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INTRODUÇÃO
Os referenciais que poderão ser usados têm como base a teoria política e estes
conceitos serão apresentados nesta proposta a partir dos seguintes referencias teóricos:
Spindel - sobre os conceitos de Estado Autoritário e Bobbio - sobre as definições e estrutura
do Estado de Direito. Na perspectiva histórica utilizaremos Chiavenato (1995) e Fausto
(2000) para debater os aspectos históricos e sociais da Ditadura Brasileira. Também será
usado de forma secundária, neste trabalho o conceito de Violência que aparece como uma
temática da área de Sociologia dentro das Orientações Curriculares Nacionais para Ensino
Médio (2004, p. 33), assim:
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2. JUSTIFICATIVA
Curriculares (MEC, 2006, p. 103) que afirma a importância da disciplina de Sociologia para o
debate sobre o exercício da cidadania. Para também compreender as relações de poder, que
são possíveis dentro destes dos Estados Autoritários e de Direito, segundo os PCN´s a
disciplina de sociologia, pretende: “discutir alguns pontos do conceito de Estado: a soberania,
sua estrutura de funcionamento, os sistemas de poder, as formas de governo no mundo atual,
as características dos diferentes regimes políticos” (2000, p.41) Além, é claro de estimular o
debate sobre as instituições políticas, estabelecendo a reflexão sobre o Estado de Direito
Brasileiro.
O debate sobre estes temas vislumbra o desenvolvimento da capacidade
compreensão da realidade social e política, para construir a percepção sobre a identidade
social, política, cultural da nação. Essas construções são necessárias para o exercício da
cidadania. Devemos ter consciência de que a disciplina de sociologia objetiva desenvolver
junto aos alunos o processo de problematização sociológica e da construção do conceito de
imaginação sociológica para indagar sobre os fenômenos sociais, transpondo os
conhecimentos já detidos pelos alunos ao longo da sua trajetória escolar. Esta capacidade de
problematização dentro da sociologia estendesse para sua realidade cotidiana, rompendo
compreensão do aluno baseada no senso comum. Assim, a aprendizagem do conhecimento
sociológico e da sua historicidade leva a construção de ferramentas sociológicas de
compreensão dos fenômenos sociais.
3. OBJETIVO GERAL
4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Para esse autor, o Estado possui um poder legal-racional que se constituí através de
legitimidade, logo seu poder é racionalizado, dentro de uma perspectiva weberiana.
Devemos perceber que o Estado, como uma organização política, tem atribuições
e deveres, que nos condicionam dentro dele ou não, que objetivam promover a seguridade
social da nação. Podemos dizer que o Estado tem como função básica garantir a “felicidade”
e o “bem comum”. Para garantir essas necessidades básicas de existência foram criadas as
funções do Estado, essas são compostas por todas as atividades realizadas pelo Estado para
garantir o bem comum entre elas podemos destacar três funções: a legislativa, a judiciária e a
executiva. Essa visão tripartida do Estado foi criada por Montesquieu, sendo usadas como
base para a constituição norte-americana, após seu processo de Independência.
Assim, o Estado de Direito passou a ser divido em três poderes, cada um com as
suas respectivas funções dentro do aparato estatal democrático: o poder legislativo, tem como
funções básica editar normas gerais para renovar a ordem jurídica, fiscalização/controle das
ações do executivo; o poder executivo assume como função administração do Estado,
objetivando o controle da economia, defesa e arrecadação, assumindo como suas tarefas
básicas o fomento, intervenção e o serviço público; o poder judiciária objetiva a aplicação
das leis, com o desejo de compor os litígios e combater a propagação dos mesmos.
(GROHMANN, 2001, p.83)
Nos regimes totalitários o ditador é a personificação deste novo estado, sendo ele sua
representação máxima (SPINDEL, 1985: 36).
No caso, das ditaduras que se organizam, a partir da formação de um Estado
Autoritário, essas primam pela centralização das decisões administrativas e governamentais
na mão de uma determinando grupo social, que se torna responsável pelo governo. Mas para
adquirirem tal poder reduz a força política das instituições de caráter representativo, muitas
vezes impondo o fim dos partidos políticos ou reduzindo-os a mera ilustração. Na tentativa de
manter e concentrar o poder, as instâncias de poder paralelas que existem fora do Estado
passam a ser perseguidas ou simplesmente são extintas (como por exemplo, as associações e
os sindicatos) (BOBBIO, 1995 p.105). Assim, na busca pela manutenção do poder os
governos autoritários tentam eliminar todas as formas de oposição ou movimentos sociais que
possam ameaçar a ordem pública, considerando estas manifestações ameaças à segurança
nacional, não sendo raro o uso da força militar ou policial para contê-las. Os Estados
Autoritários são orientados pelos interesses das elites, normalmente conservadoras, que
assumem o poder para evitar mudanças ou instabilidades sociais. Para conter o desagrado
destas classes conservadoras constrói-se um forte aparato repressor usando os aparelhos do
estado (polícia, exército, judiciário e burocracia).
