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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DA CAMPANHA

CAMPUS DE SANT’ANA DO LIVRAMENTO


CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

HAYMÃ ASSANDRI ROCHA

ESCLEROSE MÚLTIPLA: BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS DA ATIVIDADE


FÍSICA NOS PORTADORES DE ESCLEROSA MÚLTIPLA

SANT’ANA DO LIVRAMENTO
2018
HAYMÃ ASSANDRI ROCHA

ESCLEROSE MÚLTIPLA: BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS DA ATIVIDADE


FÍSICA NOS PORTADORES DA EM

Este trabalho é requisito para a


obtenção do título de Licenciatura em
Biologia, exigidos pelo Curso de Ciências
Biológicas da Universidade da Região da
Campanha – URCAMP – campus do
munícipio de Sant’Ana do Livramento/RS

Professor Orientador: Ricardo Barcelos

Sant’Ana do Livramento
2018
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos que estiveram a meu lado, incentivando-me,


esclarecendo-me, sem me deixar esmorecer.
Dedico, principalmente à minha mãe, que foi meu maior apoio nos momentos
de angústia. Também quero homenagear meu pai, que fez de tudo para a faculdade
se tornar um sonho possível.
AGRADECIMENTOS

Agradeço а Deus por sempre estar iluminando о meu caminho e, em especial,


durante esta caminhada.
Aos colegas que compartilharam seus conhecimentos e muitos momentos
comigo.
Aos professores que, muitas vezes, foram além de suas obrigações para me
orientar.
Agradeço ao professor e orientador Ricardo pelas críticas construtivas e pelo
incentivo ao tornar а conclusão deste trabalho uma realidade.
“Não são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem as mais inteligentes, e
sim as mais suscetíveis a mudanças”.

Charles Darwin
RESUMO

A Esclerose Múltipla, ou EM como também é conhecida, é uma doença crônica


e degenerativa que promove bloqueio na transmissão dos impulsos nervosos. Sua
causa ainda é desconhecida. Também não escolhe idade. O que se sabe até agora é
que se trata de uma reação inflamatória. Muitos estudos foram feitos, e muitos ainda
virão. Por apresentar diversos sintomas similares a outras doenças seu diagnóstico é
um desafio médico. Outro agravante é que ela se instala muito lentamente,
aparecendo e desaparecendo durante algum tempo, dificultando sua identificação
imediata. Segundo a Organização Mundial de Saúde o número de pacientes
diagnosticado com EM no ano de 2008 era de 2,1 milhões pulando para 2,3 milhões
em 2013. Este trabalho busca conhecer a doença em seus sintomas, tratamentos e
em especial os benefícios da atividade física para a EM. Foi desenvolvido por meio
de pesquisas, bibliografia e documental. A EM ainda continua em estudo, e a prática
de exercícios pode ser de grande auxílio na sua recuperação. Essa atividade será
nosso foco neste trabalho. Mostraremos os benefícios e os malefícios que a atividade
física pode acarretar ao portador da EM.

PALAVRAS CHAVE: Diagnóstico. Causas. Tratamento físico e farmacológico.


ABSTRACT

Multiple Sclerosis, or MS as it is also known, is a chronic and degenerative


disease that promotes blockage in the transmission of nerve impulses. His cause is
still unknown. It also does not choose age. What is known so far is that it is an
inflammatory reaction. Many studies have been done, and many will come. Because it
presents several symptoms similar to other diseases, its diagnosis is a medical
challenge. Another aggravating factor is that it installs very slowly, appearing and
disappearing for some time, making it difficult to identify immediately. According to the
World Health Organization the number of patients diagnosed with MS in the year 2008
was 2.1 million jumping to 2.3 million in 2013. This work seeks to know the disease in
its symptoms, treatments and in particular the benefits of the activity physics for MS. It
was developed through research, bibliography and documentary. MS is still under
study, and exercise can be a great help in recovery. This activity will be our focus in
this work. We will show the benefits and harms that physical activity can bring to MS.

KEYWORDS: Diagnosis. Causes. Drug and physical treatment.


LISTA DE FIGURAS

Figure 1 - Desmielinização ............................................................................. 15


Figure 2 - Cérebro norma e com EM .............................................................. 16
Figure 3 - Portadores de EM........................................................................... 32
Figure 4 - Percentual dos sintomas ................................................................ 32
Sumário

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11

1 PROBLEMA ................................................................................................ 13

2 SINTOMAS DA EM ..................................................................................... 14
2.1 TIPOS DE ESCLEROSE MÚLTIPLA .................................................... 16
2.1.1 Esclerose Múltipla Remitente Recorrente (EMRR) .........................16
2.1.2 Esclerose múltipla primária progressiva (EMPP).............................16
2.1.3 Esclerose múltipla secundária progressiva......................................17
3 DIAGNÓSTICO ........................................................................................... 18
3.1 EXAMES NECESSÁRIOS ..................................................................... 18
3.1.1 Ressonância magnética...................................................................18
3.1.2 Punção lombar.................................................................................18
3.1.3 Potencial evocado............................................................................19

4 TRATAMENTO DE ESCLEROSE MÚLTIPLA ............................................ 21


4.1 INTERFERON ....................................................................................... 21
4.2 ACETATO DE GLATIRÂMER^ .............................................................. 21
4.3 FINGOLIMODE ..................................................................................... 21
4.4 NATALIZUMABE ................................................................................... 21
5 RECOMENDAÇÕES DOS NEUROLOGISTAS .......................................... 23
5.1 FISIOTERAPIA: ..................................................................................... 23
5.2 RELAXANTES MUSCULARES: ............................................................ 23
5.3 MEDICAMENTOS PARA REDUZIR A FADIGA: ................................... 24

6 EQUIPE DE PROFISSIONAIS NO AUXÍLIO DO PACIENTE ..................... 25


6.1 NEUROLOGISTA .................................................................................. 25
6.2 FISIOTERAPEUTA ................................................................................ 25
6.3 FONOAUDIÓLOGO .............................................................................. 25
6.4 NEUROPSICÓLOGO ............................................................................ 25
6.5 EDUCADOR FÍSICO ............................................................................. 25
6.6 PSICÓLOGA ......................................................................................... 25
6.7 NUTRICIONISTA................................................................................... 26
7 ETIOLOGIA ................................................................................................. 27
7.1 CRITÉRIOS DE MCDONALD................................................................27
7.2 CONDIÇÕES COMUMENTE CONFUNDIDAS COM ESCLEROSE
MÚLTIPLA ............................................................................................................. 28
8 ENTIDADES VOLTADAS PARA A ESCLEROSE MÚLTIPLA ................... 31
8.1 FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE ESCLEROSE MÚLTIPLA .......... 31
8.2 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESCLEROS MÚLTIPLA .................... 31
8.3 APEMSMAR .......................................................................................... 31
9 ESCLEROSE MÚLTIPLA E A ATIVIDADE FÍSICA .................................... 33
9.1 BENEFÍCIOS E BARREIRAS DA PRÁTICA DE AF .............................. 34
9.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO DE AF 35
9.3 ESCLEROSE MÚLTIPLA E APTIDÃO FÍSICA...................................... 36

