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Biomedicina noturno – 5º semestre

Efeito de um Programa Regular de Exercício Físico sobre a Proteína C-


Reativa e Indivíduos com Risco de Doenças Cardiovasculares

Angélica Rodrigues Da Silva


Deise Oliveira de Campos
Hélen Karina Oliveira Veríssimo
Marília Fernanda Leite de Souza

CAMPINAS
ABRIL 2015
Angelica Rodrigues Da Silva - B854790
Deise Oliveira de Campos – B83IIB-5
Hélen Karina Oliveira Veríssimo – B7137H9
Marília Fernanda Leite de Souza – B7486E-5

Efeito de um Programa Regular de Exercício Físico sobre a Proteína C-


Reativa e Indivíduos com Risco de Doenças Cardiovasculares

Trabalho de atividade prática supervisionada apresentado a coordenação


do curso de Biomedicina sendo parte necessária para progressão
semestral.

CAMPINAS
ABRIL 2015-04-20
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 4
1 DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA ATEROSCLERÓTICA .................................................................... 5
2 PROTEINA C-REATIVA COMO MARCADOR INFLAMATORIO SISTEMICO .......................................... 6
2.1 Proteina C Reativa (PCR). .............................................................................................................. 6
2.2 Proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-as).......................................................................... 6
2.3 Proteina C- Reativa e Eventos Cardiovasculares ........................................................................... 6
3. BIOMARCADORES INFLAMATÓRIOS ............................................................................................... 8
4. MÉTODOS LABORATORIAIS ........................................................................................................... 10
4.1 Indicador De Risco Cardiovascular .............................................................................................. 10
4.2 Indicador De Processos Infecciosos E/Ou Inflamatórios ............................................................. 10
5. BENEFÍCIO DO EXERCÍCIO FÍSICO EM POPULAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR ................... 12
5.1 Efeitos sobre o sistema cardiovascular ....................................................................................... 12
5.2 Prescrição .................................................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 14
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INTRODUÇÃO

A proteína C reativa (PCR) é uma das proteína produzida no fígado em


resposta a quase todos os estímulos inflamatórios, tais como infecções, traumas,
câncer e reumatismos. Ela está presente no organismo, normalmente em resposta
a alguma infecção ou até mesmo sendo utilizada como sinal de problemas
cardiovasculares.
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1 DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA ATEROSCLERÓTICA

Desenvolvimento da Aterosclerose se deve devido uma aterogênese


acelerada que pode se dar devido diversos fatores de risco, dentre eles altos níveis
de sedimentação globular e proteína C reativa .
A LDL-ox estimula a camada de células endoteliais a produzir moléculas de
adesão celular como VCAM-1 (molécula-1 de adesão da célula vascular),
ICAM-1 (molécula-1 de adesão intercelular), fatores de crescimento, tal
como M-CSF (fator estimulador de colônia de macrófago) e proteínas
quimiotáticas, como MCP-1 (proteína-1 quimiotática para monócitos),
resultando na adesão e no recrutamento de monócitos e linfócitos
circulantes para dentro da parede arterial(8).
Porém, no organismo humano existem linhas de defesa do processo
aterosclerótico, dentre elas as enzimas antioxidantes, o óxido nítrico (NO) e
o óxido nítrico sintetase endotelial (eNOS) e moléculas e citocinas anti-
inflamatórias que estão envolvidas no processo gerador de aterosclerose.
O sistema antioxidante atua na atenuação das cargas de radicais livres no
organismo, sendo importante na prevenção do processo aterosclerótico, já
que este pode ser iniciado e agravado através da entrada no endotélio das
lipoproteínas modificadas pelos radicais livres. Basicamente, há produção
de três enzimas atuantes no processo antioxidante. São elas a superóxido
dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPX).
Sendo assim é um processo inflamatório que se dá devido o acumulo,
principalmente de lipideos e délulas inflamatorias embaixo do endotelio. Pode
também se dar devido ao acumulo em mesmo local de lipoproteínas de baixa
densidade, sempre em quantidade proporcional a quantiidade de LDL circulante.
Depois da LDL já estar no espaço subendotelial podem ocorrer algumas
modificações na mesma caracterizando o processo inflamatório da Aterosclerose.
Tal processo pode ocorrer em qualquer vaso, porém os mais comumente estudados
são as inflamações na aorta e artérias coronárias, carótidas cerebrais.
Tal inflamação pode ser controlada com um programa de atividades aerobicas
se devidamente acompanhado, não sendo nem muito intenso nem muito brando.
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2 PROTEINA C-REATIVA COMO MARCADOR INFLAMATORIO SISTEMICO

2.1 Proteina C Reativa (PCR).

A PCR é sintetizada no fígado, presente no plasma de pacientes com


doenças agudas, e capaz de se ligar ao polissacarídeo-c da parede celular do
streptococcus pneumoniae. A PCR e um marcador não especifico que se eleva em
resposta de fase aguda quando ha estimulo de lesão tecidual, infecção ou necrose
celular associada com infarto ou malignidade. Medidas repetidas são úteis no estudo
do curso de doencas(como acompanhar a terapia durante a inflamação ou processo
necrotico). A Pcr esta envolvida com o sistema autoimune e atua na ativação do
complemento, fagocitose e liberação das linfocinas. A PCR é sintetizada no figado e
constituida de cinco unidades polipeptidicas.

2.2 Proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-as)

E um marcador do processo inflamatório em indivíduos sadios e tem uma


estabilidade comparável á do colesterol total. entretanto, sua determinação para
estimativa do risco cardiovascular não se aplica a fumantes, portadores de
osteartrose, obesos, diabéticos, mulheres sob terapia de reprodução hormonal, uso
de antiinflamatórios ou na presença de infecções. A Pcr-as pode ser determinada
para auxiliar a estratificação de risco de aterosclerose. A Pcr-as pode ser
determinada para auxiliar a estratificação de risco de aterosclerose. Existem fortes
evidencias de que os teores de Pcr são melhores preditores para os eventos
cardiovasculares que o LDL-C, inclusive na ausência de hiperlipidêmia.

2.3 Proteina C- Reativa e Eventos Cardiovasculares


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O processo inflamatório desempenha um importante papel na etiologia das


doenças cardiovasculares. Muitos estudos demonstram que níveis elevados de
proteína C-reativa (PCR), uma proteína hepática de fase aguda, estão associados
ao risco de tais eventos.
A PCR pode ser utilizada como auxiliar no diagnóstico, controle terapêutico e
acompanhamento de diversas patologias, uma vez que é um sensível e precoce
indicador de processos inflamatórios. Tem se verificado que indivíduos com níveis
de PCR elevados poderiam estar sob o risco de desenvolver doenças coronarianas.
As doenças cardiovasculares são a causa de aproximadamente 20% ou 14
milhões de mortes anualmente em todo o mundo. A condição mais encontrada nas
doenças cardiovasculares é, indiscutivelmente, a aterosclerose sendo considerada
uma condição crônica progressiva caracterizada pela formação de ateroma no
interior das artérias de grande e médio calibre. A literatura médica aponta variados
fatores de riscos para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares.
A síndrome da resposta aguda da inflamação, correspondente sistêmico da
inflamação, é definida pelas alterações metabólicas, neuro-humorais e imunológicas,
decorrentes da ativação de macrófagos e aumento da produção de citocinas
(incluindo a IL-1β, a IL-6 e o TNF-α) e outros mediadores. Essas substâncias vão
promover o aumento da síntese hepática e, conseqüentemente, dos níveis séricos
das proteínas de fase aguda. Uma das principais proteínas de fase aguda da
inflamação é a proteína C-reativa, essa proteína aumenta de forma proporcional à
intensidade da agressão e da destruição tecidual, ou seja, enquanto persistir a
inflamação, elevadas concentrações de PCR serão encontradas no organismo.
Sendo a proteína mais estudada devido à sua capacidade de elevação e
dependência do estímulo inflamatório.
A proteína C-reativa (PCR) foi descoberta em 1930 por Tilet e Francis, e
desde então vem sendo utilizada na avaliação de pacientes com quadros
inflamatórios de qualquer natureza, fazendo parte da resposta não específica da
fase aguda da A PCR faz parte da resposta imunológica inata e desempenha
diversas funções como opsonizar partículas estranhas, ativar a via clássica do
sistema complemento e se ligar à cromatina de células necróticas.
A técnica utilizada para a dosagem da PCR pode variar, mas em geral o teste
utilizando turbidimetria e nefelometria são os mais empregados para análise
quantitativa, apresentando o resultado em mg/dL
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3. BIOMARCADORES INFLAMATÓRIOS

Os biomarcadores inflamatórios providenciam informação útil acerca do


processo inflamatório aterosclerótico, constituindo uma janela para o processo de
ativação celular, recrutamento de células inflamatórias e proliferação. Eles são
potencialmente produzidos pelas células inflamatórias e vasculares da placa ou,
indiretamente, em outros órgãos, tais como o fígado ou o baço. Contudo, sendo um
processo não específico, a inflamação de outros tecidos ou órgãos conduz ao
aumento destes biomarcadores. Em conjunto, estes biomarcadores fornecem
informação essencial sobre o processo aterosclerótico. Apesar de a lista dos
biomarcadores inflamatórios ser extensa e se encontrar em contínuo crescendo, a
proteína C reativa (PCR) constitui o biomarcador mais extensamente estudado.
Nas últimas décadas, mais de 30 estudos epidemiológicos demonstraram que
a PCR está associada ao aumento do risco cardiovascular. A molécula possui
determinadas características que a tornam particularmente atrativa.
A sua produção hepática é principalmente estimulada pela IL-6 e, ao contrário
de outros marcadores de fase aguda, os seus níveis permanecem relativamente
estáveis, sem grande variação diurna, permitindo a sua correta quantificação. O
termo PCR de alta sensibilidade (PCR-as) é o termo aplicado ao método
desenvolvido nos anos 90, que detecta concentrações séricas de PCR em níveis
mais baixos que os métodos laboratoriais prévios. O seu limiar de detecção é muito
baixo (de 0,3 mg/L), pelo que deve ser este o método laboratorial utilizado quando
se pretende avaliar o risco cardiovascular associado à inflamação vascular sistémica
crónica da aterosclerose.
Evidências crescentes sugerem que a PCR não é apenas um marcador
inflamatório, mas também que a molécula participa ativamente no processo
aterogênico. Conclui-se que a PCR se localiza dentro da placa aterosclerótica, tendo
um papel importante na vulnerabilidade desta. Os seus níveis correlacionam-se de
forma direta com vários fatores de risco cardiovasculares, tais como: o índice de
massa corporal, o tabagismo, a pressão arterial sistólica, os níveis de triglicérides e
de colesterol total, a frequência cardíaca, os níveis de glicemia em jejum e a história
de doença coronária ou acidente vascular cerebral (AVC) e de forma inversa com os
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níveis de colesterol-HDL e de pressão arterial diastólica, tanto em crianças como em


adultos.
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4. MÉTODOS LABORATORIAIS

A dosagem quantitativa da concentração sérica da pcr, foi possível através


dos métodos de imunoturbidimetria e nefelometria expressando os resultados em
mg/dl. Esses métodos tem a sensibilidade reduzida para os casos de baixos níveis
de inflamação. O método usado para a determinação da concentração sérica da
proteína reativa-C titulada é a Imunonefelometria hipersensível (também
denominada de alta sensibilidade ou ultra-sensível).
Ao interpretar os resultados, é importante que saibamos o histórico clinico e
os exames físicos, uma vez que o processo de inflamação ou os estados gripais
aumenta os níveis basais de PRC-t.
Mais de uma determinação pode ser necessária para uma correta avaliação
do risco relativo de um paciente. É importante lembrar que a PCR tem meia vida
plasmática de 19 horas e mesmo após estímulos únicos, como trauma ou cirurgia,
possa precisar de vários dias para que os níveis basais retornem. Portanto as
dosagens seriadas por vários dias são mais uteis dos resultados isolados. Abaixo
valores de referencia.

4.1 Indicador De Risco Cardiovascular

Abaixo de 0,1 mg/dL: risco baixo;


De 0,1 e 0,3 mg/dL: risco intermediário;
Acima de 0,3 mg/dL: risco aumentado.

4.2 Indicador De Processos Infecciosos E/Ou Inflamatórios

De 1,0 e 5,0 mg/dL: encontrado em infecções virais e processos inflamatórios


leves;
De 5,1 e 20,0 mg/dL - encontrado em infecções bacterianas e processos
inflamatórios sistêmicos;
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Acima de 20,0 mg/dL - encontrado em infecções graves, grandes queimados


e em politraumatismo.
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5. BENEFÍCIO DO EXERCÍCIO FÍSICO EM POPULAÇÃO DE RISCO


CARDIOVASCULAR

A inatividade física é responsável por 10% das mortes que ocorrem por ano
no mundo. Além de trazer benefícios fisiológicos, metabólicos e psicológicos, e
reduzir o risco de doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, diabetes tipo 2
e hipertensão arterial, a prática regular de atividades físicas está associada com a
aptidão física, o controle de peso e a saúde mental. O condicionamento
cardiorrespiratório também tem um papel importante na prevenção de doenças
vasculares e seus benefícios podem ser percebidos com pequenos aumentos dos
níveis de aptidão.
A prática da atividade física regular é utilizada tanto para a prevenção como
para a reabilitação das doenças cardiovasculares. Um bom programa de
condicionamento físico produz alterações fisiológicas crônicas nos sistemas
cardiovascular e neurovegetativo e na secreção hormonal, constituindo expressivas
modificações no que diz respeito à prevenção, estabilização e até regressão do
quadro degenerativo das cardiopatias.

5.1 Efeitos sobre o sistema cardiovascular

A maioria dos estudos demonstra que o exercício físico adequado aumenta a


capacidade aeróbia máxima. Após infarto do miocárdio, tanto os pacientes
condicionados como os não condicionados atingem capacidade máxima de nove
METs, a qual é suficiente para a retomada das atividades diárias. Os condicionados,
porém, podem ter consumo máximo de oxigênio até 25% maior que os não
condicionados. Outro aspecto de interesse quanto ao efeito do condicionamento
físico é o grau inicial de capacidade física dos pacientes, pois os mais beneficiados
pelo condicionamento físico são aqueles que têm menor capacidade inicial.
Quanto aos principais efeitos do condicionamento físico no sistema
cardiovascular, pode-se dizer que ele aumenta o volume sistólico máximo, o débito
cardíaco máximo, o volume diastólico final e a massa ventricular e diminui a
freqüência cardíaca de repouso e de exercício submáximo, a pressão arterial de
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indivíduos hipertensos e o produto da pressão arterial pela freqüência cardíaca para


uma mesma carga. Esse processo tem sido amplamente utilizado e hoje é o ponto
central de diversos programas de reabilitação cardíaca.
Dessa maneira, a atividade física pode ser utilizada tanto na prevenção do
aparecimento das doenças cardiovasculares em indivíduos que têm um ou mais
fatores de risco, como também na prevenção das manifestações clínicas dessas
doenças em pacientes cardiopatas.

5.2 Prescrição

A supervisão do paciente durante a sessão de condicionamento físico é


essencial, pois a incidência de complicações cardiovasculares é maior nestes,
quando comparados com adultos aparentemente saudáveis. Um aspecto muito
importante é a necessidade da prescrição de exercício individualizada. Essa
prescrição deve respeitar os princípios do treinamento físico e os componentes
básicos: freqüência e duração, que são valores absolutos, e a intensidade, que é o
fator crítico da prescrição, pois é relativa e envolve fatores como diferença entre os
sexos, nível de aptidão física e idade
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REFERÊNCIAS

MOTTA, Valter T. et. al. Bioquimica Clinica Para O Laboratorio: Principios


E Interpretações. 5ª Edição.

SANTOS, Wellington de Bruno. Artigo: Proteína C-reativa e-Doença


cardiovascular: Como bases da Evidência Científica Arq. Bras. Cardiologia. São
Paulo, abril 2003. (Acesso em 12 de abril de 2015)

Pegoraro, Marina. et. al. Artigo: Fatores de risco no desenvolvimento da


aterosclerose na infância e adolescência

Prado, Eduardo Seixas. Dantas, Estélio Henrique Martin. Efeitos dos


Exercícios Físicos Aeróbio e de Força nas Lipoproteínas HDL, LDL e
Lipoproteína(a)

Powers, Scott. Howley, Edward. Fisiologia do exercicio: teoria e aplicação


ao condicionamento e desempenho. 5ªEdição

Avezum, Alvaro. et. al. Artigo: Proteína-C-Reativa e Doença


Cardiovascular: As Bases da Evidência Científica. São Paulo

Sales, Maria. et. al. Artigo: Proteína C reativa: aplicações clínicas e


propostas para utilização racional. São Paulo. Fevereiro de 2013.

Silva, Larissa. et. al. Artigo: Aterosclerose subclínica e marcadores


inflamatórios em crianças e adolescentes obesos e não obesos. São Paulo.
Dezembro 2012

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