Nesse tipo de regime ocorre um controle quase que absoluto dos meios de
comunicação, o que deixa o povo às brumas frente às atrocidades cometidas por estes
governos, sendo a coesão uma ferramenta comum. Os grupos militares, por inúmeras vezes,
acabam adquirindo grande força por servirem como arma deste Estado contra a mobilização
popular. A repressão é feita para que as classes dominantes (empresários, comerciantes,
militares, políticos, etc.) tenham garantido os seus interesses.
Nos regimes políticos ditatoriais, os direitos individuais ficam à mercê de um
confuso sistema de segurança nacional. Em tais circunstâncias o sistema político é formado
por mais de um partido, entretanto, a maioria deles não tem amplo poder de interferência nas
decisões tomadas pelo governante ou grupo dominante. A escolha do grupo ou do indivíduo
que governará o país ocorrerá de forma indireta. Além disso, cabe destacar que estes regimes
vivem de aparências tentando demonstrar para a população uma visão deturpada da sua
verdadeira imagem opressora (SPINDEL, 1985: 37).
Assim, as formas de governo ditatoriais são as máximas da impugnação do direito
público democrático, totalmente contrárias ao Estado de direito, que designaria todo e
qualquer Estado que busca garantir o respeito das liberdades civis, respeitando os direitos
humanos e as liberdades fundamentais (direito de ir e vir, livre expressão, dentre outros).
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As reformas de base abrangiam um amplo número de medidas que melhorariam as condições de vida da
população, entre essas medidas estava a reforma agrária,
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[...] O golpe já estava em marcha. Ele foi precipitado pelo general Olímpio
Mourão Filho [...]. Com o apoio do governador Magalhães Pinto, Mourão
mobilizou a 31 de Março as tropas sob se comando sediadas em Juiz de
Fora, deslocando-se ao Rio de Janeiro. A situação se definiu com rapidez
inesperada, pois aparentemente um confronto de tendências militares opostas
parecia inevitável. (2000, p.461)
Para Chiavenato (1995, p.45), o governo errou a tática e com este erro se viu
impedido de reagir, além disso, as organizações de cunho popular também falharam um
exemplo disso é a greve dos rodoviários, que deixou a população a pé, em pleno golpe militar.
Assim, percebemos que uma série de pequenas falhas e presunções do governo e da figura
política de João Goulart levaram a crise e por conseqüência ao poder os militares, logo,
percebemos com a articulação da oposição e falha do dispositivo militar governamental, só
restava ao presidente se retirar, o que ocorreu em 1 de abril de 1964, saindo de Brasília para
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Porto Alegre e depois para o exílio no Uruguai. Com a vacância do cargo de presidente pela
fuga de Jango, o presidente do senado declarou vago o cargo, que foi assumido pelo então
presidente da assembleia dos deputados Ranieri Mazzili, porém neste momento o poder já
estava na mão dos militares que impuseram o fim da segunda fase do Estado de Direito
brasileiro. Os motivos da tomada do poder são muitos, mas podemos destacar três principais,
segundo Fausto (2000, p.465): a manutenção da ordem social; o respeito a hierarquia e o
medo do avanço comunista, seriam estes o principal motivo para a ação dos militares.
Com a ascensão dos militares ao poder, o Estado de Direito Brasileiro que, ainda,
estava em processo de construção, mas que sofreu uma ruptura brusca e transformou-se em
um Estado Ditatorial Autoritário, que rompeu com os quadros de “legalidade” jurídica, já
constituídos, que primavam pelos direitos e liberdade individuais. Inicialmente, o golpe
militar objetivou romper com um ciclo de corrupção e a ameaça do comunismo visou
antecipar um possível golpe da esquerda, objetivando a “manutenção” do Estado de Direito
Brasileiro. Em prol de uma “democracia” os militares deturparam o Estado de Direito, pois
este foi pouco a pouco destruído pelos atos inconstitucionais. Esses atos foram promulgados
ao longo da Ditadura Brasileira para legitimar e construir um véu democrático sobre o Estado
Autoritário Militar Brasileiro, que iniciou a partir de 1964. Assim, iremos destacar os cinco
primeiros atos inconstitucionais promulgados pelo governo militar, pois esses iniciaram a
ruptura com o Estado de Direito Brasileiro e consolidaram o Estado Autoritário Militar
Brasileiro.