CONCLUSÃO ................................................................................................. 40
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 41
10

INTRODUÇÃO

A intenção deste trabalho é discorrer sobre a Esclerose Múltipla. Recomendar,


baseado na literatura disponível, uma forma prática de atividade física regular para
seus portadores.
A Esclerose Múltipla é uma enfermidade antiga.
Inicialmente denominada de Esclerose em Placas pelo neurologista francês
Jean Charcot, em 1868. No entanto, seus primeiros registros aconteceram bem antes
disso. Por volta de 1822, sir Augustus D’Este a descreveu em seu diário, utilizando 25
anos de sua vida em busca da cura para a doença. E, em 1838, o médico britânico
Robert Carswell, que também era ilustrador, fez desenhos de autópsias de tronco
cerebral e medula espinhal onde era possível ver-se tecidos endurecidos e
descoloridos.
Durante este trabalho algumas siglas serão apresentadas. Estas siglas são de
grande interesse para o portador da EM por se tratarem de informação muito
relevante. Por exemplo: ABEM – Associação Brasileira da Esclerosa Múltipla ou BIA
– ambas possuem endereços na internet à disposição dos interessados na EM. A BIA
– é um programa criado pela empresa farmacêutica multinacional Biogem. Ainda
existem algumas outras associações criadas exclusivamente para o atendimento da
EM.
Conforme a ABEM (2010), “a doença recebe a denominação de Esclerose, por
formar um tecido endurecido semelhante a uma cicatriz nas áreas afetadas e é
múltipla, por atingir várias regiões do cérebro e da medula apresentando sintomas
variáveis quanto à intensidade e duração”.

“Pode-se dizer que durante 100 anos os neurologistas limitaram-se a


repetir o descrito por Charcot, desde que muito pouco foi acrescentado ao
conhecimento científico da doença. Nada somou-se em termos de benefício
terapêutico real durante este século de espera. Sem combate terapêutico
11

eficaz a agressividade da doença encontrava-se solta, com plena força para


produzir todos os tipos de sequelas (REIS, 1999, p. 113).

A causa da EM ainda não foi determinada. Investigam-se as possibilidades:


fator ambiental, vírus, fator hereditário, patologia autoimune ou combinação de
fatores. [...] situações estressantes, perdas afetivas e financeiras, processos
infecciosos, que às vezes antecedem os surtos, podem confundir o diagnóstico de EM
(KALB, 2000; MENDES; TILBERY, 2004; SPEM, 2004).
Enfermidade crônica e degenerativa do sistema nervoso central, a EM é
caracterizada por uma inflamação e perda da bainha de mielina (substância que
envolve as fibras nervosas) mediante ataque e destruição dessa estrutura pelo próprio
sistema imunológico, o que promove um bloqueio na transmissão de impulsos
nervosos para as demais partes do corpo, resultando em diminuição ou perda total do
controle de algumas funções orgânicas (BIA, 2009).
Geralmente acomete pessoas na fase mais produtiva da vida, o que provoca
um impacto significativo de forma geral, como também a obriga à necessidade de
readaptação como fator condicionante para a qualidade de vida (ABEM, 2003; KALB,
2002).
Para se diagnosticar corretamente a esclerose múltipla em casos de suspeita,
é preciso procurar o especialista certo que, nesse caso, é o neurologista. Isso porque
existe uma grande variedade enfermidades inflamatórias e infecciosas que podem ter
os mesmos sintomas da EM.
O mais importante é levar tudo em consideração, desde o histórico médico do
paciente, o histórico familiar e complementar tudo isso com exames físicos,
neurológicos e laboratoriais.
Conforme Holland (2000)

“a confirmação do diagnóstico dessa doença sem cura, acarreta na alteração


psicossocial e emocional do portador, dos familiares e de pessoas próximas.
Por não ter idade definida para se apresentar pode afetar, sobretudo,
indivíduos jovens em sua fase produtiva, tanto sexual como
economicamente”.

Ela pode ser controlada por um determinado período, mas, o portador da EM


pode ter uma recaída sem aviso e ainda não foi descoberto qual o gatilho que
desencadeia o ataque. No entanto, já ficou comprovado que as recaídas ocorrem com
maior frequência durante a primavera e o verão. As infecções virais como a gripe
12

podem aumentar o risco de crise. Outro fato que pode provocar essa reação é o stress,
apesar de ser um fator pouco determinante.
Embora não seja hereditária a EM tem sido associada a genes específicos.
A EM é imprevisível, os sintomas clínicos ocorrem por surtos, com gravidade e
tempo de duração variáveis, de modo que, conforme Haussen (1997)

“infecções, traumas, tensão emocional e exercícios fatigantes podem


desencadear esses eventos. Por outro lado, não existe confirmação para
contraindicar vacinas ao portador de EM, todavia se evita ministrar aquelas
com vírus vivos atenuados (a de hepatite B, raiva, H1N1), já que há certo
risco de promover um novo surto por ativação das células de defesa”.
(HAUSSEN, 1997)

Logo, antes do diagnóstico, torna-se necessário descartar a hipótese de outras


enfermidades do sistema nervoso central como: doenças virais, tumorais,
malformativas ou infecciosas, fato logrado mediante constatação de irregularidade
dos sintomas e resultados de exames.
A comunidade científica recomenda a prática esportiva com a devida
supervisão de um especialista, não apenas por aliviar os sintomas e o seu
desenvolvimento, mas também por proporcionar benefícios em sentido amplo.
13

1 PROBLEMA

Quais os benefícios e malefícios da atividade física para os portadores de


esclerose múltipla?
Em que grau de frequência essas atividades podem ou não trazer benefícios
ao portador da EM?
De que forma a atividade física pode influenciar na vida do portador de
Esclerose Múltipla, inclusive demonstrar especificamente no domínio físico?
14

2 SINTOMAS DA EM

Geralmente os primeiros sintomas da doença se apresentam entre os 20 e os


40 anos. Isto não significa que a EM não possa se apresentar antes ou depois das
idades sugeridas. Alguns sintomas desaparecem, no entanto, outros tornam-se
permanentes. O fato de o sintoma poder desaparecer (mesmo que seja por um breve
período) provoca, muitas vezes, uma certa euforia ou negação do paciente.
Na página da internet “Minha Vida – Saúde” é possível encontrar-se muitas
informações sobre essa doença, como a descrita abaixo:

Não há duas pessoas que apresentem rigorosamente os mesmos


indícios de esclerose múltipla. As manifestações irão depender dos nervos
que são afetados. No entanto, os sintomas da EM em geral são: visão turva
ou dupla, fadiga, formigamentos, perda de força, falta de equilíbrio entre
outros. (site https://www.minhavida.com.br/saude/temas/esclerose-multipla).

