optoelectronic devices can be much faster than usual elec- modeling also allows inferring other relevant effects like specific
tronic circuits, impacting the fields of electronic engineering and solute-solvent interactions, which equaly impact the molecular
telecommunications [4]. solvatochromism and the NLO behavior [5,17]. One knows that
A strategy to obtain new materials with a higher NLO response the NLO response of some dyes can be potentialized by the solvent.
is to conjugate p-systems obtaining low-band-gap materials [5]. In However, the contrary trend might be often observed. For instance,
fact, as there is an inverse relationship between the first- the electronic excitations of the acid methyl orange, a known azo
dye, show a hypsochromic shift when the environmental polariz-
ability increases [18]. Following the relation between b and Egap ,
E-mail address: gester@unifesspa.edu.br (R. Gester)

https://doi.org/10.1016/j.molliq.2021.116887
0167-7322/Ó 2021 Elsevier B.V. All rights reserved.

Please cite this article as: A. Raiol, A.R. da Cunha, Vinícius Manzoni et al., Solvent enhancement and isomeric effects on the NLO properties of a photoin-
duced cis-trans azomethine chromophore: A sequential MC/QM study, Journal of Molecular Liquids, https://doi.org/10.1016/j.molliq.2021.116887
A. Raiol, A.R. da Cunha, Vinícius Manzoni et al. Journal of Molecular Liquids xxx (xxxx) xxx

one expects the second-harmonic generation to decrease with the because of solvent. The first strategy performs NLO calculations on
increasing of the band-gap. Such an effect has been firstly pre- geometries obtained in an aqueous environment using the CAM-
dicted by theoretical methods which showed that b varies ca. B3LYP DFT method [24] coupled to the standard 6-311++G(d,p)
150  1030 esu from vacuum to an aqueous environment [9]. basis set [25–27] and the Integral-Equation Formalism of the
In the search for new NLO materials and the domain of such Polarizable-Continuum Model (IEF-PCM) [28]. All optimized
properties, various azo chromophores have been almost synthe- geometries were verified by performing frequency calculations at
sized daily. Such compounds present two aromatic rings connected the same level showing all positive frequencies.
by an azo bridge (AN@NA), another p-system that favors the elec- The explicit solvation model uses an iterative procedure that
tron transport throughout the entire molecule. However, the NLO allows actualizing the solute charges during the classical simula-
behavior of such compounds is quite unstable, once azo molecules tions [29]. The central idea is to build an Average Solvent Electro-
can be photoinduced to oscillate between trans and cis structures, static Configuration (ASEC) [30] superpose liquid configurations
giving origin to a birefringence effect that affects drastically the composed of one solute molecule surrounded by 500 water mole-
refraction index [19,20], which depends on NLO parameters. cules accounted only as point charges. Then, one uses the ASEC to
Nowadays, a new class of azo-azomethine dyes has been synthe- obtain a new set of solute charges, which are used to restart a new
sized for NLO proposals [21,22]. Such chromophores conjugate classical simulation, and the procedure is restarted until the con-
three aromatic rings interspersed by azo and methine bonds, com- vergence of the dipole moment.
posing an expense p-conjugated system. Moreover, such chro- To build the liquid simulations, we performed a set of sequen-
mophores present a low-band-gap with a maximum of tial Monte Carlo/Quantum Mechanics (s-MC/QM) starting from
absorption between 500 and 700 nm. Despite the fact that some the geometry and solute charges previously obtained using the
theoretical results indicate that these chromophores present enor- IEF-PCM. Thus, such a methodology considers initial polarization
mous NLO coefficients [23], nothing is known about how specific effects on solute geometry and electronic charges. The classical
solute-solvent interactions or even the cis-trans isomerization MC simulations were performed using the Metropolis sampling
influence the NLO parameters. technique in the isothermal-isobaric (NpT) ensemble for one solute
For the first time, this discussion addresses exactly the effects of surrounded by 3000 water molecules at 1.0 atm and 298.15 K. The
the solvent and the different responses that the cis and trans iso- periodic boundary conditions and the image method were used in
mers can provide a variety of electrical and NLO parameters of a cubic box with edges of around of 45 Å. This box size is sufficient
the azo dye showed in Fig. 1, which has been reported to present to eliminate spurious effects such as the auto interaction between
the major b between those recently synthesized [23]. The results molecules during the simulation process. The intermolecular inter-
show that the cis-trans isomerization affects all NLO coefficients actions are mediated by associating Lennard-Jones plus Coulomb
critically, indicating that for technological uses, one must privilege potential. However, between solute and solvent molecules, only
one structure. Moreover, the results attest that the solvent is a rel- the solute geometries and Coulomb charges are not extracted from
evant mechanism that improves the NLO behavior by over 30% the All-Atom Optimized Parameters for Liquid Simulations due to
concerning vacuum conditions. Jørgensen [31]. Again, these parameters are obtained using the
CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) associated with the IEF-PCM and the
CHELpG scheme [32] for the electronic charges. At this stage, all
2. Methodology classical simulations were performed using the DICE code [33–35].
Concerning the NLO parameters, the focus is on three tensors,
The current discussion of the solvent contributions to the NLO the dipolar polarizability (a), first-hyperpolarizability (b), and the
response of azo dyes plays special attention on solute polarization second-hyperpolarizability (c). The first of them is a tensor of rank
2, in which the diagonal components might be combined to give
respectively its isotropic and anisotropic contributions
1
hai ¼ ðaxx þ ayy þ azz Þ: ð1Þ
3
and
1
Da ¼ ½ðaxx  ayy Þ2 þ ðaxx  azz Þ2 þ ðayy  azz Þ2 2 : ð2Þ
The isotropic dipolar polarizability can be used to calculate the
refractive index (n) by the Lorentz-Lorenz equation:
n2  1 4phai
¼ ð3Þ
n2 þ 2 3V mol
where V mol is the molecular volume. The molecular volumes were
obtained at LC-BLYP/6-311++g(d,p) level with a tight density of
points for a better accuracy.
The first-hyperpolarizability is a rank 3 tensor with twenty-
seven components. However, the use of Kleinman’s symmetry
ðbijk ¼ bkij ¼ bjki Þ can reduce this number to only ten independent
components [36]. Within such formalism, it is possible to write
the total first-hyperpolarizability as
Fig. 1. The (Z)-2-(Z)-4-[4-(dimethylamino) benzylidene]amino-2-(hydroxymethyl) qffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffi
phenyldiazenyl-5-nitrobenzonitrile (cis) (a) and (E)-2-(E)-4-[4-(dimethylamino)
btotal ¼ b2x þ b2y þ b2z ; ð4Þ
benzylidene]amino-2-(hydroxymethyl) phenyldiazenyl-5-nitrobenzonitrile (trans)
(b) studied componds. One can observe that these structures present three aromatic
rings connected by azo (AN@NA) and azomethine (AN@CHA) bonds. Furthermore,
with
together with aromatic rings, the entire system comprehends a large p-conjugated bx ¼ bxxx þ bxyy þ bxzz ð5Þ
chromophore that facilitates the NLO activity.