O primeiro Ato Institucional de 9 de abril de 1964, legitimou as ações que
levaram ao poder os militares, esses passavam pelo Congresso Nacional, esvaziado de
oposição, sendo aprovados de forma imediata. (FAUSTO, 2000, p. 466) O AI-1 simbolizou
fortalecia o poder presidencial; suspendeu as imunidades parlamentares, de suspender
mandatos e direito políticos por uma década; a estabilidade dos cargos públicos também foi
extinta; este também criou os mecanismos para a instalação dos Inquéritos Policial Militares,
que poderiam ser abertos contra os opositores do governo. Com todo este poder o governo
passou a perseguir, torturar e eliminar os opositores do regime. Também não podemos
esquecer que foi através deste ato que se estabeleceu a eleição indireta para presidente da
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O AI-5 marcou e definiu os caminhos que seriam seguidos pelos militares e deixou
claro a ruptura entre as formas de Estado, baseadas na democracia, e a sua forma autoritária
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Sigla do partido Aliança Renovadora Nacional.
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Sigla do partido Movimento Democrático Brasileiro.
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anti-democrática. Pois, durante todo o período militar o governo objetivou constituir uma
áurea democrática. Entretanto, todas as instituições ligadas ao Estado de Direito foram pouco
a pouco castigadas e destruídas pelas ações do governo.
6. AULA 1
7 AULA 2
Duração: 1h e 50min
8 AULA 3
Esse seminário terá como objetivo debater sobre as funções realizadas no Brasil
pelo executivo, legislativo e judiciário através das pesquisas realizadas pelos alunos. No fim
da atividade cada aluno deverá produzir um texto para ser entregue versando sobre os três
poderes e se acreditam que cada um dos poderes cumprem as suas funções dentro do sistema
político brasileiro.
Para uma melhor abordagem do tema é interessante realizar uma visita a sede dos
três poderes Estaduais (Assembleia, Tribunal de Justiça e Sede do Governo) para tanto se faz
necessário o auxílio e disponibilidade de aulas de outros colegas.
Duração: 50 minutos
9 AULA 4
Duração: 1h e 40min
Avaliação: Participação
10 AULA 5
Para terminar a reflexão os alunos deverão ser divididos em quatro grupos para
realizar um pequeno Seminário Orientado:
- O grupo I será responsável pela exposição dos interesses da Ditadura Militar, pensando-os
dentro dos enquadramentos legais de um Estado de Direito, Destacando os subterfúgios
usados pelo Estado Autoritário brasileiro para construir ferramentas de legitimação com a
aparências legais.
- O grupo II deverá demarcar os aspectos defendidos pelos opositores presos pela Ditadura
Militar, destacando os abusos de poder por eles sofridos e as violações dos direitos
fundamentais exercidos pela Ditadura Brasileira.
- O grupo III terá de relatar os motivos das manifestações e os interesses dos manifestantes,
relatando e pensando as suas posições políticas, destacando as possíveis consequências das
mesmas;
- O Grupo VI deverá produzir e pensar argumentos que podem ser usados para legitimar uma
intervenção policial e militar dentro de um Estado de Direito.
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No final desta atividade os alunos deveram produzir cartazes para serem expostos
na escola, destacando os limites das posições defendidas em cada um deles comparando os
interesses existentes em um regime Político Militar e um Democrático.
Duração: 1h e 40min
10 PROCEDIMENTOS DIDÁTICO-METODOLÓGICOS
servirão para “tensionar” o saber que foi construído pela interação professor/aluno. Como
afirma Libanêo (2002, p. 20) “a pratica educativa é, pois, ponto de partida para a construção
da reflexão.” A reflexão ou compreensão sociológica, como queiram, deve ser o objetivo das
práticas educativas nas aulas de sociologia.
Neste processo ocorre o desenvolvimento e compreensão da sociedade através da
construção da imaginação sociológica. Este conceito foi construído pelo sociólogo W. Mills
Para o autor a imaginação sociológica o sujeito que detêm esta ferramenta desenvolve a
capacidade analisar representações sócio-históricas, considerando as suas relações diretas ou
indiretas com suas práticas cotidianas, assim desenvolve um tipo refinado de consciência
social.
Através disso, a ansiedade pessoal dos indivíduos é focalizada sobre fatos
explícitos e a indiferença do público se transforma em participação nas
questões públicas. [...] A imaginação sociológica nos permite
compreender a história e a biografia e as relações entre ambas, dentro da
sociedade. Essa é sua tarefa e sua promessa. A marca do analista
social clássico é o reconhecimento delas [...] (MILLS, 1975, p. 12).
um caminho e sobre o trabalho prático da pesquisa que essa se constrói (BAGNO, 2007, p.