A EM é uma patologia em descoberta, cujos fatores causais ainda são


questionados. Aceita-se a ideia de que é autoimune, complexa, cujo aparecimento e
evolução do quadro sofrem influência de fatores genéticos e ambientais, que
interagem em um organismo vulnerável exposto durante à infância, desencadeando
os sinais e os sintomas. Por outro lado, “acredita-se amplamente que a patogênese
envolve desmielinização inflamatória imunologicamente mediada” (RUDICK, 1997),
na qual um vírus não identificado, mas possivelmente causador do sarampo, seria a
causa provável da patologia, visto que evoluir em surtos, elevar taxas de
imunoglobulinas (IgG, IgM) e faixas oligoclonais do líquor e, reduzir o número de
linfócitos T supressores, confirmam a participação de algum agente viral. Todavia,
dúvidas norteiam o motivo de se reconhecer a bainha de mielina como agente
estranho ou a causa da variação na intensidade e no número de sintomas entre os
portadores.
15

Figure 1 - Desmielinização

Fonte: Biologia – Notícias (sspalma.weebly.com)

É muito comum que as pessoas subestimem ou supervalorizem seus sintomas,


o que faz com que elas ou não deem a importância devida no momento, ou entrem
em paranoia.
A maioria dos casos acomete o adulto jovem, prevalecendo na faixa etária entre
16 a 60 anos em 90% dos diagnósticos, de modo que cerca de 70% tem entre 21 a
40 anos, embora possa ocorrer na infância ou após os 60 anos (entre os 3 a 67 anos)
os dados são fornecidos pela (ABEM, 2010).

A patologia é mais comum entre os habitantes do norte europeu e


entre seus descendentes americanos, canadenses, australianos e sul-
africanos. É considerada rara nos povos asiáticos e praticamente
inexistente na população negra da África. Além disso, estudos
populacionais sugerem que algum fator ambiental tenha participação direta
na ocorrência desta doença nas diferentes partes do mundo. (MINGUETTI,
2001, p. 2).

A EM é mais comum no sexo feminino numa proporção de 1,7 para cada


homem, aparecendo com maior frequência em indivíduos de cor branca residentes
em áreas de clima frio. Em clima quente é pouco comum. Além disso, parece ser cerca
de 8 vezes mais propensa nos parentes imediatos (pai, filhos, irmão).
Doença de vários sintomas, pode, em alguns casos apresentar apenas um
único prognóstico, e depois, passar algum tempo sem qualquer manifestação. Outras
vezes, essa ocorrência pode nunca mais se manifestar.
As manifestações podem ser sensitivo-motores sensoriais, psíquicos, sexuais,
na região da bexiga e intestino, problemas na fala e nos olhos.
16

O alerta começa com algumas sensações de coceira ou “alfinetaços” na pele,


dificuldade em movimentar braços e/ou pernas; tremor nos membros tanto superiores
quanto inferiores, sensação de queimação. Outro sintoma que pode servir de aviso é
a vontade de urinar várias vezes ao dia, ou urgência de urinar e constipação intestinal.
A EM também provoca tonturas e vertigens, perda de memória, depressão,
surdez, secura vaginal, problemas de ereção. Nos olhos surge um incômodo, e torna-
se impossível controlar o movimento rápido dos olhos, também provoca perda de
visão.

Figure 2 - Cérebro norma e com EM

Fonte: Esclerose Múltipla wordpress.com

2.1 TIPOS DE ESCLEROSE MÚLTIPLA


Conforme a ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, os tipos da
EM encontrados são:

2.1.1 Esclerose Múltipla Remitente Recorrente (EMRR) ou surto remissão


Apresenta-se em surtos que ocorrem de maneira súbita com posterior
recuperação parcial ou total que podem durar dias ou semanas. Os sintomas da
EMRR são: dormência ou formigamento em várias partes do corpo e visão embaçada.
Para Kalb “sua recorrência é distinta e aguda, podendo ou não mostrar alguma
melhora após um episódio agudo (KALB 2000).

2.1.2 Esclerose múltipla primária progressiva (EMPP)

Apresenta-se sem surtos e os sintomas são progressivos e vão se acumulando;


17

2.1.3 Esclerose múltipla secundária progressiva

Os sintomas são lentos e progressivos em indivíduos que já possuem a


EMRR.
Não há como saber em quais casos a se manterá surto-remissiva ou, se
futuramente, irá evoluir para progressiva-secundária.
A esclerose múltipla remitente-recorrente é a mais comum dos tipos de
esclerose.
18

3 DIAGNÓSTICO

Ao consultar o especialista, neste caso é o neurologista, o possível portador da


EM irá receber a notícia de que talvez esteja com a esclerose múltipla, mas, só após
os exames solicitados é que haverá a constatação de sua condição física. E então,
só então, é que o tratamento deverá ter início porque os sintomas da referida
enfermidade podem ser confundidos com vários outros diagnósticos.
Para poder ter e fazer um diagnóstico absolutamente correto, o neurologista
terá que solicitar uma série de exames específicos, os quais descreveremos abaixo:

3.1 EXAMES NECESSÁRIOS

Os principais exames pedidos pelos médicos para seu diagnóstico são:


ressonância magnética, punção lombar e potencial evocado. Abaixo explicamos em
detalhes o que significa e como se faz cada um desses exames.

3.1.1 Ressonância magnética

A ressonância magnética é um exame que serve para enxergar o interior do


corpo humano através do mapeamento de moléculas de água, que existem em
diferentes densidades e tecidos ao redor do corpo.
O aparelho cria um campo magnético que realinha o núcleo dos átomos de
hidrogênio, fazendo com que eles se tornem pequenos ímãs que serão posteriormente
mapeados, formando uma imagem que poderá ser observada pelos médicos.
No exame, o médico vai analisar a condição do crânio e da coluna em níveis
cervical, torácico e lombar. Esse exame pode ser realizado repetidamente durante um
tempo, para que se faça o seu acompanhamento. O exame feito com Ressonância
Magnética, proporcionou uma grande mudança no enfoque da doença. “A
ressonância magnética revolucionou o diagnóstico e consequentemente abriu novos
horizontes para o tratamento precoce da EM” (MINGUETTI, 2001, p. 2).

3.1.2 Punção lombar


19

A punção lombar nada mais é do que a coleta do líquido (líquor)


cefalorraquidiano na medula espinhal. O médico coloca uma agulha entre as vértebras
e recolhe uma amostra que será posteriormente analisada em laboratório.
Como é um exame que pode trazer bastante desconforto e dor para o paciente,
ele é feito com a aplicação de uma anestesia local.

3.1.3 Potencial evocado

Trata-se de um teste indolor que verifica a saúde das vias nervosas. Ele vai
avaliar o funcionamento da medula espinhal, dos nervos periféricos e também das
vias ópticas e das vias auditivas.
Ele é objetivo, isto é, não depende da resposta do paciente. Utiliza-se de sinais
elétricos, sonoros ou de luz para registrar as respostas do organismo e verificar a
integridade funcional das estruturas analisadas.
Existem, de forma aplicável, 3 tipos de potencial evocado.

3.1.3.1 Potencial evocado visual (PEV)

Nesse teste, coloca-se um eletrodo na região posterior do couro cabeludo (lobo


occipital) e se estimula a visão de cada olho separadamente através de uma tela
quadriculada que passa em uma tela de computador.
A resposta obtida com o exame é o potencial evocado visual. Sua principal
indicação é a detecção de lesões assintomáticas da via visual em pacientes com
esclerose múltipla.

3.1.3.2 Potencial evocado auditivo (PEA)

Assim como no PEV, eletrodos são colocados no couro cabeludo, mas dessa
vez na região lateral (lobo temporal) e uma série de estímulos auditivos, cliques, são
emitidos por um fone de ouvido para analisar cada orelha separadamente.
A resposta obtida com o exame é o potencial evocado auditivo. A principal
indicação é no estudo de lesões do nervo coclear com perda auditiva, como pode
ocorrer na síndrome de Meniere.
20

3.1.3.3 Potenciais evocados somatossensoriais (PESS)

São testados colocando-se eletrodos na região nas laterais da cabeça, no


couro cabeludo (lobo parietal) e estimulando-se as fibras sensoriais somáticas dos
nervos mediano (braço) e tibial (perna) de cada lado, separadamente, através de
pequenos choques elétricos de baixa intensidade.
A resposta obtida neste exame é o potencial evocado somatossensorial. Sua
principal indicação é no estudo de lesões do cordão posterior da medula que podem
estar presentes em mielopatias de diversas etiologias, incluindo a esclerose múltipla.
21

4 TRATAMENTO DE ESCLEROSE MÚLTIPLA

A patologia descrita neste trabalho é incurável. O tratamento é voltado para a


administração das crises, amenizando os prognósticos e minimizando a sua evolução.
Atualmente, há várias opções de tratamento, por meio oral (cápsulas) ou injeções que
serão diárias, semanais ou mensais. O tratamento além de ser medicamentoso, terá
acompanhamento de especialistas e utilização de atividade físicas. Esses
medicamentos são imunossupressores e imunomoduladores.
Até o momento, os medicamentos mais indicados para a EM são:

4.1 INTERFERON
É um medicamento composto por proteínas – alfa, beta e gama – que são
produzidas pelo corpo. Nosso sistema imunológico também produz essas proteínas,
que possuem propriedades antivirais. Esse remédio pode causar efeitos colaterais
confundidos com gripe, fadiga, calafrios, dores musculares, etc. Mulheres grávidas
não podem utilizá-lo. Esse medicamento é distribuído pelo Sistema Único de Saúde
(SUS).
4.2 ACETATO DE GLATIRÂMER^
De uso injetável, o acetato de glatirâmer é uma substância indicada para o
paciente portador da EM, porque acredita-se que ela bloqueia o ataque na mielina.
Apesar de seus efeitos colaterais serem raros, pode acontecer de apresentar dor no
peito, ansiedade, dificuldade para respirar. Não é recomendado para mulheres
grávidas. Também é fornecido pelo SUS.
4.3 FINGOLIMODE
É o primeiro medicamento do gênero no mundo, fármaco imunossupressor, é
ingerido por via oral, diariamente, em cápsulas, de alto custo, o que o torna quase
inviável para a maioria dos pacientes. Porém, pode ser conseguido via judicial e pelo
SUS – através da Farmácia Popular.

4.4 NATALIZUMABE
Segundo o site de internet Minha Vida – Saúde “acredita-se que sua eficácia
está no bloqueio da interação entre as moléculas de adesão expressa pelas células
inflamatórias e as moléculas dos vasos sanguíneos e das células do parênquima
cerebral. Seus efeitos não foram inteiramente definidos”.
22
23

5 RECOMENDAÇÕES DOS NEUROLOGISTAS

Estratégias que podem atenuar os sintomas.


A comunidade médica é unânime em indicar a prática regular de
atividade física pelo portador da EM devido aos sintomas característicos apresentados
pela doença, tais como: redução de movimentos, redução da força e do tônus
muscular.
Está comprovado que a atividade física promove benefícios nos sintomas
depressivos e nas funções cognitivas e cardiorrespiratórias,
Existem algumas possibilidades quanto às causas da EM. Frankel (1994),
considera que a etiologia pode ser de causa viral e o dano causado à mielina seja
mediado pelo sistema imune, resultando em um ataque contra o tecido neural do
próprio indivíduo (resposta autoimune). Se o vírus realmente for responsável, pode
ser um vírus comum que infecta um grande número de pessoas, mas somente a
minoria delas desenvolveria a EM. Ou ainda, um vírus pouco comum, com baixa
incidência de infecção e alta incidência de expressão clínica.
A ABEM (Associação brasileira de esclerose múltipla) em seu portal recomenda
a prática de Pilates:
O pilates é muito importante para os pacientes de Esclerose Múltipla que
possuem problemas musculares e de mobilidade. Os exercícios de pilates
aumentam a flexibilidade e, em alguns casos, podem agir no tratamento de
incontinências, que também são problemas comuns em pacientes de EM.
Além disso, ajuda a diminuir inchaços e melhorar a respiração e a circulação.
(ABEM – Pilates; abem.org.br)

5.1 FISIOTERAPIA:

Procure um fisioterapeuta. Esse profissional irá alongar e fortalecer seu tônus


muscular com os exercícios apropriados. No final de determinado tempo executar
determinadas tarefas que antes eram difíceis irão tornar-se mais fáceis.

5.2 RELAXANTES MUSCULARES:


24

Procure o especialista que está cuidando de seu caso. Certamente ele irá
receitar relaxantes musculares. Dependendo do caso, a toxina botulínica poderá
auxiliar.

5.3 MEDICAMENTOS PARA REDUZIR A FADIGA:

Medicamentos como a amantadina combinada com exercícios leves pode


ajudar a reduzir a fadiga provocada pela esclerose múltipla.
25

6 EQUIPE DE PROFISSIONAIS NO AUXÍLIO DO PACIENTE


Após a confirmação do diagnóstico através dos exames exigidos uma equipe
multidisciplinar entrará em ação para auxiliar o portador da EM.
6.1 NEUROLOGISTA
Encabeçando essa equipe teremos o neurologista, o qual deverá ser visitado a
cada três meses para acompanhar os resultados do tratamento. Dependendo do tipo
de limitação será necessário a atuação de um fisioterapeuta.

6.2 FISIOTERAPEUTA
O fisioterapeuta ajudará o paciente a readquirir a mobilidade perdida ou a
diminuir a espasticidade (espasticidade – aumento involuntário da contração
muscular) fazendo com que o indivíduo consiga locomover-se sem dificuldade.

6.3 FONOAUDIÓLOGO
No caso de distúrbio da fala ou da deglutição esse especialista irá contribuir
para que o paciente volte a se comunicar melhor e consiga alimentar-se de maneira
natural.

6.4 NEUROPSICÓLOGO
A neuropsicologia é um ramo da psicologia voltada para o estudo das relações
entre o cérebro e as manifestações do comportamento humano.
Um dos sintomas da esclerose múltipla é a perda da capacidade cognitiva.
Esse profissional irá ajudar na recuperação das funções cognitivas, isto é, da
memória, da capacidade de orientação no espaço e no tempo através de testes e
procedimentos utilizados no conjunto das habilidades mentais e cerebrais que são
necessárias para o indivíduo sentir-se reintegrado ao seu mundo.

6.5 EDUCADOR FÍSICO


O educador físico ou fisicultor, ou ainda “professor de educação física”, como
também é mais conhecido, irá ajudar o paciente a tonificar sua musculatura ajudando
no equilíbrio e na fadiga.
6.6 PSICÓLOGA
O acompanhamento psicológico, ou psicoterapia, é de extrema importância
para o portador da EM. Ao ser conduzido por um profissional ao retorno de suas
26

atividades diárias de maneira segura devolverá ao paciente a vontade de viver


(depressão), ajudará a encarar a doença de maneira mais natural.
6.7 NUTRICIONISTA

A alimentação adequada ao ser humano não só proporciona longevidade como


qualidade de vida. E, nas circunstâncias de um portador de EM essa alimentação irá
contribuir de forma decisiva na recuperação do paciente.
Além dos profissionais citados, o enfermo ainda poderá contar com a ajuda de
enfermeiros e terapeutas ocupacional.
27

7 ETIOLOGIA
A causa da EM ainda é desconhecida, presume-se que seja autoimune
influenciada pela interação genética e pelo meio ambiente (SENNE; GOMES;
SOHLER, 2005).
Existem algumas possibilidades quanto às causas da EM. Frankel (1994),
considera que a etiologia pode ser de causa viral e o dano causado à mielina seja
mediado pelo sistema imune, resultando em um ataque contra o tecido neural do
próprio indivíduo (resposta autoimune). Se o vírus realmente for responsável, pode
ser um vírus comum que infecta um grande número de pessoas, mas somente a
minoria delas desenvolveria a EM. Ou ainda, um vírus pouco comum, com baixa
incidência de infecção e alta incidência de expressão clínica.
As conjecturas etiopatogênicas são inúmeras. Contudo, existem estudos que
sugerem a existência de fatores exógenos, provavelmente virais, e fatores
endógenos, como alterações genéticas, que servem como elementos necessários
para a ocorrência da doença (CALLEGARO, 2003, p. 336).
Na informação fornecida pelo neurologista Renan Domingues:

As causas exatas da esclerose múltipla não são conhecidas, mas há


dados interessantes que sugerem que a genética, o ambiente em que a
pessoa vive e até mesmo um vírus podem desempenhar um papel no seu
desenvolvimento. Embora a causa ainda seja desconhecida, a esclerose
múltipla tem sido foco de muitos estudos no mundo todo, o que tem
possibilitado uma constante e significativa evolução na qualidade de vida dos
pacientes (DOMINGUES, Renan – Neurologista. Site Minha Vida/Saúde,
publicado por Redação – Visão Geral)

Descobrir a etiopatogenia, saber o que poderá ocorrer a cada surto e encontrar


um tratamento que leve a cura é, hoje em dia, alguns dos grandes desafios dos
portadores e profissionais da área da saúde em relação à Esclerose Múltipla (COSTA
ET AL, 2005).
7.1 CRITÉRIOS DE MCDONALD
O diagnóstico da esclerose múltipla é complexo porque não existe uma
única prova que possa estabelecer que a pessoa está padecendo dessa enfermidade.
Por essa razão é solicitado ao paciente uma bateria de exames para poder descartar-
se os sintomas que possam confundir com outra doença neurológica. Para tanto, os
especialistas utilizam os critérios de McDonald que consiste nos exames para
identificar se são encontradas as bandas oligoclonais – isto é, proteínas que se
28

associam com a inflamação. Na análise do líquido cefalorraquídeo, não é necessário


demonstrar a disseminação das lesões no tempo. Tanto as lesões – observadas na
ressonância magnética – que provocam os sintomas como as que não o fazem podem
ser consideradas iguais para constatar se estão separadas no tempo ou no espaço.
Após um encontro de especialistas, na Irlanda em 2017, houve uma revisão
nos critérios de McDonald – que é o método mais utilizado no mundo, por ser
considerado o mais eficaz – para agilizar o resultado e baixar o nível de erros no
diagnóstico.
O diagnóstico ideal da esclerose múltipla é aquele que leva o especialista a
apoiar-se em diferentes provas de laboratório e técnicas de imagem, sendo
necessárias provas que as lesões do sistema nervoso estão disseminadas no tempo
e no espaço.
Este seminário de especialistas acrescentou uma área cerebral nas regiões
que podem considerar-se zonas diferentes quanto ao critério da disseminação no
espaço.

7.2 CONDIÇÕES COMUMENTE CONFUNDIDAS COM ESCLEROSE MÚLTIPLA

As doenças vasculares que se apresentam:


- Doença cerebrovascular de pequenos vasos
- Vasculite Lesões estruturais
- Tumor da junção crânio-cervical, malformação da base do crânio
- Anomalia
- Tumor da fossa posterior ou malformação arteriovenosa
- Tumor de medula espinhal ou espondilose cervical Doenças degenerativas
- Doença do sistema motor
- Degeneração espinocerebelar Infecções
- Infecção por HTLV-I
- Mielopatia por HIV ou cerebrite relacionada com o HIV
- Doença de Lyme
Outras condições:
- Deficiência de cobalamina
- Síndrome de Sjogren
- Sarcoidose
29

- Anormalidades inespecíficas à repetição máxima (RM)


(Dados publicados por RUDICK; R.A E BENNET. J.C. & PLUM; F. CECIL).
É comum na fase inicial da EM os sintomas serem leves e durarem até uma
semana, o que faz com que o paciente pouca importância dê a eles. Os sintomas mais
comuns são a fadiga; a parestesia (queimação, coceira, dormência) nos membros; as
alterações visuais (visão dupla, embaçada ou perda visual); a perda de força
muscular; tonturas; descontrole na coordenação motora; dificuldade de controle da
bexiga ou intestino; rigidez muscular; problemas de fala e memória (confusão e
esquecimento).
Tab. 1 Sintomas iniciais em pacientes com EM
Tabela 1
SINTOMAS % DE
CASOS
Distúrbio sensorial em um ou mais membros 33
Distúrbio do equilíbrio e da marcha 18
Perda visual unilateral 17
Diplopia 13
Fraqueza progressiva 10
Mielite aguda 6
Sinal de Lhermitte 3
Distúrbio sensorial na face 3
Dor 2

FONTE: RUDICK, R. A. Esclerose Múltipla e doenças correlatas. In: BENNETT. J. C. & PLUM,
F. Cecil Tratado de Medicina Interna.

De maneira geral, os sinais neurológicos mais encontrados incluem: hiper-


reflexia, espasticidade, sinal de Babinski, ausência de reflexos abdominais, nistagmo,
incoordenação, paresia, perturbação da consciência e alterações sensitivas
(HAUSSEN, 1997).
Segundo Poskanzer & Adams (1977), grande parcela dos pacientes com EM
demonstram que os reflexos tendinosos são hiperativos, os reflexos abdominais estão
ausentes e as respostas plantares são extensoras.
Cabe ressaltar a presença de certos sinais e sintomas não-específicos, mas
sugestivos da EM, como: neurite óptica, ataxia ou síndrome vestibular benigna,
diplopia transitória, neuralgia passageira do trigêmeo, sinal de Lhermitte (sensação de
choque elétrico ao longo da coluna ao se flexionar a cabeça), retenção urinária
transitória, parestesias nas extremidades (HAUSSEN, 1997).
30

A EM apresenta evolução variável, na qual os sintomas podem desaparecer


total ou parcialmente, deixando ou não sequelas, de modo que segundo Haussen
(1997), a enfermidade não leva o paciente a óbito, o qual é consequência de infecções
oportunistas, sobretudo, urinária ou respiratória.
Dados comprovam que grande parte dos portadores morre de causas naturais
(derrame, câncer, ataque do coração), ao passo que alguns vão a óbito por suicídio
desencadeado pela depressão severa diante de incerteza da sua evolução.
Entretanto, a maioria apresenta a patologia controlada, mediante uso de fármacos,
realização de ressonância regularmente e consulta neurológica a cada três meses
além de tratamentos alternativos, desenvolvendo uma vida estável e ativa, no entanto
com certas limitações.
31

8 ENTIDADES VOLTADAS PARA A ESCLEROSE MÚLTIPLA


8.1 FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE ESCLEROSE MÚLTIPLA (MSIF)
Com sede em Londres, é a única rede global que congrega as organizações de
Esclerose Múltipla. Possui 44 organizações membro ao redor do mundo e está
conectada a muitas outras organizações menores, unidas na batalha contra a EM.
Organiza campanhas para divulgar os efeitos da doença.
Com dados publicados em 2013, por meio de sua revista eletrônica intitulada
Atlas, abaixo um gráfico de portadores da EM. No momento da pesquisa, 85% das
pessoas tinham EM remitente recorrente. Estima-se que até 80% dessas pessoas irão
desenvolver EM secundária progressiva. Dessa população, 10% foram
diagnosticadas com EM primária progressiva e 5% com EM progressiva recorrente
8.2 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESCLEROS MÚLTIPLA

Com sede em São Paulo – presta orientação e assistência aos pacientes


portadores da EM. Como o nome já diz, as entidades brasileiras voltadas para esse
fim são associadas para trocarem informações relevantes sobre a doença.

8.3 APEMSMAR
Com sede em Santa Maria/RS – uma das associadas à ABEM. Efetua,
periodicamente, a divulgação para a população através de revistas, esclarecendo de
forma clara os cuidados e a atenção que devemos ter ao portador da doença.
32

Figure 3 - Portadores de EM

Fonte: ATLAS – revista eletrônica da SMIF – disponível pelo site www.atlasofms.org

Ainda com os dados da revista eletrônica Atlas – da MSIF – o percentual dos


sintomas no momento da pesquisa, em 2013.
Figure 4 - Percentual dos sintomas

Fonte: ATLAS – revista eletrônica da SMIF – disponível pelo site www.atlasofms.org


33

9 ESCLEROSE MÚLTIPLA E A ATIVIDADE FÍSICA


Conforme Caspersen et al. “a atividade física é caracterizada e definida por
qualquer movimento corporal dos músculos esqueléticos que provocam dispêndio
energético (CASPERSEN ET AL., 1985).
Isto significa que a atividade física pode envolver de uma simples caminhada,
jogos tradicionais e dança, até incorporar tarefas domésticas, jardinagem, desporto e
exercícios deliberados (CAVILL ET AL., 2006). Os autores ainda afirmam que “o
desporto e o exercício são considerados tipos de AF (atividade física), ainda que os
objetivos sejam distintos, um para competir e outro para melhorar a aptidão e saúde,
respetivamente.”
Relativamente aos programas de intervenção em pessoas com EM, White e
Dressendorfer (2004) fornecem algumas recomendações para a prescrição de
exercícios.
Esta é uma enfermidade que provoca diversas alterações na pessoa, como
redução na amplitude dos movimentos, no tônus muscular, na força, na resistência,
no controle e no alinhamento postural.
Os especialistas sugerem a realização de um programa de resistência para
melhorar o tônus muscular, a força e a resistência do músculo, bem como para
promover o equilíbrio entre agonista/antagonista e grupos musculares bilaterais. O
grau de incapacidade é determinante para o tipo de resistência utilizada, que pode ir
desde pesos livres à utilização de máquinas, onde a frequência e a intensidade variam
de acordo com a tolerância de cada pessoa ao exercício. Para todos os que têm deficit
proprioceptivos e de coordenação, é importante a supervisão.
É aconselhado duas ou três sessões por semana de treino de força, com cerca
de um a três exercícios (8-15 repetições), para cada grupo muscular principal.
Conjuntamente com o programa de resistência e de força, a flexibilidade
também é indicada como essencial para o aumento do comprimento muscular, da
mobilidade articular, para neutralizar a espasticidade e para melhorar a postura e o
equilíbrio.
No entanto, o protocolo ideal deste programa ainda não está claro. De forma a
melhorar os efeitos do treino, sugere-se que o mesmo seja efetuado durante a manhã,
pois a fadiga tende a piorar ao longo do dia.
Mais recentemente, Latimer-Cheung, Martin Ginis, et al. (2013), apresentaram
como recomendações para a prática de AF na EM a realização de 30 minutos de
34

atividade aeróbia, de intensidade moderada, duas vezes por semana e treino de força
dos principais grupos musculares, duas vezes por semana.
Relativamente ao treino de força, é aconselhada a realização de 10-15
repetições de cada exercício, tentando, gradualmente, aumentar para 2 séries.
O descanso entre cada série deve ser entre 1-2 minutos. As bandas de
resistência elástica e os pesos livres são alguns exemplos de materiais a serem
utilizados (LATIMER-CHEUNG, MARTIN GINIS, ET AL., 2013).
Segundo estes autores, o cumprimento das normas pré-estabelecidas para
física a atividade pode provocar redução na fadiga, melhoria na mobilidade e na
qualidade de vida.

9.1 BENEFÍCIOS E BARREIRAS DA PRÁTICA DE AF

Especificamente no domínio físico, reconhece-se que os programas para


pessoas com EM são benéficos para melhorar a capacidade funcional e para
compensar os efeitos destrutivos da doença (WHITE ET AL., 2004).
Melhorias nos sintomas físicos de pessoas com EM foram igualmente
reportadas como consequência da prática de atividade física (MAGNANI ET AL.,
2016).
“Após sessões de atividades físicas, existe um aumento da tolerância ao
exercício devido à melhoria no consumo máximo de oxigênio (MAGNANI ET AL. –
2016).
No domínio psicológico, a depressão é um dos sintomas apresentado,
originando falta de interesse, baixos níveis de humor, baixa autoestima, falta de
apetite, sentimento de culpa e falta de energia (DINAS ET AL., 2011).
Esses autores dizem que a AF promove benefícios nos sintomas depressivos
e nas consequências subjacentes, devido aos efeitos inversamente associados.
Relativamente à função cognitiva e à aptidão cardiorrespiratória, Prakasha et
al. (2007) salientam que a literatura existente sugere que tanto o exercício aeróbio,
como a aptidão cardiorrespiratória podem ter resultados bastante positivos e
benéficos na cognição e na função cerebral.
Apesar dos benefícios reportados, o número de pessoas com EM que pratica
AF é escasso. Os sintomas da EM (dor, fraqueza, problemas de equilíbrio) limitam a
35

capacidade das pessoas para participarem de atividades físicas (MARCK ET AL.,


2014).
A fraqueza e o cansaço resultante da prática de qualquer atividade é bastante
comum, o que obriga a um maior descanso, quando comparado com pessoas que
não possuem EM (MILLER & LEARY, 2007).
No entanto, também existem pessoas que colocam de lado a possibilidade de
praticarem qualquer AF pois consideram a fadiga um fator debilitante (MARCK ET AL.,
2014).
A diminuição da AF contribui para o aumento das incapacidades e para o
decréscimo da qualidade de vida. As suas caraterísticas específicas provocam uma
redução na AF e, consequentemente, inatividade, comprometendo ainda mais a
função muscular, a capacidade de locomoção e a aptidão física (WHITE ET AL.,
2004). A gravidade dessa moléstia pode ser uma das explicações que leva à
inatividade, concluindo-se que os seus diferentes tipos determinam uma maior ou
menor integração e participação neste tipo de atividades (LEARMONTH ET AL., 2015;
MOTL ET AL., 2005).
9.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO DE AF
De acordo com estudos, as intervenções variam bastante e vão desde
programas de treino aeróbico, de resistência, atividades aquáticas, entre outros tipos
de atividades (MORADI ET AL., 2015; RAFEEYAN ET AL., 2010; RAMPELLO ET AL.,
2007; SWANK ET AL., 2013).
Os dados abaixo relacionados foram coletados na literatura disponível no site
da Universidade do Porto, conceituada organização portuguesa que possui extenso
material sobre a atividade física de uma maneira geral. Também levamos em
consideração a explanação de Cristiana Relvas Amorim Resende – Porto,
setembro/2017 em seu trabalho intitulado: Influência de um Programa de Atividade
Física na aptidão física, fadiga e qualidade de vida de pessoas com esclerose múltipla.

“Na literatura são escassos os estudos que pretendem avaliar o efeito


de programas de intervenção de AF em pessoas com EM. Contudo, foi
possível identificar alguns que analisaram a influência da atividade física no
portador da EM. Moradi et al. (2015) estudaram os efeitos de um programa
de treino de resistência de 8 semanas em pessoas com EM, com o intuito de
avaliar a eficácia do treino progressivo de resistência na função motora, na
força muscular, no equilíbrio e na incapacidade. Este estudo contou com a
participação de 20 pessoas do sexo masculino e teve a duração de 8
semanas (3 vezes por semana), e as sessões de treino não excederam os 30
minutos.
36

O programa incluiu exercícios em máquinas de musculação,


aumentando gradualmente o número de repetições e a de uma RM
(repetições máximas). Os resultados demonstraram que o treino de
resistência se constitui como uma intervenção eficaz para melhorar a força
muscular, a capacidade funcional e controlar sua gravidade.
O estudo de Swank et al. (2013) teve como principal objetivo avaliar os
benefícios do exercício aeróbico na cognição, no humor e na qualidade de
vida. O programa de exercício envolveu nove participantes com EM e teve
uma duração de 5 meses (2 meses de exercício estruturado e 3 meses para
o não estruturado). Relativamente à estrutura das sessões, o programa foi
realizado 2 vezes por semana durante 2 meses, com uma duração de 30
minutos de exercício, sendo 15 minutos num ergômetro para os membros
superiores (MS) e inferiores (MI) e 15 minutos numa passadeira.
Resultados revelaram que, após a intervenção, o humor teve
melhorias, apesar da subescala cognitiva não ter apresentado resultados
notórios e significativos. No que diz respeito à qualidade de vida, apenas a
subescala mental apresentou melhorias após a intervenção estruturada de
exercício aeróbio e, após a AF não estruturada.
Por seu turno, Rampello et al. (2007) verificaram os efeitos de um
programa de treino aeróbio de 8 semanas na capacidade de caminhar, na
tolerância máxima ao exercício, bem como sobre a fadiga e a qualidade de
vida de 19 pessoas com EM. Este estudo dividiu-se em dois tipos de
intervenção distintas: treino aeróbio e reabilitação neurológica. Quanto ao
primeiro, os sujeitos participaram em 3 sessões de treino por semana,
durante 8 semanas, num ergômetro para os MI. Relativamente à reabilitação
neurológica, os participantes foram submetidos a 3 sessões de 60 minutos
por semana, durante 8 semanas. Por sua vez, este trabalho consistiu em
exercícios que implicavam movimentos do tronco, caminhada e a
coordenação e combinação do avanço de um MI com a elevação do MS
oposto, bem como exercícios de alongamentos. Os resultados revelaram
valores mais positivos do treino (distância e velocidade de marcha, variáveis
cardiopulmonares), quando comparado com a reabilitação neurológica. O
programa de intervenção promoveu efeitos positivos na Saúde relacionada
com a qualidade de vida, contudo, não se verificaram alterações na fadiga.
De uma forma geral, os estudos sugerem que são necessárias mais
investigações de forma a entender melhor os efeitos da AF em pessoas com
EM.” CRISTIANA RELVAS AMORIM RESENDE – Porto, setembro/2017:
Influência de um Programa de Atividade Física na aptidão física, fadiga e
qualidade de vida de pessoas com esclerose múltipla.

9.3 ESCLEROSE MÚLTIPLA E APTIDÃO FÍSICA


Contrariamente à AF, que se relaciona com os movimentos que as pessoas
executam, a aptidão física é caraterizada pelo conjunto de atributos que os mesmos
possuem ou conseguem ter para realizar AF (CASPERSEN ET AL., 1985).
Para Pate (1988) este conceito é multifatorial e deve ser entendido como “uma
característica que determina a habilidade no movimento, bem como uma
característica que é determinada pelo movimento”. O referido autor acrescenta que
este componente se caracteriza pela capacidade de realizar atividades diárias com
vigor, evitando o desenvolvimento prematuro de doenças associadas à inatividade
física, as hipocinéticas.
37

Conforme Caspersen (1985) e Corbin (1991), os elementos mais importantes


e considerados imprescindíveis para uma saúde perfeita podem ser desenvolvidos
pela aptidão física estimulando a resistência cardiorrespiratória, resistência muscular,
força muscular, composição corporal e flexibilidade.
Por outro lado, a pressão arterial, o perfil sanguíneo e a integridade óssea são
exemplos de integrantes da componente fisiológica (BOUCHARD ET AL., 1990, CIT.
POR CORBIN, 1991). (CORBIN, 1991).
Os componentes da aptidão física são cruciais para o desenvolvimento.
No caso da fraqueza muscular, sabe-se que é resultante da perda de força num
músculo ou num grupo de músculos, cujas causas podem ser diversas e associadas
a muitas doenças (SCHAPIRO, 2010).
A capacidade em gerar força é determinante para realizar atividades diárias
domésticas, de trabalho e recreativas. Não obstante, com o avançar da idade, a força
muscular pode apresentar decrescentes alterações, de tal forma que uma
determinada atividade pode tornar-se cada vez mais difícil ou a força pode atingir um
limite que impossibilita a realização da tarefa (HUGHES ET AL., 2001).
Schapiro (2010) refere que a fraqueza muscular na EM é provocada pelos
problemas na transmissão de impulsos elétricos desde o cérebro até à medula
espinal.
Segundo o autor, a eficiência é a chave para aumentar a força em pessoas com
EM, pois os exercícios que envolvem levantamento de pesos ou movimentos
repetitivos até à exaustão provocam consequências opostas às pretendidas (fraqueza
muscular).
No que diz respeito à amplitude dos movimentos de uma articulação, ela “(…)
é determinada pela rigidez dos ligamentos, tendões, músculos e cápsulas articulares
que circundam essa articulação” (HOLLAND & HALPER, 2009, p. 71). Estes autores
afirmam que, conjuntamente com a fraqueza muscular da EM, surge a diminuição da
amplitude do movimento nos MS, MI e tronco e, consecutivamente, o aumento da
pressão em pontos localizados.
Acrescentam também que os exercícios de amplitude de movimento (mover
articulações através da sua gama completa de movimento), mesmo que sejam
realizados uma vez por dia, são essenciais para as atividades a implementar no grupo
de pessoas com EM e evitam o desenvolvimento de contraturas e a redução da
amplitude articular.
38

Relativamente à capacidade funcional, a marcha é afetada nas pessoas com


EM como consequência da desmielinização da doença, provocando desordens no
movimento (CISTIA ET AL., 2007). De acordo com os autores supracitados, as
dificuldades existem como resultado da fraqueza, da espasticidade, alteração
sensorial, ataxia ou devido à combinação destes mesmos fatores.
O comprometimento motor torna-se bastante permanente (cerca de 40%), que
é caraterizada pela perda de força, tal como mencionado anteriormente e pela fadiga
após pequenos esforços (JIMÉNEZ & CUERDA, 2007).
Para treinar e reeducar a marcha na EM, torna-se importante melhorar o
alinhamento corporal, aumentar a estabilidade e alcançar padrões de movimentos
normais (JIMÉNEZ & CUERDA, 2007).
Diretamente relacionado com as dificuldades da marcha surge o equilíbrio. O
equilíbrio é o exemplo de uma componente da aptidão física, podendo ser classificado
em equilíbrio estático (i.e., capacidade em manter o corpo estabilizado) ou equilíbrio
dinâmico (i.e., perder a estabilização e recuperá-la em diversas trocas de posições)
(SILVA & GIANNICH, 1995).
Os desequilíbrios são problemáticos e propícios à queda em pessoas com EM,
por estarem associados à dificuldade em se deslocarem de uma posição para outra,
em realizarem atividades funcionais como caminhar, virar e pela complexidade em se
sustentarem numa postura ereta (FRZOVIC ET AL., 2000).
No que se refere à fadiga é considerado um dos sintomas mais comuns na EM
e os problemas no sistema imunológico ou danos no sistema central nervoso são os
mecanismos primários mais propostos para explicar este sintoma em pessoas com
EM (BRALEY & CHERVIN, 2010).
Cerca de 75% das pessoas afetadas pela EM sofrem com este problema, que
provoca fadiga extrema, tanto em nível físico, como cognitivo e, que tende a aumentar
com o decorrer do dia (Kesselring & Beer, 2006).
Braley e Chervin (2010) referem que as causas específicas deste sintoma
incluem citoquinas pró-inflamatórias, influências endócrinas, perda axonal e padrões
alterados de ativação cerebral.
No entanto, acrescentam também que a fadiga pode surgir devido à
acumulação dos problemas provocados pela EM, sendo as causas específicas:
distúrbios de sono, depressão, estado de incapacidade e o subtipo da EM.
Relativamente à fadiga e à depressão, sabe-se que afeta com mais intensidade as
39

pessoas com EM, quando comparados com as saudáveis, acabando por atingir
negativamente a qualidade de vida (STROUD & MINAHAN, 2009).
A qualidade de vida é um conceito amplo e está intimamente ligada com a
influência que a enfermidade pode ter na pessoa, nomeadamente o alterar e limitar a
sua capacidade de desempenhar as tarefas do dia-a-dia (CARR ET AL., 2001). A AF
é reconhecida como preponderante na qualidade de vida de uma pessoa, melhorando
a Saúde, o bem-estar e prevenindo doenças (DÖRING ET AL., 2012).
A qualidade de vida pode também ser afetada em diversas vertentes e as
pessoas com EM podem perder a sua independência, levando à diminuição da
participação em atividades sociais (KESSELRING & BEER, 2006). Contudo, importa
referir que, em pessoas com EM torna-se difícil avaliar a qualidade de vida, devido à
sua complexidade e à diversidade de fatores que afetam negativamente o bem-estar
físico, psicológico e social em pessoas com EM (HOLLAND, 2014).
40

CONCLUSÃO

Como foi possível observar ao longo deste trabalho, bem como nas
Referências, a literatura sobre a Esclerose Múltipla é vasta, porém repetitiva, uns
autores repetindo o ponto de vista de outros.
No entanto, o ponto em comum em todo o material é que essa doença, até o
presente momento, não tem cura. Assim como não se sabe com exatidão se ela é
hereditária, ou de onde e como se instala no organismo humano.
De certeza temos que a faixa etária é de gente jovem até idosos. Que o público
feminino é o mais atingido. Que a população moradora em ambiente frio é a mais
propensa à sua instalação.
Para o tratamento, temos muitos fármacos. Uns poucos efeitos fazem; outros,
têm efeitos colaterais graves.
A alternativa é o exercício físico que, por sua vez, também pode causar danos
se não for bem aplicado e supervisionado por especialistas.
Como se vê em toda a literatura existente, há que se ter muito cuidado também
com o exercício físico. As razões? Simples. Nem todos somos iguais. Temos a
distinção do sexo: feminino e masculino. Os homens têm um físico próprio para
fazerem mais força, o que lhes possibilita exercitar-se mais. As mulheres, mais frágeis
fisicamente, no que toca esse tipo de atividade, devem ter um acompanhamento mais
severo. Uns têm o biótipo próprio para a atividade física e bastante disposição. Outros,
mais sedentários não consideram o exercício uma boa opção.
Procure a orientação de neurologistas, fisioterapeutas, psicólogos, e demais
profissionais da área, o mais breve possível.
Uma alternativa do portador da EM é procurar informações e/ou apoio médico
e psicológico através da ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla que
mantém uma página na internet sobre o assunto.
Quanto antes for diagnosticada a EM mais chances de controle terá.
Não se automedique.
Apenas dessa forma essa doença poderá ser administrada com sucesso.
41

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acesso em 23/08/2018>

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