2
A. Raiol, A.R. da Cunha, Vinícius Manzoni et al. Journal of Molecular Liquids xxx (xxxx) xxx

by ¼ byyy þ bxxy þ byzz ð6Þ

bz ¼ bzzz þ bxxz þ byyz : ð7Þ

Finally, the last NLO parameter is the static mean second-order


hyperpolarizability, which is defined as
1h  i
c¼ cxxxx þ cyyyy þ czzzz þ 2 cxxyy þ cxxzz þ cyyzz : ð8Þ
5
Regarding the reactivity parameters: global hardness (g) and
softness (S), and electrophilicity (x), they are calculated as follows
[37]:
g ¼ ðELUMO  EHOMO Þ=2 ð9Þ

S ¼ 1=2g ð10Þ

1 ðELUMO þ EHOMO Þ2
x¼ ð11Þ
4 ELUMO  EHOMO Fig. 2. The solute polarization due to solvent interactions. The first point of each
curve is obtained performing CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) calculations within the
For the nucleophilicity (N) index, we adopt an empirical scale CHELpG scheme on the vacuum geometry. The remaining points are obtaining using
developed for closed-shell systems based on the HOMO energies, an iterative procedure that starts from the geometry and charges obtained using the
defined as [38,39] IEF-PCM.

N ¼ ENucleophile  ETCE : ð12Þ


ing to previous reports, the solvent improves electrical properties
In the equation above, the calculations are performed on the tetra- such as l. These effects are available using continuum and discrete
cyanothylene (TCE) molecule also obtained within the CAM- solvation models. According to the IEF-PCM, the lcis improves ca.
B3LYP/6-311++G(d,p) formalism and appropriate solvent environ- 19.41% in a water solvent, presenting the value of 10.21 D. The dis-
ment also represented by the IEF-PCM. crete solvent description ASEC agrees very well with the contin-
From previous works, one knows that the theoretical discussion uum approximation and predicts an enhancement of 19.30% for
of NLO properties does not demand a large basis set if one accounts such property concerning its value in a vacuum environment,
for enough polarization and diffuse functions [40]. Concerning the which means a dipole moment of 10.20 D.
electron-correlation contributions, in comparison to a variety of Concerning the trans isomers, although the structural differ-
hybrid functionals, it has been shown that the LC-BLYP method is ences act as improving the molecular dipole, the results show that
that which better describes such effects considering different situ- the polarization due to solvent presents the same effects obtained
ations, like the enlarging of the p-conjugated system [40]. Finally, from the cis isomer. For instance, for vacuum conditions, ltrans is
all molecular geometries, electronic properties, as well quantum 12.17 D, but in the solvent, the IEF-PCM predicts a value of 14.57
methods were carried out using the Gaussian 09 package [41]. D, which gives an increase of approximately 20%. Following the
same line, the ASEC indicates a value of 15.22 D, ca. 25% greater
3. Results and discussion than in a vacuum. At first, a variation of 20% may not be impres-
sive. Several smaller p-systems show more significant polarization
3.1. Solute polarization and the liquid structure effects. For instance, the ASEC model has increased by 63% the
molecular dipole moment [44]. For pyridine and pyrimidine, rates
The discussion starts from solute polarization because of sol- of 69% [45] and 68% [42] have been estimated, respectively. How-
vent and its effects on the liquid structure around the reference ever, large chromophores such as methyl orange have shown
molecule. In the s-MC/QM methodology, one reference molecule dipole moment variations varying from 26% to 46% [9], depending
is immersed in a solvent and the solute polarization is usually on the molecular structure, and for such systems, the polarization
obtained by combining PCM and QM/MM methods [42] or using effects on the NLO response of the material could not be neglected.
an iterative procedure [29] that aims at bringing the solute to an So, different dipole moments affect invariably specific solute-
electrostatic equilibrium with the solvent. A direct comparison solvent interactions such as Keeson, London, and Debye forces
between the PCM and iterative polarization was previously per- [17]. As a result, one expects that the coordination number of sol-
formed and shows that these two methodologies provide equiva- vent molecules around the solute is altered from cis to the trans
lent results for small and rigid molecules [42,43]. However, there
are no general results that conclude that these two polarization
Table 1
processes are equivalent when performed on large systems. There- Dipole moments (l/D) and structural information obtained from RDF (radial
fore, to confirm the convergence of PCM polarization compared distribution function) and HB (hydrogen bond) analysis to the azo-azomethine dye
with iterative procedure for cis and trans azomethines, we chose in cis and trans isomers in water.
to perform an iterative polarization starting from PCM atomic Dipole moment Cis Trans
charges and were made 8 iterative steps to confirm the conver-
Gas phase 8.55 12.17
gence of the polarization process. Fig. 2 shows the dipole moment ASEC 10.20 15.22
obtained in each polarization step for cis and trans azomethines. As IEF-PCM 10.21 14.57
can be seen, the PCM dipole is pratically converged if compared Micro-solvation shell (up to 2.1 Å) 7.4 6.6
with the iterative process. First shell (up to 4.0 Å) 74 77
Table 1 presents the molecular dipole moment calculated dur- Second shell (up to 8.0 Å) 303 316
ing the polarization process, and the hydrogen-bond statistics HB average properties
obtained either for cis and trans isomers. For vacuum conditions, hN HB i 7.8 7.1
hEi (kcal/mol) 5:4 5:1
the cis structure presents a dipole moment (lcis ) of 8.55 D. Accord-
3
A. Raiol, A.R. da Cunha, Vinícius Manzoni et al. Journal of Molecular Liquids xxx (xxxx) xxx

structure. This discussion can be performed by analyzing the min- position of such structures sampled for both chromophores. In
imal distance distribution function showed in Fig. 4, in which the such a picture, one can identify five molecular sites favorable to
spherical integration gives how the solvent molecules are orga- the H-bond formation.
nized around the solute [29]. For both structures, one observes a
micro-solvation shell finishing at ca. 2.1 Å containing 7.4 and 6.6
3.2. Dipolar polarizability
water molecules around the cis and trans isomers, respectively.
The first-hydration shell comprehends the limits between 2.1
The dipolar polarizability (a) measures a capacity of a molecular
and 4.0 Å. The integration up to 4.0 Å encloses 74 and 77 water
system to form floating dipoles. Furthermore, this property is very
molecules around cis and trans structures, respectively. The second
important in structural chemistry and several physical-chemical
shell starts from 4.0 Å and finishing around 8.0 Å. The integration
processes. To better analyze this response, Table 2 presents the
of MDDF including the region of the micro-solvation shell, the first
results for isotropic (hai) and anisotropic (a) contributions for the
and the second hydration shells supplies 303 and 317 water mole-
dipolar polarizability, as well as the diagonal components of the
cules around the cis and trans isomers, respectively. The highest
tensor. Concerning the components of the tensor, the cis and trans
number of water molecules obtained for trans isomer is a conse-
structures present distinct trends. Although axx is the dominant
quence of the greater dipole moment found for this compound.
component in both cases, for the cis structure, it is lower than
The regions that include each solvation shell are shown in Fig. 4.
the sum of the remaining diagonal elements (axx < ayy þ azz ). How-
The H-bonds between the azo-azomethine dye and water mole-
cules are analyzed using the geometric criteria, considering the ever, for the trans structure, with a value of 104:80  1024 esu, axx
distance between the acceptor (A) and donor (D) atoms involved is the dominant term, being ca. 1:5  ðayy þ azz Þ.
in the H-bond (RDA ), the angle between the vector defined by Despite the differences noted above, the isotropy of the chro-
the acceptor-donor atoms, and the vector defined by the mophores is quite similar. For instance, for the isolated molecules,
hydrogen-donor bond (hAHD ) and binding energy (Eij ). We consider the LC-BLYP DFT presents hacis i ¼ 50:86  1024 and
24
a H-bond formation when the RDA 6 3:25 Å, hAHD 6 40 , and hatrans
i ¼ 58:85  10 esu, respectively. Table 2, also presents
Eij 6 0:01 kcal/mol. After combining such criteria, one obtains results obtained using a continuum solvation model (IEF-PCM),
an average number of hN HB i ¼ 7:8 water molecules H-bonded to which despite providing very similar dipole moments gives values
the cis molecule with an average energy of 5:4 kcal/mol. For the slightly higher than the dipolar polarizabilites obtained using
trans chromophore, one obtains 7.1 molecules and an energetic ASEC. The isotropic dipolar polarizabilites can be used to estimate
average of 5:1 kcal/mol. At this point, one observes that the aver- the refractive index using the Lorentz-Lorenz equation (Eq. 3). For
age hN HB i coincides with the number of molecules within the this, the molecular volume was obtained using a LC-BLYP/6-311+
micro-hydration shell, which shows that this conformation is exis- +G(d,p) calculation supplying the volumes of 312:50 and
tentially formed for H-bonded structures. Fig. 3 shows the super- 321:07 cm3/mol for the cis and trans forms, respectively. The
obtained refractive indexes are shown in Table 2. The refractive
index obtained with ASEC is very similar to the values obtained
for gas phase. Also, the values obtained for trans isomer are slightly
larger than the refractive index calculated for cis isomer. The IEF-
PCM calculations supplies values that are around of 24% greather
than the values obtained using ASEC.
However, the anisotropic contribution shows different features.
For the cis isomer at vacuum conditions, Da ¼ 30:61  1024 esu is
lower than the isotropic contribution, and in a solvent, this contri-
bution decreases even more. For instance, the ASEC indicates a
reduction of 34.30% concerning the gas phase result. The trans ,
structure, meantime, shows a string increasing in the anisotropy.
According to LC-BLYP results, the gas phase a is 99:14  1024

Fig. 3. The superposition of all hydrogen-bonds formed on the cis (a) and trans (b) Fig. 4. Minimum distance distribution function (MDDF) for the azo-azomethine
isomers. dye in cis and trans isomers in aqueous solution.

4
A. Raiol, A.R. da Cunha, Vinícius Manzoni et al. Journal of Molecular Liquids xxx (xxxx) xxx

Table 2
The components of dipolar polarizability (a=1024 esu) calculated at LC-BLYP/6-311++G(d,p) and different solvation models. Also are shown the refractive index obtained using
the Lorentz-Lorenz.

Isomer Medium axx ayy azz hai Da n

Cis Gas phase 64.71 40.42 47.46 50.86 30.61 1.758


ASEC 49.67 43.74 59.96 51.12 20.11 1.763
IEF–PCM 81.18 60.97 65.72 69.29 25.89 2.193
Trans Gas phase 104.8 43.07 28.65 58.85 99.14 1.893
ASEC 105.0 44.64 28.85 59.50 98.46 1.907
IEF–PCM 129.69 61.03 40.98 77.23 113.96 2.374

Table 3
The HOMO (eH /eV), LUMO (eL /eV), gap energies (Egap /eV), the components of first (b=1030 esu) and second (c=1034 esu) hyperpolarizabilities calculated at LC-BLYP/6-311++G(d,
p) and different solvation models.

Isomer Medium eH eL Egap bx by bz btotal c


Cis Gas phase 8:50 1:19 7.31 48.50 0.47 2:40 48.56 0.92
ASEC 8:30 1:52 6.79 23.43 19:95 43:53 53.31 0.93
IEF-PCM 8:23 1:21 7.02 100.26 1:40 8:64 100.64 2.65
Trans Gas phase 8:27 1:64 6.63 177:06 0:38 2.70 177.08 4.94
ASEC 8:54 2:15 6.39 193.41 37:08 5:19 197.00 5.54
IEF-PCM 8:07 1:57 6.50 335:40 1:57 6.37 335.46 12.73

esu, almost twice that value estimated for vacuum conditions. 6:27  1030 esu [48] and 8:86  1030 esu [49]. Finally, the trans-
Moreover, the solvent effect on such property is almost negligible, isomer presents a hyperpolarizability ca. 580 times greater than
ca. 0:68  1024 esu. Moreover, in contrast with the cis isomer, that value reported for urea, a well-known NLO material with
the trans structure becomes more anisotropic than isotropic. In btotal ¼ 0:34  1030 esu [50,51]. Furthermore, the chromophores
fact, according to Table 2, Datrans  1:7  hatrans i. cis and trans present high potential for the generation of the
second-harmonic.
3.3. First-hyperpolarizability The analysis of the electronic structure of the material helps to
unveil the mechanism behind the higher NLO response obtained
Table 3 shows the results for the first (b) and second (c) hyper- for the trans-isomer. As previous discussions, a reverse relationship
polarizabilities. Under gaseous conditions, the cis structure is that involving the first-hyperpolarizability and the energy-gap
with the lowest NLO response. The LC-BLYP DFT results estimate (Db / 1=DEgap ) indicates if one decreases the gap between the fron-
a value of 48:56  1030 esu for bcis
total . However, when the system tier molecular orbitals, it will enhance the first-hyperpolarizability
30 [6–11]. For instance, Fig. 5 shows the ordered pair (E; b) for the cis
is induced to trans structure, btrans
total becomes 177:08  10 esu,
which is an improvement of 264.66%. and trans structures in the both gas phase and in a water solvent
Concerning the solvent effect, Db ¼ bðsolv entÞ  bðgasÞ, the (ASEC). For instance, from cis to trans structure at gaseous condi-
environment acts enhancing the NLO response of the material. tions, one obtains (7:31 eV, 48:56  1030 esu) and (6:63 eV,
For instance, the ASEC structure shows a value of 53:31  1030 177:08  1030 esu), which shows that a decrease in energy-gap
esu for bcis has relations with an increase of the hyperpolarizability. Now, if
total , which is an increasing of ca. 9% concerning the gas
phase value. The major effect is computed for the trans structure, one observes for the trans, concentrating only on the solvent effects
30
which shows btrans
total of 197  10 esu and an enhancing of ca.
11.25% regarding the vacuum. In act, the trans structure is that
which suffers the most solvent effect. For instance, if one defines
the parameter db ¼ Dbtrans  Dbcis as the difference between the
solvent effects contribution, one will obtain a relative displace-
ment of db ¼ 15:17  1030 esu in favor of the trans-isomer.
Regarding other dyes currently found in literature, the chro-
mophores showed in Fig. 1 are less sensitive to the environmental
contributions. As an example, one can cite methyl orange mole-
cules, in which the alkaline form shows an improvement of
276%, while its acid structure lows ca. 91% its first-
hyperpolarizability concerning the gas phase reference [9].
Admittedly, the PCM usually overestimates the NLO coefficients
[46,47], but it tends to hit the correct trend. Although Table 3 sug-
gests that PCM exaggerates both bcis and btrans , the approximation
confirms the increasing due to solvent effects.
Despite receiving a moderate influence from the environment,
the hyperpolarizabilities reported for the chromophores cis and
trans are enormous compared to other NLO materials. For instance,
the thieno[3,4-b]pyrazine, which is a precursor for low-band-gap
Fig. 5. On the left side, one observes the energy-gap and first-hyperpolarizability
polymers, has its b estimated at 2:07  1030 esu [10]. For 4- for the cis structure at the gas phase and in a water solvent (ASEC). On the right side,
nitroaniline, DFT calculations have estimated values from one has the same conditions for the trans conformer.

5
A. Raiol, A.R. da Cunha, Vinícius Manzoni et al. Journal of Molecular Liquids xxx (xxxx) xxx

Fig. 6. The frontier molecular orbitals, energy-gap (DEgap ), and the first hyperpolarizability (btotal ) calculated at CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) for the cis and trans structures in an
aqueous environment using the solvent modelled with IEF-PCM.

described by the ASEC model, one will obtain (6:39 eV, 3.5. Global reactivity descriptors
197:00  1030 esu), which also shows that the solvent affects
the NLO behavior of a chromophore throughout its electronic Table 4 shows the results for the reactive parameters obtained
structure. In summary, according to the data organized in Fig. 5, for the chromophores cis and trans. When the energy-gap (Egap )
the interactions with the environment decrease Egap regarding becomes larger, the chemical hardness (g) increases, and the chro-
the gas phase values, and it enhances btotal . mophore becomes less polarizable and consequently less reactive.
Another aspect that favors the NLO behavior is shown in Fig. 6, Once the hardness decreases from gcis ¼ 2:37 eV to gcis ¼ 2:15 eV,
which correlates the first-hyperpolarizability (btotal ), energy-gap one concludes that the cis conformation presents the lowest reac-
(Egap ), and corresponding frontier molecular orbitals. For the cis tive index. These hardness are on the order of 18  40% greater
structure, both HOMO and LUMO do not share the same spatial than the hardness of 1:70 to 1:82 eV obtained for other recently
region. However, this effect can be observed for the trans structure. synthesized azometine dyes [52,53].
Clearly, the HOMO and LUMO states show a superposition on the With similar information, the chemical softness (S ¼ 1=2g) is a
central molecular ring. This configuration allows electronic trans- more assertive manner to analyze the degree of reactivity of a
port along the molecule and facilitates NLO behavior [5]. chromophore. The analysis shows values of Scis ¼ 0:21 eV1 and
Strans ¼ 0:23 eV1, respectively, showing that the trans configura-
tion favors the polarizability of the system. These values are
slightly lower than the values obtained for other azo dyes [53–56].
3.4. Second-hyperpolarizability
Moreover, as established above, the dipolar polarizability (a)
measures the propensity to form floating dipole moments. From
Under gaseous conditions, the second-hyperpolarizability (c) is
the chemical softness, one can obtain similar information, but con-
estimated as only 0:92  1034 esu for the cis-isomer. However, sidering the energies of the frontier molecular orbitals. Thus, a lin-
when the system migrated to its trans structure, this property ear relation involving a and S has been reported [57,58]. The
becomes 4:94  1034 esu, signalizing an increase of approximately
437%.
Concerning the solvent effect, the results show that these con- Table 4
tributions are minimal for the cis molecule. For instance, the LC- The chemical hardness (g), softness (S), electrophilicity (x), and nucleophilicity (N)
calculated using CAM-B3LYP/6-311++G(d,p) level of quantum mechanics, and the IEF-
BLYP DFT indicates a value of 0:93  1034 esu. However, for the PCM simulating the aqueous environment.
trans-isomer, the solvent improves the second-
Reactivity descriptor Cis Trans
hyperpolarizability ca. 12%, giving a value of 5:94  1034 esu con-
cerning the gas phase. Indeed, if one defines the quantity EHOMO (eV) 6:97 6:83
ELUMO (eV) 2:24 2:53
dc ¼ Dctrans  Dccia as the relative displacement due to solvent g (eV) 2.37 2.15
action on both geometries, one obtains 0:59  1034 esu and will S (1/eV) 0.21 0.23
conclude that the trans-isomer is more susceptible to solvent x (eV) 4.48 5.09
N (eV) 3.6 3.74
effects.
6
A. Raiol, A.R. da Cunha, Vinícius Manzoni et al. Journal of Molecular Liquids xxx (xxxx) xxx

current results also suggest some correspondence between these CRediT authorship contribution statement
two parameters. For instance, when the Scis ¼ 0:21 eV1, one
obtains hacis i ¼ 51:12  1024 esu. However when the system Antonio Raoil: Investigation, Data curation. Antonio R. da
assumes its trans conformation and the chemical softness increases Cunha: Investigation, Data curation. Vinícius Manzoni: Writing -
review & editing. Tarciso Andrade-Filho: Writing - original draft.
to Strans ¼ 0:21 eV1, the dipolar polarizability also is enhanced to
Rodrigo Gester: Supervision.
hatrans i ¼ 59:50  1024 esu.
The global electrophilicity (x) and nucleophilicity (N) are the
Declaration of Competing Interest
other two relevant reactivity parameters. Domingos and collabora-
tors have proposed two scales that permit to classify a system
The authors declare that they have no known competing finan-
according to different degrees of electrophilicity and nucleophilic-
cial interests or personal relationships that could have appeared
ity, respectively. Concerning the electrophilicity scale, one can clas-
to influence the work reported in this paper.
sify a compound as a marginal (x < 0:8 eV), moderate
(0:8 6 x 6 1:5 eV), or even a strong electrophile (x > 1:5 eV)
Acknowledgments
[59]. Similarly, for the nucleophilicity, one can have a marginal
(N < 2:0 eV), moderate (2:0 6 N 6 3:0 eV), and a strong nucle-
This study is financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoa-
ophile (N > 3:0 eV) [38,39].
mento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code
Azo-dyes are often used as pharmacological agents with
001, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecno-
antibacterial [60], antimicrobial [61], anticancer [62], and antiviral
logico (CNPq), and Fundação de Amazônica de Amparo a Estudos
agents, combating, for instance, the human immunodeficiency
e Pesquisas (FAPESPA).
virus [63,64]. For a pharmacological candidate, the global elec-
trophilicity is a critical parameter. Once a xenobiotic electrophile
interacts with proteins, it can occur a desired cellular toxicity or Supplementary material
an immune reaction, like occurs for vaccines, for instance [65].
However, if these interactions happen associated with nucleic Supplementary data associated with this article can be found, in
acids, one can realize an undesired genetic mutation or even a car- the online version, at https://doi.org/10.1016/j.molliq.2021.
cinogenic process [65]. According to Table 4 and the x-scale above, 116887.
both structures are classified as strong nucleophiles with
xcis ¼ 4:48 and xtrans ¼ 5:09 eV, respectively, and according to References
DFT results, the trans isomerization improves ca. 14% the elec-
[1] P.A. Franken, A.E. Hill, C.W. Peters, G. Weinreich, Generation of optical
trophilicity concerning the cis one. harmonics, Phys. Rev. Lett. 7 (1961) 118–119, https://doi.org/10.1103/
The chromophores cis and trans are well localized within which PhysRevLett.7.118.
is expected for other chalcones, once for azo compounds, the elec- [2] A. Newell, J. Moloney, Nonlinear optics, CRC Press, Taylor & Francis Group, Boca
Raton, FL, 2018.
trophilicity usually exceeds 3.0 eV [54–56,53]. However, compared [3] M.G. Papadopoulos, A.J. Sadlej, J. Leszczynski, Non-linear optical properties of
to other recognized drugs, the azo-azomethine investigated pre- matter: from molecules to condensed phases, Springer, Netherlands,
sent greater electrophilicity, in conformity with other azo chro- Dordrecht, 2006, https://doi.org/10.1007/1-4020-4850-5.
[4] T. Schneider, Nonlinear Optics in Telecommunications, Springer, Berlin
mophores [53–56]. However, other recognized medicinal drugs Heidelberg, 2004, https://doi.org/10.1007/978-3-662-08996-5.
such as spilanthol, present lower electrophilicity, x ¼ 1:79 eV [5] D.R. Kanis, M.A. Ratner, T.J. Marks, Design and construction of molecular
[11]. These results suggest one must monitor carefully the possible assemblies with large second-order optical nonlinearities, Quant. Chem.
Aspects Chem. Rev. 94 (1) (1994) 195–242, https://doi.org/10.1021/
use of chalcones as xenobiotics. cr00025a007.
For the nucleophilicity, both chromophores can be classified as [6] Â.C.M. Pimenta, T. Andrade-Filho, V. Manzoni, J.D. Nero, R. Gester, Giant values
strong nucleophiles with indexes of N cis ¼ 3:60 and N trans ¼ 3:74 obtained for first hyperpolarizabilities of methyl orange: a DFT investigation,
Theoret. Chem. Acc. 138 (2) (2019), https://doi.org/10.1007/s00214-018-2406-
eV, respectively. However, as one can observe globally, the rates x.
xcis =Ncis ¼ 1:24, and xtrans =Ntrans ¼ 1:34 show that the systems [7] M. Shkir, S. Muhammad, S. AlFaify, A. Irfan, M.A. Khan, A.G. Al-Sehemi, I. Yahia,
B. Singh, I. Bdikin, A comparative study of key properties of glycine glycinium
remains more electrophilic than nucleophilic ones. picrate (GGP) and glycinium picrate (GP): A combined experimental and
quantum chemical approach, J. Saudi Chem. Soc. 22 (3) (2018) 352–362,
https://doi.org/10.1016/j.jscs.2016.05.003.
[8] S. Muhammad, A.G. Al-Sehemi, A. Irfan, H. Algarni, Y. Qiu, H. Xu, Z. Su, J. Iqbal,
The substitution effect of heterocyclic rings to tune the optical and nonlinear
4. Conclusions optical properties of hybrid chalcones: A comparative study, J. Mol. Graph.
Model. 81 (2018) 25–31, https://doi.org/10.1016/j.jmgm.2018.02.005.
A systematic investigation of the solvent effects and cis-trans [9] V. Manzoni, L. Modesto-Costa, J.D. Nero, T. Andrade-Filho, R. Gester, Strong
enhancement of NLO response of methyl orange dyes through solvent effects:
contributions to the linear and nonlinear electrical properties of A sequential monte carlo/DFT investigation, Opt. Mater. 94 (2019) 152–159,
an azo-azomethine dye with NLO potential is carried out. Special https://doi.org/10.1016/j.optmat.2019.05.018.
attention is paid to the solute polarization due to solvent using a [10] V. Manzoni, R. Gester, A.R. da Cunha, T. Andrade-Filho, R. Gester, Solvent
effects on Stokes shifts, and NLO response of thieno[3,4-b]pyrazine: A
procedure that conciliates continuum and discrete solvent models.
comprehensive QM/MM investigation, J. Mol. Liq. (2021) 115996, https://doi.
However, such impacts are moderate compared to other chro- org/10.1016/j.molliq.2021.115996.
mophores previously investigated with the same methodology. In [11] A. Raiol, M. Pinheiro, E. Belo, A.R. da Cunha, A.M. Marinho, S.Y. Silva, S.C. Silva,
an aqueous solvent, for instance, the first-hyperpolarizability T. Andrade-Filho, R. Gester, Experimental and theoretical spectroscopic
characterization, NLO response, and reactivity of the pharmacological agent
(btotal ) increases ca. 11% concerning the gas phase results. The spilanthol and analogues, J. Mol. Struct. 1227 (2021) 129423, https://doi.org/
major contributions to the NLO response come from structural iso- 10.1016/j.molstruc.2020.129423.
merization. According to the DFT calculations, the trans-isomer [12] V. Deshmukh, M. Nagnathappa, B. Kharat, A. Chaudhari, Theoretical study of
borazine and substituted borazines using density functional theory method, J.
presents first-hyperpolarizabilities ca. 3.7 times greater than the Mol. Liq. 193 (2014) 13–22, https://doi.org/10.1016/j.molliq.2013.12.011.
cis conformer, and for the second-hyperpolarizability, this propor- [13] P. Rawat, R. Singh, A. Ranjan, S. Ahmad, R. Saxena, Antimycobacterial,
tion is ctrans ¼ 5:96  ccis . Moreover, as the chromophores present a antimicrobial activity, experimental (FT-IR, FT-Raman, NMR, UV-Vis, DSC)
and DFT (transition state, chemical reactivity, NBO, NLO) studies on pyrrole-
higher NLO response, there is an expectation for a variety of NLO isonicotinyl hydrazone, Spectrochim. Acta Part A Mol. Biomol. Spectrosc. 179
applications in optoelectronic and photonic. (2017) 1–10, https://doi.org/10.1016/j.saa.2017.02.021.

7
A. Raiol, A.R. da Cunha, Vinícius Manzoni et al. Journal of Molecular Liquids xxx (xxxx) xxx

[14] K. Anitha, V. Balachandran, Assessment of long-range corrected and [38] L.R. Domingo, E. Chamorro, P. Pérez, Understanding the reactivity of
conventional DFT functional for the prediction of second – order NLO captodative ethylenes in polar cycloaddition reactions. a theoretical studyy,
properties and other molecular properties of n-(2-cyanoethyl)-n-butylaniline J. Organ. Chem. 73 (12) (2008) 4615–4624, https://doi.org/10.1021/jo800572a.
– a vibrational spectroscopy study, Spectrochim. Acta Part A Mol. Biomol. [39] P. Jaramillo, L.R. Domingo, E. Chamorro, P. Pérez, A further exploration of a
Spectrosc. 146 (2015) 66–79, https://doi.org/10.1016/j.saa.2015.03.048. nucleophilicity index based on the gas-phase ionization potentials, J. Mol.
[15] D. Avcı, Second and third-order nonlinear optical properties and molecular Struct. (Thoechem) 865 (1–3) (2008) 68–72, https://doi.org/10.1016/j.
parameters of azo chromophores: Semiempirical analysis, Spectrochim. Acta theochem.2008.06.022.
Part A Mol. Biomol. Spectrosc. 82 (1) (2011) 37–43, https://doi.org/10.1016/j. [40] M. de Wergifosse, B. Champagne, Electron correlation effects on the first
saa.2011.06.037. hyperpolarizability of push–pull -conjugated systems, J. Chem. Phys. 134 (7)
[16] Y. Ebead, M. Selim, S. Ibrahim, Solvatochromic, acid–base features and time (2011) 074113, https://doi.org/10.1063/1.3549814.
effect of some azo dyes derived from 1, 3-benzothiazol-2-ylacetonitrile: [41] M.J. Frisch, G.W. Trucks, H.B. Schlegel, G.E. Scuseria, M.A. Robb, J.R. Cheeseman,
Experimental and semiempirical investigations, Spectrochim. Acta Part A Mol. G. Scalmani, V. Barone, B. Mennucci, G.A. Petersson, H. Nakatsuji, M. Caricato,
Biomol. Spectrosc. 75 (2) (2010) 760–768, https://doi.org/10.1016/j. X. Li, H.P. Hratchian, A.F. Izmaylov, J. Bloino, G. Zheng, J.L. Sonnenberg, M.
saa.2009.11.051. Hada, M. Ehara, K. Toyota, R. Fukuda, J. Hasegawa, M. Ishida, T. Nakajima, Y.
[17] C. Reichardt, T. Welton, Solvents and Solvent Effects in Organic Chemistry, Honda, O. Kitao, H. Nakai, T. Vreven, J.A. Montgomery, Jr., J.E. Peralta, F. Ogliaro,
Wiley-VCH Verlag GmbH & Co. KGaA, 2010, https://doi.org/10.1002/ M. Bearpark, J.J. Heyd, E. Brothers, K.N. Kudin, V.N. Staroverov, T. Keith, R.
9783527632220. Kobayashi, J. Normand, K. Raghavachari, A. Rendell, J.C. Burant, S.S. Iyengar, J.
[18] A. Galembeck, S.B. Silva, J.A.P. Silva, J. Del Nero, Polyphosphate gel/methyl Tomasi, M. Cossi, N. Rega, J.M. Millam, M. Klene, J.E. Knox, J.B. Cross, V. Bakken,
orange supramolecular composites, Opt. Mater. 24 (4) (2004) 637–641, C. Adamo, J. Jaramillo, R. Gomperts, R.E. Stratmann, O. Yazyev, A.J. Austin, R.
https://doi.org/10.1016/S0925-3467(03)00167-8. Cammi, C. Pomelli, J.W. Ochterski, R.L. Martin, K. Morokuma, V.G. Zakrzewski,
[19] M. Leulescu, A. Rotaru, A. Moantßă, G. Iacobescu, I. Pălărie, N. Cioateră, M. G.A. Voth, P. Salvador, J.J. Dannenberg, S. Dapprich, A.D. Daniels, O. Farkas, J.B.
Popescu, M.C. Criveanu, E. Morıntale, M. Bojan, P. Rotaru, Azorubine: physical, Foresman, J.V. Ortiz, J. Cioslowski, D.J. Fox, Gaussian 09 Revision C.01 (2010).
thermal and bioactive properties of the widely employed food, pharmaceutical [42] V. Manzoni, M.L. Lyra, R.M. Gester, K. Coutinho, S. Canuto, Study of the optical
and cosmetic red azo dye material, J. Therm. Anal. Calorim. 143 (6) (2021) and magnetic properties of pyrimidine in water combining PCM and QM/MM
3945–3967, https://doi.org/10.1007/s10973-021-10618-4. methodologies, PCCP 12 (42) (2010) 14023, https://doi.org/10.1039/
[20] S. Qi, C. Zhang, X. Yang, K. Chen, L. Zhang, X. Wang, T. Xu, J. Tian, G. Zhang, c0cp00122h.
Experimental study of photoinduced birefringence in azo-dye-doped polymer, [43] V. Manzoni, M.L. Lyra, K. Coutinho, S. Canuto, Comparison of polarizable
Optik 115 (6) (2004) 253–256, https://doi.org/10.1078/0030-4026-00354. continuum model and quantum mechanics/molecular mechanics solute
[21] A. Georgiev, A. Kostadinov, D. Ivanov, D. Dimov, S. Stoyanov, L. Nedelchev, D. electronic polarization: Study of the optical and magnetic properties of
Nazarova, D. Yancheva, Synthesis, spectroscopic and TD-DFT quantum diazines in water, J. Chem. Phys. 135 (14) (2011) 144103, https://doi.org/
mechanical study of azo-azomethine dyes. A laser induced trans-cis-trans 10.1063/1.3644894.
photoisomerization cycle, Spectrochim. Acta Part A Mol. Biomol. Spectrosc. [44] R. Gester, M.V. Damasceno, S. Canuto, V. Manzoni, A theoretical study of the
192 (2018) 263–274, https://doi.org/10.1016/j.saa.2017.11.016. magnetic shielding of 15N of formamide in liquid water, J. Mol. Liq. 320 (2020)
[22] A. Stoilova, A. Georgiev, L. Nedelchev, D. Nazarova, D. Dimov, Structure- 114415, https://doi.org/10.1016/j.molliq.2020.114415.
property relationship and photoinduced birefringence of the azo and azo- [45] R.M. Gester, H.C. Georg, T.L. Fonseca, P.F. Provasi, S. Canuto, A simple analysis
azomethine dyes thin films in PMMA matrix, Opt. Mater. 87 (2019) 16–23, of the influence of the solvent-induced electronic polarization on the 15N
https://doi.org/10.1016/j.optmat.2018.07.010. magnetic shielding of pyridine in water, Theoret. Chem. Acc. 131 (5) (2012)
[23] R. Gester, A. Torres, C. Bistafa, R.S. Araújo, T.A. da Silva, V. Manzoni, Theoretical 1220, https://doi.org/10.1007/s00214-012-1220-0.
study of a recently synthesized azo dyes useful for OLEDs, Mater. Lett. 280 [46] B. Champagne, P. Beaujean, M. de Wergifosse, M.H. Cardenuto, V. Liégeois, F.
(2020) 128535, https://doi.org/10.1016/j.matlet.2020.128535. Castet, Quantum chemical methods for predicting and interpreting second-
[24] T. Yanai, D.P. Tew, N.C. Handy, A new hybrid exchange–correlation functional order nonlinear optical properties: From small to extended p-conjugated
using the coulomb-attenuating method (CAM-B3LYP), Chem. Phys. Lett. 393 molecules, in: Frontiers of Quantum Chemistry, Springer, Singapore, 2017, pp.
(1–3) (2004) 51–57, https://doi.org/10.1016/j.cplett.2004.06.011. 117–138, https://doi.org/10.1007/978-981-10-5651-2_6.
[25] R. Krishnan, J.S. Binkley, R. Seeger, J.A. Pople, Self-consistent molecular orbital [47] R. Barbosa-Silva, M.L. Silva-Neto, D. Bain, L. Modesto-Costa, T. Andrade-Filho,
methods. XX. a basis set for correlated wave functions, J. Chem. Phys. 72 (1) V. Manzoni, A. Patra, C.B. de Araújo, Observation and analysis of incoherent
(1980) 650–654, https://doi.org/10.1063/1.438955. second-harmonic generation in gold nanoclusters with six atoms, J. Phys.
[26] A.D. McLean, G.S. Chandler, Contracted gaussian basis sets for molecular Chem. C 124 (28) (2020) 15440–15447, https://doi.org/10.1021/acs.
calculations. I. Second row atoms, Z=1118, J. Chem. Phys. 72 (10) (1980) 5639– jpcc.0c03397.
5648, https://doi.org/10.1063/1.438980. [48] S. Muhammad, A.G. Al-Sehemi, Z. Su, H. Xu, A. Irfan, A.R. Chaudhry, First
[27] J.-P. Blaudeau, M.P. McGrath, L.A. Curtiss, L. Radom, Extension of Gaussian-2 principles study for the key electronic, optical and nonlinear optical properties
(G2) theory to molecules containing third-row atoms K and Ca, J. Chem. Phys. of novel donor-acceptor chalcones, J. Mol. Graph. Model. 72 (2017) 58–69,
107 (13) (1997) 5016–5021, https://doi.org/10.1063/1.474865. https://doi.org/10.1016/j.jmgm.2016.12.009.
[28] S. Miertus~, J. Tomasi, Approximate evaluations of the electrostatic free energy [49] S. Muhammad, A.G. Al-Sehemi, A. Irfan, A.R. Chaudhry, Tuning the push–pull
and internal energy changes in solution processes, Chem. Phys. 65 (2) (1982) configuration for efficient second-order nonlinear optical properties in some
239–245, https://doi.org/10.1016/0301-0104(82)85072-6. chalcone derivatives, J. Mol. Graph. Model. 68 (2016) 95–105, https://doi.org/
[29] H.C. Georg, K. Coutinho, S. Canuto, Solvent effects on the UV-visible absorption 10.1016/j.jmgm.2016.06.012.
spectrum of benzophenone in water: A combined monte carlo quantum [50] M.J. Alam, A.U. Khan, M. Alam, S. Ahmad, Spectroscopic (FTIR, FT-raman, 1H
mechanics study including solute polarization, J. Chem. Phys. 126 (3) (2007) NMR and UV–vis) and DFT/TD-DFT studies on cholesteno [4,6-b,c]-20,50-
034507, https://doi.org/10.1063/1.2426346. dihydro-10,50-benzothiazepine, J. Mol. Struct. 1178 (2019) 570–582, https://
[30] K. Coutinho, H. Georg, T. Fonseca, V. Ludwig, S. Canuto, An efficient statistically doi.org/10.1016/j.molstruc.2018.10.063.
converged average configuration for solvent effects, Chem. Phys. Lett. 437 (1) [51] H. Abbas, M. Shkir, S. AlFaify, Density functional study of spectroscopy,
(2007) 148–152, https://doi.org/10.1016/j.cplett.2007.02.012. electronic structure, linear and nonlinear optical properties of l-proline
[31] J. Pranata, S.G. Wierschke, W.L. Jorgensen, OPLS potential functions for lithium chloride and l-proline lithium bromide monohydrate: For laser
nucleotide bases. relative association constants of hydrogen-bonded base applications, Arab. J. Chem. 12 (8) (2019) 2336–2346, https://doi.org/
pairs in chloroform, J. Am. Chem. Soc. 113 (8) (1991) 2810–2819, https://doi. 10.1016/j.arabjc.2015.02.011.
org/10.1021/ja00008a002. [52] S. Shahab, M. Sheikhi, L. Filippovich, R. Kumar, E. Dikusar, H. Yahyaei, M.
[32] C.M. Breneman, K.B. Wiberg, Determining atom-centered monopoles from Khaleghian, Synthesis, geometry optimization, spectroscopic investigations
molecular electrostatic potentials. the need for high sampling density in (UV/Vis, excited states, FT-IR) and application of new azomethine dyes, J. Mol.
formamide conformational analysis, J. Comput. Chem. 11 (3) (1990) 361–373, Struct. 1148 (2017) 134–149, https://doi.org/10.1016/j.molstruc.2017.07.036.
https://doi.org/10.1002/jcc.540110311. [53] S. Shahab, M. Sheikhi, L. Filippovich, D.E. Anatol’evich, H. Yahyaei, Quantum
[33] S. Canuto, K. Coutinho and H.M. Cezar, DICE: a Monte Carlo program for chemical modeling of new derivatives of (E, E)-azomethines: Synthesis,
molecular liquid simulation, University of São Paulo, São Paulo, v. 3.0, 2018. spectroscopic (FT-IR, UV/vis, polarization) and thermophysical
[34] H.M. Cezar, S. Canuto, K. Coutinho, Solvent effect on the syn/anti investigations, J. Mol. Struct. 1137 (2017) 335–348, https://doi.org/10.1016/
conformational stability: A comparison between conformational bias monte j.molstruc.2017.02.056.
carlo and molecular dynamics methods, Int. J. Quantum Chem. 119 (1) (2018) [54] P.T. Tasli, Ç.K. Atay, T. Demirturk, T. Tilki, Experimental and computational
e25688, https://doi.org/10.1002/qua.25688. studies of newly synthesized azo dyes based materials, J. Mol. Struct. 1201
[35] H.M. Cezar, S. Canuto, K. Coutinho, DICE: A monte carlo code for molecular (2020) 127098, https://doi.org/10.1016/j.molstruc.2019.127098.
simulation including the configurational bias monte carlo method, J. Chem. Inf. [55] M. Maliyappa, J. Keshavayya, M. Mahanthappa, Y. Shivaraj, K. Basavarajappa,
Model. 60 (7) (2020) 3472–3488, https://doi.org/10.1021/acs.jcim.0c00077. 6-substituted benzothiazole based dispersed azo dyes having pyrazole moiety:
[36] D.A. Kleinman, Nonlinear dielectric polarization in optical media, Phys. Rev. Synthesis, characterization, electrochemical and DFT studies, J. Mol. Struct.
126 (1962) 1977–1979, https://doi.org/10.1103/PhysRev.126.1977. 1199 (2020) 126959, https://doi.org/10.1016/j.molstruc.2019.126959.
[37] N.E.H. Bensiradj, A. Dekhira, N. Zouaghi, O. Ouamerali, DFT and TDDFT study of [56] E. Yilmaz, Theoretical and experimental studies of newly synthesized (Z)-4-(2-
chemical reactivity and spectroscopic properties of M(TePh)2 [TMEDA] M=Zn, (3,5-dibromo-2-hydroxy-4-methoxybenzylidene)hydrazinyl)benzonitrile
Cd, and Hg complexes, Struct. Chem. 31 (4) (2020) 1493–1503, https://doi.org/ compound, J. Mol. Struct. 1166 (2018) 407–415, https://doi.org/10.1016/
10.1007/s11224-020-01509-9. j.molstruc.2018.04.060.

