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É com muito prazer e orgulho que apresento a vocês a pesquisa “Por Ser Menina no Brasil: Crescendo entre
Direitos e Violências”, uma pesquisa verdadeiramente inédita no Brasil.
Para promover os direitos das meninas e empoderá-las para que elas sejam as principais agentes
transformadoras das suas realidades, a Plan quis entender as meninas a partir do seu olhar. É por isso que
ouvimos 1.771 meninas de 6 a 14 anos em todas as cinco regiões do Brasil sobre o contexto de direitos,
violências, barreiras, sonhos e superações em que elas vivem.
As meninas nos contaram que gostam de serem meninas e sonham um futuro no qual a educação, a saúde,
o cumprimento dos direitos, a solidariedade e o respeito às diferenças possam ser realidades para todas as
meninas e meninos.
Mas elas denunciam um contexto de gritantes desigualdades de gênero, que acaba prejudicando o pleno
desenvolvimento de suas habilidades para a vida. Só pra dar um exemplo: enquanto 76,8% lavam louça e
65,6% limpam a casa, apenas 12,5% dos seus irmãos homens lavam a louça e 11,4% dos seus irmãos homens
limpam a casa. Queremos trabalhar para não ouvirmos mais, como ouvimos nesta pesquisa, que 1 menina de
cada 5 conhece uma outra menina que já sofreu violência e que 13,7% das meninas de 6 a 14 anos trabalham
ou já trabalharam.
A situação das meninas no mundo não é diferente. A Campanha mundial da Plan “Por Ser Menina” acontece
em mais de 50 países, culminando a cada ano no dia 11 de outubro, dia instituído pela ONU como Dia
Internacional da Menina, chamando a atenção para a necessidade de efetivar políticas públicas na busca de
garantir os direitos das meninas dentro da igualdade e da justiça de gênero.
No nosso contexto, a Plan atua no Brasil desde 1997 promovendo os direitos de crianças e adolescentes em
suas comunidades implementando diretamente mais de 20 projetos nos Estados do Maranhão, Pernambuco,
Bahia, Rio Grande do Norte e São Paulo.
Esta pesquisa representa a contribuição da Plan para que no Brasil as meninas possam ser ouvidas, respeitadas
e ter seus direitos garantidos e implementados. A partir desta pesquisa, queremos nos envolver e empenhar em
uma grande mobilização nacional com a sociedade civil e o poder público para afirmar os direitos e a equidade
de gênero das meninas na sociedade brasileira. A hora é esta!
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Católica de Brasília (UCB) em Julho de 2013.
A campanha Por Ser Menina, da Plan International Brasil, visa
promover
A campanha uma educação
Por de qualidade
Ser Menina, da Planem ambientes seguros
International para
Brasil, visa
todas as meninas.
promover A campanha
uma educação foi lançada
de qualidade em mundialmente no dia
ambientes seguros 11 de
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meninas. com a comemoração
A campanha do Dia Internacional
foi lançada mundialmente no dia 11dade
Menina,
outubro estabelecido pelas
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a comemoração resultado
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Unidas como resultado que
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dar visibilidade e emergentes.
aos problemas que afetam
Perfil das
globalmente a vida das meninas em países pobres e emergentes.
AAA pesquisa “Por Ser Menina no Brasil: Crescendo entre Direitos e Violências” foi realizada em 5 estados
campanha
campanha Por
Por Ser
Ser Menina,
Menina, dada Plan
Plan International
International Brasil,
Brasil, visa
visa
%ouvidas 1771 meninas% 51,9 47,6
do Brasil,umaescolhidos pela representatividade em suas respectivas regiões.(11-14
Foram com as
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emergentes.
1771 Pará
1771
meninas
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Pará
Maranhão
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Mato Grosso
Mato Grosso
São Paulo
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2013,
com rio GranDe Do sul
com 1771
1771 meninas
meninas ee adolescentes,
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Brasil.
MéDia De
MéDia De iDaDe
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Das Meninas
Meninas Divisão De etnias/raças
Divisão De etnias/raças
51,9% 47,6%
(11-14 ANOs)
(11-14 ANOs) (6-10 ANOs)
(6-10 ANOs) 39,1% 6,2% 1,2% 53,2% 0,3%
39,1%
brANcA
6,2%
prEta
1,2%
amarEla
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parda (morEna)
0,3%
IndíGEna
Cor da pele de acordo com critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
1771
meninas
Pará
Pará
zona habitacional
meninas Maranhão zona habitacional
Maranhão
Mato
Mato Grosso
Grosso
23,5% 76,5%
São
São Paulo
Paulo
23,5% 76,5%
rio
rio GranDe
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Do sul
sul
zona habitacional
zona habitacional
8
23,5%
23,5% 76,5%
76,5% POR SER MENINA NO BRASIL Crescendo entre Direitos e Violências
76,3% 0,9% 6,6% 15,6% 3,4%
mãE madrasta IrMã avó não rEspondEu
Famílias e
São aS MãeS o ente faMiliar
que MaiS cuida daS MeninaS,
confirMando que o cuidar
ainda é Percebido e
naturalizado coMo algo
Convivência Familiar
excluSivo do âMbito feMinino.
ArrUMAr A
MINhA cAMA
cOzINhAr
lavar a
louça
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rOUpA
cUIDAr DO(s)
IrMãO(s) A PRESENÇADistribuição
MASSIVA DAS MÃES DeNO
tarefas
CUIDADO DAS FILHAS,
76,3% 0,9% 6,6% 15,6% 3,4% MESMO QUANDO
44,1% ESTAS
declara que TRABALHAM FORA, É UM INDICATIVO
suas famílias
mãE
recebem algum benefícioOU
DA DUPLA do Governo.
TRIPLA JORNADA
recebe oDA MÃE.
bolsa Família.
81,4% madrasta
41,0% 76,8%IrMã avó
65,6% 28,8% não rEspondEu
21,8% 34,6%
MeninaS
ArrUMAr A lavar a lImpar a lavar a pAssAr A cUIDAr DO(s)
cOzINhAr
*pergunta com possibilidade São aS MãeSmúltiplas
de respostas o ente faMiliar MINhA cAMA louça cAsA rOUpA rOUpA IrMãO(s)
benefício Do Governo
Distribuição de QueM cuiDa De você no Dia-a-Dia?
Tarefas em Casa
QueM 3,6%
26,8% cuiDa De você
4,0%no Dia-a-Dia?
7,0% 5,6%
pAI padrasto IrMãO avô outro
A distribuição de tarefas ou dos afazeres domésticos entre meninas/adolescentes e meninos/
adolescentes revela uma gritante desigualdade de gênero no espaço doméstico. Enquanto 81,4% das
meninas arrumam sua própria cama, 76,8% lavam louça e 65,6%
26,8% limpam
3,6%a casa, apenas
4,0% 11,6% 7,0% dos seus
5,6%irmãos
homens arrumam a sua própria cama, 12,5% dos seus irmãos homens lavam
76,3%
pAI
0,9%a louça
padrasto
6,6% e 11,4%
IrMãO dos seus irmãos
15,6%
avô
3,4%
outro
Distribuição De tarefas
Limpar a casa 65,6 Limpar a casa 11,4
81,4% 41,0% 76,8% 65,6% 28,8% 21,8% 34,6%
76,3% 0,9% 6,6% 15,6% 3,4% MeninaS
LavarmãEa roupa madrasta IrMã avó 28,8
não rEspondEu
Lavar a roupa
ArrUMAr A lavar a lImpar a lavar a
6,4
pAssAr A cUIDAr DO(s)
cOzINhAr
MINhA cAMA louça cAsA rOUpA rOUpA IrMãO(s)
Passar a roupa
São aS MãeS o ente faMiliar
21,8 Passar a11,6%
roupa 11,4% 12,5% 11,4% 6,4% 6,2 10,0%
6,2%
81,4% 41,0% 76,8% 65,6% 28,8% 21,8% 34,6%
que MaiS cuida daS MeninaS, MeninoS
benefício Do Governo
Atividades fora
do horário escolar
Quando estão fora do horário da escola, as meninas entrevistadas se dedicam a atividades de lazer e esporte e
à realização de tarefas escolares, entre outras. A televisão se mostra o meio de entretenimento mais frequente:
82,3% das entrevistadas disseram ver TV no período extraescolar. Outras formas de lazer, como ouvir música
(67,3%), ler livros (53%) e brincar dentro de casa (55,3%), alcançaram percentuais menores, mas ainda assim
são mencionadas por mais da metade das pesquisadas.
UF
PA MA SP RS MT Total
UF
Amostra
PA MA SP RS MT Total
quilombola
Estou procurando
trabalho
% UF 0,8% 2,7% 4,4% 2,6% 0,4% 2,3% 0,7%
O somatório dos percentuais descritos na tabela é superior a 100%, já que uma mesma entrevistada poderia marcar mais de uma
possibilidade de resposta. Esse é o caso das meninas que estavam “procurando trabalho” e que, ao mesmo tempo, “nunca trabalharam” ou
“já trabalharam e não trabalham atualmente”.
ONDE TRABALHA?
UF
PA MA SP RS MT Total
Trabalho em comércio (lojas, mercados etc.) % UF 0,0% 12,5% 26,5% 20,0% 12,5% 16,5%
Trabalho na agricultura, pecuária ou pesca % UF 7,7% 0,0% 17,6% 0,0% 6,3% 7,0%
38,0% 44,5%
38,0% 44,5%
e, QuanDo as Meninas fazeM alGo erraDo, os Pais e resPonsáveis: Das meninas Declaram que afirmam que os
*
ocorrem brigas na família pais as criticam
Em Em
UF
Em Em
UF
Amostra
PA MA SP RS MT Total
quilombola
Os computadores são itens menos frequentes entre as meninas/adolescentes pesquisadas que os celulares.
Enquanto 57,1% delas possuem celular pré-pago, menos da metade delas (45,9%) possuem computador de
mesa ou notebook. No caso das meninas quilombolas, essa porcentagem desce para 5,4%.
UF
Amostra
PA MA SP RS MT Total
quilombola
UF
Amostra
PA MA SP RS MT Total
quilombola
Não sabe/
Não responde
% UF 52,8% 36,9% 12,4% 16,6% 21,5% 29,5% 83,9%
A falta de transporte é apontada em 14,8% dos “Não tenho interesse, não gosto da aula” é
casos nas escolas públicas rurais, em 53,8% dos apontado como motivo de falta em 6,6% dos casos
casos nas escolas quilombolas e só em 4,0% dos nas escolas públicas rurais, em 4,7% dos casos nas
casos nas urbanas particulares. escolas públicas urbanas e em nenhum caso nas
escolas urbanas particulares.
UF
Amostra
PA MA SP RS MT Total
quilombola
Discordo
totalmente
% UF 0,8% 4,8% 4,1% 2,2% 0,9% 2,7% 4,0%
Por outro lado, é menos confortante o dado referente às dúvidas e opiniões em sala de aula. Embora as
porcentagens sejam ainda positivas, 21,2% das meninas não se sentem à vontade para expressar dúvidas e
opiniões em sala de aula (24,2% para as quilombolas).
UF
Amostra
PA MA SP RS MT Total
quilombola
Pará
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s/raças 1771
M a r a nmenina “Ser
Depoimentos
1 71
a ohonesta,
é reconhecer
ão
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confiar nos colegas e não
u loSãoanos,
P a
angústias.” (12 Escola
D e D o sul
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EXISTE ALGO3,2%
“É ser respeitada,
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5 se valorizar, se amar,IndíG “Ser
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DE BOM EM SER acreditar )em si mesma, ter
1,2 MENINA?parda
na menina... Ser
morEe coragem para fazer as
(atitude divertida, exemplar,
coisas, é ser verdadeira.”
6,2t%
estudiosa, brincalhona. Isso é
BGE).
Ela tic (I
(13 anos, EscolaaUrbana
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ser menina pra mim!” (10 anos,
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Pública,
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a ae Escola Urbana Particular,
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“É bom
ias/r d e Geo
grafi
Divisão De etnias
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trabalhar, ser uma pessoa
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todos
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trabalho,
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bom de ser menina
é que a gente pode fazer várias
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amizades e pode ser com menina ou
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mato, quebro coco; eu trabalho de
ita
roça com meu pai.” (10 anos,
as pessoas vão te ignorar ou achar que as
ab
Escola Pública Quilombola,
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pessoas podem mais só porque são meninos.
zona 3%a
Maranhão)
Eu acho que é isso que importa para mim.”
6 ,5 %
(12 anos, Escola Urbana Pública, Rio 0 ,
Grande do Sul)
397
,1% 3 ,2%
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MENINASIBTÊM
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AS MESMAS
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Quando você é menina, a fi a rios do Instituto Brasileiro
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aí tem brincadeira Ede,
r t atipo, jogar
i ro d e GeoOPORTUNIDADE?S
bola, aí eles falam: p‘você é menina, você Brasile
não aguenta ficar jogando bola’. É, eu estavad o I n stituto POR QUÊ?
cA s
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brAN brincando de boneca, aí eu queria om ccolocar
EXISTE boneca dentro do co rd o
de acarrinho,
c
aí os meninos
zona habitacio
ALGO não d a pele É porque eu sou menina.”
deixam.
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iona l
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“Dentro
RUIM anos, Escola Pública Rural,
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de casa há diferença... Se
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São Paulo)
EM SER h
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eu chegar... vamos dizer. Eu tenho
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76,5%
e um irmã o de 20. Se a
MENINA? 23,5% irmão de 23
emp resta o carro ’, minh a mãe
chegar e disser ‘Mãe me
‘Não , você tá malu ca? Você vai bater no poste.
vai dizer
Já se meu irmão chegar
Você vai atropelar umas 50 pessoas’.
o carro ?’, ela: ‘Pega’. Rola
bêbado e falar: ‘Mãe me empresta
“Assim,
n in a s que esse preconce ito. A mulh er não, ela tem que pilotar fogão. A
campo e me
nunca aconteceu Tem até um ditad o que mulher
mulher isso, a mulher aquilo.
% s f o i d
isso comigo, mas o preconceito.
q u anto te perig o cons tante . E tem muit a mulher que, meu
23e,p5articipan (76,5%),
e no volan
t
Porque os homens acham que podem
mandar mais que as mulheres, então acho e n Deus, dá um pau em cara que tá dirig
e tem
indo. Tem cara que
mulher que é
é ridículo dirigindo um carro
te d ana %.
que só isso que é ruim, que a população tem anos , Esco la Urba na Pública,
b
(14
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um preconceito mais com as mulheres”.,5 muito boa.”
Mato Gros so)
1a “A
maioria das vezes
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013prefiro “Eu
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tenho
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minha liberdade pra falar com a mãe dela. Com a
o
n
mãe da Ana. Da Júlia. Com a mãe de todo mundo. Com a mãe
e que, tipo, ela
em com
Das M
se sentem segu da Júlia, eu chego e ela que começa a falar as coisas. Por
MéDi
uma vida que tá nascendo. Mas na São Paulo)
rio GranDe Do s
adolescência você ter um filho, você
NAMORO, u l
47,6%
estraga a sua vida, totalmente. Você
SEXUALIDADE,
não tem mais vida.” (14 anos, Escola
Pública Urbana, Mato
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51,9
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Divisão De etnia ) E
sN/OsraçaGÊNERO
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“Não
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infor os outros querem, tu tem que
s não
Da s Men
ina ter a tua vontade, o que tu quer para
0,5% queira
ti. Suponhamos que o meu pai não
o que eu quer o fazer. Eu deixo
Pará
deixar eu fazer
o, tipo
para lá e eu vou seguir o que eu quer
vont ade e não a dele.”
nhão
vou segu ir a minh a
ica, Rio
M a ra (12 anos, Escola Rura l
Grande do Sul)
Públ
1771
6,2% as coisas. osso
“Em Meu
1 ,2 %
casa sou eu que faço
algumas 5
prEta vezes eles arrumam a cama, varrem a 3,2%
sonho é me formar
numa faculdade, trabalhar,Mat o Gr
ganhar0 ,3dinheiro,
% construir
Meus irmãos,
amarElaas
n parda (morEna)minha casa. E depois pensar em outras o Pau
lo
i
meu
n
meque anos,
casa. Meu irmãozinho fica só brincando.
IndíComo
GEnaarranjar marido, Sã
sul SEUS
A mulher faz a diferença na coisas. Como…
QUAIS
e DoSÃO
e acordo com cri
comunidade.”
térios do Ins(8
titutoPará)
Escola Urbana ter filhos. Eu queria ser professora nD
GraSONHOS
Pública, Brasileiro de Geog
rafia e Estatística
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de física.” (9 anos, Escola Urbana
(IBGE). PARA O
mam que os
afir Particular, Pará)
FUTURO?
pais as criticam
zona habitacion
al “Eu acho
que sim em casa, escolas,
“O meu
sonho é mais louco que
as
Ponem
e res, mas
o erraDo, os Pais assim sáv eis:
ç
luga res, normalmente o dela. O meu sonho é ser médica
por causa do preconceito as meninas
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O
menos, assim, oportunidade do que
têm legista. Quero abrir morto mesmo.
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coisa
e
os meninos. o é isso. Ter filho s, aque la
e
meu sonh
D
Porque as pessoas são preconceituos
ão
as. E acham que muit o. Mas , se tiver,
talvez as meninas nãoEm mundo encantado não
Divis 76,5%
saberão fazer isso, as pessoas que da.
brigada. Se eu não for casada, briga
41,8%
mais têm preconceito são os homens ,
assim, é muito difícil uma mulher
com as mulheres, O que eu quero é ser feliz.” (14 anos
outra mulher. dos
ter preconceito com Escola Pública Urbana, São
Entãcaso
o sãos, mais os homens que são Paulo)
preconceituosdão bronocaa maioria das coisas são
os. Entã
0,3%
os homens.” (10ão.
ou serm anos, Escola Urbana
Particular, Maranhão)
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Ena
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a
6,2t%
).
(IBGE
23,2% Ela
amar a e Es
tatístic
a
nal
pele
Cor da
tingente de partic acio
it
Conclusões
e recomendações
Conclusões
As meninas gostam de serem meninas e sonham com um futuro no qual a educação, a saúde, o cumprimento
dos direitos, a solidariedade e o respeito às diferenças possam ser realidade para todas as meninas e meninos.
Mas como a família, a escola, a sociedade e o Estado tratam as meninas simplesmente por serem meninas?
• Enquanto 81,4% das meninas arrumam sua própria cama, 76,8% lavam louça e 65,6% limpam a casa,
apenas 11,6% dos seus irmãos arrumam a sua própria cama, 12,5% dos seus irmãos lavam a louça e 11,4% dos
seus irmãos limpam a casa.
• 13,7% das meninas de 6 a 14 anos no Brasil trabalham ou já tiveram experiência de trabalho.
• 31,7% de todas as meninas ouvidas informam que o tempo para brincar, direito fundamental de todas as
crianças, é insuficiente durante a semana.
• Em 26,2% dos casos, pais e/ou responsáveis gritam com elas e, em 23,2% dos casos, batem.
• Só em 53,6% dos casos, o caminho da escola é indicado como “sempre” seguro.
• 70,7% das meninas “nunca ouviram falar” ou “ouviram falar, mas não leram” o Estatuto dos Direitos da
Criança e do Adolescente (ECA).
• 1 menina de cada 5 conhece uma outra menina que já sofreu violência.
Recomendações
• Realização de campanhas e ações que possam incidir sobre o lugar das meninas no imaginário social e
que possam levar os órgãos públicos responsáveis por políticas sociais para crianças e adolescentes a adotarem
recortes de gênero, visando à diferenciação nas metas e estratégias dessa política.
• Realização de ações de mobilização social das próprias meninas, incluindo a conscientização de seus
responsáveis, famílias, lideranças e escolas, visando a seu empoderamento e protagonismo social.
• Realização de ações de sensibilização sobre a divisão do trabalho doméstico entre meninas e meninos,
homens e mulheres, reconhecendo o direito universal das meninas de brincar, praticar esporte e desenvolver
plenamente suas habilidades para a vida, respeitando seus desejos e sonhos.
• Fortalecimento das iniciativas públicas e da sociedade civil contra o trabalho infantil das meninas.