Muito se é falado sobre entrar na universidade, se formar, obter um diploma, mas pouco se fala
sobre a dificuldade de se manter dentro da universidade, sobre a dificuldade de se ter esse
processo de formação com qualidade em meio a todas a tudo que ante universitário enfrenta no seu processo de formação. Desde o caos chamado de mobilidade urbana no Rio de Janeiro, com passagens caríssimas e trajetos cansativos, até os gastos que parecem mínimos, como xerox e bandejão, mas que para estudantes sem suporte financeiro familiar ou governamental, contam como grande despesa. Pouco se é falado de como a questão financeira também pode influenciar, e muito, no processo de formação acadêmica, mesmo que a grande maioria dos estágioss, principalmente no serviço social, sejam obrigatórios não remunerados, e que tem que se decidir entre trabalhar e ter uma renda que custeie os estudos ou abrir mão disso para que se possa concluir a graduação. Há um planejamento formativo, horas a serem cumpridas, leituras, trabalhosz seminários, TCC, porém não existem políticas públicas o suficiente que deem garantia aos estudantes para que se dediquem, pesquisem, aprendam, se munam de teoria para garantir uma boa prática, não há bolsas na universidadem que abarquem a demanda de estudantes que garantem sua vaga na faculdade mas não garantem sua permanência nela. É muito importante discutir essa questão entre os estudantes, universidade e com a própria comunidade no geral, mas não só discutir como também propor soluções e pensar formas de ajuda e custeio como o que obtivemos dura nte o segundo semestre de 2017 e início de 2018 e qual foi a repercusssão que essa iniciativa teve nessas poucas estudantes de serviço social da UFF. A possibilidade de estagiar e estudar, sabendo que no mês seguinte poderia continuar ali muda a forma de dedicação aos estudos, garante que aquele processo de formação tão importante, principalmente no estágio, seja feito com maior tranquilidade. É de extrema importância essa apreensão dos conteúdos com maior "tranquilidade financeira" tanto para a saúde mental dos alunos como para a formação de um profissional com bom embasamento teórico. Isso para o serviço social é essencial, visto que se lida o tempo todo no exercício profissional com a correlação de forças, de classe, institucional, política e multiprofissional. Levamos a universidade pro campo de atuação e com certeza levaremos essa iniciativa que estamos participando pra toda nossa vida profissional, afinal, está sendo parte importantíssima no nosso processo de formação. No meu caso em particular, proporcionou e garantiu minha permanência no estágio II em um equipamento público do munícipio de São Gonçalo (O CRAS)minha efetiva participação nas aulas e seminários dentro da UFF. Não coloco essas informações e reflexões como mero agradecimento mas também como feedback a essa ação pontual e que tem um objetivo claro e substancial que é formar profissionais críticos, que tem se tornado cada vez mais essencial nesse Estado de retirada de direitos da classe trabalhadora. Não posso ainda assim deixar de ressaltar a necessidade e importância da renovação da bolsa como forma de garantir que eu continue na formação profissional, dedicada a terminar o processo de estágio ainda no CRAS e sempre colocando a necessidade de que mais e mais estudantes tenham suporte ao se formar. Num país que não valoriza a educação desde o ensino infantil básico até as pesquisas científicas dentro das universidades, onde os professores são massacrados dentro das salas de aula e nas ruas onde protestam por melhores condições de trabalho, onde estudantes tem que decidir entre comer e vestir a continuar estudando, onde o ensino é boicotado como forma de alienação, estudar é a forma mais revolucionária de luta. Permanecer na universidade é resistência!