8
A. Raiol, A.R. da Cunha, Vinícius Manzoni et al. Journal of Molecular Liquids xxx (xxxx) xxx

[57] K.R.S. Chandrakumar, T.K. Ghanty, S.K. Ghosh, Relationship between ionization some new azo dyes derived from 4,6-dihydroxypyrimidine, J. Mol. Liq. 169
potential, polarizability, and softness: A case study of lithium and sodium (2012) 21–26, https://doi.org/10.1016/j.molliq.2012.03.003.
metal clusters, J. Phys. Chem. A 108 (32) (2004) 6661–6666, https://doi.org/ [62] H.A. El-Ghamry, S.K. Fathalla, M. Gaber, Synthesis, structural characterization
10.1021/jp048522e. and molecular modelling of bidentate azo dye metal complexes: DNA
[58] K. Gupta, T.K. Ghanty, S.K. Ghosh, Polarizability, ionization potential, and interaction to antimicrobial and anticancer activities, Appl. Organomet.
softness of water and methanol clusters: An interrelation, J. Phys. Chem. A 116 Chem. 32 (3) (2018) e4136, https://doi.org/10.1002/aoc.4136.
(25) (2012) 6831–6836, https://doi.org/10.1021/jp3048357. [63] M. Ono, Y. Wada, Y. Wu, R. Nemori, Y. Jinbo, H. Wang, K.-M. Lo, N. Yamaguchi,
[59] L.R. Domingo, M.J. Aurell, P. Pérez, R. Contreras, Quantitative characterization B. Brunkhorst, H. Otomo, J. Wesolowski, J.C. Way, I. Itoh, S. Gillies, L.B. Chen,
of the global electrophilicity power of common diene/dienophile pairs in FP-21399 blocks HIV envelope protein-mediated membrane fusion and
Diels-Alder reactions, Tetrahedron 58 (22) (2002) 4417–4423, https://doi.org/ concentrates in lymph nodes, Nat. Biotechnol. 15 (4) (1997) 343–348,
10.1016/s0040-4020(02)00410-6. https://doi.org/10.1038/nbt0497-343.
[60] M.I. Abou-Dobara, N.F. Omar, M.A. Diab, A.Z. El-Sonbati, S.M. Morgan, M.A. El- [64] G. Poli, E. Vicenzi, FP-21399 (Lexigen Pharmaceuticals), IDrugs Investig. Drugs
Mogazy, Allyl rhodanine azo dye derivatives: Potential antimicrobials target d- J. 4 (11) (2001) 1293–1295, PMID:1 5942835.
alanyl carrier protein ligase and nucleoside diphosphate kinase, J. Cell. [65] R.S. Obach, A. Kalgutkar, Reactive electrophiles and metabolic activation, in:
Biochem. 120 (2) (2019) 1667–1678, https://doi.org/10.1002/jcb.27473. Comprehensive Toxicology, Elsevier, 2010, pp. 309–347, https://doi.org/
[61] M. Yazdanbakhsh, H. Yousefi, M. Mamaghani, E. Moradi, M. Rassa, H. Pouramir, 10.1016/b978-0-08-046884-6.00115-9.
M. Bagheri, Synthesis, spectral characterization and antimicrobial activity of

Você também pode gostar