22). Para melhorar a capacidade de pesquisa as teorias básicas da sociologia demonstram-se
ferramentas fundamentais para análise dos fenômenos sociais e são fundamentais também
para a construção de análises críticas sobre a sociedade, servindo de base para a reflexão e
para exercício pleno da cidadania.
O OCEM (2006) buscou compor as técnicas didáticas que ampliem a capacidade
de apropriação dos conceitos fundamentais da sociologia, Entre estas orientações destacamos:
o uso da aula expositiva, como forma de impelir aos alunos ao debate e a construção ativa do
saber, nestas práticas o professor não deve ser centro irradiador do saber; como outra
possibilidade que iremos utilizar será baseada em seminários. Para desenvolver análises
sociológicas estabeleceremos o uso do documentário e músicas (ferramentas didáticas que no
seu tempo de produção constituíram-se como uma crítica social ao período ditatorial
brasileiro) que servirão como material inicial para uma reflexão sobre os conceitos abordados
nessa proposta.
Assim, dentro dos procedimentos didáticos que compomos destacamos além da
pesquisa escolar, uso do seminário como ferramenta didática catalizadora da criticidade do
aluno. Segundo o dicionário Houaiss (2009) “aula dada por um grupo de alunos em que há
debate acerca da matéria exposta por cada um dos participantes”. Assim, cada aluno torna-se
autor, reafirmando os pressupostos de Paulo Freire, e evita que as aulas sejam apenas
repetições cansativas centradas no professor.
O importante é que a fala seja tomada como um desafio a ser desvendado, e
nunca como um canal de transferência de conhecimento. Os professores
perguntam: Será que tenho que parar com minhas aulas expositivas de uma
vez? O importante é que o professor evite que sua fala seja uma canção de
ninar informativa, ou uma apresentação sedativa. (1987, p. 54).
O seminário como ferramenta didática apresenta-se com uma fala realizada por um grupo de
alunos para transmitir um saber construído ou pela pesquisa de um tema ou pela leitura de
material previamente indicado. Segundo Dolz e Schneuwly (2004, p.217) o Seminário possui
sete partes, que são divididas da seguinte maneira: 1) abertura; 2) Introdução; 3) Apresentação
da organização da exposição; 4) Desenvolvimento e processo de apresentação dos subtemas;
5) Recapitulação e síntese; 6) conclusão; 7) fechamento. Apesar das partições existentes no
processo de construção de um seminário, esse tipo de atividade caracteriza-se como um
momento de mediação, partilha e troca de aprendizagens entre aluno e professor. Pois, é nesse
tipo de atividade o aluno demonstra o seu domínio conceitual e expõem a sua construção de
conhecimento tornando-se protagonista do seu processo de aprendizagem.
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12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Congresso Nacional. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDB. Lei
nº 9.394/96. Brasília, 1997.
BAGNO, Marcos. Pesquisa na Escola o que é como se faz. 21 ed. São Paulo: Loyola, 2007
BUARQUE, Chico; NASCIMENTO, Milton. Cálice. Gilberto Gil, Chico Buarque. In:
BUARQUE, Chico. Chico Buarque. Philips/ PolyGram, 1978. 1 LP, lado A, faixa 2.
CHIAVENATO, Júlio José. O golpe de 64 e a ditadura militar. 6. ed. São Paulo: Moderna,
1995.
FREIRE, P; SHOR, I. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1987.
GIL, Gilberto. Gilberto Gil: todas as letras: incluindo letras comentadas pelo compositor.
RENNÒ, C (org). 2. ed., revista e ampliada. São Paulo: Companhia das Letras, 2003
LIBÂNEO, José Carlos. Didática: velhos e novos temas. Goiânia: Edição do Autor, 2002.
RUSSO, Renato. Veraneio Vascaína. In Capital Inicial (LP), Gravadora Polygram, 1886.
13 APÊNDICES
— Músicas:
Viva! Viva!
Viva! Viva!
Viva a sociedade alternativa!
Viva! Viva!
Viva a sociedade alternativa!
Viva! Viva!
Viva a sociedade alternativa!
Viva! Viva!
Viva a sociedade alternativa! ham...
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Viva! Viva!
Viva a sociedade alternativa!
Viva! Viva!
Viva a sociedade alternativa!
Viva! Viva!
Viva a sociedade alternativa!
Viva! Viva!
Viva a sociedade alternativa!
Em caras de Presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes pernas bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot