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Este erro se divide em dois subitens.

Primeiramente, um dos erros fatais cometidos por traders


iniciantes é operar sem ter uma estratégia clara traçada para cada variável que possa ocorrer após o
início da operação. Existem indivíduos que entram em uma operação vestindo a própria CAMISA 10 da
seleção. Entram na torcida daquilo dar certo, mas não fazem idéia do ponto de saída caso a operação
não vá para o lado esperado. Pior ainda, muitas vezes, estes especuladores nem sabem o que fazer
caso a operação corra a favor. Assim sendo, muitas vezes acabam realizando lucros cedo demais, e
prejuízos só no último suspiro de desespero, ou seja, tarde demais. Não é preciso ser grande adepto
das ciências exatas para saber que se quando perdemos, a perda é de 4%, e quando ganhamos, o
ganho é de 1%, seria preciso acertar ao menos 80% das operações para ainda sair no prejuízo com
custos operacionais. Agora pergunto: Você conhece alguém que consegue manter estes níveis de
acerto, não por dias, mas sim por anos? Caso positivo, isto é raro, mas garanto que este indivíduo em
que pensou é um exímio estrategista. Sem estratégia, esta tarefa é quase impossível.
Quando dizemos que o investidor precisa, acima de tudo, ser um estrategista, o que queremos dizer é
que é preciso ter ciência de todos os gatilhos geradores de ação, antes do início de um trade. Isto é,
precisamos ter o planejamento do ponto de entrada exato, do objetivo, do ponto de stop loss, e até
mesmo um controle de tempo e horários para sabermos quando encerrar a operação caso não vá para
lugar nenhum (tópico um pouco mais avançado e não necessariamente aplicável a todas as
estratégias).

A segunda parte deste erro é não operar de forma objetiva! A operação discricionária, aquela em que
impera o juízo interpretativo do indivíduo para selecionar trades ou definir pontos de entrada, é
defendida por muitos desde os primórdios. Mas para quem opera, é muito difícil manter um nível de
consistência satisfatório com algo em que não se conhece as estatísticas, tais como nível de acerto,
relação risco vs. retorno, entre outras. Mas o maior problema não está nem aí. O “tendão de Aquilles”
deste modo de operar está na disciplina. Se a operação depende da sua interpretação para acontecer
e se desenrolar, existe uma sobrecarga de responsabilidade. É aí que abre-se a porta do estresse, que
traz consigo um convidado: A indisciplina. Quer evitar este erro? Descreva de forma objetiva cada uma
das regras que te faz comprar ou vender. Estas regras não podem ser abertas do tipo “Caso aconteça
tal coisa, vejo como está um outro indicador”. Devem ser exatas como: “Marcar a máxima do candle
em que o indicador XYZ superar a própria média móvel”. Depois de descrever, dê a regra a um amigo,
ou até mesmo ao seu corretor de investimentos, e peça para ele selecionar as 10 últimas operações
que foram sinalizadas em um gráfico (não leva nem meia-hora, na maioria dos casos). Se ele vir algo
diferente de você, talvez sua descrição não esteja tão objetiva, e seja necessário arredondar algumas
arestas. Após a descrição estar 100% objetiva, não vá operar ainda. Veja alguns dos próximos erros
para saber o que fazer na sequência.
A partir do momento que você já se preparou para não cometer o erro de número
#1 descrito há pouco, pode estar pensando que está tudo resolvido. De fato, as
coisas já melhoraram muito, mas você ainda precisa arregaçar as mangas e não
deixar a peteca cair. É aí que eu te pergunto: Com quantas ações vai operar?
Se a resposta for “Sempre com a mesma quantidade de ações ou volume
financeiro”, já é um bom começo. Este é um modelo de gerenciamento de risco,
apesar de não ser necessariamente apropriado para TODOS os casos. Agora, se a
resposta for “Não sei, acho que...”, é melhor se preparar, pois ainda há muito
trabalho pela frente. De acordo com o mundialmente reconhecido psicólogo,
trader e autor de best-sellers na área financeira, Dr. Alexander Elder, a análise
gráfica tem papel secundário na sobrevivência e no sucesso de um operador. O
principal pilar de sustentação é o MANEJO DE RISCO.
Este manejo é justamente a descrição das regras que irão definir o position sizing,
isto é, a quantidade de ações a operar por trade. Existem alguns tipos, mas vou
falar de dois principais:

Modelo de Capital Fixo Alocado


Neste modelo, iremos sempre operar uma mesma quantidade de volume financeiro de
ações por trade. No entanto, para evitar a “curva de ruína” em que, da assimetria entre
escalas de ganho e de perdas, para recuperar uma perda de 50% seria preciso rentabilizar
100% de sua próxima operação, utiliza-se um colchão de liquidez em dinheiro na conta.
Esta reserva não poderá ser utilizado para comprar ou vender ações. Deve ser um valor
isolado que seja, no mínimo, compatível com o Máximo Drawdown de sua estratégia
(máximo decaimento da curva de capital de uma estratégia estabelecido em uma janela
histórica, uma medida de risco bastante comum).
O objetivo básico de um colchão de liquidez é que, eventuais perdas dentro da estratégia
não afetem o capital-base utilizado em cada operação, e assim corrigindo a assimetria
entre a escala de perdas, limitada a 100% por natureza, e a de ganhos, ilimitada, mas que
parte do valor atual que têm a dispor para operações. Assim sendo, em um exemplo
prático, caso você opere com R$ 50.000,00, sendo R$35.000,00 o volume alocado em cada
operação, você sempre operará a quantidade de ações correspondente a R$35.000,00, até
que seja, em um pior cenário, consumido o colchão de liquidez de R$15.000,00 deixado
em conta para ajustar possíveis perdas.
Modelo de percentual fixo do capital a expor.
Modelo com uma série de benefícios, no entanto, somente aplicável a operações em
que se tem conhecimento do ponto de stop da operação ANTES da entrada no trade,
o que não ocorre em sistemas seguidores de tendência puros e alguns de
volatilidade. Basicamente, determina-se um capital-base para o manejo de risco.
Em seguida, é selecionado um valor em percentual deste capital que será exposto ao
risco por operação, valor este que irá definir a quantidade de títulos a operar pela
divisão de risco de capital por risco por ação.
Por exemplo, se tenho R$100.000,00 e meu percentual de exposição é 1%, posso
perder até R$1.000,00 na minha primeira operação. Se a distância entre entrada e
stop do trade, em preço, é de R$2,00, a quantidade de ações a operar será de 500
títulos, pois [1.000/2=500].
É um modelo que traz como principal vantagem a possibilidade de reduzir prejuízos
financeiros após uma sequência de perdas e aumentar exposição ao risco quando
está ganhando, uma condição psicologicamente confortável para muitos. Isto porque,
caso você tenha, por exemplo, uma perda de R$5.000,00, seu limite de risco não será
mais de 1% sobre R$100.000,00, mas sim sobre R$95.000,00.
O mesmo é válido quando recuperamos o capital e começamos a operar em campo
positivo. Com capital a R$110.000,00, seu manejo de risco irá automaticamente
arriscar 1% sobre este valor atualizado, possibilitando o efeito de juros compostos na
curva de capital. Uma curiosidade deste modelo é que o ZERO absoluto é inatingível,
pois como a exposição de risco para a próxima operação vai se moldando ao capital
até então atualizado, matematicamente não é possível chegar ao ZERO, mas isto não
impede que um modelo catastrófico chegue a 0,00001.
Qual o melhor modelo? Isto irá depender da sua estratégia, e de como cada modelo
de gerenciamento de risco impacta cada uma de suas estatísticas de operação. O que
se pode afirmar, de antemão, é que sem a seleção de um modelo de gerenciamento,
o fator “sorte” passa a ser muito mais representativo para o seu resultado final.
Descreveu todas as regras? Todas mesmo? Até as de manejo de risco? Muito bom!
Você já pode se julgar como parte de uma minoria favorecida, a dos traders que
possuem algum nível de controle sobre os seus prováveis resultados. Quer saber
quais são estes prováveis resultados?
Basicamente o que você irá fazer é simular cada uma das operações que teriam
acontecido em uma base histórica. Quanto maior esta base, melhor, mas para que
tenhamos uma noção do que seria uma amostra minimamente viável, vamos tomar
como base 100 trades finalizados. Este processo se chama backtest.
Geralmente, o primeiro teste é um pouco desanimador, pois o que se obtém na
maioria das vezes, caso ainda não tenha experiência na modelagem de modelos, é
uma curva com sobes e desces randômicos, ou mesmo consistente nas perdas. Mas
se esta curva for positiva, ou houver uma boa parte da amostra com comportamento
consistente, você pode experimentar parâmetros diferentes para observar se há
evolução. Por exemplo: Experimentar diferentes combinações parâmetros de Gain e
Loss (mais curtos ou mais longos), ver se é cabível uma regra de realização parcial no
meio do caminho para o Gain, ver se é boa idéia gerenciar uma regra de breakeven
(assim que atingir determinado nível de êxito, ajustar o STOP Loss para o ponto de
entrada), ou até mesmo se é cabível um stop móvel... Por que não? É o teste quem
irá dizer. Mas sempre parta de uma “massa bruta” que revele alguma atratividade.
Em uma curva consistente em perdas, não há o que fazer. Para não perder tempo, as
únicas atitudes a se tomar são deixar de lado ou estudar a operação OPOSTA àquele
modelo. Existem softwares para ajudar neste processo, como o Meta Trader 5, o
AmiBroker ou o Grapher OC, mas sempre acaba sendo necessário algum domínio de
linguagens de programação se quiser fugir das planilhas e papéis milimetrados.
Achou uma “galinha dos ovos”? Teste mais, aumente as bases, experimente em
papéis diferentes... E continue lendo pois os próximos erros vão te ajudar a clarear
ainda mais a visão.
Já parou para contabilizar os custos operacionais de suas operações? Eles incomodam, não
é mesmo? Mas por mais baratas que possam ser as negociações, nunca será possível
eliminá-los por completo, porque você precisa de uma corretora, de uma bolsa de valores
como ambiente de negociação, de uma câmara de custódia, e por mais controverso que
possa parecer, de um governo para rachar o bolo.
Deu para perceber que não falo apenas da tarifa de corretagem, mas também de outros
custos como emolumentos, taxa de liquidação, ISS, etc. Quando operamos pouco,
tendemos a ignorá-los, mas à medida que o volume aumenta, se não planejados, estes
custos podem se tornar grandes pedras no sapato.
Veja a diferença entre 2 gráficos de backtest. Um parece até razoável, o outro,
completamente inviável. Agora veja: ambos consistem na mesma estratégia, no mesmo
tempo gráfico, com todas as regras de entrada e saída idênticas. Uma diferença apenas:
Uma considerou apropriadamente TODOS os custos envolvidos, outra considerou somente
o que sai na nota de corretagem.
Além dos custos descritos nas notas de negociação, o gráfico 02 considera também os
custos ocultos. Aqui, nos referimos ao SLIPPAGE, que consiste naquele centavinho ou
pontinhos que se perde ao agredir o book, em uma entrada a mercado. Eles são uma
espécie de custo que te distancia do resultado de seus testes ideais. E não vale pensar “é
só não agredir e deixar ordem pendurada que não pago este passe”, pois deixar de entrar
em uma operação que busca o gain também é um tipo de custo.
Ocultos ou escancarados, não dá para evitar os custos de operação. O que você pode fazer
é medí-los e considerá-los em seu teste de desempenho, para ter uma visão clara e
evidente se a operação compensa, não só para os intermediários envolvidos, mas
principalmente, para o SEU DINHEIRO.
Se nos leu até aqui, é quase certo que uma boa parte do caminho para o sucesso
já foi construída. No entanto, alguns cuidados adicionais. Já vi centenas de curvas
de capital utópicas. Isto porque acumulam vários papéis no resultado acumulado,
os quais muitas vezes dariam trades simultâneos. E qual o problema disto?
Nenhum, desde que exista dinheiro para isto ou margem para operar.
O problema é que curvas aparentemente perfeitas, compostas da combinação de
estratégias em muitos papéis, por vezes geram alavancagens por mais de um dia
de 10x, se não pararmos para olhar com atenção. Isto é operacionalmente viável?
Não.
É aí que deverá estar atento ao seu limite de alavancagem (se é que o seu perfil
existe), e filtrar do seu teste operações que simplesmente não poderiam ter sido
executadas.
Um outro detalhe não cabe ao volume alocado, mas sim à execução: Tome muito
cuidado, principalmente em operações que duram mais de 1 dia, com os GAPs.
Um GAP existe quando a abertura de um pregão ocorre em um nível superior ou
inferior a todo o intervalo de preços negociado na sessão anterior. Se um GAP
atingir seu STOP GAIN ou STOP LOSS, você precisa considerar esta ocorrência,
porque não dá para sair no meio do caminho, e você tem que executar a mercado
a partir do disparo. Assim sendo, vez ou outra isto impactará seus resultados, e
precisa ser medido, portanto.
Este erro é o que distancia o trader da constatação do erro #5. O
paper trading é a ponte entre a teoria e a prática de uma
estratégia. Consiste em simular ao vivo cada uma das operações
do modelo descrito. Pode ser feito um acompanhamento em
planilhas, ou uso de um software especial de conta demo, como o
MetaTrader 5 Demo. Aqui, o seu objetivo será avaliar de perto a
viabilidade prática de cada uma das regras, bem como enxergar
de perto as idéias que podem surgir de melhorias ao seu modelo.
Operando na prática, encontramos inconsistências que não
seriam visíveis no gráfico de desempenho. Assim sendo,
aceleramos a curva de encontro de uma versão definitiva e
operável. O paper trading é o último passo antes da
operacionalização prática. Não o ignore, pois já vi muitas galinhas
dos ovos de ouro sendo assadas neste processo.
Quando estamos com a exposição ao risco concentrada em um único ativo ou
estratégia em especial, é possível dizer que é de 100% a probabilidade de um
momento hostil ao modelo lhe afetar negativamente. Além disto, já ouviu aquela
master “Retornos passados não garantem retornos futuros”? Uma única estratégia
pode deixar de acertar a mão se os ativos operados mudarem de comportamento. Se
não houver uma carta na manga, você pode sair perdendo.
Por um outro lado, excesso de pulverização também não é a saída, vez que se as
exposições estiverem demasiadamente diluídas, quando uma estratégia apresentar
geração de alpha (retornos líquidos acima da referência, mantido o nível de
volatilidade em níveis equiparados), a depender do tamanho da posição alocada, isto
pode não fazer cócegas no objetivo de retorno.
A conversa começa a ficar mais complicada quando falamos sobre as “figurinhas
repetidas”, efeito da exposição a fatores de risco similares entre duas ou mais
aplicações. São casos em que diversificar entre duas ou mais posições não
necessariamente surte efeito diferente de manter a posição isolada. Uma forma
muito adequada de mensurar a diversificação ideal é através de uma alocação em
estratégias independentes, que operem ativos diferentes, com filosofias de operação
diferentes. Depois que estiver com a curva de capital formada para mais de uma
estratégia, faça uma sobreposição gráfica entre as duas e meça a correlação. Se for
negativa, é ideal: Representa que uma soma forças às fraquezas da outra. Se for
próxima de zero, dá para levar: Elas não tendem a apresentar uma relação de causa e
efeito, e com isto, seus riscos não estão concentrados. Se for positiva e superior a
+0,3 (correlação varia de -1 a +1), você está com uma figurinha repetida em mãos!
Existe toda uma cadeia de processos para atingir o nível
máximo de proveito como trader. Grandes traders repetem
este processo milhares de vezes para encontrar as estratégias
ideais que farão parte do seu portfolio. Não perca tempo!
Agora, seu resultado irá depender de seu estudo e principalmente
da dedicação aos exercícios de teste histórico, otimização e paper
trading. Conheça o trabalho da RockTrade, que conta com equipe
especializada no desenvolvimento de estratégias. Com a
RockTrade, você poderá encurtar anos de testes seguindo
estratégias que já são bem-sucedidas e foram testadas ao longo
de muitos anos.

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